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i UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE QUÍMICA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ANALÍTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM QUÍMICA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Desenvolvimento de um Sistema Voltamétrico Microfluídico Mário Henrique Montazzolli Killner* Orientador: Prof. Dr. Jarbas José Rodrigues Rohwedder *Bolsista CAPES Campinas – SP Outubro – 2007 ii FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE QUÍMICA DA UNICAMP Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 iv Dedico este trabalho aos meus pais Kátia Maria G. M. Killner (in memorian) e Isac Killner. Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 v Imagine não existir céu É fácil se você tentar Nenhum inferno abaixo de nós E acima apenas o espaço Imagine todas as pessoas Vivendo para o hoje Imagine não existir países Não é difícil de fazê-lo Nada para matar ou por morrer E nenhuma religião Imagine todas as pessoas Vivendo em paz Imagine não existir posses Surpreenderia-me se você conseguisse Inexistir necessidades e fome Uma irmandade humana Imagine todas as pessoas Partilhando o mundo Você pode falar que eu sou um sonhador Mas não sou o único Desejo que um dia você se junte a nós E o mundo, então, será como um só (Imagine, John Lennon) Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 vi AGRADECIMENTOS A Deus pela vida. À minha mãe Kátia Maria G. M. Killner e meu pai Isac Killner pela vida, educação e por me permitirem experimentar a forma mais intensa do amor. Ao Prof. Dr. Jarbas J. R. Rohwedder pela orientação, dedicação ao trabalho, paciência e prazerosos momentos de discussão em que me ensinou a refletir sobre a ciência química. À minha Tia Sueli e família (Gerson, Sérgio e Júlia) e minha avó Lady pelo apoio, amor e carinho. À Betina Minchin pelo amor e por muito me ajudar em meus estudos e vida. Aos amigos Juracy e Beth Minchin pela amizade e carinho. Ao governo brasileiro, em especial a Capes, pelo financiamento da bolsa de mestrado. Ao Prof. Msc Jéferson Moriconi (Universidade Estadual de Londrina) pela amizade e por me apresentar a química analítica. Ao Prof. Msc. Alexandre Fonseca pela amizade e colaboração com o trabalho. Ao Prof. Dr. Ivo M. R. Jr., Prof. Dr. Luiz Otávio e Élcio de Souza pela colaboração com o trabalho. Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 vii Aos amigos José Paulo Garcia Pedriali e Gustavo Garcia Cid por todo o apoio. Aos amigos José Henrique F. Gomes, Bruno Lomba, Diego Soutello, Diogo Berbel, Lucas Niero, Luigi Picelli, Matheus Niero, Paulo Henrique Março, Pedro Tozzoni, Rodolfo Carnelocce e Vinicius Kochinski pela amizade e companheirismo. Aos amigos do laboratório Rafael, Fabiano, Claudete, Eliane, Thiago, Ismael, Daniel, Célio, Greice, Lorena, Anderson, Juliano, Aloísio, Marco, Matheus, Kássio, Emerson, Camila, Sabrina, Odair, Claudia, Nívea, Ney, Juliana, Lucas e Flávia. Aos amigos e companheiros de república André, Aroldo, Bruno, Eduardo, João Marcos, Heronides, Marcelo, Matias, José Paulo, Renato, Rodrigo e Rogério. Ao amigo Natalício F. Leite (Instituto Tecnológico do Paraná) pela ajuda no final do mestrado. A todos os colegas e funcionários do Instituo de Química da Unicamp que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização do trabalho. Em particular à Bel (CPG) e aos amigos Marco, Paulo, Anderson, Pimpim, Manoel e Zé Luís. A todos os cientistas que habitaram e habitam a terra, e com suas inquietantes dúvidas, curiosidades e filosofias colaboram para a construção de um mundo melhor. Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 viii CURRICULUM VITAE Mário Henrique Montazzolli Killner Dados Pessoais Filiação Data de nascimento Nacionalidade Estado civil E-mail Formação Acadêmica 1- Graduação Curso Instituição Período 2- Mestrado Departamento Título da dissertação Instituição Orientador Período Produção científica 1- Iniciação Científica Local Título Orientador Período 2- Participações em Eventos 2.1- Título do evento Local Título do trabalho Kátia Maria G. M. Killner e Isac Killner 15 de dezembro de 1982 Brasileira Solteiro mariokillner@hotmail.com Bacharelado em Química Universidade Estadual de Londrina Março de 2000 a janeiro de 2004 Química Analítica Desenvolvimento de um Sistema Voltamétrico Microfluídico Universidade estadual de Campinas Jarbas José Rodrigues Rohwedder Março de 2004 a outubro de 2007 Centro de Ciências Exatas, departamento de Química – Universidade Estadual de Londrina Avaliação da capacidade de pré-concentração de cádmio pela biomassa fúngica do Pleurotus ostreatos Prof. Msc Jéferson Moriconi Junho de 2003 a janeiro de 2004 29ª Reunião da Sociedade Brasileira de Química Águas de Lindóia, SP Construção de um Microssistema Voltamétrico para Análise em fluxo Empregando um Polímero a Base de Poliuretana Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 ix 2.2- Título do evento Local Título do trabalho 2.3- Título do evento Local Título do trabalho Experiência Profissional Cargo Função Empresa Período 28ª Reunião da Sociedade Brasileira de Química Poços de Caldas, MG Construção de um microssistema voltamétrico para análise em fluxo Encontro Nacional de Química Analítica Campinas, SP Avaliação de progênies, variedades e espécies do gênero Coffea quanto ao teor de cafeína Químico Químico Analítico do laboratório de resíduos de pesticidas Instituto Tecnológico do Paraná – TECPAR Junho de 2006 até data atual Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 x RESUMO DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA VOLTAMÉTRICO MICROFLUÍDICO Mestrando: Mário Henrique Montazzolli Killner Orientador: Jarbas José Rodrigues Rohwedder O presente trabalho descreve o desenvolvimento de um sistema voltamétrico microfluídico, de um potenciostato de baixo custo e de um programa computacional para controle do potenciostato e aquisição de dados. O sistema voltamétrico microfluídico foi confeccionado empregando dois fotopolímeros, sendo um sólido e outro líquido. Foi também avaliado o uso de uma resina acrílica. Técnica de litografia utilizando radiação UVA foi empregada para a confecção dos protótipos. O fotopolímero líquido, a base de uretano-acrilato, apresentou as melhores características como flexibilidade, fácil manuseio e boa selagem dos canais analíticos. Estes canais foram confeccionados com largura de 600 µm e profundidade de 100 µm. O eletrodo de trabalho foi construído empregando um fio de platina de 75 µm de diâmetro e 1,5 mm de comprimento. Uma agulha de aço inox de 13 mm de comprimento e 0,45 mm de diâmetro foi empregada como eletrodo auxiliar e um fio de prata de 600 µm de diâmetro e 2,0 mm de comprimento recoberto com cloreto de prata foi utilizado na construção do eletrodo de referência. Os resultados de voltametria cíclica para soluções de diferentes concentrações de FeK4(CN)6 obtidos utilizando o sistema desenvolvido foram semelhantes àqueles obtidos empregando um potenciostato comercial. A determinação de Pb(II) em uma amostra certificada (452,2 µg L-1) apresentou um erro relativo de –3,9% e desvio relativo de 2,0% (n=3) empregando voltametria de redissolução anódica com varredura de onda quadrada. Construção de um sistema voltamétrico microfluídico Dissertação de Mestrado - 2007 xi ABSTRACT DEVELOPMENT OF A MICROFLUIDIC VOLTAMMETRIC SYSTEM Candidate: Mário Henrique Montazzolli Killner Supervisor: Jarbas José Rodrigues RohwedderThe present work describes the development of a microfluidic voltammetric system, a low cost potentiostat, and a software used for data acquisition and control of the potentiostat. The microfluidic voltammetric system was formed using two photopolymers, one solid and one liquid. In addition, the use of an acrylic resin was evaluated. The photolitography using UVA radiation was used for the fabrication of prototypes. The liquid polymer of urethane-acrylate showed better characteristics such as flexibility, easy manipulation and good sealing of the analytical channels. The analytical channels were 600 ?m width and 100 ?m depth. The work electrode was made of a platinum wire of 75 ?m of diameter and 1,5 mm of length. A stainless steel needle 13 mm long and with 0,45 mm of diameter was employed as auxiliary electrode and a silver wire of 600 ?m of diameter and 2,0 mm long covered with AgCl was employed as reference electrode. The results obtained using Cyclic Voltammetry for solutions of different concentrations of FeK4(CN)6 and the developed system were similar to those obtained using a commercial potentiostat. The determination of Pb(II) in a certificated sample of water (452,2 ?g L-1) showed a relative error of –3,9% and a relative standard deviation of 2,0% (n=3) employing anodic stripping voltammetry and square wave potential scan. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE xii ÍNDICE Índice de Figuras............................................................................................xv Índice de Tabelas............................................................................................xx Lista de Abreviaturas.....................................................................................xxi I. INTRODUÇÃO..................................................................................................1 I.1 Microssistemas de Análise Total (µ-TAS)....................................................2 I.2 Materiais e Técnicas Utilizados na Construção dos µ-TAS.........................4 I.2.1 Técnicas Empregadas na Fabricação de Microssistemas em Silício, Vidro ou Quartzo........................................................................5 I.2.1.1 Fotolitografia com Corrosão por via Úmida...................................5 I.2.1.2 Fotolitografia com Corrosão por via Seca.....................................7 I.2.2 Substratos a base de polímeros utilizados no desenvolvimento dos µ-TAS..............................................................................................8 I.2.3 Técnicas Empregadas na Fabricação de Microssistemas em Polímeros...............................................................................................9 I.2.3.1 Moldagem por Pressão a Quente................................................10 I.2.3.2 Moldagem por Injeção..................................................................11 I.2.3.3 Ablação a Laser...........................................................................11 I.3 Técnicas Eletroquímicas............................................................................13 I.3.1 Técnicas Voltamétricas........................................................................13 I.3.2 Técnicas de Pulso................................................................................14 I.3.3 Voltametria de Onda Quadrada (SWV)...............................................15 I.3.4 Técnicas de Redissolução Anôdica.....................................................16 I.3.5 Eletrodos..............................................................................................18 I.3.5.1 Eletrodos de Filme de Mercúrio (MFE)...................................................18 I.4 Microssistemas Eletroquímicos....................................................................19 II. OBJETIVOS..................................................................................................22 III. PARTE EXPERIMENTAL............................................................................23 ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE xiii III.1 Reagentes e Soluções.............................................................................23 III.2 Instrumentação e Eletrodos.....................................................................24 III.2.1 Potenciostato.....................................................................................24 III.2.2 Eletrodos............................................................................................24 III.2.3 Avaliação do Potenciostato e do Ultramicroeletrodo de Platina.........25 III.2.3.1 Voltametria Cíclica.....................................................................25 III.2.3.2 Voltametria de Onda Quadrada.................................................26 III.3 Construção do Sistema Voltamétrico Microfluídico..................................27 III.3.1 Sistema Voltamétrico Microfluídico com Fotopolímero Líquido..........31 III.3.2 Avaliação dos sistemas voltamétricos microfluídicos.........................32 III.3.2.1 Avaliação do Sistema Voltamétrico Microfluídico Construído com o Fotopolímero sólido........................................................32 III.3.2.2 Avaliação do Sistema Voltamétrico Microfluídico Construído com o Fotopolímero líquido.......................................................32 III.4 Determinação de Pb em Águas Residuais empregando o microssitema Voltamétrica desenvolvido................................................34 IV. RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................35 IV.1 Instrumentação Eletroquímica Desenvolvida...........................................35 IV.1.1 Potenciostato.....................................................................................35 IV.1.2 Programa Computacional..................................................................38 IV.1.3 Avaliação da Instrumentação Desenvolvida......................................44 IV.1.3.1 Voltametria Cíclica.....................................................................44 IV.1.3.2 Voltametria de Redissolução Anódica com Varredura de Onda Quadrada....................................................................48 IV.2 Construção dos Sistemas Voltamétricos Microfluídicos..........................50 IV.2.1 Construção do Sistema Voltamétricos Microfluídicos Empregando Fotopolímero Sólido.....................................................51 IV.2.2 Resina Acrílica...................................................................................58 IV.2.3 Fotopolímero Líquido.........................................................................59 IV.3 Microscopia Eletrônica de Varredura dos Sistemas Confeccionados com os Fotopolímeros Sólido e Líquido.................................................67 ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE xiv IV.4 Determinação de Pb em Águas Residuais empregando o Sistema Voltamétrico Microfluídico Desenvolvido..................................69 V. CONCLUSÕES.............................................................................................74 VI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................76 ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE DE FIGURAS xv ÍNDICE DE FIGURAS. Figura 1 – Elementos Básicos de um Microssistema de Análise Total. Figura 2 – Fluxograma para a fotolitografia com corrosão por via úmida. Detalhes no texto. Figura 3 – Representação de canais formados através de processos: (a) Anisotrópicos e (b) Isotrópicos . Figura 4 - Técnica de prototipagem por pressão à quente: (a) Empregando fiometálico e (b) Empregando molde em silício. Figura 5 - Processo de fabricação por ablação à laser. Figura 6 – Formas dos sinais de onda mais comumente usados em voltametria. Figura 7 – (a) Forma de aplicação do potencial na Voltametria de Onda Quadrada. (b) Sinais de corrente obtidos a partir da Voltametria Onda Quadrada. Figura 8 – Programa de Potencial para a Voltametria de Redissolução Anódica para uma espécie eletroativa M+. Figura 9 – Esquema da instrumentação utilizada na primeira etapa do trabalho; A- Microcomputador, B- Interface ADC 8111, C- Potenciostato construído e D- Célula eletroquímica contendo os eletrodos de trabalho (WE), de referência (RE) e auxiliar (AE). Figura 10 – Processo fotolitográfico utilizado na fabricação dos microcanais, empregando os fotopolímeros . Figura 11 – Vista superior da expositora UVA, com A- Sistema elétrico para acionamento e alimentação das lâmpadas, B- Suporte em madeira para delimitar a área de exposição do fotopolímero, C- Lâmpadas UVA e D- Mini Exaustor. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE DE FIGURAS xvi Figura 12 – Processo utilizado na fabricação dos microcanais com resina acrílica. Figura 13 – (A) Imagem do sistema voltamétrico confeccionado com o fotopolímero Dupont®, onde: 1-Entrada para o canal analítico; 2- Saída para o descarte; 3- entrada de eletrólito para o eletrodo de referência. PS-Junção líquida do eletrodo referência. (B) Esquema mostrando a disposição dos eletrodos no microssistema voltamétrico. Figura 14 – Processo de confecção do sistema voltamétrico microfluídico confeccionado e selado com fotopolímero líquido. Figura 15 - Potenciostato desenvolvido, A a D- Amplificadores Operacionais LF 356; CE- Célula Eletroquímica, onde, AE- eletrodo auxiliar, RE- eletrodo de referência e WE- eletrodo de trabalho; CH- Chave analógica ADG 201ACJ. Figura 16 – Esquema eletrônico utilizado para acionamento das válvulas solenóides, RL1- Válvula solenóide e D1- Diodo de proteção (1N1117). Figura 17 – Janela de controle para a técnica de Voltametria Cíclica. Figura 18 – Janela de controle para a técnica de Voltametria de Redissolução com Varredura de Onda Quadrada. A-) Corrente direta e reversa ; B-) Corrente resultante. Figura 19 – (A) Aplicação dos pulsos direto e reverso ao eletrodo de trabalho durante uma Varredura de Onda Quadrada, onde: T = Período de aplicação dos pulsos de potencial, h = amplitude dos pulsos e P = Amplitude da escada de Potencial utilizada. (B) Leitura da corrente gerada na célula eletroquímica durante a aplicação de dois pulsos consecutivos de potencial, onde: ir = Corrente reversa e id = Corrente direta. A área sombreada mostra o instante onde a razão iF/ic é máxima. Figura 20 – Janela responsável pela Voltametria de Onda Quadrada, com a sub-rotina utilizada para a análise da corrente gerada na célula eletroquímica destacada em rosa. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE DE FIGURAS xvii Figura 21 – Voltamograma de Onda Quadrada para 1,0 mg L-1 de Pb(II) e em destaque, todos os valores de corrente amostrados no intervalo de -0,6 a -0,2 V. Figura 22 – Visualização ampliada da região selecionada na Figura 21 para a aplicação de 3 pulsos de potencial próximos ao pico de oxidação do Pb. Figura 23 – Voltamogramas para a solução de FeK4(CN)6 em NaNO3 1,0 mol L- 1 . Potencial inicial e final 0,0 V potencial de inversão 0,8 V e velocidade de varredura 25 mV s-1. A-) Sistema desenvolvido e B-) Sistema Comercial. Figura 24 – Voltamogramas obtidos com o sistema desenvolvido após pré- tratamento empregando o método de Alisamento com Média Móvel (n = 5). Figura 25 – Curvas de resposta para os sistemas avaliados empregando a mesma célula eletroquímica. Em (A) para o sistema comercial e em (B) para o sistema proposto. Figura 26 - Correntes de pico para a oxidação de Hg (0,5 V) depositado em um ultramicroeletrodo de Pt com comprimento igual a 2,0 cm Vs tempo de deposição. Figura 27 - Voltametria de Redissolução Anôdica com Varredura de Onda Quadrada para Cd(II), Pb(II) e Cu(II), obtidas para diferentes tempos de deposição dos metais. A-) Com pré-deposição de filme de Hg em 0,1 V por 10 s e posterior redução dos metais em -0,8 V. B-) deposição simultânea dos metais e filme de Hg em –0,8 V. Soluções dos metais 12 mg L-1. Solução de Hg(II) 1,0.10-3 mol L-1. Figura 28 – Primeiro projeto proposto para a microcélula voltamétrica, onde: � largura do canal analítico 600 µµµµm e � largura do canal do eletrodo de referência ( ponte salina) 150 µµµµm. Figura 29 – A- Esquema da primeira microcélula voltamétrica fotogerada. Onde : 1,2-) Agulhas de aço-inox para entrada das soluções no canal analítico e descarte, respectivamente; 3-) Agulha de aço-inox responsável ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE DE FIGURAS xviii pela entrada de solução de KCl no compartimento do RE; PS-) Ponte salina; WE-) Eletrodo de trabalho; AE-) Eletrodo auxiliar. B-Esquema mostrando a introdução dos eletrodos na microcélula voltamétrica preparada em Fotopolímero sólido. Figura 30 – Segundo projeto para a microcélula voltamétrica com redução das dimensões do reservatório do RE. As demais dimensões são as mesmas discutidas na Figura 29. Figura 31 – Terceiro projeto para a microcélula voltamétrica. Neste caso o reservatório do ER e o canal da ponte salina foram dispostos em uma inclinação de 45°. As demais dimensões são as mesmas discutidas na Figura 29. Figura 32 – Voltamogramas de Redissolução Anódica com SWV para Pb(II). Corrente de pico de oxidação Vs Tempo de deposição. Figura 33 – Esquema do projeto empregado para a confecção do sistema voltamétrico microfluídico empregando o fotopolímero líquido 1- Agulha de aço-inox para introdução de solução de eletrólito suporte ou de tampão. 2 e 3- Agulhas de aço-inox para introdução de amostra ou soluções padrão 4- Agulha de aço-inox utilizada para introdução de KCl no reservatório do eletrodo de referência. 5-Fio de Nylon, 6-Fio de platina (WE), 7- Fio de prata recoberto com AgCl. 8- agulha de aço-inox empregada como eletrodo auxiliar para o descarte das soluções. 9- Canal empregado como ponte salina (PS). 10- Abertura laterais para a introdução dos eletrodos. C- comprimento do eletrodo de trabalho. Figura 34 – Sistema voltamétrico microfluídico confeccionada com o fotopolímero M50-LBS. Onde: WE- Eletrodo de trabalho; RE- Eletrodo de referência; 1- Entrada do canal analítico; 2- Canal da amostra; 3- Entrada da solução de KCl para o ER; 4- AE e descarte; 5- Fio de nylon para fechar canais laterais onde foi inserido o WE. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE DE FIGURAS xix Figura 35 – Voltamogramas cíclicos para a solução FeK4(CN)6 concentração entre 0,5 a 2,0 mmol L-1 contendo NaNO3 1 mol L-1 empregando o sistema voltamétrico microfluídico confeccionado com o fotopolímero líquido. Figura 36 – Voltamogramas Cíclicos para o sistema confeccionado e selada com o fotopolímero M50-LBS, onde a concentração de FeK4(CN)6 variou de 0,5 a 2,0 mmol L-1, após processamento matemático “smoothing” no programa computacional OriginLab 6.0. Figura 37 – Curva analítica construída com os voltamogramas da Figura 36. Figura 38 – Curva da corrente de pico para a oxidação do filme de Hg utilizando Voltametria de Redissolução Anôdica com Varredura de Onda Quadrada, para o sistema desenvolvido com o fotopolímero M50-LBS. Figura 39 - Voltamogramas de Redissolução Anôdica com Varredura de Onda Quadrada a- Pb(II) e b- Cd(II). Potencial de depósito -0,8 V. Tempo de depósito 480 seg. Figura 40 – MEV para os sistemas confeccionados, (a) Microcanais formados no fotopolímero sólido e (b) Microcanais formados no fotopolímerolíquido. Figura 41 – MEV para o sistema confeccionado e selado empregando o fotopolímero líquido A e B- Imagem da placa da região próxima a ponte salina ante da selagem do sistema. C- Imagem mostrando um corte transversal do canal analítico após a selagem. Figura 42 – Esquema de fluxo utilizado para a determinação de Pb(II) empregando o sistema voltamétrico microfluídico BP- Bomba Peristáltica. CI- solução tampão acetato. CII- amostra com tampão acetato e Hg(II) CIII- solução de KCl. BS I, BS II e BS III- Válvulas solenóides. Figura 43 – Voltamogramas de SWASV obtidos para análise de Pb(II) para amostra certificada pelo método de adição de padrão. Figura 44 – Curva de adição padrão para a determinação de Pb(II) em amostra certificada empregando o sistema voltamétrico microfluídico. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ÍNDICE DE TABELAS xx ÍNDICE DE TABELAS. Tabela 1 - Equações das curvas de calibração dos voltamogramas apresentados na Figura 27. i(A) corrente de pico em ampéres. Tdes(s) tempo de depósito em Segundos. Tabela 2 – Equações e parâmetros analíticos que descrevem a curva analítica estudada para os dois metais, extraídas da Figura39. Tabela 3 – Resultado para a determinação de Pb(II) na amostra certificada G1A003-04 do programa de ensaios proficiência do Senai. Valor certificado 452,2 �g L-1. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? LISTA DE ABREVIATURAS xxi LISTA DE ABREVIATURAS - A/D: Conversor analógico/digital. - a: Altura da escada de potencial. - AA: Absorção Atômica. - AE: Eletrodo auxiliar. - ASV: Voltametria de redissolução anódica. - cc: Corrente contínua. - CV: Voltametria cíclica. - D/A: Conversor digital/analógico. - DME: Eletrodo gotejante de mercúrio. - Eapl: Potencial aplicado. - GFAAS: Espectrometria de absorção atômica com forno de grafite. - HDME: Eletrodo de gota pendente de mercúrio. - ICP OES: Espectrometria de emissão óptica em plasma indutivamente acoplado. - LD: Limite de detecção. - LIGA: Litografia, galvanoplastia e moldagem. - MEV: Microscopia eletrônica de varredura. - MFE: Eletrodo de filme de mercúrio. - PMMA: Polimetil metacrilato. - RE: Eletrodo de referência. - SWASV: Voltametria de redissolução anódica com varredura de onda quadrada. - SWV: Voltametria de onda quadrada. - t: Período. - TAS: Sistemas de análise total. - tdep: Tempo de depósito. - TNT: Trinitrotolueno. - TTL: Lógica transistor-transistor. - UME: Ultramicroeletrodo. - UV: Radiação Ultravioleta. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? LISTA DE ABREVIATURAS xxii - UVA: Radiação ultravioleta compreendida entre 320-400 nm. - WE: Eletrodo de trabalho. - ∆∆∆∆Es: Incremento de potencial. - µµµµTAS: Microssistemas de análise total. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 1 I. INTRODUÇÃO O grande desenvolvimento tecnológico ocorrido nas últimas décadas trouxe a necessidade de um controle cada vez mais rigoroso dos recursos naturais, tais como solos, rios, lagos, entre outros, devido ao grande aumento de resíduos industriais descartados no meio ambiente. Dentre os efluentes industriais de maior toxicidade os íons metálicos tóxicos merecem especial atenção, devido à sua ampla utilização e por apresentarem características tais como: - Grande potencial tóxico até mesmo em baixas concentrações, como por exemplo, Cd, Pb e Hg. - São biologicamente não degradáveis. - Podem acumular-se em solos, sedimentos e plantas, além de outros organismos vivos, sendo transportados por águas naturais (rios, lagos, lençóis freáticos e águas marinhas) e até mesmo na atmosfera, através de material particulado [1]. - Podem danificar toda e qualquer atividade biológica. Por exemplo, todos os sistemas enzimáticos são potencialmente susceptíveis aos íons metálicos tóxicos [2]. Tais características mostram a necessidade do desenvolvimento de técnicas e instrumentos analíticos simples, rápidos, de baixo custo e capazes de monitorarem in situ a disposição dos íons metálicos na natureza, bem como o descarte de resíduos industriais, visto que a análise destes metais em águas naturais são normalmente realizadas com técnicas espectroscópicas tais como absorção atômica (AA), ICP OES e fluorimetria, que apresentam alto custo de instrumentação e requerem um maior tempo de análise por necessitarem dos procedimentos de coleta e envio da amostra ao laboratório para as análises, além da necessidade de mão de obra especializada [1,3,4]. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 2 I.1 Microssistemas de Análise Total (µµµµ-TAS) O interesse pelo monitoramento contínuo de um parâmetro químico, usualmente a concentração de uma espécie química cresce continuamente. No entanto a espécie química de interesse é geralmente acompanhada de espécies interferentes que dificultam o seu estudo direto, devido à inexistência de um sensor químico específico ideal, insensível à presença de interferentes. Com o intuito de sanar este problema analítico foi introduzido o conceito de Sistema de Análise Total (TAS, sigla do inglês “Total Analysis System”), que é um sistema capaz de periodicamente transformar uma informação química em informação eletrônica, além de executar etapas de amostragem, transporte da amostra, qualquer reação química necessária à análise ou mesmo separações cromatográficas a fim de minimizar os efeitos causados por espécies interferentes na análise [5]. Com tudo, o desenvolvimento da microeletrônica moderna possibilitou o aparecimento de uma nova classe de sistemas de análise em uma escala micrométrica, os chamados Microssistemas de Análise Total (µ-TAS). Estes sistemas microfluídicos incorporam os componentes fundamentais e as funcionalidades de um instrumento típico de laboratório em um pequeno chip, similar a um circuito integrado, funcionando como um sistema de análise e sendo ainda capaz de executar procedimentos prévios com a amostra próximo ao local da medida [5-7]. A miniaturização de Sistemas de Análise Total para o desenvolvimento dos chamados Microssistemas de Análise Total têm crescido continuamente [10], desde o aparecimento dos primeiros sistemas microfluídicos como o analisador por cromatografia gasosa confeccionado em silicone na Universidade de Stanford em 1979 e a impressora ink-jet fabricada pela IBM também em 1979 [8,9,11]. No entanto, somente no início da década de 90 foi introduzido no meio acadêmico o conceito de microssistema de análise total pela publicação do trabalho de Manz et al na Revista Sensors and Actuators [5,8,12]. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 3 A idéia da criação dos µ-TAS foi possível não somente pelos avanços na fabricação dos microcanais (microfluídica), mas também pelos avanços da microeletrônica e pelo desenvolvimento das microbombas piezoelétricas e microválvulas. Estes avanços possibilitam a integração destes dispositivos com os sensores químicos formando um completo microssistema para análises químicas, podendo ser dividido em quatro subsistemas interligados, a unidade de amostragem, a unidade microfluídica, o sistema de detecção e o sistema eletrônico de controle (Figura 1) [13]. Figura 1 – Elementos Básicos de um Microssistema de Análise Total. O uso dos µ-TAS oferece diversas vantagens, tais como a diminuição de custos de instrumentação, possibilidade do desenvolvimento de instrumentos portáteis para uso em campo, baixo consumo de reagentes e amostra com conseqüente diminuição de resíduos, além do aumento da velocidade analítica [14]. Tais características possibilitam suas aplicações em diversas áreas doconhecimento, incluindo diagnósticos clínicos, monitoramento ambiental ou mesmo investigações forenses [15,16]. Pré- tratamento da amostra Micro- Fluídica Detectores Controle Eletrônico / processamento do Sinal Entrada da Amostra Saída do Sinal Micro Sistema de Análise Total (µ-TAS) ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 4 No desenvolvimento dos µ-TAS, o primeiro desafio encontrado refere-se ao material que irá constituir o sistema, já que para tal, o material deve ser inerte às condições de análise além de apresentar propriedades adequadas à técnica de aplicação, tais como: adsorção molecular (para técnicas de pré-concentração), mobilidade do fluxo eletroosmótico e carga superficial (para técnicas de eletroforese capilar), propriedades óticas (para espectroscopia), além de muitas outras, referentes à sua aplicação [1]. I.2 Materiais e Técnicas Utilizados na Construção dos µµµµ-TAS Desde o início da década de 90, uma série de materiais e técnicas de fabricação vem sendo estudados para o desenvolvimento dos µ-TAS. A confecção dos primeiros protótipos foi realizada em chapas de silício, utilizando técnicas de fabricação empregadas na microeletrônica (técnicas comumente chamadas de “micromachining”) [6], baseadas na fotolitografia padrão e corrosão via úmida ou via seca para a produção de microcanais em um substrato plano. No entanto, pelo fato do silício apresentar uma baixa condutividade, necessária para o provimento do fluxo eletroosmótico em eletroforese capilar (primeira grande técnica de interesse na história dos µ-TAS), iniciou-se a busca de novos substratos para o desenvolvimento destes sistemas tais como vidros ou quartzo. No início a principal vantagem destes materiais foi a possibilidade de manter o uso das mesmas técnicas, já bem estabelecidas, de corrosão via úmida [12]. Por outro lado, estes materiais não se mostram apropriados para as necessidades da química analítica moderna, já que dependem de técnicas de fabricação relativamente complexas, de alto custo e dominados pelos países com industria microeletrônica avançada. Assim, iniciou-se um processo pela busca de novos materiais e de novas técnicas para a fabricação de µ-TAS. Neste sentido substratos à base de polímeros mostram-se uma alternativa promissora, uma vez que tais materiais cumprem muitas das exigências necessárias para a fabricação ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 5 de microssistemas, além possuírem baixo custo e possuírem técnicas de fabricação relativamente simples [17,18]. I.2.1 Técnicas Empregadas na Fabricação de Microssistemas em Silício, Vidro ou Quartzo As técnicas de microfabricação para sistemas confeccionados em silício, vidro ou quartzo são basicamente as mesmas daquelas aplicadas na construção de circuitos integrados denominadas de micromachining, ou seja, emprega a fotolitografia com corrosão por via úmida ou fotolitografia com corrosão por via seca, sendo que a primeira é a mais utilizada. I.2.1.1 Fotolitografia com Corrosão por via Úmida A fotolitografia com corrosão por via úmida (Figura 2) é composta basicamente por duas etapas, a etapa fotolitográfica, onde é feita a delimitação de áreas no material a fim de orientar a corrosão, e a etapa de corrosão propriamente dita, responsável pela formação dos canais. Primeiramente é feito um tratamento (polimento) na superfície do substrato (silício, vidro ou quartzo, representado na Figura 2(a)) para posterior deposição de uma camada metálica extremamente fina, com poucas centenas de angstrons (Figura 2(b)), normalmente realizada por oxidação térmica, deposição de vapor químico ou mesmo sputtering. Em seguida um fotoresiste (polímero fotossensível) é espalhado sobre a camada metálica por spin coating (Figura 2(c)). Então o conjunto substrato/suporte metálico/fotoresiste (Figura 2(d)) é exposto à radiação para a fotopolimerização do fotoresiste. A área que será fotopolimerizada é definida por uma máscara colocada entre a fonte de radiação e o fotoresiste, a qual é opaca à radiação em áreas pré-determinadas por algum tipo de impressão. Com isso, áreas do fotoresiste onde não houve exposição à radiação não são fotopolimerizadas e removidas com auxílio de um solvente ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 6 adequado (Figura 2(e)). Este procedimento expõe o filme metálico deixando-o susceptível a ataque ácido, cuja geometria é idêntica à máscara utilizada. Assim, após a remoção do filme metálico por ataque ácido, o substrato (silício, vidro ou quartzo) é exposto (Figura 2(f)). Então, o fotoresiste polimerizado é retirado com o uso de um novo solvente adequado (Figura 2(g)) e agora o conjunto é imerso em ácido fluorídrico causando a formação de canais fiéis à geometria da máscara (Figura 2(h)). Com a retirada do suporte metálico remanescente, resta somente o substrato com os canais gravados em sua superfície (Figura 2(i)). Figura 2 – Fluxograma para a fotolitografia com corrosão por via úmida. Detalhes no texto. Os canais gravados no substrato, através da corrosão por via úmida ou mesmo por via seca, podem possuir duas geometrias distintas, dependentes intimamente do modo que se dá a corrosão no material. Se a corrosão processa- se de forma uniforme, com uma velocidade de corrosão uniforme em todas as direções do material temos um processo isotrópico, que desenvolve canais com ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 7 perfis mais arredondados no material. Do contrário, quando a corrosão através do material não apresenta uma cinética semelhante em todas as direções temos um processo anisotrópico que é caracterizado por produzir no material perfis mais agudos e variados, dependentes agora principalmente da cristalografia do material e da composição da solução corrosiva. Na Figura 3 são apresentados dois canais, o primeiro formado através de processos anisotrópicos (Figura 3(a)) e o segundo por processos isotrópicos (Figura 3(b)) [19]. Figura 3 – Representação de canais formados através de processos: (a)Anisotrópicos e (b) Isotrópicos. I.2.1.2 Fotolitografia com Corrosão por via Seca A fotolitografia com corrosão por via seca, diferencia-se da fotolitografia com corrosão por via úmida apenas na etapa de formação dos canais no substrato. Neste caso, o ataque por ácido fluorídrico é substituído por um plasma ou pelo bombardeamento de íons nas regiões do substrato previamente definidas pela máscara após a remoção do fotoresiste e do filme metálico. Máscara Ataque lento ao Plano cristalino (a) Processo Anisotrópico (b) Processo Isotrópico Máscara Ataque lento ao Plano cristalino (a) Processo Anisotrópico (b) Processo Isotrópico ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 8 Neste caso, o ataque da superfície do substrato pode ocorrer por processo físico ou químico, através do bombardeamento de íons ou de reações químicas com espécies reativas presentes no plasma, respectivamente, ou por uma combinação dos dois processos dependendo das condições de operação [19]. De uma maneira geral, estas técnicas permitem obter canais com melhores aspectos do que aqueles obtidos por corrosão por via úmida. Entretanto, tais técnicas são inúmeras vezes mais complexas, além de utilizar equipamentos sofisticados e de alto custo e inviável para muitos laboratórios, principalmente aqueles que desejam fabricar dispositivos descartáveis em pequena escala. Por ser de menor custo e exigir condições mais simples de trabalho, a técnica de corrosão via úmida é preferível em relação a de corrosão via seca quando não são necessários canais comdimensões sub-micrométricas. I.2.2 Substratos a base de polímeros utilizados no desenvolvimento dos µµµµ-TAS Os substratos poliméricos vêm, a cada ano, ganhando espaço antes destinado apenas ao silício, vidro e quartzo para a confecção dos µ-TAS, principalmente por apresentarem característica como: - Os substratos poliméricos usados na confecção de microcanais possuem custos menores que quartzo e silício. - Os processos de fabricação de microcanais em substratos como silício, vidro e quartzo requerem etapas adicionais e mais complexas que aquelas necessárias para substratos poliméricos, o que dificultam sua industrialização. - Sistemas confeccionados em vidro e quartzo possuem limitações geométricas devido a isotropicidade dos processos de corrosão, permitindo apenas a confecção de microcanais rasos e semicirculares (na realidade pode-se obter canais diferentes em silício, através de processos de corrosão via seca, no entanto haveria um aumento significativo no custo). ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 9 - A química superficial do silício não é favorável a sua implementação em sistemas que irão trabalhar com biomoléculas devido ao aparecimento de ligações envolvendo o silício e grupos funcionais destas moléculas. Tais fatores reforçam a idéia de implementação de substratos poliméricos para a confecção dos µ-TAS, já que além de possuírem um custo menor e processos de fabricação mais simples, atualmente existem inúmeras classes de polímeros que se diferenciam em suas propriedades mecânicas, características óticas, estabilidade térmica, resistência química, biodegradabilidade entre outras. Isto pode levar a escolha de um polímero que seja ideal para uma determinada aplicação, favorecendo a produção de µ-TAS e sua comercialização [12,20]. A escolha de um polímero adequado para a construção de um microssistema deve focar-se principalmente na aplicação a que se destina o sistema e não nas técnicas de fabricação que estão atualmente disponíveis. I.2.3 Técnicas Empregadas na Fabricação de Microssistemas em Polímeros As técnicas de fabricação de microcanais em polímeros podem ser divididas basicamente em dois grupos, os métodos de replicação para fabricação em larga escala e as técnicas de fabricação série/individual para a confecção de protótipos. A fabricação de microcanais por técnicas de replicação consistem basicamente na introdução de um substrato polimérico em um molde metálico pré- confeccionado por alguma técnica fotolitografica, onde se obtêm após algum determinado processo físico a quente, a formação de estruturas no substrato fiéis ao molde. Tais técnicas de fabricação são possibilitadas devido à baixa temperatura de transição vítrea desses materiais que está geralmente na faixa de 120 a 180°C [18]. As duas técnicas de replicação mais usadas para a confecção de microssistemas poliméricos são Moldagem por Pressão a Quente e a Moldagem por Injeção, além disso é também utilizada a técnica de Ablação a Laser. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 10 I.2.3.1 Moldagem por Pressão a Quente A Moldagem por Pressão a Quente (Figura 4) consiste basicamente na elevação da temperatura (temperatura próxima a temperatura de transição vítrea do polímero em questão) juntamente com aplicação de pressão ao conjunto formado pelo substrato polimérico e um layout que contem o molde dos canais em alto relevo, previamente confeccionado na forma de um sanduíche sustentado por duas placas, até a formação de estruturas no substrato polimérico fiéis ao molde. O layout normalmente utilizado nesta técnica pode ser tanto um fio metálico de pequeno diâmetro (Figura 4(a)), possuindo a geometria desejada para os futuros microcanais poliméricos, como um molde construído em silício ou quartzo (Figura 4(b)) [21,22], através de uma das técnicas de fotolitografia descritas anteriormente. Os microcanais obtidos por uma das duas técnicas reproduzem muito bem as estruturas utilizadas como moldes e apresentam baixa rugosidade nas paredes. Entretanto, esta técnica só pode ser aplicada à polímeros rígidos como PMMA (polimetil metacrilato), o que inviabiliza a construção de dispositivos em elastômeros. Figura 4 - Técnica de prototipagem por pressão a quente: (a) Empregando fio metálico e (b) Empregando molde em silício. PRESSÃO PRESSÃO Fio Metálico Placas de Suporte Substrato Polimérico Fio Metálico Molde em Si ou Quartzo Microcanais Foramados (a) (b) ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 11 I.2.3.2 Moldagem por Injeção A técnica de fabricação de microcanais em substratos poliméricos através da Moldagem por Injeção pode ser vista de maneira semelhante à de Moldagem por Pressão a Quente. As duas técnicas diferenciam-se apenas pelo fato de que na técnica de Moldagem por Injeção, o substrato é aquecido até apresentar-se em uma forma líquida, menos viscosa para que possa então ser injetado em uma câmara que contém o molde. Após a etapa de polimerização, a câmara é resfriada e o molde é separado do polímero obtendo-se, desta forma, os canais gravados sobre o polímero sólido. Novamente, podem-se utilizar moldes de silício para a confecção de microssistemas por esta técnica. Entretanto, se estruturas com melhor razão de aspecto são desejadas, deve-se utilizar um molde metálico, usualmente de níquel eletrodepositado sobre silício, construído a partir do chamado processo LIGA (Litografie, Galvanoformung, and Abformung, do alemão, Litografia, Galvanoplastia, e Moldagem) [23]. A técnica de moldagem por injeção permite obter sistemas em materiais poliméricos rígidos ou mesmo em elastômeros desde que uma resina líquida destes materiais esteja disponível e seja relativamente fácil de polimerizar. No entanto, como qualquer processo de replicação por moldes, a razão de aspecto e a rugosidade das paredes dos canais estão intimamente relacionadas com a qualidade do molde construído e, como visto, um molde de ótima qualidade é muitas vezes obtido por um processo complexo, com um custo significativo e indisponível para a maioria dos centros de pesquisa. I.2.3.3 Ablação a Laser No processo de confecção de microcanais poliméricos por ablação à laser [20] a luz pulsada de um laser operando na região do UV é absorvida por um curto espaço de tempo pelo substrato polimérico, com concomitantes transições ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 12 eletrônicas do estado singlete simples para o primeiro estado singlete excitado, causando a quebra da ligação de longas cadeias de moléculas do polímero e ondas de choque que ejetam fragmentos decompostos do polímero, deixando assim, cavidades fotogeradas no mesmo. Assim, com a utilização de uma máscara usualmente construída em quartzo recoberto com cromo, para delimitar as regiões onde o material será retirado (Figura 5), obtêm-se microcanais no substrato polimérico com uma boa razão de aspecto, produzindo estruturas com profundidade de até 37 µm. Figura 5 - Processo de fabricação por ablação à laser. No entanto, a técnica não é muito simples e nem mesmo de baixo custo, o que pode dificultar a sua aplicação em pequena escala. Além disso, os canais apresentam, usualmente, rugosidade maior do que aqueles confeccionados por técnicas de moldagem. Porem, a técnica possui uma gama maior de aplicação, para diversos polímeros como: poliestireno, nitrocelulose, poli metil-metacrilato (PMMA), poli(etileno tereftalato) e poli(tetrafluoroetileno). Ablação Material Máscara Fótons de Laser ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 13 I.3 Técnicas Eletroquímicas Outroimportante fator a ser considerado durante o projeto de desenvolvimento dos µ-TAS é a técnica analítica de detecção que será utilizada. Neste contexto, os métodos eletroquímicos mostram-se promissores para miniaturização, uma vez que em muitos casos já possuem uma microtecnologia de fabricação bem estabelecida e de baixo custo [24]. As técnicas eletroquímicas possibilitam o estabelecimento de relações diretas entre a concentração do analito e alguma propriedade elétrica, como corrente, potencial ou resistência, os quais são de fácil acessibilidade experimental facilitando também a miniaturização dos circuitos eletrônicos e a sua adaptabilidade ao sistema de análise. Outras importantes vantagens inerentes às técnicas eletroanalíticas são a simplicidade e baixo custo de instrumentação, alta seletividade e velocidade analítica, possibilidade de dispensar em alguns casos o pré-tratamento da amostra [25,26,27], além de possuírem uma instrumentação portátil já desenvolvida com baixo consumo de energia. Tais vantagens tornam a eletroquímica uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de µ-TAS [24,28]. I.3.1 Técnicas Voltamétricas A voltametria desenvolveu-se a partir da polarografia, tipo particular de voltametria onde se utilizam gotas de mercúrio metálico como eletrodo de trabalho, a qual foi descoberta no início de 1920 [28]. As técnicas voltamétricas baseiam-se na medida de corrente em função do potencial aplicado em uma célula eletroquímica. Uma célula eletroquímica voltamétrica usual é composta por três eletrodos imersos em uma solução contendo o analito e um excesso de eletrólito não redutível ou oxidável na faixa de potencial empregada na medida. Os três eletrodos dividem-se em: ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 14 - Eletrodo de Trabalho: possui dimensões pequenas no intuito de aumentar suas tendências a tornar-se polarizado e cujo potencial varia de forma controlada, a fim de que nele desenvolvam-se as reações eletroquímicas desejadas. - Eletrodo de Referência: deve manter um potencial fixo durante o experimento, geralmente preparado utilizando compostos como Ag/AgCl ou calomelano (Hg2Cl2). - Eletrodo Auxiliar: responsável pela condução de corrente entre a fonte geradora de sinal e o eletrodo de trabalho. As técnicas voltamétricas diferenciam-se pelo tipo de sinal de excitação (forma de aplicação da diferença de potencial na célula eletroquímica), os quais geram uma resposta de corrente característica à técnica utilizada. Dentre os sinais de excitação mais comumente utilizados em voltametria destacam-se a Varredura Linear, Varredura de Pulso Diferencial, Varredura de Onda Quadrada e Varredura de Onda Triangular, que têm suas formas de excitação mostradas na Figura 6 [28]. I.3.2 Técnicas de Pulso As técnicas de pulso são baseadas na cronoamperometria, ou seja, a medida da corrente em função do tempo de aplicação de um pulso de potencial. As características da corrente medida estão relacionadas com as variáveis experimentais que regem o processo, como a largura e amplitude dos pulsos de potencial aplicados, bem como a seqüência em que os mesmos são executados. O aprimoramento e uso em rotina das técnicas de pulso só foram possíveis pelo desenvolvimento da eletrônica baseada em circuitos integrados e da indústria da informática, que propiciou o interfaceamento dos sistemas eletroquímicos a microcomputadores. Este fato permitiu o controle digital da aplicação do potencial imposto aos eletrodos e a programação de uma seqüência de aplicação de pulsos de potencial sincronizados à amostragem de corrente, garantindo o ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 15 desenvolvimento de novas técnicas de pulso, como a Voltametria de Pulso Diferencial e a Voltametria de Onda Quadrada [29]. Figura 6 – Formas dos sinais de onda mais comumente usados em voltametria. I.3.3 Voltametria de Onda Quadrada (SWV) A aplicação de técnicas de pulso contribui para o decréscimo do valor da corrente capacitiva, em especial a Voltametria de Onda Quadrada (Square Wave Voltammetry, SWV), que vem a oferecer vantagens adicionais à técnica, como aumento da velocidade de varredura de potencial, sensibilidade analítica e uma menor dependência à corrente de fundo, como por exemplo, proveniente da presença de oxigênio dissolvido [30]. Forma de OndaNome Tipo de Voltametria Varredura Linear Pulso Diferencial Onda Quadrada Triangular (a) (d) (c) (b) Voltametria de Onda Quadrada Voltametria de Varredura Linear Voltametria de Pulso Diferencial Voltametria Cíclica ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 16 A forma do sinal analítico (corrente) obtido na SWV é consequência da sobreposição de pulsos de potencial diretos e reversos (Figura 7(a)) de altura a, sobre uma escada de potencial com largura ∆∆∆∆Es (incremento de potencial) e duração 2t (período). As medidas de corrente são feitas no final dos pulsos diretos e reversos e o sinal analítico resultante, diferença entre as duas correntes medidas, é proporcional a concentração do analito. O pico voltamétrico resultante apresenta posição, largura e altura características do tipo de sistema redox avaliado. A curva da corrente obtida é o resultado da diferença entre os valores de corrente obtidos no pulso direto e reverso, como mostra a Figura 7(b) [25,26]. Figura 7 – (I) Forma de aplicação do potencial na Voltametria de Onda Quadrada. (II) Sinaisl de corrente obtidos a partir da Voltametria Onda Quadrada. I.3.4 Técnicas de Redissolução Anôdica Os métodos de redissolução compreendem uma variedade de procedimentos eletroquímicos que têm em comum a etapa inicial de pré- deposição da espécie eletroativa de interesse [28]. 2 t ∆E s a E Tempo Potencial Co rr en te I II Resultante direta reversa ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 17 Nas técnicas de redissolução, o analito presente na solução é depositado no eletrodo de trabalho (WE) por um determinado tempo, conhecido como tempo de depósito (tdep), medido com precisão em um determinado potencial (Eapl), com o objetivo de pré-concentrar a espécie de interesse. Depois desse período, o valor de corrente é medido durante a etapa de redissolução do analito através de uma varredura de potencial. Devido a esta etapa de pré-concentração, os métodos de redissolução possuem limites de detecção menores que os procedimentos voltamétricos clássicos [28,31]. Nos métodos de Voltametria com Redissolução Anódica (ASV), o WE comporta-se como o cátodo durante a etapa de deposição do analito e como ânodo durante a etapa de redissolução do analito, quando o analito é então oxidado à sua forma original. A Figura 8 ilustra a forma de aplicação de potencial na superfície de um WE durante a técnica de redissolução anódica para uma espécie eletroativa representada por M+. Figura 8 – Programa de Potencial para a Voltametria de Redissolução Anódica para uma espécie eletroativa M+. tdepEapl Tempo ( - ) ( + ) Deposição M+ + e- M Redissolução M M+ + e- ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 18 A Voltametria de Redissolução Anódica tem se mostrado uma técnica efetiva para a determinação de metais em baixa concentração, possibilitando, quando combinada com a técnica de SWV, outras vantagens como: ganho de sensibilidade, menores tempos de pré-deposição, maior discriminação da corrente de fundo, além de limites de detecção na ordem de sub µg L-1 [28,31,32,33]. I.3.5 Eletrodos Desde a descoberta da voltametria até décadas seguintes, o mercúriofoi utilizado como principal material para a construção dos eletrodos de trabalho, primeiramente na forma de eletrodo gotejante de mercúrio (DME) e posteriormente na forma de eletrodo de gota pendente de mercúrio (HDME). O seu largo uso deu- se principalmente devido às vantagens alcançadas pela utilização do mesmo, tais como, sua ampla faixa de trabalho para potenciais negativos em conseqüência do alto valor de sobrevoltagem ao hidrogênio, a reversibilidade para a deposição de vários metais em sua superfície e a regeneração de sua superfície [28,34]. No entanto, devido a sua toxidade, o uso do mercúrio metálico em procedimentos voltamétricos vem sendo diminuído, sendo substituído por novos materiais como o carbono vítreo, grafite pirolítico e metais inertes como platina e ouro. Estes materiais podem apresentar características semelhantes as do mercúrio metálico quando revestidos por um filme fino de mercúrio eletrodepositado, formando os chamados Eletrodos de Filme de Mercúrio (MFE). I.3.5.1 Eletrodos de Filme de Mercúrio (MFE) Os eletrodos de filme de mercúrio podem ser preparados facilmente pelo depósito de um filme fino de mercúrio metálico sobre um substrato inerte. Os MFE apresentam algumas característica vantajosas em relação aos eletrodos clássicos de mercúrio metálico, tais como: podem ser confeccionados em um tamanho razoavelmente pequeno (dimensões de UME), apresentam uma maior razão ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 19 superfície/volume, são mecanicamente mais estáveis, apresentam uma grande versatilidade para novas geometrias de confecção de células eletroquímicas e para a modificação química de sua superfície, além de requererem um mínimo dispêndio de tempo para sua preparação e uma quantia mínima de mercúrio metálico [34]. O substrato mais comumente utilizado para a confecção dos MFE é o carbono (em suas várias formas), devido principalmente à sua larga janela de potencial, ser quimicamente inerte, apresentar baixa corrente residual, baixo custo, larga disponibilidade e fácil polimento. Metais nobres como prata, ouro e platina também podem ser usados como substratos para a confecção de MFE, no entanto, a deposição de mercúrio nestes substratos não resulta em um verdadeiro Eletrodo de Filme de Mercúrio (MFE) [34], pelo fato destes metais dissolverem-se através do mercúrio formando amálgama metal-mercúrio, o que acarreta no aparecimento de algumas desvantagens como a formação de um filme de mercúrio não uniforme e a possível interação do analito com o metal do substrato. No entanto, fios finos destes metais podem ser usados para a produção dos chamados UME (eletrodos com dimensões na ordem de algumas dezenas de µm) que apesar das desvantagens descritas acima oferecem algumas propriedades analíticas desejáveis responsáveis pela intensificação de seus usos, como o aumento de transferência de massa, diminuição de correntes capacitivas e uma mínima queda ôhmica, que possibilitam seu uso em meio pouco condutor [35]. I.4 Microssistemas Eletroquímicos Como discutido anteriormente, há atualmente uma grande necessidade do monitoramento in-situ de metais traço no meio ambiente [38], tanto para controle como para o entendimento do ecossistema aquático, afetado pelo desenvolvimento industrial. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 20 Dessa forma, sensores eletroquímicos acoplados a métodos voltamétricos de redissolução mostram-se uma valiosa ferramenta para o desenvolvimento de microssistemas, possuindo várias vantagens tais como: - Baixo custo de montagem. - Baixos limites de detecção. - Alto potencial de miniaturização. - Baixo consumo de energia. - Grande capacidade de automação. Devido às vantajosas características, vem crescendo cada vez mais nas últimas décadas o interesse pelo desenvolvimento e miniaturização de sensores eletroquímicos [8,14,16,37-40]. No entanto, uma busca na literatura científica atual evidencia a escassez de trabalhos que descrevam a miniaturização de células voltamétricas que trabalhem com voltametria de redissolução para a determinação de íons metálicos tóxicos. Possivelmente pela dificuldade apresentada na miniaturização do conjunto de eletrodos que compõem uma célula voltamétrica de três eletrodos, sobretudo para o eletrodo de referência [41]. Segundo Wang et al [14], apesar de todas as vantagens apresentadas pelas técnicas voltamétricas com varredura de potencial para operar em sistema de dimensões reduzidas, poucos trabalhos utilizavam estas técnicas em sistemas microfluídicos até o final do século XX. Por outro lado micro-células amperométricas acopladas ou não a eletroforese capilar como técnica de detecção vêm sendo desenvolvidas antes mesmo da década de 90. Como é o caso dos analisadores portáteis de glicose em sangue para diabéticos, sendo o primeiro (no formato de uma caneta) lançado em 1987 pela Medi-Sense [24], utilizando a cronoamperometria para detecção de glicose através de um mediador baseado em ferroceno. A partir da primeira metade da década de 90, nota-se um grande aumento no número de trabalhos que descrevem a confecção de microssistemas eletroquímicos, o que pode ser evidenciado pelo grande número de trabalhos publicados que utilizam agora a amperometria em conjunto com eletroforese capilar como sistema de detecção. Como exemplo, pode ser citado o trabalho de ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? ______INTRODUÇÃO 21 Slater e Watt [42], publicado em novembro de 1994, o qual utiliza amperometria em conjunto com eletroforese capilar, para a determinação de catecolaminas. Contudo, trabalhos que abordam a construção de sistemas eletroquímicos microfluídicos que utilizam métodos de varredura de potencial como sistema de detecção foram descritos somente a partir do ano 2000, quando os primeiros sistemas desenvolvidos utilizavam a litografia ou métodos “screen-printed” para a confecção das microcélulas voltamétricas. Este procedimento foi empregado no trabalho pioneiro de Wang at al. [14], que descreveu a construção de uma célula eletroquímica microfluídica em vidro através de técnicas de fabricação como a fotolitografia e corrosão por via úmida, e que utiliza a voltametria de onda quadrada e voltametria de redissolução anódica seguida da varredura de onda quadrada para a determinação de traços de TNT (trinitrotolueno). Após o ano de 2000 outros importantes trabalhos para o desenvolvimento de microssistemas eletroquímicos que utilizam métodos voltamétricos de varredura de potencial foram desenvolvidos [15,44 - 46]. No entanto, estes sistemas, utilizavam superfícies recobertas com filmes metálicos, onde eram desenvolvidos os microcanais e os microeletrodos [43], ou a confecção de microcanais era preparada posteriormente sobre o material onde já havia sido preparado os microeletrodos [36] possibilitando também em alguns casos a construção do eletrodo de referência. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? OBJETIVOS 22 II OBJETIVOS O presente trabalho teve por objetivo o desenvolvimento e avaliação de um sistema voltamétrico microfluídico, utilizando em sua construção fotopolímeros e eletrodo de trabalho de dimensões reduzidas (ultramicroeletrodo). Além disso, foi também objetivo deste trabalho o desenvolvimento de um potenciostato de baixo custo e de um programa computacional para o seu controle e aquisição de dados. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 23 III. PARTE EXPERIMENTAL III.1 Reagentes e Soluções Todas as soluções foram preparadas com água deionizada, obtida a partir do processo Milli-Q (resistividade maior ou igual a 18,2 M� cm-1). As soluçõesde Cd(II), Pb(II) e Cu(II) foram preparadas a partir de diluições sucessivas de soluções padrão comerciais J.T. Baker 1000 µg mL-1 dos íons metálicos. As soluções de Hg(II) utilizadas foram preparadas a partir de uma solução estoque 0,1 mol L-1, preparada pela oxidação do metal (Sigma Aldrich, com pureza igual a 99,999%) com uma solução de HNO3 (Synth, com pureza de 66%) 1:1 (V/V). Como eletrólitos suporte, foram utilizadas soluções de NaNO3 (Synth, com pureza de 99,0%) 1,0 mol L-1 ou tampão acetato 0,5 e 1,0 mol L-1, pH = 4,74, preparado com acetato de sódio (Synth, com pureza de 99,0%) e ácido acético (marca Synth, com pureza de 99,0%). A solução de preenchimento dos eletrodos de referência foi composta por uma solução de KCl (Synth, com pureza de 99,0%) 3,0 mol L-1 saturado com AgCl, pela adição de AgNO3 (Carlo Erba, com pureza de 99,7%). Soluções de FeK4(CN)6 com concentrações variando entre 0,5 a 2,0 mmol L-1 foram preparadas a partir de uma solução estoque de 0,1 mol L-1, a qual foi preparada a partir da diluição do sal (Carlo Erba, com pureza de 99,5%). A solução utilizada para limpeza de todos os protótipos poliméricos confeccionados foi composta por detergente neutro comercial (Ipê) e água destilada na proporção de 1:10 (v/v). ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 24 III.2 Instrumentação e Eletrodos III.2.1 Potenciostato Foi construído no próprio laboratório um potenciostato de baixo custo responsável pela aplicação da diferença de potencial na célula eletroquímica e leitura da corrente elétrica gerada através das reações de oxi-redução na superfície dos eletrodos. O instrumento foi controlado por um microcomputador Pentium® II com velocidade de processamento de 266 MHz, através de um programa computacional escrito em VisualBasic 5.0® e uma Interface paralela Adlink®, modelo ADC 8111. III.2.2 Eletrodos Como eletrodo de trabalho (WE), foi utilizado um fio de platina (Aldrich® , com 99,9% de pureza) de 76 µm de diâmetro e 1,5 cm de comprimento. Para a construção do eletrodo, o fio de platina foi inicialmente conectado a um cabo metálico empregando solda ponto e, posteriormente, inserido em uma ponteira de pipeta automática de 1000 µL, juntamente com resina epóxi (Araldite®) para fixação e vedação do fio de Pt. Na primeira etapa do trabalho (de desenvolvimento e avaliação da instrumentação construída) foi utilizado como eletrodo auxiliar (AE), um eletrodo de platina na forma de disco de 20 mm2, construído no próprio laboratório e um eletrodo de referência (RE) de prata/cloreto de prata de dupla junção da Orion®, modelo 900200. A Figura 9 mostra o esquema da instrumentação utilizada na primeira etapa do trabalho. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 25 Figura 9 – Esquema da instrumentação utilizada na primeira etapa do trabalho; A- Microcomputador, B- Interface ADC 8111, C- Potenciostato construído e D- Célula eletroquímica contendo os eletrodos de trabalho (WE), de referência(RE) e auxiliar (AE). Para as medidas envolvendo Voltametria de Redissolução foi empregado um agitador magnético (Fisatom, modelo 706), controlado pelo microcomputador através de um relê de estado sólido (RS, controle TTL 3-32 V, 240 V, 10 A). III.2.3 Avaliação do Potenciostato e do Ultramicroeletrodo de Platina III.2.3.1 Voltametria Cíclica Medidas de Voltametria cíclica empregando o Ultramicroeletrodo de platina construído foram realizadas com o par Fe(III)/Fe(II), a partir do sal FeK4(CN)6 com concentração variando entre 0,5 mmol L-1 a 2,0 mmol L-1 em NaNO3 1,0 mol L-1. As medidas foram realizadas empregando o potenciostato e o programa A B C D EA ET ER ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 26 computacional desenvolvidos no laboratório. Foi também empregado um potenciostato comercial PGSTAT12, controlado pelo programa computacional GPES, ambos da Autolab. III.2.3.2 Voltametria de Onda Quadrada Foi inicialmente avaliada a reprodutibilidade da deposição do filme de Hg sobre o microeletrodo de Pt (???1,5 cm), empregando Voltametria de Redissolução Anódica seguida de Varredura de Onda Quadrada , através da construção de uma curva de corrente de pico para a oxidação do Hg depositado em 0,35 V (Vs. Ag/AgCl). O tempo de deposição do Hg(II) variou de 10 a 240 segundos, para uma solução contendo HgNO3 1,0×10-3 mol L-1 e tampão acetato 0,5 mol L-1 como eletrólito suporte. A deposição foi realizada sob agitação contínua, interrompida somente 10 segundos antes do processo de leitura de corrente. O estudo foi realizado em triplicata com espera de 15 segundos a um potencial de 0,4 V entre cada ciclo, para a limpeza do eletrodo de Pt. Para o experimento realizado utilizando SWV, foi utilizada uma escada de potencial de 10 mV e um pulso de potencial igual a 50 mV, com uma velocidade de varredura de 282 mV s-1. Entre duas leituras consecutivas, o eletrodo de trabalho foi limpo através da aplicação de um potencial de 0,4 V sob agitação por um período de quinze segundos. Dois procedimentos para realizar a determinação de Cu(II), Pb(II), Cd(II) por Voltametria de Redissolução Anôdica foram realizados. No primeiro caso, o filme de Hg foi pré-depositado no microeletrodo de Pt em 0,1 V (antecedendo a deposição dos metais) por dez segundos sob agitação, com posterior depósito dos metais sob o filme de Hg, também sob agitação contínua em um potencial de –0,8 V, durante um intervalo de tempo entre 20 e 60 segundos. A agitação foi interrompida dez segundos antes do início da varredura de potencial por VOQ (-0,8 V a 0,3 V), com aquisição simultânea da corrente de oxidação. No segundo caso, os metais foram depositados simultaneamente durante a formação do filme de Hg. Neste caso, o potencial de depósito ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 27 empregado foi de –0,8 V por um período de tempo que também variou entre 20 e 60 segundos. Para os dois diferentes experimentos realizados utilizando SWV, foram utilizados os mesmos parâmetros de SWV descritos no experimento anterior, inclusive a etapa de limpeza do WE através da aplicação de um potencial de 0,4 V, sob agitação por um período de quinze segundos entre duas leituras consecutivas. III.3 Construção do Sistema Voltamétrico Microfluídico Foram avaliados três diferentes materiais para a construção do sistema voltamétrico microfluídico, dois fotopolímeros (fotossensíveis) e uma resina acrílica (com cura por adição de catalisador), sendo eles: - Fotopolímero Sólido (Dupont). - Fotopolímero Líquido, elastômero a base de uretano-acrilato (M-50 LBS, Medeiros Indústria e Comércio de Carimbos). - Resina Acrílica (Resina Cristal 440-C, Glasspercil Resinas). Para a fabricação dos microcanais nos dois fotopolímeros empregou-se a técnica de fotolitografia com luz UVA, esquematizada na Figura 10. Figura 10 – Processo fotolitográfico utilizado na fabricação dos microcanais, empregando os fotopolímeros. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 28 O fotopolímero sólido produzido pela Dupont é comercializado em chapas de diferentes espessuras (1 a 2,5 mm) e dimensões, sendo que a maior possui de 90 a 120 cm. Este material é empregado na indústria de fototipografia para impressões de alta tiragem. Basicamente, este material é constituído por uma base de poliéster a qual suporta o fotopolímero sólido protegido por uma película também de poliéster, a qual é removida antes do processo de fotogravação (exposição do polímero a radiação UVA). O processo fotolitográfico para a gravação dos canais para este polímero foi realizado na Faculdadede Tecnologia Gráfica da Escola SENAI “Theobaldo de Nigris” (São Paulo – SP). No caso do fotopolímero líquido a construção dos canais foi realizada no próprio laboratório. Neste caso, os microcanais foram formados pela exposição do polímero juntamente com uma máscara impressa em um filme de poliéster (transparência para impressora laser) à radiação UVA por um período de 2,5 minutos (sob atmosfera de N2) seguida da imersão do mesmo em um banho ultra- sônico (Branson, modelo 2210) contendo uma solução água/detergente comercial 1:10 (v/v), durante cinco minutos, para remoção do fotopolímero não polimerizado. Uma expositora UVA com duas lâmpadas Blacklight F15W/BL350 (Sylvania), com pico de emissão em 352 nm foi também construída no laboratório. A imagem da expositora é mostrada na Figura 11. Figura 11 – Vista superior da expositora UVA, com A- Sistema elétrico para acionamento e alimentação das lâmpadas, B- Suporte em madeira para delimitar a área de exposição do fotopolímero, C- Lâmpadas UVA e D- Mini Exaustor. A B C D ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 29 A fabricação dos microcanais feitos em resina acrílica, também realizada no próprio laboratório (mostrada na Figura 12), foi composta por duas etapas. Na primeira etapa foi construído um molde positivo em fotopolímero líquido utilizando a técnica fotolitográfica no qual são confeccionados os canais em alto relevo. Na segunda etapa foi feita adição da resina acrílica ainda líquida sobre o molde positivo e espera de um período de 24 horas para a polimerização da resina. Figura 12 – Processo utilizado na fabricação dos microcanais com resina acrílica. Após a confecção dos microcanais, todos os sistemas construídos foram limpos em banho ultra-sônico, durante cinco minutos, conforme descrito, e em seguida, lavados com água deionizada. Em seguida, foi realizada manualmente a inserção dos eletrodos no sistema voltamétrico microfluídico, sendo que tanto o WE como o AE eram compostos por fio de Pt de 76 µm de diâmetro e 1,5 cm de comprimento. O RE foi composto por um fio de Prata, recoberto com AgCl (depositado pela oxidação do metal em HCl), com 1,5 cm de comprimento. Agulhas de aço- inoxidável de 13 mm de comprimento e 0,45 mm de diâmetro foram empregadas como meio de ligação entre os microcanais e o sistema de propulsão do fluído, para introdução e descarte das soluções. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 30 Após o processo de montagem dos sistemas voltamétricos estes foram selados com adesivo plástico de PVC, papel contact, a temperatura ambiente e também a 60 ºC sendo que neste último caso um aquecedor elétrico da Varitemp modelo VT-750 foi utilizado. Tanto para o fotopolímero sólido quanto para o líquido, os microcanais foram fotogerados com dimensões nominais (dimensões dos canais na máscara) de 600 µm para o canal analítico e de 150 µm para a ponte salina do eletrodo de referência, com comprimentos variando para cada caso. Os três eletrodos foram conectados ao potenciostato através de um conector DB. Na Figura 13 encontra-se a imagem de um dos sistemas voltamétricos confeccionados com o fotopolímero sólido e abaixo (Figura 13(b)) o esquema da disposição dos eletrodos no microssistema. Figura 13 – (A) Imagem do sistema voltamétrico confeccionado com o fotopolímero Dupont®, onde: 1-Entrada para o canal analítico; 2- Saída para o descarte; 3- entrada de eletrólito para o eletrodo de referência. PS-Junção líquida do eletrodo referência. (B) Esquema mostrando a disposição dos eletrodos no microssistema voltamétrico. (A) (B) (A) (B) ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 31 III.3.1 Sistema Voltamétrico Microfluídico com Fotopolímero Líquido Para o fotopolímero líquido, uma nova etapa de selagem foi avaliada na qual o adesivo de PVC foi substituído por uma placa polimérica, confeccionada com próprio o fotopolímero líquido. Além disso, foi confeccionado um novo modelo do microssistema com geometria diferente daquela mostrada anteriormente e empregando a agulha de saída de descarte da solução como eletrodo auxiliar. O novo procedimento de selagem foi obtido colocando sobre a placa polimérica contendo os microcanais outra placa de igual dimensão do mesmo polímero a qual foi exposta a radiação UVA por metade do período de tempo necessário para a sua total polimerização. Desta forma, a placa podia ser manipulada sem, no entanto, estar totalmente polimerizada. Em seguida, o conjunto formado pelas duas placas foi novamente levados a exposição da radiação UVA, por mais um período de 15 minutos sob atmosfera de N2, completando, desta forma, a polimerização da primeira placa e a selagem do microssistema (Figura 14). Figura 14 – Processo de confecção do sistema voltamétrico microfluídico confeccionado e selado com fotopolímero líquido. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 32 III.3.2 Avaliação dos sistemas voltamétricos microfluídicos O primeiro passo foi avaliar a capacidade de selagem dos microssistemas construídos. Para isso, foram bombeadas, com auxilio de uma bomba de seringa (Cole Palmer, modelo EW-74900-20), soluções de NaNO3 1,0 mol L-1 a uma vazão de 10,0 �L/min e KCl 3,0 mol L-1 a uma vazão de 1,0 �L/min no canal analítico e no compartimento do eletrodo de referência, respectivamente, até que fosse observado o descolamento do adesivo de PVC (Papel Contact®). III.3.2.1 Avaliação do Sistema Voltamétrico Microfluídico Construído com o Fotopolímero sólido Para estudos preliminares e caracterização do funcionamento do sistema voltamétrico construído a partir do fotopolímero sólido, foi avaliada a variação da corrente de oxidação do Pb em função do tempo de deposição (0 a 60 s) de Pb(II) sobre o eletrodo de filme de mercúrio. Neste caso, utilizou-se a bomba de seringa para impulsionar a solução contendo 12 mg L-1 Pb(II), 1,0 mol L-1 NaNO3 e 1×10-3 mol L-1 Hg(NO3)2, diretamente no canal analítico a uma vazão de 5 �L/min. As condições experimentais da SWASV foram as mesmas utilizadas no estudo envolvendo a célula clássica, com depósito simultâneo de Pb(II) e formação do filme de Hg. III.3.2.2 Avaliação do Sistema Voltamétrico Microfluídico Construído com o Fotopolímero líquido. Um experimento com voltametria cíclica, similar ao realizado na célula eletroquímica convencional, foi utilizado para comparar o comportamento de resposta do sistema voltamétrico microfluídico com o da célula eletroquímica convencional, para isso foi empregado uma solução de Fe(III)/Fe(II) contendo NaNO3 1,0 mol l-1. Assim, foi construída uma curva analítica para as diferentes concentrações de FeK4(CN)6 variando entre 0,5 mmol l-1 a 2,0 mmol l-1. ???????????????????????????????????????????????????? ??????????????????????????????? PARTE EXPERIMENTAL 33 Para impulsionar as soluções para o interior do canal analítico do sistema microfluídico foi utilizada uma bomba peristáltica (Ismatec, modelo IPC de oito canais) a uma vazão de 250 µL min-1. Para impulsionar a solução de KCl 3,0 mol L-1 a uma vazão de 5µL min-1 para o interior do eletrodo de referência utilizou-se a bomba de seringa. Para a voltametria cíclica, foram utilizados os mesmos procedimentos e variáveis experimentais usados para a célula convencional. Foi avaliada também a reprodutibilidade da deposição do filme de Hg, nas mesmas condições utilizadas no estudo envolvendo a célula clássica, usando uma solução 1,0 mol L-1 de tampão acetato, como eletrólito suporte, contendo Hg(II) 1,0 10-3 mol L-1. Essa mistura foi impulsionada continuamente no canal analítico a uma vazão de 10,0 µL min-1. Durante todo o estudo uma solução 3,0
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