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Resumo Avaliação Psicologica Transgenitalização

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Introdução 
	Há muitas polêmicas no que diz sobre orientação sexual ainda hoje existem discrepância ao se tratar do assunto e estigmatização e muita polêmica dentro do contexto. De acordo com Paulo Dalgalarrondo (2008), Por identidade de gênero, entende-se o senso íntimo, pessoal, de perceber-se sentir-se e desejar como uma pessoa do sexo feminino ou do sexo masculino. Contudo, anatomicamente, esse sujeito se sente atraídos ou se identificam com pessoas do mesmo sexo e afirmar ser felizes e realizados dessa forma. Um dos maiores problemas do público LGBT é o estigma social, pois nesse caso, o estigma é uma referência de atributos depreciativos. 
	A mudança de sexo já é permitida no Brasil, até 1997 era proibida, o Conselho Federal de Medicina autorizou a mudança de sexo por meio da Resolução 1.482, com isso, muitas pessoas recorriam a clandestinidade ou juntavam dinheiro para procurar clínicas no exterior. Diante da vulnerabilidade social o SUS passou a oferecer a mudança de sexo, contudo, deve se passar por uma avaliação rigorosa com equipe multidisciplinar e acompanhamento psicológico de no mínimo por 2 anos e idade de 21 anos para procedimentos cirúrgicos. 
	É importante salientar que nesse processo de mudança de sexo não se deve fechar um diagnóstico de transexualidade, mas o paciente não pode ter nenhum comprometimento emocional, transtorno mental, depressão ou alta ansiedade. Contudo, se o paciente achar que os problemas dele(a), será resolvido com a mudança de sexo corre-se o grande risco de não se enquadrar na cirurgia. O CFP (Conselho Federal de Psicologia) estabelece os seguintes princípios em relação à questão da Orientação Sexual:
Art. 1° - Os psicólogos atuarão segundo os princípios éticos da profissão notadamente aqueles que disciplinam a não discriminação e a promoção e bem-estar das pessoas e da humanidade. 
Art. 2° - Os psicólogos deverão contribuir, com seu conhecimento, para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas. 
Art. 3° - os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados. 
Parágrafo único - Os psicólogos não colaborarão com eventos e serviços que proponham tratamento e cura das homossexualidades. 
Art. 4° - Os psicólogos não se pronunciarão, nem participarão de pronunciamentos públicos, nos meios de comunicação de massa, de modo a reforçar os preconceitos sociais existentes em relação aos homossexuais como portadores de qualquer desordem psíquica.
Uma proposta de psicodiagnóstico 
	A realização da cirurgia de transgenitalização demanda um acompanhamento médico e psicológico para o diagnóstico e a conseqüente autorização para o paciente submeter-se ao procedimento cirúrgico no sistema público de Saúde.
	A proposta de psicodiagnóstico corresponderá a uma atividade com caráter compreensivo, na medida em que se tem que auxiliar o indivíduo no seu autoconhecimento e na tomada de decisão a respeito da cirurgia de transgenitalização. Neste caso não corresponderá a atividade exclusivamente avaliativa. Será uma proposta de dimensão interventiva, terapêutica, de escuta, atenção e promoção de autoconhecimento.
	Quando se realiza o psicodiagnóstico interligado a psicoterapia, que tem como intuito principal auxiliar o indivíduo na superação das dificuldades recorrentes do preconceito, da exclusão social e da intolerância à diferenças por parte da sociedade, ou seja, trabalhando na elaboração do seu sofrimento psíquico.
	A questão do preconceito e do não reconhecimento da transexualidade pela sociedade permeia a opção do paciente pela cirurgia, no intuito de ser reconhecido pelo gênero. Parte do trabalho do psicólogo é esclarecer que o preconceito causador de sofrimento não se extinguirá apenas com a realização da cirurgia, compreendendo um âmbito social e cultural amplo, que ultrapassa esta especificidade.
	O serviço de psicologia prestado deve se basear na individualidade do paciente, compreendendo de forma integrada as diferenças que os constituem.
	O psicodiagnóstico deve entender o significado que a cirurgia tem para o sujeito, assim como a possibilidade de atender às suas expectativas. O principal instrumento utilizado na construção dessa proposta é a entrevista, em sua modalidade semiestruturada com objetivos estabelecidos, onde seriam investigados diversos pontos fundamentais para conhecer o paciente e seu processo de desenvolvimento. Seria a partir dos temas abordados na entrevista que se pautaria o psicodiagnóstico do paciente em processo de mudança de sexo, buscando compreender o desejo do indivíduo assim como percebê-lo em sua totalidade, livre de preconceitos.
	É importante investigar no processo, o que o paciente espera que a cirurgia cause em sua vida afetiva, profissional e familiar e ainda os mecanismos utilizados para ele para lidar com frustrações referente a cirurgia. Tendo em vista que pode haver complicações pós-cirúrgicas e o procedimento pode não ocorrer como o esperado e, por isto, há que se prognosticar a reação do paciente, caso a cirurgia não corresponda a tais expectativas.
	Torna-se necessário identificar e trabalhar os medos e as fantasias frente à cirurgia e balancear os elementos prós e contras do procedimento, levando em conta como esses questionamentos se fazem presentes para o paciente e para os que fazem parte do seu contexto social. Desta forma, é necessário que a equipe multiprofissional elucide ao paciente e aos que estão vinculados a ele, como ocorre o procedimento, suas etapas e as especificidades daquele caso, para que o paciente construa um caminho seguro e concomitante com suas motivações acerca da cirurgia.
	Deve se verificar também se o paciente detém capacidade de julgamento a partir de questões objetivas, utilizando-se da racionalização, observar se o paciente possui clareza e compreensão de todo o processo ao qual será submetido, assim como dos riscos e da irreversibilidade da cirurgia, avaliando, para tanto, a capacidade de compreensão, julgamento e de autonomia do indivíduo.
Conclusão:
	O psicodiagnóstico para a cirurgia de transgenitalização de buscar compreender o significado que a cirurgia tem para o sujeito e não simplesmente um diagnóstico de uma patologia descrita pela categoria da medicina.
	Para a Psicologia a transexualidade não é uma patologia e o papel do psicólogo é promover o bem estar assim como a desconstrução do preconceito social. Ainda de acordo com o CFP que estabelece alguns princípios em relação à questão da Orientação Sexual o Psicólogo que é um agente da saúde deverá entender que a homossexualidade não é doença e nem perversão, mas é escolha de cada pessoa e que essa identidade faz parte do sujeito. Cabe ainda ao psicólogo compreender o sujeito em sua totalidade e prestar atendimento e acolhimento quando houver sofrimento psíquico . 
REFERÊNCIAS:
BOOK, Ana Mercês Bahia ;CFP ; "Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual" , Resolução CFP N° 001/99 DE 22 DE Março de 1999; Disponível em : https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/1999/03/resolucao19991. pdf acesso 20 de 0utubro de 2017
PALLA, Amanda Cristina; et. Al. Uma proposta de psicodiagnóstico no contexto da cirurgia de Transgenitalização.. Aval. psicol., Itatiba , v. 11, n. 2, p. 229-238, ago. 2013 . Disponível em <http://pepsic.bvsalud.o rg/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1677-04712012000200008& lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 01 out. 2017 
DALGALLARONDO, Paulo. Psicologia e Semiologia dos Transtornos Mentais; artmed 2° edição,2008
Psicologia e Diversidade Sexual: Desafios para uma sociedade de direitos;1ª edição – 2011 Projeto Gráfico – Luana Melo/Liberdade de expressão Diagramação – Fabrício Martins Revisão – Joíra Coelho/Suely Touguinha/Cecília Fujita; Disponível em : https://site.cfp.
org.br/wp-content/uploads/2011/05/Diversidade_Sexual_-_Final.pdf acessado em 20/10/2017

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