Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Monitoria Internacional Prof. Reinaldo Objetivo: Percorrer as questões de prova e enriquecer a compreensão com questões de concurso e da ANPEC Dia 1: Questões 1, 2, 3 e 4 da lista Dia 2: Questões 5, 6 e 7 da lista Dia 3: Questões 17, 18, 19 e 20 da lista 1- O que se entende por globalização econômica? Quais são suas principais causas e conseqüências? 1º Passo: Distinguir o fenômeno das suas causas e consequências O que é a globalização econômica? Interação de três fenômenos distintos Internacionalização da produção Maior contestabilidade do mercado internacional Aumento da interdependência dos sistemas nacionais Onde se dá a globalização econômica? Acontece em quatro esferas Comercial Tecnológica Produtiva Monetário-Financeira Internacionalização da produção: fenômeno que se dá sempre que um residente acessa bens e serviços com origem em não-residentes. Maior contestabilidade dos mercados: as empresas precisam competir com empresas de outros países pelos mercados disponíveis. Interdependência entre os sistemas: atuações de um país afetam vários outros, ex: efeito contágio Fenômenos Comercial: importações e exportações Tecnológica: transferência de tecnologia, relações contratuais (patentes) Produtiva: investimentos externos (fluxo de capitais produtivos) Monetário-Financeira: títulos e papéis além de divisas Esferas Tecnológica: redução dos custos de transação (sobretudo através da TI), redução dos fretes (contêiners) Política: ascensão do neoliberalismo Inversão dos sinais Protecionismo x Liberalismo Regulamentação x Desregulam. Intervencionismo x Privatização Sistêmica: insuficiência de demanda 2º Passo: Causas da globalização De um lado a janela de oportunidades, de outro a crise: Algoritmo da crise 3º Passo: Consequências da globalização Liberalização e desregulamentação ↓ Vulnerabilidade externa ↓ Crises cambiais recorrentes ↓ Problemas econômicos e sociais ↓ Deterioração política ↓ Perda de legitimidade do Estado ↓ Instabilidade e crise institucional 2- Discuta o fenômeno da globalização financeira: determinantes, conseqüências, riscos, volatilidade e visões. Globalização financeira: visão mais restrita do que vimos como globalização econômica, agora focando na esfera monetário-financeira Implicações: algoritmo de crise continua válido, foco na vulnerabilidade como consequência maior 1º Passo: Determinantes Seis conjuntos de fatores determinantes De ordem ideológica: ascensão das ideias liberais nos anos 80 (inversão dos sinais) De ordem institucional: novos instrumentos financeiros frente ao aumento dos riscos e incertezas Progresso técnico: redução de custos via informatização Mudanças de estratégia: operadores em escala global diversificam aplicações Políticas econômicas: aumentos dos juros de curto e longo prazo De ordem sistêmica: insuficiência de demanda e reestruturação produtiva 2º Passo: Riscos Sete tipos de risco envolvidos O risco de crédito, ou seja, quando o devedor torna-se insolvente. O risco de mercado que são as perdas decorrentes de queda no preço dos ativos. O risco de liquidação que se dá no descompasso de tempo entre uma operação de crédito e uma de débito. O risco de liquidez é a falta temporária de recursos para quitar um débito. O risco operacional que decorre da falha de controle ou de gerenciamento adequado das transações financeiras. O risco legal surge como resultado de imperfeições nos mecanismos jurídico e institucional que balizam as transações. Por fim, o risco sistêmico ocorre quando o sistema financeiro tem o seu funcionamento paralisado por um evento desestabilizador grave. 3º Passo: Volatilidade A volatilidade se expressa através de mudanças abruptas no preço e na quantidade do capital estrangeiro em um país. O impacto mais direto e imediato da volatilidade do investimento internacional sobre a vulnerabilidade dos países é decorrente do aumento do passivo externo de curto prazo. 7 visões sobre a volatilidade Visão liberal: volatilidade como o custo de se ter o mercado como alocador ótimo Visão diplomática: cooperação internacional como meio de superar a volatilidade Visão financeira: necessidade de um fundo que suprisse as eventuais faltas de capital externo Visão bancária: enfatiza a necessidade de regulação e supervisão das autoridades monetárias Visão tributária: taxação do movimento financeiro internacional como forma de reduzi-lo e de reduzir a sua volatilidade Visão keynesiana: políticas anti-inflacionárias levaram a um inchaço do setor financeiro Visão do Estado Nação: volatilidade gera vulnerabilidade, baixa liberalização como forma de defesa 3- Defina balanço de pagamentos (BOP) e posição de investimento internacional (PII). Discuta os principais determinantes dos blocos de contas do balanço de pagamentos. Discuta a importância da PII. 1º Passo: Definir o BOP BOP é o registro de todas as transações entre residentes e não residentes em um determinado período. Sendo assim, o BOP apresenta de forma resumida o saldo dos fluxos de bens, serviços, doações e ativos entre residentes e não residentes. Dado o método das partidas dobradas, o saldo é sempre zero. 2º Passo: Definir a PII A Posição Internacional de Investimento (PII) apresenta a diferença os ativos e os passivos externos da conta financeira (investimento direto, investimento de portifólio, outros investimentos e ativos de reservas) de um país em determinado período. O saldo PII é o equivalente ao passivo externo líquido, ou seja, PII positivo o país é credor face ao exterior, PII negativo o país é devedor face ao exterior. A importância da PII está no fato de ela mostrar a sustentabilidade e a estabilidade macro no front externo. 3º Passo: Analisar as contas do BOP 3 contas principais Conta Corrente: Bens e Serviços, incluindo os serviços com fatores de produção (juros, lucros, salários) Determinantes: renda, custos relativos, preços internacionais, capacidade ociosa, eficiência sistêmica, política comercial, taxa de câmbio, distribuição de riqueza e renda, expectativas Conta Capital-Financeira: principalmente o fluxo de divisas que envolve cessão ou aquisição de direitos Determinantes: taxas de juros, taxa de lucro, taxa de câmbio, liquidez internacional, crédito, dívida pública, controles diretos, expectativas Conta Erros e Omissões: residual 4- Quais são as funções do investimento internacional? Faça uma taxonomia (das funções e dos investimentos). 1º Passo: Principais Funções financiamento do crescimento econômico – investimento produtivo B) estabilização do ciclo econômico – por exemplo: enfrentamento de choque do petróleo, contenção da inflação por meio de US$ barato ou correção das finanças públicas. É o uso anticíclico do capital externo, na economia nacional; C) ajuste das contas externas – ajuste de déficit ou superávit no BOP Investimento internacional é a “[...] aquisição de direitos por parte de residentes de um país (de origem do capital) sobre residentes de um outro país (de destino do capital)” (p. 188, 3º parágrafo) 2º Passo: Taxonomia de capitais de curto prazo (com prazo de maturidade de até um ano); e B) de capitais de médio e longo prazo. OBS: Classificação frouxa (renovação de prazo e mercado secundário) Capitais de Longo Prazo: Dois tipos: Investimento Produtivo (IED) Investimento de Portfólio (IEI) Devemos observar que é difícil classificar a aquisição de capital de uma empresa como direto ou indireto. O FMI adota a compra de 10% como corte para o IED e o IEI Capitais de Curto Prazo: Quatro tipos: Autônomos: não são motivados pelas ações do governo ou pela evolução das demais contas do BOP (ex: financiamentos externos de curto prazo, capital de giro) Compensatórios: são uma contrapartida de outra transação com o exterior (ex: recursos para financiar as importações) Induzidos: dependem da variação da taxa de juros Especulativos:especulam com as variações da taxa de câmbio (AFRF/2002-1) Segundo o sistema de partidas dobradas, o registro de toda transação internacional no balanço de pagamentos: É realizado duas vezes, uma vez como crédito e uma vez como débito; É realizado apenas uma vez como crédito ou debito, de acordo com a natureza da operação; É realizado duas vezes na conta corrente ou na conta de capital; É realizado simultaneamente na conta de transações correntes e na conta de capital em uma delas como crédito, na outra, como débito; É realizado apenas uma vez, como débito ou crédito, em uma das contas do balanço de pagamentos. (AFNT/96) Os déficits no Balanço de Pagamentos de um determinado país: Decorrem fundamentalmente de déficits comerciais, mas também dependem do nível de reservas internacionais de que dispõe este país; Decorrem de desvalorizações cambiais, que aumentam a competitividade, mas tornam o produto exportado relativamente barato, reduzindo assim as receitas líquidas de exportações deste país; Ocorrem como conseqüência da elevação das taxas de juros internacionais, que incidem tanto sobre as exportações, reduzindo as receitas , quanto sobre as importações, que se tornam relativamente mais caras para este país; Decorrem, em geral, de déficits nas transações correntes (comércio visível e invisível), mas podem ocorrer, em casos muito particulares, em função de fluxos inesperados nas contas de transferências e/ou de capitais deste país; São consequência da falta de proteção adequada ao mercado interno deste país. Por esta razão, países com baixos níveis de proteção tarifária apresentam-se deficitários, enquanto países com níveis mais elevados de proteção dificilmente apresentam esta tipo de problema. (AFRF/2002-1) No que diz respeito ao equilíbrio do balanço de pagamentos, um país que apresente déficit na conta de transações correntes deve produzir: Superávit na balança comercial; Déficit na conta de capital; Superávit na conta de serviços; Superávit na conta de capital; Déficit na conta de serviços. (AFRF/2002-1) O Brasil apresentou, nos últimos anos, déficits na conta de transações correntes, o que significa que: O valor das importações de bens realizadas no período de um ano é superior ao valor das exportações de serviços no mesmo período; Houve saída de capitais, se considerado o desempenho da balança comercial, da balança de serviços e as transferências unilaterais; Os fluxos de investimento direto não têm sido suficientes para compensar a transferência de recursos para o exterior feita sob a forma de pagamento de serviços de dívida, remessa de lucros e amortização de empréstimos; As importações de bens e serviços têm sido financiadas por remessas de residentes no exterior e com a receita obtida com saldos comerciais e o recebimento de royalties; O pagamento de juros e royalties é superior ao montante de investimentos diretos recebidos.
Compartilhar