Buscar

AP v1 Comportamento Humano e Segurança no Trânsito 15122016 compilado

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 73 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Comportamento 
Humano e 
Segurança no 
Trânsito
SEST – Serviço Social do Transporte
SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte
Fale Conosco
0800 728 2891
ead.sestsenat.org.br 
Curso on-line – Comportamento Humano e 
Segurança no Trânsito – Brasília: Sest/Senat,
2016.
73 p. : il. – (EaD)
1. Segurança no trânsito. 2. Educação no
trânsito. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço 
Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. 
Título. 
CDU 656.25 
3
Sumário
Apresentação 5
Módulo 1 7
Unidade 1 | Trânsito em Linguagem Simples e sua Interface com a Psicologia 8
1. O Que É Trânsito 9
1.2 Como Ocorrem os Acidentes de Trânsito 11
1.3 Matriz de Haddon 14
Glossário 16
Atividades 17
Referências 19
Unidade 2 | Psicologia do Trânsito: Conceitos Básicos e Áreas de Abrangência 21
2. O Nascimento da Psicologia do Trânsito 22
2.1 Processos Psicológicos Envolvidos nos Comportamentos no Trânsito 24
2.2 Áreas de Abrangência da Psicologia do Trânsito 25
Glossário 26
Atividades 27
Referências 29
Unidade 3 | Psicologia do Trânsito: Contribuições e Perspectivas 31
3. Gênese da Psicologia do Trânsito 32
2. Preceitos Legais da Psicologia do Trânsito no Brasil 33
3. Psicologia do Trânsito no Brasil: Primeiros Passos, Estudos e Perspectivas 34
Glossário 35
Atividades 36
Referências 38
Módulo 2 40
Unidade 4 | Avaliação Psicológica no Contexto do Trânsito 41
4
1. Metodologia da Psicologia do Trânsito 42
2. Métodos e Instrumentos Utilizados em Avaliações Psicológicas 43
Glossário 45
Atividades 46
Referências 48
Unidade 5 | Fatores Humanos Relacionados aos Acidentes de Trânsito 50
1. Fatores Humanos Relacionados à Acidentalidade Viária 51
2. Comportamentos de Risco 54
Glossário 56
Atividades 57
Referências 59
Unidade 6 | Interfaces da Psicologia do Trânsito com Outras 
Áreas do Conhecimento 61
1. Interfaces da Psicologia do Trânsito com Outros Ramos da Psicologia 62
1.1 Disciplinas Psicológicas Básicas 63
1.2 Disciplinas Psicológicas Especializadas 64
1.3 Disciplinas Profissionalizantes 65
2. Interfaces da Psicologia do Trânsito com a Engenharia, Direito e Medicina 66
3. Interfaces da Psicologia do Trânsito com a Fisiologia, Farmacologia e Estatística 66
Glossário 67
Atividades 68
Referências 70
Gabarito 72
5
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) ao curso Comportamento Humano e Segurança no Trânsito ! 
Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de 
cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, 
você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e 
ajudar na compreensão do conteúdo. 
• O curso possui carga horária total de 40h e foi organizado em dois módulos e 6 
unidades, conforme a tabela a seguir.
Módulos Unidades Carga Horária
1
1 - Trânsito em Linguagem 
Simples e sua Interface com 
a Psicologia
7 horas
2 - Psicologia do Trânsito: 
Conceitos Básicos e Áreas 
de Abrangência
7 horas
3 - Psicologia do 
Trânsito: Contribuições e 
Perspectivas
7 horas
2
4 - Avaliação Psicológica no 
Contexto do Trânsito
6 horas
5 - Fatores Humanos 
Relacionados aos Acidentes 
de Trânsito
6 horas
6 - Interfaces da Psicologia 
do Trânsito com Outras 
Áreas do Conhecimento
7 horas
6
Fique atento! Para concluir o curso, você precisa:
a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas 
“Aulas Interativas”;
b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; 
c) responder à “Avaliação de Reação”; e
d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado.
Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de 
dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat.
org.br ou pelo telefone 0800 72 82 891.
Bons estudos!
Comportamento 
Humano e 
Segurança no 
Trânsito
MÓDULO 1
8
UNIDADE 1 | TRÂNSITO EM 
LINGUAGEM SIMPLES E SUA 
INTERFACE COM A PSICOLOGIA
9
Unidade 1 | Trânsito em Linguagem Simples e sua 
Interface com a Psicologia
 f Quais são os elementos que fazem parte da dinâmica do trânsito e as variáveis relacionadas aos acidentes? Qual área da Psicologia investiga os comportamentos humanos no contexto do trânsito? 
A Psicologia aplicada ao trânsito tem como objeto de investigação os comportamentos 
do trânsito. Para entender o que desencadeia os comportamentos é necessário resgatar 
conceitos pertinentes ao contexto em que estes se manifestam, o trânsito, assim como 
quais estratégias podem ser planejadas e deflagradas com a finalidade de influenciá-
los. Ressalta-se que muitos problemas de trânsito de natureza comportamental foram 
resolvidos mediante intervenções advindas das bases teóricas de outras áreas do 
conhecimento, além da Psicologia.
Abriremos esta unidade apresentando conceitos pertinentes ao trânsito. Posteriormente 
serão abordados os acidentes e os fatores que estão envolvidos em sua ocorrência. Por 
fim, será apresentada a Matriz de Haddon como técnica para análise dos acidentes.
1. O Que É Trânsito
Trânsito pode ser definido de diversas formas, no entanto, utilizaremos duas definições: 
“O conjunto de deslocamentos de pessoas e veículos nas vias 
públicas, dentro de um sistema convencional de normas, que 
tem por fim assegurar a integridade de seus participantes.” 
(ROZESTRATEN, 1988) 
 
“O conjunto de todos os deslocamentos diários, feitos pelas 
calçadas e vias da cidade, e que aparece na rua na forma da 
movimentação geral de pedestres e veículos”. (VASCONCELLOS, 
1998)
10
Três imagens Embora o trânsito remeta à invenção e popularização do automóvel, a 
partir do final do Século XIX, a preocupação com a organização do trânsito é bem mais 
antiga. Ainda no Império Romano já se proibia o tráfego de veículos em Roma durante 
o dia, assim como havia a limitação na circulação de carroças na urbis.
O vocábulo latino urbis significa cidade e tem como gênese a 
cidade por excelência: Roma (FERREIRA, 1995). Dele são 
derivados os vocábulos urbano e urbanidade.
O visionário Leonardo da Vinci, 
na Idade Média, buscava resolver 
os problemas de trânsito 
propondo a distribuição de 
passeios e leitos carroçáveis 
em níveis diferentes. No século 
XVII, em algumas cidades, já 
era proibido o estacionamento 
em algumas ruas, assim como 
já havia a determinação de mão 
única em outras. No entanto, só 
a partir do século XX, com a expansão da frota e do número de usuários de veículos 
motorizados é que se observou a necessidade da criação de normas mais rígidas para 
atender um sistema de trânsito complexo com a finalidade de reduzir o número de 
acidentes (ROZESTRATEN, 1988). 
O sistema de trânsito é composto por vários subsistemas, dentre os quais temos a via, 
as pessoas e o veículo. Eles estabelecem uma relação de estímulo/reação. Estratégias 
de Engenharia também podem repercutir junto ao condutor fomentando um trânsito 
mais seguro e fluido.
Conforme destacado por Rozestraten (1988), o comportamento pode ser resumido 
pelo seguinte esquema: S-R, em que S é o estímulo e R a resposta, a sensação ou a 
manifestação de um comportamento. 
No que diz respeito ao comportamento no contexto do trânsito, Campos (1978) 
pondera: “A formação de atitudes, e, portanto, de comportamentos habituais, depende 
da personalidade de cada motorista dentro, porém, de um contexto ou clima a que, 
consciente ou inconsciente, deverá se adaptar”. 
11
1.2 Como Ocorrem os Acidentes de Trânsito
Para entender como ocorrem os acidentes é necessário definir o que seja um, assim 
como quais sejam as variáveis concorrentes para o referidodesfecho. Beux (1986) 
define:
“[...] um somatório de falhas que um ou mais dos três elementos 
que o integram – pista, veículo e homem – não foram capazes de 
superar; [...] é a resultante final da interação de eventos que têm 
sua origem em condições ou circunstâncias psicológicas, físicas, 
fisiológicas etc., do agressor ou da própria vítima; [...] é um fato 
técnico-humano que tem como protagonistas o elemento 
humano, o veículo, a via pública e o ambiente, o qual é antecedido 
e provocado ou relacionado, sobretudo, a conotações humanas 
– físicas, fisiológicas, orgânicas, psíquicas, psicofisiológicas, 
mentais, socioeconômicas ou morais. Trata-se de um evento 
onde, via de regra, há interação do condutor (com os 
componentes e fatores da sua personalidade), do veículo, da via 
e do ambiente”.
Ferraz, Raia Júnior e Bezerra (2008) já oferecem a seguinte definição: 
“[...] um evento envolvendo um ou mais veículos, motorizados 
ou não, em movimento por uma via, que provoca ferimentos em 
pessoas e/ou danos físicos em veículos e/ou objetos de outra 
natureza (poste, muro, edificação, sinal de trânsito, propaganda 
comercial etc.)”. 
Shinar (1978) ainda define: 
“Uma desavença não intencionada no trânsito, que implica 
algum dano e é noticiada à polícia”.
12
Ferraz et al. (2012) salientam que “também deveria ser considerado um acidente de 
trânsito a queda de um pedestre, pois a definição de trânsito engloba a movimentação 
de veículos e pessoas”. Os autores destacam que, via de regra, episódios dessa natureza 
são considerados acidentes comuns e não necessariamente acidentes de trânsito.
 h
Reflita acerca da seguinte situação hipotética considerando os 
conceitos apresentados para acidente de trânsito: 
 
Maria vai ao trabalho utilizando transporte público coletivo. A 
linha de ônibus que serve ao local de moradia de Maria está 
sempre cheia e, de um modo geral, os passageiros ficam de pé. 
Em certa ocasião, após uma freada brusca, Maria cai dentro do 
ônibus, machucando-se. Para você, esse episódio deveria ser 
considerado um acidente de trânsito?
Para a análise de um acidente, há que se considerar algumas variáveis que contribuem 
isoladamente ou ao mesmo tempo para sua ocorrência: fatores humanos, fatores 
relativos ao veículo, fatores relativos à via e ambiente construído, e fatores institucionais. 
De um modo geral, os acidentes classificam-se em: acidente sem vítima; acidente com 
vítima; e atropelamento. O acidente fatal é aquele em que há pelo menos um caso de 
óbito entre os vitimados (GOLD, 1998).
Ferraz et al. (2012) ainda listam os seguintes tipos de acidente: 
Colisão Traseira: acidente envolvendo dois veículos que se movimentam numa mesma 
direção e no mesmo sentido. Ocorre, em geral, quando o veículo da frente freia 
bruscamente e não há tempo para o veículo de trás frear, pela proximidade ou alta 
velocidade.
Colisão Frontal: acidente envolvendo dois veículos que se movimentam numa mesma 
direção e em sentidos contrários. Ocorre, em geral, quando um veículo invade o sentido 
contrário por ultrapassagem inadequada ou perda de controle da direção.
Colisão Transversal ou Abalroamento transversal: acidente envolvendo veículos que 
se movimentam em direções aproximadamente perpendiculares. Ocorre geralmente 
em cruzamentos, quando um dos veículos avança inadvertidamente um sinal de Pare 
ou Dê Preferência.
13
Colisão Lateral: acidente envolvendo veículos que se movimentam em uma mesma 
direção, no mesmo sentido ou em sentidos contrários, quando um deles afasta-se da 
sua trajetória e colide lateralmente com outro que está ao lado.
Choque: colisão de veículo em movimento com um obstáculo fixo.
Atropelamento: colisão de um veículo em movimento com um ou mais pedestres (ou 
animais) podendo ocorrer dentro ou fora da pista.
Tombamento: acidente no qual o veículo tomba sobre uma de suas partes laterais, a 
qual fica em contato com o chão.
Capotagem: acidente no qual o veículo gira em torno de si mesmo com o teto tomando 
contato com o chão pelo menos uma vez.
Engavetamento: acidente envolvendo três ou mais veículos movimentando-se em 
uma direção, em um mesmo sentido ou sentidos contrários.
Outros: acidentes de trânsito que não se enquadram em nenhum dos tipos anteriores.
Destaca-se que, em alguns contextos, o acidente pode ser enquadrado em mais de um 
tipo.
Observe que alguns tipos de acidente podem ter relação direta com o comportamento 
do condutor: por imprudência, por falta de atenção, por comportamento agressivo, por 
inabilidade, por erro de julgamento, por consumo de álcool e substâncias psicoativas 
etc. 
Os fatores humanos presentes num acidente dizem respeito às causas vinculadas aos 
comportamentos das pessoas, entre eles estresse, alcoolemia, desconhecimento do 
trajeto, distração ao volante etc. (GOLD, 1998).
Destaca-se a prevalência de fatores humanos nos desfechos de acidente. 
14
1.3 Matriz de Haddon
Para a interpretação ou prevenção de acidentes de trânsito, especialistas em Segurança 
Viária e/ou órgãos de fiscalização utilizam a chamada Matriz de Haddon, apresentada 
a seguir (OMS, 2011):
Tabela 1: Modelo Básico da Matriz de Haddon
 h
Para aprimorar a aplicação dos conhecimentos adquiridos até 
aqui, selecione um caso real de acidente de trânsito e procure 
identificar os fatores humanos que influenciaram em sua 
ocorrência, refletindo sobre cada uma das fases elencadas pela 
Matriz de Haddon. Os jornais de circulação local poderão servir 
como fonte de coleta de dados e informações.
Destaca-se que, para a materialização de um trânsito seguro, três variáveis são 
consideradas: a engenharia, o policiamento e a educação. Nos Estados Unidos, tem-
se o conjunto: Education, Engineering e Enforcement, incluída nesta última variável a 
legislação e o policiamento (fiscalização e imposição de letras normativas), que acabam 
por influenciar os comportamentos no contexto do trânsito. 
Fase
Fatores
Humanos
Veículos e 
Equipamentos
Ambiente
Pré-
acidente
Prevenção do 
acidente
Acidente
Prevenção de 
ferimentos 
durante o 
acidente
Pós-
acidente
Preservação da 
vida
15
 b Para conhecer um pouco mais sobre ações governamentais voltadas para a segurança no trânsito, consulte o link a seguir, em que informações sobre acordo internacional relativos ao 
trânsito são mostrados. 
 
h t t p : / / w w w. d e n a t r a n . g o v. b r/ c a m p a n h a s / s e m a n a /
semananacional.htm 
Resumindo 
 
A Psicologia de trânsito estuda todos os comportamentos humanos no 
contexto do trânsito. 
 
A Psicologia voltada ao trânsito oferta contribuições por dimensionar e 
interpretar os fatores e processos internos e externos, conscientes e 
inconscientes que determinam os comportamentos no trânsito. 
 
Para a avaliação da ocorrência de um acidente, há que se considerar os 
fatores pertinentes à via, ao veículo e ao homem, sendo que se observa a 
prevalência do fator humano. Os acidentes podem ser considerados uma 
doença social (NEVES, 2002), recrutando a colaboração de várias áreas do 
conhecimento.
16
Glossário
Desencadeia: desencadear, separar ou separar(-se) [coisas ligadas por qualquer tipo 
de elo ou conexão]; desunir(-se), soltar(-se). 
Dinâmica: Conceito da área da física, da música ou da psicologia, no caso da dinâmica 
de grupo.
Perpendiculares: que se intercepta em ângulo reto (diz-se de retas ou planos).
Pertinentes: Também designa algo oportuno ou apropriado. É uma palavra usada 
quando se pretende evidenciar algo que aconteceu a propósito.
17
 d
1) Assinale a alternativa correta: 
 
a. ( ) A Psicologia de trânsito é restritiva ao estudo do 
comportamento dos usuários da via. 
 
b. ( ) Medidas de Engenharia de Tráfego não são capazesde 
influenciar os comportamentos no contexto do trânsito. 
 
c. ( ) O comportamento pode ser resumido pelo esquema S-R, 
em que S diz respeito ao estímulo e R à resposta, sensação ou 
manifestação de um comportamento. 
 
d. ( ) Para a avaliação da ocorrência de um acidente, não é 
necessário considerar os fatores pertinentes à via, ao veículo e 
ao homem, sendo que se observa a prevalência do fator 
humano. 
 
2) Em sequência as palavras que completam corretamente 
essas lacunas são: 
 
Para a interpretação da ocorrência de um desfecho de acidente 
são considerados três fatores: ______________, 
____________________ e _____________. 
 
a. ( ) humanos, veículos/equipamentos e ambiente 
 
b. ( ) infratores, pós-acidente e ambiente 
 
c. ( ) humanos, vítimas e governo 
 
d. ( ) ambiente, acidentes e vítimas
Atividades
18
3) Analise o caso e selecione quais dos fatores podem 
favorecer a ocorrência de um acidente: 
 
Um bancário, após um dia estressante de trabalho, sai com os 
colegas para um happy hour. No local, consome 2 doses de 
whisky. Após 2 horas de conversa, resolve se dirigir para casa. 
Com pressa para chegar, descumpre a velocidade máxima 
definida para a via nos locais onde não existiam pardais. 
 
a. ( ) Fator humano. 
 
b. ( ) Fator veicular ou de equipamentos. 
 
c. ( ) Fator ambiental. 
 
d. ( ) Fator de fiscalização. 
 
4) O comportamento humano pode ser resumido por qual 
binômio? 
 
a. ( ) S-R. 
 
b. ( ) S-V. 
 
c. ( ) R-S. 
 
d. ( ) V-R.
19
Referências
BEUX, A. O homem e o massacre motorizado: delitos de trânsito. Porto Alegre: 
Arlindo Beux, 1986.
CAMPOS, F. O fator humano e os acidentes de trânsito. Arq. Bras. Psi. Apl., v. 30, n. 3, 
p. 3-24, 1978.
CARVALHO, L. F. Justificam-se os construtos psicológicos avaliados no contexto 
do trânsito? Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: <http://www.
ibapnet.org.br/?cd=65>. Acesso em: 10 nov. 2015.
CFP. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Seminário Psicologia do Trânsito em 
Trânsito pelo Brasil, 2012. Disponível em: <http://transito.cfp.org.br/>. Acesso em: 10 
nov. 2015.
CONTRAN. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 267 de 15 de fevereiro 
de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 
4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.denatran.
gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_267.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FERRAZ, C. et al. Segurança Viária. São Carlos – SP: Suprema Gráfica e Editora, 2012.
FERRAZ, A. C. P. C.; Raia Júnior, A. A.; Bezerra, B.S. Segurança no Trânsito. São Carlos: 
NEST, 2008.
FIORI, L. G.; CANEDA, C. R. G. Avaliação psicológica no trânsito: produção científica 
dos últimos dez anos. V. 6, n. 1, p. 10-17, 2014.
GOLD, P. A. Segurança de Trânsito: aplicação de Engenharia para reduzir acidentes. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
HOFFAMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos. 
Psicologia: Pesquisa e Trânsito, v. 1, n. 1, p. 17-24, 2005.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Manual de Treinamento: prevenção de 
lesões causadas pelo trânsito. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/prevencao_lesao_causadas_transito.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
20
NUNES, J. L. R. Síndrome de Ícaro: a educação infantil e a Segurança no Trânsito 
Brasileiro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito; o que é e para que serve. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 1, n. 1, p. 141-143, 1981.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São 
Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SAMPAIO, M. H. L.; NAKANO, T. C. Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão 
de pesquisas brasileiras. Psicologia: Teoria e Prática, v. 13, n. 1, p. 15-33, 2011.
SHINAR, D. Psychology on the road, the human fator in traffic safety. Nova York: J. 
Wiley&Songs, 1978. 
SILVA, F. H. V. C. A Psicologia do Trânsito e os 50 anos de profissão no Brasil. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 32, (n especial), p. 176-193, 2012. 
SILVA, F. H. V. C.; GÜNTHER, H. Psicologia do Trânsito no Brasil: de onde veio e para 
onde caminha? Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 163-175, 2009.
TEBALDI, E.; FERREIRA, V. R. T. Comportamentos no trânsito e causas de agressividade. 
Revista de Psicologia da UnC, v. 2, n. 1, p.15-22, 2004. 
VASCONCELLOS, E. A. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1998.
21
UNIDADE 2 | PSICOLOGIA DO 
TRÂNSITO: CONCEITOS BÁSICOS 
E ÁREAS DE ABRANGÊNCIA
22
Unidade 2 | Psicologia do Trânsito: Conceitos 
Básicos e Áreas de Abrangência
 f Como surgiu a Psicologia voltada ao trânsito? Essa Psicologia estuda os comportamentos nesse contexto. Quais são seus preceitos teóricos? 
A Psicologia voltada ao trânsito está inserida no campo da ciência da Psicologia. Seus 
conceitos e o desenvolvimento das teorias surgiram inicialmente com vistas à realização 
de testes psicotécnicos. Em meados do século XX, a abrangência ampliou-se em atenção 
à necessidade de se compreenderem os comportamentos dos condutores. Seus conceitos e 
estudos podem subsidiar e influenciar nas tomadas de decisão por parte das autoridades, 
assim como os modelos de formação, capacitação e reciclagem de condutores.
Nesta unidade, apresentaremos a gênese da Psicologia do Trânsito e os principais conceitos 
que a fundamentam. A unidade é finalizada com a sinalização das áreas de abrangência 
da Psicologia voltada ao trânsito.
2. O Nascimento da Psicologia do Trânsito
Conforme já visto, a Psicologia do Trânsito estuda os comportamentos no trânsito. 
É um dos ramos da Psicologia que também abrange: Psicologia do Trabalho, 
Psicologia Clínica, Psicologia Escolar, Psicologia Social Aplicada, Psicologia Evolutiva, 
Psicopedagogia, Psicometria e testes, Psicologia Sensorial, Psicologia Cognitiva entre 
outros. A Psicologia do Trânsito é um ramo da Psicologia em que são estudados os 
comportamentos humanos no trânsito. Em síntese, “é o estudo dos comportamentos-
deslocamentos no trânsito e de suas causas” (ROZESTRAN, 1988).
Segundo Rozestraten (1981), os comportamentos são bastante complexos, e podem 
incluir: processo de atenção, processo de detecção, processo de diferenciação, processo 
de percepção, processo de aprendizagem, tomada e processamento de informação, 
memória a curto e longo prazo, conhecimento e domínio de normas e símbolos, 
motivação, tomada de decisão, automatismos perceptomotores, capacidade de 
reagir prontamente, previsão e antecipação de situações.
23
Rozestraten (1981) destaca, ainda, que 
a Psicologia do Trânsito nasceu como 
consequência de numerosas pesquisas em 
dezenas de institutos, laboratórios e centros 
de pesquisa, e Hoffmann (2005) a conceitua 
como “o estudo do comportamento do 
usuário das vias e dos fenômenos/processos 
psicossociais subjacentes ao comportamento”.
Os comportamentos podem ser observados 
por dois prismas: aqueles diretos como, por 
exemplo, o comportamento do pedestre que coincide com o movimento corporal, e 
os indiretos, como, por exemplo, o comportamento do veículo orientado por uma ação 
do condutor. 
O trabalho do psicólogo no estudo e análise dos comportamentos no contexto do 
trânsito se deu inicialmente na modalidade de aplicação de testes psicológicos 
destinados à obtenção da habilitação. Os testes eram realizados sem a precedência de 
estudos científicos acerca dos processos psicológicos inerentes ao ato de dirigir. Eram 
apreciadas capacidades pontuais sem a observação detalhada do desempenho geral 
da ação (ROZESTRATEN, 1988).Algumas variáveis influenciam na forma de 
se relacionar no trânsito e a manifestação de 
comportamentos, entre as quais se destacam: 
faixa etária; tipo de interação com o veículo 
(condutor comum, condutor profissional); 
tempo de habilitação; personalidade do 
condutor; papel ocupado no contexto do 
trânsito (pedestre, motorista, usuário de 
transporte coletivo, ciclista, motociclista). 
24
 b Para refletir sobre a personalidade de condutores, assista ao famoso episódio de desenho animado da Walt Disney, “Pateta no Trânsito – Senhor Volante”, datado de 1950, disponível no 
link a seguir. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=fW3m5I-5d-E&feature=youtu.be
2.1 Processos Psicológicos Envolvidos nos Comportamentos 
no Trânsito
Os processos psicológicos inerentes aos comportamentos no trânsito podem ser 
analisados a partir de algumas teorias: behaviorismo restrito; behaviorismo mitigado; 
e cognitivismo. 
O vocábulo behavior é de origem inglesa e quer dizer na língua 
portuguesa comportamento. 
Em síntese, as abordagens oferecem as seguintes considerações conforme destacado 
por Rozestraten (1988):
Behaviorismo restrito: considera o estímulo ou a situação como fator determinante 
capaz de provocar determinado comportamento, ou seja, o comportamento é a 
resposta ao estímulo;
Behaviorismo mitigado: a resposta (comportamento) não é determinada e/ou causada 
apenas pelos estímulos, mas também influenciada por experiências e aprendizagens 
anteriores;
Cognitivismo: o intervalo entre um estímulo e a resposta é constituído por 
algumas etapas: tomada de informações (indícios); processamento de informações 
(compreensão, seleção funcional e previsão); tomada de decisão (compreensão da 
situação e a ação); resposta (comportamento observável); e feedback (observação do 
comportamento indireto e seu ajustamento, quando necessário, ao desejado).
25
2.2 Áreas de Abrangência da Psicologia do Trânsito
Conforme destacado anteriormente, o espaço de atuação da Psicologia do Trânsito 
vai para além dos testes psicotécnicos. A seguir, serão apresentados alguns espaços 
em que se recrutam os fundamentos teóricos deste ramo do conhecimento, assim 
como as habilidades dos profissionais que são especialistas na área (ROZESTRATEN, 
1988): Estudos observacionais do comportamento diferencial no contexto do 
trânsito; pesquisas acerca dos meios psicológicos de controle do comportamento dos 
participantes no trânsito; estudo dos acidentes de trânsito investigando as causas 
psicológicas; pesquisa e elaboração de métodos psicológicos mais efetivos para 
preparar a população para novas leis e normas de trânsito, através dos diversos meios 
de comunicação de massa; pesquisa sobre meios psicológicos capazes de prevenir 
acidentes de trânsito etc. 
Tendo em vista a grande abrangência da Psicologia do Trânsito, identificam-se 
oportunidades de contribuições (ROZESTRATEN, 1981; FERRAZ et al., 2012), além dos 
conhecimentos dos comportamentos e aplicação de testes. 
Resumindo 
 
A Psicologia do Trânsito é um dos ramos da Psicologia. 
 
Por estudar um sistema complexo, a Psicologia do Trânsito requer o 
estabelecimento de interfaces com outras áreas do conhecimento. 
 
As contribuições da Psicologia do Trânsito transcendem a aplicação de 
testes psicotécnicos com vistas à habilitação. 
26
Glossário
Automatismos perceptomotores: A Psicologia que estuda, o comportamento dos 
pedestres - de todas as idades -, do motorista amador e profissional, do motoqueiro, 
do ciclista, dos passageiros e do motorista de coletivos.
Contexto: inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação.
Psicotécnicos: Processo que pressupõe a utilização de recursos para abordar os dados 
psicológicos de forma sistemática.
27
 d
1) Relacione os conceitos às suas respectivas 
nomenclaturas. 
 
(1) Cognitivismo 
 
(2) Behaviorismo restrito 
 
(3) Behaviorismo mitigado 
 
a. ( ) Considera o estímulo ou a situação como fator 
determinante capaz de provocar determinado comportamento. 
 
b. ( ) A resposta não é determinada e/ou suscitada apenas 
pelos estímulos, mas também é influenciada por experiências e 
aprendizagens anteriores. 
 
c. ( ) O intervalo entre um estímulo e a resposta é constituído 
por algumas etapas. 
 
2) Assinale a alternativa correta acerca da Psicologia do 
Trânsito. 
 
a. ( ) A Psicologia do Trânsito estuda apenas comportamentos-
padrão no contexto do trânsito. 
 
b. ( ) A aplicação da Psicologia do Trânsito é restritiva aos 
testes psicotécnicos. 
 
c. ( ) As contribuições da Psicologia do Trânsito podem 
impactar na segurança viária. 
 
d. ( ) A Psicologia do Trânsito evita suas bases teóricas 
explicações de como se dá o funcionamento do corpo humano 
em perspectiva sistêmica.
Atividades
28
3) Das variáveis relacionadas abaixo, assinale aquela que não 
está relacionada ao comportamento. 
 
a. ( ) Motivação. 
 
b. ( ) Tomada de decisão. 
 
c. ( ) Condições da via. 
 
d. ( ) nenhuma das alternativas acima 
 
4) Marque a alternativa errada tendo em vista os ramos da 
Psicologia. 
 
a. ( ) Psicologia Clínica 
 
b. ( ) Psicologia da Amostragem 
 
c. ( ) Psicologia do Trânsito 
 
d. ( ) Nenhuma das alternativas
29
Referências
BEUX, A. O homem e o massacre motorizado: delitos de trânsito. Porto Alegre: 
Arlindo Beux, 1986.
CAMPOS, F. O fator humano e os acidentes de trânsito. Arq. Bras. Psi. Apl., v. 30, n. 3, 
p. 3-24, 1978.
CARVALHO, L. F. Justificam-se os construtos psicológicos avaliados no contexto 
do trânsito? Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: <http://www.
ibapnet.org.br/?cd=65>. Acesso em: 10 nov. 2015.
CFP. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Seminário Psicologia do Trânsito em 
Trânsito pelo Brasil, 2012. Disponível em: <http://transito.cfp.org.br/>. Acesso em: 10 
nov. 2015.
CONTRAN. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 267 de 15 de fevereiro 
de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 
4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.denatran.
gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_267.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FERRAZ, C. et al. Segurança Viária. São Carlos – SP: Suprema Gráfica e Editora, 2012.
FERRAZ, A. C. P. C.; Raia Júnior, A. A.; Bezerra, B.S. Segurança no Trânsito. São Carlos: 
NEST, 2008.
FIORI, L. G.; CANEDA, C. R. G. Avaliação psicológica no trânsito: produção científica 
dos últimos dez anos. V. 6, n. 1, p. 10-17, 2014.
GOLD, P. A. Segurança de Trânsito: aplicação de Engenharia para reduzir acidentes. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
HOFFAMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos. 
Psicologia: Pesquisa e Trânsito, v. 1, n. 1, p. 17-24, 2005.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Manual de Treinamento: prevenção de 
lesões causadas pelo trânsito. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/prevencao_lesao_causadas_transito.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
30
NUNES, J. L. R. Síndrome de Ícaro: a educação infantil e a Segurança no Trânsito 
Brasileiro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito; o que é e para que serve. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 1, n. 1, p. 141-143, 1981.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São 
Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SAMPAIO, M. H. L.; NAKANO, T. C. Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão 
de pesquisas brasileiras. Psicologia: Teoria e Prática, v. 13, n. 1, p. 15-33, 2011.
SHINAR, D. Psychologyon the road, the human fator in traffic safety. Nova York: J. 
Wiley&Songs, 1978. 
SILVA, F. H. V. C. A Psicologia do Trânsito e os 50 anos de profissão no Brasil. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 32, (n especial), p. 176-193, 2012. 
SILVA, F. H. V. C.; GÜNTHER, H. Psicologia do Trânsito no Brasil: de onde veio e para 
onde caminha? Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 163-175, 2009.
TEBALDI, E.; FERREIRA, V. R. T. Comportamentos no trânsito e causas de agressividade. 
Revista de Psicologia da UnC, v. 2, n. 1, p.15-22, 2004. 
VASCONCELLOS, E. A. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1998.
31
UNIDADE 3 | PSICOLOGIA DO 
TRÂNSITO: CONTRIBUIÇÕES E 
PERSPECTIVAS
32
Unidade 3 | Psicologia do Trânsito: Contribuições e 
Perspectivas
 f Como se deu a gênese da Psicologia do Trânsito no Brasil? Quais foram as principais influências que orientaram o modelo brasileiro? Você conhece os marcos legais que orientam o 
exercício da Psicologia do Trânsito no Brasil?
Nas últimas décadas a Psicologia do Trânsito tem-se consolidado como área de pesquisa 
na compreensão dos comportamentos, propiciando a oferta de estudos e trabalhos com 
vias a subsidiar estratégias que tenham como meta a redução dos acidentes de trânsito. 
Nesta unidade apresentaremos os contornos que a Psicologia do Trânsito tem ganhado 
nas últimas décadas, inclusive em seu aspecto legal, suas contribuições e as perspectivas 
futuras para o ramo do conhecimento, com ênfase no contexto brasileiro.
3. Gênese da Psicologia do Trânsito
As raízes da Psicologia do Trânsito no Brasil 
coincidem com a expansão do modal rodoviário. 
Em meados do século XX, a locomoção por meio 
de trens e bondes deram lugar aos automóveis. 
A indústria automobilística representava o ideal 
desenvolvimentista da época (FERREIRA; BASSI, 
2011). Tal panorama demandou às autoridades 
a necessidade de confecção e desenvolvimento 
de ações preventivas aos conflitos e acidentes no 
trânsito e a aferição da aptidão para a direção, 
entre as quais se elencam a avaliação médica e os 
testes psicotécnicos. 
No que diz respeito às avalições das condições psíquicas dos candidatos à habilitação, 
o Brasil seguiu os parâmetros estrangeiros a partir de trabalhos científicos oriundos 
da Alemanha, França, Estados Unidos e Espanha, uma vez que o Brasil, à época, não 
33
contava com trabalhos originais, ou, quando existentes, estavam ainda em situação 
inicial. As produções de referência tinham como objeto de investigação o fator 
humano, estabelecendo relação estreita na avaliação/motorista profissional. Buscava-
se identificar os indivíduos aptos ao ofício (SILVA; GÜNTHER, 2009).
2. Preceitos Legais da Psicologia do Trânsito no Brasil
A partir da observação da necessidade do estabelecimento de regras para a realização 
da avaliação junto aos motoristas, foram criados os marcos legais. Destaca-se que, 
inicialmente, eram os engenheiros os responsáveis por essas aferições. 
O Decreto-Lei nº 9.545/1945 torna obrigatória a realização de testes psicotécnicos 
como pré-requisito à obtenção da habilitação. O histórico dos Códigos de Trânsito 
Brasileiros traz a seguinte sequência: 1941, 1966 e a Lei 9.503/1997 que institui o novo 
Código. Com a Lei 9.602/1998 resgata-se a obrigatoriedade dos exames psicológicos. 
A Lei 10.350/2001 traz a obrigatoriedade dos exames periódicos. 
A profissão de psicólogo é oficializada por meio da Lei 4.119/1964. Em 1968, são 
regulamentados os serviços psicotécnicos nos Departamentos de Trânsito, novo 
espaço de inserção dos psicólogos (SILVA; GÜNTHER, 2009).
A seguir serão apresentadas as Resoluções do CONTRAN e CFP que incidem no trabalho 
do psicólogo (SILVA, 2012): nº 51/1998, nº 80/1998, nº 168/2004, nº 267/2008, nº 
283/2008 e nº 300/2008.
Por se tratar de interface entre dois órgãos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) 
também trouxe suas diretrizes (SILVA, 2012): nº 012/2000, nº 007/2009, nº 009/2011e 
nº 425/2012.
34
 e
Conforme destaca Silva (2012), a Psicologia do Trânsito e a 
atuação do psicólogo nessa área têm sido orientados por 
decretos-lei, leis e resoluções. No âmbito dos DETRANs e 
clínicas, a Psicologia tem consolidado espaço de atuação para o 
psicólogo, tentando superar o foco de sua atuação para além do 
motorista – postulando contribuições à construção e ao 
aprimoramento de políticas públicas. 
3. Psicologia do Trânsito no Brasil: Primeiros Passos, Estudos 
e Perspectivas
No desenvolvimento da Psicologia do Trânsito no Brasil, tem-se como um de seus 
precursores o autor Rozestraten. Suas pesquisas e contribuições lançaram as bases 
para a estruturação da Psicologia do Trânsito no Brasil.
A Psicologia do Trânsito passa a tomar fôlego no Brasil a partir da criação do primeiro 
grupo de pesquisa em Psicologia do Trânsito em 1983, na Universidade de Uberlândia 
– criação da Revista Psicologia: Pesquisa e Trânsito e a oferta das primeiras disciplinas 
na graduação voltadas para o tema.
 b Para aprofundar um pouco mais acerca de Psicologia, trânsito e estudos de caráter científico, consulte a obra “Comportamento Humano no Trânsito”, dos autores Hoffmann et al., a partir do 
link a seguir. 
 
https://books.google.com.br/books/about/Comportamento_
humano_no_tr%C3%A2nsito.html?hl=pt-BR&id=Mm7KEjD5tFgC
As perspectivas de atuação do psicólogo e contribuições da Psicologia do Trânsito vão 
desde as avaliações psicológicas utilizadas nos processos de habilitação a investigação 
de comportamentos no contexto do trânsito, perscrutando quais são os fatores internos 
35
e externos que os acionam, pesquisas e intervenções junto a acidentados voltadas à 
reabilitação e caráter clínico, e até as contribuições na elaboração e aprimoramento de 
políticas públicas. 
Resumindo 
 
A Psicologia do Trânsito constitui-se como um ramo do conhecimento 
fundamentado em preceitos legais e teóricos. 
 
A Psicologia do Trânsito oferece uma grande gama de possibilidades de 
contribuições e espaços de atuação para o psicólogo. 
 
O Desenvolvimento da Psicologia do Trânsito tem espaço de grande 
proveito nas universidades.
Glossário
Condições psíquicas: referente ao que diz respeito ao cérebro e a sua ampla 
funcionalidade coordenadora do corpo e seus sentidos. 
Precursores: Pioneiros, anunciadores, dianteiros, prenunciadores.
Propiciando: propiciar, Tornar favorável; ajudar a acontecer; proporcionar o 
acontecimento.
36
 d
1) Julgue a afirmação seguinte colocando V, caso seja 
verdadeira, e F, caso seja falsa. 
 
A profissão de psicólogo, no Brasil, ainda não é regulamentada 
e, por esse motivo, cabe aos engenheiros realizarem as 
avaliações psicológicas junto a futuros candidatos à 
habilitação. 
 
( ) verdadeiro ( ) falso 
 
2) São Resoluções do Conselho Federal de Psicologia, 
exceto: 
 
a. ( ) Nº 012/2000. 
 
b. ( ) Nº 007/2009. 
 
c. ( ) Nº 009/2011. 
 
d. ( ) Nº 016/2002. 
 
e. ( ) Nº 267/2008. 
 
3) Complete a frase utilizando a caixa de opções a seguir. 
 
França Turquia Alemanha Rússia Espanha 
Estados Unidos Nigéria 
 
No que diz respeito às avaliações das condições psíquicas dos 
candidatos à habilitação, o Brasil seguiu os parâmetros 
estrangeiros a partir de trabalhos científicos oriundos da 
_____________, _____________, ____________ e 
_____________________. 
Atividades
37
4) Marque a alternativa correta sobre quem é considerado 
um dos percussores da Psicologia do Trânsito no Brasil. 
 
a. ( ) Prof. Mota 
 
b. ( ) Prof. Vasconcelos 
 
c. ( ) Prof. Rozestraten 
 
d. ( ) Prof. Pasquale
38
Referências
BEUX, A. O homem e o massacre motorizado: delitos de trânsito. Porto Alegre: 
Arlindo Beux, 1986.
CAMPOS, F. O fator humano e os acidentes de trânsito. Arq. Bras.Psi. Apl., v. 30, n. 3, 
p. 3-24, 1978.
CARVALHO, L. F. Justificam-se os construtos psicológicos avaliados no contexto 
do trânsito? Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: <http://www.
ibapnet.org.br/?cd=65>. Acesso em: 10 nov. 2015.
CFP. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Seminário Psicologia do Trânsito em 
Trânsito pelo Brasil, 2012. Disponível em: <http://transito.cfp.org.br/>. Acesso em: 10 
nov. 2015.
CONTRAN. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 267 de 15 de fevereiro 
de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 
4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.denatran.
gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_267.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FERRAZ, C. et al. Segurança Viária. São Carlos – SP: Suprema Gráfica e Editora, 2012.
FERRAZ, A. C. P. C.; Raia Júnior, A. A.; Bezerra, B.S. Segurança no Trânsito. São Carlos: 
NEST, 2008.
FIORI, L. G.; CANEDA, C. R. G. Avaliação psicológica no trânsito: produção científica 
dos últimos dez anos. V. 6, n. 1, p. 10-17, 2014.
GOLD, P. A. Segurança de Trânsito: aplicação de Engenharia para reduzir acidentes. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
HOFFAMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos. 
Psicologia: Pesquisa e Trânsito, v. 1, n. 1, p. 17-24, 2005.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Manual de Treinamento: prevenção de 
lesões causadas pelo trânsito. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/prevencao_lesao_causadas_transito.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
39
NUNES, J. L. R. Síndrome de Ícaro: a educação infantil e a Segurança no Trânsito 
Brasileiro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito; o que é e para que serve. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 1, n. 1, p. 141-143, 1981.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São 
Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SAMPAIO, M. H. L.; NAKANO, T. C. Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão 
de pesquisas brasileiras. Psicologia: Teoria e Prática, v. 13, n. 1, p. 15-33, 2011.
SHINAR, D. Psychology on the road, the human fator in traffic safety. Nova York: J. 
Wiley&Songs, 1978. 
SILVA, F. H. V. C. A Psicologia do Trânsito e os 50 anos de profissão no Brasil. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 32, (n especial), p. 176-193, 2012. 
SILVA, F. H. V. C.; GÜNTHER, H. Psicologia do Trânsito no Brasil: de onde veio e para 
onde caminha? Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 163-175, 2009.
TEBALDI, E.; FERREIRA, V. R. T. Comportamentos no trânsito e causas de agressividade. 
Revista de Psicologia da UnC, v. 2, n. 1, p.15-22, 2004. 
VASCONCELLOS, E. A. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1998.
Comportamento 
Humano e 
Segurança no 
Trânsito
MÓDULO 2
41
UNIDADE 4 | AVALIAÇÃO 
PSICOLÓGICA NO CONTEXTO 
DO TRÂNSITO
42
Unidade 4 | Avaliação Psicológica no Contexto do 
Trânsito
 f Você conhece as produções científicas em Psicologia do Trânsito? Você sabia que muito do que é pesquisado na academia pode servir de subsídio às ações governamentais? Você sabe o que é 
conhecimento empírico e teórico? 
A Psicologia do Trânsito é orientada por preceitos teóricos básicos e abordagens 
específicas. A consolidação desses parâmetros advém de pesquisas e estudos de natureza 
empírica e teórica realizados em espaços acadêmicos, núcleos de estudos, e mesmo em 
âmbito institucional. Para a realização de aferições psicológicas voltadas para o contexto 
do trânsito, são observados parâmetros legais, assim como as bases teóricas mencionadas.
Nesta unidade, apresentaremos as abordagens psicológicas utilizadas nos exames 
psicológicos tendo como fontes a academia e preceitos legais. 
1. Metodologia da Psicologia do Trânsito
A literatura revela que as pesquisas 
voltadas para a Psicologia do Trânsito 
ainda são incipientes no contexto 
brasileiro. Sampaio e Nakano (2011) 
destacam a predominância de 
estudos que avaliam determinadas 
características como inteligência, 
personalidade e atenção, havendo 
um número reduzido de estudos 
interessados na investigação de como 
dirigem os condutores ou a capacidade 
de aferição dos exames psicológicos.
43
No que tange à legislação brasileira, destaca-se que o Código de Trânsito Brasileiro 
(1997) e as resoluções do CONTRAN, números 51 e 80 de 1998, e 267 de 2008, 
preveem a obrigatoriedade da avaliação psicológica preliminar para o candidato à 
primeira habilitação. Corroborando essas determinações, o CFP ratifica os preceitos, 
inicialmente a partir da Resolução CFP 012/2000. Posteriormente, a referida Resolução 
foi revogada, sendo substituída pela Resolução CFP 007/2009 (instituindo normas e 
procedimentos para avaliação psicológica no contexto do trânsito) e pela Resolução 
CFP 009/2011.
A Resolução 267/2008 do CONTRAN estabelece a natureza das técnicas e instrumentos 
que devem ser utilizados e, explicitamente, quais construtos psicológicos e atributos 
relacionados devem ser considerados na avaliação (Carvalho). 
2. Métodos e Instrumentos Utilizados em Avaliações 
Psicológicas
A Resolução 267/2008 dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação 
psicológica e o credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 
147, I e §§ 1º a 4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro, nos quais se destacam: 
Art. 5º – Processos psíquicos aferidos: tomada de informação, processamento de 
informação, tomada de decisão, comportamento, autoavaliação do comportamento e 
traços de personalidade. 
Art. 6º – Tipos de técnicas adotadas: entrevistas diretas e individuais, testes psicológicos, 
que deverão estar de acordo com Resoluções vigentes do CFP, dinâmicas de grupo e 
escuta e intervenções verbais.
Parágrafo único. A avaliação psicológica deverá atender as diretrizes do Manual de 
Elaboração de Documentos Escritos instituído pelo CFP.
Para fins de classificação, o candidato poderá ser considerado: apto – quando 
apresentar desempenho condizente para a condução de veículo automotor; inapto 
temporário – quando não apresentar desempenho condizente para a condução de 
veículo automotor, porém passível de adequação; ou inapto – quando não apresentar 
desempenho condizente para a condução de veículo automotor.
44
Ressalta-se que o candidato inapto temporário deverá ser submetido a uma nova 
avaliação, em prazo estabelecido. Quando o candidato apresentar distúrbios ou 
comprometimentos psicológicos que estejam temporariamente sob controle, o 
candidato será considerado apto, com diminuição do prazo de validade da avaliação. 
A Resolução 007/2009 do CFP define as normas e procedimentos para a avaliação 
psicológica: conceito de avaliação psicológica, habilidades mínimas do candidato à 
CNH e dos condutores de veículos automotores, instrumentos de avaliação psicológica, 
condições da aplicação dos testes psicológicos, mensuração e avaliação do resultado 
da avaliação psicológica.
São de responsabilidade dos Conselhos Regionais de Psicologia o monitoramento do 
aspecto ético relacionado ao ofício, e o cumprimento das legislações. 
 b Para conhecer um pouco mais acerca dos preceitos legais do CFP, no que tange aos exames psicológicos pertinentes ao trânsito, acesse o link a seguir e confira as resoluções na 
íntegra. 
 
http://site.cfp.org.br/index.php?cat=todos&s=tr%C3%A2nsito&
submit=Buscar
45
Resumindo 
 
Há a necessidade de expandir e conferir maior robustez aos estudos 
pertinentes à Psicologia do Trânsito, com especial atenção àqueles que 
abordem a investigação de como dirigem os condutores, assim como a 
capacidade de aferição dos exames psicológicos.A normatização da avaliação psicológica no contexto do trânsito atende ao 
cruzamento das diretrizes de duas entidades: uma de fiscalização e outra 
que regulamenta a profissão. 
 
Os exames psicológicos atendem princípios éticos, teóricos e práticos 
específicos. 
Glossário
Empírica: que se apoia exclusivamente na experiência e na observação. Que não se 
pauta em uma teoria determinada.
Incipientes: que se localiza no início de; inicial: proposta incipiente. Que dá início a...
46
 d
1) Tendo em vista a Resolução 267/2008 do CONTRAN, 
relacione os conceitos às suas respectivas nomenclaturas. 
 
a. (1) Apto 
 
b. (2) Inapto temporário 
 
c. (3) Onapto 
 
a. ( ) Quando não apresentar desempenho condizente para a 
condução de veículo automotor, porém, passível de adequação. 
 
b. ( ) Quando apresentar desempenho condizente para a 
condução de veículo automotor. 
 
c. ( ) Quando não apresentar desempenho condizente para a 
condução de veículo automotor. 
 
2)Analise a questão abaixo e marque V se verdadeira ou F se 
falsa. 
 
Compete apenas ao Conselho Federal de Psicologia legislar 
sobre os exames psicológicos destinados ao contexto do 
trânsito. 
 
( ) Verdadeiro ( ) Falso 
 
3) São parâmetros da avaliação psicológica, exceto: 
 
a. ( ) Tomada de informação. 
 
b. ( ) Tomada de decisão. 
 
c. ( ) Classe social. 
 
d. ( ) Comportamento. 
 
e. ( ) Traços de personalidade.
Atividades
47
4) Avalie a questão a seguir, considerando C para certa e E 
para errado. 
 
O candidato considerado inapto-temporário não poderá ser 
submetido à nova avaliação, decorridos prazos legais. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
48
Referências
BEUX, A. O homem e o massacre motorizado: delitos de trânsito. Porto Alegre: 
Arlindo Beux, 1986.
CAMPOS, F. O fator humano e os acidentes de trânsito. Arq. Bras. Psi. Apl., v. 30, n. 3, 
p. 3-24, 1978.
CARVALHO, L. F. Justificam-se os construtos psicológicos avaliados no contexto 
do trânsito? Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: <http://www.
ibapnet.org.br/?cd=65>. Acesso em: 10 nov. 2015.
CFP. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Seminário Psicologia do Trânsito em 
Trânsito pelo Brasil, 2012. Disponível em: <http://transito.cfp.org.br/>. Acesso em: 10 
nov. 2015.
CONTRAN. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 267 de 15 de fevereiro 
de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 
4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.denatran.
gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_267.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FERRAZ, C. et al. Segurança Viária. São Carlos – SP: Suprema Gráfica e Editora, 2012.
FERRAZ, A. C. P. C.; Raia Júnior, A. A.; Bezerra, B.S. Segurança no Trânsito. São Carlos: 
NEST, 2008.
FIORI, L. G.; CANEDA, C. R. G. Avaliação psicológica no trânsito: produção científica 
dos últimos dez anos. V. 6, n. 1, p. 10-17, 2014.
GOLD, P. A. Segurança de Trânsito: aplicação de Engenharia para reduzir acidentes. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
HOFFAMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos. 
Psicologia: Pesquisa e Trânsito, v. 1, n. 1, p. 17-24, 2005.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Manual de Treinamento: prevenção de 
lesões causadas pelo trânsito. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/prevencao_lesao_causadas_transito.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
49
NUNES, J. L. R. Síndrome de Ícaro: a educação infantil e a Segurança no Trânsito 
Brasileiro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito; o que é e para que serve. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 1, n. 1, p. 141-143, 1981.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São 
Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SAMPAIO, M. H. L.; NAKANO, T. C. Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão 
de pesquisas brasileiras. Psicologia: Teoria e Prática, v. 13, n. 1, p. 15-33, 2011.
SHINAR, D. Psychology on the road, the human fator in traffic safety. Nova York: J. 
Wiley&Songs, 1978. 
SILVA, F. H. V. C. A Psicologia do Trânsito e os 50 anos de profissão no Brasil. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 32, (n especial), p. 176-193, 2012. 
SILVA, F. H. V. C.; GÜNTHER, H. Psicologia do Trânsito no Brasil: de onde veio e para 
onde caminha? Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 163-175, 2009.
TEBALDI, E.; FERREIRA, V. R. T. Comportamentos no trânsito e causas de agressividade. 
Revista de Psicologia da UnC, v. 2, n. 1, p.15-22, 2004. 
VASCONCELLOS, E. A. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1998.
50
UNIDADE 5 | FATORES 
HUMANOS RELACIONADOS AOS 
ACIDENTES DE TRÂNSITO
51
Unidade 5 | Fatores Humanos Relacionados aos 
Acidentes de Trânsito
 f Quais são as possíveis causas envolvidas num acidente? O que são fatores humanos e qual sua repercussão para um acidente de trânsito? Qual fator está mais presente nos acidentes de 
trânsito? 
Todo acidente de trânsito tem uma causa ou um combinado de causas e, dessa forma, 
um desfecho de acidente não pode ser atribuído ao mero acaso. As causas de um 
acidente podem estar relacionadas às condições da via, do veículo ou a características e 
comportamentos do condutor e dos usuários da via. Essas causas podem manifestar-se de 
forma isolada ou concomitantemente a outras. As contribuições da Psicologia do Trânsito 
vêm no sentido de identificar quais são os fatores que concorrem ou definem um desfecho 
de acidente no que diz respeito às variáveis subjetivas, ou seja, àquelas pertinentes ao 
homem.
Nesta unidade, serão abordados os fatores humanos relacionados aos acidentes de 
trânsito e aos comportamentos que convergem para tais ocorrências.
1. Fatores Humanos Relacionados à Acidentalidade Viária
Na ocorrência de um acidente de trânsito, o fator humano 
está presente na grande maioria dos casos. No contexto do 
trânsito, o condutor pode cometer erros – alguns podem 
passar imperceptíveis mesmo para o próprio condutor, 
sem causar maiores prejuízos à fluidez e segurança viária, 
outros podem ser potencialmente perigosos, corroborando 
a ocorrência de um acidente. 
Alguns condutores podem assumir condutas 
transgressoras desrespeitando a legislação de trânsito de 
forma deliberada, colocando em risco a sua segurança e a 
52
segurança dos demais usuários da via. A Psicologia do Trânsito tem como um dos seus 
objetivos investigar e entender o que faz com que o condutor e demais partícipes do 
trânsito assumam esse tipo de comportamento. 
Rozestraten (1988) destaca que um acidente pode ser considerado como:
“[...] uma disfunção do sistema homem-via-veículo que, em 
circunstâncias normais, funciona muito bem. Porém, uma vez 
que o sistema consiste em uma enorme quantidade de fatores, 
é possível que um fator o desvie tanto do normal que o sistema 
já não consiga mais adaptá-lo ou colocar outros mecanismos ou 
fatores em seu lugar”.
Considerando que um acidente de trânsito pode ser determinado por múltiplos 
fatores, é possível estratificá-los em 3 grandes grupos tendo em vista suas naturezas 
(ROZESTRATEN, 1998): cadeia causal humana, cadeia causal do veículo e cadeia causal 
do ambiente.
 h
Reflita acerca dos elementos descritos no caso abaixo, 
procurando relacioná-los a uma das cadeias: 
 
• Homem briga com sua mulher; 
 
• sai tarde para seu trabalho; 
 
• dirige agressivamente; alta velocidade; 
 
• falta de revisão; 
 
• freios gastos não detectados; 
 
• ocorrência de chuva; e 
 
• estrada molhada.
53
Os fatores humanos relacionadosà 
ocorrência de um acidente podem ser 
constituídos por comportamentos 
inapropriados ou falhas, assim 
como por comportamentos de 
agressividade deliberada ou 
irresponsabilidade, consumo de 
álcool, fadiga, presença de drogas, 
distúrbios emocionais, limitações em 
decorrência de uma doença. Outras 
variáveis também podem concorrer 
para um acidente: falta de atenção; 
erro de julgamento; decisão errada; inexperiência; falta de habilidade; posição 
errada para manobra; manobra difícil; avaliação errada de velocidade e distância; 
ultrapassagem sem condições; distração.
As causas humanas envolvidas na ocorrência de um acidente podem ser classificadas 
em 2 grupos: causas humanas diretas e indiretas, conceituadas a seguir (Rozestraten, 
1988). 
• Causas humanas diretas: são comportamentos que precedem imediatamente 
ao acidente e que são diretamente responsáveis por ele. 
• Causas humanas indiretas: são condições e estados que deterioram o nível dos 
diversos processos básicos, como fadiga, sono, embriaguez etc. 
 b Para visualizar melhor os comportamentos no trânsito, assista ao vídeo “O Pateta na estrada (Direção Defensiva)”, disponível no link a seguir. 
 
https://www.youtube.com/watch?v=xhVcLVznAeU&feature=youtu.be
Entre as causas humanas diretas para a ocorrência de um acidente, destacam-se 
(TREAT et al., 1977 apud ROZESTRATEN, 1988): exploração visual falha; suposição falsa; 
manobra inadequada; técnica inadequada de dirigir; velocidade excessiva; ação evasiva 
inadequada; supercompensação; técnica inadequada de dirigir defensivamente.
54
Entre as causas humanas indiretas para a ocorrência de um acidente destacam-se 
(TREAT et al., 1977; ROZESTRATEN, 1988): físico-fisiológica; mental e/ou emocional; 
experiência e/ou exposição. 
Há uma estreita relação entre as causas humanas diretas e as causas humanas indiretas. 
Por exemplo: um condutor alcoolizado tem uma forte pré-disposição à distração e a não 
ver direito. O mesmo autor ainda destaca outros fatores: a ausência ou precariedade da 
educação para o trânsito, a precariedade da formação do motorista, exames teóricos 
e práticos fracos para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH); CNHs 
compradas ou obtidas por influência política etc. (ROZESTRATEN, 1988).
2. Comportamentos de Risco
Alguns fatores relacionados à personalidade podem corroborar a possibilidade da 
ocorrência de um acidente. Parte deles se refere à propensão ao acidente e desajuste 
social. Por exemplo: aquele motorista que utiliza o veículo como válvula de escape 
ou mesmo aquele que não se importa para as normas de trânsito, conforme salienta 
Rozestraten (1988).
Outros fatores caracterizados como acidentológicos passageiros merecem destaque: 
a fadiga; o uso de drogas; o consumo de álcool. 
Quanto a esse último comportamento, destacam-se os efeitos considerando a 
quantidade de álcool por decigramas por litro de sangue (FOX apud FERRAZ, 2012):
• 2-3 dm, cerca de um copo de cerveja, um cálice pequeno de vinho ou uma dose 
de bebida destilada: as funções mentais começam a ficar comprometidas e a 
percepção da distância e da velocidade é prejudicada;
• 3-5 dm, cerca de dois copos de cerveja, um cálice grande de vinho ou duas 
doses de bebida destilada: o grau de vigilância e o campo visual diminuem e o 
controle cerebral relaxa, dando sensação de calma e satisfação;
• 5-8 dm, cerca de três ou quatro copos de cerveja, três copos de vinho ou três 
doses de uísque: os reflexos ficam retardados, há dificuldade de adaptação da 
visão à diferença de luminosidade, a capacidade pessoal é superestimada, os 
riscos são subestimados e há tendência à agressividade;
55
• 8-15 dm, a partir dessa taxa, as quantidades são muito grandes e variam de 
acordo com o metabolismo da pessoa: há dificuldade em controlar o veículo, 
incapacidade de concentração e falhas na coordenação neuromuscular.
• 15-20 dm: ocorre dupla visão e desconexão com a realidade;
• 20-50 dm: a embriaguez é total e a pessoa, em geral, não consegue sequer ficar 
de pé;
• 50 dm: a pessoa entra em coma alcoólico, havendo risco de morte. 
Resumindo 
 
Na ocorrência de um acidente, há prevalência do fator humano. As ações da 
Psicologia do Trânsito incidem justamente sobre as subjetividades 
inerentes ao homem. 
 
As causas humanas envolvidas na ocorrência de um acidente podem ser 
classificadas em causas humanas diretas e causas humanas indiretas. 
 
A Psicologia do Trânsito, entre outras aplicações, busca entender o porquê 
da manifestação de certos comportamentos, entre os quais aqueles 
considerados de risco à segurança viária.
56
Glossário
Acidentológicos: Ciência que estuda os acidentes, os seus nexos de causalidade e 
dinâmicas.
Concomitantemente: significa simultâneo, que se manifesta no mesmo tempo que 
o outro, que acompanha. Diz-se de duas ou mais ações que se realizam no mesmo 
momento, são os acontecimentos coexistentes. 
Corroborar: confirmar (algo); comprovar.
Neuromuscular: se refere ao mesmo tempo a nervo e a músculo ou à conexão entre 
os dois.
Propensão: tendência, vocação, cadência.
Transgressoras: Aquele que transgride, infrator.
57
 d
1) Tendo em vista as causas humanas indiretas contribuintes 
à ocorrência de uma acidente, relacione a variável à respectiva 
categoria. 
 
(1) Mental e/ou emocional 
 
(2) Experiência e/ou exposição 
 
(3) Físico-fisiológico 
 
a. ( ) Visão deficiente 
 
b. ( ) Excitação emocional 
 
c. ( ) Inexperiência do motorista 
 
2) Avalie a afirmação a seguir, atribuindo V se considerá-la 
verdadeira, e F se considerá-la falsa. 
 
As causas humanas diretas são comportamentos que precedem 
imediatamente o acidente e que são diretamente responsáveis 
por ele. 
 
( )Verdadeiro ( )Falso 
 
3) São classificados como fatores humanos contribuintes à 
ocorrência de acidentes, exceto: 
 
a. ( ) Falta de atenção. 
 
b. ( ) Decisão errada. 
 
c. ( ) Falta de habilidade. 
 
d. ( ) Obediência ás leis de trânsito. 
 
e. ( ) Erro de julgamento.
Atividades
58
4) Avalie a seguinte afirmação: Os fatores humanos são 
sempre relacionados às emoções. 
 
( ) Certo ( ) Errado 
59
Referências
BEUX, A. O homem e o massacre motorizado: delitos de trânsito. Porto Alegre: 
Arlindo Beux, 1986.
CAMPOS, F. O fator humano e os acidentes de trânsito. Arq. Bras. Psi. Apl., v. 30, n. 3, 
p. 3-24, 1978.
CARVALHO, L. F. Justificam-se os construtos psicológicos avaliados no contexto 
do trânsito? Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: <http://www.
ibapnet.org.br/?cd=65>. Acesso em: 10 nov. 2015.
CFP. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Seminário Psicologia do Trânsito em 
Trânsito pelo Brasil, 2012. Disponível em: <http://transito.cfp.org.br/>. Acesso em: 10 
nov. 2015.
CONTRAN. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 267 de 15 de fevereiro 
de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 
4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.denatran.
gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_267.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FERRAZ, C. et al. Segurança Viária. São Carlos – SP: Suprema Gráfica e Editora, 2012.
FERRAZ, A. C. P. C.; Raia Júnior, A. A.; Bezerra, B.S. Segurança no Trânsito. São Carlos: 
NEST, 2008.
FIORI, L. G.; CANEDA, C. R. G. Avaliação psicológica no trânsito: produção científica 
dos últimos dez anos. V. 6, n. 1, p. 10-17, 2014.
GOLD, P. A. Segurança de Trânsito: aplicação de Engenharia para reduzir acidentes. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
HOFFAMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos.Psicologia: Pesquisa e Trânsito, v. 1, n. 1, p. 17-24, 2005.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Manual de Treinamento: prevenção de 
lesões causadas pelo trânsito. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/prevencao_lesao_causadas_transito.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
60
NUNES, J. L. R. Síndrome de Ícaro: a educação infantil e a Segurança no Trânsito 
Brasileiro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito; o que é e para que serve. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 1, n. 1, p. 141-143, 1981.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São 
Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SAMPAIO, M. H. L.; NAKANO, T. C. Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão 
de pesquisas brasileiras. Psicologia: Teoria e Prática, v. 13, n. 1, p. 15-33, 2011.
SHINAR, D. Psychology on the road, the human fator in traffic safety. Nova York: J. 
Wiley&Songs, 1978. 
SILVA, F. H. V. C. A Psicologia do Trânsito e os 50 anos de profissão no Brasil. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 32, (n especial), p. 176-193, 2012. 
SILVA, F. H. V. C.; GÜNTHER, H. Psicologia do Trânsito no Brasil: de onde veio e para 
onde caminha? Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 163-175, 2009.
TEBALDI, E.; FERREIRA, V. R. T. Comportamentos no trânsito e causas de agressividade. 
Revista de Psicologia da UnC, v. 2, n. 1, p.15-22, 2004. 
VASCONCELLOS, E. A. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1998.
61
UNIDADE 6 | INTERFACES DA 
PSICOLOGIA DO TRÂNSITO 
COM OUTRAS ÁREAS DO 
CONHECIMENTO
62
Unidade 6 | Interfaces da Psicologia do Trânsito 
com Outras Áreas do Conhecimento
 f Há alguma relação entre a Psicologia do Trânsito e outras áreas do conhecimento? As relações amistosas no trânsito dependem de ações multidisciplinares? Os comportamentos no trânsito 
são impactados pela respectiva legislação? 
A dinâmica e relações no contexto do trânsito são de natureza complexa, pois envolvem 
diversas variáveis. Para alcançar a paz no trânsito e relações mais amistosas entre os 
usuários da via, três elementos são decisivos: a educação, o policiamento e o esforço legal. 
A Psicologia do Trânsito tem como um de seus objetos de investigação os comportamentos 
no trânsito, desde os usuários da via até os fiscais de trânsito, que têm como missão 
fiscalizar e estabelecer as regras de circulação. Dessa forma, a psicologia do trânsito acaba 
por estabelecer interfaces entre outros ramos da psicologia, assim como com outras áreas 
do conhecimento.
Nesta unidade, serão apresentadas as interfaces da Psicologia do Trânsito com outros 
ramos da Psicologia, assim como com outras áreas do conhecimento.
1. Interfaces da Psicologia do Trânsito com Outros Ramos 
da Psicologia
A Psicologia do Trânsito apresenta interfaces com outros ramos da Psicologia. Para 
fins didáticos, essas inter-relações serão apresentadas de forma estratificada em três 
grandes grupos: Disciplinas Psicológicas Básicas; Disciplinas Psicológicas Especializadas; 
e Disciplinas Profissionalizantes.
63
1.1 Disciplinas Psicológicas Básicas
As Disciplinas Psicológicas Básicas contempladas pela Psicologia são: a Psicologia 
Experimental, Psicofísica, Psicologia Sensorial e Psicofisiologia, Psicologia da Percepção 
e da Cognição, Psicologia da Motivação e da Emoção, Psicologia da Aprendizagem e da 
Memória.
Entre as principais inter-relações com a Psicologia do Trânsito, e tendo como referência 
os apontamentos sinalizados por Rozestraten (1988), destacam-se:
 a
A Psicologia Experimental não tem um objeto próprio, sendo 
melhor definida como um método. Todos os métodos 
desenvolvidos pela Psicologia podem ser utilizados quando se 
trata de Psicologia do Trânsito. Os elementos da Psicofísica 
tratam da relação entre o estímulo como existe no mundo 
exterior e o estímulo como é percebido por nós. Os estudos 
oriundos da Psicofísica trouxeram muitas contribuições à 
Psicologia do Trânsito, em que se destacam aqueles que têm 
como objeto de investigação a adaptação do olho ao escuro e à 
luz. 
Já a Psicologia Sensorial se debruça sobre cada um 
dos órgãos dos sentidos e a Psicofisiologia investiga 
os processos fisiológicos ligados à recepção e 
interpretação de estímulos de diversos tipos.
Ainda segundo Rozestraten (1988), a Psicologia 
da Percepção e da Cognição oferece grandes 
contribuições à Psicologia do Trânsito visto que 
“perceber é ver conscientemente, com atenção.”
64
1.2 Disciplinas Psicológicas Especializadas
As Disciplinas Psicológicas Especializadas 
são constituídas por objetos de pesquisa 
mais restritos, no entanto, requerem as 
contribuições das disciplinas básicas. 
No que diz respeito ao contexto do 
trânsito, Rozestraten (1988) destaca a 
contribuição e a abordagem da Psicologia 
do Desenvolvimento, que estuda o homem 
levando em consideração toda sua história 
de vida, sua adaptação ao mundo, seu 
desenvolvimento sensorial, perceptivo e 
motor, sua evolução afetiva, emocional e 
personalidade, sua integração social e a debilitação dos idosos. 
Nesse sentido, conclui-se:
“o ser humano participa do trânsito em todas as fases de sua 
vida, e logicamente esta participação está sendo influenciada 
por sua maturação, por seu grau de desenvolvimento ou pelo 
grau de desgaste e decadência de suas capacidades psíquicas” 
(ROZESTRATEN, 1988).
A Psicopedagogia também traz grandes contribuições à Psicologia do Trânsito no que 
se refere aos processos de aprendizagem e reciclagem. 
Considerando os cursos de formação para condutores, reflita acerca das seguintes 
indagações:
 a
Os atuais cursos de formação têm logrado êxito na 
conscientização da necessidade do cumprimento das leis de 
trânsito? Por que o trânsito brasileiro é tão inseguro? 
As campanhas educativas voltadas para o trânsito têm contribuído para a retração nos 
acidentes de trânsito? 
65
A Psicologia da Personalidade constitui-se como um dos ramos mais complexos da 
Psicologia. Ela estuda os traços de personalidade, assim como quais estratégias uma 
pessoa utiliza para resolver seus problemas pessoais e sociais. 
Undeutsch (1962) apud Rozestraten (1988) destaca: “a capacidade de dirigir sem 
acidentes, de maneira geral, ou também a tendência de o motorista causar ou ser 
implicado em acidentes depende, em grande parte, da integridade do que se chama 
personalidade sociocultural”. Segundo esse autor, a personalidade sociocultural é 
definida como “o conjunto de todas as normas integradas no indivíduo através dos 
processos de educação ou de formação”. 
A Psicologia Social aborda os comportamentos dos diversos grupos, a influência deste 
comportamento grupal sobre os indivíduos e vice-versa. 
A Psicometria e os testes abordam os diversos métodos para aferir as capacidades e 
habilidades do indivíduo. No que se refere aos testes voltados ao condutor, há grandes 
críticas quanto às metodologias aplicadas. 
Já a Psicopatologia aborda os resultados reveladores de desvios em exames 
psicológicos, contexto em que o profissional deve avaliar os níveis de comprometimento. 
1.3 Disciplinas Profissionalizantes 
A Psicologia do Trabalho aborda as temáticas relacionadas ao labor, suas condições e 
comportamentos. Trata-se de ramo profícuo à realização de estudos. Ressalta-se que 
as exigências impostas ao trabalhador dos transportes são avolumadas, tendo em 
vista pressões do cotidiano e o tempo de exposição ao trânsito. 
Outras áreas da Psicologia contribuem à Psicologia do Trânsito, no entanto, optou-se 
por apresentar um breve resumo dessas contribuições. 
66
2. Interfaces da Psicologia do Trânsito com a Engenharia, 
Direito e Medicina
Conforme já mencionado, a Engenharia apresenta interface com a Psicologiado 
Trânsito a partir das abordagens e metodologias inerentes à Engenharia de Tráfego 
e Segurança Viária. Alguns estratagemas podem ser utilizados como recursos da via 
de forma a impactar no comportamento do condutor. Nesse sentido destacam-se, por 
exemplo, as placas informativas.
O Direito traz contribuições no que se refere às tomadas de decisão do condutor e 
sua interpretação, resgatando o que seja doloso e o que seja culposo. Já a Medicina 
traz grandes contribuições tanto na perspectiva da promoção da saúde como da 
prevenção. Neste módulo foram abordados, por exemplo, os malefícios em decorrência 
do etilismo. 
3. Interfaces da Psicologia do Trânsito com a Fisiologia, 
Farmacologia e Estatística
A Fisiologia traz em suas bases teóricas explicações de como se dá o funcionamento do 
corpo humano em perspectiva sistêmica, assim como em partes, e desse modo oferta 
a possibilidade de compreensão às respostas do organismo a determinados estímulos 
ou condições. Já a Farmacologia busca entender o efeito de certas substâncias no 
organismo, como bebidas alcoólicas, drogas e medicamentos. 
Por fim, a Estatística oferece a possibilidade de quantificar e proceder a análises 
relacionadas ao trânsito. Por exemplo, sobre a faixa etária que mais se envolve em 
acidentes de trânsito. 
67
 b Para saber um pouco mais sobre as estatísticas de trânsito, acesse o link a seguir e aprofunde-se neste tema. 
http://www.vias-seguras.com/os_acidentes/estatisticas/
estatisticas_nacionais/estatisticas_do_ministerio_da_saude
Resumindo 
 
O trânsito é um sistema complexo constituído por vários sujeitos, ocupando 
vários papéis. Para entender os comportamentos nesse contexto, a 
Psicologia do Trânsito estabelece interfaces com outros ramos da 
Psicologia, assim como com outras áreas do conhecimento. 
 
Para uma interpretação mais acurada acerca das dinâmicas do trânsito, por 
vezes é necessário recorrer a outras teorias que transcendem o universo da 
Psicologia do Trânsito, ou seja, uma abordagem sistêmica. 
 
As estatísticas de acidentes de trânsito ainda são um grande desafio para 
as autoridades. 
Glossário
Avolumados: é uma flexão de avolumar: Aumentar ou crescer, em volume, número ou 
quantidade.
Estratagemas: manha, astúcia, subterfúgio, pretexto; auto-engano
Estratificada: Que sofreu estratificação, foi dividido 2. Rocha sedimentar.
Oriundos: Originário, proveniente, procedente, natural de
Perspectiva sistêmica: é uma metodologia que busca conjugar conceitos de diversas 
ciências a respeito de determinado objeto de pesquisa.
68
 d
1) Julgue a afirmação abaixo, colocando V se considerá-la 
verdadeira e F se considerá-la falsa. 
 
A Psicologia do Trânsito apresenta interfaces apenas com os 
demais ramos da Psicologia. 
 
( ) Verdadeiro ( )Falso 
 
2) Marque a alternativa correta considerando a possibilidade 
de contribuição. 
 
Área do conhecimento capaz de mensurar e analisar o número 
de acidentes por categoria veicular: 
 
a. ( ) Direito 
 
b. ( ) Fisiologia 
 
c. ( ) Comunicação 
 
d. ( ) Estatísticas 
 
3) São disciplinas Básicas da Psicologia, exceto: 
 
a. ( ) Farmacologia 
 
b. ( ) Psicopedagogia 
 
c. ( ) Psicologia do Trabalho 
 
d.( ) Psicologia Experimental 
 
e. ( ) Psicologia da Motivação e da Emoção
Atividades
69
4) Julgue a afirmação colocando C para certo e E para 
errado. 
 
O ser humano participa do trânsito apenas quando é motorista. 
 
( ) Certo ( ) Errado
70
Referências
BEUX, A. O homem e o massacre motorizado: delitos de trânsito. Porto Alegre: 
Arlindo Beux, 1986.
CAMPOS, F. O fator humano e os acidentes de trânsito. Arq. Bras. Psi. Apl., v. 30, n. 3, 
p. 3-24, 1978.
CARVALHO, L. F. Justificam-se os construtos psicológicos avaliados no contexto 
do trânsito? Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica. Disponível em: <http://www.
ibapnet.org.br/?cd=65>. Acesso em: 10 nov. 2015.
CFP. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Seminário Psicologia do Trânsito em 
Trânsito pelo Brasil, 2012. Disponível em: <http://transito.cfp.org.br/>. Acesso em: 10 
nov. 2015.
CONTRAN. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 267 de 15 de fevereiro 
de 2008. Dispõe sobre o exame de aptidão física e mental, a avaliação psicológica e o 
credenciamento das entidades públicas e privadas de que tratam o art. 147, I e §§ 1º a 
4º e o art. 148 do Código de Trânsito Brasileiro. Disponível em: <http://www.denatran.
gov.br/download/resolucoes/resolucao_contran_267.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
FERRAZ, C. et al. Segurança Viária. São Carlos – SP: Suprema Gráfica e Editora, 2012.
FERRAZ, A. C. P. C.; Raia Júnior, A. A.; Bezerra, B.S. Segurança no Trânsito. São Carlos: 
NEST, 2008.
FIORI, L. G.; CANEDA, C. R. G. Avaliação psicológica no trânsito: produção científica 
dos últimos dez anos. V. 6, n. 1, p. 10-17, 2014.
GOLD, P. A. Segurança de Trânsito: aplicação de Engenharia para reduzir acidentes. 
Banco Interamericano de Desenvolvimento, 1998.
HOFFAMANN, M. H. Comportamento do condutor e fenômenos psicológicos. 
Psicologia: Pesquisa e Trânsito, v. 1, n. 1, p. 17-24, 2005.
OMS. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Manual de Treinamento: prevenção de 
lesões causadas pelo trânsito. 2011. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/prevencao_lesao_causadas_transito.pdf>. Acesso em: 10 nov. 2015.
71
NUNES, J. L. R. Síndrome de Ícaro: a educação infantil e a Segurança no Trânsito 
Brasileiro. Rio de Janeiro: FUNENSEG, 2002.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito; o que é e para que serve. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 1, n. 1, p. 141-143, 1981.
ROZESTRATEN, R. J. A. Psicologia do Trânsito: conceitos e processos básicos. São 
Paulo: EPU – Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
SAMPAIO, M. H. L.; NAKANO, T. C. Avaliação psicológica no contexto do trânsito: revisão 
de pesquisas brasileiras. Psicologia: Teoria e Prática, v. 13, n. 1, p. 15-33, 2011.
SHINAR, D. Psychology on the road, the human fator in traffic safety. Nova York: J. 
Wiley&Songs, 1978. 
SILVA, F. H. V. C. A Psicologia do Trânsito e os 50 anos de profissão no Brasil. Psicologia: 
Ciência e Profissão, v. 32, (n especial), p. 176-193, 2012. 
SILVA, F. H. V. C.; GÜNTHER, H. Psicologia do Trânsito no Brasil: de onde veio e para 
onde caminha? Temas em Psicologia, v. 17, n. 1, p. 163-175, 2009.
TEBALDI, E.; FERREIRA, V. R. T. Comportamentos no trânsito e causas de agressividade. 
Revista de Psicologia da UnC, v. 2, n. 1, p.15-22, 2004. 
VASCONCELLOS, E. A. O que é trânsito. São Paulo: Brasiliense, 1998.
72
Gabarito
Questão 1 Questão 2 Questão 3 Questão 4
Unidade 1 C A A A
Unidade 2 2 - 3 -1 C C B
Unidade 3 F D
Alemanha
França
Estados Unidos
Espanha
C
Unidade 4 3 - 1 - 2 F C E
Unidade 5 3 - 2 - 1 V D E
Unidade 6 F C A B
	Apresentação
	Módulo 1
	Unidade 1 | Trânsito em Linguagem Simples e sua Interface com a Psicologia
	Glossário
	Atividades
	Referências
	1. O Que É Trânsito
	1.2 Como Ocorrem os Acidentes de Trânsito
	1.3 Matriz de Haddon
	Unidade 2 | Psicologia do Trânsito: Conceitos Básicos e Áreas de Abrangência
	Glossário
	Atividades
	Referências
	2. O Nascimento da Psicologia do Trânsito
	2.1 Processos Psicológicos Envolvidos nos Comportamentos no Trânsito
	2.2 Áreas de Abrangência da Psicologia do Trânsito
	Unidade 3 | Psicologia do Trânsito: Contribuições e Perspectivas
	Glossário
	Atividades
	Referências
	Módulo 2
	3. Gênese da Psicologia do Trânsito
	2. Preceitos Legais da Psicologia do Trânsito no Brasil
	3. Psicologia do Trânsito no Brasil: Primeiros Passos, Estudos e Perspectivas
	Unidade 4 | Avaliação Psicológica no Contexto do Trânsito
	Glossário
	Atividades
	Referências
	1. Metodologia

Outros materiais