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43 RESSUSPENSÃO DE SEDIMENTOS COESIVOS L. M. B. Mazuqui Escola Politécnica da Universidade de São Paulo C. L. Ramos Escola Politécnica da Universidade de São Paulo RESUMO: A linha de pesquisa sobre Transporte e Ressuspensão de Sedimentos de Material Coesivo iniciou-se com o estudo de caso do Rio Pinheiros na Região Metropolitana de São Paulo, cujo leito é constituído predominantemente por material fino na faixa granulométrica do material silte, decorrente da erosão das formações geológicas da região, que possibilita este tipo de contribuição sólida e de sua própria condição de canal artificial, cujas características permitem o assoreamento deste tipo de material. O estudo do caso que originou a pesquisa tinha como um dos objetivos o de estudar a dinâmica de transporte destes sedimentos finos, não somente tendo em vista aspectos técnicos e econômicos que envolvem os periódicos serviços de dragagem, como também os aspectos ambientais decorrentes da maior susceptibilidade de poluição dos sedimentos finos. Dentro destes dois enfoques é importante conhecer como é a dinâmica dos sedimentos do leito, uma vez que se não for dragado pode ser transportado pela corrente líquida a outros corpos d’água causando sempre algum tipo de impacto. 1. INTRODUÇÃO 1.1 Os Sedimentos Coesivos Em sedimentologia, define-se como sendo sedimentos coesivos as frações que apresentem granulometria inferior ao limite entre as areias e os siltes que, segundo a AMERICAN GEOPHYSICAL UNION-AG.U.* (apud – VANONI, 1977), corresponde ao diâmetro de peneiramento igual a 0,062 mm. Uma característica básica é que apresentam “coesão” e “plasticidade” (na faixa dos siltes, a composição de solo pode não apresentar plasticidade). Os sedimentos coesivos, por apresentarem uma elevada superfície específica, têm uma predisposição ao surgimento de forças de natureza físico- químicas que muitas vezes superam o próprio peso individual das partículas. Nos solos argilosos, esta característica é marcante. A origem dos sedimentos fluviais basicamente se deve ao processo erosivo da bacia contribuinte. O impacto direto das gotas precipitadas sobre o solo tem um efeito de desagregação das partículas, principalmente as mais finas, que entram em suspensão. O escoamento superficial carreia grande parte destes sedimentos por toda a encosta. Esta forma de erosão pode ocorrer por igual em toda a superfície, sem uma definição clara de canais, ao que se denomina de erosão laminar, ou pode concentrar-se em zonas de depressão natural, em forma de enxurradas com grande capacidade de transporte, dando origem ao que se denomina de erosão linear, em forma de sulcos, na sua manifestação mais branda, até atingir proporções maiores em forma de ravinas ou até vossorocas. Durante o percurso, os sedimentos erodidos sofrem consecutivas interceptações e interrupções de deslocamentos e apenas parte destes sedimentos é que efetivamente adentra os corpos d’água receptores. Dentro destes corpos d’água haverá uma seleção dos sedimentos, por dimensão, 44 fazendo com que os mais finos se desloquem a distâncias mais longas. Estes finos, dependendo de certas condições, poderão adquirir cargas elétricas que serão importantes para explicar o fenômeno da floculação e consequente sedimentação, uma vez que, como partículas individualizadas, se houvesse turbulência do escoamento, isto não ocorreria. (Ikeda,1997). 1.2 Interação dos sedimentos coesivos As propriedades físico-químicas dos solos coesivos dependem fundamentalmente da interação sedimento-água. Os íons de uma solução eletrolítica são uniformemente distribuídos, em movimentos brownianos. Nas vizinhanças do contorno das partículas sólidas carregadas existe uma região denominada de “Dupla Camada” onde elas tendem a se ordenar e desta forma influenciam o comportamento das argilas apud Ikeda (1997). A formação desta “Dupla camada” resulta numa estrutura ordenada na solução eletrolítica adjacente aos cristais de argila, tendendo a uma distribuição mais difusa à medida que se afasta do campo elétrico potencial formado. As partículas isoladas de sedimentos coesivos, devido à sua reduzida dimensão e peso, tendem a manter-se em permanente suspensão em escoamentos turbulentos, uma vez que as componentes ascencionais superam a força gravitacional. Porém, quando os sedimentos são transportados, em determinadas condições químicas da água, podem surgir esforços de natureza físico-química que geram atração ou repulsão entre as partículas, dependendo de cada caso. Este fenômeno pode ser explicado pela Teoria da Estabilidade Coloidal, mais conhecida por DLVO. Em resumo, a soma da energia potencial de repulsão, VR (repulsão eletrostática), e da energia potencial de atração, VA (energia de Van der Walls), podem gerar uma resultante de atração e, neste caso, o colóide não é estável, ocorrendo a floculação. Caso ocorra o contrário ele será estável permanecendo as partículas sempre dispersas. No movimento browniano dos sedimentos em suspensão ocorrem choques intermitentes que, caso VA>VR, há uma tendência à formação de aglomerações denominadas de flocos, caracterizada pelo diâmetro do floco. Em processo semelhante, da união destes flocos formam-se os agregados de flocos que, por sua vez, irão formar uma rede de agregados (figura 1). A floculação é o primeiro estágio do processo de sedimentação de sedimentos finos. A colisão e/ou interfloculação entre as partículas pode ser considerada como o movimento descrito por Brownian, por velocidades gradientes e por deposições diferenciadas. Figura 1- Exemplo de floculação (Partheníades, 1965) Em estuários e rios e para sedimentos finos, o movimento browniano pode ser dominante apenas no primeiro estágio de floculação e na formação primária de flocos. Para efeitos práticos Partheníades (1995) sugere que este efeito deva ser desprezado. A velocidade gradiente é o mais importante agente de floculação, não apenas do ponto de vista de colisão mas também porque molda e determina as propriedades básicas dos flocos e especificamente a dimensão, a densidade e a resistência dos flocos e agregados de elevada ordem. As deposições diferenciais tornam-se dominantes em comparação com as velocidades gradientes referentes aos fatores de floculação somente em águas paradas ou quase paradas, assim como os estuários marinhos durante as estofas de maré. As deposições rápidas tem sido observadas em regiões de pouca profundidade, durante estes períodos. 45 2. TRANSPORTE E DEPOSICÃO DE SEDIMENTOS COESIVOS No inter-relacionamento entre os sedimentos coesivos no processo de transporte, podem ocorrer as seguintes situações: transporte em suspensão horizontal , suspensão horizontalmente estacionária com alta densidade , leito fracamente consolidado e leito fortemente consolidado ( Mehta et al,1989). O transporte horizontal em suspensão dos sedimentos finos ocorre quando os sedimentos formam flocos e sofrem um processo chamado deposição ou sedimentação, que fará com que estes desçam para perto do leito formando uma região altamente concentrada mas ainda não depositada. Esta situação é definida pela suspensão horizontalmente estacionária com alta densidade . Porém, se neste momento ocorrer um aumento da tensão do escoamento, de modo a separar estes flocos, os sedimentos entrarão novamente em suspensão mesmo não tendo sido depositados. Este fenômeno chama- se “realimentação”. (Ikeda,1997). Com o aumento da rede de agregados, os sedimentos começam a se depositar no fundo formando o que se chama “leito fracamente consolidado”(Ikeda,1997). Com o recebimento de novas cargas de sedimentos é acarretado um processo de adensamento do material formando um “leito fortemente consolidado”, devido ao adensamento que estas cargas provocam. Em qualquer um destes dois últimos casos, dependendo das condições do escoamento,o material pode voltar à suspensão. Neste caso este processo chama-se “ressuspensão” (Ikeda,1997). Estas situações são representadas no esquema da figura 2. 3. DESENVOLVIMENTO DOS ENSAIOS A amostra de sedimentos ensaiada é proveniente do Rio Pinheiros, sendo constituída predominantemente por siltes e com frações menores de argila e areia. O resultado do ensaio de granulometria, realizado pelo Laboratório de Mecânica dos Solos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo forneceu a seguinte constituição: 34% argila, 49% silte e 17% areia, segundo a Classificação da American Geophysical Union – A.G.U., apud Vanoni (1977). Portanto, trata- se de material silto-argiloso com pouca areia. A densidade dos grãos é de 2.590 kg/m3. Figura 2 - Estados físicos do leito e processos de transporte de sedimentos coesivos. (Mehta et al, 1989) Quanto à sua composição mineralógica, foram encontradas os seguintes minerais através de ensaios de Difratometria de raio-X, realizado no laboratório de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo: Quartzo, Caolinita, Mica- Muscovita, Brushita, Goethita, Gibsita, Feldspato-microclínio e Feldspato-anortita. Os ensaios foram realizados em um canal de laboratório de circuito fechado (Fotografia 1), que possui as seguintes dimensões principais: comprimento : 16,0 m; largura: 05 m; profundidade: 0,5 m; vazão máxima 252 m3/h e declividade máxima 0,0257 m/m. Foram realizados um total de 28 (vinte e oito) ensaios, com vazões variando de 30 m3/h (0,00833 m3/s) a 180 m3/h (0,0500 m3/s), declividades variando de 0,001551 a 0,01454 m/m e tempos variando de 450 a 3050 minutos. Os níveis d’água, bem como os do leito, foram determinados por leituras de ponta limnimétrica. Esta ponta ficava instalada num carrinho que percorria os trilhos sobre o canal. O material utilizado foi obtido da dragagem de leito. Este material foi seco, destorroado e peneirado. Após este processo, colocou-se o material dentro do canal despejando-o de forma a manter uma espessura mais ou menos 46 constante de aproximadamente 10 cm. Foram realizados ensaios com condições de leito fracamente e fortemente consolidados. Após a disposição do material, vedou-se o canal a jusante com um septo para que se pudesse proceder o seu enchimento com água de forma muito lenta. Fazia-se o recobrimento com uma lâmina de água de cerca de 15 cm, umidificando e acomodando o leito, obtendo assim a condição correspondente a a de leito de deposição recente, fracamente consolidado. Para uma condição correspondente a de leito fortemente consolidado, procedeu-se à aplicação de uma carga uniforme de compressão ao longo do leito. Esta compressão foi mantida durante 24 (vinte e quatro) horas, impondo-se recalques imediatos no leito que variaram de 1,0 a 1,2 cm. Em alguns ensaios procedeu-se da mesma forma citada anteriormente, e após este recalque imediato, deixou-se o leito secando e exposto ao ar, em alguns ensaios por aproximadamente três meses e outros por aproximadamente 21 (vinte e um) dias, simulando afloramento de sedimentos em reservatório. Para a determinação da tensão de cisalhamento real do leito utilizou-se o critériio de correção de Vanoni e Brooks (1957), apud Vanoni (1977). Fotografia 1- Vista geral do canal sedimentométrico 4.RESSUSPENSÃO DE SEDIMENTOS COESIVOS As equações gerais apresentadas na revisão bibliográfica para sedimentos finos, segundo Mehta-Partheníades (1982), segue uma relação mono-logarítmica. Ikeda (1997) utilizou a mesma estrutura para a determinação da equação de ressuspensão para sedimentos na faixa dos siltes com leitos fracamente consolidados. Nesta continuidade de pesquisa esta metodologia não foi alterada, tendo sido feito o ajuste de curva com uma expressão do tipo: ba.)ln( sb +t-t=e (1) onde “a” e “b” são parâmetros de ajuste da regressão, tb representa a tensão de cisalhamento do escoamento sobre o leito, ts é a tensão de início de ressuspensão do sedimento e e a razão de erosão. Convém observar que Mehta e Partheníades (1982) verificaram haver um incremento de ts com a profundidade do leito devido principalmente ao adensamento.Na condição crítica de início de transporte, tem-se: eo = eb e tb = ts (2) Uma das formas de avaliação da razão de erosão dos sedimentos do leito pode ser feita através do levantamento das concentrações (medidas a jusante do canal) ao longo do tempo dos ensaios. Esta metodologia foi utilizada por Ikeda (1997), com resultados pouco satisfatórios. Como as medições eram pontuais no tempo, alguns ensaios apresentaram diferenças de concentrações muito pequenas, abaixo do limite de detecção da técnica do laboratório de sedimentometria. Deu-se preferência, conforme já foi explicado, por utilizar a metodologia que determina a razão de erosão através da variação do leito do canal. Embora não dê o mesmo nível de informação ao longo do desenvolvimento dos ensaios fornece resultados bem mais confiáveis. Com a diferença dos níveis do leito antes e após cada ensaio, determina-se o respectivo volume. A partir disto faz-se a transformação dos valores medidos em peso, considerando-se o peso específico do sedimento e a porosidade do leito. Este valor dividido pela área da superfície de sedimentos e pelo tempo de ensaio resulta nos valores de razão de erosão e 5. 5. RESULTADOS Até o ensaio 16 o leito inicial encontrava-se na condição de fracamente consolidado. A partir do ensaio 17 o leito inicial foi adensado com uma carga uniforme de compressão, para obter recalque imediato, formando a condição de leito fortemente consolidado. A partir do ensaio 20 procedeu-se também a secagem do leito inicial após o seu adensamento. Os ensaios de Ikeda (1977) foram realizados com material muito semelhante a este estudo, com uma composição de 60% de siltes, 17% de argilas e 23% de areia com a mesma metodologia no que se refere aos ensaios de leito fracamente consolidado. Como pode-se observar na figura 4, os resultados dos ensaios de Ikeda (1997) apresentam uma boa concordância com os atuais, a menos de alguns resultados dos ensaios com o leito previamente seco. Dada a semelhança do material utilizado e dos resultados, estes dados também foram incorporados a esta análise para a proposição de um equacionamento para sedimentos predominantemente na faixa dos siltes. O valor de ts foi determinado a partir da variação da razão de erosão e com a tensão de cisalhamento do leito, na condição de interceptação, conforme mostra a figura 3. Resulta disto o valor: ts = 0,408 N/m2 Figura 3 - Variação da tensão de cisalhamentono leito com a razão de erosão Ikeda (1997) chegou à seguinte expressão para o material na faixa dos siltes: 5,0 b )408,0.(35,1 e.3,21 -t =e (3) onde: ts = 0,408 N/m2 e ef = 21,3 g/cm2.min A curva da figura 4 mostra uma variação da razão de erosão com a tensão excedente de cisalhamento bem mais branda para os siltes que para as argilas (Mehta: ensaios com solo argiloso, Mazuqui e Ikeda: ensaios com solo siltoso). Ainda assim, nota-se que a estrutura da equação proposta por Parchure-Mehta não representa bem os resultados experimentais. Com todos os dados para siltes (pesquisa atual e de Ikeda, exceptuando-se os pontos para leito previamente seco), foi feito o ajuste de uma equação, dentro de uma outra estrutura mais adequada, resultando na seguinte equação: [ ]051,0)408,0.(89,6)ln( ---= be (4) Observe-se que praticamente não há diferenças de resultados experimentais, com os de Ikeda (1997), mesmo considerando os dados referentes ao leito fortemente adensado. Apenas em alguns ensaios com o leito previamente seco (os iniciais) é que nota-se um aumento considerável da coesão e portantouma redução nas taxas de ressuspensão. (t-t(t-t ))0,50,5 e e Figura 4 - Resultados experimentais confrontados com os de outros autores 48 6.CONCLUSÕES Com base no que foi exposto, conclui-se que: · Este estudo consolida os resultados obtidos anteriormente por Ikeda (1997), servindo de base aos estudos sedimentológicos que estão em curso para a região metropolitana de São Paulo. · A equação 4 proposta se adequa melhor aos dados experimentais do que a estrutura de equação de Parchure e Mehta. · Não foi notada diferenças de resultados nos ensaios com leito fracamente consolidado ou fortemente consolidado. · Quando se faz a secagem do leito previamente aos ensaios nota-se, pelo menos nos primeiros ensaios, que a taxa de ressuspensão fica bastante reduzida pelo aumento da coesão interna. · Nas aplicações aos estudos do reservatório de Pirapora pode-se inferir que eventuais afloramentos de sedimentos, decorrentes das novas regras operacionais, irão reduzir processos de ressuspensão de sedimentos. · Os resultados não representam a influência de outros fatores presentes no rio tais como a taxa de matéria orgânica ou outros condicionantes que também são variáveis do problema, embora estudos de Partheníades e Mehta considerem que a variável mais relevante seja a tensão de cisalhamento. 7. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo e ao Departamento de Águas e Energia Elétrica pelo apoio à este trabalho de pesquisa. 8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS American Society of Civil Engineers Sedimentation engineering prepared by the ASCE Task Committee for the Preparation of the Manual on Sedimentation of the Sedimentation Comittee of the Hydraulics Division; edited by Vito Vanoni. New York, ASCE.1977, 745p. Ikeda, Luiz Eduardo de S. Ressuspensão de sedimentos depositados com material de natureza coesiva: Exemplo Rio Pinheiros. dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. 1997, 101 p. Mazuqui, Lilza Mara B. Estudo de Ressuspensão de Sedimentos Coesivos. Dissertação apresentada à Escola Politécnica da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Engenharia. 1999,110p. Mehta, Ashishi J. et al. Cohesive sediment Transport I: Process description J. Hydr. Eng., ASCE, Ser. Hy, v.115, n.8, Aug.1989, p.1076-1093. ___________________. Cohesive sediment transport II: Aplication. J. Hydr.Eng. ASCE, v.115, n.8, Aug. 1989 p. 1094 –1112. Mehta, Ashishi J. & Partheníades, Emmanuel. Ressuspension of deposited Cohesive sediment beds. In: Conferência ASCE, 18º, Cape Town, Republic of South Africa, 1982. Proceedings of the Eighteenth Coastal Engineering Conference. New York: ASCE, v.2, 1982. Partheníades, Emmanuel. Erosion and deposition of cohesive soils.J. Hydr. Div., ASCE, v.91, n.1, Jane. 1965 p.105-139. _____________________. The dynamics of floculation as related to cohesive sediment transport processes. In Conferência Internacional sobre Engenharia Costeira e Portuária nos Países em desenvolvimento, ABRH, 4º, Rio de Janeiro, RJ, Set., 1995. Proceedings of the Fourth Internacional Conference on Coastal and Port Engineering in Developing Countries: Copedec iv. Rio de Janeiro, ABRH, 1995, v.1, p. 14-28.
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