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Texto-1-DP-II---Das-Penas

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DISCIPLINA: DIREITO PENAL II
PROFESSOR: GUSTAVO TUPINAMBÁ
NOME: ___________________________________________________________________________ Nº ______________
 
PERÍODO: 3º – ANO: 2014/ 1 – TURMA: ______________ – TURNO: _________________ – DATA: _____/_____/_____
Texto 1 – Das Penas
1. Aspectos Gerais
- A pena é a conseqüência jurídica lógica frente uma infração penal, tendo como seu aplicador o Estado, titular do Jus Puniendi. Decorre de uma ação penal, como retribuição ao criminoso ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes.
- Sob a ótica de um Estado Democrático de Direito, a aplicação da pena, como se depreende da Lei nº 7.210/ 84, deve respeitar a dignidade humana e os direitos fundamentais assegurados constitucionalmente.
- Fundamentos para a pena:		- Denúncia: desaprovação da sociedade ao crime;
					- Dissuasão: como forma de desestímulo à prática do crime;
					- Incapacitação: retirando o criminoso da sociedade;
					- Reabilitação: reeducando o ofensor da lei penal;
					- Reparação: proporcionar à vítima alguma recompensação;
- Retribuição: cumulação de pena proporcional ao delito cometido.
2. Origens da Penas
- Primeira manifestação remete a passagem bíblica do fruto proibido, ocorrida no Paraíso, por Adão e Eva.
- Sociologicamente tem o propósito de regular a sociedade, sobretudo quando as regras daquela não são observadas.
- Como manifestações jurídicas históricas, têm-se: leis dos hebreus, Código de Hamurábi e Código de Manu.
- Inicialmente, tinham natureza aflitiva, principalmente até a Idade Média, para que o agente pagasse pelo crime cometido.
- Na Idade Moderna, sob influência do Iluminismo, desenvolveu-se uma preocupação com a dignidade humana que resultou em penalizações retribuitivas, com grande destaque para a obra de Beccaria – Dos delitos e das penas.
3. Finalidades das Penas
- Teoria absoluta (retribuitiva) – teoria segundo a qual a pena teria fundamento nela mesma, sem nenhuma outra finalidade, além de reprimir o condenado por algo que tenha feito criminosamente.
- Teoria relativa (preventiva) – teoria que reconhece na pena uma finalidade, remetendo a idéia de prevenção, de tal sorte que o indivíduo ou a sociedade não praticaria crime.
- A Teoria relativa pode ser de prevenção geral ou de prevenção especial, sendo que ambas podem ser negativas e positivas.
- Prevenção geral negativa (por intimidação) – onde a pena aplicada ao infrator surte em relação à sociedade mediante intimidação, provocando o receio da pra�������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������������o, provocando o receio da prçrte em relaçativa e o criminosamente.
 finalidade, al���������������������������������������������ática de novos crimes por parte de integrantes da mesma.
- Prevenção geral positiva (integradora) – a pena teria natureza integradora, motivando os integrantes da sociedade a construir uma consciência geral de respeito ao ordenamento jurídico.
- Prevenção especial negativa – a pena provoca uma neutralização daquele que cometera o crime mediante os casos em que a pena a ser aplicada for privativa de liberdade, de tal sorte que a sociedade ficará livre do agente pela inexistência de convívio.
- Prevenção especial positiva – a pena produziria no agente o receio de cometer novos crimes, dado que é levado a considerar as conseqüências pela prática do mesmo.
4. Conceito de pena
- “Sanção imposta pelo estado, por meio de ação penal, ao criminoso como retribuição ao delito perpetrado e prevenção a novos crimes”. (NUCCI)
5. Teoria adotada no Sistema Penal Brasileiro
- Teoria mista ou unificadora da pena (Ver art. 59, CP)
- Necessidade de reprovação e de prevenção do crime, conjugando as teorias absoluta e relativa.
6. Sistemas Prisionais
- As penas privativas de liberdade tiveram origem na Idade Média, como forma de punição imposta aos monges e clérigos que incorressem em faltas, ficando restritos a celas, em silêncio e meditação para arrependimento pela falta cometida.
- Os sistemas prisionais tiveram origem no século XVIII.
- Sistema prisional pensilvânico (Filadélfia ou Celular)
- Consistia no recolhimento à cela isoladamente, não sendo admitida a realização de trabalhos e tampouco direito a visitas. O arrependimento era buscado mediante leituras de passagens bíblicas. Foi muito criticado pela natureza severa e pelo isolamento que o condenado era submetido.
- Sistema prisional auburniano (Silent System)
- Permitia o trabalho dos presos, de início, dentro das próprias celas e, posteriormente em contato com os demais. Mantinha o isolamento noturno. Tinha como principal característica a obrigação do silêncio absoluto. Criticado pelo silêncio excessivo, pela proibição de visitas, abolição de atividades físicas e indiferença quanto a instrução e aprendizagem aplicada aos presos.
- Sistema progressivo
- Caracteriza-se por um sistema progressivo realizado em 03 estágios. No primeiro, havia um período inicial denominado período de prova, havia o isolamento completo do preso. Ainda neste estágio, seria permitido depois o trabalho comum, mantido o silêncio absoluto e o isolamento noturno. No segundo estágio, o trabalho era desenvolvido em locais conhecidos por casas de trabalho público (public work-houses). Por fim, no terceiro estágio o preso era beneficiado com o livramento condicional.
- Ao sistema progressivo britânico, foi acrescido pelo modelo irlandês um quarto estágio, que ficou entre os dois últimos, caracterizado por uma prisão intermediária (colônia agrícola ou industrial), em que havia convivência diurna e noturna.
7. Espécies de Pena
- De acordo com o Código Penal, em seu art. 32, tem-se:
	- Privativas de liberdade (reclusão e detenção – crimes/ prisão simples - contravenções);
- Restritivas de direito (prestação pecuniária, perda de bens e valores, prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de fim de semana);
	- Multa (fixada entre 10 e 360 dias-multa, conforme art. 60, § 1º, CP).
- Penas privativas de liberdade
	- Distinção entre reclusão e detenção
- O cumprimento de pena de reclusão ocorre em regime fechado, semi-aberto ou ainda, aberto, ao passo que a pena de detenção ocorre em regime semi-aberto ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado (art. 33, CP);
- Quando o agente responder por concurso de crimes, previstas penas de reclusão e detenção, o cumprimento dar-se-á inicialmente pela reclusão (arts. 69 e 76, CP);
- Nos crimes dolosos punidos com reclusão, praticados contra filho, tutelado ou curatelado, ter-se-á como efeito da condenação, a incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela (art. 92, CP);
- Nos crimes punidos com detenção, quando cometidos por inimputável, o juiz poderá submetê-lo a tratamento ambulatorial (art. 97, CP);
	- Regimes de cumprimento de pena
- O sistema legal pátrio é trifásico, consoante art. 68, CP, onde: inicialmente o juiz fixa a pena-base, nos termos do art. 59, CP; em seguida, verificar-se-ão as circunstâncias atenuantes e agravantes e; por fim analisar-se-ão as causas de diminuição ou aumento de pena.
	- Fixação do regime inicial de cumprimento de pena
- As penas privativas de liberdade deverão ser executadas de forma progressiva, conforme art. 33, § 2º, CP, nos termos seguintes:
- Condenação a reclusão superior a 08 anos – início de cumprimento em regime fechado;
- Condenação não reincidente a pena compreendida entre 04 e 08 anos, possibilidade de cumprimento desde o início, em regime semi-aberto;
- Condenação não reincidente a pena igual ou inferior a 04 anos, possibilidade de cumprimento desde o início, em regime aberto.
- A fixação de pena mais grave remete a necessidade de fundamentação pelo juiz, conforme Súmulas 718 e 719, do STF e arts. 66, 110 e 111, da Lei nº 7.210/ 84.
- Lei
de crimes hediondos e imposição de integral cumprimento de pena em regime fechado – Lei nº 8.072/ 90 e o HC nº 82.959.
- Lei de tortura e regime de cumprimento inicial de pena – Lei nº 9.455/ 97 e o problema de seu parágrafo sétimo quanto à possibilidade de progressão de regime em face de derrogação sugerida à Lei n º 8.072/ 90.
- Possibilidade ou não de início de cumprimento de pena em regime diverso daquele cominado na sentença penal condenatória. (art. 33, § 1º, b, CP).
- Regras de regime fechado: com a condenação decorre a emissão de guia de recolhimento de preso, consoante art. 107, LEP, nos termos nela definidos; em seguida tem-se a realização de exame criminológico, conforme art. 8º, LEP e art. 34, caput, CP. Ficará submetido a isolamento noturno e fica sujeito a trabalho diurno (trabalho – direito do preso, art. 41, I, CP), que excepcionalmente será externo, em serviços ou obras públicas da Administração Direta ou Indireta (art. 36, LEP), desde que cumprido pelo menos 1/6 da pena. O trabalho assegura a remição da pena.
- Regras de regime semi-aberto: possibilidade de realização de exame criminológico, nos termos do art. 8º, LEP. O preso é encaminhado também por guia de recolhimento, que o conduzirá a uma colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. Nestes, é permitido o trabalho comum durante o dia. Ver Súmula nº 269, STJ.
- Regras de regime aberto: consiste em regime fronteiriço para a reintegração à sociedade, sendo realizado em casa de albergado. Baseia-se no senso de autodisciplina e responsabilidade do apenado, permitindo atividade fora do estabelecimento e sem vigilância. O recolhimento ocorre em período noturno e em dias de folga. Necessária também a guia de recolhimento. Distingue-se dos demais porque o trabalho é condição para sua obtenção e não resulta na remição, salvo nos casos previstos no art. 117, LEP. Há necessidade de fiscalização pelo MP e pelo Conselho da Comunidade, conforme arts. 67, 81, 115 e 118, § 2º, II, LEP.
ASSOCIAÇÃO TERESINENSE DE ENSINO – ATE
FACULDADE SANTO AGOSTINHO – FSA
DIRETORIA DE ENSINO
COORDENAÇÃO DE CURSO
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