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RESENHA CRITICA SOBRE A QUESTAO JUDAICA

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Resenha 2 – Sobre a questão Judaica
Os Judeus alemães almejam a emancipação. Mas que tipo de emancipação almejam? Uma emancipação politica? Ou uma cidadã? O fato é que estas discussões são a luta dos judeus em toda a Europa por seus direitos políticos, incluindo ainda o direito de praticar livremente a sua religião. A história trás átona um período em que havia leis discriminatórias que eram aplicadas contra os judeus, além de perseguições e negação de seus direitos políticos, como fazia o Império Alemão, liderado pela Prússia, um estado cristão, apenas reconhecia os direitos dos cidadãos cristãos.
    	Bauer critica que os judeus alemães só conseguiriam sua sonhada emancipação política caso eles se emancipassem de sua teologia, ou seja, se abrissem mão de sua religião. Ele aponta que o sofrimento dos judeus era culpa deles mesmos, pois eles se negavam a renunciar ao judaísmo. 	Essa proposta que Bauer direcionada aos judeus, reflete um pouco dos ideais fascistas e nazistas, donde uma doutrina esta acima das outras, e não há espaço para o dialogo.
Marx critica Bauer afirmando que o próprio confunde os direitos do homem e o homem, confunde emancipação política com emancipação humana. Marx considera que a emancipação trata-se a luta dos judeus, pois para ele não há uma emancipação pura e simples. Ele aponta que a emancipação pela qual lutam os judeus é uma emancipação política, afirma que essa emancipação é um grande progresso, mas não é a forma superior de emancipação, já que ela tem limites. Marx apoia a emancipação política dos judeus e entende que essa não depende da renúncia dos judeus à sua religião. A separação entre cidadão não religioso e indivíduo religioso não é incompatível com a emancipação política, pois em um Estado laico(um país ou nação com uma posição neutra no campo religioso) a religião é uma questão da vida particular dos indivíduos e não uma questão pública. Sendo assim, a emancipação política não deve separar o individuo de sua religião e sim lhe dar o acesso e a liberdade à religião. Dessa forma, a religião não pode ser considerada um obstáculo à emancipação dos judeus.
Bauer afirma que a emancipação em relação à religião é à condição para a emancipação política, pois, segundo ele, “se não houver religião privilegiada não haverá mais nenhuma religião”. Sendo assim, os homens em geral deveriam renunciar a religião para serem emancipados.
Para Marx, a questão judaica deve ser compreendida a partir da análise do Estado em que o judeu se encontra. Entretanto, como na Alemanha não existe um Estado político, a questão judaica é puramente teológica. Com isso, “A crítica a essa relação deixa de ser uma crítica teológica no momento em que o Estado deixa de comportar-se teologicamente para com a religião” (Marx. PG 37).
    	Marx cita o exemplo dos Estados Unidos, que realizou a emancipação política plenamente e demonstrou que a religião pode coexistir perfeitamente com isso, ou seja, a presença da religião não contradiz a existência de um Estado capitalista. “Nos Estados Unidos, não há nem religião do Estado, nem uma religião oficial da maioria, nem a preeminência de um culto sobre o outro. O Estado não se ocupa com nenhum culto.” (N. T.). A emancipação política reflete a sua limitação no momento em que ela permite se libertar de uma limitação humana (religião) sem que o homem fique realmente livre dessa limitação, quer dizer que o Estado é capaz de ser livre sem que os homens sejam realmente livres. 
    	O Estado político pleno constitui, por sua essência, a vida do gênero humano em oposição à sua vida material. Todos os pressupostos dessa vida egoísta continuam subsistindo fora da esfera estatal na sociedade burguesa, só que como qualidades da sociedade burguesa (MARX, PG 40). O homem leva uma vida dupla, na comunidade política, na qual ele atua como cidadão comunitário, e outra na sociedade burguesa, na qual ele atua como pessoa particular. Com isso, a dissociação entre a vida pública e a vida privada em uma sociedade organizada com um Estado político não é algo estranho à emancipação política, na verdade é a sua própria característica.
 Por isso, o Estado Cristão da Alemanha é um Estado incompleto. Sendo o Estado cristão vinculado com o céu e com Deus, nele vigoram relações de fé. Com isso, o espírito religioso não pode ser secularizado, isto é, o Estado não pode se tornar Democrático e continua sendo cristão.
   	No entanto, Marx ressalta que a emancipação política não liberta o homem da religião nem de seus problemas que surgem em sua vida particular (fora da esfera pública). Nesse sentido, com a emancipação política: “o homem não foi libertado da religião. Ele ganhou a liberdade de religião. Ele não foi libertado da propriedade. Ele ganhou a liberdade de propriedade. Ele não foi libertado do egoísmo do comércio. Ele ganhou a liberdade de comércio” (MARX, PG. 53).
   . 	Dessa forma, Marx compreende que para que todos sejam emancipados plenamente dos limites e contradições da sociedade capitalista é preciso lutar pela emancipação humana, ou seja, pelo comunismo, citando que “A emancipação humana só estará plenamente realizada quando o homem individual real tiver recuperado para si o cidadão abstrato e se tornado ente genérico na qualidade de homem individual, nas suas relações individuais, quando o homem tiver reconhecido e organizado suas “forces propes” [forças próprias] como forças sociais e, em consequência, não mais separar de si mesmo a força social na forma de força política” (MARX, PG 54).

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