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CIÊNCIAS DA NATU REZA E SUAS TECNOLOG IAS VIDA, SAÚDE E GEN ÉTICA ENSINO MÉDIO AnA Fukui ElisA GArciA cArvAlho João BAtistA AGuilAr tAtiAnA nAhAs vEnErAndo sAntiAGo dE olivEirA (vEnê) rodriGo MArchiori liEG El AnA luizA P. nEry Editores responsáveis: André Zamboni Lia Monguilhott Bezerra Organizadora: SM Educação Obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação. V ID A , S A Ú D E E G E N É T IC A E N S IN O M É D IO CI ÊN CI A S D A N AT U RE ZA E S U A S TE CN O LO GI A S MANUAL DO PROFESSORMA N U AL D O PR O FE SS O R 2 900002 080643 2 0 8 0 6 4 ISBN 978-65-5744-181-7 02 01 P2 12 03 02 01 P2 12 03 13 8 CÓ DI GO D A C OL EÇ ÃO CÓ DI GO D O LI VR O PN LD 2 02 1 O BJ ET O 2 MA TE RI AL D E DI VU LG AÇ ÃO . VE RS ÃO S UB ME TID A À AV AL IAÇ ÃO . SP_PNLD21_CAPA_CN_VIDA_MP_DIVULGACAO.indd 2 19/04/2021 15:06 Organizadora: SM Educação Obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação. São Paulo, 1a edição, 2020 AnA Fukui Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestra em Ciências – Ensino de Física pela Universidade de São Paulo (USP). Licenciada em Física pela USP. Atuou como professora de Física em escolas das redes pública e particular de ensino e em projetos de formação de professores. Pesquisadora em Comunicação da Ciência. AnA LuizA P. nery Bacharela e licenciada em Química pela Universidade de São Paulo (USP). Doutora em Ciências pela USP. Professora no Ensino Médio. eLisA GArciA cArvALho Licenciada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP – Ribeirão Preto. Mestra em Ciências pela Faculdade de Medicina da USP – Ribeirão Preto. Doutora em Zootecnia pela Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) – Jaboticabal. Professora no Ensino Fundamental e no Ensino Médio. João BAtistA AGuiLAr Bacharel e licenciado em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ecologia e doutor em Ciências pelo IB – USP. Professor no Ensino Fundamental e no Ensino Médio e na Educação de Jovens e Adultos. rodriGo MArchiori LieGeL Bacharel e licenciado em Química pela Universidade de São Paulo (USP). Mestre em Ciências e doutor em Química pela USP. Professor no Ensino Médio. tAtiAnA nAhAs Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências pelo IB – USP. Professora no Ensino Médio. venerAndo sAntiAGo de oLiveirA (venê) Bacharel e licenciado em Física pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Professor de Física em escolas das redes pública e particular de ensino e em curso pré-vestibular. Pesquisador em novas metodologias e mídias para o ensino de Física. Autor de diversos materiais em divulgação científica e ensino de Física. Coordenador e apresentador de canal de ensino de Física em plataforma de compartilhamento de vídeos e em redes sociais. editores resPonsÁveis: André zAMBoni Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Especialista em Jornalismo Científico pela Unicamp. Editor de livros didáticos. LiA MonGuiLhott BezerrA Bacharela e licenciada em Ciências Biológicas pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências, área de concentração Botânica, pelo IB – USP. Editora de livros didáticos. CIÊNCIAS DA NATU REZA E SUAS TECN OLOGIAS VIDA, SAÚDE E GEN ÉTICA ENSINO MÉDIO MANUAL DO PROFESSOR SP_PNLD21_FRONT_CN_VIDA.indd 1 22/09/20 14:57 Ser Protagonista Ciências da Natureza e suas Tecnologias – Vida, Saúde e Genética © SM Educação Todos os direitos reservados Direção editorial M. Esther Nejm Gerência editorial Cláudia Carvalho Neves Gerência de design e produção André Monteiro Edição executiva Lia Monguilhott Bezerra Edição André Henrique Zamboni, Carolina Mancini Vall Bastos, Juliana Rodrigues F. de Souza, Marcelo Augusto Barbosa Medeiros, Marcelo Viktor Gilge, Sylene Del Carlo, Tomas Masatsugui Hirayama, Tatiana Novaes Vetillo, Filipe Faria Berçot, Mauro Faro Colaboração técnico-pedagógica Marco Silveira, Barbara Kazue Amaral Onishi, Luciana Valéria Nogueira, Regiane Degan Fávaro, Karen Ventura, Eveline Duarte Suporte editorial Fernanda Fortunato, Karina Miquelini Coordenação de preparação e revisão Cláudia Rodrigues do Espírito Santo Preparação: Ana Paula Ribeiro Migiyama, Vera Lúcia Rocha Revisão: Ana Paula Ribeiro Migiyama, Fátima Valentina Cezare Pasculli, Vera Lúcia Rocha Apoio de equipe: Alzira Aparecida Bertholim Meana, Beatriz Nascimento, Camila Durães Torres, Camila Lamin Lessa, Lívia Taioque Coordenação de design Gilciane Munhoz Design: Andreza Moreira Coordenação de arte Ulisses Pires Edição de arte: Vivian Dumelle Assistência de arte: Mauro Moreira, Selma Barbosa Celestino Assistência de produção: Leslie Morais Coordenação de iconografia Josiane Laurentino Pesquisa iconográfica: Bianca Fanelli Tratamento de imagem: Marcelo Casaro Capa Gilciane Munhoz, Lissa Sakajiri Ilustração de capa: Hannah Nader Projeto gráfico Gilciane Munhoz, Thatiana Kalaes Editoração eletrônica Setup Bureau Pré-impressão Américo Jesus Fabricação Alexander Maeda Impressão Elaboração de originais: Marta Bouissou Morais Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Bacharela em Medicina Veterinária pela UFMG. Especialista em ensino de Ciências pelo Centro de Ensino de Ciências e Matemática de Minas Gerais (Cecimig-UFMG). Mestra em Educação pela UFMG. SM Educação Rua Tenente Lycurgo Lopes da Cruz, 55 Água Branca 05036-120 São Paulo SP Brasil Tel. 11 2111-7400 atendimento@grupo-sm.com www.grupo-sm.com/br Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Ser protagonista : ciências da natureza e suas tecnologias : vida, saúde e genética : ensino médio / obra coletiva, desenvolvida e produzida por SM Educação ; editores responsáveis André Zamboni, Lia Monguilhott Bezerra. — 1. ed. — São Paulo : Edições SM, 2020. Vários autores. Bibliografia. ISBN 978-65-5744-180-0 (aluno) ISBN 978-65-5744-181-7 (professor) 1. Ciências da natureza (Ensino médio) 2. Tecnologia educacional I. Fukui, Ana. II. Zamboni, André. III. Bezerra, Lia Monguilhott. 20-41186 CDD-373.19 Índices para catálogo sistemático: 1. Ensino integrado : Livro-texto : Ensino médio 373.19 Cibele Maria Dias - Bibliotecária - CRB-8/9427 1a edição, 2020 Em respeito ao meio ambiente, as folhas deste livro foram produzidas com fibras obtidas de árvores de florestas plantadas, com origem certificada. SP_CIE_NAT6_PNLD21_INICIAIS_002.indd 2 9/18/20 11:57 AM APRESENTAÇÃO Caro(a) estudante, Você já deve ter ouvido falar nas mídias e até mesmo discutido em rodas de conversa sobre temas como energia e suas aplicações no cotidiano, preservação e conservação ambiental, reações quími- cas, engenharia genética e tecnologias aplicadas ao estudo dos átomos. Esses são alguns temas do mundo contemporâneo relacio- nados às Ciências da Natureza. Assim, conhecê-los significa poder compreender assuntos que fazem parte da nossa vida e refletir de modo mais consciente sobre o mundo em que vivemos. Esta coleção foi pensada de modo a articular os conhecimen- tos das áreas que compõem as Ciências da Natureza e suas Tec- nologias. Nesta proposta, conhecimentos da Biologia, da Química e da Física integram-se de forma organizada, simples e direta, para fortalecer sua compreensão e ampliar sua visão de mundo e de si mesmo. Esperamos que a obra colabore para o aprimoramento do seu pensamento crítico, contribuindo para a aquisição dos conteú- dos formais por você, estudante, e para que se torne um cidadão mais participativo e atuante.Aproveite-a para questionar e ques- tionar-se, aprofundando sua reflexão e motivando-se para a ação. Acreditamos em seu protagonismo e em sua capacidade de bus- car respostas e soluções para os desafios presentes e para os que estão por vir. Temos confiança de que, por meio de sua atuação e de sua interação com o mundo, você desenvolverá as competências e as habilidades necessárias ao pleno exercício da cidadania no sé- culo XXI, seguindo caminhos coerentes com seu projeto de vida. Bom trabalho! Equipe editorial 3 A PR ES EN TA ÇÃ O D O S CO N TE ÚD O S E BO XE S PR O JE TO AB ER TU RA S CONHEÇA SEU LIVRO PR O JE TO PODCAST SOBRE SAÚDE COMPARTILHANDO INFORMAÇÃO DE QUALIDADE O que será feito Saúde, definitivamente, é um assunto presente na vida de todos nós. Quan- do ficamos doentes, por exemplo, buscamos orientação médica, pois a ajuda profissional é a melhor opção de nos informarmos sobre o tratamento a ser seguido. Entretanto, o conceito de saúde compreende também ações de prevenção, para evitar a ocorrência de doenças específicas, e de promoção do bem-estar físico e emocional. Além disso, um mal muito comum tem colocado em risco a saúde de muitas pessoas – a desinformação. Embora, atualmente, existam diversos meios de in- formação que noticiam temas ligados à saúde, as in- formações veiculadas, muitas vezes, não são claras o suficiente, o que leva muitas pessoas a terem dúvidas, ou até mesmo desconfiança, a respeito de determina- das informações relacionadas à saúde individual e à saúde pública. Além da qualidade e da clareza das informações di- fundidas por veículos de informação confiáveis, ainda há o problema das informações falsas que circulam, principalmente, nas redes sociais. Neste projeto, vocês vão levantar os principais problemas relacionados à di- vulgação de informações sobre saúde e produzir uma série de podcasts com o objetivo de informar às comunidades escolar e externa sobre temas relacionados à saúde. Objetivos » Pesquisar e sistematizar informações sobre temas de saúde individual e coletiva. » Elaborar roteiros para a produção de episódios do podcast. » Gravar e editar áudios/episódios de podcast. » Divulgar e publicar o conteúdo produzido para as comunidades escolar e externa. Preparação Conhecendo os temas O ponto de partida, antes de começar a produção dos episódios do podcast, é listar os temas que vocês gostariam de abordar neste projeto. Os temas devem tratar de questões de saúde individual e coletiva que sejam de interesse de vocês e da comunidade, como tabagismo, saúde mental, gravidez, automedicação, dia- betes, vacinação, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), doenças crônicas, entre outros. Os podcasts têm sido um formato de mídia digital amplamente utilizado para divulgar diversos assuntos. C hr is tia n H or z/ S hu tt er st oc k. co m /ID /B R Não escreva no livro.10 Organizem-se em grupos e escolham o tema com o qual cada grupo vai trabalhar. Com o tema escolhido, façam um levantamento dos conhecimentos e das principais dúvidas que vocês têm sobre o assunto. 1 Utilizando as dúvidas do grupo como orientador, pesquisem e selecionem as mídias (sites do go- verno, de instituições de saúde e de revistas es- pecializadas) nas quais seja possível encontrar informações confiáveis e corretas sobre o tema escolhido. 2 Registrem as principais informações sobre o tema escolhido. 3 Organizem as informações coletadas e preparem uma breve apresentação para a turma. 4 Compartilhem com a turma as dúvidas iniciais do grupo e as informações obtidas. 5 Após cada uma das apresentações, discutam com a turma a qualidade das informações obtidas e apresentadas pelos grupos. É interessante, tam- bém, que cada grupo exponha as dificuldades ou não de encontrar as respostas a suas dúvidas. 6 Ao final, anotem as dúvidas de cada grupo sobre o tema escolhido. É possível, nesse momento, que os grupos optem por trabalhar com um tema dife- rente daquele escolhido inicialmente. Investigando o nível de informações da comunidade Tão importante quanto a qualidade das informa- ções é a acessibilidade a elas. Nessa etapa, vocês vão avaliar o quão acessíveis são as informações dispo- níveis sobre o tema escolhido. Para isso, pesquisem nos sites dos veículos de in- formação mais populares da região em que vivem in- formações sobre o tema que vocês estão trabalhando e analisem a facilidade de buscar informações nesses sites, bem como a clareza com que as informações são apresentadas e a sua qualidade. As perguntas a seguir podem auxiliar nesse pro- cesso: • A área de busca no site é facilmente encontrada? • Os resultados da busca estão relacionados ao tema pesquisado? • Os textos são claros? As informações são facilmen- te encontradas? • As informações estão corretas? São apresentadas as fontes das informações veiculadas? Com base nas observações feitas, verifiquem se as informações sobre saúde fornecidas pelos veículos mais utilizados pela comunidade têm veracidade e são acessíveis. Após averiguarem a qualidade da informação a que a comunidade tem acesso, vocês farão um levanta- mento do nível de conhecimento que a comunidade tem sobre os temas escolhidos. Para isso, elaborem um questionário com o auxílio do professor. Definam uma amostra da pesquisa, ou seja, o número de pessoas que vão responder ao ques- tionário. A amostra deve ser dividida entre alunos, membros da comunidade escolar e comunidade ex- terna. As questões devem tratar do tema escolhido pelo seu grupo. A elaboração do questionário deve ser feita de forma coletiva. A seguir, alguns exemplos de perguntas: • Você sabe quais doenças (e/ou problemas de saúde em geral) são mais comuns em fumantes? • Você sabe o que significa saúde mental? • Você sabe quais são os cuidados mais importantes durante a gravidez? • Você sabe como funcionam as vacinas? Avaliem a possibilidade de utilizar um dispositivo eletrônico como um tablet ou um smartphone para anotar as respostas dos entrevistados. É importante que as perguntas elaboradas permitam respostas do tipo “sei” e “não sei”; dessa forma, os dados ficam mais simples de serem organizados e analisados. Ainda assim, registrem outras impressões dos entrevistados que julgarem oportunas. Organizem os dados obtidos utilizando uma tabe- la ou uma planilha eletrônica. M on ke y B us in es s Im ag es /S hu tt er st oc k. co m /ID /B R 11Não escreva no livro. O texto principal é complementado por boxes especiais, que aprofundam ou contextualizam o conteúdo. O projeto propõe a realização de atividades que envolvem a comunidade, em busca de um bem coletivo. Abertura de unidade A partir de um pequeno texto, perguntas e uma imagem impactante, você vai começar a refletir sobre o assunto da unidade. Também informa objetivos, justificativa, competências e habilidades desenvolvidas na unidade. Conteúdo apresentado de maneira organizada. Ilustrações, esquemas, fotografias e eventuais atividades resolvidas facilitam a compreensão do conteúdo. Adaptações do sistema digestório dos vertebrados O plano comum do sistema digestório dos vertebrados apresenta muitas va- riações, as quais, em geral, estão associadas à dieta desses animais. A maioria dos vertebrados consome porções grandes de alimento em relação ao tamanho da cabeça, o que requer um processamento físico antes da digestão química. Esse processamento começa pela boca, com a ação da língua, dos den- ) e da ação muscular da bochecha e do tubo digestório. da maioria dos vertebrados é um órgão muscular pelo qual o alimen- to passa em direção ao estômago. Na maioria das espécies de aves, o esôfago apre- senta uma dilatação, o papo, que é revestido de epitélio espesso e queratinizado. No papo, o alimento é armazenado e nele ocorrem sua umidificação e fermentação, preparando-o para a digestão. O papo permite, ainda, que o alimento seja regurgi- tadopara os filhotes (imagem B). Crânio de guaxinim. A maioria dos mamíferos tem dentes com formas e funções diferentes: os incisivos (roxo) cortam o alimento; os caninos (azul) se afundam na presa para mantê-la segura; os pré-molares (verde) esmagam e trituram o alimento; e os molares (laranja) são maiores do que os pré-molares, mas apresentam funções semelhantes. Representação do sistema digestório de uma ave. Além do papo, note que as aves são dotadas de um pró-ventrículo ou estômago químico, onde ocorre a digestão química dos alimentos, e de um ventrículo ou moela, um órgão muscular com capacidade de trituração. Cores-fantasia. Microvilosidades: Projeções da membrana plasmática das células, que ampliam a área de contato com o meio extracelular. DE OLHO NO CONCEITO As dimensões e a estrutura do estômago também variam entre os vertebrados. Herbívoros ruminantes, como bovinos, caprinos, ovinos, veados, camelos e antílopes, têm estômago muito grande e dividido em quatro câmaras (imagem C), as quais abrigam proteínas e também microrganismos que dige- rem a celulose presente nas estruturas vegetais, para a qual os mamíferos não produzem enzimas digestivas. O intestino apresenta adaptações à digestão e à absorção de nutrientes, além da absorção de água e da formação e ar- mazenamento das fezes. Essa porção do tubo digestório, na maioria dos animais vertebrados, é mais longo do que o com- primento do próprio corpo, e, nos herbívoros, é mais longo ain- da. Muitos grupos, como aves e mamíferos, apresentam vilo- sidades, ou projeções do revestimento interno do intestino, que, por sua vez, são microvilosidades, o que também amplia a superfície interna do intestino e aumenta a sua capacidade de absorção de nutrientes. Os mamíferos apresentam um ceco na junção entre os intestinos delgado e grosso. Em animais herbívoros não ruminantes, o ceco pode ser bem grande e funcionar como uma câmara de fermentação, que abriga microrganismos. A Representação sem proporção de tamanho. Ke vi n S na ir/ iS to ck /G et ty Im ag es Representação do sistema digestório dos ruminantes. As setas escuras representam a entrada no tubo digestório, e as setas brancas, o regurgitamento. O rúmen funciona como uma câmara de fermentação e o abomaso apresenta função semelhante à do estômago dos outros vertebrados. Cores-fantasia. retículo abomaso omaso rúmen intestino esô fag o C Representação sem proporção de tamanho. tt sz /iS to ck /G et ty Im ag es intestino ceco cloaca íleo moela pâncreas 21 De olho no conceito Retoma e/ou define algum conceito importante para a compreensão do assunto. Bullying Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), realizada com 2 702 adolescentes do nono ano em 119 escolas públicas e privadas da capital pau- lista, revelou que 29% deles relataram ter sido vítimas de bullying no ano passado […]. […] “Uma das características do bullying é exatamente se estruturar em torno de adolescentes que portam caracterís- ticas que os colocam em uma posição de alvo vulnerável, pela posição social que ocupam, pela cor da pele, por A ÇÃ O E C ID A DA N IA Ação e cidadania Exemplos de aplicações da ciência que promovem melhorias na vida das pessoas e no ambiente ou que abordem direitos e deveres dos cidadãos, atitudes e valores, etc. SAÚDE INDIVIDUAL E COLETIVA Competências específicas e habilidades das áreas: CECNTEM1 (EM13CNT101), (EM13CNT103) CECNTEM2 (EM13CNT202), (EM13CNT207) CECNTEM3 (EM13CNT301), (EM13CNT302), (EM13CNT303), (EM13CNT304), (EM13CNT306), (EM13CNT310) Competências gerais: CGEB1, CGEB2, CGEB3, CGEB4, CGEB6, CGEB7, CGEB8, CGEB9, CGEB10 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIDADE Ao praticar uma atividade física, como a dança, todo o organismo se envolve na tarefa. Os batimentos cardíacos aumentam, a respi- ração fica acelerada, as reservas de nutrientes são mobilizadas pa- ra fornecer energia ao corpo e hormônios e milhares de sinais ner- vosos que controlam todo o organismo são liberados. É a integração entre os sistemas e os mecanismos de controle de nosso organismo que garante a ele se adaptar a diferentes con- dições de forma saudável; porém, alterações nesses sistemas po- dem gerar estados de desequilíbrio, que, muitas vezes, estão por trás de diversas doenças. Nesta unidade, você vai estudar como funcionam os diferentes sistemas que formam o corpo humano e como manter o organis- mo saudável. OBJETIVOS • Compreender diferentes aspectos da fisiologia humana. • Relacionar saúde e tecnologia e analisar a estrutura da saúde pública no Brasil. • Identificar e discutir vulnerabilidades e desafios aos quais os jo- vens estão expostos. • Conhecer estratégias de manutenção da saúde individual e coletiva. JUSTIFICATIVA Conhecer como funciona o corpo humano, como se dão os pro- cessos de saúde e de doença e de que forma se estruturam em di- versos níveis as estratégias que garantem a manutenção da saúde individual e coletiva é fundamental para desenvolver autonomia e responsabilidade pela própria saúde e pela saúde da comunidade. QUESTÕES PARA REFLETIR 1. Você já praticou ou vivenciou manifestações culturais e artísticas, como a da foto? Quais? Como elas colaboram para a saúde? E por que é preciso valorizá-las? 2. Quais profissões você conhece que trabalham diretamente com a promoção da saúde das pessoas? 78 Propriedades ligadas à temperatura O calor específico é uma propriedade relacionada à quantidade de energia ne- cessária para que uma determinada substância mude sua temperatura. As mo- léculas de água podem absorver grande quantidade de energia térmica sem que sua temperatura se eleve muito. Isso acontece porque parte da energia é empre- gada para romper as ligações de hidrogênio. O alto calor específico da água faz que, mesmo em condições de variação de temperatura ambiental, não ocorram variações bruscas na temperatura corpórea dos organismos. O calor de vaporização está relacionado à quantidade de energia que deve ser fornecida a uma substância para convertê-la do estado líquido ao gasoso. Para evaporar, a água precisa absorver energia térmica para que se rompam as ligações de hidrogênio. Quando evapora na superfície de um ser vivo, a água dissipa a energia do organismo, atuando como um regulador térmico. Assim, utilizando um pequeno volume de água, essa propriedade impede que o corpo fique superaquecido. A densidade é a razão entre a massa de uma substância e o volume ocupado por ela. A maioria das substâncias sofre um aumento de densidade quando a temperatura diminui. Entretanto, a água se comporta de modo diferente. Existe uma faixa de temperatura, entre 4 °C e 0 °C, na qual ela se expande, em vez de se contrair. Ou seja, há o aumento de volume e a consequente diminuição da densi- dade. É por esse motivo que garrafas cheias de água podem estourar no conge- lador. É também por esse motivo que o gelo flutua: devido ao aumento de volume, a água no estado sólido é menos densa do que no estado líquido. Propriedades como solvente A água é capaz de dissolver inúmeras substâncias, razão pela qual é chamada solvente universal. A dissolução acontece porque as moléculas de água estabe- lecem interações com as moléculas do soluto, envolvendo-as e separando-as das demais moléculas. As moléculas de água interagem com substâncias polares, como sais, ácidos e bases (veja a imagem abaixo). Já as substâncias de baixa polaridade ou apola- res, como óleos, ceras e gorduras, são pouco solúveis em água. Assim, os solutos podem ser divididos em dois grupos: • Hidrofílicos (do grego hydro, água; philos, afinidade): substâncias polares, que se dissolvem em água. • Hidrofóbicos (do grego hydro, água; phóbos, medo): substâncias apolares, que não se dissolvem em água. O sal de cozinha (cloreto de sódio ou NaCº) é um exemplo de substância polar. Ao se dissolver na água, suas ligações são rompidas:o sódio (Na) fica com carga positiva, perdendo um elétron, e o cloro (Cº) fica com carga negativa. Ambos são, então, rodeados por moléculas de água orientadas de acordo com as cargas elétricas. Cores-fantasia. Representação sem proporção de tamanho. NaCº íon Cº2 íon Na1 moléculas de água (H2O) H2O Gases respiratórios, açúcares e muitas outras substâncias presentes nos seres vivos são solúveis em água. Por isso, são transportadas no interior dos organis- mos na forma de soluções aquosas. Por ser um solvente muito eficaz, a água tam- bém é o meio no qual ocorre a maioria das reações químicas. íons dissolvidos íon Cº2 íon Na1 moléculas de água (H2O) ID /B R 26 Não escreva no livro. C es ar D in iz /P ul sa r Im ag en s Unidade Fisiologia humana Saúde e tecnologia 2 1 2 Apresentação de carimbó, gênero musical de origem indígena, com influências da cultura negra e portuguesa, muito popular na Região Norte do Brasil. Pirapora do Bom Jesus (SP), 2019. 79 AS SOLUÇÕES Uma solução é uma mistura homogênea, formada por um soluto, que é a subs- tância dissolvida, e um solvente, a substância que dissolve o soluto. A quantidade de soluto que uma quantidade fixa de solvente consegue dissolver depende do soluto, do solvente, da temperatura da solução e, em alguns casos, da pressão em que a mistura foi feita. A variação da temperatura de ebulição e da temperatura de congelamento do solvente depende da concentração de partículas de soluto presente na mistura. As propriedades de uma solução que dependem apenas da concentração de partículas de soluto, e não de sua natureza, são denominadas propriedades coligativas. Solução sólida Nesse tipo de solução, tanto o soluto quanto o solvente se encontram no esta- do sólido. Geralmente, essas soluções são formadas por ligas metálicas. Essas ligas são produzidas com a finalidade de melhorar as características de determi- nado material. São exemplos de liga metálica: o ouro 18 quilates (mistura de ou- ro e prata ou de ouro e cobre), o bronze (mistura de cobre e estanho), o latão (mis- tura de cobre e zinco) e a solda (como uma mistura de chumbo e estanho). Solução gasosa Sempre que ocorre uma mistura entre gases, forma-se uma solução gasosa, pois os gases são miscíveis entre si. Um exemplo é o ar isento de partículas sóli- das e líquidas. Nessas condições, o ar apresenta a seguinte composição: Gás N2 O2 Ar CO2 Outros gases % em volume 78 21 0,9 0,04 0,06 Soluções formadas pela dissolução de gases em líquidos Os gases do ar se dissolvem, em maior ou em menor concentração, nas águas de mares, rios e lagos. Sem o oxigênio aquoso, O2(aq), a sobrevivência da fauna e da flora aquáticas estaria comprometida. A solubilidade dos gases na água depende de fatores como temperatura e pressão. O aumento de pressão provoca elevação da solubilidade de gases em líquidos. Isso explica a pressurização do gás carbônico nos refrigerantes, quando estes são engarrafados. O aumento de temperatura, por sua vez, diminui a solu- bilidade dos gases em líquidos, isto é, quando a temperatura sobe, a solubilidade dos gases em líquidos diminui. Soluções formadas pela mistura de líquidos O álcool etílico hidratado e a água oxigenada são exemplos de soluções for- madas pela mistura de líquidos. O álcool comercializado em farmácias ou em su- permercados é uma solução formada por álcool etílico e água (imagem A). A água oxigenada é uma solução de peróxido de hidrogênio (H2O2) e água (imagem B). Soluções formadas pela dissolução de sólidos em líquidos A água do mar filtrada e o soro fisiológico são exemplos de soluções formadas por sólidos dissolvidos em líquidos. Outros exemplos são: • Água boricada: solução aquosa com concentração de, aproximadamente, 3% (m/V) de ácido bórico. É utilizada como antisséptico na limpeza de ferimentos. • Álcool iodado: solução de iodo e iodeto de sódio ou de iodo e iodeto de potás- sio, dissolvidos em álcool etílico. É utilizada, principalmente, na higienização de ferimentos (imagem C). A B Fe rn an do F av or et to /ID /B R Fe rn an do F av or et to /ID /B R O álcool etílico hidratado (A) e a água oxigenada (B) são exemplos de soluções líquidas. Aquecimento global e concentração de gases na água Como a solubilidade de um gás em líquidos diminui à medida que a temperatura do líquido aumenta, os cien- tistas alertam para o perigo da elevação da temperatura do planeta. Apenas um pequeno au- mento na temperatura dos oceanos, mares, rios ou lagos já é suficiente para reduzir o teor de oxigênio dissolvido na água. Como consequência, a vida aquática, que necessita desse gás, sofre com essa di- minuição. Frasco de álcool iodado, um exemplo de solução formada pela dissolução de sólido em líquido. Fe rn an do F av or et to /ID /B R C Mistura: Combinação de duas ou mais substâncias com com- posições variadas. As misturas homogêneas são uniformes, apresentam somente uma fa- se, enquanto as misturas hete- rogêneas podem apresentar duas ou mais fases. DE OLHO NO CONCEITO 27Não escreva no livro. CA PÍ TU LO 1 » Para começar 1. Como as característi- cas são transmitidas de uma geração a outra? 2. De que modo se podem calcular as probabilidades de herança dessas características? 3. O que são mutações? HEREDITARIEDADE DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS Observe a foto abaixo. Todas as pessoas nela retratadas são membros de uma mesma família e cada uma delas representa diferentes gerações. Uma análise cuidadosa mostrará que elas apresentam muitas semelhanças entre si, mas tam- bém muitas diferenças. Ao longo da história das ciências, vários estudiosos procuraram explicar o que fazia os filhos serem semelhantes a seus pais, mas nunca idênticos a eles. Mui- tas outras dúvidas eram associadas a estas: O que determinava o sexo do futuro bebê? Por que alguns deles nasciam com problemas físicos? As respostas a essas perguntas não foram buscadas apenas no ser humano. O estudo da reprodução de outros animais e de plantas também forneceu várias pistas. Uma dessas plantas, a ervilha-de-cheiro (Pisum sativum), teve um papel fundamental no esclarecimento dos mecanismos de hereditariedade. Essa espé- cie de ervilha foi utilizada pelo monge austríaco Gregor Mendel (1822-1884) em seus estudos sobre a transmissão de características de uma geração para outra. Neste capítulo, você vai aprender aspectos históricos do estudo da herança biológica e conceitos básicos de genética. As razões que explicam as semelhanças e as diferenças entre os membros de uma família têm despertado a curiosidade do ser humano há séculos. M on ke y B us in es s Im ag es / S hu tt er st oc k. co m /ID /B R 124 Não escreva no livro. Abertura de capítulo Um texto e uma imagem abrem o capítulo. Também traz questões sobre o que você já sabe do tema em estudo. Boxe com informações que ampliam ou complementam o assunto. Aquecimento global e concentração de gases na água Como a solubilidade de um gás em líquidos diminui à medida que a temperatura do líquido aumenta, os cien- tistas alertam para o perigo da elevação da temperatura do planeta. Apenas um pequeno au O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE A Constituição de 1988 instituiu o Sistema Único de Saúde (SUS), cujo objetivo é oferecer a todos os cidadãos brasileiros, sem discriminação, um serviço de saúde integral, universal e gratuito. Com a criação e implementação do SUS, o Brasil pas- sou a ser o único país com mais de 100 milhões de habitantes a propor um sistema de saúde universal e gratuito. O SUS foi criado com base em três princípios: • Universalidade: garantia de acesso a todos os serviços de saúde por todos os cidadãos, independentemente de quaisquer características sociais ou pessoais, como classe social, idade, etnia, gênero, profissão, etc.; • Equidade: garantia de acesso igualitário a todos os serviços oferecidos, de acor- do com a necessidade clínica; • Integralidade: os serviçose as ações de saúde têm como objetivo não apenas a cura, mas também a promoção e a proteção da saúde. Cerca de 70% da população brasileira depende exclusivamente do SUS para ter acesso a serviços de saúde. O restante tem acesso a serviços de saúde priva- dos, porém utilizam serviços do SUS, como os programas de vacinação e o servi- ço de atendimento móvel de urgência (Samu). O SUS também é responsável por custear 96% dos transplantes de órgãos realizados no país, o que o torna o maior sistema público de transplante de órgãos do mundo. Ao todo, por ano, são aproximadamente 2,8 bilhões de atendimentos realiza- dos pelo SUS, que vão desde procedimentos ambulatoriais simples, como consul- tas e exames de rotina, até atendimentos considerados de alta complexidade. Os quatro níveis de atendimento O atendimento pelo SUS acontece em quatro níveis, que variam de acordo com a complexidade do caso: • Atenção básica: nesse nível são realizados, por exemplo, consultas, vacinação, atendimentos a famílias e atendimentos básicos de saúde do idoso, da criança e do adolescente; • Atenção secundária: é o atendimento realizado depois que uma doença foi diagnosticada e requer acompanhamento especializado, por exemplo, por of- talmologistas ou endocrinologistas; • Atenção terciária: para pacientes que precisam de internação; • Reabilitação: realizada quando o paciente demanda acompanhamento, como ocorre na fisioterapia. As ações do SUS podem estar organizadas em programas e projetos, como o Programa Nacional de Imunizações, que promove o Calendário Nacional de Va- cinação, o qual contempla crianças, adolescentes, adultos e idosos. É um dos maio- res do mundo e oferece à população 45 vacinas diferentes, entre elas algumas que são administradas apenas na adolescência. Veja o calendário abaixo. Unidade Básica de Saúde em comunidade ribeirinha na ilha do Combú, na margem do rio Guamá, em Belém (PA). Esse é um centro de atenção primária. Assista » A história da saúde públi- ca no Brasil: 500 anos na busca de soluções. Direção: Sylvia Jardim. Brasil, 2015 (17 min). Animação que conta como se desenvolveu a saúde pública no Brasil. Disponível em: https://www.you tube.com/watch?v=7ouSg6oN Me8. Acesso em: 25 jun. 2020. » A Revolta da Vacina. Dire- ção: Eduardo Vilela Thielen. Brasil, 1994 (23 min). Documentário que mistura tea- tro, depoimentos de médicos, pesquisadores e historiadores para contar a história da varío- la, da vacina e da revolta po- pular de 1904. Disponível em: https://www.you tube.com/watch?v=amwFWG MJhUw. Acesso em: 25 jun. 2020. PARA EXPLORAR R ub en s C ha ve s/ Pu ls ar Im ag en s meninas meninos Para explorar Indicações de sites, livros, filmes, entre outras, para você explorar o assunto. Uso de transgênicos na agricultura Na agricultura, os transgênicos visam aumentar a produtividade, a resistência a pragas e a intempéries climáticas e a durabilidade dos frutos, diminuir o uso de pesticidas e alterar as propriedades nutricionais do cultivo. Um exemplo desse último uso é o arroz dourado, um arroz que foi modificado para produzir uma pro- vitamina A, o betacaroteno. No Brasil, as primeiras sementes de soja transgênica entraram ilegalmente, em 2002. A autorização para o plantio de transgênicos veio em 2005. No país, mais de 90% da soja e do milho cultivados são transgênicos, além de cerca da metade da produção de algodão. Um problema ligado ao cultivo de alimentos transgênicos é que as empresas que dominam o setor baseiam seus negócios na venda de pacotes: com as se- mentes transgênicas, são vendidos adubos e agrotóxicos. Estes últimos são apli- cados para matar ervas daninhas - as plantas transgênicas são resistentes a es- ses agrotóxicos. O surgimento de ervas daninhas resistentes aos herbicidas tem levado, entre- tanto, os agricultores a utilizar também outros agrotóxicos não incluídos nos pa- cotes, o que aumenta o custo da produção e expõe os consumidores à maior pos- sibilidade de contaminação dos alimentos pelos herbicidas. Além disso, o uso intensivo de agrotóxicos tem tido efeito negativo sobre a população de várias es- pécies de insetos, inclusive de abelhas, necessárias para a polinização de diver- sas plantas de interesse agrícola. Outro problema associado ao cultivo de transgênicos é a contaminação de plantas não transgênicas. No caso do milho transgênico, o pólen pode ser levado pelo vento a uma distância de cerca de 100 metros da plantação, contaminando milharais vizinhos não transgênicos. Os efeitos dos transgênicos sobre a biodi- versidade e a saúde humana ainda são objeto de estudo. ROTEIRO 2. Discuta com os colegas a con- trovérsia relacionada ao uso de transgênicos na agricul- tura, apresentando argumen- tos favoráveis e contrários a esse uso. Biopirataria A biopirataria é um ataque à cultura de povos tradicionais e à riqueza biológica. Ela ocorre quando um conhecedor das propriedades de um ser vivo que interessam ao ser humano toma para si a pro- priedade dessa descoberta e de seu uso comercial. Ela prejudica comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas. Conheça mais sobre esse assunto lendo o texto a seguir. […] [A biopirataria] ocorre quando há a apropriação, tráfico ou roubo de um animal, planta, princípio ativo ou conhecimento tradicional com fins comerciais. A operação geralmente envolve o patenteamento de um novo produto. […] [Certos] casos de biopirataria envolvem plantas brasileiras como a copaíba, an- diroba, quebra-pedra, guaraná, espinheira-santa, jaborandi, entre muitas outras. Existem muitas patentes sendo concedidas no Exterior sobre plantas oriundas de países megadiversos, mas sem qualquer tipo de compensação […]. O Brasil, como país megadiverso, extremamente rico em espécies de animais e de plantas, tem preocu- pação extra com o uso indevido de sua biodiversidade. Atualmente são conhecidas apenas 10% das espécies brasileiras, algo em torno de 226 mil espécies, mas esse número pode chegar a quase dois milhões de seres vivos. Além disso, o País é campeão mundial em endemismos, em espécies que só existem aqui. Toda essa riqueza garante uma infinidade de produtos naturais, água para as cidades, contenção de enchentes e de se- cas e a regulação do clima, mas também se traduz em enorme potencial para a economia e para a indústria química e farmacêutica. BourSCheit, a. Biopirataria é agressão econômica e ambiental. Informma, Ministério do Meio Ambiente, 8 maio 2005. Disponível em: https://www.mma.gov.br/informma/item/2558-biopirataria-e-agressao-economica-e-ambiental. Acesso em: 22 abr. 2020. 1. Discuta com os colegas como os povos tradicionais são prejudicados pela biopirataria e como o conhecimento que eles têm da biodiversidade e de propriedades dos seres vivos que dela fazem parte poderia ser valorizado. CI ÊN CI A S E DI SC UT E Assista » Biotecnologia na produção de alimentos Episódio do programa Ciên- cia é tudo que aborda o tema do uso da biotecnologia na agricultura e produção de alimentos. Disponível em: https://tvbrasil.ebc. com.br/ciencia-e-tudo/2020/07/ biotecnologia-na-producao-de- alimentos. Acesso em: 4 set. 2020. PARA EXPLORAR 147Não escreva no livro. Ciência se discute Apresenta debates, conflitos e controvérsias entre os próprios cientistas ou entre sociedade e ciência. 4 Não escreva no livro. ATIVIDADES 2 Ao longo do tubo digestório, o alimento sofre a ação de várias enzimas. A ação enzimática degrada a estrutura do alimento até seus nutrientes constituin- tes, os quais, por sua vez, são absorvidos pelas cé- lulas da mucosa intestinal. O gráfico abaixo repre- senta a integridade estrutural de alguns alimentos ao longo do tubo digestório. As curvas I, II e III cor- responderiam, respectivamente, à digestão de quais alimentos indicados a seguir? • arroz • toucinho • frango a) A qual reação o gráfico se refere? b) O que representa a marcação I no gráfico? 6 A substância A, de cor alaranjadaem solução, se transforma na substância B, de cor azulada em so- lução, de maneira espontânea. Essa mudança leva algumas horas. Sabendo disso, um pesquisador realiza o seguinte teste: em dois tubos de ensaio, são colocadas soluções de A e, em apenas um deles, é adicionado um composto x. Os tubos são deixados à mesma temperatura e, após 15 minutos, apenas a solução de A 1 x tem coloração azulada, enquanto a outra permanece alaranjada. I Digestão de três alimentos boca In te gr id ad e es tr ut ur al do s al im en to s (% ) estômago intestino Tempo II III 4 A tabela abaixo apresenta dados coletados por um estudante que monitorava uma reação química. [A] (mol/L) t 5 0 min 0,100 t 5 1 min 0,068 t 5 2 min 0,044 t 5 3 min 0,03 t 5 4 min 0,02 a) A substância A é reagente ou é produto da reação analisada? Justifique. b) Qual é a velocidade média, em mol/min, em rela- ção ao composto A nos primeiros 2 minutos? c) Caso a equação balanceada dessa reação seja A é 2B , qual é a velocidade, em mol/min, da for- mação de B nos primeiros 2 minutos? 5 Observe o gráfico a seguir e responda ao que se pede. A 1 1 B C D 120 2 1 130 E ne rg ia p ot en ci al k J/ m ol sentido da reação 0 I composto x A le x A rg oz in o/ ID /B R G rá fic os : I D /B R Atividade resolvida 1 Considere a seguinte reação entre o gás cloro e a água no estado gasoso. Cº 2 ( g ) 1 H 2 O ( g ) é 2HCº(g) 1 1 __ 2 O 2 (g) a) Escreva a relação entre a rapidez de formação de HCº e a rapidez de consumo ou de formação das outras substâncias dessa reação. b) Considere a rapidez média de consumo de gás cloro em determinado intervalo de tempo como sendo igual a 0,02 mol . L21 . min. Calcule a rapidez média relacionada às outras substâncias. Resolução a) Para estabelecer relações da rapidez das subs- tâncias em uma reação química, basta relacionar a rapidez com os coeficientes estequiométricos. Reação: Cº 2 ( g ) 1 H 2 O ( g ) é 2HCº ( g ) 1 1 __ 2 O 2 (g) rapidez HCº 5 2 ? ( rapidez Cº 2 ) 5 2 ? ( rapidez H 2 O ) 5 5 4 ? ( rapidez O 2 ) b) Como a rapidez de consumo do Cº2 é 0,02 mol ? ? L21 ? min, temos: • rapidez H 2 O ? 0,02 mol ? L21 ? min • rapidez HCº ? 0,04 mol ? L21 ? min • rapidez O 2 ? 0,01 mol ? L21 ? min A AA AB B 3 Durante o parto, a liberação de adrenalina pode afetar a produção de ocitocina na parturiente. Sa- bendo disso, responda: a) Qual é a consequência disso para o parto? Explique. b) De que maneira o ambiente e as pessoas ao redor podem ajudar a parturiente nesse momento? Representação sem proporção de tamanho. 104 Não escreva no livro. Atividades Ao final dos capítulos, há um conjunto de atividades sobre os assuntos do capítulo. Pode incluir um exemplo de atividade resolvida. PENSANDO CIÊNCIAS COMO CONTROLAR UMA PANDEMIA? No dia 11 de março de 2020, a OMS declarou estado de pandemia para a covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2). Com o pri- meiro caso registrado em 31 de dezembro de 2019, em Wuhan, cidade na província de Hubei, na China, a doença se espalhou para praticamente todos os países do mundo, exigindo grande mobilização dos governos e organiza- ções sanitárias para combater sua disseminação. Considerando esse cenário, reúnam-se em grupos e discutam: Como con- trolar uma pandemia das proporções da covid-19? Decompondo o problema Vamos, agora, decompor um problema complexo em problemas mais simples de ser resolvidos. Antes de responder à pergunta “Como controlar uma pandemia das proporções da covid-19?”, é preciso responder a outras, como: Qual é o agen- te etiológico da doença? Qual é seu mecanismo de transmissão? Qual(is) é(são) a(s) forma(s) de prevenção e de tratamento da doença? Como é a estrutura do sistema de saúde do país?. Nessa etapa, também podem ser feitas as perguntas a seguir: • Como é o novo coronavírus? O que se sabe sobre ele? • Qual é o modo de transmissão da doença que ele provoca, a covid-19? • Quais são as principais medidas preventivas dessa doença? • De que os hospitais precisam para tratar os doentes? • Qual é o ritmo de disseminação da covid-19? • Que outras pandemias já aconteceram no mundo? Como elas foram controladas? Reconhecendo padrões Sabendo que a humanidade já passou por algumas pandemias e várias epi- demias mais localizadas, é possível reconhecer padrões entre a situação instau- rada pela covid-19 e por outras doenças infectocontagiosas. Assim, tomemos como exemplo uma das questões levantadas na etapa ante- rior: “Qual é o ritmo de disseminação da covid-19?” Se analisarmos a curva epidêmica de uma doença infectocontagiosa, ou seja, o número de casos da doença em um certo intervalo de tempo, podemos perce- ber três fases: 1) crescimento exponencial, representado pelo aumento vertigino- so no número de casos; 2) saturação, que ocorre quando a epidemia alcança o seu pico no número de casos; 3) decaimento exponencial, quando o número de pessoas recuperadas da doença se torna maior que o de novos infectados. Discutam com os colegas se estudar a curva de crescimento da covid-19 no Brasil e/ou em outros países do mundo ajudaria a criar estratégias para conter o avanço da doença. Da mesma forma, reconheçam padrões para os demais pro- blemas levantados na etapa anterior. Abstraindo o problema Nesta etapa, vamos abstrair os pontos irrelevantes para a solução de cada pro- blema levantado. No caso da questão “Qual é o ritmo de disseminação da co- vid-19?”, é importante decidir que tipo de dado deve ser considerado ao se cons- truir sua curva epidêmica. Veja um exemplo no gráfico da página seguinte. O uso de máscaras é uma das estratégias adotadas contra o novo coronavírus, que é transmitido principalmente pelo contato com gotículas de saliva de uma pessoa contaminada. D av i A ug us to /ID /B R 118 Não escreva no livro. ESTUDO DE CASO A VIDA NO LIMITE: OS DESAFIOS DA OSMORREGULAÇÃO NOS BEIJA-FLORES Eu e minha avó morávamos na mesma rua, quando eu era mais jovem. Em frente à casa de minha avó, havia um canteiro onde ela e meu avô cultivavam di- ferentes espécies de plantas. Eles gostavam de plantas com flores bem coloridas. A minha preferida era um cipó-de-são-joão que crescia junto ao muro. As flores do cipó-de-são-joão são alaranjadas, em forma de tubo e abrem na ponta como se fossem um laço de fita. Eu adorava ficar olhando o beija-flor que toda manhã, logo cedo, vinha visitá-las. A velocidade e a agilidade com que o beija-flor se move antes de parar repen- tinamente no ar sempre me encantaram. Ele parece ter pressa em visitar o máxi- mo de flores possível: vai de uma flor a outra com uma precisão incrível. Na época, eu já sabia bastante coisa sobre os beija-flores: que eles batem as asas cerca de 90 vezes por segundo e que seu coração bate 1,2 mil vezes por minuto. Para ter uma ideia, em um ser humano adulto saudável, o coração bate entre 60 e 100 vezes por minuto. E eu sempre me perguntava: Como isso é possível? De onde vem tamanha energia? Como deve funcionar seu minúsculo organismo? Anos mais tarde, já como bióloga, resolvi pesquisar em meu mestrado os me- canismos de osmorregulação dos beija-flores. Essas aves têm uma alta taxa metabólica e, consequentemente, uma grande demanda pela digestão de açú- cares, por isso, ingerem uma quantidade de néctar que pode chegar a quase duas vezes a massa de seu corpo. O néctar é uma solução de água e açúcar, com pouca quantidade de aminoácidos e sais. A ingestão de grande quantidade de água representa um desafio para a manutenção da osmorregulação de ani- mais pequenos como o beija-flor. Reúnam-se em grupos para realizar as atividades. Sempre que preciso, façam pesquisas em sites, livros, jornais e revistas especializadas. 1 Os beija-flores são animais que têm necessidade de economizar água? Jus- tifiquem suas respostas.2 As dietas contêm um excesso de água que deve ser eliminado. Na opinião de vocês, de que maneira o excesso de água ingerido pelos beija-flores é eliminado? Justifiquem. Pesquisando sobre a osmorregulação em beija-flores, encontrei um trabalho em que os autores defendiam a hipótese de que talvez apenas uma pequena fra- ção da água ingerida pelos beija-flores seja absorvida pelo intestino delgado, e o restante passaria rapidamente pelo trato intestinal até a cloaca. 3 Caso os autores do trabalho citado estejam certos, como se dariam os me- canismos de absorção de nutrientes nos beija-flores? Em outro trabalho, os autores demonstraram que o alimento ingerido pelos beija-flores passa muito rápido pelo sistema digestório: o processo de digestão completo foi estimado em 40 minutos. Apesar dessa velocidade, essas aves con- seguem extrair 97% da glicose ingerida em uma refeição. Esses autores também identificaram que, apesar de as concentrações de glicose no intestino delgado dos beija-flores serem maiores do que a concentração sanguínea dessa substân- cia, o que permitiria o transporte passivo da glicose, a permeabilidade do intesti- no delgado dos beija-flores a essa substância é muito baixa, a mais baixa entre os vertebrados estudados. Flor do cipó-de-são-joão. Para satisfazer os requisitos diários de energia, alguns beija- -flores de Anna (Calypte anna) consomem uma quantidade de néctar igual a, aproximadamente, 1,6 vezes a sua massa corporal, um valor cinco vezes maior do que o esperado para uma ave do seu tamanho. A le G ru tt a fo to /S hu tt er st oc k. co m /ID /B R G er rit V yn /N at ur e P L/ Fo to ar en a altura da planta: até 10 m comprimento: cerca de 10 cm 74 Não escreva no livro. a) Explique a relação da pressão arterial com os diferentes tipos de vasos sanguíneos. b) Relacione as linhas tracejadas aos gases respira- tórios. Justifique sua relação utilizando os dados do gráfico. 8 Uma pessoa de cabelos longos caminha pela rua quando sopra uma súbita rajada de vento. Quando os cabelos batem em seus olhos, ela pisca imediata- mente. Ela pega, então, uma presilha na bolsa e prende os cabelos. a) Quais ações dessa cena são voluntárias e quais são involuntárias? b) De que região do sistema nervoso partiu o impul- so para os órgãos efetores em cada uma delas? 9 O modelo a seguir, produzido com materiais simples, como garrafa plástica (PET), rolha de cortiça, tubo plástico de caneta esferográfica e balões de aniver- sário de diferentes tamanhos, simula o papel do diafragma na ventilação pulmonar. a) Indique a que parte do sistema respiratório hu- mano corresponde cada uma das estruturas que compõem o modelo. b) Que movimento respiratório está ilustrado? Jus- tifique. 10 Os anticoncepcionais hormonais geralmente contêm estrogênio e/ou versões sintéticas de progesterona. As versões tradicionais desses anticoncepcionais são compostas de uma cartela com 28 comprimidos que devem ser tomados diariamente. • Observe o ciclo menstrual abaixo e explique como os anticoncepcionais hormonais agem impedindo a ovulação. a) Como se pode explicar tal diferença? b) Qual tipo de composto orgânico provavelmente é x? c) Como ele age? d) A diferença de cores ainda seria visível se, em vez de 15 minutos, a observação fosse realizada depois de dois dias? Por quê? 7 O gráfico abaixo representa a variação da pressão arterial (linha vermelha) em função dos diferentes tipos de vasos sanguíneos e as concentrações de gás oxigênio e de gás carbônico (linhas tracejadas). A di ls on S ec co /ID /B R Pr es sã o ar te ria l ( m m H g) Te or d e ga se s re sp ira tó rio s capilaresarteríolas artérias veiasvênulas Fonte de pesquisa: Reece, J. B. et al. Biologia de Campbell. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2015. p. 923. R ei na ld o V ig na ti/ ID /B R corpo de caneta esferográfica bexiga pequena rolha garrafa plástica cortada película de borracha da bexiga grande fita adesiva ou elástico A di ls on S ec co /ID /B R 11 A perda de água na urina e no suor deve ser compensa- da pela ingestão de água, de modo a se evitar a desidra- tação. Em razão da importância metabólica da água – o meio no qual ocorrem as reações que mantêm a vida –, a redução na quantidade de água em um organismo pode ser fatal. O gráfico hipotético a seguir apresenta quatro curvas, indicadas pelas letras X, W, Y e Z. 0 Tempo Co nc en tr aç ão d a ur in a W X Y Z a) Supondo que o marco zero, na origem dos eixos, represente o instante a partir do qual uma pessoa deixou de beber água, determine a curva que mostra a variação da concentração de urina ao longo do tempo. Justifique sua resposta. b) Como deve estar a concentração de ADH (hormô- nio antidiurético) no sangue dessa pessoa? Representação sem proporção de tamanho. Representação sem proporção de tamanho. Cores-fantasia. CICLO MENSTRUAL menstruação hipófise FSH FSH FSH LH FSH LH LH LH 1o 2o estrogênio estrogênio estrogênio progesterona progesterona folículos ovarianos corpo lúteo corpo lúteo inicia sinal secreta aumenta inibe aumento súbito estimuladesenvolve secreta inibe regride diminui promovem crescimento ovulação Fonte de pesquisa: Níveis hormonais e ciclo menstrual. Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Disponível em: http://www.ufrgs.br/espmat/disciplinas/midias_digitais_II/ modulo_II/fisiologia2.htm. Acesso em: 12 set. 2020. 105Não escreva no livro. Por exemplo, a elaboração dessa curva exige conhecer o número de casos con- firmados da doença ao longo do tempo. Porém, por quanto tempo? É melhor fa- zer uma curva que represente a evolução da doença em um país ou uma para cada estado? É necessário considerar o gênero, a idade ou a renda social dos in- fectados nessa análise? Deve-se levar em conta o tamanho populacional? E a adesão de medidas preventivas pela população? Levantem algumas variáveis que julguem importantes considerar na constru- ção da curva epidêmica e escolham uma para incluir na análise do grupo. Depois, discutam se essa variável foi ou não relevante para o problema em questão. Façam o mesmo tipo de questionamento para os demais problemas levanta- dos na etapa anterior, realizando pesquisas sempre que necessário. Buscando soluções Discutam uma possível solução para o problema “Como controlar uma pande- mia das proporções da covid-19?”. Compartilhem com o professor a solução pro- posta pelo grupo. Elaborando o algoritmo Vamos agora elaborar o algoritmo para a solução do problema, isto é, o passo a passo do que deve ser feito para controlar uma pandemia como a covid-19. Um exemplo de algoritmo é o procedimento indicado pelo Ministério da Saúde para a lavagem das mãos (veja ao lado). Com base nas informações pesquisadas, elaborem o algoritmo para controlar uma pandemia como a covid-19. PARA DISCUTIR 1 Comparem o algoritmo desenvolvido por seu grupo com o dos demais grupos. Quais são as diferenças e semelhanças entre eles? 2 Algum dos algoritmos faz previsão de cenários na tomada de decisões para o enfrentamento da pandemia? Se sim, avaliem como isso é feito. 3 De que maneira a existência de uma vacina alteraria seu algoritmo? Fonte de pesquisa: Monitoramento dos casos de arboviroses urbanas […]. Boletim epidemiológico 23, Brasília, Secretaria de Vigilância em Saúde, v. 51, p. 2, jun. 2020. Disponível em: https://www. conasems.org.br/wp-content/ uploads/2020/06/Boletim- epidemiologico-SVS-23.pdf. Acesso em: 2 jul. 2020. O algoritmo que apresenta o procedimento para se lavar as mãos envolve: 1) abrir a torneira e molhar as mãos, sem encostá-las na pia; 2) aplicar sabão líquido na palma das mãos em quantidade recomendada pelo fabricante; 3) ensaboar as palmas das mãos, friccionando-as uma contra a outra; 4) esfregar a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda com os dedos entrelaçados e vice-versa; 5)seguir com as demais etapas até completar todo o procedimento indicado pelo Ministério da Saúde. Ca so s p ro vá ve is (n ) 120 000 100 000 80 000 60 000 40 000 20 000 0 Semana epidemiológica 1 2 3 54 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 2728 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 2019 2020 ID /B R D av i A ug us to /ID /B R CURVA EPIDÊMICA DOS CASOS PROVÁVEIS DE DENGUE, POR SEMANA EPIDEMIOLÓGICA DE INÍCIO DE SINTOMAS, BRASIL, 2019 E 2020 119Não escreva no livro. 4 Pode-se afirmar que o transporte ativo da glicose no intestino delgado dos beija-flores poderia ser uma adaptação relacionada à osmorregulação des- ses animais? Elaborem argumentos com base em seus conhecimentos sobre o mecanismo de difusão e de osmose nas células. É conhecido que o transporte da glicose do intestino para a corrente sanguí- nea é feito por um processo no qual a proteína de transporte utiliza o movimento dos íons de sódio a favor do seu gradiente de concentração para transportar uma substância contra seu gradiente de concentração. No caso da glicose, a proteína usa a energia do gradiente de sódio para transportar as moléculas de glicose. O gradiente de concentração do íon sódio é mantido pela ação da Na1/K1 ATPase. Foi demonstrado que o transporte da glicose para a corrente sanguínea, por meio do cotransportador Na1/glicose do intestino, está vinculado ao transporte de 260 moléculas de água. Veja o esquema a seguir. Esquema do funcionamento de uma proteína cotransportadora de Na+/ glicose. Cores-fantasia. Fontes de pesquisa: Clark, M. a. et al. Active transport. In: Rice University. Biology 2e. OpenStax. Houston: Rice University, 2020. Disponível em: https://openstax.org/books/ biology-2e/pages/5-3-active- transport. Acesso em: 6 jul. 2020. (Adaptado.); Villarreal, M. R. Scheme secondary transport. (Domínio público.) 5 Sabendo que os beija-flores apresentam uma das mais altas taxas de trans- porte de glicose entre os vertebrados, o que se pode concluir a respeito da absorção de água por esses animais? Isso corroboraria a hipótese de que a maior parte da água ingerida pelos beija-flores não é absorvida pelo intestino? Com essa constatação, vocês devem estar se perguntando como os beija-flo- res eliminam o excesso de água absorvida no intestino. Atualmente, sabe-se que os néfrons são a unidade funcional dos rins, estruturas que participam da forma- ção da urina. Há dois tipos básicos de néfrons: o tipo cortical (reptiliano), que é mais numeroso e não tem alça de Henle, e o tipo medular (de mamíferos), que é menos numeroso e tem alça de Henle (esses tipos apresentam outras diferen- ças). Um estudo examinou os rins de três espécies de beija-flores e sugeriu que os rins desses animais são formados por néfrons do tipo reptiliano. 6 Façam uma pesquisa sobre a morfologia e a função das principais partes de um néfron. Em seguida, procurem estabelecer uma possível relação entre o tipo de néfron reptiliano e a alta absorção de água nos beija-flores. As aves, em geral, não apresentam bexiga urinária, característica considerada uma adaptação ao voo, já que sem esse órgão elas se tornam mais leves. O ácido úrico, principal excreta das aves, é retirado do sangue por meio dos rins e de lá é conduzido diretamente à uretra, onde é eliminado pela cloaca. Na cloaca ocorre a absorção da maior parte da água presente na urina, tornando o ácido úrico al- tamente concentrado, com uma consistência pastosa e cor esbranquiçada, elimi- nado com as fezes do animal. 7 Com os conhecimentos reunidos até aqui, que hipóteses vocês levantariam sobre outras prováveis adaptações que poderiam ser relacionadas ao pro- cesso de formação da urina em beija-flores? Como fariam para testá-las? Na1 glicose glicose citoplasma membrana plasmática meio extracelular proteína cotransportadora de Na1/glicose co nc en tr aç ão 1 12 2Br un o B ad ai n/ ID /B R Representação sem proporção de tamanho. 75Não escreva no livro. a) híbridas, de fenótipo dominante, que produ- zem apenas sementes lisas. b) híbridas, de fenótipo dominante, que pro- duzem sementes lisas e rugosas. c) de linhagem pura, de fenótipo dominante, que produzem apenas sementes lisas. d) de linhagem pura, de fenótipo recessivo, que produzem sementes lisas e rugosas. e) de linhagem pura, de fenótipo recessivo, que produzem apenas sementes rugosas. 7 Na espécie humana, a fenilcetonúria é uma doença que se manifesta com o alelo recessivo de um gene em homozigose. Sabendo disso, considere três casais com os seguintes genó- tipos: Aa 3 Aa (casal 1); AA 3 Aa (casal 2); e Aa 3 aa (casal 3). Calcule a probabilidade de cada casal ter os seguintes descendentes, independentemente do sexo. a) Um filho portador de fenilcetonúria (aa). b) Dois filhos portadores de fenilcetonúria. c) Três filhos portadores dessa doença. 8 (Enem) O heredograma mostra a incidência de uma anomalia genética em um grupo familiar. a pelagem chinchila; o alelo Ch, a pelagem hi- malaia; e o alelo c condiciona a pelagem albina. Com base nisso, considere os seguintes casais de coelhos: CCch 3 CchCch; Chc 3 cc; Chc 3 Cc. Calcule a probabilidade de cada casal ter des- cendentes com pelagem: a) aguti; b) chinchila; c) himalaia; d) albina. 10 (Enem) Com base nos experimentos de plantas de Mendel, foram estabelecidos três princípios básicos, que são conhecidos como leis da uni- formidade, segregação e distribuição indepen- dente. A lei da distribuição independente refe- re-se ao fato de que os membros de pares diferentes de genes segregam-se independen- temente, uns dos outros, para a prole. Turnpenny, P. D. Genética médica. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009 (adaptado). Hoje, sabe-se que isso nem sempre é verdade. Por quê? a) A distribuição depende do caráter de domi- nância ou recessividade do gene. b) Os organismos nem sempre herdam cada um dos genes de cada um dos genitores. c) As alterações cromossômicas podem levar a falhas na segregação durante a meiose. d) Os genes localizados fisicamente próximos no mesmo cromossomo tendem a ser her- dados juntos. e) O cromossomo que contém dois determina- dos genes pode não sofrer a disjunção na primeira fase da meiose 11 (Enem) O milho transgênico é produzido a par- tir da manipulação do milho original, com a transferência, para este, de um gene de inte- resse retirado de outro organismo de espécie diferente. A característica de interesse será manifestada em decorrência a) do incremento do DNA a partir da duplicação do gene transferido. b) da transcrição do RNA transportador a par- tir do gene transferido. c) da expressão de proteínas sintetizadas a partir do DNA não hibridizado. d) da síntese de carboidratos a partir da ativa- ção do DNA do milho original. e) da tradução do RNA mensageiro sintetizado a partir do DNA recombinante. O indivíduo representado pelo número 10, preo- cupado em transmitir o alelo para a anomalia genética a seus filhos, calcula que a probabili- dade de ele ser portador desse alelo é de a) 0%. b) 25%. c) 50%. d) 67%. e) 75% 9 A cor da pelagem dos coelhos é condicionada por um gene com quatro alelos, cuja relação de dominância pode ser expressa da seguinte forma: C . Cch . Ch . c. Sabe-se ainda que o alelo C condiciona a pelagem aguti; o alelo Cch, 1 5 10 Mulher com anomalia Mulher sem anomalia Homem com anomalia Homem sem anomalia 11 12 13 6 7 8 9 2 3 4 159Não escreva no livro. CIÊNCIA TEM HISTÓRIA McClung e a teoria cromossômica Durante a segunda metade do século XIX, foram feitas várias tentativas para explicar a hereditariedade. Entre elas, podemos citar a pangênese do naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882) e as unidades fisiológicas do filósofo britânico Herbert Spencer (1820-1903). Porém, essas propostas não eram baseadas em conhecimentos sobre a célula. No início do século XX, foi apresentada a chamada hipótese cromossômica de Sutton- -Boveri, baseada em estudos citológicos. Elaadmitia que os elementos responsáveis pela transmissão das características dos progenitores a seus descendentes eram entidades físi- cas (os “fatores”, mais tarde chamados “genes”) localizadas ao longo dos cromossomos pre- sentes no núcleo da célula. Além disso, estabelecia uma relação entre o comportamento dos cromossomos durante a divisão celular e os princípios de Mendel. Essa hipótese, porém, apresentava muitos problemas. Os cromossomos pareciam se dis- solver na intérfase (período entre duas divisões celulares) e depois apareciam novamente nos mesmos lugares. Como saber se eles conservavam sua individualidade? Não se sabia se, du- rante a divisão celular, os cromossomos se pareavam ponta a ponta ou lado a lado. Os prin- cípios de Mendel não se aplicavam a muitos casos estudados em animais e plantas. Devido a esses problemas, vários cientistas, como o biólogo britânico William Bateson (1861-1926) e o zoólogo e geneticista estadunidense Thomas Hunt Morgan (1866-1945), não a aceitaram até 1910. Nessa época, era muito importante que alguma característica ex- terna visível fosse associada a um cromossomo. É nesse contexto que se insere a contribui- ção do zoólogo estadunidense Clarence E. McClung (1870-1946). No final do século XIX, estavam sendo desenvolvidos estudos citológicos sobre o núcleo e o citoplasma. Além disso, diversos biólogos investigavam, em insetos, a espermatogênese, que é o processo de formação de espermatozoides por meio de divisões celulares. Em 1891, o alemão Hermann Henking (1858-1942), estudando a espermatogênese em um hemíptero (inseto do grupo que inclui a cigarra), identificou, no núcleo de células precur- soras de espermatozoides chamadas espermatócitos, um corpúsculo que se distribuía desi- gualmente durante a divisão celular. Ele constatou que somente metade dos espermatozoi- des o recebia. Como não tinha certeza se era um cromossomo ou alguma variação do núcleo, chamou- -o nucléolo, elemento cromático ou corpúsculo de cromatina. Anos depois, ao estudar a espermatogênese em outro hemíptero, o estadunidense Thomas Harrison Montgomery (1873-1912) se deparou com o mes- mo corpúsculo e considerou tratar-se de um nucléo- lo de cromatina, mas não fez considerações sobre sua função. Em 1899, McClung, fez um estudo semelhante na espermatogênese de um gafanhoto. Porém, ele des- creveu o corpúsculo de modo diferente de seus cole- gas, pois notou que ele aparecia no estágio de repou- so das espermatogônias, que é outro estágio precursor dos espermatozoides. Além disso, o cor- púsculo corava fortemente e tinha forma arredonda- da, mas se alongava e adquiria a forma de U durante a prófase; era bem perceptível durante a anáfase e no estágio de repouso dos espermatócitos primários e, durante a anáfase dos espermatócitos, assumia a forma de X (veja imagem ao lado). Representação dos desenhos feitos por McClung em 1889. C ol eç ão p ar tic ul ar . F ac -s ím ile : I D /B R Representação sem proporção de tamanho. 128 Não escreva no livro. PRÁTICAS DE CIÊNCIAS OSMOSE Os processos de entrada e saída de água das células vegetais alteram a aparência e a textura dos ali- mentos. Nesta atividade, você e os colegas vão observar exemplos dessas alterações e compreender co- mo o fenômeno da osmose está presente em situações do cotidiano. Antes de iniciar o procedimento, procure responder às seguintes questões: • Haverá alteração na quantidade de água nas células vegetais de um pedaço de chuchu mantido dentro da água de torneira? • Haverá alteração na quantidade de água nas células vegetais de um pedaço de chuchu mantido dentro de uma solução saturada de água e sal? Material • colher (de café) • 2 copos plásticos transparentes de 200 mL • faca • 3 pedaços idênticos de chuchu • sal de cozinha (cloreto de sódio) • fita-crepe e caneta Equipamentos de segurança Óculos de segurança e avental de mangas compridas feito de algodão. Como fazer 1 Coloque água nos dois copos até atingir metade da altura. 2 Deixe o primeiro copo apenas com água e acrescen- te sal no segundo copo até obter uma solução satu- rada. Logo após, agite a mistura. 3 Marque os copos com a fita-crepe, escrevendo “água” no primeiro e “água e sal” no segundo. 4 Coloque um pedaço de chuchu em cada copo, de mo- do que os dois pedaços fiquem completamente imer- sos no líquido, e deixe-os assim durante 30 minutos. O terceiro pedaço de chuchu deve ficar guardado em local apropriado, para servir de referência. 5 Após esse tempo, retire os pedaços de chuchu dos copos, colocando cada um próximo ao respectivo co- po. Observe o aspecto dos dois pedaços de chuchu e compare-os com o terceiro pedaço. Resíduos Descarte os líquidos na pia e os sólidos no lixo. Para concluir 1 Retome as perguntas iniciais e verifique se as respostas coincidem com os resultados obtidos no ex- perimento. Com base em seus conhecimentos, explique o que aconteceu com os pedaços de chuchu. 2 As mudanças observadas nas duas amostras de chuchu que ficaram imersas nos líquidos são irrever- síveis? Justifique. 3 Por que o milho cozido em água salgada fica mais endurecido do que o milho cozido apenas em água pura? 4 Uma salada temperada com sal em um dia, no dia seguinte ou até algumas horas depois, ficará mur- cha. Por que isso acontece? parede celular citoplasma membrana plasmática Esquema de células vegetais. A membrana plasmática de organismos vivos é um exemplo de membrana semipermeável. Cores-fantasia. Representação sem proporção de tamanho. A M j S tu di o/ ID /B R Atenção! Manuseie a faca com muito cuidado. 29Não escreva no livro. Questões globais Questões mais elaboradas e/ou atividades de vestibulares do país e do Enem para você se familiarizar com os exames de ingresso no Ensino Superior. Ciência, tecnologia e sociedade Apresenta um texto de circulação social e estimula a reflexão sobre ciência e tecnologia e suas implicações na sociedade. Ciência tem história Apresenta e discute o contexto em que algumas das ideias científicas foram construídas, estimulando a discussão e a reflexão. Práticas de Ciências Atividades práticas, experimentais e investigativas levam você a desenvolver as várias formas de investigação próprias da ciência. AT IV ID A DE S SE ÇÕ ES Pensando Ciências Apresenta um problema/uma questão a ser solucionado(a) por meio da aplicação do pensamento computacional. Estudo de caso Texto narrativo em que uma personagem ou um narrador apresenta uma situação- -problema, para que você e os colegas discutam e, em grupo, proponham uma solução e/ou interpretação para o caso. ROTEIRO 3. Para observar o fenômeno da capilaridade, separe um guar- danapo de papel e um copo com água. Introduza uma das pontas do guardanapo na água. O que você nota? Roteiro Ao longo dos capítulos, atividades trabalham os conteúdos dos tópicos estudados. QUESTÕES GLOBAIS Cruzamento 1 Realizado entre drosófilas heterozigotas para determinada característica dominante. O resultado mostrou que cerca de 75,5% do total de descendentes apresentou a caracterís- tica fenotípica condicionada pelo alelo dominan- te, enquanto 24,5% desse total apresentou a característica fenotípica condicionada pelo ale- lo recessivo. Cruzamento 2 Realizado entre uma mosca macho heterozigo- ta para determinada característica dominante e uma fêmea homozigota recessiva. A prole apresentou o fenótipo recessivo e o dominante na proporção 1 : 1. • Os resultados obtidos se aplicam ao esperado pela primeira lei de Mendel? Justifique sua resposta. 5 Transcreva no caderno os quadros de Punnett a seguir e complete-os com os símbolos dos alelos que estão faltando. //////////// a A //////////// //////////// a Aa aa //////////// b B Bb Bb bb //////////// //////////// //////////// a A Aa //////////// A Aa Aa 6 (Enem) Gregor Mendel, no século XIX, investigou os mecanismos da herança genética observan- do algumas características de plantas de ervilha, como aprodução de sementes lisas (dominan- te) ou rugosas (recessiva), característica deter- minada por um par de alelos com dominância completa. Ele acreditava que a herança era transmitida por fatores que, mesmo não perce- bidos nas características visíveis (fenótipo) de plantas híbridas (resultantes de cruzamentos de linhagens puras), estariam presentes e se manifestariam em gerações futuras. A autofecundação que fornece dados para cor- roborar a ideia da transmissão dos fatores idea- lizada por Mendel ocorre entre plantas 1 Ao cruzar uma planta de ervilha de flores púr- pura com outra de flores brancas, um pesqui- sador obteve uma F1 formada apenas por plan- tas de flores púrpura. A F2 era composta de plantas de flores púrpura e outras de flores brancas na proporção de 3 : 1. a) Represente, com letras, os dois alelos do gene que controla a cor em flores de ervilha. b) Qual dos dois alelos é o dominante? Justi- fique. c) Represente os cruzamentos descritos. 2 (Enem) Um geneticista observou que determi- nada plantação era sensível a um tipo de praga que atacava as flores da lavoura. Ao mesmo tempo, ele percebeu que uma erva daninha que crescia associada às plantas não era destruída. A partir de técnicas de manipulação genética, em laboratório, o gene da resistência à praga foi inserido nas plantas cultivadas, resolvendo o problema. Do ponto de vista da biotecnologia, como essa planta resultante da intervenção é classificada? a) Clone. b) Híbrida. c) Mutante. d) Dominante. e) Transgênica. 3 (Enem) O resultado de um teste de DNA para identificar o filho de um casal, entre cinco jovens, está representado na figura. As barras escuras correspondem aos genes compartilhados. Mãe Pai I II III IV V Qual dos jovens é filho do casal? a) I b) II c) III d) IV e) V 4 Um pesquisador realizou vários cruzamentos diferentes entre indivíduos da mesma espécie e obteve os seguintes resultados: 158 Não escreva no livro. CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADECIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE A epidemia de opioides O remédio mais perigoso do mundo [A oxicodona é] um analgésico semissintético par- cialmente derivado de uma espécie de papoula, a flor usada para fazer ópio e heroína. Por isso, esse medi- camento e seus similares naturais, como a morfina, são conhecidos como opioides. Eles variam na potência, mas têm os mesmos efei- tos: anulam qualquer tipo de dor física, provocam uma curiosa mistura de relaxamento e euforia e são extre- mamente viciantes. […] Em 3400 a.C., os sumérios já extraíam um suco branco e leitoso da papoula, que chamavam de “plan- ta da alegria”. Tumbas egípcias do século 15 a.C. con- têm vestígios da substância, usada num ritual de se- dação para o sonho eterno. Gregos e romanos também usavam a substância. […] Com o tempo, o narcótico ganhou usos medicinais. […] Claro que nem todos os usuários tinham proble- mas de saúde. […] Os chineses, por exemplo, gosta- vam de fumar ópio. E viraram os maiores consumido- res do mundo, inclusive porque foram forçados a isso. […] […] Na década de 1820, a morfina já era sucesso de vendas na Europa e nos EUA, graças ao baixo cus- to e à ação potente. […] De lá para cá, a indústria far- macêutica foi desenvolvendo analgésicos opioides cada vez mais fortes. Entre eles, a oxicodona, que foi criada por cientistas alemães em 1917 e usada para anestesiar soldados feridos na 1a Guerra Mundial. Os opioides sempre tiveram seus riscos. Mas a me- dicina sempre conseguiu utilizá-los com certa segurança para tratar casos de dores graves, como as causadas por câncer, grandes queimaduras ou trau- matismos. […] Nem todo mundo que toma um opioide vai se vi- ciar. Basta que ele seja prescrito e usado com cautela. Só que, a partir da década de 1980, isso mudou – gra- ças a um tremendo mal-entendido. […] Em 1980, o médico Hershel Jick, da Universidade de Boston, teve a ideia de fazer um estudo sobre os analgésicos usados em hospitais. Ele avaliou os regis- tros de 11 882 pacientes que haviam sido tratados com opioides – e constatou que apenas quatro deles ha- viam se viciado nesses remédios. Uma porcentagem baixíssima: 0,03%. […] O trabalho de Hershel passou batido até 1986, quando foi citado na revista médica Pain, da Sociedade Americana de Dor. Daí tudo explo- diu. Médicos, cientistas e – claro – laboratórios farma- cêuticos começaram a usar os dados de Hershel para dizer que os opioides não eram perigosos e podiam ser receitados numa boa para diversos tipos de dor. […] Só que todo mundo ignorou o óbvio: o estudo do Dr. Hershel era sobre pacientes internados, que rece- biam doses rigidamente controladas dos remédios. Uma situação completamente diferente de pegar uma caixinha na farmácia. Ninguém sabia como as pessoas iriam se comportar quando pudessem levar aqueles medicamentos para casa e tomar o quanto quisessem. Começava, ali, a epidemia que iria espalhar viciados pelo mundo – inclusive no Brasil. Garattoni, B.; sklarz, E. O remédio mais perigoso do mundo. Superinteressante, ed. 380, out. 2017. Disponível em: https://super.abril.com.br/especiais/o-remedio-mais-perigoso-do-mundo/. Acesso em: 19 jun. 2020. PARA DISCUTIR 1 O que são medicamentos opioides e qual problema seu uso indiscriminado causa à população? 2 Qual foi a consequência do trabalho do cientista estadunidense Hershel Jick? Qual foi o problema na interpretação dos seus dados? 3 Discuta com os colegas de que forma pode-se reduzir os riscos associados ao uso de opioides e a importância de somente utilizar medicamentos de acordo com orientação médica. 98 Não escreva no livro. 5Não escreva no livro. 6 (CGEB1) Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. (CGEB2) Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. (CGEB3) Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. (CGEB4) Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. (CGEB5) Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. (CGEB6) Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. (CGEB7) Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. (CGEB8) Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções
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