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Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural SEST – Serviço Social do Transporte SENAT – Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte ead.sestsenat.org.br CDU 614.8.084:331.46 Curso on-line – Prevenção de Acidentes no Trabalho Rural – Brasília: SEST/SENAT, 2016. 63 p. :il. – (EaD) 1. Acidente do trabalho - prevenção. 2. Segurança no trabalho. I. Serviço Social do Transporte. II. Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte. III. Título. 3 Sumário Apresentação 5 Unidade 1 | Aspectos Introdutórios sobre EPI 7 1 O Que É um EPI? 9 2 Por Que Usar EPI? 9 3 Risco 10 4 Responsabilidades e Equipamentos de EPI 11 5 Tipos de EPI e as Operações Específicas de Trabalho 13 Glossário 16 Atividades 17 Referências 18 Unidade 2 | Avaliação dos Riscos no Ambiente de Trabalho 19 1 Classificação dos Riscos 21 2 O Mapa de Riscos e sua Elaboração 22 3 Etapas de Elaboração de um Mapa de Riscos 24 Atividades 28 Referências 29 Unidade 3 | Questões Relacionadas aos Acidentes no Trabalho 30 1 Conceito de Acidentes de Trabalho 32 2 Posições de Trabalho 32 3 Principais Causas de Acidentes 35 4 Legislação 35 Atividades 38 Referências 39 Unidade 4 | Segurança no Trabalho Rural 40 1 Características do Trabalho Rural 41 4 2 Principais Equipamentos de Proteção Individual para o Trabalho Rural 42 3 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural 45 Atividades 48 Referências 49 Unidade 5 | Normas de Segurança Aplicadas ao Trabalho Rural 50 1 Norma Regulamentadora 31 (NR 31) 52 2 Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas 52 3 Transporte de Trabalhadores Rurais 55 4 Trabalho com Animais 55 5 Edificações Rurais e Instalações Elétricas 56 6 Áreas de Vivência 57 Atividades 60 Referências 61 Gabarito 62 5 Apresentação Prezado(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) ao curso Prevenção de Acidentes no Trabalho! Neste curso, você encontrará conceitos, situações extraídas do cotidiano e, ao final de cada unidade, atividades para a fixação do conteúdo. No decorrer dos seus estudos, você verá ícones que tem a finalidade de orientar seus estudos, estruturar o texto e ajudar na compreensão do conteúdo. O curso possui carga horária total de 30 horas e foi organizado em 5 unidades, conforme a tabela a seguir. Unidades Carga Horária Unidade 1 | Aspectos Introdutórios sobre EPI 6 h Unidade 2 | Avaliação dos Riscos no Ambiente de Trabalho 6 h Unidade 3 | Questões Relacionadas aos Acidentes no Trabalho 6 h Unidade 4 | Segurança no Trabalho Rural 6 h Unidade 5 | Normas de Segurança Aplicadas ao Trabalho Rural 6 h 6 Fique atento! Para concluir o curso, você precisa: a) navegar por todos os conteúdos e realizar todas as atividades previstas nas “Aulas Interativas”; b) responder à “Avaliação final” e obter nota mínima igual ou superior a 60; c) responder à “Avaliação de Reação”; e d) acessar o “Ambiente do Aluno” e emitir o seu certificado. Este curso é autoinstrucional, ou seja, sem acompanhamento de tutor. Em caso de dúvidas, entre em contato por e-mail no endereço eletrônico suporteead@sestsenat. org.br. Bons estudos! 7 UNIDADE 1 | ASPECTOS INTRODUTÓRIOS SOBRE EPI 8 Unidade 1 | Aspectos Introdutórios sobre EPI d Você já presenciou ou viu na TV algum acidente de trabalho? Como descreveria as reações das pessoas envolvidas? De que forma os acidentes poderiam ser evitados? É muito importante reconhecer os possíveis acidentes de trabalho e suas causas para preveni-los de maneira correta. Nesta primeira unidade, apresentaremos noções relacionadas aos equipamentos de proteção individual e às vantagens de seu uso no ambiente de trabalho. 9 1 O Que É um EPI? Para prevenir algum acidente no trabalho é necessário utilizar equipamentos apropriados à finalidade – os denominados EPI. A sigla EPI significa Equipamento de Proteção Individual e refere-se a importantes e variados tipos de equipamento utilizados no decorrer das atividades rotineiras de trabalho, cada um com sua utilidade específica. O uso seguro de produtos fitossanitários exige que os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) sejam utilizados de forma correta. As recomendações hoje existentes para o uso de EPI são bastante genéricas e padronizadas, não considerando variáveis importantes como o tipo de equipamento utilizado na operação, os níveis reais de exposição, e nem mesmo as características ambientais ou da cultura onde o produto será aplicado. Essas variáveis podem significar gastos desnecessários, recomendações inadequadas e, ainda, aumentar o risco do trabalhador ao invés de diminuí-lo. 2 Por Que Usar EPI? h É necessário proteger a saúde do trabalhador. Uma maneira eficaz de fazer isso é evitar ao máximo o contato direto com situações que apresentem potencial de dano elevado. O cotidiano do mundo laboral guarda diversas situações com probabilidade de causar dano físico aos trabalhadores. Em face disso, há uma regulamentação que obriga as empresas a disponibilizarem equipamentos de prevenção aos funcionários, para a realização dos trabalhos. 10 Existem atividades que demandam contato diário com substâncias químicas potencialmente danosas à saúde, e cujos malefícios podem ser evitados, ou pelo menos minimizados, por meio do uso dos equipamentos. Esse contato direto é o principal componente desencadeador de várias doenças graves, sendo o câncer uma delas. Por tudo isso, o uso dos EPI revela-se muito importante para a preservação da saúde dos trabalhadores, no desempenho de suas atividades. O Ministério do trabalho atesta o nível de qualidade dos EPI, e sua venda no mercado, por meio da emissão do Certificado de Aprovação (CA). O fornecimento e a comercialização de EPI sem o CA são enquadrados como crime cometido pelo comerciante e pelo empregador, que ficam sujeitos às penalidades previstas em lei. 3 Risco Os acidentes do trabalho são o maior agravo à saúde dos trabalhadores brasileiros. Constituem importante problema de saúde pública não apenas em países em desenvolvimento, como também em países desenvolvidos. Diferentemente do que o seu nome sugere, eles não são eventos fortuitos ou acidentais mas sim fenômenos socialmente determinados e passíveis de prevenção (CORDEIRO et al., 2005). Os principais tipos de risco presentes no ambiente de trabalho são referentes a: ruído, toxidade, exposição e chance de lesão corporal grave. Ao realizar um estudo para verificar se há uma relação direta entre os acidentes e o nível de ruído, Dias, Cordeiro e Gonçalves (2006) concluíram que as causas imediatas dos acidentes identificados foram, em sua maioria, aquelas relacionadas às máquinas e equipamentos (23,74%), quedas de objeto (23,57%), esforço excessivo ou excesso de peso (13,04%), e aquelas ocasionadas por quedas (8,53%). Desse modo, identificou- se que os equipamentos com níveis mais altos de ruído estavam envolvidos em maior número de acidentes. O risco de intoxicação refere-se à possibilidade de o trabalhador ingerir substância química capaz de gerar efeito tóxico em seu organismo. Quanto maior a toxidade, maior será a potencialidade de uma substância para causar efeito adverso à saúde. De modo geral, todas as substâncias têm potencial para causar efeitos tóxicos no organismo, sendo determinantes a dosagem aplicada e a sensibilidade do organismo exposto. 11 As principais vias suscetíveis à exposição a substâncias potencialmente tóxicas são as regiões do nariz, boca, olhos e pele. Já a chance de lesão corporal refere-se à possibilidade de um trabalhador sofrer um acidente grave, em decorrência das atividades do trabalho, que leve a fratura em alguma região do seu corpo. Quando se trata desse tipo de risco, o corpo inteiropode ser lesionado, desde a cabeça até os pés. Os principais acidentes geram lesões na cabeça, nos braços, nas pernas. Podem decorrer até mesmo de queda de uma altura elevada. 4 Responsabilidades e Equipamentos de EPI Levando em conta esses riscos, a legislação brasileira prevê que o empregador deve fornecer os EPIs adequados para proteger o trabalhador dos riscos inerentes às suas atividades específicas de trabalho, com a correta instrução e devido treinamento. Haverá, ainda, uma contínua fiscalização em relação ao uso dos equipamentos e à realização dos procedimentos. Sempre que os equipamentos apresentarem falhas, deverão ser imediatamente substituídos. Há também obrigações que devem ser cumpridas pelos funcionários, uma delas é utilizar o equipamento de EPI e comunicar prontamente ao contratante a necessidade de reposição. Existem responsabilidades penais em relação às obrigações referentes ao EPI. O empregador que deixar de cumprir suas obrigações poderá responder na área criminal ou cível, podendo também receber uma multa aplicada pelo Ministério do Trabalho. A norma NR 6 define que, em relação aos EPI, cabem ao empregador: 12 a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. Ademais, o funcionário que for pego descumprindo as suas obrigações quanto aos EPIs poderá ser demitido por justa causa, uma vez que a referida norma define que cabe ao funcionário: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. Os equipamentos também devem seguir especificações para serem comercializados. Com isso, há exigências direcionadas aos produtores e importadores dos produtos, de modo que eles deverão: a) cadastrar-se, junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; b) solicitar a emissão do CA; c) solicitar a renovação do CA, quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho; d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado; 13 e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação - CA; f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA; g) comunicar, ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos; h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso; i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. 5 Tipos de EPI e as Operações Específicas de Trabalho Os principais tipos de EPI são: luvas, respiradores, viseira facial, jaleco e calça hidro- repelentes, jaleco e calça em não tecido, boné árabe, capuz ou toca, avental e botas. Cada um desses acessórios é específico para proteção em determinadas atividades, como mostra o quadro a seguir. 14 Quadro 1: Equipamentos de EPI Fonte: ANDEF, 2003. Esses equipamentos protegem o trabalhador em relação a diversos riscos, no entanto, não são os únicos equipamentos de segurança. Há vários outros: cordas, capacetes, entre outros. A Norma NR 6 delimita uma série de equipamentos de EPI a serem observados, tais como: • B.1 – Óculos a) óculos de segurança para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes; b) óculos de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa; c) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta; d) óculos de segurança para proteção dos olhos contra radiação infravermelha; e) óculos de segurança para proteção dos olhos contra respingos de produtos químicos. 15 Outros também são considerados na NR 6, tais como: • B.2 – Protetor facial a) Protetor facial de segurança para proteção da face contra impactos de partículas volantes; b) protetor facial de segurança para proteção da face contra respingos de produtos químicos; c) protetor facial de segurança para proteção da face contra radiação infravermelha; d) protetor facial de segurança para proteção dos olhos contra luminosidade intensa. • B.3 – Máscara de Solda a) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes; b) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação ultravioleta; c) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra radiação infravermelha; d) máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra luminosidade intensa. • E – EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO E.1 – Vestimentas de segurança que oferecem proteção ao tronco contra riscos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de água. E.2 – Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. 16 g Podemos dizer que o uso de EPI é fundamental em qualquer atividade laboral no que tange a prevenção de acidentes. Para saber mais sobre o assunto, acesse o vídeo “Curso técnico em segurança do trabalho” através do link a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=xW0ELWbh9B0 Resumindo Os equipamentos de proteção individual são importantes para reduzir a exposição do trabalhador aos riscos ambientais. Tanto o empregador quanto o trabalhador devem cumprir as suas obrigações em relação ao uso dos EPI. Uma das melhores ferramentas para lidar com os riscos ambientais é o mapa de risco. Glossário Adverso: que se encontra ou se apresenta em oposição; contrário. Cível: relativo ao direito civil, civil. Fortuito: que acontece por acaso; não planejado; eventual, imprevisto, inopinado. Partículas volantes: é todo e qualquer fragmento é gerado durante um trabalho (pó; pedaço de vidro, madeira etc.) 17 a 1) O Ministério do Trabalho atesta o nível de qualidade dos EPI. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2) Os principais tipos de riscos presentes no ambiente de trabalho são referentes a: ruído, toxidade, exposição e chance de lesão corporal grave. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 3) O risco de intoxicação refere-se à possibilidade de um trabalhador sofrer lesão no tronco. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 4) Existem responsabilidades penais em relação às obrigações referentes ao EPI. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Atividades 18 Referências ALMEIDA, C. V. B.; ADISSI, P. J. Exposição a riscos de agrotóxicos: apenas uma falta de informação dos agricultores? In: XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Anais... Salvador, BA, 2001. 7p. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/ biblioteca/ENEGEP2001_TR44_0976.pdf>. Acesso em 23 mar. 2010. ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: <http:// www.antt.gov.br>. Acesso em: out. 2015. ANDEF. Manualde uso correto de equipamentos de proteção individual. São Paulo: Linea Creativa, 2003. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Portaria nº 86, de 3 de março de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.normaslegais. com.br/legislacao/portaria-mte-1896-2013.htm>. Acesso em: 15 dez. 2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria nº 25, de 15 de outubro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www. trabalhoseguro.com/Portarias/port_25_2001_altera_nr6.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CORDEIRO, R.; CLEMENTE, A. P. G.; DINIZ, C. S.; DIAS, A. Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes do trabalho. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 3, jun. 2005. DIAS, A.; CORDEIRO, R.; GONÇALVES, C. G. de O. Exposição ocupacional ao ruído e acidentes do trabalho. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, out. 2006. RISSATO, S. R. et al. Determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial, água potável e solo na região de Bauru (SP). Química Nova, São Paulo, v. 27, nº 5, p. 739-743, 2004. SESI-SEBRAE. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho: Saúde e Segurança no Trabalho. Micro e Pequenas Empresas / Luiz Augusto Damasceno Brasil (org.). Brasília: SESI-DN, 2005. VIEIRA, J. L. Regulamento de segurança contra incêndio. São Paulo: Edipro, 2011. 19 UNIDADE 2 | AVALIAÇÃO DOS RISCOS NO AMBIENTE DE TRABALHO 20 Unidade 2 | Avaliação dos Riscos no Ambiente de Trabalho d Você sabe quais os riscos referentes ao ambiente empresarial? O que é um mapa de riscos? Como elaborá-lo e quais são seus objetivos? Nesta segunda unidade, abordaremos a avaliação de riscos em ambientes de trabalho, sua classificação, e o modo de elaborar o mapa de riscos. Os conhecimentos sobre este tema são importantes para identificar o nível de risco e para orientar sobre a utilização de uma ferramenta que expõe as informações de maneira clara e coerente. 21 1 Classificação dos Riscos Os riscos estão presentes em todas as atividades laborais, portanto, é necessário conhecer sua classificação, o que vai orientar condutas adequadas. O risco é a probabilidade de um evento dar errado, ou melhor, é a chance de um evento ocorrer de uma maneira que não é desejada. Os locais de trabalho, principalmente os que lidam com produção, movimentação de materiais, entre outras coisas, apresentam riscos em suas operações. Os eventos adversos podem comprometer a saúde e a segurança do trabalhador em curto, médio e longo prazo, provocando lesões imediatas, doenças ou a morte, além de prejuízos de ordem legal e patrimonial para a empresa. Por isso é importante avaliar os riscos presentes no ambiente da empresa. Normalmente, esta análise é feita preliminarmente de modo qualitativo e de forma quantitativa para medir, comparar e estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle de riscos. Existem quatro tipos de riscos referentes ao ambiente da empresa: riscos físicos, riscos químicos, riscos biológicos, ergonômicos e de acidentes. Os riscos físicos são representados por fatores ou agentes existentes no ambiente de trabalho que podem afetar a saúde dos trabalhadores: ruídos, vibrações, radiação, frio, calor, pressões anormais e umidade. Os riscos químicos são identificados pelo grande número de substâncias que podem contaminar o ambiente de trabalho e provocar danos à integridade física e mental dos trabalhadores, a exemplo de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores, substâncias, compostos ou outros produtos químicos. Os riscos biológicos estão associados ao contato do homem com vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos e outras espécies de micro-organismos. 22 Os riscos ergonômicos estão ligados à execução de tarefas, à organização e às relações de trabalho, ao esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, mobiliário inadequado, posturas incorretas, controle rígido de tempo para produtividade, imposição de ritmo excessivo, trabalho em turno noturno, jornadas de trabalho prolongadas, monotonia, repetitividade e situações causadoras de estresse. Os riscos de acidente são variados, e estão presentes no arranjo físico inadequado, pisos pouco resistentes ou irregulares, material ou matéria-prima fora de especificação, máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas impróprias ou defeituosas, iluminação excessiva ou insuficiente, instalações elétricas defeituosas, probabilidade de incêndio ou explosão, armazenamento inadequado, animais peçonhentos e outras muitas situações. 2 O Mapa de Riscos e sua Elaboração Segundo o SESI-SEBRAE (2005), o objetivo de um mapa de riscos é reunir as informações básicas necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho da empresa, possibilitar a troca e a divulgação de informações entre os trabalhadores durante a sua elaboração, bem como estimulá-los nas atividades de prevenção. O mapa de riscos é uma representação qualitativa dos riscos de um determinado ambiente de trabalho. É apresentado por meio de gráficos – círculos de diferentes cores e tamanhos, facilitando sua elaboração e visualização. É importante contar com a colaboração dos próprios trabalhadores para produzir o mapa, a fim de que os resultados reflitam a sensibilidade das pessoas que atuam diretamente nas atividades. Isso porque ninguém conhece melhor o ambiente de trabalho do que as pessoas que o utilizam rotineiramente. 23 Após coletadas as informações internas, deve-se montar um diagrama contendo cores diferentes para identificar cada tipo de risco de modo que o tamanho dos círculos represente a gravidade do problema. Cada cor do mapa de riscos se refere a um grupo de classificação de risco diferente. O quadro a seguir mostra os riscos que compõem cada grupo classificatório. sanitários Figura 1: Mapa de riscos Fonte: SESI-SEBRAE (2005) 24 Quadro 2: Grupos de risco No caso de eventual modificação na estrutura de prevenção de acidentes, tenha sempre em mãos o mapa de riscos. 3 Etapas de Elaboração de um Mapa de Riscos O SESI-SEBRAE (2005) descreve cinco etapas para a elaboração de um bom mapa de riscos. Na primeira, deve-se conhecer o processo de trabalho do local avaliado de modo que se possam obter informações detalhadas sobre as suas nuances. Esta etapa deve ser baseada no levantamento do perfil de quatro componentes básicos do local em análise: GRUPO I: Verde Riscos Físicos Ruídos Vibrações Umidade - Frio Calor Pressões anormais Radiações não ionizantes Radiações ionizantes Vírus Esforço físicointenso Arranjo físico inadequado Iluminação inadequada Armazenamento inadequado Animais peçonhetos Eletricidade Máquinas e equipamentos sem proteção Probabilidade de incêndio ou explosão Ferramentas inadequadas ou defeituosas Levantamento e transporte manual de peso Exigência de postura inadequada Controle rígido de produtividade Imposição de ritmos excessivos Trabalhos em turnos diurno e noturno Jornada de trabalho prolongada Monotonia e repetitividade Outras situações causadoras de estresse físico e/ou psíquico Outras situações de risco que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes Bactérias Parasitas Bacilos Fungos Protozoários Poeiras Fumos - - - Vapores Substâncias, compostos ou produtos químicos em geral - - - Gases Neblinas Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos Acidentes GRUPO II: Vermelho GRUPO III: Marrom GRUPO IV: Amarelo GRUPO V:Azul Fonte: ANDEF (2003) 25 • Os trabalhadores: número, sexo, idade, queixas de saúde, jornada, treinamento recebido; • Os equipamentos, instrumentos e materiais de trabalho; • As atividades exercidas; • O ambiente. Na segunda etapa devem-se identificar os agentes de riscos existentes no local avaliado obedecendo a tabela de classificação dos riscos. Na terceira etapa é preciso identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia em relação a: • Proteção coletiva; • Organização do trabalho; • Proteção individual; • Higiene e conforto: banheiros, lavatórios, vestiários, armários, bebedouros, refeitórios, área de lazer. Na quarta etapa é necessário identificar os indicadores de saúde, tais como: • Queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos; • Acidentes de trabalho ocorridos; • Doenças profissionais diagnosticadas; • Causas mais frequentes de ausência no trabalho. Na quinta etapa elabora-se o mapa de riscos, sobre uma planta ou desenho do local de trabalho, indicando através do círculo os seguintes itens: • O grupo a que pertence o risco, conforme as cores classificadas; • O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro do círculo; 26 • A especificação do agente (por exemplo: amônia, ácido clorídrico, ou ergonômico- repetitivo, ritmo excessivo), que deve ser anotada também dentro do círculo; e a intensidade do risco de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos proporcionalmente diferentes de círculos. O mapa de riscos é uma poderosa ferramenta de controle, e apresenta várias vantagens para o empregador: • Prevenção quanto aos riscos existentes nos locais de trabalho aos quais os trabalhadores poderão estar expostos; • Favorece o uso adequado das medidas e dos equipamentos de proteção coletiva e individual; • Redução de gastos com acidentes e doenças, medicação, indenização, substituição de trabalhadores e danos patrimoniais; • Otimiza a gestão de saúde e segurança no trabalho, com aumento da segurança interna e externa; • Melhoria do clima organizacional, maior produtividade, competitividade e lucratividade. g Para saber mais sobre o assunto, acesse o vídeo “Como fazer um mapa de Riscos”, através do link a seguir. https://youtu.be/jRR4xiaoHM4 27 Resumindo Conforme foi apresentado nesta unidade, há diversas classificações de risco. Cada grupo de risco está associado às diferentes atividades capazes de gerar danos à saúde do trabalhador. Uma das melhores maneiras de lidar com os riscos é por meio da sua detecção e posterior elaboração do mapa de riscos, o que possibilita visualizar as informações. 28 a 1) Existem quatro tipos de riscos referentes ao ambiente da empresa: riscos físicos, riscos químicos, riscos biológicos, filosóficos e de acidentes. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2) Os riscos biológicos estão associados ao contato do homem com vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas, bacilos e outras espécies de micro-organismos. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 3) O mapa de riscos é apresentado por meio de representação gráfica dos riscos, utilizando-se de círculos de diferentes cores e tamanhos para facilitar sua elaboração e visualização. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 4) Normalmente a análise de riscos é feita, preliminarmente, de modo qualitativo e quantitativo para medir, comparar e estabelecer medidas de eliminação, neutralização ou controle de riscos. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Atividades 29 Referências ALMEIDA, C. V. B.; ADISSI, P. J. Exposição a riscos de agrotóxicos: apenas uma falta de informação dos agricultores? In: XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Anais... Salvador, BA, 2001. 7p. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/ biblioteca/ENEGEP2001_TR44_0976.pdf>. Acesso em 23 mar. 2010. ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: <http:// www.antt.gov.br>. Acesso em: out. 2015. ANDEF. Manual de uso correto de equipamentos de proteção individual. São Paulo: Linea Creativa, 2003. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Portaria nº 86, de 3 de março de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.normaslegais. com.br/legislacao/portaria-mte-1896-2013.htm>. Acesso em: 15 dez. 2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria nº 25, de 15 de outubro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_25_2001_altera_nr6.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CORDEIRO, R.; CLEMENTE, A. P. G.; DINIZ, C. S.; DIAS, A. Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes do trabalho. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 3, jun. 2005. DIAS, A.; CORDEIRO, R.; GONÇALVES, C. G. de O. Exposição ocupacional ao ruído e acidentes do trabalho. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, out. 2006. RISSATO, S. R. et al. Determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial, água potável e solo na região de Bauru (SP). Química Nova, São Paulo, v. 27, nº 5, p. 739-743, 2004. SESI-SEBRAE. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho: Saúde e Segurança no Trabalho. Micro e Pequenas Empresas / Luiz Augusto Damasceno Brasil (org.). Brasília: SESI-DN, 2005. VIEIRA, J. L. Regulamento de segurança contra incêndio. São Paulo: Edipro, 2011. 30 UNIDADE 3 | QUESTÕES RELACIONADAS AOS ACIDENTES NO TRABALHO 31 Unidade 3 | Questões Relacionadas aos Acidentes no Trabalho d Você sabe o que é um acidente de trabalho? Como evitá-los? Quais são os direitos dos funcionários quando ocorre algum acidente de trabalho? Nesta terceira unidade, abordaremos as questões relacionadas aos riscos presentes no ambiente de trabalho, e fatores capazes de potencializá-los. O estudo deste tema é importante para o empregador adequar as condições de trabalho de modo a evitar acidentes. Há várias questões que podem potencializar o risco de acidentes no ambiente de trabalho — entre elas destacam-se: a posição de execução do esforço de trabalho, o conforto e a não utilização de equipamentos de segurança. Na ocorrência de acidentes de trabalho, o funcionário passa a ter o direito de ser indenizado. 32 1 Conceito de Acidentes de Trabalho Podem ocorrer acidentes em qualquer atividade – o potencial de sua ocorrência está diretamente relacionado à natureza da atividade. Nesse contexto, várias questões devem ser levadas em conta. Além das citadas, vale ressaltar a importância da posição do trabalhador no exercício da atividade. Os acidentes de trabalho podem ser entendidos como a ocorrência de resultados inesperados capazes de causar prejuízos ou até mesmo lesões nos indivíduos diretamente envolvidos. 2 Posições de Trabalho Uma das questões que norteiam a segurança no trabalho é a ergonomia. É possível afirmar que uma máquina, um equipamento, painel, plataforma, cadeira, mesa ou ferramenta de trabalho com desenho inadequado, e que não permitam ajustes ou adaptação para o usuário, podem provocar dores lombares, lesões nos músculos, tendões e articulações. Há duas posições de trabalho: em pé e sentado. As atividades em pé (ver figura seguinte) exigem bastante do trabalhador – podem gerar sobrecarga nas pernas, inchaço, dores nas articulações, cansaço e redução da capacidade de concentração. A figura mostra três tipos de atividades em pé que geramimpactos diferentes no trabalhador. O primeiro se refere a uma atividade que requer bastante concentração – qualquer descuido pode gerar uma falha. Desse modo, pode- se dizer que a posição de trabalho em questão não está adequada à atividade desenvolvida, portanto, trata-se de trabalho com muitos riscos. Figura 1: Posição de trabalhar Fonte: SESI-SEBRAE (2005) 33 A segunda situação aponta um indivíduo que realiza um trabalho leve. No entanto, a posição de trabalho não está adequada, gerando desconforto na execução – neste caso, é possível afirmar que a posição de trabalho está potencializando o risco da atividade. A terceira mostra um trabalhador transportando uma elevada carga de equipamentos. Nota-se que também se trata de uma situação com elevado potencial de risco. O levantamento e o transporte de cargas deve ser uma atividade realizada de maneira correta, visando evitar lesões. Em relação ao levantamento, observam- se algumas questões que podem ser recomendadas: • Manter a carga próxima ao corpo; • Manter os pés separados e o peso do corpo corretamente distribuído; • Manter a carga apoiada nas mãos; • Manter os joelhos dobrados; • Manter o pescoço e as costas alinhados; • Manter as costas e as pernas em movimento de esticar. Em relação às atividades onde o trabalhador não precisa exercer força física e pode se manter sentado, há a necessidade de adequar as distâncias do campo de visão, altura do punho, altura da cadeira, entre outras coisas. Figura 2: Levantamento de cargas Fonte: SESI- SEBRAE (2005) 34 Há algumas medidas que são importantes para reduzir o desconforto: • Colocar a tela do computador a pelo menos 50 centímetros de distância dos olhos; • A iluminação deve ser adequada ao tipo de trabalho; • As jornadas de trabalho devem contar com pausa para repouso visual; • O assento da cadeira deve ser ajustável para que cada pessoa possa trabalhar na posição mais confortável possível. Figura 3: Trabalho Sentado Fonte: SESI- SEBRAE (2005) 35 3 Principais Causas de Acidentes Há diversas causas dos acidentes que ocorrem no ambiente de trabalho. Destacam-se: • A falta de arrumação e limpeza; • Inexistência de orientação, ordem de serviço ou treinamento adequado; • Descumprimento da legislação; • Iluminação deficiente ou inexistente; • Umidade excessiva ou deficitária; • Utilização de instalações elétricas precárias ou defeituosas; • Prática de improviso e pressa; • Utilização de ferramentas gastas ou inadequadas; • Iluminação deficiente ou inexistente; • Utilização de escadas, rampas e acessos sem proteção coletiva adequada; • Falta de boa ventilação ou exaustão de ar contaminado; • Umidade excessiva ou deficitária; • Falta de planejamento e gestão compromissada com o assunto. 4 Legislação O acidente e a doença decorrentes de trabalho podem gerar responsabilidade civil, administrativa, acidentária do trabalho, e trabalhista e criminal. 36 Juridicamente falando, os acidentes podem ocorrer por culpa, caracterizado por negligência, imprudência ou imperícia. Negligência é a omissão voluntária de diligência ou cuidado — falta de atenção. Imprudência consiste na falta involuntária de observância das medidas de precaução e segurança, de consequência previsível, e que se faziam necessárias no momento para evitar um mal ou a infração da lei — excesso de confiança. Imperícia é a falta de aptidão especial, habilidade, experiência, ou de previsão no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. Quando se constata a ocorrência de um acidente de trabalho, pede-se uma indenização, que pode ser: • Por acidente de trabalho, em determinado valor; • Pensão mensal vitalícia; • Por danos morais; • Por danos estéticos; • Por lucros cessantes; • Por despesas médicas, medicamentos e próteses mecânicas, dependendo do caso. Tais responsabilidades aplicadas ao empregador estão determinadas na Constituição Federal 1988. Capítulo II - Dos direitos Sociais/CF, 1988 Código Civil Brasileiro, Lei 10.406, de 11/01/2002 Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social; XXXIII - redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do 37 empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa. A Instrução Normativa 6 (NR6) que tem seu embasamento jurídico advindo de sua existência nos artigos 166 e 167 da CLT, estabelece e define os tipos de Equipamento de Proteção Individual (EPI) que as empresas estão obrigadas a fornecer a seus empregados, sempre que as condições de trabalho o exigirem, a fim de resguardar a saúde e a integridade física dos trabalhadores. Resumindo Conforme foi apresentado nesta unidade, existem fatores capazes de prejudicar o trabalho em pé e também o trabalho sentado. Para cada um deles é necessário tomar precauções para evitar os acidentes de trabalho e outros danos à saúde. Em caso de prejuízo físico decorrente de acidente de trabalho, a legislação prevê o pagamento de indenização por parte do empregador. 38 a 1) Em relação às atividades onde o trabalhador não precisa exercer força física e pode manter-se sentado, não há necessidade de adequar as distâncias do campo de visão, altura do punho, altura da cadeira, entre outras coisas. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2) O acidente e doença decorrentes de trabalho podem gerar responsabilidade civil, administrativa, acidentária do trabalho e trabalhista e criminal. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 3) Imprudência é a falta de aptidão especial, habilidade, experiência, ou de previsão no exercício de determinada função, profissão, arte ou ofício. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 5) Imperícia é a omissão voluntária de diligência ou cuidado – falta de atenção. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Atividades 39 Referências ALMEIDA, C. V. B.; ADISSI, P. J. Exposição a riscos de agrotóxicos: apenas uma falta de informação dos agricultores? In: XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Anais... Salvador, BA, 2001. 7p. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/ biblioteca/ENEGEP2001_TR44_0976.pdf>. Acesso em 23 mar. 2010. ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: <http:// www.antt.gov.br>. Acesso em: out. 2015. ANDEF. Manual de uso correto de equipamentos de proteção individual. São Paulo: Linea Creativa, 2003. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Portaria nº 86, de 3 de março de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.normaslegais. com.br/legislacao/portaria-mte-1896-2013.htm>. Acesso em: 15 dez. 2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria nº 25, de 15 de outubro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_25_2001_altera_nr6.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CORDEIRO, R.; CLEMENTE, A. P. G.; DINIZ, C. S.; DIAS, A. Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes do trabalho. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 3, jun. 2005. DIAS, A.; CORDEIRO, R.; GONÇALVES, C. G. de O. Exposição ocupacional ao ruído e acidentes do trabalho. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, out. 2006. RISSATO, S. R. et al. Determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial,água potável e solo na região de Bauru (SP). Química Nova, São Paulo, v. 27, nº 5, p. 739-743, 2004. SESI-SEBRAE. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho: Saúde e Segurança no Trabalho. Micro e Pequenas Empresas / Luiz Augusto Damasceno Brasil (org.). Brasília: SESI-DN, 2005. VIEIRA, J. L. Regulamento de segurança contra incêndio. São Paulo: Edipro, 2011. 40 UNIDADE 4 | SEGURANÇA NO TRABALHO RURAL 41 Unidade 4 | Segurança no Trabalho Rural d Você já viu algum trabalhador rural trabalhando sem equipamentos de proteção? Quais são os principais EPI utilizados no meio rural? Quais são os maiores danos à saúde de um funcionário que não utiliza os equipamentos de proteção? 1 Características do Trabalho Rural O trabalho rural apresenta características singulares. Trata-se de um trabalho que exige bastante esforço dos trabalhadores, expondo-os a diversos riscos. Portanto, o cuidado com a segurança é algo primordial. 42 c O processo de trabalho rural varia de intensidade quanto aos esforços despendidos conforme a atividade que está sendo executada. A jornada de trabalho pode superar 12 horas diárias, com frequência de até sete vezes na semana, sob condições ambientais bastante desfavoráveis e variáveis de temperatura e umidade. Existem vários tipos de plantio que exigem muito empenho físico e demandam o manuseio de ferramentas perigosas, tais como: a cultura manual da cana de açúcar, tomate, uva entre outras. 2 Principais Equipamentos de Proteção Individual para o Trabalho Rural O trabalho rural é uma das atividades que exigem o uso de EPI. Utilizam-se principalmente: a luva de borracha, boné árabe, óculos, protetores auriculares, respiradores, botas, jaleco e calça hidro-repelentes. A luva é um dos equipamentos essenciais para evitar que os funcionários tenham contato direto com os agrotóxicos. De modo geral, recomenda-se que a luva seja feita de material de borracha. Existem vários tamanhos disponíveis, e o usuário deve escolher o tamanho ideal para a sua mão, utilizando as tabelas existentes nas embalagens. Figura 4: Luva de borracha Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) 43 O boné árabe é normalmente feito em tecido de algodão tratado para tornar-se hidro-repelente. A sua função é proteger o couro cabeludo e o pescoço contra respingos de agrotóxicos e contra o sol. Em complemento ao boné árabe, os óculos devem ser utilizados para proteger os olhos do contato direto com os agrotóxicos, sujeiras ou qualquer outro material com potencial perfurante, evitando que eles possam ser atingidos durante a realização de roçagens. Para proteger os ouvidos usam-se protetores auriculares, que diminuem os efeitos maléficos dos ruídos à saúde dos trabalhadores. Normalmente, utilizam-se os protetores em atividades que sejam realizadas com máquinas emissoras de ruído em nível elevado, tais como: tratores, colhedeiras, tobatas, motosserras e outras do gênero. Figura 5: Boné árabe Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) Figura 6: Óculos protetores Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) Figura 7: Protetor de ouvido Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) 44 Os respiradores possuem filtros para impedir a inalação de componentes químicos indesejáveis. Estes podem até ter a sua utilização dispensada desde que sejam nas seguintes situações: • Aplicação tratorizada de produtos granulados incorporados ao solo; • Pulverização com tratores equipados com cabines climatizadas. É fundamental que haja a correta limpeza dos respiradores de modo que os filtros nunca fiquem saturados. Caso ocorra tal situação, é necessário realizar a substituição prontamente, ou descartar o equipamento. Sem essas precauções, os respiradores podem tornar-se meios de contaminação. As botas são úteis para evitar que os funcionários sofram um ataque direto de animais venenosos e também para evitar o contato direto com os agrotóxicos. Normalmente são fabricados com cano alto e materiais resistentes a solventes orgânicos. Figura 8: Respiradores Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) Figura 9: Bota de uso no trabalho rural Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) 45 O jaleco e a calça hidro-repelente são apropriados para proteger o corpo dos funcionários contra respingos do produto formulado, e não para conter exposições extremamente acentuadas ou jatos dirigidos. É importante que não sejam propositalmente direcionados jatos à vestimenta do trabalhador — recomenda-se mantê-la limpa durante a aplicação. As calças com reforço adicional nas pernas são importantes para evitar contaminação decorrente de aplicações manuais. A figura anterior mostra os dois equipamentos — a parte de cor branca é o jaleco, e a parte amarela é a calça, ambos hidro-repelentes. 3 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural Há grande dificuldade em controlar devidamente o uso dos EPI no meio rural. Entre alguns motivos estão a não oferta dos equipamentos de EPI para o funcionário e a sua não utilização por parte dos funcionários. Estudos do Ministério do Trabalho (2002) sobre a saúde de trabalhadores rurais que a atuam no corte de cana de açúcar mostram que as principais causas da não utilização dos equipamentos de EPI no Brasil é o seu desconforto, que atrapalha os movimentos durante a execução das atividades, resultando em queda de eficiência no trabalho. Desse modo, os trabalhadores optam por trabalhar sem o equipamento para conseguir cortar mais cana, uma vez que a remuneração é dada por toneladas cortadas. Figura 10: Jaleco e calça hidrorrepelentes Fonte: Sindicato Rural de Carambeí (2015) 46 Como consequência dessa opção, foram identificadas lesões em 73,52% dos trabalhadores avaliados por meio de análise dermatológica. h Os danos corporais não são os únicos que afetam os trabalhadores rurais, segundo Almeida e Adissi (2001). A exposição dos agricultores aos riscos de agrotóxicos tem sido uma constante em todo o meio rural brasileiro, devido à forma como são utilizados estes agroquímicos. Em qualquer das atividades de produção agrícola, havendo utilização de agrotóxicos, há exposição direta ou indireta do trabalhador. Pode-se dizer que o risco da contaminação é ainda maior do que as esfoliações geradas pela falta de uso dos equipamentos. Em relação aos agrotóxicos, há pouca informação acessível aos trabalhadores rurais sobre o impacto na saúde. Esse fato agrava as consequências, pois o nocivo contato direto deixa de ser um elemento preocupante. Figura 11: Distribuição das lesões Fonte: Ministério do Trabalho (2002) 47 Há pelo menos 50 agrotóxicos que são potencialmente carcinogênicos para os seres humanos. Outros efeitos de especial relevância são a neurotoxidade retardada, as lesões no Sistema Nervoso Central, a redução de fertilidade, as reações alérgicas, a formação de catarata, as evidências de mutagenicidade e consequentes alterações genéticas, as lesões no fígado e os efeitos teratogênicos, entre outros, os quais compõem o quadro de morbimortalidade dos expostos aos agrotóxicos (RISSATO, et al., 2004; MIRANDA, 2007). g Para saber mais sobre o assunto, acesse o vídeo “A Importância do EPI no Trabalho Rural” disponível no link a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=S_RvqFzPfa8 Resumindo Conforme foi apresentado nesta unidade, o trabalho rural exige bastante dos trabalhadores. Visando explicitar suas funcionalidades, foram apresentados os principais EPI utilizados no trabalho rural. Foi abordado de forma sucinta o drama vivido por trabalhadores rurais que optam por trabalhar sem o EPI visando obter maior rendimento no trabalho. 48 a 1) O boné árabe é normalmentefeito em tecido de plástico. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2) Em complemento ao boné árabe, os óculos devem ser utilizados para proteger os olhos contra o contato direto com os agrotóxicos. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 3) Para proteger os ouvidos, usa-se o boné árabe. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 4) Há uma grande dificuldade em manter o controle do uso do EPI no meio rural. Entre alguns motivos estão: a falta dos equipamentos de EPI para o funcionário e sua não utilização por parte dos funcionários. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Atividades 49 Referências ALMEIDA, C. V. B.; ADISSI, P. J. Exposição a riscos de agrotóxicos: apenas uma falta de informação dos agricultores? In: XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Anais... Salvador, BA, 2001. 7p. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/ biblioteca/ENEGEP2001_TR44_0976.pdf>. Acesso em 23 mar. 2010. ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: <http:// www.antt.gov.br>. Acesso em: out. 2015. ANDEF. Manual de uso correto de equipamentos de proteção individual. São Paulo: Linea Creativa, 2003. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Portaria nº 86, de 3 de março de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.normaslegais. com.br/legislacao/portaria-mte-1896-2013.htm>. Acesso em: 15 dez. 2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria nº 25, de 15 de outubro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_25_2001_altera_nr6.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CORDEIRO, R.; CLEMENTE, A. P. G.; DINIZ, C. S.; DIAS, A. Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes do trabalho. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 3, jun. 2005. DIAS, A.; CORDEIRO, R.; GONÇALVES, C. G. de O. Exposição ocupacional ao ruído e acidentes do trabalho. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, out. 2006. RISSATO, S. R. et al. Determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial, água potável e solo na região de Bauru (SP). Química Nova, São Paulo, v. 27, nº 5, p. 739-743, 2004. SESI-SEBRAE. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho: Saúde e Segurança no Trabalho. Micro e Pequenas Empresas / Luiz Augusto Damasceno Brasil (org.). Brasília: SESI-DN, 2005. VIEIRA, J. L. Regulamento de segurança contra incêndio. São Paulo: Edipro, 2011. 50 UNIDADE 5 | NORMAS DE SEGURANÇA APLICADAS AO TRABALHO RURAL 51 Unidade 5 | Normas de Segurança Aplicadas ao Trabalho Rural d Como está o número de acidentes no transporte rural? Há alguma relação com o modo de dirigir dos motoristas e as normas regulatórias? As diretrizes de segurança no trabalho rural se estendem a outras atividades além do transporte? Quais são os principais detalhes da norma NR 31? Nesta quinta unidade, abordaremos as questões relacionadas às normas de segurança de equipamentos e instalações pertinentes ao trabalho rural. O conhecimento deste tema é importante para que o empregador adéque as condições do trabalho rural de modo a evitar acidentes. 52 1 Norma Regulamentadora 31 (NR 31) O objetivo da Norma Regulamentadora 31 é estabelecer os requisitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e o meio ambiente do trabalho. Esta norma se aplica a quaisquer atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura, verificadas as formas de relações de trabalho e emprego e o local das atividades. Aplica-se também às atividades de exploração industrial desenvolvidas em estabelecimentos agrários. 2 Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas As normas referentes ao trabalho com máquinas e implementos agrícolas objetivam reduzir os riscos de lesão. Elas definem que as máquinas e implementos devem ser utilizados segundo as especificações técnicas do fabricante e dentro dos limites operacionais e restrições por ele indicados, e operados por trabalhadores capacitados, qualificados ou habilitados para tais funções. Quanto aos procedimentos de segurança durante a utilização de máquinas, ressalta-se os seguintes itens da Norma NR 31 (BRASIL, 2005): 31.12.4 É vedado o transporte de pessoas em máquinas auto propelidas e nos seus implementos. 31.12.4.1 Excetuam-se da vedação do subitem 31.12.4 as máquinas autopropelidas e seus implementos que possuam postos de trabalhos projetados para este fim pelo fabricante ou 53 por profissional habilitado, conforme disposto nesta Norma. 31.12.5 É vedada a adaptação de máquinas forrageiras tracionadas e equipadas com sistema de autoalimentação para sistema de alimentação manual. Em relação ao ponto de partida e parada de máquinas, cabe ressaltar que os dispositivos devem ser projetados e instalados de modo que atendam aos seguintes requisitos estabelecidos no item 31.12.6 da referida norma (BRASIL, 2005): a) não se localizem em suas zonas perigosas; b) impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador ou por qualquer outra forma acidental; c) não acarretem riscos adicionais; d) não possam ser burlados; e) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por outra pessoa que não seja o operador. Para fins de aplicação do item anterior, consideram-se dispositivos de segurança os componentes descritos pelo item 31.12.13, sendo eles classificados em seis grupos (BRASIL, 2005): a) comandos elétricos ou interfaces de segurança: dispositivos responsáveis por realizar o monitoramento, que verificam a interligação, posição e funcionamento de outros dispositivos do sistema e impedem a ocorrência de falhas que provoquem a perda da função de segurança, como relés de segurança, controladores configuráveis de segurança e controlador lógico programável — CLP de segurança; b) dispositivos de intertravamento: chaves de segurança eletromecânicas, com ação e ruptura positiva, magnéticas e eletrônicas codificadas, optoeletrônicas, sensores indutivos de segurança e outros dispositivos de segurança que possuem a finalidade de impedir o funcionamento de elementos da máquina sob condições específicas; 54 c) sensores de segurança: dispositivos detectores de presença, mecânicos e não mecânicos, que atuam quando uma pessoa ou parte do seu corpo adentra a zona de perigo de uma máquina ou equipamento, enviando um sinal para interromper ou impedir o início de funções perigosas: cortinas de luz, detectores de presença optoeletrônicos, laser de múltiplos feixes, barreiras óticas, monitores de área, ou scanners, batentes, tapetes e sensores de posição; d) válvulas e blocos de segurança ou sistemas pneumáticos e hidráulicos de mesma eficácia; e) dispositivos mecânicos, como: dispositivos de retenção, limitadores, separadores, empurradores, inibidores, defletores e retráteis; f) dispositivos de validação: dispositivos suplementares de comando operados manualmente que, quando aplicados de modo permanente, habilitam o dispositivo de acionamento: chaves seletoras bloqueáveis e dispositivos bloqueáveis. h Além disso, os dispositivos de intertravamento com bloqueio associado às proteções móveis das máquinas e implementos devem: a) permitir a operação somente enquanto a proteção estiver fechada e bloqueada; b) manter a proteçãofechada e bloqueada até que tenha sido eliminado o risco de lesão devido às funções perigosas da máquina ou do equipamento; e c) garantir que o fechamento e bloqueio da proteção por si só não possa dar inicio às funções perigosas da máquina ou do equipamento. 55 Em relação às máquinas motosserras, o item 31.12.38 da Norma NR 31 define que os seguintes dispositivos de segurança são obrigatórios (BRASIL, 2005): a) freio manual ou automático de corrente; b) pino pega-corrente; c) protetor da mão direita; d) protetor da mão esquerda; e) trava de segurança do acelerador. 3 Transporte de Trabalhadores Rurais A referida norma NR 31 (BRASIL, 2005) traça diretrizes para o transporte de funcionários. São requisitos mínimos: a) possuir autorização emitida pela autoridade de trânsito competente; b) transportar todos os passageiros sentados; c) ser conduzido por motorista habilitado e devidamente identificado; d) possuir compartimento resistente e fixo para a guarda das ferramentas e materiais, separado dos passageiros. 4 Trabalho com Animais O trabalho rural é composto por várias atividades – uma delas é a criação de animais. Em relação ao trabalho rural, o item 31.18.1 da referida norma define que o empregador rural ou equiparado deve garantir medidas de segurança, tais como (BRASIL, 2005): 56 a) imunização, quando necessária, dos trabalhadores em contato com os animais; b) medidas de segurança quanto à manipulação e eliminação de secreções, excreções e restos de animais, incluindo a limpeza e desinfecção das instalações contaminadas; c) fornecimento de desinfetantes e de água, suficientes para a adequada higienização dos locais de trabalho. Em todas as etapas dos processos de trabalho com animais devem ser disponibilizadas aos trabalhadores informações sobre (BRASIL, 2005): a) formas corretas e locais adequados de aproximação, contato e imobilização; b) maneiras de higienização pessoal e de higienização do ambiente; c) reconhecimento e precauções relativas a doenças transmissíveis. Além destas questões, é proibida a reutilização de águas utilizadas no trato com animais, para uso humano. 5 Edificações Rurais e Instalações Elétricas As edificações rurais como armazéns, silos e depósitos devem ser projetadas, executadas e mantidas para suportar as cargas permanentes e móveis a que se destinam. Estas devem cumprir alguns requisitos, como (BRASIL, 2005): a) Proporcionar proteção contra a umidade; 57 b) Ser projetadas e construídas de modo a evitar insolação excessiva ou falta de insolação; c) Possuir ventilação e iluminação adequadas às atividades laborais a que se destinam; d) Ser submetidas a processo constante de limpeza e desinfecção, para que se neutralize a ação nociva de agentes patogênicos; e) Ser dotadas de sistema de saneamento básico, destinado à coleta das águas servidas na limpeza e na desinfecção, para que se evite a contaminação do meio ambiente. 6 Áreas de Vivência Em relação ao ambiente de trabalho, cabe ao empregador rural disponibilizar aos trabalhadores áreas de vivência compostas de (BRASIL, 2005): a) instalações sanitárias; b) locais para refeição; c) alojamentos, quando houver permanência de trabalhadores no estabelecimento nos períodos entre as jornadas de trabalho; d) local adequado para preparo de alimentos; e) lavanderias; Os itens d e e somente são obrigatórios quando houver funcionários morando no recinto. As instalações sanitárias devem ser constituídas de: a) Lavatório na proporção de uma unidade para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração; 58 b) Vaso sanitário na proporção de uma unidade para cada grupo de vinte trabalhadores ou fração; c) Mictório na proporção de uma unidade para cada grupo de dez trabalhadores ou fração; d) Chuveiro na proporção de uma unidade para cada grupo de dez trabalhadores ou fração. As instalações devem conter um banheiro sanitário que respeite as seguintes especificações: a) Ter portas de acesso que impeçam o devassamento e ser construídas de modo a manter o resguardo conveniente; b) Ser separadas por sexo; c) Estar situadas em locais de fácil e seguro acesso; d) Dispor de água limpa e papel higiênico; e) Estar ligadas a sistema de esgoto, fossa séptica ou sistema equivalente; f) Possuir recipiente para coleta de lixo. g Para saber mais sobre o assunto, assista ao vídeo a respeito da Norma NR 31 e a segurança do trabalho no ambiente rural, disponível no link a seguir. https://www.youtube.com/watch?v=vC1-3HaLSyo 59 Resumindo Conforme foi apresentado nesta unidade, há uma norma que apresenta os requisitos mínimos de segurança sob responsabilidade do empregador. Visando explicitar as regras, foram apresentadas as diretrizes da Norma NR 31 que trata dos equipamentos e implementos agrícolas. Assim como em outras atividades, há atribuições que são específicas para o empregador e para o trabalhador no desenvolvimento de suas atividades. 60 a 1) É permitido o transporte de pessoas em máquinas autopropelidas e nos seus implementos. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 2) É vedada a adaptação de máquinas forrageiras tracionadas e equipadas com sistema de autoalimentação para sistema de alimentação manual. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 3) O empregador deve transportar todos os passageiros sentados. ( ) Verdadeiro ( ) Falso 4) O veículo de transporte deve ser conduzido por motorista habilitado e devidamente identificado. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Atividades 61 Referências ALMEIDA, C. V. B.; ADISSI, P. J. Exposição a riscos de agrotóxicos: apenas uma falta de informação dos agricultores? In: XXI Encontro Nacional de Engenharia de Produção – ENEGEP. Anais... Salvador, BA, 2001. 7p. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/ biblioteca/ENEGEP2001_TR44_0976.pdf>. Acesso em 23 mar. 2010. ANTT – AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES. Resolução n° 420, de 13 de maio de 2004. Aprova as Instruções Complementares ao Regulamento do Transporte Terrestre de Produtos Perigosos. Brasília, 2004. Disponível em: <http:// www.antt.gov.br>. Acesso em: out. 2015. ANDEF. Manual de uso correto de equipamentos de proteção individual. São Paulo: Linea Creativa, 2003. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. Portaria nº 86, de 3 de março de 2005. Brasília, 2005. Disponível em: <http://www.normaslegais. com.br/legislacao/portaria-mte-1896-2013.htm>. Acesso em: 15 dez. 2016. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria nº 25, de 15 de outubro de 2001. Brasília, 2001. Disponível em: <http://www.trabalhoseguro.com/Portarias/port_25_2001_altera_nr6.html>. Acesso em: 12 dez. 2016. CORDEIRO, R.; CLEMENTE, A. P. G.; DINIZ, C. S.; DIAS, A. Exposição ao ruído ocupacional como fator de risco para acidentes do trabalho. Revista Saúde Pública, São Paulo, v. 29, n. 3, jun. 2005. DIAS, A.; CORDEIRO, R.; GONÇALVES, C. G. de O. Exposição ocupacional ao ruído e acidentes do trabalho. Caderno Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 22, n. 10, out. 2006. RISSATO, S. R. et al. Determinação de pesticidas organoclorados em água de manancial, água potável e solo na região de Bauru (SP). Química Nova, São Paulo, v. 27, nº 5, p. 739-743, 2004. SESI-SEBRAE. Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho: Saúde e Segurança no Trabalho. Micro e Pequenas Empresas / Luiz Augusto Damasceno Brasil (org.). Brasília: SESI-DN, 2005. VIEIRA, J. L. Regulamento de segurança contra incêndio. São Paulo: Edipro, 2011. 62 Gabarito Questão 1 Questão2 Questão 3 Questão 4 Unidade 1 V V F V Unidade 2 F V V V Unidade 3 F V F F Unidade 4 F V F V Unidade 5 F V V V Apresentação Unidade 1 | Aspectos Introdutórios sobre EPI 1 O Que É um EPI? 2 Por Que Usar EPI? 3 Risco 4 Responsabilidades e Equipamentos de EPI 5 Tipos de EPI e as Operações Específicas de Trabalho Glossário Atividades Referências Unidade 2 | Avaliação dos Riscos no Ambiente de Trabalho 1 Classificação dos Riscos 2 O Mapa de Riscos e sua Elaboração 3 Etapas de Elaboração de um Mapa de Riscos Atividades Referências Unidade 3 | Questões Relacionadas aos Acidentes no Trabalho 1 Conceito de Acidentes de Trabalho 2 Posições de Trabalho 3 Principais Causas de Acidentes 4 Legislação Atividades Referências Unidade 4 | Segurança no Trabalho Rural 1 Características do Trabalho Rural 2 Principais Equipamentos de Proteção Individual para o Trabalho Rural 3 Gestão de Segurança, Saúde e Meio Ambiente de Trabalho Rural Atividades Referências Unidade 5 | Normas de Segurança Aplicadas ao Trabalho Rural 1 Norma Regulamentadora 31 (NR 31) 2 Segurança no Trabalho em Máquinas e Implementos Agrícolas 3 Transporte de Trabalhadores Rurais 4 Trabalho com Animais 5 Edificações Rurais e Instalações Elétricas 6 Áreas de Vivência Atividades Referências Gabarito
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