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Disciplina: MANEJO DA IRRIGAÇÃO Assunto: INFILTRAÇÃO DA ÁGUA NO SOLO Data: 25; 27 / 5 e 01/06 Semestre: I/2017 AULA 2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS CURSO DE AGRONOMIA Professor: Silvânio Rodrigues dos Santos OBJETIVO DA AULA Apresentar os principais métodos de determinação da infiltração da água no solo. 1. CONCEITOS • Processo pelo qual a água penetra no solo, através da sua superfície. Pode ser expressa em termos de velocidade (taxa) de infiltração, capacidade de infiltração (potencial) ou infiltração acumulada. Pode acontecer no sentido vertical e/ou em todos os sentidos. VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO (VI) • Fator de grande relevância para a irrigação uma vez que determina o tempo em que se deve manter a água na superfície do solo ou a duração da irrigação. É expressa em altura de lâmina de água ou volume de água por unidade de tempo (mm h-1, cm h-1 ou L s-1). • Depende diretamente da textura e da estrutura do solo • Um mesmo solo possui variação da VI devido à umidade presente e o gradiente de potencial (grandeza física que mede o sentido de movimento unitário da água). A água se move de maior para menor potencial total. VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO (VI) • Inicialmente a velocidade de infiltração é alta e reduz gradativamente até atingir um valor constante (VIB) • Principal aplicação da VIB: Projeto aspersão 2. FATORES QUE AFETAM A INFILTRAÇÃO • Condições extrínsecas do solo: cobertura vegetal; compactação por máquinas/animais. • Condições intrínsecas: textura; estrutura; adensamento de perfis; flora e fauna do solo; conteúdo de água. *Além de se infiltrar a água também se redistribui no solo • Condições de aplicação da água: duração; carga hidráulica; qualidade e temperatura da água. Classificação do solo quanto a VIB: • Muito alta ........... > 30 mm h-1 • Alta ..................... 15 – 30 mm h-1 • Média .................. 5 – 15 mm h-1 • Baixa .................. < 5 mm h-1 Valores típicos de VIB em função da textura: • Arenosa ........... > 30 mm h-1 (25 e 250 mm h-1) • Franco-Arenosa ................... 13 a 76 mm h-1 • Franco-Arenosa-Argilosa .... 5 a 20 mm h-1 • Franco-Argilosa ..................... 2,5 a 15 mm h-1 3. CLASSIFICAÇÃO DO SOLO E FAIXAS DA VIB À PARTIR DA TEXTURA 4. MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO • Entrada-Saída de água no sulco; • Infiltrômetro de sulco; • Anéis infiltrômetros; • Simulador de chuva. H H = altura do nível da água no cilindro externo Em irrigação por submersão: 10 cm Demais: 5 cm A profundidade dos cilindros no solo deve estar entre 10 e 15 cm 4.1. ANÉIS OU CILINDROS INFILTRÔMETROS • É mais indicado para a irrigação por inundação mas como na aspersão também predomina a infiltração vertical, pode ser utilizado. *Durante o ensaio a lâmina de água dentro dos anéis não deve abaixar mais que 2 cm Foto: PAZ, V. P. da S. 4.1. ANÉIS OU CILINDROS INFILTRÔMETROS Passos para a instalação: Fotos: PAZ, V. P. da S. Passos para a instalação: Fotos: PAZ, V. P. da S. Passos para a instalação: Fotos: PAZ, V. P. da S. Exemplo 1: Ordem (i) Tac (min) Leitura (mm) I (mm) Iac (mm) VI (mm h -1) 1 0 50 - 0 - 2 2,0 40 10 10,0 300,0 3 4,0 35 5 15,0 150,0 4 6,0 31/51 4 19,0 120,0 5 10,0 45 6 25,0 90,0 6 15,0 40 5 30,0 60,0 7 20,0 36 4 34,0 48,0 8 30,0 32/52 4 38,0 24,0 9 45,0 46 6 44,0 24,0 10 60,0 40 6 50,0 24,0 11 70,0 36 4 54,0 24,0 4.2. SIMULADOR DE CHUVA Simões et al. (2005) 4.2. SIMULADOR DE CHUVA Exemplo 2 (compilado de Brandão et al., 2006): - Área do teste = 0,90 x 0,90 = 0,81 m2; - Área da caixa de coleta (bandeja) = 1,0 m x 0,7 m = 0,7 m2; - Intensidade de precipitação média dos difusores (Ip) = 67,5 mm h-1 4.2. SIMULADOR DE CHUVA Tac (min) LprecAc (mm) Ves (L) VesAc (L) LesAc (mm) LinfAc (mm) VI (mm h -1) 5 5,63 0,84 0,84 1,04 4,59 55,1 10 11,25 1,33 2,17 2,68 8,57 47,8 15 16,88 1,54 3,71 4,58 12,3 44,8 20 22,5 1,75 5,46 6,74 15,76 41,5 25 28,13 1,82 7,28 8,99 19,14 40,6 30 33,75 1,96 9,24 11,41 22,34 38,4 35 39,38 2,03 11,27 13,91 25,47 37,6 40 45,0 2,10 13,37 16,51 28,49 36,2 45 50,63 2,17 15,54 19,19 31,44 35,4 50 56,25 2,17 17,71 21,86 34,39 35,4 55 61,88 2,24 19,95 24,63 37,25 34,3 60 67,5 2,31 22,26 27,48 40,02 33,2 65 73,13 2,31 24,57 30,33 42,8 33,4 70 78,75 2,38 26,95 33,27 45,48 32,2 75 84.,8 2,38 29,33 36,21 48,17 32,3 80 90,0 2,38 31,71 39,15 50,85 32,2 Tac = tempo acumulado; LprecAc = lâmina precipitada acumulada (= Tac x Ip / 60); Ves = volume escoado; VesAc = volume escoado acumulado; LesAc = lâmina escoada acumulada (VesAc / área teste); VI = velocidade ou taxa de infiltração {60*[LinfAc(i) - LinfAc(i-1)] / [Tac(i) - Tac(i-1)]}. Área do teste = 0,81 m2; Ip = 67,5 mm h -1. Compilado de Brandão et al. (2006) Exemplo 2: Infiltração à partir do simulador de chuva. 4.3. MODELOS DE AJUSTE 4.3.1. KOSTIAKOV Em que: K e n são parâmetros que dependem do solo e das suas condições iniciais. 4.3.2. KOSTIAKOV-LEWIS Em que: VIB = Velocidade de infiltração básica. A equação de Kostiakov há uma deficiência devido à velocidade de infiltração tender a zero quando o tempo tende ao infinito. a) Regressão linear (Kostiakov) Ajustar por planilha eletrônica a) Regressão linear (Kostiakov-Lewis) n = 0.2761 b = n a = 3.3868 N = 10 k = 29.5712 Resultados dos ajustes feitos à partir dos dados do exemplo 1 VI = 21.242*T-0.749 R² = 0.9647 Iac = 52.451*T0.4569 R² = 0.9873 0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200 250 300 0 0.5 1 1.5 In fil tra çã o ac um ul ad a (m m ) Ve lo ci da de In fil tra çã o (m m h -1 ) Tempo (h) VI Iac KOSTIAKOV KOSTIAKOV-LEWIS 0 10 20 30 40 50 60 0 50 100 150 200 250 300 0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2 1.4 In fil tra çã o ac um ul ad a (m m ) Ve lo cid ad e In fil tra çã o (m m h -1 ) Tempo (h) VI (mm/h) I (mm) Iac = 29,5712*T0,2761 + 24,0*T R2 = 0,9600 VI = 8,1646*T-0,7239 + 24,0 R2 = 0,4509 4.4. COMPARAÇÕES ENTRE MÉTODOS Capacidade de infiltração determinada à partir do simulador de chuva e dos anéis infiltrômetros. Fonte: Costa et al. (1999) Velocidade de infiltração da água em latossolo roxo distrófico, após duas horas de teste. Fonte: Sidiras e Roth (1984), citado por Brandão et al. (2006). Sistemas de preparo VI (mm h-1) Relação infiltrômetro / simulador Infiltrômetro Simulador Convencional 244 45 5,4 Escarificação 191 50 3,8 Plantio direto 129 58 2,2 REFERÊNCIAS CONSULTADAS BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 8 ed. Viçosa: Ed. UFV, 2006. 625 p. BRANDÃO, V. dos S.; CECÍLIO, R. A.; PRUSKI, F. F.; SILVA, D. D. da. Infiltração da água no solo. 3° ed. Viçosa: Editora UFV, 2006. 120 p. SIMÕES, W. L.; FIGUEIREDO, V. B.; SILVA, E. L. da. Uso do cilindro infiltrômetro único em diferentes solos. Engenharia Agrícola, v. 25, n. 2, p. 359-366, 2005. COSTA, E. L.; SILVA, A. M. da; COLOMBO, A.; ABREU, A. R. de. Infiltração de água em solo, determinada por simulador de chuvas e pelo método dos anéis. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.3, n.2, p.131-4, 1999. OBRIGADO!
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