Buscar

Notas Aulas Macroeconomia 2017 1 parte 1 - Engenharia Mecanica UFRJ - Prof. Klitia


Continue navegando


Prévia do material em texto

1 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL 
CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
Disciplina: Economia A 
Macroeconomia 2017 -1 – Parte 1 
Profa. Klitia Bicalho de Sá 
 
1. Produto Interno Bruto 
 
1.1 Objetivos Econômicos 
 O crescimento econômico: produzir mais e melhores produtos e serviços 
 Pleno emprego: emprego adequado para todos os cidadãos que estão dispostos e 
capazes de trabalhar 
 A eficiência econômica : atingir a produção máxima utilização dos recursos disponíveis. 
 A estabilidade do nível de preços: evitar grandes flutuações no nível de preços (inflação + 
deflação) 
 Distribuição eqüitativa da renda: tentar minimizar fosso entre ricos e pobres. 
 Balança comercial_ tentar buscar uma balança comercial com o resto do mundo 
 
1.2 Definição: 
 
 PIB ou Produto Interno Bruto é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos 
dentro de um país em um periodo. 
 Os bens intermediários não estão incluídos para evita dupla contagem. 
 Bens usados não estão incluídos pois já foram incluid́os na medição do PIB do periódo 
anterior. 
 
1.3 Pib nominal x PIB real 
 PIB Nominal: representa o PIB a preços correntes, baseado nos preços praticados pelo 
mercado. Se uma economia produz no ano 1 somente 100 carros com valor de mercado 
de R$20.000,00. O Pib será de R$2 milhões. 
 2 
 
 PIB Real: representa o PIB em termos de preços constantes, a partir de um ano 
considerado como referência. 
 
 Se uma economia produz no ano 1 somente 100 carros com valor de mercado de 
R$20.000,00 e produz no ano 2 somente 120 carros com valor de mercado de 
R$22.000,00. 
 
 O Pib nominal do ano 1 e 2 será de R$ 2 e R$2,64 milhõesrespectivamente. 
 O Pib Real, considerando o ano 1 como referencia, será de R$2 e R$2,4 milhões (120 
carros x R$20000) 
 
1.4 Crescimento do PIB 
O crescimento do PIBou Y no ano t é definido como (Yt - Yt-1) / Yt-1. Isso mede a variação 
percentual no PIB Real entre os anos t e t-1. 
Expansões são periódos de crescimento positivo do PIB. 
Recessões são periódos de dois ou mais trimestres consecutivos de crescimento negativo do 
PIB. 
Crescimento do PIB em dólares (próximo ao PIB real pois inflação EUA baixa) 
 
 3 
 
1.5 Pib Potencial (Yp) 
PIB potencial mede o que poderia ser produzido se não houvesse capacidade ociosa de 
equipamentos e de pessoas. Trata-se do pleno emprego onde a taxa desemprego é a natural. 
 
Economia em recessão: produção abaixo do seu PIB potencial, há capacidade ociosa. 
Economia superaquecida: produção acima de seu PIB potencial; há super uso dos fatores de 
produção. 
 
1.6 Outros Indicadores: 
 PNB ou Produto Nacional Bruté o valor de mercado de todos os bens e serviços finais 
produzidos por fatores de produção fornecidos por residentes deste paiś. É o valor do PIB 
descontado o valor da Renda Líquida Enviada ao Exterior (RLEE). 
 RLEE representa a diferença entre recursos enviados e os recursos recebidos do exterior a 
partir de fatores de produção. 
 PIB per capita é o valor do PIB distribuído pelo total de habitantes de um determinado 
território. 
 IDH=Índice de Desenvolviment o Humano. Leva em consideração a renda per capita, a 
expectativa de vida e o grau de educação. 
Evolução IDH no Brasil (1980 – 2012) 
 
 
Fonte: Pnud / Relatório do Desenvolvimento Humano (2013) 
 4 
 
Participação da Indústria no PIB, em % 
 
Fonte: Folha.uol (2012) 
 
1.7 Cálculo do PIB 
Abordagem dos gastos 
Pela abordagem dos gastos o PIB é calculado por: 
PIB = C + I + G + X-M 
Onde: 
C = gastos com consumo pessoal (bens de consumo duráveis, bens de consumo não duráveis, 
os gastos de consumo de serviços).. 
I = investimento privado nacional bruto (todas as compras finais de capitais por parte das 
empresas, toda a construção, as variações de estoques) 
G = gastos do governo. 
X= exportações 
M = importações 
 
Nota 1: 
 5 
No Consumo das famílias não inclui compra de casa própria que é alocado em Investimento 
Privado (I) 
Nos gastos do governo não incluem os gastos com pagamentos de transferências públicas 
(seguridade social, assistência social, bolsa de estudos, etc.), 
Nos investimentos privados incluem as variações de estoques das empresas. 
 
Abordagem das receitas ou renda 
A abordagem de renda adiciona todos os salários, aluguéis, juros e rendimentos de lucro criadas 
na produção do produto. 
Abordagem dos gastos e receitas somam a mesma quantidade porque o dinheiro gasto em um 
produto é recebido como renda por outros. 
 
Abordagem do Valor Adicionado 
Valor Adicionado ou Valor Agregado é o valor que se adiciona ao produto em cada estágio de 
produção. O valor adicionado é calculado pela diferença entre a receita de vendas menos o custo 
dos bens intermediários. 
A Tabela abaixo apresenta o valor adicionado em cada um dos setores da cadeia de produção 
do setor automobilístico em um período e o calculo do PIB pela ótica do Valor Adicionado, neste 
caso igual a R$900. 
 
ETAPA/SETOR MINERADORA SIDERÚRGICA MONTADORA 
VENDAS EM MILHÕES (R$) 200 500 900 
COMPRAS INTERMEDIÁRIAS 
(MATÉRIA-PRIMA) EM MILHÕES (R$) 
0 200 500 
 VALOR ADICIONADO EM MILHÕES (R$) 200 300 400 
 
Valor adicionado = ∑ 200 + 300 + 400 = 900,0 
 
 6 
Problemas com o PIB 
Alguma atividade econômica (como, por exemplo, os trabalhos domésticos das donas de casa ) 
se dá fora dos mercados formais e, por conseguinte, está excluid́a tanto do PIB como do PNB. 
A classificação de algumas despesas pode parecer inconsistente. Vide nota 1 acima. 
 
2. Medindo o Custo de Vida (Indices de Preço ao Consumidor 
 
1.1 Definição 
 
Taxa de Inflação é a variação de preços da economia e pode ser medida pelas variações do 
deflator do PIB nos períodos t e t-1 (Pt e Pt-1). 
 
Se Pt é o nível médio de preços corrente e Pt-1 é o nível médio de preços há um ano atrás, a taxa 
de inflação durante o ano pode ser medida da seguinte forma: 
 
 
1.2. Relação entre variação de uma variável real e nominal; 
 
(1+ juros reais)= (1+ juros nominais)/ (1+ taxa de inflacao) 
 
(1+ var PIB real)= (1+ var PIB nominal)/ (1+ taxa de inflacao) 
(1+ var salario reais)= (1+ Var sal nominal)/ (1+ taxa de inflacao) 
 
Fórmula aproximada: 
Taxa de juros real = taxa de juros nominal – taxa de inflação 
 7 
 
Calculo do Indice de Preço ao Consumidor: 
A variação do nível de preços Pt = Pt-1né medida de forma aproxima pela cariação de preço de 
uma cesta básicade consumo onde: 
 
 Escolher uma cesta de bens e serviços (pesquisa de orçamentop familiar para saber as 
quantidades) 
 Coletar os preços em diversos periodos 
 Calcular o custo da cesta em diversos periodos 
 Escolher um periodo basico como referencia e o custo da cesta nesse periodo é 100. 
 Usando regra de tres, estabelecer a quanto corespondem os demais periodos. Estes sao 
os valores do indice. 
 
Exemplo: 
João só gasta em bananas (95 bananas por mês) e cerveja (50 garrafas por mês). A cesta 
relevante para João seria de 95 bananas e 50 cervejas. Em janeiro a banana custava R$0,50 e a 
cerveja R$ 2,50. Em fevereiro os preços eram R$ 0,60 e R$ 2,60, respectivamente. 
Considerando janeiro como base para o ińdice, qual seria o ińdice de fevereiro e a inflação para 
João? 
Custo da cesta de João em janeiro: 95x0,50 + 50x2,50 = 172,50 
Custo da cesta de João em fevereiro: 95x0,60 + 50x2,60 = 187,00 
Janeiro é o periodo base e corresponde ao indice de 100. 
Logo o indice de fevereiro por regra de tres é 
 
 
 Assima taxa de inflação foi de 108,4 -100 /100 = 8,4%. 
 8 
 
Nota 2: 
Assim a taxa de inflação pode ser medida pelas variações do deflator do PIB ou pela variações 
dos Indices de Preço ao Consumidor. Vale lembrar que num caso ou outro, as seguintes 
diferenças existem: o deflator inclui apenas os bens produzidos domesticamente e na 
composicao em que sao produzidos, se incorporando no PIB. O IPC mantem composicao fixa e 
concentra em bens consumidos (inclusive os importados) 
 
Indices de Preços Brasileiros 
Índices que usam cestas de bens comprados pelo consumidor 
– INPC e IPCA do IBGE – IPC-BR da FGV 
– IPC e FIPE da USP 
 
Índice com outras cestas 
– IPA da FGV coleta preços por atacado 
– INCC da FGV coleta custos dos insumos da construção civil 
– IGP média ponderada do IPC com o IPA e o INCC 
 
Variedade de Indices de Preços no Brasil 
Os diversos ińdices de preços foram construid́os ao longo do tempo com diferentes finalidades. 
O IPC-Fipe, por exemplo, foi criado pela Prefeitura Municipal de São Paulo com o objetivo de 
reajustar os salários dos servidores municipais. O IGP-M foi criado para ser usado no reajuste de 
operações financeiras, especialmente as de longo prazo, e o IGP-DI para balizar o 
comportamento dos preços em geral da economia. O INPC é o ińdice balizador dos reajustes de 
salário, enquanto o IPCA corrige os balanços e demonstrações financeiras trimestrais e 
semestrais das companhias abertas, além de ser o medidor oficial da inflação no paiś. Apesar 
dessa variedade, os ińdices calculados no paiś se classificam em três grupos principais: os 
 9 
ińdices de preços ao consumidor de cobertura nacional, apurados pelo Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatiśtica (IBGE) (http://www.ibge.gov.br); os ińdices gerais de preços apurados 
pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) (http://www.fgv.br) e o 
ińdice de preços ao consumidor de São Paulo, apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas 
Econômicas (http://www.fipe.com). 
Alguns Indices de Preço ao Consumidor: 
IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo: do IBGE (organismo do governo 
federal), foi criado para a correção de demonstrativos financeiros de companhias abertas (não se 
faz mais, esse tipo de correção foi extinto em 1996). A coleta é contínua e sistemática de 
variações de preços ao consumidor de famílias com renda até 40 salários mínimos. Os dados são 
coletados nas Regiões Metropolitanas de Belém, Recife, Fortaleza, Salvador, Belo Horizonte, Rio 
de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, e Brasília. São também coletados dados no 
município de Goiânia. Os dados são coletados entre o primeiro e o último dia do mês de 
referência, e a variação é divulgada entre os dias 8 e 12 do mês seguinte. 
IPC – Índice de Preços ao Consumidor: da FIPE (uma fundação ligada à USP – Universidade 
de São Paulo), é medido na cidade de São Paulo com base num consumidor com renda entre um 
e vinte salários mínimos. A cesta é baseada na POF – Pesquisa de Orçamento Familiar, do IBGE, 
em constante atualização. A pesquisa é feita entre o primeiro e o último dia do mês de referência, 
e divulgada entre os dias 10 e 20 do mês seguinte. É o mais tradicional indicador do custo de vida 
das famílias paulistanas e um dos mais antigos do Brasil, começou a pesquisar em janeiro de 
1939. 
IGP-M – Índice Geral de Preços do Mercado: da Fundação Getúlio Vargas (entidade privada), 
foi criado para a correção de alguns títulos do Tesouro Nacional e para depósitos bancários pós-
fixados com prazos acima de um ano. Depois, passou a ser utilizado para correções de contratos 
como aluguel e energia elétrica. É divulgado ainda no final do mês de referência porque a coleta 
é feita entre os dias 21 do mês anterior e o dia 20 do mês a que se refere. É composto por IPA – 
Índice de Preços por Atacado (60%), IPC – Índice de Preços ao Consumidor (30%) e o INCC – 
Índice Nacional de Custo de Construção (10%). A cada 10 dias é divulgada uma prévia parcial da 
variação mensal. 
ICV – Índice do Custo de Vida: do DIEESE, um organismo intersindical, mede só na cidade de 
São Paulo, e refere-se custo de vida de famílias com renda de 1 a 30 salários mínimos. Dividido 
em 3 estratos (com “s” mesmo, significa camada): 1 a 3 salários mínimos (1/3); até 5 salários 
mínimos (1/3); até 30 salários mínimos (1/3). 
 10 
INCC-DI – Índice Nacional de Custo de Construção, Disponibilidade Interna: da Fundação 
Getúlio Vargas (entidade privada) em convênio com a Caixa Econômica Federal (empresa 
pública), mede custo de construções habitacionais em 18 municípios: Aracaju, Belém, Belo 
Horizonte, Brasília, Campo Grande, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Goiânia, João Pessoa, 
Maceió, Manaus, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. Este é um 
dos três itens que compõem o IGP – Índice Geral de Preços, com 10% de participação. É aferido 
entre o primeiro e o último dia do mês e divulgado mais ou menos 20 dias depois. Existe uma 
modalidade de mercado (INCC-M), calculado entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês em 
referência, para a composição do IGP-M. 
 
 
Causas da Inflação: 
 
Inflação de demanda: Refere-se ao excesso de demanda agregada em relação à produção 
disponível de bens e serviços. A probabilidade de ocorrer inflação de demanda aumenta quando 
a economia está produzindo próximo do pleno emprego de recursos. Nessa situação, aumentos 
 11 
de demanda agregada de bens e serviços, com a economia já em plena capacidade, conduzem a 
elevações de preços, principalmente em setores de insumos básicos. Para combater um 
processo inflacionário de demanda, a política econômica deve basear-se em instrumentos que 
provoquem uma redução da procura agregada por bens e serviços (redução dos gastos do 
governo, aumento da carga tributária, arrocho salarial, controle de crédito, aumento das taxas de 
juros). 
 
Inflação de custos: A inflação de custos poder ser associada à inflação tipicamente de oferta. O 
nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos fatores importantes aumentam. 
Com isso, ocorre uma retração da produção, deslocando a curva de oferta para trás, provocando 
um aumento de preços no mercado. 
 As causas mais comuns dos aumentos dos custos de produção são: 
 Aumentos salariais: Um aumento das taxas de salários que supere os aumentos na 
produtividade da mão de obra acarreta um aumento dos custos unitários de produção, que são 
normalmente repassados aos preços dos produtos. 
 Aumentos do custo das matérias primas: Por exemplo, as crises do petróleo da década de 70, 
ao elevar sensivelmente os preços dessa matéria primam, provocaram um brutal aumento nos 
custos de produção, em particular nos custos de transporte e de energia com base no diesel. 
 Estruturas de mercado: A inflação de custos também está associada ao fato de algumas 
empresas, com elevado poder de monopólio ou oligopólio, terem condições de elevarem de 
elevar seus lucros acima da elevação dos custos de produção. 
 
Efeitos provocados por taxas elevadas de inflação 
 Os problemas decorrentes das altas taxas de inflação é que as variações de preços não 
ocorrem de forma simultânea o que gera insegurança e distorções. 
Uma das distorções provocadas pela inflação diz respeito à redução relativa do poder 
aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos, com prazos legais de reajustes. 
 12 
Nesse caso estão os assalariados que, com o passar do tempo, vão ficando com seus 
orçamentos cada vez mais reduzidos, até a chegada de um novo reajuste. 
 A distorção provocadapor altas taxas de inflação gera insegurança no empresário o que pode 
afetar o nível de investimentos que fica reduzido. 
 Pode afetar também o balanço de pagamentos. As elevadas taxas de inflação, em níveis 
superiores ao aumento de preços internacionais encarecem o produto nacional relativamente ao 
produzido externamente. 
Nas finanças públicas, a inflação tende a corroer o valor da arrecadação fiscal do governo, 
pela defasagem existente entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do imposto. Maior a 
inflação, menor a arrecadação real do governo. 
 
TEORIAS SOBRE INFLAÇÃO 
 
TEORIA MONETARISTA: a inflação é causada por excesso de moeda na economia. 
A equação da moeda temos que: 
M . V = P . Y M = volume de moeda ( meios de pagamento ) 
 V = velocidade de circulação da moeda ( número de transações ) 
 P = nível de preços 
 Y = pib real 
Se o pib real é constante (pleno empreg) a velocidade de moeda é constante o aumento do nível 
d epreços esta associada ao volume de moeda em circulação. 
 
Causa principal = déficit publico, que ocasiona emissão de moeda, gerando inflação. Hoje Banco 
Central não pode produzir moeda. 
 
TEORIA KEYNESIANA : os gastos públicos tem papel fundamental. 
 13 
O excesso de gastos públicos gera excesso ( aumento ) de demanda na economia, que gera 
pressão no mercado de fatores de produção ( mão de obra, matéria prima, bens de capital ), que 
gera aumento do preço destes fatores = inflação. 
 
O fator gerador é o tamanho do gasto público e não, necessariamente, o déficit. 
Remédio clássico : diminuição/ controle dos gastos públicos, havendo ou não déficit. 
 
Por outro lado, o aumento de gasto publico gera dinamismo na economia e certo grau aceitável 
de inflação. 
 
TEORIA ESTRUTURALISTA : afirma que os setores da economia crescem em ritmos diferentes, 
causando excesso de demanda em mercados em que a oferta não tem capacidade de resposta. 
P. ex. o crescimento acentuado da safra de grãos gera alta procura por meios de transporte que, 
não tendo oferta suficiente, aumentam os preços. 
Por esta teoria, cada grupo social tenta aumentar sua fatia no PIB, fazendo com que a soma das 
fatias seja maior que o próprio PIB. A acomodação desta luta é a inflação ( salários x lucros x 
preços ). 
 
TEORIA INERCIALISTA : atribui-se ao processo de indexação a manutenção da inflação. 
Remédio clássico : congelamento de preços e salários, com simultânea troca de moeda ( para 
esquecer a memória da inflação ) 
 
IMPORTANTE: nunca ocorre inflação com causa única. Sempre há uma conjugação de fatores e 
causas múltiplas. Esta situação é a responsável pela dificuldade de combater, com sucesso, 
picos inflacionários. 
 
 14 
A Política econômica brasileira de combate à inflação 
 A inflação tornou-se crônica na economia brasileira a partir dos anos 50, várias eram as 
explicações para o surgimento dos déficits governamentais. De um lado, a necessidade de o 
governo fornecer a infra-estrutura de transportes, energia, saneamento etc., para que o setor 
privado pudesse produzir o volume de bens e serviços do governo e a conseqüente ineficiência 
na aplicação de seus recursos, associadas à impossibilidade do o governo aumentar a carga 
tributária (e, portanto a sua receita), dada o baixo nível de renda per capita da população. 
 O governo não podia aumentar os impostos para financiar o desenvolvimento econômico, fez 
a opção pela emissão de dinheiro. Com isso gerou-se uma típica inflação de demanda: quanto 
mais dinheiro circulava, maiores eram as compras, relativamente a uma capacidade produtiva 
que não tinha condições de crescer no curto prazo. 
 O período de 1968 a 1973 foi o do milagre econômico, com elevadas taxas de crescimento 
obtidas na economia brasileira. Com o crescimento da produção, a taxa de inflação passou de 
25,4 %, em 1968, para 15,7%, em 1973. 
 A partir de 1973, a crise do petróleo trouxe repercussões profundas na economia mundial, e, 
desde essa data, a economia brasileira passou apresentar taxas de inflação crescente. 
 O principal mecanismo de política econômica de combate à inflação para a corrente liberal 
estava na redução da demanda agregada, através da redução dos gastos do governo, de uma 
política salarial mais restritiva e do controle da oferta monetária (razão pela qual os economistas 
ortodoxos são também chamados monetaristas). 
 Alguns teóricos constataram que a partir de março de 1986, foi mudado o diagnóstico sobre a 
inflação brasileira, ou seja, todos os negócios, contratos, etc. eram firmados com base num índice 
que procurava garantir a correção monetária dos valores envolvidos. Dessa forma, todos aos 
aumentos de preços eram captados pelo índice, e automaticamente eram repassados para todos 
os demais preços da economia, gerando um processo automático de realimentação da inflação. A 
esse fenômeno auto-alimentador denomina-se inflação inercial. 
 15 
 A inflação inercial seria provocada, fundamentalmente, pelos mecanismos de indexação formal 
(salários, aluguéis, contratos financeiros), e indexação informal (preços em geral, impostos, e 
tarifas públicas). 
 Foi com esse diagnóstico inercialista, que o Plano Cruzado procurou romper com esse 
mecanismo de propagação da inflação, congelando os preços, salários e o câmbio (a chamada 
política heterodoxa), numa tentativa de eliminar a “memória” inflacionária. 
 O Plano Cruzado teve vida efêmera. Muitas foram suas falhas, a começar pela manutenção 
do congelamento por um período muito longo (9 meses). Quando foi implantado, os preços 
relativos encontravam-se fora do equilíbrio, e muitos preços estavam defasados, o que provocou 
o aparecimento do ágio e a maquiagem de muitos produtos. Por ocasião do descongelamento, no 
início de 1987, com o chamado Plano Cruzado II, houve uma nova aceleração inflacionária. 
 Outro planos, como o Plano Bresser e o plano Verão, ainda durante o Governo Sarney, e 
mais tarde o Plano Collor, também utilizaram o congelamento de preços e salários para tentar 
conter o processo inflacionário brasileiro. 
 O Plano Collor, de março de 1990, foi o mais ousado na prática de inconstitucionalidades , ao 
promover um bloqueio total nos ativos mantidos pelos agentes econômicos juntos às instituições 
financeiras. 
 Em 1994, no Governo Itamar Franco, implementou-se o Plano Real, este por sua vez 
reconheceu que as causas da inflação brasileira estavam no desequilíbrio do setor público e nos 
mecanismos de indexação. Numa primeira etapa procurou-se equilibrar o orçamento público por 
meio da criação do IPMF, que incidia sobre as transações bancárias. Numa segunda etapa 
processou-se a quase total desindexação da economia, através da mudança da moeda: 
passagem do cruzeiro real para URV e desta para uma nova unidade monetária, o real, de forma 
muita bem sucedida. 
 
 
 
 16 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. Desemprego 
Tipos de desemprego 
 Desemprego conjuntural ou ciclico: está associado a baixa atividade economica. 
 Desemprego estrutural ou tecnologico: aquele em que a vaga do trabalhador foi substituid́a 
por máquinas ou processos produtivos mais modernos. 
 Desemprego friccional ou natural: É aquele que ocorre na transição de um tipo de 
emprego para outro. Pessoas que perderam o emprego não encontram sempre outro no 
momento imediatamente seguinte; há uma “fricção”, uma dificuldade de adaptação e de 
informação até ocorrer a recolocação. 
 
Taxa de desemprego natural (plenoemprego) 
 Segundo os preceitos da economia neoclássica, o desemprego natural é a taxa para a qual 
uma economia tende no longo prazo sendo compatível com o estado de equilibrio de pleno 
emprego e com ausencia de inflacao. 
 Nessa taxa só existe o desemprego friccional. (nao existe desemprego estrutural ou 
conjuntural). 
 
Por que sempre existe um desemprego mesmo quando a economia vai bem? 
 Tempo que leva para os trabalhadores para procurar emprego que melhor se adequa ao 
seu gosto e habilidades. 
 17 
 Leis do salário mínimo 
 Poder dos sindicatos mercado. 
 A quarta razão para o desemprego é sugerido pela teoria dos salários de eficiência. Altos 
salários podem melhorar a saúde do trabalhador, reduzir a rotatividade dos trabalhadores, 
aumentar o esforço do trabalhador e aumentar a qualidade dos trabalhadores.Quando o 
salário mínimo é fixado acima do nível que equilibra a oferta e a demanda, cria 
desemprego. 
Taxa de desemprego: 
 A taxa de desemprego representa o percentual da força de trabalho que está 
desempregada. 
ut = U/L, onde: 
U é o número de indivíduos desempregados; 
L é o número de indivíduos na força de trabalho; 
L é igual ao número de individ́uos desempregados mais o número de individ́uos 
empregados (N), de modo que L = U + N 
 
Taxa de Desemprego = Desempregados / Força de trabalho 
Para ser contado como desempregado, um individ́uo: 
(1) deve não ter um emprego; E 
(2) deve ter procurado trabalho nas últimas quatro semanas. 
Os individ́uos desempregados que cessam de procurar trabalho não mais serão contados como 
parte da força de trabalho. Esses individ́uos são chamados trabalhadores desalentados. 
 
A taxa de participação na força de trabalho = força de trabalho / população adulta 
 A PIA (população em idade ativa) representa o conjunto das pessoas acima do limite 
mińimo (15 anos) e abaixo do limite máximo (64 anos) de acesso ao mercado de trabalho. 
Esses limites são definidos pela legislação em vigor. 
 18 
 Nem todas as pessoas em idade de trabalhar são consideradas integrantes da força de 
trabalho. Uma parte não está em condições de participar do mesmo, por razões de saúde 
fiśica ou mental, invalidez, etc. Outra parte está desinteressada: são as donas de casa, os 
estudantes bolsistas ou sustentados pela famiĺia durante o periódo de estudo e outros 
grupos semelhantes. 
 
Medição 
 A PME é uma pesquisa de periodicidade mensal sobre mão-de-obra e rendimento do 
trabalho. 
 Os dados são obtidos de uma amostra probabilística de, aproximadamente, 38.500 
domicílios situados nas Regiões Metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio 
de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. 
 A taxa de desemprego nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou em 5,7% em março 2013. A população 
desocupada somou 1,4 milhão. A população ocupada ficou em 23 milhões. De acordo com 
o IBGE, o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado chegou a 11,4 
milhões.