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Eng.Prof. Ms. Alexandre Dimas Queiroz D’Andrea Dielétricos por toda parte.... O que é um dielétrico? • Isolante elétrico é um corpo que pode apresentar um potencial elétrico não-uniforme sem que isso provoque o aparecimento de correntes elétricas em seu interior. • Os materiais isolantes elétricos são chamados também de dielétricos. EFEITO DE UM CAMPO ELÉTRICO EXTERNO • Quando um campo elétrico é aplicado, materiais dielétricos desenvolvem cargas líquidas superficiais devido à indução de dipolos elétricos e orientação de dipolos permanentes no seu interior. Mecanismo de polarização - Momento de Dipolo 𝑝𝑖 = 𝑞. 𝑑 TIPOS DE POLARIZAÇÃO Polarização eletrônica: http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/dielectrics/printall.php Polarização Iônica: Polarização orientacional (Orientação Dipolar) : http://www.doitpoms.ac.uk/tlplib/dielectrics/printall.php 𝑝𝑖 = 𝑞. 𝑑 O momento de dipolo devido a duas cargas pontuais é: 𝑃 = 𝑁. 𝑞. 𝑑 ∆𝑣 𝑝 = 𝑁. 𝑝𝑖 𝑃 = 𝑝 ∆𝑣 𝑄𝑝 = 𝑁. 𝑞 𝑄𝑝 = 𝑁. 𝑞. ∆𝑣 ∆𝑣 𝑄𝑝 = 𝑁. 𝑞. 𝑑. ∆𝐴 ∆𝑣 𝑄𝑝 = 𝑃. ∆𝐴 Escrevendo vetorialmente e integrando sobre a área A: 𝑄𝑝 = − 𝑃 . 𝑑𝐴 UM POUCO DE FORMALIZAÇÃO... Para N dipolos: Densidade de momento de dipolos por unidade de volume: Mas a carga líquida devido à polarização é: ∆𝑣= 𝑑. ∆𝐴 Como: COMPORTAMENTO DO CAPACITOR SEM DIELÉTRICO. Vamos considerar um capacitor de placas paralelas de área A, separadas por uma distancia d (sendo d<<<A) onde se estabelece uma D.D.P e um campo aproximado para uniforme E: 𝐶 = 𝑄 𝑉 A capacitância é definida como sendo a proporcionalidade: 𝑄0 = 𝜀0. 𝐸 . 𝑑𝐴 𝑄0 = 𝜀0 𝐸 . 𝑑𝐴 𝑄0 = 𝜀0𝐸. 𝐴 𝑉 = − 𝐸. 𝑑𝑙 + − 𝑉 = 𝐸. 𝑑 Substituindo: 𝐶 = 𝑄 𝑉 = 𝜀0.𝐸.𝐴 𝐸.𝑑 𝐶 = 𝜀0. 𝐴 𝑑 𝐶0 = 𝜀0.𝐴 𝑑 𝐶0 = 𝑄0 𝑉0 Utilizando a lei de Gauss: O potencial V é: Se E é uniforme: Vamos utilizar o índice “0” para diferenciar do capacitor com dielétrico: INSERINDO UM DIELÉTICO ENTRE AS PLACAS. (SIMULADOR) 𝑄𝑡 = 𝑄𝑙 + 𝑄𝑝 Análise quando se insere um dielétrico entre as placas: 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑄𝑡 𝜀0 𝑄𝑡 = 𝑄𝑙 + 𝑄𝑝 (carga total) ; (cargas livres) e (cargas devido a polarização) 𝜀0. 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑄𝑙 + 𝑄𝑝 𝑄𝑝 = − 𝑃 . 𝑑𝐴 𝜀0. 𝐸 . 𝑑𝐴 = 𝑄𝑙 − 𝑃 . 𝑑𝐴 𝜀0. 𝐸 . 𝑑𝐴 + 𝑃 . 𝑑𝐴 = 𝑄𝑙 𝑄𝑙 = (𝜀0. 𝐸 + 𝑃 ). 𝑑𝐴 𝐷 = 𝜀0. 𝐸 + 𝑃 𝑄𝑙 = 𝐷 . 𝑑𝐴 Sendo: Onde é o Vetor Deslocamento elétrico 𝑃 = 𝜒. 𝜀0. 𝐸 Para dielétricos lineares o vetor polarização é proporcional ao campo elétrico externo: 𝐷 = 𝜀0. 𝐸 + 𝜒. 𝜀0. 𝐸 ( susceptibilidade elétrica do material) 𝐷 𝐸 = 𝜀0. 1 + 𝜒 = 𝜀0. 𝐾 𝐾 = 1 + 𝜒 𝜀 = 𝜀0. 𝐾 Constante dielétrica Permissividade elétrica do material Onde: Podemos reescrever: A susceptividade elétrica χ de um material dielétrico é a medida de quão facilmente ele se polariza em resposta a um campo elétrico A permissividade é uma constante física que descreve como um campo elétrico afeta e é afetado por um meio. A permitividade do vácuo é 8,8541878176x10-12 F/m. Tabela : A rigidez dielétrica de um certo material é um valor limite de campo elétrico aplicado sobre a espessura do material (kV/mm), sendo que, a partir deste valor, os átomos que compõem o material se ionizam e o material dielétrico deixa de funcionar como um isolante. O aumento da capacitância com a introdução de um dielétrico 𝐶 = 𝜀 𝜀0 . 𝐶0 𝑄𝑑 = 𝐶𝑑 . 𝑉𝑑 𝑄0 = 𝐶0. 𝑉0 𝐶0 = 𝜀0.𝐴 𝑑 𝐶𝑑 = 𝜀.𝐴 𝑑 𝑄0 = 𝜀0.𝐴 𝑑 . 𝑉0 𝑄𝑑 = 𝜀.𝐴 𝑑 . 𝑉𝑑 𝐴 𝑑 = 𝑄𝑑 𝑉𝑑 . 𝜀 𝐴 𝑑 = 𝑄0 𝑉0 . 𝜀0 𝑄0 𝑉0 . 𝜀0 = 𝑄𝑑 𝑉𝑑 . 𝜀 𝐶0 = 𝑄0 𝑉0 𝐶𝑑 = 𝑄𝑑 𝑉𝑑 𝐾 = 𝜀 𝜀0 𝐶 = 𝐾. 𝐶0 Energia armazenada: 𝑉 = 𝑑𝑤 𝑑𝑞 𝑑𝑤 = 𝑉. 𝑑𝑞 𝑉 = 𝑄 𝐶 𝑑𝑤 = 𝑄 𝐶 . 𝑑𝑞 Para carregar o capacitor de carga 0 a uma carga Q, integramos: 𝑑𝑤 = 1 𝐶 𝑄. 𝑑𝑞 𝑄 0 𝑊 = 1 2 . 𝑄2 𝐶 𝑄 = 𝐶. 𝑉 𝑊 = 1 2 . (𝐶. 𝑉)2 𝐶 𝑊 = 1 2 . 𝐶. 𝑉2 𝑊 = 1 2 . 𝑄. 𝑉 como substituindo Graficamente: EX1. Um capacitor de armaduras paralelas é construído com placas circulares de raio 8,22 cm e 1,31 mm de separação entre elas. (a) Calcule a capacitância. (b) Qual a carga que aparecerá nas armaduras, se aplicarmos uma diferença de potencial de 120 V entre elas? r q q d EX2. Quantos capacitores de 1μF devem ser ligados em paralelo para acumularem uma carga de 1C com um potencial de 110V através dos capacitores? EX3. Na figura abaixo determine a capacitância equivalente da combinação. Suponha que C1=10 μF, C2=5 μF e C3=4 μF. EX4. Na figura abaixo determine a capacitância equivalente da combinação. Suponha que C1=10 µF, C2=5 µF e C3=4 µF. EX5. Uma certa substância tem uma constante dielétrica de 2,8 e uma rigidez dielétrica de 18 MV/m. Se a usarmos como material dielétrico num capacitor de placas paralelas, qual deverá ser a área mínima das placas para que a capacitância seja de 7. 10−2 𝜇𝐹 e para que o capacitor seja capaz de resistir a uma diferença de potencial de 4kV? EX6. Um capacitor de placas paralelas cheio de ar tem uma capacitância de 1,3pF. Dobra-se a separação (distância) entre as placas e insere-se parafina entre elas. A nova capacitância é 2,6pF. Determine a constante dielétrica da parafina. Uma primeira classificação dos isolantes pode ser feita de acordo com o seu estado: I - Gases: Ar, anidrido carbônico, azoto, hidrogênio, gases raros, hexafluoreto de enxofre II - Líquidos: A - Óleos minerais: óleos para transformadores, interruptores e cabos. B - Dielétricos líquidos à prova de fogo: Askarel. C - Óleos vegetais: Tung, linhaça. D - Solventes: (empregados nos vernizes e compostos isolantes) Álcool, tolueno, benzeno, benzina, terebentina, petróleo, nafta, acetatos amílicos e butílicos, tetracloreto de carbono, acetona. CLASSIFICAÇÃO DOS ISOLANTES: III - Sólidos aplicados em estado líquido ou pastoso: A - Resinas e plásticos naturais: resinas fósseis e vegetais, materiais asfálticos, goma laca. B - Ceras: cera de abelhas de minerais, parafina. C - Vernizes e lacas: preparados de resinas e óleos naturais, produtos sintéticos, esmaltes para fios, vernizes solventes, lacas. D - Resinas sintéticas: (plásticos moldados e laminados) resinas fenólicas, caseína, borracha sintética, silicones. E - Compostos de celulose: (termoplásticos) acetato de celulose, nitrocelulose. F - Plásticos moldados a frio: cimento portland empregado com resinas ou asfaltos. IV - Sólidos: A - Minerais: quartzo, pedra sabão, mica, mármore, ardósia, asbesto. B - Cerâmicos: porcelana, vidro, micalex. C - Materiais da classe da borracha: borracha natural, guta-percha, neoprene. D - Materiais fibrosos (tratados e não tratados): algodão, seda, linha, papel, vidro, asbesto, madeira, celofane, rayon, nylon. Dentre estes, vamos destacar os SÓLIDOS CRISTALINOS : Relações de simetria nos cristais: Os cristais podem ser agrupados em 32 classes, ou grupos pontuais, de acordo com o números de eixos de rotação e planos de reflexão que permitem sob condição de manter invariante a malha cristalina. Essas classes, por indicarem a assimetria estrutural do cristal, e a consequente assimetria na distribuição de cargas elétricas,correspondem a importantes variações no comportamento piezoeléctrico e piroelétrico dos materiais. Piezoeletricidade e polarização: Das 32 classes de simetria, 20 apresentam atividade piezoelétrica, coincidindo com aquelas classes que não têm centro de simetria. Apesar de qualquer material não condutor desenvolver uma polarização dielétrica quando submetido a um campo elétrico, há materiais que desenvolvem polarização mesmo na ausência de campos. Tais materiais são designados por polares, sendo esta propriedade determinada exclusivamente pela estrutura cristalina. Apenas 10 das 32 classes de cristais exibem comportamento polar. Todos os materiais polares são simultaneamente piezoeléctricos. Materiais ferroelétricos: Algumas estruturas cristalinas, com destaque para a perovskita e materiais similares, exibem comportamento ferroeléctrico. Esta propriedade é análoga ao ferromagnetismo, já que na ausência de um campo elétrico quando da produção do cristal, este não exibe polarização, ganhando-a de forma permanente apenas quando exposto a um campo elétrico de magnitude significativa. Este comportamento é em tudo semelhante à magnetização do ferro. Esta polarização induzida pode ser revertida pela aplicação de um campo de polarização inversa de magnitude adequada. Apesar de designados por ferroelétricos, os cristais que possuem esta propriedade não têm necessariamente ferro na sua composição, já que a propriedade se deve exclusivamente à assimetria na estrutura cristalina, a qual é independente da composição química. PIEZOELÉTRICOS: Sensores: sensores de nível e de fluxo, sensores de pressão, sismógrafos, sonares, microfones, hidrofones, alarmes, buzinas e tweeters, etc Como atuadores: motores ultra-sônicos (robótica e microeletrônica), motores lineares pulsados (mecânica fina), posicionadores de precisão (nanoposicionadores), limpadores ultra-sônicos, soldadores ultra-sônicos, ignições, filtros eletromecânicos, osciladores e linhas de atraso,etc.) Termistores (NTC e PTC): resistores dependentes da temperatura Outros: FERROELÉTRICOS: Cerâmicas Ferroelétricas de BaTiO3: (Dielétricos de alta permissividade, sensores piroelétricos, dispositivos piezoelétricos, dispositivos eletro-óticos, termistores,etc.). Ferroelétricos como capacitores de alta permissividade elétrica: chip com capacitores cerâmicos, oscilador para faixa de micro- ondas, filtros para faixa de micro-ondas, chip com filtros LC, ressonadores cerâmicos, alto-falantes piezoelétricos,etc.) Eletro-óticos: (chaveadores e moduladores óticos, e guias de onda, protetores de olhos, projetores e TV’s stéreo, Displays, etc.) PIROELÉTRICOS Detectores de movimento, termômetros IR, visão no Infra -vermelho,etc. Análise Térmica: REFERÊNCIAS: . Kraus, Johm D. & Carver, K.R.(1986). Eletromagnetismo (W. Figueiredo, trad.) Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. .Millman, J. &Halkias, C. C. (1981). Eletrônica Integrada (E.J. Robalinho,trad.) São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1981. . Notas de Aula : “Materiais Dielétricos” – Profa. Dra. Ducinei Garcia.
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