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Assistente ContábiL MODULO I

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Assistente Contábil
MÓDULO I 
1 O QUE É CONTABILIDADE? 
1.1 PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
1.2 TÉCNICAS CONTÁBEIS 
2 LIVROS CONTÁBEIS E PATRIMÔNIO 
2.1 LIVROS CONTÁBEIS 
2.2 PATRIMÔNIO 
2.2.1 Representação Gráfica do Patrimônio 
2.2.2 Situação Líquida 
2.2.3 Situações Líquidas Patrimoniais 
2.3 PLANO DE CONTAS 
2.3.1 Composição do Plano de Contas 
2.4 RECEITA, DESPESA, CUSTO E RESULTADO 
2.5 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS 
3 MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS 
3.1 PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS 
4 ATIVO IMOBILIZADO 
4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS 
4.2 NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 
4.3 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS (CPC) 
4.4 O QUE É ANALISAR EM CONTABILIDADE? 
1 O QUE É CONTABILIDADE? 
“Contabilidade é uma ciência que permite, por meio das suas técnicas, manter um controle permanente do patrimônio da empresa”. (RIBEIRO, 2005). Ou seja, é a ciência que estuda, interpreta e registra os fenômenos que afetam o patrimônio de uma entidade. 
Desta forma, pode-se afirmar que o objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades econômico-administrativas, e seu objetivo é o estudo é o controle do patrimônio e de suas variações, visando o fornecimento de informações que sejam úteis para a tomada de decisões econômicas no âmbito da gestão das entidades econômico-administrativas. 
Quanto à finalidade pode-se afirmar que a contabilidade permite a obtenção de informações econômicas e financeiras acerca de uma dada entidade. Segundo Ribeiro (2005), os usuários da contabilidade são todas as pessoas físicas e jurídicas que, direta ou indiretamente, tenham algum tipo de interesse em relação à avaliação da situação e do desenvolvimento da empresa, como titulares (firmas individuais), sócios, acionistas, administradores, governo (fisco), fornecedores, bancos, etc.
PRINCÍPIOS CONTÁBEIS 
Zanluca (2012) afirma que os princípios da contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas à Ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissional. Desde 02/06/2010, os Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC), citados na Resolução CFC nº 750/93, passam a denominarem-se Princípios de Contabilidade (PC), por força da Resolução CFC nº 1.282/2010. Ainda segundo Zanluca (2012), os princípios são aplicáveis à contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das entidades. 
Os Princípios de Contabilidade são: 
I)O da ENTIDADE: este princípio reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade e afirma a autonomia patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma pessoa, um conjunto delas, uma sociedade ou instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição. 
II) O da CONTINUIDADE: este pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância. 
III) O da OPORTUNIDADE: refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas. 
IV) O do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL: este princípio determina que os componentes do patrimônio devam ser inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores: 
Custo corrente - Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou no período das demonstrações contábeis;
Valor realizável - Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se esperaria ser pagos para liquidar as 
correspondentes obrigações no curso normal das operações da entidade; 
c) Valor presente - Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da entidade; 
d) Valor justo - É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e
V) O da ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA: Revogado pela Resolução CFC nº 1.282/2010. 
VI) O da COMPETÊNCIA: este princípio determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do recebimento ou pagamento. Parágrafo único - o Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas. 
VII) O da PRUDÊNCIA: determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e do maior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.
Os princípios da contabilidade são obrigatórios no exercício da profissão e constituem condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). Por exemplo, o princípio de competência, que exige o registro das receitas e despesas no período que ocorrerem, não pode ser substituído por adoção do regime de caixa (em que as receitas e despesas são registradas somente por ocasião de seu pagamento). 
Os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de credibilidade em função do reconhecimento dos critérios adotados para a elaboração das demonstrações financeiras, aumentam a utilidade dos dados fornecidos e facilitam a adequada interpretação entre empresas do mesmo setor.
TÉCNICAS CONTÁBEIS 
Até os anos 40 as técnicas contábeis consideradas, de acordo com Ribeiro (2002) eram: 
a) Escrituração consiste no registro, em livros próprios (diário, razão, caixa e contas correntes), de todos os fatos administrativos, bem como os atos administrativos relevantes que ocorrem no decorrer das atividades diárias de uma empresa. 
b) Inventários basicamente é uma lista de bens e materiais disponíveis em estoque que estão armazenados na empresa ou externamente, mas pertencentes à empresa. 
c) Balanço e uma demonstração contábil que tem por objetivo mostrar a situação financeira e patrimonial de uma entidade. 
No entanto, de acordo com o autor citado acima as organizadoras de concurso público atualmente consideram também como técnicas contábeis: 
1) Demonstrações são relatórios (quadros) técnicos que apresentam dados extraídos dos registros contábeis da empresa; 2) Auditoria é a verificação da exatidão dos dados contábeis, por meio do minucioso exame dos registros de contabilidade; análise de balanço compreende o exame e a interpretação dos dados contidos nas demonstrações contábeis, com a finalidade de transformar esses dados em informações úteis aos diversos usuários da contabilidade.
2 LIVROS CONTÁBEIS E PATRIMÔNIO
2.1 LIVROS CONTÁBEIS 
São aqueles utilizados pelo setor de Contabilidade. Destinam-se à escrituração contábil dos atos e dos fatos administrativos que ocorrem na empresa. Segundo o Código Comercial Brasileiro, todos os comerciantes estão obrigados a seguir uma ordem uniforme de contabilidade
e escrituração e a manter os livros necessários para esse fim. Deverão, ainda, conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondências e demais papéis pertencentes ao giro de seu comércio, enquanto não prescreverem as ações que lhes possam ser relativas. 
Os principais livros utilizados pela Contabilidade são: 
Livro Diário: É obrigatório o uso deste livro, que constitui o registro básico de toda a escrituração contábil, no qual devem ser lançados, dia a dia, todos os atos ou operações da atividade, ou que modifiquem ou possam a vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica;
 
Livro Razão: livro Razão ou fichas são obrigatórios e utilizados para resumir ou totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário, devendo a sua escrituração ser individualizada e obedecer à ordem cronológica das operações; 
Registro de Duplicatas: este livro é de escrituração obrigatória caso a empresa realize vendas a prazo com emissão de duplicatas, podendo, desde que devidamente autenticado no Registro do Comércio, ser utilizado como livro auxiliar da escrituração mercantil; 
4) 	Livro Caixa e Livro Contas correntes: São livros auxiliares, que também podem se escriturados em fichas, são dispensados de autenticação quando as operações a que se reportarem tiverem sido lançadas, pormenorizadamente, em livros devidamente registrados. 
Na escrituração contábil, é permitido o uso de códigos de números ou de abreviaturas, desde que estes constem de livro próprio, revestido das formalidades de registro e autenticação (parágrafo 1º do art. 269 do RIR/99). Esse livro pode ser o próprio livro Diário, que deverá conter, necessariamente, no encerramento do período-base, a transcrição das demonstrações contábeis. Ou o livro utilizado para registro do plano de contas e/ou históricos codificados, desde que revestidos das formalidades legais (registro e autenticação).
2.2 PATRIMÔNIO 
O patrimônio, objeto da contabilidade, é um conjunto de bens, direitos e obrigações avaliados em moeda e pertencente a uma pessoa (RIBEIRO, 2002). Os bens podem ser interpretados como as coisas capazes de satisfazer as necessidades dos seres humanos e que são suscetíveis de avaliação econômica e podem ser classificados como bens materiais e imateriais. 
Os bens materiais subdividem-se em corpóreos ou tangíveis e são de uso da empresa, por exemplo: armários, computadores; bens de troca, como mercadoria e dinheiro ou mesmo consumo, exemplo: material de limpeza, material de expediente etc. Os bens imateriais, incorpóreos ou intangíveis correspondem a determinados gastos que, por sua natureza, a legislação brasileira determina que sejam parte do patrimônio, como exemplo: gastos com organização ou reorganização ou modernização da empresa, benfeitorias realizadas em propriedade de terceiros, direito de uso de marcas, patentes de invenção. (RIBEIRO, 2005). 
Direitos são todos os valores que a empresa tem para receber de terceiros, exemplo: duplicatas, promissórias e aluguéis, etc. Obrigações são valores que a empresa tem de pagar a terceiros, exemplo: duplicatas, salários, impostos, etc.
2.2.1 Representação Gráfica do Patrimônio
Pode-se representar o patrimônio por um gráfico na forma de “T”. Observe:
O lado esquerdo da representação gráfica do patrimônio denomina-se lado do ativo, ali são classificados os elementos positivos (bens e direitos). No lado direito da representação gráfica do patrimônio denomina-se lado do passivo, ali são classificados os elementos negativos (obrigações). Observe:
PATRIMÔNIO
2.2.2 Situação Líquida 
Situação líquida é a diferença entre ativo e o passivo. Observe: 
SL= A-P 
Sabe-se que os bens, direitos e obrigações que compõem o patrimônio são avaliados em moeda, desta forma ao somarmos os valores dos bens e dos direitos, teremos o total do ativo. Da mesma forma, somado os valores da obrigação teremos o total do Passivo. 
Observe:
PATRIMÔNIO
Situação líquida = R$66.000 - R$14.5000 = R$51.500 
2.2.3 Situações Líquidas Patrimoniais
Os elementos patrimoniais, quando equacionados corretamente, poderão apresentar três situações líquidas patrimoniais diferentes: 
1) Ativo maior que passivo 
Formas pelas quais podemos nos referir a esta situação líquida: 
a) Situação líquida positiva, ou A= P+ SL; 
b) Situação líquida ativa, ou P= A- SL; 
c) Situação líquida superavitária, ou SL= A- P; 
d) Ou pode-se referir à situação líquida descrita acima como: ativo maior que zero; Passivo maior que zero; situação líquida maior que zero. 
2) Ativo menor que o passivo 
Formas pelas quais podemos nos referir a esta situação líquida: 
a) Situação líquida negativa, ou A= P-SL; 
b) Situação Líquida Passiva, ou P= A+SL; 
c) Situação líquida deficitária, ou SL= P-A; 
d) Passivo a descoberto; 
e) Ou pode-se referir à situação líquida descrita acima como: ativo maior que zero; Passivo maior que zero ou situação líquida menor que zero. 
3) Ativo igual ao passivo 
Formas pelas quais podemos nos referir a esta situação líquida: 
a) Situação líquida nula, ou A=P; 
b) Situação Líquida inexistente, ou P= A;
c) SL= zero; 
d) Ou pode-se referir à situação líquida descrita acima como: Ativo maior que zero; Passivo maior que zero ou Situação líquida igual a zero.
OBSERVAÇÃO: 
Nas três situações elencadas acima, Ativo e Passivo eram maiores que zero, no entanto haverá ocasiões (raras) em que ambos poderão ser iguais a zero. A constituição de uma empresa é um dos raros momentos em que poderá ocorrer Passivo= Zero. Já um exemplo de quando poderá ocorrer à situação do Ativo=Zero é o encerramento das atividades de uma empresa.
2.3 PLANO DE CONTAS 
O plano de contas agrega o conjunto de contas, diretrizes e normas que disciplinam as tarefas do setor de contabilidade, com objetivo de uniformizar os registros contábeis. (RIBEIRO, 2005). “O plano de contas e um instrumento muito importante no desenvolvimento do processo contábil de uma empresa”. (RIBEIRO, 2005, p. 64).
Plano de Contas é a estrutura básica da escrituração contábil, pois é com sua utilização que se estabelece o banco de dados com informações para geração de todos os relatórios e livros contábeis, tais como: Diário, Razão, Balancete, Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultados e Análises, além de outros. (CFC, 2002:31).
O plano de contas deverá ser elaborado de acordo com suas necessidades e peculiaridades, no entanto as mesmas têm que observar alguns quesitos, dentre os quais: 
a) Os princípios da contabilidade geralmente aceitos; 
b) As normas legais vigentes (Vide Lei nº 6.404/76, modificada pela Lei nº 11.941/2009); 
c) A legislação específica do ramo de atividade ao qual a empresa pertença. 
2.3.1 Composição do Plano de Contas 
Basicamente um plano de contas possui três partes: 
a) Elenco de contas, o elenco de contas consiste na relação das contas que serão utilizadas para registro dos fatos administrativos decorrentes da gestão do patrimônio da empresa. 
b) Manual de contas, o manual de contas consiste em um quadro explicativo do uso adequado de Ata uma das contas constantes do elenco de contas, este quadro apresenta a função de cada conta (razão de sua existência e para que serve, o funcionamento de cada conta (situação em que ela será debitada ou creditada), é a natureza do saldo de cada conta (devedora ou credora). 
c) Lançamentos explicativos para o registro de operações especiais: esta parte do plano de contas compõe-se de modelos de partidas de diário, próprios para o registro de fatos que ocorram esporadicamente. No Quadro 1 pode-se observar a estrutura básica de um plano de contas. 
1 Ativo circulante, em contabilidade, é uma referência aos bens e direitos que podem ser convertidos em dinheiro em curto prazo. 
2 Passivo circulante são as obrigações que normalmente são pagas dentro de um ano: contas a pagar, dívidas com fornecedores de mercadorias ou matérias-primas, impostos a recolher (para o governo), empréstimos
bancários com vencimento nos próximos 360 dias, provisões (despesas incorridas, geradas, ainda não pagas, mas já reconhecidas pela empresa: imposto de renda, férias, 13° salário etc.). 
2.4 RECEITA, DESPESA, CUSTO E RESULTADO 
RECEITA e a entrada de elementos para o ativo em dinheiro ou direitos a receber, correspondentes à venda de produtos ou prestação de serviços de uma empresa. É incluída também a parte não operacional da empresa e ganhos eventuais de forma geral (se são do resultado de uma comparação entre entradas e custos, ou não). 
DESPESAS representam consumo de bens ou serviços no processo de obtenção de receita. Lembrando que os bens ou serviços consumidos na produção de outros bens que ainda não saíram da empresa são incorporados ao custo do produto, não sendo caracterizados como despesas. O grau de relacionamento da despesa com a receita reconhecida em um período pode ser tanto estreito (ocorre no consumo de material à prestação de serviço que gerou receita.), quanto afastado (no caso hipotético de consumo de material com finalidade intelectual aos principais executivos de uma empresa). Em ambas as situações os gastos são considerados despesas, pois ocorrem para a obtenção de receita, direta ou indiretamente. 
Despesas podem ser classificadas em Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). É uma demonstração contábil dinâmica que se destina a evidenciar a formação do resultado líquido em um exercício, por intermédio do confronto das receitas, custos e despesas, apuradas segundo o princípio contábil do regime de competência.
CUSTO pode ser entendido como o gasto relativo à bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O Custo é também um gasto, só que reconhecido como tal, isto é, como custo, no momento da utilização dos fatores de produção (bens e serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço. Exemplos: a matéria-prima foi um gasto na sua aquisição que imediatamente se tornou investimento, e assim ficou durante o tempo de sua estocagem, sem que aparecesse nenhum custo associado a ela; no momento da sua utilização na fabricação de um bem, surge o Custo da matéria-prima com parte integrante do bem elaborado. Este, por sua vez, é de novo um investimento, já que fica ativado até sua venda. 
A energia elétrica utilizada na fabricação de um item qualquer é gasto (na hora do seu consumo) que passa imediatamente para Custo, sem transitar pela fase de investimento. Uma máquina comprada para aperfeiçoar a produção provocou um gasto na sua entrada, tornando o investimento (embora parcelado) transformado em custo, à medida que é utilizada no processo de produção de utilidades.
RESULTADO representa a diferença entre as despesas e receitas de um período determinado. 
Receitas - Despesas = Resultado
2.5 OPERAÇÕES COM MERCADORIAS
MERCADORIAS “são os objetos comercializados pelas empresas comerciais”. (RIBEIRO, 2005, p. 157). Segundo Ribeiro (2002) há dois métodos e dois sistemas que podem ser adotados pelas empresas para registro das operações que envolvem mercadorias, a saber:
1 ) MÉTODOS 
a) Conta mista consiste na adoção de uma só conta para o registro das operações que envolvem mercadorias. Normalmente, esta conta de acordo Ribeiro (2005) é denominada “Mercadoria”. 
b) Conta desdobrada “consiste em desdobrar a conta Mercadorias em tantas partes quantas forem necessárias para correta contabilização isolada de cada tipo de conta que envolva as operações”. (RIBEIRO, 2005, p. 158). Em tese são três contas, a saber: Estoques de mercadoria; Compras e Vendas. No entanto, poderão ainda existir contas compras anuladas, vendas anuladas, fretes e seguros sobre compras, descontos incondicionais obtidos, descontos incondicionais concedidos, ICMS sobre vendas, PIS sobre faturamento. 
2) SISTEMAS 
a) Inventário periódico: segundo Ribeiro (2002) este método é chamado de inventário periódico porque a partir do momento que a empresa adota o mesmo a organização passa a elaborar o inventário físico das mercadorias existentes em estoque somente no fim do exercício fiscal, período que normalmente corresponde a 12 meses. Desta forma, o resultado da Conta Mercadoria só será conhecido no fim deste período. 
b) Inventário permanente: este sistema consiste em se fazer o controle permanente do estoque de mercadorias efetuando as respectivas anotações a cada compra ou devolução, bem como a cada venda ou devolução. Por este sistema os estoques de mercadorias são mantidos atualizados, por conseguinte as empresas podem apurar o resultado da Conta Mercadoria no momento que achar oportuno ou se fizer necessário. (RIBEIRO, 2005).
Observação: 
Não há exigência legal para que as empresas optem por determinado método ou sistema, as empresas são livres para adotarem a maneira mais adequada às suas necessidades. As empresas de pequeno porte, em geral, não necessitam de um registro contábil detalhado, frequentemente utilizam o método da Conta Mista com Inventário periódico, já as grandes empresas como necessitam de maiores detalhes em seus registros, adotam o método da Conta Desdobrada com Inventário periódico ou com Inventário Permanente.
Apurações das operações com mercadorias 
OPERAÇÕES COM MERCADORIAS - Apuração com fórmulas 
matemáticas 
Compras Brutas (CB) 
(+) Valor das compras 
(+) II 
(+) IPI 
(- ) ICMS 
Compras Líquidas (CL) 
(+) Compras Brutas 
(+) Fretes 
(+) Seguros 
(-) Deduções: 
(-) Devoluções de compras 
(-) Abatimentos sobre compras 
(-) Descontos incondicionais (comerciais) Obtidos 
Mercadorias disponíveis para venda (MDV) 
MDV = EI + CL 
Custo das Mercadorias Vendidas (CMV) 
CMV = EI + CL - EF 
Vendas Brutas (VB)
 É o total das vendas. 
Faturamento Bruto 
Receita Bruta + IPI
Vendas Líquidas (VL) 
(+) Vendas Brutas
(-) Deduções 
(-) Devolução de vendas 
(-) Abatimentos sobre vendas 
(-) Descontos incondicionais (comerciais) concedidos 
(-) Impostos sobre vendas (ICMS, ISS, IE) 
(-) Contribuições sobre vendas (PIS e Cofins)
Resultado com Mercadorias (RCM) 
RCM = VL – CMV
OPERAÇÕES COM MERCADORIAS - Apuração contábil
Para apurar o CMV e RCM contabilmente, isto é, por meio de lançamentos nos razonetes e no livro Diário, podemos fazer uso vários sistemas e critérios diferentes, como por exemplo: Controle de Estoques Periódico ou do Controle de Estoques Permanente conforme já citado.
OBSERVE: 
a) A empresa Docinhos LTDA comprou determinada mercadoria à vista, de acordo com a NF (nota fiscal) nº 240, no valor de R$1.200. 
b) Vendas de mercadorias, à vista, conforme nossa NF nº 50, no valor de R$ 800. 
Sabendo-se que o estoque de mercadorias existente no início do período era R$500, a contabilização dos respectivos fatos no livro Diário e nos razonetes pode ser feita de três maneiras: 
Conta Mista com Inventário Periódico; 
Conta desdobrada com inventário Periódico; 
Conta Desdobrada com Inventário Permanente; 
1) Conta Mista com Inventário Periódico 
Neste caso, adotando uma só conta para registro das operações com mercadorias, teremos:
2) Conta desdobrada com Inventário periódico 
Neste caso, cada fato é contabilizado em uma conta própria, sendo a Conta Mercadorias desdobrada em Estoques de Mercadorias, Compras, Fretes e Seguros sobre Compras, Compras anuladas, Descontos incondicionais obtidos, Vendas, Vendas anuladas, Descontos incondicionais concedidos, ICMS, PIS, COFINS e ISS (quando tratar de empresas que, além de vender mercadorias, prestam serviços).
Lançamento em partidas de Diário
Conta desdobrada em inventário permanente 
Neste caso também será utilizada uma conta própria para registrar cada fato envolvendo as operações com mercadorias. A conta mercadorias será desdobrada em Estoques de Mercadorias, Custo das Mercadorias Vendidas, Vendas, Vendas Anuladas, Descontos Incondicionais Concedidos, ICMS, PIS, Confins e ISS (para empresas prestadoras de serviço). 
Segundo Ribeiro (2005), para que se obtenha um controle permanente
dos estoques, as compras e as devoluções de compras são contabilizadas diretamente a débito e a crédito respectivamente, da conta Estoque de Mercadorias. Ainda segundo o mesmo autor sempre que se efetuam vendas deve-se dar baixa nos estoques pelo valor do custo em cada venda efetuada.
Exemplo: Utilizada a situação contábil descrita nos itens anterior, faz-se a seguinte suposição: o custo das mercadorias que foram vendidas por R$ 800 foram de R$650. Desta forma, teremos:
3 MÉTODOS DAS PARTIDAS DOBRADAS 
O método das partidas dobradas ou Método Veneziano em contabilidade foi feito por Luca Paccioli no livro Summa de Arithmetica, Geometria proportioni et propornaliti, em 1494. Este método de estudos em contabilidade é efetuado por débito e crédito, e nas empresas é utilizado em software para a realização de transações financeiras. Cada transação financeira é registrada na forma de entradas e saídas, na existência de contas devedoras e credoras. 
O princípio fundamental do método é o de que não há devedor sem que haja credor, correspondendo, a cada débito um crédito de igual valor. Segundo Ribeiro (2005), por meio deste método os eventos são registrados inicialmente no livro Diário e, posteriormente, no livro Razão.
Exemplo: 
1) Uma conta a débito e uma conta a crédito: 
Débito na conta “A” no valor de.......................100 
Crédito na conta “B” no valor de.......................100 
2) Uma conta a débito e duas contas a crédito: 
Débito na conta “A” no valor de........................100 
Crédito na conta “B” no valor de.........................70 
(+) Crédito na conta “C” no valor de....................30 100 
3) Duas contas a débito e uma conta a crédito: 
Débito na conta “A” no valor de..........................20 
(+) Débito na conta “B” no valor de......................80 100 
Crédito na conta “C” no valor de.........................100
O método das partidas dobradas é a razão pela qual, na Contabilidade, a soma de todos os valores debitados é sempre igual à soma de todos os valores creditados. E é também por isso que, no Balanço Patrimonial, o total do Ativo é sempre igual ao total do Passivo.
No Ativo, classificam-se, basicamente, contas que têm saldo devedor; no Passivo, aquelas que têm saldo credor. Há exceções, que são as chamadas “contas redutoras”. Por exemplo: a conta de depreciação acumulada é classificada no Ativo, mas seu saldo é credor, porque ela reduz o valor do Imobilizado ao qual se refere. 
As contas de despesa são debitadas; as de receita, creditadas. Consequentemente, se em determinado período a diferença entre receitas e despesas for: 
• credora (receitas maiores do que as despesas), o resultado será lucro (saldo credor); 
• devedora (despesas maiores do que as receitas), o resultado será prejuízo (saldo devedor)
1.1 Lançamento Contábil 
Lançamento é o meio pelo qual se processa a escrituração contábil. É a forma mercantil de se processar o registro dos fatos no Livro Diário. 
Os elementos essenciais no lançamento contábil são: 
a) Local e data da ocorrência do fato; 
b) Conta a ser debitada; 
c) Conta a ser creditada; 
d) Histórico; 
e) Valor. 
1.2 Balanço Patrimonial 
O Balanço patrimonial é a demonstração contábil que evidencia, resumidamente, o patrimônio da empresa, quantitativa e qualitativamente. O artigo 178 da Lei nº 6.404/1976 - Lei das sociedades por ações, alteradas pela Lei nº 11.638/07 e MP nº 449/08, estabelece o seguinte:
Art. 178. No Balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia.
§1º No Ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados (e aquilo que se transforma mais rápido em dinheiro), nos seguintes grupos: 
a) Ativo circulante; 
b) Ativo não circulante; 
b1) Ativo realizável em longo prazo; 
b2) Ativo permanente, dividido em Investimentos, Ativo imobilizado e Ativo intangível. O Ativo diferido não é mais demonstrado. 
Nota de atualização: A partir da alteração da legislação societária promovida pela lei Lei nº 11.638/07, o Ativo intangível deve figurar no Balanço Patrimonial das empresas como subgrupo de Ativo Permanente, cujo objeto são os bens intangíveis anteriormente classificados no Ativo Imobilizado. 
§2º No passivo, as contas serão classificadas segundo a ordem decrescente de exigibilidade (e aquilo que temos que pagar de acordo com as datas), nos seguintes grupos: 
a) Passivo circulante; 
b) Passivo não circulante; 
b1) Passivo exigível em longo prazo; 
b2) 'Resultados de exercícios futuros; (não existe mais) 
c) Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reserva de lucros e lucros ou prejuízos acumulados. 
§3º Os saldos devedores e credores que a companhia não tiver direito de compensar serão classificados separadamente.
A partir da alteração da legislação societária promovida pela Lei nº 11.638/07, foi suprimido o grupo de contas intitulado Reserva de Reavaliação no Balanço Patrimonial. As contas do Ativo sujeitas à depreciação, à amortização, à exaustão e à provisão para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões aparecerão, no Balanço Patrimonial, deduzidas das respectivas depreciações, amortizações, exaustões ou provisões para créditos de liquidação duvidosa e outras provisões. 
Conforme o art. 178 da Lei nº 6.404/76, “no balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia”. Os critérios para a elaboração do balanço e demais demonstrações contábeis são definidos por órgãos específicos de cada país. No Brasil esse órgão é o Conselho Federal de Contabilidade (CFC), que expede as normas gerais sobre temas contábeis. 
Há outros órgãos oficiais brasileiros, como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil, a Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e os Tribunais de Contas, dentre outros, que podem expedir normas específicas para as instituições por eles fiscalizadas.
Observe, então, como ficará o Balanço Patrimonial deste exemplo:
3.1 PASSO A PASSO DOS PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS 
De acordo com Ribeiro (2005, p. 84) “na vida prática, ao deparar com um evento a ser contabilizado no livro Diário, o contabilista precisa registrá-lo obedecendo a determinada disposição técnica”. Nesse sentido, afirma-se que todo registro a ser efetuado no livro Diário, em forma de lançamento, deverá conter cinco elementos na ordem que serão apresentados: 1º registra-se o local e a data da ocorrência do fato; 2º o nome da conta a ser debitada; 3º o nome da conta a ser creditada; 4º o histórico e finalmente em 5º lugar o valor.
Exemplo: 
Fato1: A empresa Raio de Sol Ltda. comprou um automóvel da marca Brás Brás, ano x1, conforme Nota Fiscal nº 1.997, da Auto Car Ltda., no valor de R$30.000, pago em dinheiro. 
1º Passo – identificar o local e data da ocorrência do fato 
O local é a cidade em que empresa está estabelecida e a data é a constante do documento comprobatório da ocorrência do fato. Para fins didáticos, sugerimos que você considere sempre a sua cidade e data em que estiver estudando. 
2º Passo – Identificar, no fato, os elementos envolvidos 
Quando você entra em um comércio para comprar um objeto e paga em dinheiro, você efetua uma troca: dinheiro pelo objeto. É assim que os fatos administrativos ocorrem em todas as entidades: a empresa entrega um elemento para um terceiro e dele recebe outro em troca. No caso do exemplo que estamos utilizando houve a compra de um automóvel, que foi paga em dinheiro, desta forma há a troca do dinheiro pelo automóvel. Teremos então dois elementos envolvidos: automóvel e dinheiro. 
3º Passo – Identificar as contas que serão utilizadas para registrar os elementos envolvidos no fato 
A contabilidade registra os fatos por meio das contas,
para cada elemento componente do patrimônio ou correspondente a uma despesa ou a uma receita existe uma conta correspondente. Quanto ao nome da conta este deve permitir que haja uma identificação fácil do elemento envolvido, seja ele um bem, direito, obrigação, despesa, receita ou patrimônio líquido.
No exemplo em questão, temos dois elementos: automóvel e dinheiro. Estes dois elementos representam bens, desta forma a conta correta para registro deste fato contábil encontra-se no Ativo do plano de contas. Desta forma, basta que se leiam todos os nomes das contas do Ativo para encontrar as contas que mais se identifiquem com os respectivos elementos. Tem-se então automóvel = Veículos; dinheiro = Caixa.
4º Passo – Identificar que conta será debitada e quais valores serão creditados 
Após a identificação das contas onde serão registrados os fatos contábeis, precisa-se saber em qual das contas será debitada é em que conta será creditada.
Ribeiro (2005) apresenta duas opções para esta identificação, a saber: 
Primeira opção – Origem X aplicação 
Nesta opção, como já sabemos que todos os fatos administrativos ocorrem em forma de troca, onde são envolvidos pelos menos dois elementos que possuem valores idênticos denominados recursos. Desta forma um dos elementos representa a origem dos recursos e o outro representa a aplicação dos recursos, ou seja, onde ou em que a empresa investiu esse valor. 
Assim temos: 
Aplicação de recursos = Débito. 
Origem de recursos= Crédito 
No exemplo em questão, a conta Veículos será debitada e a conta Caixa será creditada.
Segunda opção - Aumento ou diminuição do recurso 
Com esta opção identificamos a conta a ser debitada e a conta a ser creditada no lançamento de acordo com a natureza do seu saldo. Com as contas do Ativo e de Despesas são de natureza devedora, seus saldos serão aumentados por intermédio de débitos e diminuídos por meio de créditos. Já as contas do Passivo e de Receita são de natureza credora, seus saldos serão aumentados por intermédio de créditos e diminuídos por meio de débitos. 
5º Passo – Preparar o histórico do lançamento 
O histórico do lançamento consiste na narração do fato ocorrido. Cada contabilista poderá elaborar o histórico a sua maneira, no entanto o relato deve ser sucinto. No entanto algumas regras devem ser seguidas, por exemplo: um bom histórico tem que conter número e espécie do documento comprobatório, o nome da pessoa ou empresa que transaciona é a identificação do “objeto” transacionado.
6º Passo – Elaborar o lançamento no livro Diário 
Observe no Quadro 3 como deve ser escriturado o lançamento no livro Diário tradicional (manuscrito).
Observe abaixo o mesmo lançamento realizado com auxílio de processamento eletrônico (computador)4: 
---------------------------------------------------------------------------------------------------- 
JT04- * Sistema Contábil CONTA CERTA* Pag.001 
----------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Movimento Diário referente ao Mês de Dezembro
4 Exemplo elaborado com base em Ribeiro (2005, p. 87). 
----------------------------------------------------------------------------------------------------- 
C. Débito .....: 1621 Veículos 11.12.2012 1 
C. Crédito...: 1001 Caixa 30.000 
Histórico...: NF 1997 da Auto Car Ltda. REF. AUT. MARCA BRÁS BRÁS 
4 ATIVO IMOBILIZADO 
Ativo Imobilizado é o conjunto de bens e direitos que a empresa necessita para funcionar. Exemplos de bens: imóveis (terrenos, edifícios e construções), máquinas, computadores, móveis, instalações e ferramentas. Exemplos de direitos: marcas, patentes e direito de uso. O Ativo Imobilizado é também caracterizado nos custos necessários para benfeitorias, seja em bens locados ou arrendados. Outro ponto relevante é que, caso haja modificações ou inversões em bens, de forma permanente, mas que não seja para utilização em operações, deverá ser classificado em outro grupo distinto: o grupo de investimentos. Tal processo é necessário e a destinação do mesmo é indeterminada. 
De forma geral, os ativos podem ser classificados em duas modalidades: ativo circulante ou ativo não circulante. Como exemplo de ativos circulantes temos o dinheiro em caixa, ou mesmo nos bancos. Temos também todos os bens, direitos e os valores a receber desde que estejam dentro do prazo do término do exercício seguinte. Como definição de ativo não circulante, temos os recursos aplicados ao imobilizado ou ativo fixo. 
Estes que são os investimentos em recursos efetuados de forma permanente, que são utilizados pelo empreendimento na realização de suas atividades. Estes bens também podem ser divididos sob duas categorias: bens tangíveis e intangíveis. Alguns exemplos de ativos não circulantes permanentes: Ativo Intangível, Ativo Imobilizado, Investimentos e Ativo Realizável em Longo Prazo.
4.1 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS OBRIGATÓRIAS 
Segundo o artigo 176 da Lei 6.404/76, as demonstrações financeiras obrigatórias pelas Leis das S.A. são: 
a) Balanço Patrimonial – BP (Ver página 26 e 27 deste módulo) 
b) Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) - a partir desta demonstração é possível verificar o resultado que a organização alcançou, ou seja, se a mesma obteve lucro ou prejuízo durante o exercício de suas atividades, em determinado período que, em geral, corresponde a um ano. Os dados para elaboração dessa demonstração são obtidos do Livro Razão, de acordo com o artigo 187 da Lei nº 6.404/76. 
Observe abaixo exemplo de DRE:
Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA): esta demonstração evidencia o lucro apurado no exercício e sua destinação e os eventos que modificam o saldo da conta Lucros ou Prejuízos Acumulados, como ajustes e reversões de reservas.
Observe no Quadro 4 exemplo de DLPA:
d) Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos – DOAR. Nota: A partir de 01.01.2008, a DOAR foi extinta, por força da Lei nº 11.638/2007, sendo obrigatória para apresentação das demonstrações contábeis encerradas até 31/12/2007. 
e) Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido (DMPL): é facultativa (art. 186, §2º) e poderá ser incluída na Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Observação: As Notas Explicativas deverão fazer parte das Demonstrações Contábeis, conforme § 4º e §5º, do artigo acima citado.
Além dos aprimoramentos no método de avaliação dos investimentos, a lei exige que, complementarmente às demonstrações financeiras normais, sejam apresentadas demonstrações financeiras consolidadas da investidora com suas controladas. Essa exigência é requerida somente para as Companhias Abertas e para os Grupos de Sociedades. Assim sendo, as Companhias Fechadas ou os conjuntos de empresas que não se formalizarem como Grupos de Sociedades não terão essa obrigatoriedade. 
A consolidação será compulsória para as Companhias Abertas que tiverem mais de 30% do seu patrimônio líquido representado pelos investimentos em controladas. A lei define as normas básicas de consolidação que incluem a necessidade de eliminação dos saldos e transações intercompanhias, dos lucros ou prejuízos remanescentes nos ativos, a exclusão das partes minoritárias e outros. A consolidação foi uma das principais inovações da lei atual, já que não era obrigatória até então e apenas algumas raras empresas a publicavam.
4.2 NORMAS BRASILEIRAS E INTERNACIONAIS DE CONTABILIDADE 
As Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC) constituem-se em um conjunto de regras e procedimentos de conduta que devem ser observados como requisitos para o exercício da profissão contábil, bem como os conceitos doutrinários, princípios, estrutura técnica e procedimentos a serem aplicados na realização dos trabalhos previstos nas normas aprovadas por resolução emitidas pelo CFC. (CRCRS, 2009). 
As Normas Brasileiras de Contabilidade editadas pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC), de acordo com Portal da Contabilidade (2012), “seguem os mesmos padrões de elaboração e estilo
utilizados nas normas internacionais”. O conjunto das normas em questão compreende ainda as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.
Segundo CRCRS (2009), as Normas Brasileiras de Contabilidade classificam-se em Profissionais e Técnicas. Ainda de acordo com estes autores as Normas Brasileiras de Contabilidade, sejam elas profissionais ou técnicas, estabelecem preceitos de conduta profissional e padrões e procedimentos técnicos necessários para o adequado exercício profissional. 
As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais de acordo com CFC se estruturam conforme elencado abaixo: 
I - Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; 
II - do Auditor Independente - NBC PA - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes; 
III - do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos; 
IV - do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis. 
A estrutura das Normas Brasileiras de Contabilidade foi definida por meio da Resolução CFC 1.328/2011. As Normas Brasileiras de Contabilidade Profissionais segundo esta resolução se estruturam da seguinte forma: 
I - Geral - NBC PG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade; 
II - do Auditor Independente - NBC PA - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes; 
III - do Auditor Interno - NBC PI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos; 
IV - do Perito - NBC PP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis.
Segundo CFC as Normas Brasileiras de Contabilidade Técnicas se estruturam conforme se observa abaixo:
I - Geral - NBC TG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB); e as Normas Brasileiras de Contabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; 
As NBC TG são agrupadas de acordo com Conselho Federal de Contabilidade (2012) em:
a) normas completas que compreendem as normas editadas pelo CFC a partir dos documentos emitidos pelo CPC que estão convergentes com as normas do IASB, numeradas de 00 a 999; 
b) normas simplificadas para PMEs que compreendem a norma de PME editada pelo CFC a partir do documento emitido pelo IASB, bem como as ITs e os CTs editados pelo CFC sobre o assunto, numerados de 1000 a 1999; 
c) normas específicas que compreendem as ITs e os CTs editados pelo CFC sobre entidades, atividades e assuntos específicos, numerados de 2000 a 2999.
II - do Setor Público - NBC TSP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público, convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pela International Federation of Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais; 
III - de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica - NBC TA - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Independente, emitidas pela IFAC; 
IV - de Revisão de Informação Contábil Histórica - NBC TR - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão emitidas pela IFAC;
V - de Asseguração de Informação Não Histórica - NBC TO - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração emitidas pela IFAC; 
VI - de Serviço Correlato - NBC TSC - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aos Serviços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela IFAC; 
VII - de Auditoria Interna - NBC TI - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Auditoria Interna; 
VIII - de Perícia - NBC TP - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos de Perícia; 
IX - de Auditoria Governamental - NBC TAG - são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria Governamental convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Governamental, emitidas pela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai).
Quanto à interpretação técnica o Portal da Contabilidade nos traz a seguinte informação:
A Interpretação Técnica tem por objetivo esclarecer a aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, definindo regras e procedimentos a serem aplicados em situações, transações ou atividades específicas, sem alterar a substância dessas normas. O Comunicado Técnico tem por objetivo esclarecer assuntos de natureza contábil, com a definição de procedimentos a serem observados, considerando os interesses da profissão e as demandas da sociedade. (PORTAL DA CONTABILIDADE, N/P, 2012).
A não observação das Normas Brasileiras de Contabilidade constitui infração disciplinar sujeita às penalidades previstas nas alíneas de "c" a "g" do art. 27 do Decreto-Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10, e ao Código de Ética Profissional do Contador.
4.3 COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS TÉCNICOS (CPC) 
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) foi criado a partir da união de esforços e comunhão de objetivos das seguintes entidades conforme CPC (2012):
- ABRASCA; 
- APIMEC NACIONAL; 
- BOVESPA; 
- CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE; 
- FIPECAFI; e 
- IBRACON.
De acordo com a Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo:
O estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.
A criação do referida entidade, conforme CPC (2012) deu-se em função das seguintes necessidades: 
a) convergência internacional das normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões, redução de custo de capital); 
b) centralização na emissão de normas dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem); 
c) representação e processo democráticos na produção dessas informações (produtores da informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia, governo).
4.4 O QUE É ANALISAR EM CONTABILIDADE?
De acordo com D'Áuria (1949), citado por Peleias e Bacci (2004), o termo análise contábil origina-se a partir da análise racional ou cartesiana, método criado por Descartes e que consiste em se abordar um problema ou objeto de análise a partir da decomposição de um todo ou de partes maiores, em parte menores (dessa forma, as contas contábeis que representassem partes menores de um objeto contábil foram chamadas de “contas analíticas”, enquanto as contas maiores e que agrupassem os saldos de contas analíticas, denominaram-se “contas sintéticas” (SZUSTER et al.,2008). 
A análise das demonstrações contábeis consiste em uma técnica que realiza a decomposição, comparação e interpretação dos demonstrativos financeiros da empresa. A finalidade da análise é transformar os dados extraídos das demonstrações em informações úteis para a tomada de decisões por parte dos contadores, administradores e usuários da empresa. Um procedimento que se usa para a análise contábil é o procedimento dos ajustes
contábeis ou conciliações.

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