Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 1 Olá! Como vai você? Pronto para mais uma aula? Hoje é dia de estudarmos regência e crase. Esses dois assuntos são muito importantes; toda prova traz uma ou duas questões sobre eles, pelo menos. Por isso eu sugiro que você os estude com muita atenção e não prossiga sem que as dúvidas sejam esclarecidas. O domínio das regras que veremos a seguir é fundamental para o candidato que deseja uma vaga no Banco do Brasil. Regência Nominal Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei de falar: (1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos. (2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão mais perto da aprovação. (3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso! É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que merecem nossa atenção: ADJ. COMP. NOMINAL PREP. ADV. COMP. NOMINAL PREP. (de + a) SUBST. COMP. NOMINAL PREP. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 2 Acessível a Favorável a Ódio a ou contra Acostumado a ou com Fiel a Odioso a ou para Alheio a Grato a Posterior a Alusão a Hábil em Preferência a ou por Ansioso por Habituado a Preferível a Atenção a ou para Inacessível a Prejudicial a Atento a ou em Indeciso em Próprio de ou para Benéfico a Invasão de Próximo a ou de Compatível com Junto a ou de Querido de ou por Cuidadoso com Leal a Residente em Desacostumado a ou com Maior de Respeito a ou por Desatento a Morador em Sensível a Desfavorável a Natural de Simpatia por Desrespeito a Necessário a Simpático a Estranho a Necessidade de Útil a ou para Estranho a Nocivo a Versado em Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Ex:. Você é favorável à volta da CPMF? (...favorável a + a volta...) A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes, observam-se, 1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 3 por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão: (1) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com fornecedores." (2) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas dificuldades de o respirar propende à sonolência." (3) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo procurava apenas uma achega." (4) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus projetos." Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (3). Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso inadequado da preposição trazem prejuízo à frase. Caso não tenha entendido alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem. REGÊNCIA VERBAL Começo este tópico trazendo à memória conceitos de transitividade verbal. Você se lembra disso? PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 4 VTD Verbos cujos complementos (objetos diretos e objetos indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos. Estão divididos em: a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos) não são introduzidos obrigatoriamente por preposição; (1) Quero água. (2) A médico, confessor e letrado nunca enganes. Em (2), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto. b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe); (3) Gosto de água. (4) Custou-me entender o assunto. c) transitivos diretos e indiretos (ou bitransitivos): reúnem, ao mesmo tempo, objetos diretos e indiretos; (5) Deram-lhe um presente. Há também verbos considerados de sentidos completos, por não exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos como intransitivos. VTD OD ODP VTI OI VTI OI VTDI OI OD PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 5 (6) Infelizmente, a vítima do acidente morreu. Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade mental). Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos, substantivos ou pronomes). (7) Maria é feliz. Verbos de ligação denotam situação permanente, situação transitória, mudança de situação. (8) João é estudioso. (situação permanente) (9) João está cansado. (situação transitória) (10) João ficou alegre. (mudança de situação) Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim, não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou de ligação dependerá das relações semântico-sintáticas entre os termos da oração. (11) João anda cansado. (12) João anda depressa. VI Suj. VL Pred. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 6 Em (11), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo (“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional). Em (12), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo sujeito. É, pois, verbo nocional. Note que o vocábulo “depressa” não integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que a ação é desenvolvida. Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em transitivo (direto; indireto; direto e indireto),intransitivo ou de ligação, convém tratar especificamente da regência de alguns verbos. Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o eminente professor Décio Sena. ASSISTIR a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR; seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do campeonato. b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER, TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não assiste ao professor reclamar tanto. c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso, exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de mesmo gênero gramatical). d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há seis anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse termo com objeto indireto). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 7 LEMBRAR/ESQUECER É comum que algumas pessoas se atrapalhem com o uso desses verbos. Isso ocorre porque eles apresentam variados regimes. Vamos a eles! a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e “cada detalhe”. b) Transitivos indiretos quando conjugados pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro. Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”. c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto: Esqueceu- me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”. RESPONDER a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por pessoa: Respondi o telegrama ao amigo. b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório. c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 8 ATENDER Pode ser trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige preposição A). Por exemplo: Atendi o chamado imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo. ASPIRAR a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo. b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de gerente. CHAMAR a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor. b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus. c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota). CUSTAR a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me entender este assunto. b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas. c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais. IMPLICAR a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua reprovação. b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 9 c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas. INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova. Aqui, o que não pode acontecer é que coisa e pessoa sejam objeto direto ou objeto indireto: Informei a prova o aluno. (errado) Informei-lhe da prova. (errado) PREFERIR a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO – artigo de um lado, artigo também de outro lado!). Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO). Observação – O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que; menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu complemento indireto é, obrigatoriamente, A. VISAR a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre. b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque. c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da linguagem. MORAR/RESIDIR/SITUAR a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) / Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 10 OBEDECER/DESOBEDECER a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais. Agora já podemos resolver algumas questões de prova para ver como tudo isso é cobrado em prova. 1. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2010) Em relação à regência nominal, em qual das frases a seguir a preposição empregada NÃO está ADEQUADA? (A) A partir daí, estava apto para ajudar alguém. (B) Ele, então, estava sedento por um futuro melhor. (C) Não seja inconstante em suas decisões. (D) Na vida, todos nós somos passíveis a equívocos. (E) Temeroso de um resultado negativo, não seguiu sua intuição. Comentário – Lembre-se de que regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação é sempre intermediada por uma preposição. Configura erro de regência não empregá-la, ou empregar erradamente uma preposição. O problema contido na letra D consiste no emprego da preposição a em vez da preposição de. Resposta – D 2. (FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/2010) ... a sua capacidade de encarnar valores e princípios... A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima é: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 11 (A) Mas ela contribui para a formação da própria essência da democracia ... (B) Afinal, a democracia repousa sobre a ficção ... (C) O consentimento de todos seria a única garantia indiscutível ... (D) ... mais as sociedades produzem conflitos ... (E) ... e necessitam de lideranças ... Comentário – O verbo “encarnar” teve seu sentido complementado por um termo (“valores e princípios”) sem preposição. É, pois, verbo transitivo direto (VTD). Observe que os verbos “contribui” (contribui para quê?), “repousa” (repousa sobre o quê?) e “necessitam” (necessitam de quê?) reclamam complementos regidos por preposição. Eles são transitivos indiretos. Na alternativa C, o verbo “seria” funciona como o elo entre o sujeito (“o consentimento de todos”) e o seu predicativo (“garantia”). É, pois, um verbo de ligação. Resposta – D 3. (FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário/2010)... a Amazônia representa mais da metade do território brasileiro ... (2º parágrafo). A frase cujo verbo exige o mesmo tipo de complemento exigido pelo verbo grifado acima é: (A) Essa visão mudou bastante nas últimas duas décadas... (B) O vapor de água (...) responde por 60% das chuvas... (C) ... que caem nas regiões Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. (D) ... pois o destino da região depende muito mais de seus habitantes. (E) ... porque terão orgulho de sua riqueza natural, única no mundo. Comentário – Estamos diante de outro verbo cujo sentido é complementado por um termo sem preposição: “mais da metade do território brasileiro”. Portanto o verbo representar também é um VTD. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 12 A mesma regência é notada no emprego do verbo ter na alternativa E (ter o quê?). O termo “orgulho de sua riqueza natural” é seu objeto direto. Nas alternativas A e C, notamos verbos intransitivos (“mudou” e “caem”). Nas alternativas B e D, há verbos transitivos indiretos (“responder por” e “depende (...) de”). Resposta – E 4. (FCC/TRF 4ª Região/Analista Judiciário/2010) Houve muitas discussões sobre medidas para se minimizar o aquecimento global, já que todos consideram o aquecimento global uma questão crucial para a humanidade, embora poucos tomem medidas concretas para reduzir o aquecimento global, não havendo sequer consenso quanto às verbas necessárias para mitigar os efeitos do aquecimento global. Evitam-se as viciosas repetições do período acima substituindo-se os elementos sublinhados, na ordem dada, por: (A) consideram-lhe - o reduzir - mitigar-lhe seus efeitos (B) lhe consideram - reduzi-lo - mitigá-los aos efeitos (C) o consideram - reduzi-lo - mitigar-lhe os efeitos (D) consideram-no - reduzir-lhe - mitigar-lhes os efeitos (E) o consideram - reduzir-lhe - mitigar-lhe os efeitos Comentário – A “chave” para resolver esta questão é saber qual a regência dos verbos envolvidos. Como transitivos diretos, as formas verbais “consideram” e “reduzir” reclamam objeto direto, função que é desempenhada pelo termo “o aquecimento global”. Quando completam verbos, os pronomes oblíquos o(s) e a(s) funcionam como objetos diretos; já o pronome lhe(s) funciona como objeto indireto. Perceba que somente na alternativa C os sentidos desses verbos são complementados pelo pronome oblíquo adequado: “o”. Registre-se que, quando um verbo termina por -R, -S ou –Z (como o PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 13 verbo “reduzir”, por exemplo), a consoante final desaparece e os pronomes oblíquos o(s) e a(s) recebem a letra l (“reduzi-lo”). Tenha cuidado com o complemento do verbo “mitigar”, também transitivo direto (mitigar algo). O pronome oblíquo “lhe” que se liga a ele por meio do hífen funciona sintaticamente como adjunto adnominal do termo “os efeitos”. Semanticamente, equivale à expressão “do aquecimento global” e denota ideia de posse, como no exemplo a seguir: Cortou-me os cabelos = Cortou meus cabelos. Resposta – C 5. (FCC/TRE-AL/Técnico Judiciário/2010) ... encarregadas de fazer com que as rotinas administrativas essenciais à vida em comum sejam realizadas com certa eficiência e autonomia. (final do texto) A expressão grifada acima preenche corretamente a lacuna da frase: (A) Muitos políticos duvidavam ...... fosse possível chegar a um consenso naquela questão. (B) A prática política ...... os idealistas sonhavam mostrou-se ineficaz diante de tantos conflitos. (C) O regime democrático, ...... são respeitadas as liberdades individuais, foi finalmente restabelecido naquele país. (D) Esperava-se apenas a publicação oficial das normas ....... se marcasse a data das eleições. (E) Nem sempre, em um regime democrático, são tomadas as decisões ...... a maioria espera. Comentário – Analise com cuidado a segunda alternativa. Nela há uma oração principal (“A prática política mostrou-se ineficaz diante de tantos conflitos”) e uma subordinada adjetiva restritiva (“...os idealista sonhavam”). Agora me responda: os idealistas sonhavam com quê? Eles sonhavam com a prática política, termo que deve ser retomado pelo pronome relativo que e PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 14 regido pela proposição com. Observe: “A prática política com que os idealistas sonhavam mostrou-se ineficaz diante de tantos conflitos”. As outras opções devem ser assim preenchidas: A: “...de que...”; C: “...em que...”; D: “...para que...”; E: “...que...”. Resposta – B 6. (Cesgranrio/Prefeitura de Salvador/Professor de Língua Portuguesa/2010) No que se refere à regência – nominal e verbal – o uso correto da crase ocorre em (A) O juiz deu seu parecer favorável a guarda compartilhada. (B) Preferir o pai à mãe negligente é comum. (C) O filho retorna sempre a casa do pai. (D) Os maridos consultam sempre às mulheres, pois preferem não arriscar. (E) Ir as reuniões escolares é obrigação de pai e mãe. Comentário – Alternativa A: incorreta. O adjetivo “favorável” exige preposição A (favorável a quê?) para reger seu complemento nominal. O substantivo “guarda” aceita artigo definido feminino A. Portanto deve ocorrer a crase: ...favorável à guarda... Minha dica (chamo-a de dica de ouro) é que você substitua o substantivo feminino por um do gênero masculino e repare se é necessário usar ao: ...favorável ao cuidado... Se usar ao(s) para o masculino, use à(s) para o feminino. Alternativa B: correta. O verbo preferir é TDI, e seu objeto indireto é regido pela preposição A: Prefiro chá a café. Se antes do objeto direto for usado artigo, antes do objeto indireto também deverá ser usado: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 15 Prefiro o mar à (a + a) praia. (CERTO – artigo num lado, artigo também no outro, o que pode ensejar o uso do acento grave indicativo de crase.) Alternativa C: incorreta. Faltou o acento grave indicando a ocorrência de crase. Antes da palavra casa, esse fenômeno linguístico pode ocorrer se a palavra estiver determinada, como em “casa do pai”. Alternativa D: incorreta. O verbo “consultam” é transitivo direto. Por dispensar a preposição, não há como a crase ocorrer com o artigo definido que acompanha o substantivo “mulheres”. Alternativa E: incorreta. Mesmo sendo intransitivo, o verbo “Ir” requer preposição “a” para reger seu adjunto adverbial: “a cidade”. Anote esta dica: com verbos de movimento, se você vai a e volta da, crase há; se vai a e volta de, crase pra quê? Exemplo: ir à cidade, voltar da cidade; ir a São Paulo, voltar de São Paulo. Resposta – B 7. (FCC/TRE-RN/Técnico Judiciário/Área Administrativa/2011) Graças ...... resistência de portugueses e espanhóis, a Inglaterra furou o bloqueio imposto por Napoleão e deu início ...... campanha vitoriosa que causaria ...... queda do imperador francês. Preenchem as lacunas da frase acima, na ordem dada, (A) a - à - a (B) à - a - a (C) à - à - a (D) a - a - à (E) à - a - à Comentário – Com a dica de ouro você resolve muitas questões de crase, não só da FCC e da Cesgranrio como também de outras bancas examinadoras. Primeira lacuna: Graças ao piolho Æ Graças à resistência. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOSPARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 16 Segunda lacuna: deu início ao piolho Æ deu início à campanha. Terceira lacuna: causaria o piolho Æ causaria a queda. O “a” é apenas artigo, que acompanha o substantivo feminino “queda”. Resposta – C 8. (Cesgranrio/Decea/Tradutor e Intérprete/2009) Medidas prudentes são aquelas que todos aprovam. A forma verbal INADEQUADA quanto ao padrão culto para substituir o termo destacado acima é (A) requerem. (B) pedem. (C) concordam. (D) almejam. (E) aceitam. Comentário – A alusão ao “padrão culto” deve levar-nos a considerar os aspectos sintáticos do verbo destacado. Note que ele possui regência transitiva direta e integra uma oração subordinada adjetiva restritiva. Das opções apresentadas, a forma verbal “concordam” é a única que exige um complemento regido por preposição (COM), visto que é um verbo transitivo indireto. O uso dele em substituição a “aprovam” – sem o emprego adequado da preposição que ele exige – fere as normas gramaticais vigentes. Observe: Medidas prudentes são aquelas que todos concordam. (errado) Medidas prudentes são aquelas com que todos concordam. (certo) Resposta – C PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 17 9. (Cesgranrio/TJRO/Oficial de Justiça/2008) Indique a opção em que a expressão em destaque pode ser substituída por “lhe”, assim como em “...uma parte do mérito lhe cabe,” (l. 13) (A) O economista chamou o colega de benfeitor da natureza. (B) A Fundação convidou o professor para o cargo de diretor. (C) O projeto pertence ao renomado cientista. (D) O governo criou recentemente o Bolsa-Floresta. (E) A diretora gosta muito de sua assistente. Comentário – Ao completar o sentido de um verbo, o pronome pessoal do caso oblíquo átono lhe funciona como objeto indireto dele. É assim que está empregado no segmento sob análise. No sentido de ter direito, ser da competência, o verbo caber é transitivo indireto. Nas alternativas A, B e D, os termos destacados são objetos diretos dos respectivos verbos: “chamou”, “convidou” e “criou”. Elas devem ser prontamente descartadas. A alternativa C apresenta verbo transitivo indireto (algo pertence a alguém). O seu complemento pode ser substituído pela expressão a ele (preposição + pronome oblíquo tônico) ou pelo pronome oblíquo átono lhe. E o que dizer da última opção? Sem querer complicar muito a vida de vocês, esclareço que nem todos os verbos que projetam um argumento regido de preposição admitem que esse termo seja substituído pelo pronome átono de 3ª pessoa lhe ou lhes (Dependo do regulamento. = Dependo dele.). São esses verbos chamados por alguns gramáticos de TRANSITIVO RELATIVO; seus complementos são denominados COMPLEMENTOS RELATIVOS. Resposta – C PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 18 10. (Cesgranrio/BNDES/Técnico Administrativo/2010) Em relação à regência nominal ou verbal, qual a frase em que NÃO se emprega o pronome relativo precedido de preposição? (A) O físico ______ frase sempre me recordo quebrou paradigmas com sua nova forma de pensar. (B) A conferência ______ assistimos marcou o início de uma nova etapa em nossa vida. (C) Era impossível aceitar as provocações ______ foram submetidos durante o discurso. (D) As provações ________ estamos expostos são importantes para descobrirmos novas oportunidades. (E) Os obstáculos _______ transpusemos ao longo da vida profissional nos ajudaram a atingirmos o sucesso. Comentário – Este tipo de questão se resolve analisando o verbo ou o nome que aparece após o pronome relativo. Se a preposição for pedida por um deles, ela será empregada antes do pronome. Alternativa A: “me recordo” – quem se recorda se recorda de algo. Eis como fica o preenchimento da lacuna: de cuja. Alternativa B: o verbo assistir é transitivo indireto no sentido de ver, presenciar e exige preposição a para reger seu objeto indireto. Eis como fica o preenchimento da lacuna: a que ou à qual. Alternativa C: “foram submetidos” – quem é submetido é submetido a algo. Eis o preenchimento da lacuna: a que ou às quais. Alternativa D: “estamos expostos” – quem está exposto está exposto a algo. Eis o preenchimento da lacuna: a que ou às quais. Alternativa E: “transpusemos” – quem transpõe transpõe algo. Reparou que não há exigência de preposição? Eis o preenchimento correto da lacuna: que. Resposta – E PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 19 11. (Cesgranrio/ANP/Analista Administrativo/2008) Dentre as expressões destacadas abaixo, qual a que NÃO deve usar o sinal indicativo de crase? (A) As 10 horas, o rei saía para seu passeio diário. (B) O Brasil cumpre o seu destino, a medida que o tempo vai passando. (C) Os frangos eram feitos a moda da casa imperial. (D) A dedicação a população fez de D. João um rei querido. (E) D. João VI declarou a seus diplomatas a intenção de partir. Comentário – Por meio da expressão “NÃO deve”, a banca exigiu um caso proibido do uso do acento grave indicativo de crase. Isso ocorre na última opção. Já disse outras vezes que o fenômeno da crase não ocorre diante de palavras de gênero masculino ou quando a estrutura sintática for construída por um a no singular e o termo seguinte no plural. Nesses casos, o tal a será apenas preposição. Nas demais alternativas, o acento deve ser empregado obrigatoriamente. Vejamos os motivos. Alternativa A – às 10 horas: trata-se de locução adverbial feminina, que independe da relação estabelecida entre termo regido e termo regente. Alternativa B – à medida que: também as locuções conjuntivas femininas exigem o emprego do acento e independem da relação mencionada anteriormente. Alternativa C – à moda de: as locuções prepositivas também se enquadram nos casos anteriores. Esta pode ser subentendida diante de nomes masculinos e ensejar o uso do acento: gol à (moda de) Pele; churrasco à (moda de) Osvaldo Aranha etc. Cuidado, entretanto, quando o substantivo masculino indicar algum animal, pois a crase será proibida: frango a passarinho; bife a cavalo etc. Alternativa D – à população: aqui a crase surge por causa da relação termo regente e termo regido. O sentido transitivo do nome PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 20 “dedicação” é complementado pelo substantivo feminino “população”. O termo regente exige que esse complemento seja regido pela preposição a; o termo regente é determinado pelo artigo feminino a. Pronto: a + a = à. Resposta – E 12. (FCC/TRT 23ª Região (MT)/Técnico Judiciário/Tecnologia da Informação/2011) Gabriel García Marquez cresceu em meio ... plantações de banana de Arataca, situada ... poucos quilômetros do vilarejo de Macondo, que ele se dedicou ... retratar na obra Cem anos de solidão. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) as - à - a (B) as - à - à (C) às - a - a (D) às - à - à (E) as - a – à Comentário – Em relação à primeira lacuna, você deve lançar mão da regrinha de ouro e substituir “plantações” por uma palavra masculina: em meio aos plantadores, por exemplo. Se usamos ao(s) para o masculino, devemos usar à(s) parao feminino: ...em meio às plantações... Lembre-se agora de que não há crase antes de palavra masculina nem quando a estrutura é composta por SINGULAR + PLURAL: ...situada a poucos... Para finalizar, a crase não ocorre antes de verbo, pois ele repele o artigo: ...se dedicou a retratar... (o a é preposição). Resposta – C PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 21 13. (FCC/TRT 24ª Região (MS)/Analista Judiciário/Área Judiciária/2011) Justifica-se plenamente o emprego de ambos os sinais de crase em: (A) Ela pode voltar à qualquer momento, fiquemos atentos à sua chegada. (B) Dispôs-se à devolver o livro, à condição de o liberarem da multa por atraso. (C) Postei-me à entrada do cinema, mas ela faltou também à esse compromisso. (D) Àquela altura da velhice já não assistia à filmes trágicos, apenas aos de humor. (E) Não confie à priminha os documentos que obtive à revelia do nosso advogado. Comentário – Alternativa A: o problema está no uso acento grave indicativo de crase em “à qualquer”, pois não existe crase antes de pronomes indefinidos. Em “à sua chegada”, a crase é facultativa, porque o pronome possessivo “sua” é adjetivo. Alternativa B: a crase não surge antes de verbo; portanto devemos fazer a correção seguinte: “a devolver”. Em “a condição de” temos uma locução de base feminina (note o gênero da palavra negritada), obrigando o surgimento da crase. Alternativa C: Não existe crase antes de palavras masculinas nem dos pronomes demonstrativos este(s), esta(s), esse(s), essa(s), isto. Em “Postei-me à entrada”, a obrigatoriedade da crase pode ser verificada facilmente por meio da regrinha de ouro: Postei-me ao portão (ao para o masculino, à para o feminino). Alternativa D: o erro encontra-se na estrutura “à filmes” (SINGULAR + PLURAL). Vamos corrigir: a filmes. A crase pode ocorrer nas seguintes estruturas: SINGULAR + SINGULAR e PLURAL + PLURAL, mas não em SINGULAR + PLURAL. Alternativa E: tudo correto. Primeiramente, basta substituirmos a palavra feminina “priminha” por uma do gênero masculino: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 22 Não confie ao priminho... Pronto, está confirmada a obrigatoriedade da crase. Em segundo lugar, basta notar que a locução “a revelia de” é de base feminina. Resposta – E 14. (FCC/TRT 14ª Região (RO e AC)/Técnico Judiciário/Tecnologia da Informação/2011) É difícil ficar indiferente ...... causa defendida por algumas organizações não governamentais que ajudam ...... captar recursos para preservar ...... cultura de tribos da floresta amazônica. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) a – à – à (B) à – a – a (C) à – a – à (D) à – à – a (E) a – à – a Comentário – Muitas questões sobre crase podem ser resolvidas conforme a explicação anterior. Quer ver? Primeira lacuna: substituindo “causa” (gênero feminino) por caso (gênero masculino): ...indiferente ao caso...; portanto escreva: ...indiferente à causa... Segunda lacuna: não há crase antes de verbo; logo a grafia correta é esta: ...ajudam a captar... (o a é apenas preposição). Terceira lacuna: vale aqui a explicação da primeira lacuna. Compare: ...preservar o culto... / ...preservar a cultura... (o a é artigo que acompanha o substantivo “cultura”). Resposta – B PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 23 15. (Cesgranrio/Eletrobras/Administrador/2010) Observe a regência do verbo em destaque, no trecho abaixo: “o que quer que esteja protegendo o insone de si mesmo” Com que verbo, em destaque abaixo, ocorre a mesma regência? (A) A reportagem mostrava a importância da sesta. (B) A menina criou o costume de dormir de luz acesa. (C) Antes de dormir, ele se esqueceu de desligar a televisão. (D) A insônia não livra o trabalhador de cumprir seu horário. (E) O cientista tinha orgulho de suas pesquisas sobre o sono. Comentário – Quanto à regência, o verbo protegendo exigiu dois complementos: “o insone” e “de si mesmo”. O raciocínio é o seguinte: proteger o que de quem? Note que o verbo rege um dos complementos diretamente (“o insone”), isto é, sem o auxílio de preposição. Já o outro complemento (“de si mesmo”) é regido indiretamente, ou seja, por meio de preposição. Isso faz do verbo protegendo um verbo bitransitivo (= TDI). Entre as opções, o único verbo que tem regência equivalente é livra (letra D). O termo “o trabalhador” é o objeto direto; “de cumprir seu horário” é o objeto indireto. Na alternativa A, o verbo é transitivo direto e o termo “da sesta” é adjunto adnominal do substantivo “importância”. Na alternativa B, o verbo é transitivo direto; o termo “de dormir” é complemento nominal do substantivo “costume”; o termo “de luz acesa” é adjunto adverbial de modo. Na alternativa C, é fundamental ter cuidado. O verbo é pronominal: esquecer-se (quem se esquece se esquece de algo). O verbo é transitivo indireto, diferentemente de esquecer (quem esquece esquece algo), que é transitivo direto. Na alternativa E, tinha é outro verbo transitivo direto; o termo “orgulho” (substantivo abstrato) é seu objeto direto, o qual é seguido PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 24 por seu complemento nominal (todo complemento nominal vem regido por preposição). Resposta – D 16. (Cesgranrio/Petrobras/Técnico de Administração/2011) Substituindo o verbo destacado por outro, a frase, quanto à regência verbal, torna-se INCORRETA em: (A) O líder da equipe, finalmente, viu a apresentação do projeto. / O líder da equipe, finalmente, assistiu à apresentação do projeto. (B) Mesmo não concordando, ele acatou as ordens do seu superior. / Mesmo não concordando, ele obedeceu às ordens do seu superior. (C) Gostava de recordar os fatos de sua infância. / Gostava de lembrar dos fatos de sua infância. (D) O candidato desejava uma melhor colocação no ranking. / O candidato aspirava a uma melhor colocação no ranking. (E) Naquele momento, o empresário trocou a família pela carreira. / Naquele momento, o empresário preferiu a carreira à família. Comentário – Alternativa A: correta. O verbo ver é transitivo direto; o verbo assistir, no sentido de ver, presenciar, é transitivo indireto e requer a preposição A para reger seu complemento. Alternativa B: correta. O verbo acatar é transitivo direto; o verbo obedecer é transitivo indireto e exige a preposição A para reger seu complemento. Alternativa C: incorreta. O problema encontra-se na segunda frase, pois o verbo lembrar é transitivo direto. A banca usou-o como transitivo indireto, à semelhança do verbo pronominal lembrar-se; mas aqui não é o caso. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 25 Alternativa D: correta. O verbo desejar é transitivo direto; o verbo aspirar – no sentido de desejar, almejar – é transitivo indireto e exige a preposição A para reger seu complemento. Alternativa E: correta. Ambos os verbos são transitivos diretos e indiretos. Resposta – C 17. (FCC/TRE-AM/Técnico Judiciário/2010) O funcionário ..... o chefe se dirigiu era a pessoa ...... todos confiavam. (A) para quem - em que(B) em que - com quem (C) por quem - de que (D) a quem - em quem (E) de quem - a quem Comentário – Aos poucos você vai percebendo que é fácil resolver questões que exploraram casos de regência que envolvem o emprego de pronomes relativos. Responda-me: quem se dirige, dirige-se a quem? Mais uma: quem confia, confia em quem? Pronto, assim fica fácil perceber que as preposições adequadas são, respectivamente, a e em. Resposta – D 18. (FCC/TRT 18ª Região/Técnico Judiciário/2008) Pensam em novas formas de suprimento de energia ... (3º parágrafo) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está na frase: (A) Durante milênios convivemos com a convicção... (B) Há outros ângulos do problema ... PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 26 (C) ... que entopem as caixas de recepção de mensagens no mundo ... (D) ... que a própria ONU criou diretrizes mundiais ... (E) ... se haverá um limite para a internet ... Comentário – O verbo pensar foi utilizado como transitivo indireto (atente para a preposição “em” que introduz o seu complemento – objeto indireto). Regência semelhante possui o verbo conviver (conviver com...), na alternativa A. Nas outras alternativas, os verbos são transitivos diretos. Veja que interessante: CRER/ACREDITAR/PENSAR a) VTI (EM) Î Creio em você. // Acredito em você. // Penso em você. b) VTD = objeto direto oracional Î Creio que seremos aprovados. // Acredito que seremos aprovados. // Penso que seremos aprovados. Resposta – A 19. (FCC/TRT 18ª Região/Técnico Judiciário/2008) Ganhos maiores também resultam em novos hábitos ... (início do 4º parágrafo) O verbo que exige o mesmo tipo de complemento que o grifado acima está na frase: (A) A agricultura brasileira pode produzir mais ... (B) ... que diminuíram depois de episódios de seca ... (C) ... foi o aumento do uso do milho nos EUA para a produção de etanol. (D) ... os exportadores têm obtido ganhos comerciais significativos. (E) ... para se ajustar às novas conjunturas. Comentário – Já conseguiu identificar a regência do verbo grifado? Veja: ganhos maiores resultam em quê? O complemento do significado do verbo é regido por preposição, pois resultar é um VTI, assim como ajustar (para se ajustar a quê?). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 27 Nas alternativas A e B, os verbos são intransitivos. Cuidado com a alternativa C, pois o termo preposicionado “do uso” complementa um nome (“aumento”) e não um verbo. Na alternativa D, o verbo obter foi usado como transitivo direto. Resposta – E Crase Vamos estudar os casos de ocorrência (ou não) de crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos versos do poeta Casemiro de Abreu: “Teu pensamento é como o Sol que morre Há de cismando mergulhar-se em mágoas Durante a noite quando o orvalho desce.” Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação gráfica específica (acento grave): À. (A) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho. Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome, seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento grave (`), como no exemplo acima. Também merecem destaque os casos de crase que surgem do encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (= aquela) pronome demonstrativo. (B) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 28 (C) O prêmio foi dado à que chegou primeiro. Em (B), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A, que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”. Em (C), o complemento indireto de “dado” é regido também pela preposição A, que se aglutina com o pronome demonstrativo A (= aquela). Casos Obrigatórios 1. Nas locuções adverbiais femininas (A) Sairás às pressas. (B) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor. 2. Nas locuções prepositivas femininas (C) Vivia às expensas do (de + o) tio. (D) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha. Observação – A crase será de rigor quando uma locução prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo. “(...) Por outro lado, creio também que se pode questionar, não somente quanto à aplicação de 7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.” 3. Nas locuções conjuntivas femininas (E) À medida que estudo, mais aprendo. (F) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da aprovação. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 29 4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (G) Sou favorável à proposta dele e não à sua. (H) Refiro-me a sua proposta e à minha. 5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as palavras MODA, MANEIRA (I) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo. (J) Usava sapatos à (moda) Luís XV. Casos Facultativos 1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso é proibido) (A) Refiro-me a (à) Joana. (B) Refiro-me a Joana d’Arc. 2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo. (C) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho. Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes possessivos femininos que acompanham substantivos. 3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ. (D) Correu até a (à) árvore. Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo, perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes. Casos Proibidos 1. Antes de nomes masculinos PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 30 (A) Comprou a prazo. (B) Dei aquela calça a este homem. 2. Antes de verbo. (C) Começou a chover. 3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA, SENHORITA) (D) Referiu-se a Vossa Excelência. 4. Antes de pronomes oblíquos (E) Dedico o meu trabalho a ela. 5. Antes de pronomes indefinidos (F) Ofereci um presente a alguém desta sala. 6. Antes de artigo indefinido (G) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre. Você deve comparar este exemplo com o que traz uma locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase: Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor. 7. Quando o A precede palavras femininas no plural (H) Respondeu a cartas pouco elogiosas. Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo femininoplural (as) precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte estrutura: singular (a) + plural (cartas). 8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas (I) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro. 9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S) (J) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 31 O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais. 10. Com pronome relativo QUEM (K) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio. Vale também para este caso a explicação dada anteriormente. Atenção! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S), AQUELE(S), AQUILO (L) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção. Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas). (M) Sou favorável à que chegou primeiro. Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o integra. (N) A festa à qual nos dirigimos começará agora. 11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ (O) Ele o esperava desde as oito horas. (P) O trabalho ficará pronto após as seis horas. 12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 32 (Q) Refiro-me a Joana d’Arc. (R) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse. 13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA (S) Chegamos a esta cidade há cinco anos. 14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido (T) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante. 15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação (U) A vítima reconheceu o ladrão a distância. 16. Quando a palavra CASA vem sem nenhum determinante. (V) Vou a casa imediatamente. 17. Quando a palavra TERRA se encontra em oposição a BORDO. (W) Os marinheiros queriam ir a terra. Agora já podemos resolver algumas questões de prova para ver como tudo isso é cobrado. 20. (Cesgranrio/Sec. Administ.-TO/Assistente Social/2009) Os profissionais do riso, ________ partir de amanhã, darão assistência, também, ________ família dos pacientes que estão internados, __________ espera de um transplante. As palavras que preenchem, corretamente, as lacunas da frase acima são (A) à – à – à (B) à – à – a (C) a – à – à (D) a – a – à (E) a – a – a PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 33 Comentário – Crase não surge diante de verbo, esteja ele no infinitivo ou não. O a que ora aparece diante dele é simplesmente uma preposição. Assim sendo, a primeira lacuna deve ser preenchida simplesmente com a e, consequentemente, jamais poderemos admitir as alternativas A e B como corretas. Atenção agora para a regência da forma verbal “darão”: darão o que a quem? Notaram a presença da preposição a exigida pelo verbo? O termo “assistência” (= o que) é o complemento direto do verbo. O termo “família” (= a quem) é o complemento indireto dele. Uma vez que o substantivo feminino “família” admite a presença do artigo a, temos as duas condições para a ocorrência do fenômeno linguístico conhecido entre os concurseiros como crase. Na verdade, todo esse discurso pode ser simplificado com o uso de uma regrinha bem simples: se usarmos ao diante de substantivo masculino, deveremos usar à diante de substantivo feminino (...darão assistência, também, ao irmão... / ...darão assistência, também, à família...). Esse entendimento nos faz descartar as alternativas D e E. A questão já está resolvida. Mas para não perdermos a viagem, analisemos o que ocorre na última lacuna. Estamos diante da locução prepositiva feminina à espera de. Independentemente da relação entre termo regente e termo regido, a gramática estabelece que as locuções femininas prepositivas (Vivia às expensas do tio.), adverbiais (Sairás às pressas. / Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.) e conjuntivas (À medida que estudo, mais aprendo.) devem receber o acento grave indicativo de crase. Resposta – C 21. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Téc. de Administração/2009) A corrida dos atletas em busca de medalhas deu ____ todas as pessoas muita emoção. ____ muito tempo, eles se referem ____ prova que foi ganha na Itália como ____ mais difícil. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 34 Assinale a opção que preenche adequadamente as lacunas do texto acima. (A) à – À – a – a (B) a – À – à – a (C) à – Há – a – a (D) à – Há – à – à (E) a – Há – à – a Comentário – A crase não ocorre diante de palavras de sentido indefinido nem quando o a estiver no singular e o temo seguinte no plural (...a todas...). Podemos desde já excluir as alternativas A, C e D. Para indicar tempo decorrido, deve-se empregar a forma há (com H). Agora também podemos dispensar a alternativa B. Sobrou a última alternativa. A terceira lacuna deve ser preenchida pelo à, já que a preposição a – exigida pela regência do verbo transitivo indireto referir-se – une-se ao artigo feminino a que acompanha o substantivo prova. Na quarta lacuna, cabe somente o artigo a, em harmonia com o substantivo feminino “prova” (agora oculto). Resposta – E 22. (FCC/TRT 24ª Região (MS)/Técnico Judiciário/Tecnologia da Informação/2011) Considere as frases seguintes: I. As inovações no ramo da estética permitem ...... um grande número de pessoas se sentirem mais belas. II. Sempre existiu preocupação com a beleza, embora mudem os critérios ...... que ela obedece. III. A beleza, ...... parte alguns exageros, deve ser bus- cada até mesmo com intervenções cirúrgicas. As lacunas das frases acima estarão corretamente preenchidas, respectivamente, por: PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 35 (A) à - a - à (B) a - a - a (C) a - à - à (D) à - à - a (E) a - a - à Comentário – Item I: a. Você notou o artigo indefinido “um”? Pois é, não ocorre crase diante de palavras, pronomes e artigos indefinidos. Item II: a: Observe: ...os critérios a que ela obedece. O “a” empregado antes do pronome relativo “que” é simplesmente uma preposição, exigida pela regência transitiva indireta do verbo “obedece”. Para que a crase ocorra, é preciso haver a fusão de a + a. Tome nota: antes do relativo que, o a só recebe acento grave se o termo anterior (verbo ou nome) pedir preposição a. Item III: à. Trata-se de um caso de locução feminina, em que o acento grave é usado obrigatoriamente. Resposta – E (...) 15 O exagero faz parte do desenvolvimentohuma- no, todavia ele deve encontrar o seu meio termo, a fim de proporcionar o prazer causado pelo conhecimento, e não o pesar que tem imputado àqueles que se em- penham mais em acumulá-lo do que em usufruí-lo. NETO, Armando Correa de Siqueira Disponível em: http://www.velhosamigos.com.br/Ilustres/jeobruno.html Acesso em: jul. 2009. 23. (Cesgranrio/Fafen Energia S.A./Administrador/2009) Em “...que tem imputado àqueles que se empenham...” (l.18-19), ocorre o acento grave, indicativo da crase, no vocábulo destacado. Assinale a opção cujo “a” também deve receber o acento grave, indicativo da crase. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 36 (A) Referiu-se a busca exagerada por conhecimento. (B) Dia a dia buscava informações diversas. (C) Nada falava a respeito da valorização do saber. (D) O conhecimento atinge a todos. (E) O equilíbrio é necessário a quem busca o saber. Comentário – Antes de tudo, o aluno deve perceber que a resposta correta trata de um caso obrigatório de uso do acento grave indicativo de crase. Por que digo isso? No enunciado, o examinador utilizou a expressão “também deve receber” e, assim, conferiu caráter imperativo à questão. Graças a Deus, ele não teve a “maldade” suficiente para oferecer-nos uma alternativa em que o uso do acento é facultativo. Creio que isso confundiria muita gente. Resta-nos então a primeira alternativa, possuidora de verbo transitivo indireto (referir-se) que exige complemento regido pela preposição a (quem se refere, refere-se a algo/alguém). Uma vez que o complemento dele é um substantivo feminino (busca), antes do qual se emprega o artigo a, a crase surge obrigatoriamente, devendo ser indicada por meio do acento grave. Na prática, concurseiro, troque a palavra de gênero feminino por uma de gênero masculino: Referiu-se ao salvamento... Pronto! Se usamos ao (preposição + artigo) para o masculino, devemos usar à (preposição + artigo) para o feminino. Resposta – A 24. (Cesgranrio/TJRO/Taquígrafo/2008) Assinale a opção em que falta o acento indicativo da crase na palavra destacada. (A) O Google incentiva os funcionários a desenvolver idéias inovadoras. (B) O Google Earth Solidário nasceu a partir de um projeto de Rebecca. (C) Rebecca tinha uma tarefa voluntária, a qual dedicava parte de seu tempo. (D) De 2005 a 2007, Rebecca enviou sugestões para o Google. (E) Em 2007, o Google aceitou a proposta de criação do Solidário. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 37 Comentário – A crase não ocorre diante de verbos, pois eles não admitem artigos. O a que surge é meramente uma preposição. Com isso, já podemos desconsiderar as alternativas A e B. Na alternativa D, foi respeitado o paralelismo (estruturação uniforme da frase). Percebam que em um dos termos (2005) foi usada apenas a preposição (De). Isso nos obriga a usar apenas uma preposição diante do segundo elemento (2007). É devido a isso que não devemos empregar o acento gravo indicativo de crase na seguinte expressão: de 8h a 11h (cf. com das 8h às 11h – em que há a contração de preposição com artigo). Na alternativa E, o a é mero artigo que acompanha o substantivo feminino “proposta”. Reparem que o verbo “aceitou” é transitivo direto, ou seja, não exige complemento regido pela preposição a. Na terceira alternativa, deve chamar nossa atenção a forma verbal “dedicava” (dedicar algo a alguém). Esse verbo é bitransitivo. O seu objeto direto (termo não regido por preposição) é a expressão “parte de seu tempo”. O seu objeto indireto é representado pelo pronome relativo “a qual”, substituto semântico de “tarefa voluntária”. Considerando que esse objeto indireto vem regido pela preposição a e que ela deve figurar antes do relativo “a qual”, temos aqui um caso clássico (a + a) de ocorrência de crase: ...à qual dedicava parte de seu tempo. Resposta – C 25. (Cesgranrio/Funasa/Administrador/2009) A Gramática da Língua Portuguesa prevê que o emprego do acento grave para indicar a ocorrência de crase pode ser facultativo em alguns casos. Em qual das passagens transcritas do texto há a ocorrência da crase, e o emprego do acento grave é facultativo? (A) “Estava terminada a traqueostomia.” (l. 2-3) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 38 (B) “A respiração voltava lentamente, a princípio superficial, depois mais funda e visível.” (l. 7-8) (C) “Começou a cantarolar baixinho uma canção antiga que julgava esquecida.” (l. 14-15) (D) “– Por que será – perguntou ele a Olívia –” (l. 21) (E) “...a gente tem a impressão de que acabou de nascer...” (l. 22-23) Comentário – Ter boa percepção é importante. Se o aluno compreende que na primeira alternativa os termos estão “embaralhados” (A traqueostomia estava terminada.), imediatamente identifica que o “a” é simplesmente um artigo, que acompanha o substantivo “traqueostomia”. Portanto não reclama o acento grave indicativo de crase. Para haver crase, deveria surgir a preposição “a” – requerida por um verbo ou nome – antes do artigo feminino, condição que não ocorre. Também é apenas um artigo o “a” que acompanha o substantivo “impressão” (alternativa E). A crase não ocorre em tal situação, como foi explicado anteriormente. A crase também não ocorre diante de palavras masculinas e verbos. Esses são os casos, respectivamente, das expressões “a princípio” (alternativa B) e “a cantarolar” (alternativa C). No primeiro caso, há exceção feita quando se subentende a locução à moda de: Escrever à (moda de) Machado de Assis. Cumpre ressaltar que os nomes personativos femininos facultam o emprego do acento grave. Resposta – D 26. (Cesgranrio/Decea/Tradutor e Intérprete/2009) Leia as frases abaixo. I. Os homens devem se prevenir ante ___ crises do desemprego. II. Com o excesso de prudência, pode-se chegar ___ imobilidade das grandes massas. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 39 III. São necessárias algumas virtudes para se reagir ___ crises econômicas. IV. Os dirigentes de países ricos não atendem ___ nenhuma necessidade dos mais pobres. V. O homem pode se isolar muito, atingindo, assim, ___ solidão. Indique a opção que, na sequência, preenche as lacunas acima corretamente. (A) as – à – as – à – a (B) as – à – às – a – a (C) as – a – as – à – à (D) às – a – as – à – à (E) às – à – às – a – a Comentário – Sugiro que você resolva esse tipo de questão eliminando as alternativas mais fáceis. Para isso, é importante ter boa percepção. Que tal começar pelo item IV? Por quê? Porque a crase não ocorre diante de palavras de sentido indefinido. O vocábulo “nenhuma” é pronome indefinido. Estão, pois, eliminadas as alternativas A, C e D. Para decidir a questão, basta analisar corretamente o primeiro item. A crase não surge com outra preposição (de, por, para, ante etc.) que não seja a preposição a. Ela pode até ocorrer diante de locuções prepositivas que levam a preposição a em seu final (junto a, até a, graças a, quanto a etc.). Mas esse não é o caso da preposição ante; o possível a(s) que surge após ela é simplesmente artigo feminino: Prostradas ante a minha imagem, minhas irmãs rezavam. Prostradas ante o meu retrato, minhas irmãs rezavam. Resposta – B 27. (FCC/TRT1ª Região (RJ)/Analista Judiciário/Arquivologia/2011) ...... pessoas de fora, estranhas ...... cidade, a vida urbana exerce uma constante atração, apesar dos congestionamentos e dos altos índices de PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 40 violência, inevitáveis sob ...... condições urbanas de alta densidade demográfica. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada: (A) Às - à - as (B) As - à - às (C) As - a - às (D) Às - a - às (E) As - à - as Comentário – A grande dica para você preencher corretamente a primeira lacuna é colocar a frase na ordem direta: A vida urbana exerce uma constante atração às pessoas de fora... Não ficou mais fácil? Exerce o quê? Atração. Exerce atração a quem? Às pessoas. Houve a fusão da preposição a com o artigo definido feminino as. Na segunda coluna, a dica é substituir a palavra feminina por uma masculina (não precisa haver relação semântica entre a palavra substituída e a substituta). Veja o exemplo: estranhas ao piolho. Se usamos ao para o masculino, usamos à para o feminino. Na terceira lacuna, o a não recebe acento grave. A crase não ocorre antes de qualquer preposição diferente de até (caso facultativo) e a. Resposta – A 28. (FCC/TRE-RN/Analista Judiciário/Biblioteconomia/2011) O valor que atribuímos ...... coisas é resultado, não raro, de uma história pessoal e intransferível, de uma relação construída em meio a acidentes e percalços fundamentais. Assim, nosso apreço por elas não corresponde absolutamente ...... valorização que alcançariam no mercado, esse deus todo-poderoso, que, no entanto, resta impotente quando ao valor econômico se superpõe ...... afeição. Preenchem corretamente as lacunas da frase acima, na ordem dada, PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 41 (A) às - à - a (B) as - à - a (C) as - a - à (D) às - a - a (E) às - à - à Comentário – Esta sequência é proposital para você notar como é possível confundir o candidato invertendo a ordem dos termos na frase. Fique atento! Com relação às duas primeiras lacunas, a dúvida pode ser desfeita imediatamente com o uso da dica de ouro: O valor que atribuímos aos piolhos Æ O valor que atribuímos às coisas; não corresponde absolutamente ao piolho; não corresponde absolutamente a valorização. Não é difícil perceber que as formas verbais “atribuímos” (no primeiro caso) e “corresponde” (no segundo) pedem a preposição “a” para reger seus complementos, os quais são substantivos femininos (“coisas” e “valorização”) acompanhados do artigo feminino a(s). Até aqui, tudo bem, não é mesmo? A pegadinha ficou por conta da última lacuna. É necessário observar que a ordem dos termos está invertida também. Acompanhe meu raciocínio. O que se superpõe? A afeição. Ela se superpões a quê? Ao valor econômico. Então, a ordem direta é a seguinte: que, no entanto, resta impotente quando a afeição se superpõe ao valor econômico. O primeiro a é simples artigo que acompanha o substantivo afeição. Portanto não há motivo para o uso do acento grave. Vai dizer que você marcou a letra E? Resposta – A 29. (Cesgranrio/TJRO/Oficial de Justiça/2008) Indique a opção em que o sinal indicativo de crase está corretamente usado. (A) Essa proposta convém à todos. (B) O governo aumentou à quantidade de subsídios. (C) A empresa considerou a oferta inferior à outra. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 42 (D) Ele está propenso à deixar o cargo. (E) Não vou aderir à modismos passageiros. Comentário – Observe que o comando foi para assinalar um caso de emprego correto do sinal indicativo de crase. Sabe o que isso significa? A resposta tanto pode considerar um caso obrigatório quanto um caso facultativo. Vejamos cada uma das alternativas. Alternativa A – temos aqui vários motivos que impedem o emprego do acento. O vocábulo “todos” é masculino, possui sentido indefinido e está no plural diante de um “a” no singular (este é apenas preposição). Nesses casos, não ocorre o fenômeno linguístico conhecido como crase. Alternativa B – A forma verbal “aumentou” (termo regente) exige complemento (objeto direto) regido sem preposição: “a quantidade”. O “a” é simplesmente artigo definido feminino. Alternativa C – Aqui prevalece a boa e velha dica: diante de uma palavra de gênero feminino, na dúvida, substitua-a por outra de gênero masculino: “...inferior ao outro (ao prêmio; ao esforço...)”. Se couber “ao” para o masculino, caberá “à” para o feminino. Alternativa D – A crase não ocorre diante de verbo. Alternativa E – O caso aqui é parecido com o da primeira alternativa. O gênero da palavra “modismos” é masculino e ela está no plural diante de um “a” no singular (este é apenas preposição). Resposta – C 30. (FCC/DPE-RS/Defensor Público/2011) A crase é facultativa em SOMENTE uma alternativa abaixo. (A) ...por toda sua carreira graças a pontas de cigarro... (linhas 2 e 3) PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 43 (B) ...chegou", disse a promotora pública no caso, Kathleen Rice. (linhas 54 e 55) (C) ...receber pena de 25 anos a prisão perpétua... (linha 20) (D) ...ligou Roger Williams a uma ponta de cigarro... (linha 49) (E) ...dentro de seu carro em frente a sua casa... (linhas 7 e 8) Comentário – Alternativa A: a crase é proibida na estrutura SINGULAR + PLURAL: “graças a pontas”. Alternativa B: a crase é proibida; não existe motivo para que ela ocorra. Em “disse a promotora”, o “a” é apenas artigo que acompanha o substantivo feminino “promotora”. Tire a prova substituindo “promotora” por uma palavra masculina: ...disse o promotor... Alternativa C: a crase ocorre obrigatoriamente com locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas femininas, como em “à prisão perpétua”. Alternativa D: a crase também é proibida antes de artigos e pronomes indefinidos, como em “a uma ponta de cigarro”. Em casos assim, o a é apenas preposição. Alternativa E: aqui está a resposta que procuramos. Por acompanhar o substantivo “casa”, o pronome “sua” é adjetivo (diz-se pronome possessivo adjetivo). Diante de pronomes possessivos adjetivos a crase é facultativa. Resposta – E 31. (Cesgranrio/Eletrobras/Administrador/2010) O acento indicativo da crase só está corretamente empregado em (A) Só consegui comprar a televisão à prestações. (B) O comerciante não gosta de vender à prazo. (C) Andar à pé pela orla é um ótimo exercício. (D) Entregue o relatório à uma das secretárias. (E) Chegaremos ao trabalho à uma hora da tarde. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 44 Comentário – Alternativa A: incorreta. Não ocorre crase na estrutura SINGULAR + PLURAL (“à prestações”). Alternativa B: incorreta. O vocábulo “prazo” pertence ao gênero masculino, o que proíbe o surgimento da crase. Alternativa C: incorreta. Semelhantemente, o substantivo “pé” também é masculino, e isso impede a ocorrência da crase. Alternativa D: incorreta. Também não deve haver crase antes de palavra de sentido indefinido (“à uma”), como é o caso do artigo indefinido “uma”. Alternativa E: correta. Aqui, o vocábulo “uma” não é artigoindefinido; mas, sim, numeral que constitui uma locução adverbial feminina (de tempo): “à uma hora da tarde”. Resposta – E 32. (Cesgranrio/Prominp/Técnico/2010) O uso do sinal indicativo da crase está corretamente empregado em: (A) A criança gosta de responder à tudo o que lhe perguntam. (B) O pomar se estendia à perder de vista. (C) O jornalista entregou o artigo à redatora-chefe. (D) Ele começou à nadar por recomendação médica. (E) Daqui à uma semana o inventor dará uma palestra. Comentário – Alternativa A: incorreta. Além de pertencer ao gênero masculino, o pronome “tudo” é indefinido, o que afasta completamente a possibilidade de existência de crase. Alternativa s B e D: incorretas. Não há chance de ocorrer crase antes de verbos (“à perder”; “à nadar”), pois eles dispensam artigos. Alternativa C: correta. Uma maneira prática e eficaz de você verificar a existência ou não de crase em “à redatora-chefe” é trocar o PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 45 substantivo feminino por um substantivo masculino: ao redator chefe. Se usamos ao(s) para o masculino, devemos usar à(s) para o feminino. Alternativa E: incorreta. Não há crase diante de numerais cardinais (“uma”) referentes a substantivos (“semana”) não determinados pelo artigo (o “a” é simples preposição), usados em sentido genérico. Veja mais exemplos: A fazenda ficava a três léguas da cidade. / Daqui a quatro semanas, muita coisa terá mudado. / Foi isto a 15 de janeiro de 2002. Resposta – C 33. (Cesgranrio/Petrobras/Administrador Júnior/2010) Em “...inerentes a minha condição,” segundo o registro culto e formal da língua, o acento grave indicativo da crase é facultativo. A crase também é facultativa na frase (A) A ninguém interessam os meus erros. (B) Contou os seus problemas a um profissional especializado. (C) Ele estava disposto a tentar de novo. (D) Correu até a amiga para pedir desculpas. (E) Fez, de caso pensado, críticas a ela. Comentário – No trecho entre aspas, a crase é facultativa por causa do pronome possessivo “minha”. Com pronomes possessivos, a presença de artigo – uma das condições para que ocorra a crase – não é obrigatória. O “a” que aparece após “inerentes” é simples preposição exigida pela regência do nome. Alternativa A: a crase é proibida antes de palavra de sentido indefinido (“A ninguém” – ninguém é pronome indefinido). Alternativa B: em “a um profissional”, a crase também é proibida pelo mesmo motivo do caso anterior (“um” é artigo indefinido). Alternativa C: mais um caso de crase proibida, pois ela não existe antes de verbo (“a tentar”). PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 46 Alternativa D: a crase é facultativa com a preposição “até” (pode-se alegar que houve a contração entre o a que integra a locução prepositiva até a e o a artigo feminino). Ainda que alguém considere isso desnecessário, na prática é o que vale na prova. Alternativa E: a crase é proibida antes de pronome pessoal. Resposta – D 34. (Cesgranrio/BB/Escriturário/2010) O sinal indicativo da crase deve ser aplicado em qual das sentenças abaixo? (A) Ele é um cavalheiro a moda antiga. (B) Estarei na ilha a partir de amanhã. (C) O sabiá é admirado devido a seu belo canto. (D) Daqui a uma hora se iniciará o recital. (E) O pomar fica próximo a uma horta. Comentário – Ao declarar que o acento grave “deve ser aplicado”, o examinador exigiu um caso em que a crase ocorre obrigatoriamente. Fique muito atento com as palavras usadas pela banca! Alternativa A: esta é a resposta. Experimente troca a palavra “moda” por jeito: Ele é um cavalheiro ao jeito antigo. Percebeu a obrigatoriedade da crase? Ao para o masculino, à para o feminino. Alternativa B: não há crase antes de verbo (“a partir”). Alternativa C: antes de pronome possessivo a crase é facultativa; mas aqui ela é proibida, pois “seu” é masculino. Alternativa D: outra questão muito parecida já foi explicada aqui (nº 12, pág. 28). Em ambas (nesta e naquela), a crase é proibida. Alternativa E: a crase é proibida porque não ocorre antes de palavra de sentido indefinido (“um” = artigo indefinido). Resposta – A PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 47 35. (Cesgranrio/BNDES/Direito/2010) Já disse ____ você que, ____ medida que o tempo passa, ____ situação se torna mais complicada e não é mais possível ficar ____ espera da solução almejada. A sequência que preenche corretamente as lacunas do período acima é (A) à – a – a – a. (B) à – à – a – à. (C) a – à – a – à. (D) a – a – a – à. (E) a – à – à – a. Comentário – Primeira lacuna: a. Trata-se de um caso proibido de crase, pois esta não ocorre diante de pronomes de tratamento, exceto com SENHORA e SENHORITA (há gramáticos que ainda relacionam DONA e MADAME). Segunda lacuna: à. Nas locuções adverbiais (à noite; à tarde; às vezes; à vontade; às avessas; às claras etc.), prepositivas (à custa de; à parte de; à procura de; à busca de; à distância de; à maneira de, à espera de etc.) e conjuntivas femininas (à proporção que; à medida que) o acento grave é usado obrigatoriamente, independentemente da relação termo regente-termo regido. Terceira lacuna: a. Este a é mero artigo que acompanha o substantivo “situação”. Não existe nenhum nome ou verbo que exija preposição a para que esta se contraia com o artigo e faça surgir a crase. Quarta lacuna: à. Novamente surgiu uma locução prepositiva feminina (“à espera de”). Releia a explicação referente à segunda lacuna. Resposta – C 36. (Cesgranrio/Petrobras/Auditor Júnior/2011) Em qual dos pares de frases abaixo o a destacado deve apresentar acento grave indicativo da crase? (A) Sempre que possível não trabalhava a noite. / Não se referia a pessoas que não participaram do seminário. PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS PARA ESCRITURÁRIO – BANCO DO BRASIL PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA Prof. Albert Iglésia www.pontodosconcursos.com.br 48 (B) Não conte a ninguém que receberei um aumento salarial. / Sua curiosidade aumentava a medida que lia o relatório. (C) Após o julgamento, ficaram frente a frente com o acusado. / Seu comportamento descontrolado levou-o a uma situação irremediável. (D) O auditório IV fica, no segundo andar, a esquerda. / O bom funcionário vive a espera de uma promoção. (E) Aja com cautela porque nem todos são iguais a você. / Por recomendação do médico da empresa, caminhava da quadra dois a dez. Comentário – Aqui a banca quer como resposta um caso em que o emprego do acento grave seja obrigatório (“...deve apresentar...”). Então, casos proibidos ou facultativos devem ser prontamente dispensados. Alternativa A: o acento só deve ser usado na locução adverbial feminina “à noite”. Lembre-se de que não existe crase na estrutura SINGULAR + PLURAL (“a pessoas”). Alternativa B: não há crase antes de palavras de sentido negativo ou indefinido (“a ninguém”). Mas ela ocorre obrigatoriamente em locução conjuntiva feminina (“à medida que”). Alternativa C: não devemos usar o acento grave indicativo de crase no “a” que se coloca entre palavras repetidas (“frente a frente”). E como já foi dito antes, não há crase antes de vocábulos de sentido indefinido ou negativo (“a uma situação irremediável”). Alternativa D: aqui o acento grave deve ser utilizado nas duas locuções femininas:
Compartilhar