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CURSO TÉCNICO EM SERVIÇOS PÚBLICOS Políticas Públicas Encontro n° 4 Professor João André Nascimento Ribas 2 ENCONTRO n° 4 TEMA DO ENCONTRO: Instituições no processo de Políticas Públicas REVENDO O ENCONTRO ANTERIOR 3 OBJETIVOS DESTA AULA Que ao final da aula o estudante possa: • Definir o que são instituições; • Perceber as instituições de participação social; • Identificar a interferência das instituições nas políticas públicas. 4 Analisando as instituições Instituição é o espaço dimensional onde se consolidam as políticas públicas, formado por regras formais que condicionam o comportamento dos indivíduos (SECCHI, 2013). Em conjunto, as instituições determinam as políticas públicas desenvolvidas em uma determinada arena política, conforme as temáticas e áreas de cada ponto institucional envolvido. 5 Institucionalismo e Neoinstitucionalismo Na visão institucionalista, a legitimidade jurídica é condição suficiente para garantir a legitimidade social. Já o neoinstitucionalismo enfatiza a importância das instituições/regras para decisão, formulação e implementação de políticas públicas, mas admite que não apenas as regras formais contam, como também as regras informais que regem instituições. 6 Instituições no processo de políticas públicas As políticas públicas dependem dos arranjos institucionais que influenciam na identificação do problema e na avaliação dos resultados. No fim do século XX, o modelo democrático reestabelecido foi o de democracia representativa. O fortalecimento das instituições é refletido na cultura política, relacionado ao empoderamento e amadurecimento social nas decisões coletivas que sustentam a democracia. 7 Cultura política Enquanto MOISES (2010, apud BAQUERO, 2011) identifica no Brasil “eleitores ambivalentes”, ou seja, que apoiam a democracia mas desconfiam das instituições políticas, POWER e JAMISON (2005, apud AMORIM, 2011) identificam as causas da desconfiança dos cidadãos em relação à política: desempenho socioeconômico, elevados índices de corrupção e uso instrumental das instituições políticas. 8 Cultura Política O individualismo é uma consequência inevitável das constantes frustrações dos cidadãos com o poder público, o que contribui para o enfraquecimento dos canais institucionalizados voltados ao interesse social. 9 Cultura Política Este contexto reflete a dinâmica da cultura política, definida como o “conjunto de predisposições coletivas interiorizadas que legitimam o comportamento político dos atores em um processo político.” (SECCHI, 2013) 10 Paroquial Submissa Participativa Os cidadãos são pouco ligados ao governo e ao sistema político. Os cidadãos são dependentes do governo. Os cidadãos sentem-se responsáveis pela definição do rumo do governo. Instituições de participação social São nos níveis locais que surgem atores capazes de modificar o comportamento político, como no caso de institucionalização de canais participativos, como os Conselhos Gestores de Políticas Públicas e o Orçamento Participativo (FREY, 2000). 11 Conselhos Gestores Os Conselhos Gestores são espaços de participação institucionalizada da sociedade civil no processo de políticas públicas, uma vez que possuem legislações específicas que regulamentam suas estruturas. 12 Conselhos Gestores Segundo GOHN (2006), assim funciona a institucionalização da participação social por intermédio dos conselhos gestores: “trata-se de um novo padrão de relações entre Estado e sociedade, porque eles viabilizam a participação de segmentos sociais na formulação de políticas públicas sociais que possibilitam o acesso aos espaços nos quais se tomam as decisões políticas”. 13 Orçamento Participativo Seria o orçamento participativo um canal de inclusão dos cidadãos no momento da decisão sobre aplicação do orçamento público, levando a sociedade civil a debater sobre os investimentos prioritários. Assim, consolida-se essa forma de participação como um meio de democracia direta sobre as decisões públicas. 14 Como induzir a institucionalização da participação social no âmbito de um sistema indutor da lógica neoliberal? Torna-se importante a sociedade garantir a sua participação nos canais institucionalizados, a fim de ampliar a representação social no processo decisório sobre políticas públicas. 15 RESUMO DO ENCONTRO Instituições são espaços compostos por regras formais e informais, por meio dos quais os atores desenvolvem o processo de políticas públicas. Estas também dependem de diversos arranjos institucionais que influenciam na identificação do problema e na avaliação dos resultados das ações dos governos. Por isso, o fortalecimento das instituições está relacionado ao empoderamento e amadurecimento social nas decisões coletivas que sustenta a democracia. Assim, algumas experiências de participação social institucionalizada foram realizadas no Brasil, como os Conselhos Gestores de Políticas Públicas e o Orçamento Participativo. 16 REFERÊNCIAS AMORIM, M. S. Democracia e cultura política em perspectiva comparada: Brasil e Paraguai. In: BAQUERO, M. (Org). Cultura(s) política(s) e democracia no século XXI na América Latina. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011. BAQUERO, M. Padrões de constituição da cultura política na América Latina no século XXI. In: BAQUERO, M. (Org). Cultura(s) política(s) e democracia no século XXI na América Latina. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2011. FREY, K. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas Públicas, Brasília, n. 21, jun. 2000. GOHN, M. da G. Conselhos gestores e gestão pública. Ciências Sociais Unisinos, n. 42(1):5-11, 2006, janeiro/abril. SECCHI, L. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análises, casos práticos. São Paulo: CENGAGE Learning, 2012. 17
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