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Toxoplasmose: História, Características e Ciclo Vital

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TOXOPLASMOSE 
Toxoplasma gondii 
 
História e distribuição geográfica 
• Primeiras referências: 
– 1908 : foi encontrado o parasita no roedor Ctenodactylus gondii, por Nicole e 
Manceaux e também em coelhos, por Splendore; 
– 1909 : descrição do parasita e criação do gênero Toxoplasma (Nicole e Manceaux) 
– 1923 : descrição da coriorretinite por Janku 
– 1929 : descrição da forma congênita por Wolf 
 
• A partir da década de 1960: 
– desenvolvimento e aplicação de testes sorológicos revelaram a ubiqüidade do parasita 
– ampla distribuição geográfica e de hospedeiros 
– descrição do ciclo e identificação dos felinos como hospedeiros definitivos 
 
Importância 
 Alta prevalência no mundo 
 Pode provocar doença congênita grave 
 Importante causa de doença oportunista em pacientes infectados pelo HIV 
(encefalite) 
 Causa comum de uveíte, podendo levar à perda de visão 
 
Características do parasita: 
 Parasita intracelular obrigatório, eurixeno, monoxeno 
Eurixeno = infecta um número enorme de hospedeiros diferentes 
Monoxeno = necessita de apenas um hospedeiro para completar seu ciclo biológico 
 Classificação: 
- Reino: Protista 
- Filo: Apicomplexa 
- Classe: Sporozoa 
 Hospedeiros: é uma zoonose de felinos, porém infecta inúmeros vertebrados, 
inclusive o homem 
 Formas infectantes: possuem complexo apical! 
- taquizoítos = reprodução rápida 
- bradizoítos = reprodução lenta 
- esporozoítos 
 
 
 
 
 Forma de resistência: 
- oocisto 
 Formas do ciclo sexuado: no felino! 
- gametócitos 
- gametas 
- zigoto 
 
Características morfológicas 
Complexo apical: 
Promove adesão e invasão celular! 
• Anéis polares – são dois, permitem a passagem do conteúdo parasitário 
• Conóides – definem a extremidade apical e têm motilidade 
• micronemas – organelas secretoras, auxiliam na adesão e invasão celular 
• roptrias – organelas secretoras, auxiliam na adesão e invasão 
• grânulos densos – organelas secretoras, necessárias para multiplicação 
Apicoplasto 
• é uma organela pequena localizada próximo ao núcleo que contém 4 membranas 
• provável aquisição evolutiva precoce de um plastídeo de alga incorporado com 
perda dos genes de fotossíntese 
esporozoítas taquizoítas bradizoítas 
• molécula de DNA circular 35kb descoberto em 1975 
• em 1987 seu seqüenciamento revelou conteúdo genético, estrutura de um plastídeo 
de alga, com pouco mas suficiente tRNA e rRNA para translação 
• tem-se mostrado um alvo interessante para atuação de quimioterápicos, pois a 
inibição de suas proteínas interfere com a sobrevivência do parasita 
 
Habitat 
• Podem parasitar várias células e tecidos, exceto hemácias (parasita células 
nucleadas) 
 
Metabolismo 
• Glicose é a principal fonte de energia 
• Consomem O2 e produzem CO2 
 
Transmissão 
 São transmitidos pela ingestão de oocistos ou cistos teciduais, que podem estar 
contidos em carne de animais 
 Transmissão congênita – placentária 
 
Reprodução 
Dá-se por endodiogenia (1 célula gera duas) e endopoligenia (1 célula gera várias). 
 
 
 
 
 
 
Endopoligenia 
 
A endopoligenia se inicia com a expansão do citoplasma. O material genético se 
desorganiza e se multiplica, se dirigindo para a periferia da célula. Posteriormente ocorre 
invaginação de membrana e individualização das células. Este processo ocorre para merogonia, 
gametogonia e esporogonia. É característico dos protozoários pertencentes ao filo 
Apicomplexa. 
No homem, ocorre endodiogenia! 
 
 
Mecanismo de invasão celular 
Processo ativo que envolve reconhecimento de receptores conservados de membrana: 
laminina, integrina, glicosaminoglicanos, proteoglicanos – são receptores para MIC2 e 
molécula P30. 
• Uma vez aderido, o conóide é projetado e os micronemas descarregam seu conteúdo 
– MIC2 e outras proteínas. 
• A membrana plasmática da célula hospedeira realiza um movimento de 
englobamento do parasita a partir do sítio de adesão para formar o vacúolo parasitóforo. 
• O conteúdo das roptrias é lançado e suas proteínas incorporam-se aos componentes 
de membrana do recém criado vacúolo parasitóforo. Esse processo ativo é inibido por 
citocalasina, um inibidor da montagem de filamentos de actina. 
• Dentro do vacúolo parasitóforo os grânulos densos despejam seu conteúdo 
modificando o ambiente do vacúolo, impedindo a acidificação e facilitando a replicação do 
parasita. Não há fusão de lisossomos. 
 
Ciclo vital 
Desenvolve-se em duas fases: 
- assexuada = nos linfonodos e tecidos de todos os hospedeiros 
 - sexuada ou coccidiana = no epitélio intestinal dos felídeos 
O gato é o único animal capaz de eliminar oocistos, pois é o único hospedeiro em que o 
parasita realiza reprodução sexuada. Apenas o animal não imune elimina oocistos! 
 
O gato se contamina ao ingerir cistos presentes nos tecidos de hospedeiros 
intermediários, por exemplo, um camundongo, ou ingerindo água contaminada com oocistos 
esporulados. Se o gato ingerir um cisto, ele é capaz de eliminar um oocisto não esporulado em 
3 dias. Se ele tiver ingerido um oocisto, ele só eliminará um novo oocisto em 21 dias. 
O oocisto não esporulado eliminado nas fezes do gato leva de 2 a 5 dias para esporular 
no ambiente. Os oocistos esporulados contêm esporocistos com esporozoítas. 
Os hospedeiros intermediários adquirem o parasita quando ingerem oocistos 
esporulados presentes na água ou no solo. 
O homem adquire o parasita quando ingere oocistos esporulados presentes na água ou 
alimento contaminado ou quando ingerem cistos presentes nos tecidos de hospedeiros 
intermediários (porco, carneiro, galinha). Uma vez contaminada, a mulher é capaz de transmitir 
taquizoítas pela placenta e assim infectar o feto. 
 
 
Bradizoíto = cisto tecidual. Ex: carne contaminada 
Esporozoíto = dentro do oocisto. Ex: água contaminada 
Taquizoíto = forma circulante. Ex: transmissão congênita 
 
Ciclo no felino: 
O cisto ou oocisto ingerido penetra nas células epiteliais do intestino. Ocorre então a 
formação de vacúolos parasitóforos e multiplicação por endopoligenia e merogonia e formação 
de merozoítos (reprodução assexuada). Os merozoítos invadem novas células epiteliais e 
ocorre a formação de gametócitos masculinos e femininos. Os microgametas masculinos 
móveis e os macrogametas femininos fixos fecundam, formando um zigoto (reprodução 
sexuada). A partir daí, forma-se um oocisto imaturo, que é eliminado nas fezes do gato e, no 
ambiente, esporulam, tornando-se um oocisto maduro e, portanto, infectivo. 
 
Ciclo no homem: 
O cisto ou oocisto ingerido penetra em diversos tipos de células no epitélio intestinal. 
Ocorre então a formação de vacúolos citoplasmáticos. Há multiplicação sucessiva 
intravacuolar (reprodução assexuada) – pseudocisto. A célula se rompe e taquizoítos são 
liberados. Ocorre disseminação linfática e hematogênica dos taquizoítos, caracterizando a fase 
aguda da doença. Na fase aguda, o hospedeiro pode evoluir para morte ou pode desenvolver 
imunidade. 
Se o hospedeiro desenvolver imunidade, haverá a formação de anticorpos e imunidade 
celular. Neste caso, os taquizoítas circulantes desaparecem e ocorre formação de cistos 
teciduais compostos de bradizoítas, caracterizando a fase crônica da doença. Os cistos teciduais 
se formam mais comumente em músculo esquelético, miocárdio e cérebro, e permanecem 
durante toda a vida do hospedeiro. 
 
Patogenia 
Fatores relacionados 
1. tipo de cepa 
- Cepa do tipo I – associada com infecção congênita 
- Cepa do tipo II – isolada em 65% dos pacientes com AIDS e reativação de infecção 
crônica 
-Cepa do tipo III – infecta muito mais animais e pouco o homem 
 
2. susceptibilidade do hospedeiro 
- Idade – a infecção é mais comum em crianças e jovens 
- Imunidade – a doença é mais grave nos imunodeprimidos 
- Idade gestacional – a infecção é mais grave no 1º trimestre da gravidez 
 
Formas clínicas 
1. toxoplasmose congênita 
- É necessário a primo-infecção materna (geralmente assintomática) durante a 
gravidez. 
- A infecção fetal se dá pela invasão placentária de TAQUIZOÍTAS. 
- No primeiro trimestre acomete 10 a 25% dos fetos com maior gravidade. No segundo 
e terceiro trimestre acomete 50 e 65% dos fetos com menor gravidade. 
 
2. toxoplasmose adquirida 
- Febril aguda – mais comum em crianças e jovens, é auto-limitada. 
- Uveíte – resulta da infecção da retina e coróide por taquizoítas ou reativação de 
bradizoítas. 
- Encefalite – raramente produzida pela infecção aguda e sim por reativação. 
 
Quadro clínico 
1. toxoplasmose congênita 
• Infecção materna no primeiro trimestre: 
- a infecção fetal é menos freqüente, porém mais grave. 
- pode resultar em aborto, natimorto, prematuridade. 
- pode provocar encefalite, pneumonite, convulsões, miocardite. 
- não provoca mal formações congênitas pois não afeta o DNA. 
- hidrocefalia, calcificações cerebrais, coriorretinite, retardo mental (tétrade de 
Sabin). 
 
• Infecção materna no segundo e terceiro trimestres 
- pode ser assintomática para o feto com manifestação tardia de doença. 
- geralmente causa micropoliadenopatia, hepatosplenomegalia, lesões oculares 
(cegueira). 
 
2. toxoplasmose adquirida 
• Em 80% dos casos é assintomática. 
• Nos casos em que produz sintomas encontramos febre, linfadenopatia generalizada, 
hepatoesplenomegalia, mialgia, rash maculo-papular, coriorretinite. 
• Os sintomas regridem sem tratamento em cerca de 4 a 6 semanas. 
• O tratamento é necessário nos casos que cursam com coriorretinite. 
 
3. toxoplasmose no paciente com AIDS 
• na maioria dos casos, manifesta-se como abscesso cerebral. 
• Febre, convulsões, hemiparesia, torpor, confusão mental e coma. 
 
Diagnóstico laboratorial 
1. demonstração do parasita 
Raramente é possível. Algumas vezes pode ser evidenciado em biópsias de gânglio ou 
vísceras – pelo exame histopatológico, por inoculação animal, por PCR. 
 
2. testes sorológicos 
São os mais utilizados. 
Interpretação dos testes sorológicos: 
Fase aguda = IgM, IgA, IgE; altos títulos de IgG de baixa avidez ou conversão. 
Fase de transição = IgG com maior avidez, ausência de IgA e IgE; baixos títulos de 
IgM. 
Fase crônica = IgG de alta avidez em títulos baixos. 
Os principais métodos utilizados são: 
- Imunofluorescência indireta (IFI) – bastante sensível, o antígeno usado é esfregaço de 
toxoplasma fixado com formol, detecta infecção recente; 
- Hemaglutinação indireta – método sensível, porém falha ao detectar infecção recente. 
Não deve ser usado para recém-nascidos; 
- ELISA – mais prático que a IFI e bastante sensível. Ë o mais usado. 
 
Tratamento 
Indicado apenas nas seguintes situações: 
 Infecção aguda na gravidez (conversão sorológica) 
 Uveítes 
 Doença congênita 
 Doença no imunodeprimido 
 
Drogas utilizadas: 
 Na gravidez – espiramicina, clindamicina; 
 Nos demais casos – sulfa e pirimetamina por 2 a 4 meses – inibem a dihidrofolato-
redutase impedindo a síntese de folato e do DNA parasitário. 
 
Profilaxia 
 Evitar o consumo de carnes cruas ou mal cozidas 
 Evitar manipular terra ou fazer serviços de jardinagem 
 Evitar comer alimentos crus ou mal lavados 
 Evitar o contato com gatos filhotes de procedência ignorada 
 Tratar a gestante que apresentar conversão sorológica

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