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Trabalho de Buanaissa Nota

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A Digestão Humana VS Hábitos Alimentares Dos Estudantes Universitários
ÍNDICE
3DECLARAÇÃO	�
4DEDICATÓRIA	�
5LISTA DE ABREVIATURAS	�
5LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS	�
6RESUMO	�
7ABSTRACT	�
8CAPÍTULO I	�
81.	INTRODUÇÃO	�
101.1.	Delimitação Do Estudo	�
101.2.	Relevância Do Tema	�
101.2.1.	Relevância Social	�
101.2.2.	Relevância Científica	�
101.3.	Problematização	�
111.4.	OBJECTIVOS	�
111.4.1.	Objectivo Geral	�
111.4.2.	Objectivos Específicos	�
111.5.	Hipóteses	�
12CAPÍTULO II	�
121.	REVISÃO DA LITERATURA	�
121.1.	SISTEMA DIGESTIVO	�
121.1.1.	Tipos De Digestão	�
121.1.2.	Enzimas Composto Digerido	�
141.2.	Aparelho Digestivo Humano	�
161.3.	Etapas Da Digestão Química	�
191.4.	Absorção Dos Alimentos:	�
202.	HÁBITOS ALIMENTARES	�
202.1.	Influência da Família nos Hábitos Alimentares	�
222.1.1.	Influência Da Universidade Nos Hábitos Alimentares	�
232.2.	Qualidade Alimentar	�
242.3.	Cultura Alimentar De Moçambique	�
252.4.	A Prática De Hábitos Alimentares Saudáveis Para Melhoria Na Qualidade De Vida	�
272.5.	DEBATE TEÓRICO CENTRAL	�
272.5.1.	Desafios Para A Segurança Alimentar E Nutrição Em Moçambique	�
30CAPITULO III	�
301.	METODOLOGIA	�
301.2.	Selecção Da Amostra	�
312.	Avaliação Dos Hábitos Alimentares	�
312.1. Análise Estatística	�
312.1.1. Análise Descritiva de Dados	�
32CAPÍTULO IV	�
321.	RESULTADOS DA ENTREVISTA	�
35CAPÍTULO V	�
351.	Discussão Dos Resultados Da Entrevista	�
37CAPITULO VI	�
371.	CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES	�
371.1.	Conclusão	�
381.2.	Recomendações	�
401. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	�
�
�
 DECLARAÇÃO
 Os meus agradecimentos são extensivos primeiramente ao Bom Deus todo-poderoso. 
 Em segundo, quero agradecer do fundo do meu coração a todos que de forma directa e indirecta acompanharam-me nesta longa jornada académica. 
 Ao meu Esposo (Abílio Rui N. Ponta Vida), meu pai (Felisberto Buanaissa), meu irmão (Amândio da Cruz Buanaissa) que de diversas formas ajudaram-me na realização deste trabalho.
 Ao meu supervisor, Docente Rosário M. Lopes e meu colega Edson Chivura por também fazer parte dos esforços para a materialização deste trabalho, estando presente sempre que precisei.
 Ao Dr. Edson Pene (coordenador do curso de Biologia) que também não mediu esforço em ajudar-me na realização deste trabalho. 
 A todos os amigos e amigas, irmão em Cristo Jesus que acompanharam e me apoiaram em oração durante toda a minha vida académica. 
 Aos que de forma incondicional mostraram-se aptos para apoiar-me disponibilizando seus recursos preciosos tempo e excelente orientação.
DEDICATÓRIA
 Dedico este trabalho ao meu esposo, meus pais, e aos demais que desejaram a minha formação neste curso, principalmente aos que directamente ajudaram-me a tornar os meus esforços em uma realidade concreta.
	
LISTA DE ABREVIATURAS
ADH – Aparelho digestivo humano
ARD – Alimentação rápida desqualificada
DE – Digestão extracelular
DH – Digestão humana
DHI – Digestão humana inapropriada
DNA – Ácido desoxirribonucleico 
HA – Hábitos alimentar
HAI – Hábitos alimentar inapropriados
IGE – Instituto de Geografia e Estatística
OMS – Organização Mundial de Saúde 
QA – Qualidade alimentar
RNA – Base nitrogenada – genes e cromossomas
UZ – Universidade Zambeze
UP – Universidade Pedagógica 
LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS
Gráfico 1 – Gráfico Do Número De Refeições Diárias Em Função Do Género
Gráfico 2 – Gráfico referente a alimentação saudável vs prejudicial 
Gráfico 3 – Gráfico referente ao Tipos de alimentos
Gráfico 4 – Gráfico referente ao Tipos de alimentos referentes aos estudantes da UP vs UZ
Primeira tabela – Tabelas Estudantes que se Alimentam em locais abertos
RESUMO
 Por conta do Desenvolvimento que também faz sentir-se em África, nas últimas décadas notamos uma vertiginosa alteração do modos vivende no que tange aos hábitos alimentares. Estes que primeiramente sofrem tais alterações como já avançámos (por conta do Desenvolvimento/globalização) e a mudança do padrão de vida ao longo do curso da mesma. O começo da vida adulta é decisivo no desenvolvimento dos hábitos alimentares que por sua vez, influirão na qualidade de vida. O desenvolvimento psicomotor não pode ser desconchavado dos hábitos alimentares. 
 Em Africa, concretamente Moçambique, a uma tendência em vermos recrudescidos o número dos estudantes universitários. O que torna este estudo de capital importância. Objectivámo-nos a caracterizar os hábitos alimentares dos estudantes universitários em algumas instituições de ensino universitário onde confrontaremos com a questão da Boa-digestão, pois, esta também tem sido crucial no que tange ao desenvolvimento psicomotor do estudante universitário. 
 Quanto a sua metodologia, este estudo teve como amostra estudantes de diferentes instituições públicas de ensino universitário, dentre os quais de diferentes níveis, cursos a que estão frequentam nas universidades e sexo, sendo 60% homens e os restantes 40% mulheres. Administrando desta feita um inquérito concernente aos Hábitos alimentares e respectivamente o estilo de vida que estes estudantes têm levado no seu cotidiano. Cruzamos os resultados dos inquéritos com a recomendação nutricional baseada na realidade moçambicana. 
 E como resultado constatamos que o padrão alimentar dos estudantes universitários caracteriza-se por geralmente faltar pelo menos uma refeição das 3 mais importantes do dia, vezes, sendo substituídas por lanches, fast food vezes não tendo nada como substituta. Sendo assim, o modo da ingestão alimentar dos estudantes universitários não atingem as recomendações dos bons hábitos alimentares da OMS, como é o caso das frutas, hortícolas e leguminosas, etc. ou seja alimentos de elevado teor nutricional. Com os resultados obtidos, urge que a necessidade de criar programas de promoção de uma alimentação recomendável a nível dos estudantes universitários. 
PALAVRAS-CHAVE: hábitos alimentares, estudantes universitários, digestão humana.
ABSTRACT
 Because of the development that also makes us feel in Africa, in the last decades we notice a vertiginous change of the lifestyles ways with regard to the alimentary habits. Those who first undergo such changes as we have advanced (due to Development / globalization) and the change of the standard of living throughout the course of the same. The beginning of adulthood is decisive in the development of eating habits, which in turn will influence the quality of life. Psychomotor development can not be disregarded from eating habits. 
 In Africa, in particular Mozambique, there is a tendency to see the number of university students increasing. Which makes this study of capital importance? We aimed to characterize the eating habits of university students in some university teaching institutions where we will confront the issue of Good digestion, since this has also been crucial in what concerns the psychomotor development of university students. 
 As to its methodology, this study had as a sample 120 students from different public institutions of university education, among which, of different levels, courses that are attended in universities and sex, being 60% men and the remaining 40% women. Managing this time an inquiry concerning the eating habits and lifestyle that these students have taken in their daily lives. We cross the results of the surveys with the nutritional recommendation based on the Mozambican reality. 
 And as a result, we find that the food pattern of university students is characterized by generally missing at least one meal of the 3 most important of the day, sometimes being replaced by snacks, fast food times having nothing as a substitute. Thus, the mode of food intake of university students does not meet the recommendations of good eating habits of who, such as fruit, vegetables and legumes, etc. or foods of high nutritional content. Withthe results obtained, there is an urgent need to create programs to promote nutrition that is recommended for university students.
KEY WORDS: eating habits, university students, human digestion.
CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO	
 Nos últimos anos o nosso país vem passando por um período de transição nutricional, caracterizado pela queda nos índices de desnutrição e aumento das taxas de sobrepeso e obesidade. Este quadro reflecte a influência da industrialização e da importação de hábitos alimentares ocidentais, que são marcados pelo alto consumo de alimentos processados, de baixo teor nutricional e alto valor energético em detrimento da ingestão de frutas, verduras, legumes e cereais integrais. 
 Os hábitos alimentares dos universitários são fortemente influenciados por factores como o ingresso na universidade, pois para alguns a vida universitária implica em deixar a casa dos pais e passar a viver em moradias estudantis, devido à localização da instituição; a falta de tempo para realizar refeições completas por causa das actividades acadêmicas que influenciam na escolha dos alimentos, na substituição de refeições completas por lanches práticos e rápidos, com alto valor calórico; e o estabelecimento de novos comportamentos e relações sociais. 
 Hábitos alimentares de universitários apresentam - se frequentemente inadequados, caracterizado pelo baixo consumo de frutas e hortaliças e alta ingestão de alimentos ricos em gorduras e açúcares, representando assim maior risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis. O propósito deste estudo é avaliar os hábitos alimentares de estudantes universitários. 
 O tema será desenvolvido antes, olhando para a questão dos hábitos alimentares em si e depois analisando o comportamento dos estudantes universitários no que tange a digestão no seu dia-dia. 
 Esta pesquisa parte da necessidade de analisar os hábitos alimentares de estudantes universitários pelo facto de constatar uma urgente necessidade em definir limitações inerentes aos hábitos alimentares na qual estes estudantes se submetem. Pois bem sabemos que nestes quatro (4) anos, em média, que os estudantes têm tido na sua formação superior é bastante crucial, (me refiro a questão da saúde devido aos hábito alimentar na qual estão condicionados). Sendo certo, pretende-se com a presente pesquisa, recolher todo tipo de informação inerente aos hábitos alimentares e o modelo de vida que estes estudantes levam dia-dia, para, de certa forma poder consciencializar sobre os possíveis riscos a que estão submetidos no que respeita aos seus hábitos alimentares passe a redundância. 
 Geralmente, vemos uma vida corrida no cotidiano do estudante universitário, principalmente estes que para além de somente fazerem o ensino superior, também trabalham e a outro grupo que o seu regime de estudo ultrapassa a um turno (de manhã e atarde). 
 A questão da digestão é fulcral para a saúde humana, pois o organismo não só precisa de comer e comer bem, mas também comer de forma regrada. O distúrbio alimentar que temos assistido na vida destes estudantes podem ser indicadores de vários problemas que apoquentam a vida dos profissionais de hoje outrora estudantes. 
 Como o objectivo geral deste tema, nos propusemos a analisar sobre as consequências dos distúrbios alimentares (pela condição a que os estudantes universitários estão submetidos) na saúde pelo mau funcionamento do sistema digestivo.
Delimitação Do Estudo
 O tema será desenvolvido antes, olhando para a questão dos hábitos alimentares em si e depois analisando o comportamento dos estudantes universitários no que tange a digestão no seu dia-dia. O nosso debate será restringido ainda mais aos estudantes universitários, que para além de somente estudarem também trabalham, e aos que o seu regime de estudo vai até aos dois turnos por inerência da importância das aulas (práticas e teóricas). O estudo será feito a nível do nosso país concretamente na Província de Sofala e analisando de forma exclusiva e especial os estudantes das universidades públicas (Universidade Pedagógica e Universidade Zambeze).
Relevância Do Tema 
Relevância Social 
 No que respeita a relevância social deste tema, primamos em cultivar no seio dos estudantes universitários hábitos alimentares saudáveis para que no futuro tenhamos profissionais também saudáveis e por consequência disso, uma sociedade saudável. 
Relevância Científica 
 Como o trabalho científico (monografia), com o presente estudo, esperamos que também sirva de acervo bibliográfico nos demais casos respeitantes aos hábitos alimentares que possam ser estudados actualmente e a posterior.
Problematização
 Geralmente, vemos uma vida corrida no cotidiano do estudante universitário, principalmente estes, que para além de somente fazerem o ensino superior, também trabalham e a outro grupo que o seu regime de estudo ultrapassa a um turno (de manhã e atarde). A questão que se deve fazer é, até que ponto o hábito alimentar na qual o estudante universitário, está submetido concernente a digestão (função importante no aparelho digestivo e extremamente vital para a saúde), influência a saúde deste estudante quer a quando do seu curso quer depois de este estar formado? 
OBJECTIVOS
Objectivo Geral
 Como o objectivo geral deste tema, nos propusemos a analisar sobre as consequências dos distúrbios alimentares (pela condição a que os estudantes universitários estão submetidos), na saúde pelo mau funcionamento do sistema digestivo.
Objectivos Específicos
 Para a materialização dos objectivos gerais foi importante:
Analisar o cotidiano dos estudantes universitários em tempos de aulas;
Relacionar o tempo da alimentação dos estudantes universitários bem como o tipo da alimentação na qual se submetem em tempos de aulas;
Analisar os hábitos alimentares destes mesmos estudantes em dias que não sejam de aulas para aferir uma possível compensação de eventuais distúrbios em tempos de aulas e;
Identificar maneiras de como relacionar a escassez de tempo dos estudantes universitários vs condição económica e a sua condição alimentar.
Hipóteses
 Na verdade, os hábitos alimentares na qual os estudantes universitários estão submetidos, deixam a desejar, colocando em causa a saúde destes mesmos estudantes aos longo do curso e situações que na sua maioria se repercurtem após a sua formação. Estes problemas advêm não só porque lhes falta a alimentação. Nós sabemos que o nosso aparelho digestivo trabalha de forma programada, e do mesmo jeito sabemos, que se existe algo difícil de se notar, são hábitos alimentareis regrados na vida destes estudantes com a qualidade descrita na pesquisa que pretendemos lançar a mão. A questão da digestão é fulcral para a saúde humana pois o organismo não só precisa de comer e comer bem, mas também comer de forma regrada. O distúrbio alimentar que temos assistido na vida destes estudantes podem ser indicadores de vários problemas que apoquentam a vida dos profissionais de hoje outrora estudantes. 
CAPÍTULO II
REVISÃO DA LITERATURA
SISTEMA DIGESTIVO
 Digestão: é o conjunto de transformações físico-químicas que os alimentos sofrem para se converterem em compostos menores hidrossolúveis e absorvíveis. A digestão química ocorre devido à acção das enzimas secretadas em várias partes do aparelho digestivo. Estas enzimas promovem A Hidrólise Enzimática das macromoléculas ingeridas, na presença da água, de forma que estas são transformadas em unidades capazes de serem absorvidas pelas células da mucosa gastrointestinal (nos animais que apresentam tubo digestivo)�.
 As enzimas secretadas pelas diversas partes do aparelho digestivo, sua localização, os substratos em que actuam e os produtos que formam estão indicados mais adiante. Vale ressaltar que as vitaminas, sais minerais e água são absorvidos diretamente (não necessitam de digestão prévia).
Tipos De DigestãoO processo digestivo varia de acordo com o local da ocorrência, assim pode-se destacar a: Digestão Intracelular: ocorre totalmente dentro das células (protozoários e poríferos) e é realizada pelos lisossomos que são pequenos vacúolos citoplasmáticos que apresentam membrana lipoprotéica e, no seu interior, enzimas digestivas responsáveis pela digestão de vários tipos de compostos orgânicos como os listados na tabela abaixo.
Enzimas Composto Digerido
 Desoxirribonuclease (DNA-ase) DNA Ribonuclease (RNA-ase) RNA Catepsina Proteínas Fosfatases Ésteres do ác. Fosfórico Colagenase Colágeno Glicosidase Glicogênio Se a membrana do lisossomo for fragmentada, as enzimas são lançadas no citoplasma e a célula morre por "autodigestão". As partículas que penetram nas células por endocitose originam um vacúolo com alimento (pinossomo ou fagossomo). O lisossomo une-se ao vacúolo originando o vacúolo digestivo. Após a absorção das partes úteis, origina-se o corpo residual que defeca por clasmocitose. Quando o lisossomo digere componentes estruturais da própria célula, forma-se o vacúolo autofágico. As esponjas (poríferos) apresentam coanócitos que são células responsáveis pela digestão intracelular.
 Digestão Extracelular: ocorre no interior do tubo digestivo do animal, nos invertebrados, protocordados e nos vertebrados. Em relação à alimentação, pode-se afirmar que o homem apresenta especialmente digestão extracelular, enquanto os lisossomos realizam a digestão de componentes celulares velho, que devem ser renovados (autofagia ou digestão intracelular). Nessa digestão as enzimas são produzidas pelos ribossomos por comando genético, que catalisam as reações químicas celulares. Geralmente essas enzimas são específicas para cada substrato e apresentam a terminação ASE, como Glicídeos/Glicosidases, Proteínas/Proteinases, DNA/DNA-ase, RNA/RNA-ase, Lipídeos/Lipases.
 Digestão Extracorpórea: esta é uma forma menos comum de digestão, observada em pequeno número de espécies. Na digestão extracorpórea, o organismo lança para fora, no meio externo, as suas enzimas digestivas, que vão fazer a hidrólise das macromoléculas extra-organicamente�. 
 Os fungos costumam difundir suas enzimas hidrolizantes sobre os substratos (substâncias orgânicas encontradas na madeira, na terra) em meio aos quais se desenvolvem. Só depois da fragmentação das macromoléculas em moléculas pequenas é feita a absorção dos nutrientes. As aranhas comumente injetam na presa uma certa quantidade de sucos digestivos juntamente com o veneno. Esses sucos vão proceder na vítima o amolecimento dos tecidos e a decomposição rápida das proteínas, lipídeos e polissacarídeos. 
 Após este evento as aranhas promovem a ingestão, sugando a matéria liquefeita do interior do corpo da presa que, por fim, resta seco e oco. A estrela-do-mar ejeta o estômago, englobando o alimento no meio externo. Após o amolecimento das substâncias pela acção do suco gástrico, o estômago é recolhido novamente ao interior do organismo onde ocorre o resto da digestão (assimilação)�.
Aparelho Digestivo Humano
 A evolução constante dos seres vivos permitiu através de transformações sucessivas que chegássemos à organização anatômico/fisiológica sofisticada dos animais superiores. Se por um lado vimos a complexidade atingida pelos órgãos e sistemas do corpo humano considerado a máquina mais perfeita do mundo ela necessita de muita energia para que possa estar em perfeito funcionamento. Essa energia é obtida pela nutrição.
 Assim, a mais perfeita máquina do mundo precisa ser alimentada porque é um ser heterotrófico, isto é, totalmente dependente dos seres autotróficos e também de outros seres heterotróficos. Convêm recordar que somente os seres autotróficos conseguem obter energia a partir de minerais e gases. Portanto os seres mais evoluídos do mundo são totalmente dependentes dos seres mais independentes do mundo, pois estes últimos se nutrem e se desenvolvem por si mesmo, daí serem chamados de autotróficos. 
 Os vegetais, como exemplo maior de seres autotróficos, são capazes de transformar CO2 + H2O + energia luminosa, captada por pigmentos fotossensíveis (clorofila, por ex.), em compostos orgânicos, ou seja, em compostos que servirão para o seu desenvolvimento e que também são essenciais para o desenvolvimento dos seres heterotróficos. Está claro então que os seres mais evoluídos e mais dependentes do mundo, os heterotróficos, necessitam nutrir-se. A nutrição como um todo inclui:
Alimentação;
Digestão;
Assimilação;
Defecação
 Neste tópico será discutida a anatomo-fisiologia do processo digestivo do homem comparando-o com o que ocorre nas demais classes de vertebrados. A digestão humana é extracelular, pois ocorre no interior do tubo digestivo. Compreende processos físicos (mecânicos) como a mastigação, a deglutição e os movimentos peristálticos. É também um processo químico, graças à acção das enzimas secretadas por glândulas anexas. O processo digestivo inicia-se na boca pela acção trituradora dos dentes:
 DENTES: são formados do epitélio e do tecido conjuntivo das gengivas, que se modificam. Os dentes são dispostos em duas curvas, arcadas dentárias, articulados nos ossos maxilares e mandibular. Cada dente é formado por uma porção que se projecta além da gengiva, a coroa, e uma ou mais raízes dentro do alvéolo do osso. O ponto de transição entre coroa e raiz é chamado colo.
 O dente tem uma cavidade central, a cavidade pulpar, cuja forma lembra o próprio dente. Dentro das raízes essa cavidade é alongada e termina por um orifício denominado forame apical, pelo qual passam os vasos e nervos. Em volta das raízes há uma estrutura fibrosa, o ligamento ou membrana periodontal, que fixa a raiz ao seu alvéolo�.
 Dentina: é um tecido calcificado mais duro do que o osso, por conter maior teor de sais de cálcio. Sua matriz contém glico-proteínas e colágeno, além de cristais de hidroxiapatita. A matriz orgânica da dentina é sintetizada por células semelhantes a osteoblastos, que recebem o nome de odontoblastos e revestem a superfície interna da dentina, separando-a da polpa dentária. O odontoblasto é uma célula polarizada que deposita matriz orgânica penetrando perpendicularmente sobre a superfície da dentina e que forma canículos entre as várias camadas da dentina que servem para as trocas metabólicas.
 Ao contrário do osso, a dentina persiste calcificada por longo tempo, mesmo após a destruição dos odontoblastos. Isto possibilita conservar dentes cuja polpa e odontoblastos tenham sido destruídos por infecção. A destruição do esmalte, que ocorre com certa frequência pelo próprio desgaste do dente, provoca uma reação nos odontoblastos que reiniciam a síntese da dentina; essa nova dentina apresentará uma estrutura menos irregular do que a já existente no mesmo dente.
 Esmalte: é a estrutura mais rica em cálcio do corpo humano e também a mais dura. Contém 97% de sais de cálcio e apenas 3% de água e matéria orgânica (principalmente proteína). Outra peculiaridade do esmalte é ser um derivado epitelial calcificado, enquanto as outras estruturas dos dentes derivam do mesoderma. A matriz orgânica não é formada por fibras colágenas. O esmalte é constituído por estruturas alongadas hexagonais, os prismas do esmalte. Estes são calcificados, bem como o material cimentado que os une.
 Polpa: esta porção do dente ocupa a cavidade pulpar e é formada, no jovem, por tecido conjuntivo do tipo mucoso e, no adulto, por tecido conjuntivo frouxo. As células predominantes na polpa são fibroblastos de forma estrelada. Dispersas na substância fundamental amorfa, existem fibras colágenas orientadas em todas as direções, mas sem formar feixes. Em dentes muito jovens, essas fibras são poucas ou não existem. A polpa é um tecido ricamente inervado e vascularizado.
 Cemento: este tecido cobre a dentina da raiz e tem estrutura semelhante à do osso, ainda que não apresente sistemas de Havers nem vasossanguíneos. O cemento é mais espesso na região apical da raiz e apresenta, neste ponto, células com aspecto de osteócitos: são os cementócitos. Assim como os osteócitos, estas células estão enclausuradas em lacunas e se intercomunicam por canalículos. Como o cemento não tem canais vasculares, a nutrição das células se faz através desses canalículos. Na extremidade da raiz, a produção de cemento é contínua, para compensar a erupção normal que o dente sofre. Embora essa erupção seja muito lenta, a formação de cemento é importante para manter o tamanho da raiz e garantir a articulação do dente.
 Ligamento periodontal: é formado por um tecido denso com características especiais, que une o cemento dentário ao osso alveolar, permitindo ligeiros movimentos do dente dentro dos alvéolos.
 Lâmina dura ou osso alveolar: é a porção do osso que está em contato imediato com o ligamento periodontal, sendo formada por tecido ósseo do tipo imaturo, no qual as fibras colágenas não estão dispostas em formações lamelares típicas. Fibras colágenas do ligamento periodontal formam feixes que penetram no osso e no cemento, inserindo-se nessas estruturas�.
Etapas Da Digestão Química
 Os processos químicos constituem a transformação das grandes moléculas de proteínas, lipídios, glicídios e ácidos nucléicos em pequenas moléculas que serão absorvidas para corrente sanguínea através da mucosa intestinal. Neste processo intervêm as enzimas que são secretadas pelas glândulas anexas ao tubo digestivo.
 NA BOCA: deve-se à acção de enzimas da saliva que é secretada pelas glândulas salivares parótidas, submaxilares, sublinguais e em outras glândulas salivares menores. A principal enzima da saliva é a amílase salivar (ptialina). Outras enzimas presente na saliva como a maltase e catalase são de menor importância porque são produzidas em quantidades menores. A saliva tem pH entre 6,4 - 7,5, que favorece a ação da amilase salivar. Esta catalisa a hidrólise de polissacarídeos (amido, glicogênio e seus derivados). 
 A digestão do amido (polissacarídeo) pela saliva produz oligossacarídeos e maltose. Quando o alimento é colocado na boca, reflexos nervosos estimulam a secreção da saliva, especialmente se o alimento é saboroso ou apetitoso. Tal controlo é realizado pelo sistema nervoso autônomo. O SNP estimula secreção e o SNS inibe a secreção.
 DIGESTÃO NO ESTÔMAGO: no estômago o alimento sofre a acção do suco gástrico que é secretado pelas glândulas localizadas na parede estomacal. O muco é produzido pelas glândulas pilóricas e cárdicas do estômago e lubrifica o bolo alimentar, além de proteger a parede do estômago contra a acção das enzimas gástricas e do HCl.
 O HCl apresenta as seguintes funções: facilita a absorção de ferro; proporciona um pH ótimo para a digestão protéica; activa o Pepsinogênio à Pepsina; age contra os germes restringindo a fermentação microbiana (acção germicida). As enzimas do suco gástrico são: pepsina, lípase gástrica, amilase gástrica.
 A pepsina é uma enzima proteolítica (digere proteínas em peptídeos), que actua num meio altamente ácido (pH = 2,0) e acima de pH = 5,0 apresenta pouca actividade proteolítica, tornando-se inactiva.
 A lípase gástrica (tributirase) age sobre a tributirina (um tipo de gordura encontrado no leite e seus derivados), quase não tem actividade lipolítica sobre as gorduras comuns. A amilase gástrica não desempenha papel importante na digestão do amido.
 A secreção gástrica é regulada por mecanismos nervosos e hormonais. A regulação hormonal é realizada por meio de dois hormônios: gastrina e enterogastrona. A gastrina é produzida pela mucosa da região pilórica do próprio estômago e tem acção estimulante sobre a secreção gástrica. A enterogastronaé produzida no intestino delgado (duodeno) em presença de gordura e inibe a secreção gástrica�.
 Digestão No Intestino: As enzimas encontradas no intestino delgado decorrem do suco pancreático, secretado por um órgão anexo ao aparelho digestivo, o pâncreas. 
Suco pancreático: é secretado pelo pâncreas (parte exócrina), seu pH é de 7,8 - 8,2 devido ao alto teor em bicarbonato. As enzimas desse suco são: Tripsina, quimotripsina, carboxi e amino-peptidase, amilase pancreática, lípase pancreática, ribonuclease e desoxirribonuclease.
 Tripsina: é sintetizada nas células pancreáticas na forma do precursor inactivo (tripsinogênio). A activação do tripsinogênio é, realizada pela enzima enteroquinase (produzida pelo intestino delgado). O tripsinogênio também pode ser activado pela própria tripsina (autocatálise). Esta enzima actua sobre proteínas inteiras ou parcialmente digeridas produzindo frações menores (peptídeos).
 QUIMOTRIPSINA: é produzida pelo pâncreas na forma de quimotripsinogênio que é activado pela tripsina, passando, então a quimotripsina. Esta enzima age sobre proteínas inteiras ou parcialmente digeridas produzindo fraçcões menores (peptídeos).
CARBOXI e AMINO PEPTIDASE: digerem peptídeos a aminoácidos pela região carboxi e amino terminal, respectivamente.
 AMILASE PANCREÁTICA: hidrolisa os polissacarídeos a dissacarídeos. OBS: Alguns polissacarídeos, como a celulose e a quitina, não são hidrolisados pelas amilases humanas.
 LIPASE PANCREÁTICA: hidrolisa as gorduras neutras, ácidos graxos e glicerol.
NUCLEASES: (ribonuclease e desoxirribonuclease) hidrolisam, respectivamente, o ácido ribonucléico e o desoxirribonucléico a frações menores (nucleotídeos).
 A secreção pancreática é regulada por mecanismo nervoso e também hormonal. A visão, o cheiro, o paladar e também a chegada do bolo alimentar ao estômago desencadeiam impulsos parassimpáticos através do nervo vago até o pâncreas, determinando uma secreção moderada do suco pancreático. A chegada do alimento ao intestino delgado estimula a mucosa duodenal a produzir os hormônios secretina e pancreosina, que, por sua vez, estimulam o pâncreas a secretar o suco pancreático.
 A secretina é produzida em resposta à estimulação da acidez do bolo alimentar que chega ao intestino delgado. O suco pancreático, que chega no duodeno, é altamente rico em bicarbonato que tem por finalidade neutralizar a acidez do bolo alimentar e, assim, garantir a acção das enzimas pancreáticas que funcionam em pH ligeiramente alcalino e neutro.
 Outro anexo do aparelho digestivo é a vesícula biliar que armazena um líquido denominado Bile.
 A BILE emulsifica as gorduras, é produzida pelo fígado a partir de hemácias velhas e é armazenada na vesícula biliar. Não apresenta enzimas digestivas. Possui sais biliares (glicolato e taurocolato de sódio) que emulsionam as gorduras, facilitando a acção das lípases (aumentam a superfície de acção). Outra função dos sais biliares é solubilizar os produtos finais da digestão lipídica, facilitando assim a sua absorção através da mucosa intestinal. A presença de gordura no intestino delgado estimula a mucosa duodenal a produzir o hormônio colecistoquinina, o qual age determinando a contração da parede da vesícula que, então, elimina a bile para o intestino.
 Em sua maior parte os sais biliares são reabsorvidos pelo intestino e a seguir reutilizados pelo fígado várias vezes, antes de serem transformados em biliverdina (pigmento que da a cor às fezes).
 SUCO ENTÉRICO: é produzido pelo epitélio glandular das criptas de Lieberkuhen, localizadas no intestino delgado.
 O suco entérico (intestinal) contém muco, cuja função é proteger a parede intestinal contra umaautodigestão, e as enzimas: enteroquinase, erepsina e as enzimas produzidas pelo pâncreas: lípase, amilase, maltase, lactase e sucrase. Seu pH está na faixa de 6,5 a 7,5.
A enteroquinase, além do papel de activadora do tripsinogênio, digere peptídeos a aminoácidos. Importantes estímulos directos ou reflexos regulam a secreção do intestino delgado. A distensão dointestino e estímulos táteis ou irritantes resultam em intensa secreção do suco intestinal�.A secretina um dos principais hormônios produzidos pelo intestino delgado, tem acção sobre as células do ductopancreático e do trato biliar, aumentando a secreção de bicarbonato, o que produz um suco pancreático aquoso alcalino.
Absorção Dos Alimentos:
 A absorção dos alimentos ocorre principalmente no intestino delgado, que possui microvilosidades, estruturas responsáveis pelo aumento da superfície de absorção. Ao nível do jejuno-íleo há uma grande absorção de glicose, aminoácidos, etc. O estômago e o intestino grosso também participam da absorção, principalmente de água. Algumas substâncias são absorvidas por pinocitose, porém a maior parte da absorção ocorre por difusão e transporte activo.
 Uma população bacteriana está presente no intestino grosso, sendo responsável pela produção de vitaminas: k, B12, tianina, riboflavina e vários gases.
HÁBITOS ALIMENTARES
 Os hábitos das pessoas de todas as partes do mundo têm sido influenciados por convicções e valores culturais, religião, clima, localização regional, agricultura, tecnologia, situação económica, etc. Consequentemente, os hábitos alimentares variam de país para país e de região para região dentro de um mesmo país�.
 O comportamento alimentar pode ser entendido, levando-se em consideração a inter-relação de vários factores que influenciam de maneira directa e/ou indirecta com a faixa etária de jovens e adolescentes. Existem factores externos, constituídos pela família, amigos, pelas normas, valores sociais, culturais, pela mídia, "fast foods", conhecimentos de nutrição e por “manias” alimentares. Existem os factores internos, constituídos pelas necessidades e características psicológicas, imagem corporal, valores e experiências pessoais, autoestima e desenvolvimento psicológico�.
 Esses factores estão atrelados ao sistema sócio-político-económico, à disponibilidade de alimentos, à produção e ao sistema de distribuição que levam determinado estilo de vida, acarretando o hábito alimentar individual (SCHAFER e YETLEY, 1975; STORY, 1984 apud VITOLO, 2008, p.291) 
Influência da Família nos Hábitos Alimentares
 Segundo Vitolo (2008) a situação nutricional do estudante universitário africano em conformidade com publicação do Instituto de Geografia e Estatística (IGE) na Africa do Sul, o qual apresenta o resultado das medidas antropométricas destes, de acordo com a Pesquisa de Orçamentos Familiares feita no período de julho de 2002 a junho de 2003 em todo o mundo:
 Em face da necessidade de informações detalhadas sobre as condições de vida a partir do consumo, especialmente das famílias de menor renda, incluíram no âmbito da pesquisa as áreas rurais e foram investigadas as aquisições não-monetárias. A identificação de desigualdades no estado nutricional dos estudantes relacionadas às diferenças nas condições
Socioeconómicas e das condições de vida das famílias é fundamental para o desenvolvimento e a avaliação de políticas públicas voltadas para a equidade da saúde. Estudos feitos em diversas regiões da Africa comparando o estado nutricional dos estudantes entre grupos de renda de escolaridade dos pais indicam que os estudantes de famílias com piores condições socioeconómicas apresentam riscos significativamente maiores de baixo peso e retardo de crescimento (VITOLO, 2008 p.182).
 A família é a primeira influência nos hábitos alimentares e a mais directa, seja pela escolha dos alimentos, ou pelo ambiente que proporcionam durante as refeições, Gambardella et al. (1999) dizem que “a família é a primeira instituição que tem acção directa sobre os hábitos do indivíduo à medida que se responsabiliza pela compra e preparo dos alimentos em casa, transmitindo dessa forma seus hábitos alimentares à criança”.
 Quando se analisam a relação dinâmica familiar e o comportamento alimentar, observa-se quanto as relações podem influenciar positiva ou negativamente o hábito alimentar, principalmente na fase complexa da vida que é a adolescência. Adolescentes cujo relacionamento familiar é desarmônico, baseado na rigidez e no autoritarismo dos pais, frequentemente utilizam o alimento como um veículo para expressar sua rebelião conta os mesmos. Com isso, desenvolvem-se práticas alimentares erradas, como aversão e recusa alimentar, dietas excêntricas, regimes alimentares e omissões de refeições�. 
 O mesmo acontece quando os pais são muito permissivos, sendo o alimento um reflexo da insatisfação interna do adolescente com a falta de limites. Os pais deveriam ser aconselhados a permitir a independência dos filhos, mas proporcionar um ambiente físico e emocional que facilite o desenvolvimento saudável do estudante e que o adapte às novas escolhas. (STORY, 1984 apud VITOLO, 2008, p.293.)
 Os adolescentes passam por um processo de independência crescente com relação aos hábitos alimentares, e por esse motivo, as tentativas para auxiliá-los na melhoria de seu estado nutricional devem ser cuidadosas. Faz-se necessário, primeiramente, verificar a demonstração de interesse do adolescente para a mudança. Diante disso, estimular o desejo de mudar deve ser uma tarefa contínua e requer o desenvolvimento de actividades que “oportunizem” conhecimento, mudança de comportamento e de atitudes aos estudantes. A família deve ajudar no processo de mudança, adquirindo também bons hábitos alimentares, e assim actuar como encorajadores nesse processo.
Influência Da Universidade Nos Hábitos Alimentares
 A educação nutricional é essencial e deve basear-se em um processo activo, lúdico e interativo, em que educar consiste em ensinar e treinar, motivando as trocas entre o estudante e os docentes por meio de palavras de fácil compreensão, aliada a um ambiente favorável ao aprendizado�.
 Quando ingressam nas universidades, os estudantes tornam-se mais independentes em relação à escolha dos alimentos, pois, passam a conhecer alimentos diferentes daqueles que já estavam habituadas no meio familiar, assim sendo, é importante a orientação para que possam fazer as melhores escolhas alimentares.
 Para que realmente o estudante entenda a importância de uma alimentação saudável, torna-se essencial que lhe seja propiciado reflexões que auxiliem na sistematização do conhecimento por meio da interação entre pensar, sentir e fazer.
 Desta forma, o discente deixará de ser apenas um observador e passa a participar activamente, argumentando, expondo suas opiniões e dúvidas. Santos (2005) salienta a “importância de estimular os estudantes a conhecerem, valorizarem e aceitarem novos alimentos, adquirindo boas práticas alimentares”.
 As Diretrizes Curriculares de Ciências do Estado do fazem a importante relação entre o conhecimento prévio do estudante e o conhecimento científico, onde há o reconhecimento que é preciso envolver os alunos, discutindo seus próprios hábitos de consumo de forma que se conscientizem da necessidade de melhorá-los�.
 A apropriação do conhecimento científico pelo estudante no contexto universitário implica a superação dos obstáculos conceituais. Para que isso ocorra, o conhecimento anterior do estudante, construído nas interações e nas relações que estabelece na vida cotidiana, num primeiro momento, deve ser valorizado. Denominam-se tais conhecimentos como alternativos aos conhecimentos científicos e, por isso, podem ser considerados primeiros obstáculos conceituais a serem superados.
Qualidade Alimentar
 Contento et al. (1988 apud VTOLO, 2008, p.291) referem que a análise do hábito alimentar do estudante, deve considerar diferentes subgrupos ou segmentos, que diferem nas variáveis que motivam a escolha dos alimentos. Ora há estudantes que são influenciados pelo hábito alimentar de amigos, ora há os que apresentam críticas aos mesmos.
 É importante ressaltar que, muitas vezes, os adolescentes têm o conhecimento adequado sobre nutrição e sobre quais seriam as atitudes saudáveis nesse campo, mas tem dificuldades dese sobrepor as barreiras que os impedem de agir de acordo com o que “deveriam”. Acrescenta-se ainda a associação psicossocial, inconsciente, de actividades prazerosas, como estar com os amigos, shopping, parques, bares com alimentos do tipo junk food. Por outro lado, as actividades “chatas” (estar em casa, estar com os pais) estão associadas aos alimentos considerados saudáveis�.
 Grande parte da população desconhece, ou quando conhece, por cultura ou descuido, deixa de praticar uma alimentação saudável. Segundo Oliveira (2007)�, a alimentação e a consequente nutrição são factores que embasam e garantem o pleno desenvolvimento físico e intelectual de cada pessoa e, consequentemente, sua qualidade de vida.
 O organismo humano precisa de consumo diário e contínuo de alimentos, em qualidade e quantidade capazes de suprir todas as necessidades e o funcionamento normal. É necessário verificar e dar importância ao valor nutricional do que se come.
 A falta de conhecimento sobre alimentação, nutrição, sua importância para o desenvolvimento físico, mental e para a qualidade de vida induz as pessoas ao não desenvolvimento de bons hábitos alimentares e, consequentemente, ao aparecimento de problemas relacionados à alimentação. Assim, é necessário discutir e propor medidas de prevenção em educação alimentar (OLIVEIRA, 2007).
Cultura Alimentar De Moçambique
 Os principais alimentos consumidos pela população são: milho, arroz, mandioca, batata doce, abóbora, amendoim e castanha de cajú. O cardápio também inclui frutas como coco, banana, mamão e abacaxi, mas essas não são muito apreciadas, pois o paladar moçambicano privilegia alimentos salgados.
 Leite e carne vermelha são difíceis de encontrar. Essa última é consumida em raras ocasiões se quando servida, os homens comem primeiro, se sobra, é a vez das mulheres e, por último as crianças.
 As comunidades que vivem próximo ao mar conseguem obter proteína animal por meio da pesca. Quem tem condições, cria animais como cabra, frango e porco, que são criados soltos, sendo assim devoram parte das hortas, prejudicando o consumo humano.
 Os moçambicanos não têm o hábito de temperar a comida. O feijão é pouco consumido, pois provoca gases acredita-se que isso “faz mal” à saúde. As verduras são fervidas por horas “a fio” e a aguado cozimento é dispensada, sendo assim, consomem o alimento sem praticamente nenhum nutriente.
 Nos alimentamos apenas uma vez por dia, ao entardecer. Isso faz com que o aproveitamento escolar seja baixo e que os trabalhadores estejam sempre cansados e indispostos. No momento da refeição, comem muito, deixando-os sonolentos.
 Além disso, as refeições costumam ser compostas por apenas um único alimento, se há arroz e feijão em casa, num dia eles comem arroz e no outro dia eles comem feijão; não há variedade.
 Á venda, também não há muita opção. Na safra do tomate, por exemplo, é praticamente só isso que se encontra para comprar. Os alimentos são cozidos em fogueiras no chão. Fogão e frigorífico são artigos de luxo.
A Prática De Hábitos Alimentares Saudáveis Para Melhoria Na Qualidade De Vida
 A prática de atitudes simples e saudáveis, como hábitos alimentares com ingestão de alimentos ricos em nutrientes e vitaminas, pode ser realizada no dia-a-dia para melhorar o desempenho escolar, aumentando tanto a disposição quanto à concentração dos estudantes.
Hábitos alimentares saudáveis proporcionam ao organismo humano condições para uma vida saudável, exercem grande influência sobre a saúde, o crescimento e o desenvolvimento dos indivíduos. As transformações corporais, hormonais e até mesmo as comportamentais ocorridas na adolescência têm efeito sobre o comportamento alimentar, influenciados por uma série de factores relacionados a auto-imagem, valores, preferências, hábitos familiares, amigos, regras sociais, culturais, mídia, entre outros.
 Na fase da adolescência, características como o crescimento físico pode apresentar alta vulnerabilidade para deficiências nutricionais e constitui-se também, em um período de risco para o desenvolvimento de obesidade e doenças crônicas na vida adulta. Aliás, uma grande parcela da adolescência descarta a real importância de seus hábitos alimentares e, por conseguinte, desconhecem a potencial nocividade de tal actitude.
 O estudo e a prática da alimentação saudável na fase da adolescência fazem com que os estudantes procurem analisar e reflectir sobre seus hábitos alimentares, buscando uma alimentação saudável, respeitando suas culturas e costumes alimentares. Mostrar qual é a forma de se ter uma alimentação saudável, sua influência no desenvolvimento da saúde e nutrição, ou seja, faz-se necessário que esse tema seja abordado de forma contínua, visto que os estudantes têm acesso às informações, mas é indispensável que seja retomado para que realmente sejam incorporados aos seus hábitos diários.
 Para Azevedo (2004)� a contextualização na resolução de situações problemas proporciona "a participação do estudante de modo que ele comece a produzir seu conhecimento por meio da interação entre pensar, sentir e fazer, além do conhecimento de factos e conceitos adquiridos nesse processo". Dessa forma, o assunto torna-se mais atrativo, pois traz o conforto das informações prévias com as que estão sendo apresentadas.
 Para a área do Ensino de Ciências, o estudo sobre “Hábitos Alimentares” desenvolvido, contemplou os conteúdos sobre Nutrição no oitavo ano do ensino fundamental, pois a nutrição é o conjunto de processos integrados que envolvem a digestão, a respiração, a circulação e a excreção, no qual se trabalha o valor nutricional dos alimentos, a importância da alimentação e dos nutrientes para as funções vitais, bem como as doenças causadas pela deficiência dos mesmos e sua prevenção�.
 
DEBATE TEÓRICO CENTRAL
Desafios Para A Segurança Alimentar E Nutrição Em Moçambique
 Considerando que a prevalência de altos níveis de subnutrição crónica representa um risco importante para o desenvolvimento de Moçambique, as discussões sobre segurança alimentar e nutrição tornaram- se cada vez mais importantes no país, tanto para o governo como para a sociedade civil.
 A situação actual de segurança alimentar e nutrição pode resumir-se do seguinte modo:
Existe uma elevada taxa de desnutrição crónica, principalmente nas crianças, maior nas zonas rurais que nas urbanas, crescendo do Sul para o Norte (onde atinge os 50%), isto é, das zonas de maior consumo para as de maior produção, das zonas mais desfavoráveis para as mais favoráveis para a produção, das zonas mais pobres para as zonas mais ricas em recursos naturais. Este é um padrão consistente com outros indicadores dos desequilíbrios regionais em termos de níveis de pobreza-consumo, infra-estruturas económicas e sociais. 
 Não sendo a pobreza a única causa de desnutrição, é geralmente aceite ser um dos factores fundamentais.
 Hoje, em Moçambique, embora ¾ da população tenha conseguido sair da armadilha da fome, quase metade das crianças tem o seu futuro comprometido: trata-se, de facto, de uma situação de emergência que requer um tratamento urgente�.
 De modo a se atingir, até 2030, os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada por todos os países em 2015, Moçambique tem que fazer um grande esforço, particularmente no que se refere ao segundo objectivo que visa “eliminar a fome, atingira segurança alimentar e melhorar a nutrição, e promover uma agricultura sustentável”.
 O estudo contou com a assistência de um Grupo de Aconselhamento multidisciplinar que incluiu especialistas seleccionados com conhecimento sólido de Moçambique e experiência em áreas relacionadas com a segurança alimentar e nutrição. O seu conteúdo foi discutido com vários actores relevantes, em painéis e grupos de interesse, que incluíramfuncionários Os desafios de segurança alimentar e nutrição em Moçambique são multifacetados e, se não forem resolvidos de forma apropriada e atempadamente, representam um risco importante para o desenvolvimento do país. A redução da malnutrição crónica é um objectivo-chave de desenvolvimento para o governo de Moçambique que requer uma abordagem multi-sectorial e investimentos a longo prazo de modo a reverter os seus inaceitáveis altos níveis que afectam negativamente o desenvolvimento do capital humano no país. 
 As principais causas de subnutrição são os baixos rendimentos e a insegurança alimentar, como demonstrado pela grande proporção de famílias com crianças subnutridas no quintil de rendimento mais baixo e famílias que sofrem de insegurança alimentar. Estima-se que mais de metade das famílias em Moçambique estejam afectadas por insegurança alimentar e, cerca de um terço, por insegurança alimentar crónica. Cerca de 30% das famílias são consideradas pobres ou estão no seu limite em termos de diversificação da dieta e frequência de refeições, uma medida crítica de segurança nutricional. 
 Como referido, 80% das famílias não consegue ter uma dieta adequada. A prevalência da insegurança alimentar e da mal nutrição crónica na maioria das províncias no país é similar. Contudo, as províncias de Cabo Delgado, Nampula e Sofala são as mais afectadas do governo, representantes da sociedade civil, sector privado, academia e organizações das NU�. 
 Considerando os aspectos multi-dimensionais da segurança alimentar e nutrição, as propostas apresentadas neste exigem uma coordenação atempada e eficiente com os sectores e instituições relevantes e as organizações da sociedade civil e ainda entre eles. Em vários casos, os resultados da implementação dos programas podem ser sentidos imediatamente ao nível das famílias e comunidades. Contudo, um impacto mais amplo na situação alimentar e nutricional de Moçambique só será percebido a médio e longo prazo. 
 No geral, as propostas foram analisadas considerando os seguintes elementos:
 1) Priorização e governação: a situação evolui lentamente, não pela qualidade das políticas e estratégias, mas porque elas não são implementadas, em grande medida por não constituírem prioridade real. Serve como exemplo, o não cumprimento da Declaração de Maputo de atribuição de 10% do orçamento para a agricultura. A segurança alimentar não é tarefa e prioridade apenas do governo, mas de toda a sociedade. Se não for prioridade, compromete-se a qualidade de vida da população, com repercussões negativas para o futuro do país.
 2) Generalização das propostas: as políticas e estratégias não têm em conta as especificidades das regiões, ou mesmo das comunidades, tornando-se deste modo pouco exequíveis. Serve como exemplo, a mensagem da necessidade de aumentar a frequência de alimentos proteicos, como o feijão, que não faz muito sentido para o Niassa, onde essa cultura é frequente, mas onde pode talvez faltar proteína animal, embora a mensagem faça sentido noutras regiões do país. A priorização das medidas de mitigação deve considerar as peculiaridades locais para melhor racionalização dos recursos e também para melhor aceitação e alcance das mensagens.
 3) Mecanismos de implementação: há que utilizar os mecanismos existentes para transmitir conhecimentos essenciais e mensagens necessárias à mudança de comportamentos. Estas devem concentrar- -se nas práticas de produção e de nutrição. A prioridade deve incidir sobre as crianças nos primeiros 1000 dias de vida, incluindo os 9 meses de concepção, e as adolescentes e futuras mães com vista ao espaçamento dos nascimentos�.
 Dada a gravidade da situação actual, e embora esteja claramente estabelecido acima que o tratamento sustentável da desnutrição crónica será o resultado de um processo de médio ou longo prazo e não de eventos, pode ser conveniente o lançamento de uma Campanha de Combate à Insegurança Alimentar e Subnutrição Crónica. Neste quadro, sugere-se a implementação de grupos ou comités multidisciplinares compostos por professores, enfermeiro geral ou técnico de medicina preventiva, parteiras, nutricionistas, extensionistas rurais, técnicos de saúde da comunidade e jornalistas, bem como agentes de igrejas e de outras organizações da sociedade civil, incluindo médicos tradicionais.
CAPITULO III
METODOLOGIA
 Para elaboração deste trabalho usou o método transversal, que consistiu na recolha de dados dos estudantes universitários entre duas Universidades nomeadamente: Universidade Zambeze e Universidade Pedagógica de Moçambique na tentativa de buscar as informações relativa a sua digestão humana e Hábitos Alimentares dos estudantes Universitários. 
 A universidade Zambeze conta com duais Faculdades, Faculdade de Ciências Sociais e Humanidade e a Faculdade de Ciências e Tecnologia assim sendo as duais faculdade conta com mais de 2000 estudantes nas duais faculdades. 
 A universidade Pedagógica de Moçambique conta com varias faculdade, mais este trabalho focalizou muito na faculdade de Ciências de Educação Física e desporto devido as suas actividades e hábitos alimentares.
Selecção Da Amostra 
 Os estudantes da faculdade de ciências de educação física e desporto da universidade pedagógica de Moçambique foram seleccionados por conveniência para a realização deste estudo. 
 O presente trabalho constitui um estudo descritivo transversal. A recolha de dados decorreu durante os meses de Outubro a Novembro de 2017 através da aplicação de questionários com pergunta fechadas de tipo múltiplas escolhas. Estes questionários tinham como finalidade caracterizar os hábitos alimentares, pratica de actividade física dos estudantes universitários para avaliar os hábitos alimentares Vs gestão humana. De forma a evitar os erros das respostas os participantes não tiveram o conhecimento do conteúdo do questionário.
 Foram excluídos do estudo, os estudantes que apresentavam alguma patologia diagnosticada com influencia na gestão humana Vs hábitos alimentares, como diabetes, hipertensão Arterial, entre outras. Também foram excluídos os estudantes que faziam dietas especiais e aqueles que por qualquer motivo não completaram o preenchimento do questionário. 
Avaliação Dos Hábitos Alimentares 
 Para avaliação dos hábitos alimentares aplicou se o inquérito que respeita a caracterização dos estudantes universitários (Sexo, idade, ano que frequenta, com quem vive).
2.1. Análise Estatística
 Para o processamento de dados foi utlizado o Software SPSS (Statistic package for Social Science) – release 22.0 for Windows VERSÃO Copyright 2001.
 Para o processamento de dados e Gráficos foi usado o Microsoft Excel 2010 e foi usado Microsoft Word 2010 para fazer relatório final do trabalho.
2.1.1. Análise Descritiva de Dados 
 Mediadas de tenência central, análise gráfica e medidas de dispersão 
Calcular a distância média (Média) 
Calcular os níveis de dispersão (variância)
Coeficiente de Variação dos hábitos alimentares 
CAPÍTULO IV
RESULTADOS DA ENTREVISTA 
 O inquérito da recolha dos dados tinha como objectivo central de analisar e avaliar os hábitos alimentares dos estudantes universitários nestas duais faculdades, excluindo os estudantes que estavam a fazer dieta alimentar e outras os que estavam com alguns problemas de saúde. 
 De acordo com dados obtidos dos estudantes da universidade Zambeze, um universo de 100 estudantes dos quais a metade são da faculdade de ciências sociais e humanidade e os outros 50 são da faculdade de ciências e tecnologia. 
 Os resultados da pesquisa serão bem ilustrado nos gráficos e tabelas que se seguem… onde bem haveremos de interpretar no capítulo atinente a discussão dos resultados.
Gráfico 1
.
Gráfico 2
Gráfico 3
Gráfico 4
	Tabelas Estudantes que se Alimentam em locais aberto
	
	SexoFeminino 
	
	78.95%
	Estudantes 
	Sexo Masculino
	
	68.75%
 
Primeira tabela 
Gráfico 5
CAPÍTULO V
Discussão Dos Resultados Da Entrevista 
 De acordo com resultados, ilustram que a maior parte dos estudantes universitários, usufruem de pequenas refeições para os estudantes com condições precárias ou os estudantes que não possuem a bolsa dos estudos alimentam se de acordo com as condições: Nomeadamente Pão simples, pão acompanhado com “badjias” locais, Hamburguês simples, Hamburguês completos, pão com “palone”, e entre outros alimentos.
 Os estudantes necessitados a maior parte deles alimentam-se de pão simples e acompanhados com alguns líquidos de refrigeração como Frozy e Maheu de fabrico caseiro, enquanto os estudantes com condições favoráveis alimentam-se de pão acompanhados de palone ou outros preferem “badjias” por ter um hábito forte nos alimentos e faz bem ao seu organismo. Desta os estudantes que possuem condições estáveis alimentam-se de hamburguês e por vezes de alimentos fornecidos por pastelarias, take aways designados os fast-food. A tabela a seguir ilustra algumas informações referente as refeições diária em percentagem.
Gráfico Do Número De Refeições Diárias Em Função Do Género
 De acordo com o gráfico do número de refeições diária dos estudantes universitários mostrou dependência e a maioria dos estudantes toma as suas refeições em lugares aberto, e alimentam-se de pão acompanhado de com “badjias” e Frozy dando uma percentagem 82.75% segundo o género masculino, para o género feminino mostrou uma dependência inferior das refeições com 55.25%. neste gráfico observou-se uma dependência significativa entre o género que se alimenta em locais aberto que a percentagem dos homens com uma proporção de 0.025 tendo observado que a percentagem de rapazes que alimentam-se em local aberto 78.95% é superior a das raparigas de com 68.75% respectivamente. A tabela a seguir mostra a informação.
 No universo de 100 estudantes da universidade Zambeze em ambas faculdades, em Média 8.3 dos estudantes alimentam-se hamburguês e apresenta boas condições no estatuto social e económico e os restantes alimentam-se em locais abertos tendo assim pão e outros acompanhantes como principais alimentos. Entre os estudantes necessitados e os estudantes com condições estáveis tem uma variação 10.32%
 Em termos percentuais das refeições dos estudantes universitários mostram uma evolução e dependência dos alimentos e hábitos em segmento crescente de acordo com o género, a maior parte do mesmo apresentam uma variação significa. Em termos de ganhos de variabilidade entre as refeições.
1.2. Os Estudantes Da Universidade Pedagógica De Moçambique
 Os estudantes da universidade pedagógica de Moçambique da faculdade de educação física e desportiva, fez um estudo referente a digestão humana e hábitos alimentares num universo de 100 estudantes dos quais 60 rapazes e 40 raparigas, na perspectiva de avaliar os seus consumos universitários diários. 
 O inquérito da recolha dos dados tinha como objectivo principal de analisar e avaliar os hábitos alimentares dos estudantes universitários nesta faculdade, excluindo os estudantes que estavam a fazer dieta alimentar e outras os que estavam com alguns problemas de saúde. 
 De acordo com resultados ilustram que a maior parte dos estudantes universitários usufruem de pequenas refeições para os estudantes com condições precárias ou os estudantes que não possuem a bolsa dos estudos alimentam se de acordo com as condições: Nomeadamente Pão simples, pão acompanhado com “badjias” locais, Hamburguês simples, Hamburguês completos, pão com palone, e entre outros alimentos.
Os estudantes necessitados a maior parte deles alimentam-se de pão simples e acompanhados com alguns líquidos de refrigeração como Frozy e Maheu de fabrico caseiro, enquanto os estudantes com condições favoráveis alimentam-se de pão acompanhados de palone ou outros preferem “badjias” por ter um hábito forte nos alimentos e faz bem ao seu organismo. Desta os estudantes que possuem condições estáveis alimentam-se de hamburguês e por vezes de alimentos fornecidos por pastelarias, take aways designados os fast-food.
CAPITULO VI
CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 
Conclusão
 Este trabalho objetivou analisar e refletir sobre os hábitos alimentares dos estudantes universitários, bem como a actividade digestiva destes por meio de questionário aplicado como inquérito a partir dos resultados, elaborar actividades sobre Nutrição e alimentação saudável, além da prática de uma educação alimentar saudável como fonte de vida com qualidade.
 A integração dos conceitos básicos que o estudante tem com os conceitos científicos produzidos levará a apropriação e produção de novos conceitos científicos corretos, bem como a superação de conceitos errôneos produzidos pelo senso comum. Segundo as Diretrizes da Ciências, a apropriação do conhecimento científico pelo estudante no contexto universitário implica a superação de obstáculos conceituais. Para que isso ocorra, o conhecimento anterior do estudante, o qual é construído nas interações e nas relações que estabelece na vida cotidiana, deve ser valorizado. Denominam-se tais conhecimentos como alternativos aos conhecimentos científicos e por isso podem ser considerados como primeiros
obstáculos conceituais a serem superados.
 Ao estudante cabe desenvolver a percepção da vida como um todo por meio através da contextualização do seu aprendizado. Em suma, a convicção que realmente a escola contribui para o desenvolvimento de bons hábitos alimentares proporcionou a realização do projecto, além de verificar-se grande satisfação por parte do público-alvo em participar de actividades lúdicas e diferentes da forma tradicionalmente leccionada. Além disso, o desenvolvimento das actividades com os adolescentes proporcionou momentos de discussões e reflexões relevantes. 
 O interesse demonstrado pelos estudantes sugere que, embora esta fase da vida possa ser muito conflituosa, eles também são capazes de participar activamente quando estimulados.
Enfim, concluiu-se que não foi possível a identificação de um resultado imediato, porém foi percebido a preocupação diante do assunto e a disponibilidade para as mudanças nos hábitos alimentares necessários para uma vida saudável.
 Salienta-se ainda, a importância que esse tema seja abordado de forma contínua, visto que os estudantes têm acesso às informações, mas é necessário que seja retomado para que realmente sejam agregados nos hábitos diários.	
Recomendações
 Não é difícil melhorar seu processo digestivo. Basta mudar alguns hábitos alimentares e comportamentos. Estas são recomendações que endereçamos aos estudantes universitários 
 Engana-se quem pensa que ao “pular” uma refeição vai eliminar peso. Para ter uma boa saúde, o ideal é fazer três refeições principais e de dois a três lanches intermediários menores ao longo do dia. Nos lanches, inclua uma fruta, um suco, castanhas, iogurte ou outros alimentos leves e saudáveis.
 Outro grande erro cometido pela maioria das pessoas, e que contribui para o processo de má alimentação, é deixar de incluir frutas e vegetais na dieta. O recomendado é comer de três a cinco porções de frutas ao dia e pelo menos quatro porções de vegetais.
 Ingerir água é fundamental para a boa digestão. Por isso, beba por volta de dois litros diariamente. Encher uma garrafinha de água no começo do dia e reabastecê-la sempre que esvaziar é uma boa dica para manter o organismo hidratado.
 O consumo exagerado de carboidratos como pães, massas, bolachas e etc. é outro vilão da digestão. Por isso, dê preferência aos carboidratos integrais, leite e derivados lights ou desnatados.
 Frituras, excesso de óleo, manteiga, molhos e condimentos durante o preparo dos alimentos também prejudicam a digestão. Opte por alimentos cozidos ou assados e reduza a quantidadede molhos.
 Não tenha pressa na hora de se alimentar. Para que seu sistema digestivo funcione corretamente, é fundamental mastigar bem os alimentos.
 Deixe para ingerir a bebida somente após a finalização das refeições. Esse cuidado vai ajudar a melhorar sua digestão.
 O estresse excessivo afecta diretamente o funcionamento do sistema digestivo. Por isso, procure relaxar, resolver os problemas de forma mais calma e se alimentar sempre que estiver mais calmo.
 Diminuir ou eliminar o consumo desses itens vai ajudar (e muito) o processo digestivo, além de aumentar sua qualidade de vida. 
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Autora: Huguete Da Aurora Sampaio Buanaissa, Universidade Católica de Moçambique (Centro de Ensino a Distância) - 2018 	Página � PAGE \* MERGEFORMAT �2�

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