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direito constitucional I

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​Luciana Sampaio 
Noções Fundamentais de Teoria Geral do Estado 
 
1. ESTADO 
É um meio para a satisfação das necessidades do povo organizado (aqui está a soberania) politicamente 
sobre determinado território. 
O Estado é um instrumento, um meio, um artifício para regular a própria sociedade, a própria nação que 
foi quem criou o Estado. Existe uma parceria entre a nação e essa figura fictícia. 
 
2. ELEMENTOS DO ESTADO 
 
a) POVO 
É o elemento humano ou pessoal do Estado. è um elemento qualitativo, Para ser POVO o elemento 
precisa ter uma relação 
jurídica e uma relação política com o Estado (ex.: eleição). 
-População: É o elemento quantitativo. Inclui os estrangeiros. O estrangeiro também possui 
relação jurídica com o Estado. 
-Nação: formação cultural, costumeira, religiosa. Ex.: Judeu. Os sujeitos pode fazer parte de uma 
nação e ser de Estados diferentes 
 
b)TERRITÓRIO 
Elemento material. Ex. A palestina quer que seu território seja reconhecido, que atualmente a Palestina 
seria numa área que hoje faz parte de Israel. 
 
Território no sentido amplo, é o território jurídico (ilhas, rios, mar territorial, consulados, embaixadas, 
embarcações e aeronaves com bandeira brasileira). Todo local onde incide a norma brasileira. 
 
c)SOBERANIA 
É o poder, força impositiva, pode de de impor sua vontade. 
Soberania interna: Estado brasileiro se impõe aos seus integrantes. Ex. juiz manda que tal ação ser 
executada. 
Soberania Internacional: quando o Brasil impede que comunidades internacionais intercedam nos 
elementos principais da estrutura do Estado internamente (ex. administrar, legislar e etc). 
 
O Governo não é elemento do Estado. A soberania é destinada ao estado brasileiro, e não a qualquer 
entidade que tenha governos (assim como os estados membros e municípios e Distrito Federal). A União 
se reveste da soberania brasileira para representar, através do Presidente, o Brasil. 
 
d)FINALIDADE 
É uma condição de existência do próprio Estado. O fim do Estado é a realização do bem comum. 
 
 
3. FORMAS DE ESTADO: 
a) Simples ou Unitário: 
Possui apenas um centro de poder. A França é um exemplo de Estado Unitário (quem manda na França 
é o Presidente). A França é dividida em regiões para facilitar a administração, possuindo pessoas que 
auxiliam o Presidente, seja por indicação ou eleição eles estão submetidos ao Presidente. 
 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
- Unitários Centralizados​: só um indivíduo administra tudo. Manda e administra. 
 
- Unitários Descentralizados ou Regionais: o indivíduo escolhe pessoas para auxiliá-lo na 
administração, mas estes estarão submetidos a ele. O poder continua concentrado em apenas 
uma pessoa. Descentraliza a administração e não o poder. 
 
b) Composto ou Complexo: 
Possui mais de um centro de poder. No Brasil existem 4 centros de poder: Federal, Regional, Distrital e o 
Municipal. Todos eles autônomos. 
Atualmente todo Estado Composto é uma Federação, pois os demais tipos já não existem na atualidade. 
 
- União pessoal (Não existe mais)​: é a união de dois ou mais Estados em face de casamento ou 
sucessão hereditária. Só é possível em monarquia. Os dois Estados são regidos por um mesmo 
soberano da mesma maneira. 
 
- União Real (Não existe mais): é a união de dois ou mais Estados em função de domínio, 
guerra. A gestão dos dois Estados pode se dar de maneira diferente, mas ambos regidos por um 
mesmo soberano. 
 
- Confederação (Com o fim da União Soviética não existe mais nenhuma confederação): 
separação das 13 colônias britânicas quando se separaram da Inglaterra (EUA), as 13 colônias 
se uniram em uma Confederação para declarar guerra a Inglaterra. Existe a possibilidade de 
secessão (separação). Quem faz parte dela pode a qualquer momento deixar de fazer. A 
confederação tem como lei maior um tratado (é um contrato). 
 
- Federação​: é proibida a secessão. A separação jurídica não é possível, só ocorre a separação 
com a guerra (separação militarmente). Tem como lei maior uma constituição. 
 
4. FORMAS DE GOVERNO: 
a) Monarquia:​ Governo de um. 
Características: vitaliciedade, hereditariedade e a irresponsabilidade do chefe de Estado. 
- Absoluta 
- Limitada ou Constitucional 
 
b) República:​ gestão da coisa pública para o povo. 
Características: temporariedade, eletividade e a responsabilidade do chefe de Estado. 
 
6. SISTEMAS DE GOVERNO: 
a) Presidencialismo: ​Acúmulos das duas funções executivas, chefia de Estado e chefia de 
governo, na figura do presidente. 
b) Parlamentarismo: O chefe de Estado ​é o Rei (se for uma monarquia parlamentarista) ou o 
presidente eleito (se for um parlamentarismo republicano) e o chefe de Governo ​é o primeiro 
ministro. O primeiro ministro é eleito pelo parlamento, ele próprio faz parte do parlamento, ele 
não tem mandato, fica no poder até que o parlamento queira. Se houver eleição convocada pela 
Rainha, o parlamento muda e o primeiro ministro pode mudar também. 
 
Obs.: Na França existe um sistema misto. O presidente escolhe o primeiro ministro, mas quem manda é 
o presidente. 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 
c) Diretorialismo ou Sistema Convencional: ​é o sistema que se caracteriza pela concentração do 
poder político do Estado no parlamento, sendo a função executiva exercida por pessoas 
escolhidas por este que passa a ter absoluta subordinação ao legislativo. O chefe do executivo 
obedece ao parlamento (exemplo da Rússia durante a existência da URSS)). 
 
 
7. REGIMES POLÍTICOS: 
 
a) Democracia:​ prima pela participação popular. 
- Democracia Direta: ​o povo escolhe os rumos do seu Estado. Na Grécia Antiga era dessa forma. 
- Democracia representativa ou indireta: ​o povo escolhe os representantes e estes escolhem o 
rumo do estado. Se deu por conta do aumento significativo das populações. 
- Democracia Semi-Direta: Brasil. A Constituição de 1988 traz três institutos de participação 
direta do povo: plebiscito, referendo e iniciativa popular de leis. 
 
b) Regimes Não Democráticos: ​prima pela representação da vontade do Estado sem a participação 
popular. Estado Autoritário e o Estado Totalitário (versão mais radical do autoritarismo). Existe o Estado 
Ditatorial, tanto o autoritário quanto ´totalitário podem ser ditatoriais. Para ser ditatorial é necessário 
existir a figura do ditador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
NOÇÕES INICIAIS DE DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
1. IMPORTÂNCIA E CARÁTER DO DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
“Nenhuma província do conhecimento jurídico assumiu a dimensão tão vasta quanto a desse 
ramo, que faz gravitar em sua órbita todo o direito”. (Paulo Bonavides) 
 
“Direito Constitucional é o estuário de valores e princípios, os quais, por serem, pelo ângulo 
normativo, os mais altos na hierarquia do ordenamento jurídico do país, são, do mesmo passo, a 
chave de todas as soluções de legalidade e legitimidade”. (Paulo Bonavides) 
 
“O Direito Constitucional é o tronco do qual derivam todos os ramos do direito positivo”. 
(Pergolesi e Santi Romano) 
 
Direito= sistema normativo → é estudado por unidades estruturais = Divisões do Direito. 
 
“Suas normas (do Direito Constitucional) constituem uma ordem ‘em que repousam a harmonia e 
a vida do grupo, porque estabelece equilíbrio entre seus elementos’ (Sánchez Agesta) e na qual 
todas as demais disciplinas jurídicas centram seu ponto de apoio. Daí que o Direito 
Constitucional se manifesta como um tronco do qual se separam os demais ramos do direito, ...” 
(Pelegrino – Rossi) 
 
 
2. ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL: 
 
2.1. Origem da Expressão Direito Constitucional​: 
 
2.2. Origem do Direito Constitucional: 
➔ Magna Carta de 1215: ​Rei João sem terra, os nobres escreveram ao rei exigindo alguns 
direitos, o rei para conseguir cobrar mais impostos assinou a carta, mas não a respeitou. 
Posteriormente foi assassinado e foi assim que começou a busca pelos direitos fundamentais 
(direitos de primeira geração: direito a vida, liberdade, propriedade e etc.) na Inglaterra. Tida 
como primeira constituição, pelo conteúdo e não pela forma. 
➔ Petition of Rights de 1628: ​parlamento inglês pedidndoao rei mais liberdade aos seus súditos. 
➔ Habeas Corpus Act 
➔ Bill of Rigths (1689): obrigou a abdicação de James II, rei extremamente déspota, para 
ascenderem ao trono outros monarcas mais flexíveis, que passaram a ser subjugados pela 
constituição inglesa - Mudança de monarquia absoluta para uma monarquia limitada. 
➔ Primeiras Constituições: 
◆ ​Revolução Americana de 1776: 
● Constituição do Estado da Virgínia em 1776 
● Constituição dos EUA em 1787: ​A primeira constituição escrita, em termos de 
forma, é a constituição americana. Escrita da forma que conhecemos atualmente 
(artigo, emenda e etc.) 
◆ Revolução Francesa de 1789: 
● Constituição Francesa de 1791: ​Segunda constituição escrita. Com esta 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
constituição, o estudiosos da época decidiram que era necessário criar uma 
disciplina específica para estudar esse documento. 
● Declaração dos Direitos dos homens e dos cidadãos. 
 
Esses foram documentos que foram considerados constituições, alguns apenas pelo conteúdo e 
outros pelo conteúdo e pela forma. 
 
2.3. Constitucionalismo Inglês 
 
Características: 
1) Modelo diverso dos chamados continentais europeus: A Inglaterra, por ser uma ilha, quando se 
fala de continente europeu falamos da parte que não é a ilha. A Inglaterra tem a forma de sua 
constituição diferente dos países europeus continentais, a constituição não é escrita e é baseada 
nos costumes. 
2) Tem como marco a revolução Gloriosa: o patrono da revolução gloriosa foi John Locke - Bill of 
rights foi o documento mais importante. 
3) Nascimento do parlamentarismo: primeiro ministro escolhido pelo parlamento e não pelo rei. 
4) Common Law: sistema que preza mais pelos costumes. 
5) Inexistência de poder constituinte (na forma concebida por Siys): o poder constituinte é o poder 
que cria a constituição. Apesar de existir uma constituição, não tem o poder constituinte, pois 
não existe um órgão específico com a função de criar a constituição (no Brasil temos o 
Congresso Nacional) 
6) Constituição não escrita: 
 
2.4. Constitucionalismo Norte-Americano 
Características: 
1) Tem como marco a Guerra de Independência das 13 colônias britânicas na América (Revolução 
Americana - 1776) - as 13 colônias se juntaram e declararam guerra. Após a independência cada 
uma das 13 colônias viraram um país independente, mas depois perceberam que juntos eram 
mais fortes e se juntaram. 
2) Common Law: continuaram adotando o sistema político Inglês, dando mais importância ao 
costume e jurisprudência, mas adotaram uma constituição escrita, ao contrário da Inglaterra. Foi 
a primeira constituição nos moldes que conhecemos hoje em dia. 
3) Nascimento do federalismo e do presidencialismo: existência de um poder regional, além do 
poder central. 
4) Constituição escrita. 
 
2.5. Constitucionalismo Francês 
Características: 
1) Tem como marco a Revolução Francesa (1789 - queda da Bastilha): 
2) Modelo revolucionário constitucional mais influente de todos: foi adotado pelos maioria dos 
países. O volume de normas da constituição francesa era maior que a constituição norte 
americana. A constituição francesa era mais analítica, enquanto que a constituição norte 
americana era mais concisa. 
3) Pulverização dos Direitos Fundamentais: 
4) Civil Law:. 
5) Constituição escrita 
 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
3. NATUREZA, OBJETO E CONCEITO DO DIREITO CONSTITUCIONAL: 
 
3.1 Natureza Jurídica: 
➔ Direito Público Fundamental: ​é o tronco de onde derivam os outros ramos do direito e por isso 
é fundamental. É fundamental também pois aborda os direitos fundamentais. 
➔ Direito Público Interno: ​o professor não gosta muito dessa natureza osta por alguns autores, 
pois existem questões constitucionais são comuns a vários países e não apenas se refere a 
questões internas. 
 
3.2 Objeto 
Os dois verdadeiros objetos (conteúdos) do Direito Constitucional são: organização básica do Estado e 
os direitos e garantias fundamentais. Esses são também os objetos da própria constituição. A única 
constituição do mundo que versa apenas sobre esses dois assuntos é a Constituição Norte Americana. 
 
3.3 Conceito 
É o ramo do direito público interno que tem como objeto a forma e a estrutura do Estado, dos sistemas 
de governo, a organização, o funcionamento, as atribuições e as relações entre seus órgãos superiores, 
Poder Legislativo e Poder Executivo e, por fim, a participação ativa do povo no governo, cuja importância 
é cada vez mais acentuada nos modernos Estado de Direito. 
É o ramo do Direito Público fundamental, que tem por objeto a organização básica do Estado e os 
direitos e garantias fundamentais. 
4. FONTES DO DIREITO CONSTITUCIONAL: 
Todas as fontes utilizadas para as outras áreas também são utilizadas no Direito Constitucional. 
4.1. Fontes Escritas: 
● as leis constitucionais; 
● as leis complementares ou regulamentares; 
● as prescrições administrativas, contidas em regulamentos e decretos, de importância para 
o direito constitucional, desde que, recebendo a delegação de poderes, entre o governo 
no exercício da delegação legislativa; 
● os regimentos das casas do poder legislativo ou do órgão máximo do poder judiciário; 
● os tratados internacionais, as normas de direito canônico, a legislação estrangeira, as 
resoluções da comunidade internacional pelos órgãos representativos, sempre que o 
estado os aprovar ou reconhecer; 
● a jurisprudência; 
● a doutrina 
● princípios 
● equidade 
4.2. Fontes Não-Escritas: 
● os Costumes: ​a população em si não cria o costume constitucional. O costume vem do poder 
público. A medida provisória no Brasil é um costume ​contra legem constitucional. A medida 
provisória é criada sem observar o relevância e urgência, dessa forma indo de encontro com o 
estabelecido na própria constituição. O Poder Público entende que a relevância e urgência é do 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
Poder Públicoe não do povo. O professor entende que a relevância e urgência deve ser da 
população. 
 ​5.CLASSIFICAÇÃO DO DIREITO CONSTITUCIONAL: 
5.1. Direito Constitucional Especial (Paulo Bonavides) ou Direito Constitucional Positivo ou 
Particular (José Afonso da Silva): ​É aquele que tem por objeto o estudo dos princípios e regras de 
uma constituição concreta, de um determinado Estado. 
5.2. Direito Constitucional Comparado: ​é aquele que tem por missão o estudo teórico das normas 
jurídico-constitucionais positivas de vários Estados, preocupando-se em destacar as singularidades e os 
contrastes entre eles ou entre grupos deles. Pode ser um estudo do direito positivo mais antigo, não 
precisa ser o vigente, mas precisa ser entre Estados diferentes. 
5.3. Direito Constitucional Geral: ​é a disciplina que delineia uma série de princípios, de conceitos e de 
institutos que se encontram em vários direitos positivos ou em grupos deles para classificá-los e 
sistematizá-los numa visão unitária. 
6. O DIREITO CONSTITUCIONAL E SUAS RELAÇÕES COM OUTRAS DISCIPLINAS CIENTÍFICAS: 
 6.1 Posição Do Direito Constitucional no Direito: 
 ​6.2 Relação Com Outras Disciplinas: 
● Direito Administrativo: ​se relaciona mais intimamente com o Direito Constitucional, pois trata 
de forma mais detalhada da organização do Estado. Os princípios basilares do direito 
administrativo está na constituição. 
● Direito Penal: ​muitos crimes estão relacionados a outra áreas do direito (ambiental, ordem 
econômica e etc.). Na constituição traz alguns princípios do direito penal (in dubio pro reu), trata 
de penas proibidas no Brasil. 
● Direito Processual: ​constituição traz os princípios do direito processual, os remédios 
constitucionais são ações e por isso se relacionam com o direito processual. 
● Direito Do Trabalho: ​art. 7 da constituição traz matéria do direito do trabalho. 
● Direito Financeiro e Tributário: ​existem capítulos específicos na constituição que tratam da 
ordem tributária e da ordem financeira. Direito tributário e financeiro são distintos, mas se 
confundem. 
● Direito Internacional 
● Direito Civil: ​a constituição fala de família, casamento e etc. 
● Direito Comercial:​ a constitucional trata de cartel, oligopólio e etc​. 
● Ciência Política: 
● Teoria Geral do Estado: 
O direito público se sobrepõe ao direito privado (direito de passagem e etc.) 
 
 
 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 ​TEORIA DA CONSTITUIÇÃO 
A CONSTITUIÇÃO 
1. ETIMOLOGIA E ACEPÇÕES: 
a. Politéia: ​organização grega. Cada Estado tinha uma politéia. Organização básica da 
sociedade. No conteúdo seria constituição. 
b. República: ​forma de se administrar o Estado Romano com o viés constitucional. Gerir o 
Estado para o bem do povo, dessa forma temos aqui matéria de constituição, pois temos 
a administração voltada para o povo e não para o Estado. Materialmente a República 
romana seria uma constituição. 
c. Constitutio: ​Conjunto de normas que se referem às eleições romanas. A forma se 
escolher os representantes é matéria basilar de organização do Estado, então temos 
aqui matéria constitucional. Também era considerada constituição em sua época. 
d. As Cartas: aqui temos as cartas (magna carta, bill of rigths e etc). Os assuntos trazidos 
nessas cartas tratam de direitos fundamentais, dessa forma têm conteúdo constitucional. 
e. Lei Fundamental: ​esboço de constituição, conjunto de normas que se referiam a 
estrutura básica do estado, bem como a limitação do Estado. Essa lei fundamental que 
foi formatada para ser a constituição (primeiramente nos EUA). 
f. Constituição: ​documento jurídico mais importante, nos moldes do formatado pelos 
EUA. 
 
A palavra “Constituição” é empregada com vários significados tais como: 
❖ Constituição de uma empresa e etc. Vamos utilizar no sentido de lei maior de um país. 
 
2. O CONSTITUCIONALISMO: 
a. Conceito: ​é o movimento de caráter político e jurídico, de cunho liberal, em voga 
(evidência) entre o final do século XVIII e o término da primeira grande guerra, cujo 
objetivo é o estabelecimento de Estados de Direito baseados em regimes 
constitucionais. Outra crítica é 
b. Evolução: ​A tendência de alguns autores é restringir o movimento constitucional para 
este período, final do século XVIII e século XIX, pelo fato de nesse períoda terem sido 
criados o maior número de documentos constitucionais. Mas essa restrição é exagerada, 
pois,por exemplo, a revolução gloriosa é do século XVII, além dos documentos e formas 
datadas de Grécia antiga, Roma antiga que possuíam matéria constitucional, conforme 
já descrito.Dessa forma o movimento constitucional/constitucionalismo já existia antes 
dessa época. Maurício restringiria o período para o século XVII, por conta da revolução 
gloriosa. 
c. Racionalização do poder: ​Escola da exegese. Na constituição francesa tentaram 
colocar tudo dentro da constituição com a intenção de que só fosse válido o que 
estivesse escrito. Tudo que for necessário para a manutenção do Estado estaria escrito 
na constituição. Não foi possível racionalizar, pois era impossível. 
d. Críticas à racionalização do Poder 
e. Tendência do Constitucionalismo 
 
 
 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 
3. CONCEPÇÕES: 
a. Sentido Sociológico (Ferdinand Lassalle): ​Uma constituição escrita para ser 
considerada real ou efetiva precisa ter no seu conteúdo os ​fatores reais de poder​, se 
não refletir os fatores reais de poder seria meramente uma folha de papel, não sendo 
verdadeiramente uma constituição. Se quem de fato dominar (exemplo o rei), se isso 
estiver refletido no texto da constituição, essa é a constituição real efetiva. No Brasil 
quem domina não é o povo, conforme exposto na constituição, é o poder econômico, 
dessa forma para Lassalle nós teríamos apenas uma folha de papel e não uma 
constituição real e efetiva, pois não reflete a verdade. 
b. Sentido Político (Carl Schmitt): ​Para uma constituição ser verdadeira ela precisa ter 
em seu conteúdo a organização do Estado e os direitos e garantias fundamentais. Se 
não tiver esses dois conteúdos, ele chama pejorativamente de Lei Constitucional. Se 
para ele a constituição tivesse que ter apenas esses doi assuntos, só a constituição 
americana seria para ele uma verdadeira constituição. Se ele aceitasse que além desses 
doi assuntos houvessem outros assuntos, a constituição brasileira de 1988 também seria 
uma verdadeira constituição. 
c. Sentido Jurídico (Hans Kelsen): ​para ele ​o Direito é a norma pura. As normas teriam 
origem na norma fundamental (a material e hipotética), na visão de Kelsen a norma 
fundamental jurídico positiva (a semente) seria a constituição, para essa norma ser 
puramente norma ela teria que ser oriunda de uma outra norma (norma lógico jurídica - a 
norma hipotética). Ou seja, para Kelsen a constituição seria uma norma pura. Ele não se 
preocupa com a forma. 
d. Conclusão: CONSTITUIÇÃO TOTAL: ​é a visão das três visões juntas. 
 
4. CONCEITO ESTRUTURAL DE CONSTITUIÇÃO: 
a. Conceito: 
i. Conceito material: ​é aquelaem que suas normas são pertinentes à 
organização básica dos Estado e aos direitos e garantias fundamentais; tudo 
quanto for, enfim, conteúdo básico de constituição. 
ii. Conceito formal: são as que se referem às normas que foram introduzidas no 
texto da constituição, no seu corpo normativo, e não porque necessariamente se 
refiram aos seus elementos básicos, organização do Estado e/ou direitos e 
garantias fundamentais. 
b. Conclusão: 
 
Obs.: ​O tratado de Direitos Humanos (que são os direitos fundamentais tratado a nível internacional) 
pode ser considerado constituição, se for levado em consideração o conteúdo, ou seja, tem matéria de 
constituição, sentido material. 
Obs.: A constituição dos EUA é a única que é constituição tanto no sentido material como formal. A 
única constituição que é só no sentido material é a inglesa, pois é uma constituição não escrita. 
Obs.: A constituição brasileira possui artigos que são constitucionais apenas na forma, por estar no texto 
constitucional, mas não seria constituição no sentido material, como o exemplo do art. 242 da CRFB que 
trata no colégio Dom Pedro II. Mas existem artigos que são considerados constitucionais tanto no sentido 
formal como material. 
Obs.: Existem normas no direito brasileiro que são apenas formalmente (art. 242 da CRFB) constituição 
e outras que são apenas materialmente constituição (tratado dos direitos humanos internacional). Código 
eleitoral materialmente é constituição, mas não é constituição formalmente. 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES: 
 
a)Quanto ao conteúdo: 
- Materiais ou reais 
- Formais 
Obs.: Quanto ao conteúdo a constituição brasileira é formal, pois existem artigos que materialmente não 
são constitucionais, mas por estarem dentro do texto da constituição são formalmente constituição. 
 
b) Quanto à forma: 
● Escritas:​ são aquelas em que suas normas estão codificadas em um texto único. 
● Não–escritas: ​são aquelas em que suas normas não estão codificadas em um texto único, mas 
resultam de leis esparsas, da jurisprudência, assim como dos próprios costumes. Possui texto 
escrito, mas as normas também advêm de jurisprudência e costumes, elas apenas não estão 
compiladas em um texto único. 
 
c) Quanto ao modo de elaboração: 
● Dogmáticas: ​são as elaboradas por um órgão constituinte que incorpora no texto constitucional 
os valores políticos e ideológicos predominantes em um determinado momento histórico. A 
constituição dogmática sempre será uma constituição escrita. 
● Históricas ou Costumeiras: ​é aquela que nasce da lenta evolução histórica, baseando-se em 
costumes, convenções, precedentes jurisprudenciais e textos esparsos. A constituição 
costumeira sempre será uma constituição não escrita. Por exemplo temos a constituição inglesa. 
 
d) Quanto à origem: 
● Populares, Democráticas, Promulgadas ou votadas: ​são as elaboradas por um órgão 
constituinte composto de representantes legitimamente eleitos pelo povo. Quem a cria a cria 
porque o povo autorizou. 
● Outorgadas: ​são as elaboradas sem a participação de representantes legitimamente eleito pelo 
povo, sendo impostas pelo governante. 
● Carta Constitucional: ​apelido dado às constituições outorgadas, pois sem a participação 
popular não temos uma verdadeira constituição. 
Constituições do Brasil: 
1. 1824:​ ​outorgada 
2. 1891​: ​democrática​. Foi criada pelo congresso nacional eleito pelo povo, apesar de ter havido 
um golpe o congresso não foi mexido. 
3. 1934: democrática.​ Getúlio Vargas, eleito legitimamente. 
4. 1937: ​outorgada. ​Conhecida como Apolaca. Golpe de getúlio Vargas, ele fecha o congresso e 
cria a constituição de 37, inclusive, restringindo direitos. 
5. 1946: democrática. ​Getúlio Vargas é tirado do poder e o congresso é reaberto., restaurando a 
democracia no Brasil. 
6. 1967: outorgada. ​Ditada pelos militares, após o golpe de 64. 
7. 1988: democrática. ​Os militares saem do poder em 1985. José Sarney assume após a morte de 
Tancredo Neves. 
 
e) Quanto à estabilidade: 
● Rígidas: ​são aquelas modificadas através de um procedimento mais rigoroso que o estabelecido 
para as leis infraconstitucionais. As constituição de 1988 se encontra nessa classificação. 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 
Emenda constitucional Lei ordinária 
2 votações câmara 1 votação na câmara 
2 votações no senado 1 votação no senado 
Aprovação com ⅗ (60% do total) em todas as 
votações 
Aprovação por maioria simples (50% + 1) dos 
presentes. 
 
Obs.: se fizer alusão a Alexandre de Moraes a constituição será Super rígida. 
● Flexíveis: ​são as modificadas pelo mesmo procedimento adotado para as leis 
infraconstitucionais. 
● Semi-rígidas ou semi-flexíveis: ​são aquelas em que algumas de suas normas são modificadas 
por um procedimento mais rigoroso que o adotado para as leis infraconstitucionais e outras 
normas não. A constituição brasileira de 1824 era enquadrada nessa classificação. Se fosse 
modificação de norma relacionada a organização básica do Estado ou direitos fundamentais o 
procedimento de alteração era mais rígido, se fosse sobre outra matéria o procedimento era 
mesmo utilizado para modificar as leis infraconstitucionais. 
 
f) Quanto ao modelo: 
● Constituições–garantia: ​é o modelo clássico. É aquela que apenas estrutura e delimita o poder 
do Estado. A única constituição no mundo que se enquadra aqui é a dos EUA. 
● Constituições–balanço: ​é aquela que registra e descreve ordem política, econômica e social 
existente refletindo a luta de classes no Estado. Um exemplo foi a constituição soviética. 
Atualmente não existe mais nenhuma. 
● Constituição-dirigente: ​é aquela que, além de delimitar e estruturar o poder do Estado, 
inscreve um plano de evolução política de diretrizes a serem seguidas pelo Estado. A brasileira 
se enquadra aqui. Quando falamos de limite do Estado estamos falando de direitos e garantias 
fundamentais. As normas que estabelecem planos e diretrizes para o futuro são chamadas de 
programáticas (José Joaquim Gomes Canotilho). Na constituição de 1988 temos diversas 
normas programáticas (normalmente o verbo está no infinitivo), por exemplo o art. 3º da CRFB ( 
constituem objetivos fundamentais….). O art. 215 da CRFB o verbo não está no infinitivo, está no 
futuro (o Estado garantirá…). 
 
g) Quanto ao tamanho ou a extensão: 
● Sintéticas: ​são as que dispõem somente sobre os aspectos fundamentais da organização do 
Estado, bem como sobre seus limites em poucos artigos. A dos EUA se enquadra aqui. 
● Analíticas: ​são aquelas que dispõem sobre diversos aspectos da organização do Estado e dos 
direitos e garantias fundamentais, mas abrangendo também questões que poderiam ser objetos 
de leis infraconstitucionais, com muitos artigos. A brasileira se enquadra aqui. 
 
h) Quanto a Dogmática: 
● Ortodoxas ou simples: ​são aquelas influenciadas por uma só ideologia. Exemplo a soviética. 
Atualmente não existe nenhuma. 
● Eclética, complexas ou compromissórias: ​são aquelas influenciadas por ideologias e 
tendências diversas, resultando de uma fórmula decompromissos entre forças políticas 
existentes em um determinado momento histórico. Todas as outras constituições se enquadram 
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Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
nessa classificação 
 
6. CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988: 
 
A. Quanto ao​ conteúdo é FORMAL. 
B. Quanto à​ forma é ESCRITA. 
C. Quanto à​ forma de elaboração é DOGMÁTICA. 
D. Quanto à ​origem é DEMOCRÁTICA. 
E. Quanto à​ estabilidade é RÍGIDA. 
F. Quanto ao​ modelo é CONSTITUIÇÃO-DIRIGENTE. 
G. Quanto ao​ tamanho é ANALÍTICA. 
H. Quanto à​ dogmática é ECLÉTICA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Constitucional I 
Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 
O PODER CONSTITUINTE 
 
O poder constituinte é o poder de criar ou modificar uma constituição. No Brasil o Poder Constituinte é 
exercido pelo Poder legislativo. 
 
1. ORIGEM DA TEORIA DO PODER CONSTITUINTE: 
 
1.1. O Pensamento de Sieyès: O poder constituinte não foi criado por ninguém, mas foi teorizado por 
Sieyès, sendo o patrono da teoria constituinte. 
 
1.2. Poder Constituinte x Teoria do Poder Constituinte: a teoria explica como funciona o Poder 
Constituinte, tem como patrono Sieyès. 
 
1.3. Poder Constituinte x Poderes Constituídos: ​Os poderes constituídos são os poderes que poder 
constituinte constitui, cria com a criação da constituição. No Brasil os três poderes constituídos pelo 
poder constituinte são: o Poder Legislativo, o Poder Judiciário e o Poder Executivo. A constituição de 
1824 tinha um quarto poder, o Poder Moderador. 
 
2. CONCEITO DE PODER CONSTITUINTE: 
● É o ​poder de elaborar uma nova constituição​, bem como de reformar a vigente​. ​Nesse conceito 
temos as dua espécies de poder constituinte, o originário (criar) e o derivado (reformar). A 
expressão “Poder Constituinte” pode significar “força criativa”, i​deia abstrata​. 
● É o ​órgão legislativo do Estado, dotado de autoridade política, cuja finalidade é criar ou rever a 
constituição, e do qual derivam todos os outros poderes do Estado, não sendo instituído por 
nenhum anterior a ele. ​Nesse conceito também temos as duas espécies de Poder 
Constituinte. A expressão “Poder Constituinte” pode significar o “órgão”, ​ideia concreta​. 
 
 
3. MANIFESTAÇÃO: 
O ​processo de descolonização fez com que o poder constituinte surgisse para que fosse criada a 
constituição. 
A Revolução Francesa (​Revolução Vermelha - sangrenta​) também fez com que o Poder Constituinte 
surgisse para a criação da constituição francesa. 
O ​processo consensual de transição (a exemplo do final do regime militar e a elaboração da 
constituição de 1988) também faz com que o Poder Constituinte surja para criar uma nova constituição. 
 
 
4. ESPÉCIES DE PODER CONSTITUINTE: 
 
4.1. Poder Constituinte Originário, de 1º Grau ou Genuíno: 
Elemento abstrato. Ele mesmo diz como ele vai acontecer. Quando percebemos ele já está exercendo 
seu papel (criar a constituição) e logo em seguida se extingue e ficamos apenas com o derivado (que 
tem o papel de modificar a constituição). 
a) Conceito: ​é o órgão legislativo incondicionado, dotado de autoridade política máxima, que 
promove a criação de nova constituição seja para um novo Estado, seja em substituição de uma 
constituição por outra. Tem a incumbência de criar nova constituição, seja a primeira de um 
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Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
Estado ou as demais que venham a ser necessárias. No Brasil tivemos 7 Poderes Constituintes 
Originários (referente às constituições que já foram vigentes no Brasil). 
b) Natureza: ​é um poder de fato, de caráter absoluto. É um poder de fato por não se basear no 
Direito, no ordenamento jurídico. Não há nada no ordenamento que figa como o poder 
constituinte vai se instituir. Como ele mesmo vai se instituir existe a possibilidade de versar sobre 
qualquer assunto no texto da constituição, por isso é dito absoluto. O que vai determinar como 
ele vai se instituir são os fatos sociais. 
c) Espécies: 
i) Material: ​quando nos referimos ao poder constituinte como “poder, força”. 
ii) Formal: ​quando nos referimos ao poder constituinte como “órgão”. 
d) Características: 
i) Inicial: ​pois dá início a uma nova ordem jurídica. 
ii) Ilimitado: ​não tem limite conteudístico. 
iii) Incondicionado: ​por não existir nada juridicamente ​que determine como ele vai vai 
ocorrer. 
 
4.2. Poder Constituinte Derivado, Constituído, de 2º Grau, Secundário, Relativo ou Limitado: 
 
a) Conceito: ​é o poder que, fundado e previsto no poder constituinte originário, pode modificar ou 
completar a constituição vigente (​poder constituinte derivado reformador​), ou ainda, 
institucionalizar os Estados Federados que dela derivam (​poder constituinte derivado 
decorrente​) sem qualquer tipo de ruptura com a situação jurídica e política. No geral esse poder 
constituinte cumpre o papel de modificar a constituição. 
b) Natureza: ​poder de direito, de caráter relativo. Ele vai agir da maneira que a constituição 
estabelece, existe no Direito a maneira que ele vai agir, por isso é um poder de direito, se baseia 
no direito e não no fato. É relativo, pois só pode abordar os assuntos que a constituição permite 
(há um limite imposto pela constituição nos assuntos que podem ser alterados), por exemplo, 
não pode o poder constituinte derivado brasileiro instituir a pena de morte, pois a nossa 
constituição proíbe esta prática, sendo cláusula pétrea, não pode ser alterada. 
c) Espécies: 
i) poder constituinte derivado reformador: ​é o poder que ​modifica a constituição 
vigente​, inclusive poder ser a constituição estadual, não apenas a constituição federal. 
ii) poder constituinte derivado decorrente: ​é o poder que institucionaliza os Estados 
Federados, poder atribuído aos Estados de ​criar as constituições estaduais​, através 
das assembléias legislativas. 
 
Obs.: a Bahia já teve 5 constituições. No período de Vargas e Militar as assembleias foram fechadas, por 
isso não existiram constituições estaduais. 
 
d) Características: 
i) Subordinado (limitado): ​está subordinado ao conteúdo que está estabelecido na 
constituição, só pode abordar os assuntos permitidos pela constituição, tem limite 
conteudístico. 
ii) Condicionado: ​o direito estabelece como o poder constituinte derivado acontecerá. 
 
5. A TITULARIDADE E O EXERCÍCIO: 
Art. 11 do ADCT está o poder constituinte decorrente. 
 
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 ​Luciana Sampaio 
5.1. Agentes do Poder Constituinte – Poder de Direito X Poder de Fato: 
O titular do poder constituinte é o povo, os agentes são os representantes. O direito de criar a 
constituição é do povo, mas ele delega para os representantes. O povo tem o poder de direito e os 
representantes têm o poder de fato. 
 
Obs​.: uma constituição outorgada o titular do poder constituinte não é o povo é quem manda (o rei, o 
ditador e etc). 
 
Obs​.: atualmente no Brasil não temos o poder constituinte originário. Temos apenas o poder constituinte 
derivado reformador, o decorrente também não existe atualmente,pois as constituições estaduais já 
foram criadas. 
 
6. A LEGITIMIDADE DO PODER CONSTITUINTE: 
Todas as vezes que o povo participa da criação da constituição temos um poder constituinte legítimo​. 
Temos a constituição promulgada, democrática. 
 
 
7. USURPAÇÃO DO PODER CONSTITUINTE: 
 
 ​Quando a constituição é outorgada, sem a participação popular, há a usurpação do poder constituinte. 
 
8. O PODER CONSTITUINTE E A CONSTITUIÇÃO DE 1988: 
É legítimo, houve participação popular. 
 
9. PODER CONSTITUINTE DOS ESTADOS-MEMBROS: 
É o poder constituinte decorrente, que era o poder de criar as constituições estaduais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Professor: Maurício Sampaio 
 
 ​Luciana Sampaio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O PODER DE REFORMA CONSTITUCIONAL 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO: 
Não existe constituição imutável, todas são passíveis de mudança (entendimento de Sieyes e 
Rousseau). Para Sieyes não poderia mudar o texto originária, teria que criar outra constituição (poder 
constituinte originário). Rousseau entendia que poderia alterar o próprio texto da constituição (poder 
constituinte derivado reformador). 
 
2. TERMINOLOGIA: 
● Mutação Constitucional​: consiste num ​processo não formal de mudança das constituições 
rígidas, por via da tradição, dos costumes, de alterações empíricas e sociológicas, e pela 
interpretação judicial. Não há uma mudança no texto constitucional fisicamente, há uma 
alteração na interpretação do texto constitucional. 
● Reforma Constitucional​: consiste num ​processo formal de mudança das constituições 
rígidas, por meio de atuação de certos órgãos, mediante determinadas formalidades 
estabelecidas nas próprias constituições. Há alteração no texto físico da constituição. No Brasil 
ocorre através das emendas, mas existem outro instrumento para alterar o texto constitucional 
que é a revisão constitucional (não é mais utilizado). 
 
3. CONCEITOS: 
- Reforma 
- Emenda 
- Revisão 
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 ​Luciana Sampaio 
 
4. PROCEDIMENTO (Sistema Brasileiro): 
a) A Iniciativa 
b) A Discussão e Votação 
 
5. LIMITAÇÕES DO PODER DE REFORMA CONSTITUCIONAL: 
a) Limitação Temporal ou Formais 
b) Limitação Circunstancial 
c) Limitação Material: 
- Explícitas 
- Implícitas 
d) Limitações Tácitas (Paulo Bonavides) 
 
6. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DA REFORMA CONSTITUCIONAL: 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEORIA DA NORMA CONSTITUCIONAL 
 
1. INTRODUÇÃO: 
- Conceito 
 
2. PRINCIPAIS TEORIAS NORMATIVAS: 
a) Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito) 
b) Carlos Cossio 
 
3. TEORIAS NORMATIVAS CONSTITUCIONAIS: 
a) Ronald Dworkin (EUA): Princípio x Regra 
b) J. J. Gomes Canotilho (Constituição-Dirigente) 
 
4. PRINCIPIOLOGIA CONSTITUCIONAL: 
 
4.1. NORMATIVIDADE DOS PRICÍPIOS E DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: 
 
4.2. CONSTITUCIONALIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS 
 
4.3. CONFLITO APARENTE DE NORMAS: 
 
a) Outros critérios de resolução de conflitos: 
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 ​Luciana Sampaio 
- Critério hierárquico 
- Critério cronológico 
- Critério da especialidade 
 
4.4. CARÁTER AXIOLÓGICO DAS NORMAS CONSTITUICIONAIS 
 
4.5. INTEGRAÇÃO SISTÊMICA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: 
 
Meios De Integração: 
 
a) Uma lei complementar ou lei complementar federal ou da União (ex: arts. 7º, I, 14, § 9º, 
etc); 
b) Uma lei complementar estadual (ex: art. 25, § 3º); 
c) Uma lei federal (ex: art. 24, §§ 3º e 4º); 
d) Uma lei especial (ex: art. 85, parágrafo único); 
e) Uma lei (ex: art. 5º, XXVIII) 
f) Decreto do Executivo Federal (ex: art. 36, § 1º) 
g) Resoluções do Senado Federal (ex: art. 155, § 1º, IV) 
h) Uma lei estadual (ex: art. 18, § 4º); 
i) As leis orgânicas municipais (art. 29) e do Distrito Federal (art. 32) 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: 
 
5.1. INTRODUÇÃO 
 
5.2. CONCEITO DE EFICÁCIA 
 
5.3. CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL: 
a) Normas auto-executáveis, bastante em si ou exeqüíveis 
b) Normas não auto-executáveis, não bastantes em si ou não exeqüíveis por si mesmas 
 
5.4. CLASSIFICAÇÃO DO PROF. JOSÉ AFONSO DA SILVA: 
 
a) Normas Constitucionais de eficácia plena: 
 
b) Normas constitucionais de eficácia contida: 
 
c) Normas constitucionais de eficácia limitada: 
 
c1) Normas constitucionais de princípio institutivo: 
 
c2) Normas constitucionais de princípio programático: 
 
5.5. CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ: 
a) Normas com eficácia absoluta ou normas supereficazes 
b) Normas com eficácia plena 
c) Normas com eficácia relativa restringível ou redutível 
d) Normas com eficácia relativa complementável ou dependente de complementação legislativa 
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6. EFICÁCIA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS DE DIREITOS FUNDAMENTAIS 
 
7. CONSTITUIÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO: 
a) Recepção e Revogação 
b) A Repristinação 
c) A Desconstitucionalização 
d) A “Vacatio Constitutionis” 
 
 
 
 
 
O CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS E DOS ATOS NORMATIVOS 
 
1. NOÇÕES FUNDAMENTAIS: 
 
1.1. Fundamento 
 
1.2. Conceito 
 
1.3. Origem 
 
2. FORMAS OU TIPOS DE INCONSTITUCIONALIDADE: 
 
2.1. Por ação: 
- Formal 
- Material 
 
2.2. Por omissão 
 
3. ÓRGÃOS DE CONTROLE OU SISTEMA DE CONTROLE: 
 
3.1. Controle político 
 
3.2. Controle jurisdicional: 
 
a) Critérios de exercício do controle jurisdicional: 
 
- Difuso 
- Concentrado 
 
3.3. Controle misto 
 
4. FORMAS DE CONTROLE OU MOMENTO DO EXERCÍCIO: 
 
4.1. Controle preventivo 
 
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4.2. Controle repressivo, sucessivo ou “a posteriori” 
 
5. MEIOS DE CONTROLE: 
 
5.1. Controle em concreto ou indireto da constitucionalidade ou via defesa ou de exceção: 
 
5.2. Controle em abstrato ou direto da constitucionalidade ou via principal ou de ação: 
 
6. O SISTEMA BRASILEIRO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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