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* Tópico 3 DETERMINAÇÃO DO NÍVEL DE RENDA E PRODUTO NACIONAL: O Mercado de Bens e Serviços (O Lado Real da Economia) 1ª. parte * EAE-0111 Fundamentos de Macroeconomia (Curso de Administração de Empresas) 2º. Semestre 2016 Prof. Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos * * Bibliografia Vasconcellos, M.A.S.-“Economia Micro e Macro” – Capítulo 10, “Determinação do Nível de Renda e Produto Nacionais: O Mercado de Bens e Serviços“, 5ª. Edição, 2011 Pinho, D.B., Vasconcellos, M.A.S. e Toneto Jr., R.-” Manual de Economia - Equipe de Professores da USP”, Capítulo 15, de Rizzieri, J.A.B., “Teoria de Determinação da Renda e Produto Nacional,” 6ª. Edição, 2011 Mankiw, N.G. –”Introdução a Economia”, Capítulo 33, 6ª. Edição norte-americana, Cengage Learning, 2014, * Definimos anteriormente que Macroeconomia é o ramo da teoria econômica que estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais . A parte relativa à determinação e medição das variáveis macroeconômicas é a CONTABILIDADE SOCIAL, que refere-se a valores já efetivados, realizados (como na contabilidade privada). Dizemos que são valores definidos EX POST (a posteriori, após realizados). A parte do comportamento dos agregados, de como são afetados pela política econômica, de como são previstos, é a TEORIA MACROECONÔMICA propriamente dita, que considera valores planejados, teóricos, aos quais chamamos de valores EX ANTE (a priori, antecipados). Ou seja, são valores previstos para as variáveis macroeconômicas, ao início de um dado período. Portanto, até agora, quando definimos na Contabilidade Social as variáveis Consumo, Investimento, Poupança, etc., foram valores EX POST, já contabilizados. A partir de agora, essas mesmas variáveis passam a ser definidas EX ANTE Por exemplo, vimos que, em Contabilidade Social, por definição, sempre Poupança = Investimento. Trata-se de uma identidade contábil. Veremos que, na Teoria Macroeconômica, apenas no equilíbrio (quando Oferta Agregada = Demanda Agregada), é que essa igualdade S=I se verifica. Contabilidade Social X Teoria Macroeconômica * A teoria macroeconômica moderna é bastante influenciada pela contribuição do economista inglês John Maynard Keynes (1883/1946). A teoria keynesiana surgiu com a preocupação de como tirar a economia da Depressão dos anos 30. Keynes introduz nas economias de mercado a necessidade de participação do Governo como gerador de emprego, utilizando as políticas fiscal e monetária. Isso não ocorria no Liberalismo, que predominava desde o final do século 18 (“laissez faire”), onde o Governo seria, na área de economia, apenas um “guardião” da moeda. No liberalismo, acreditava-se que a concorrência no mercado, sem interferência do governo, como que guiada por uma “mão invisível”, levaria automaticamente ao crescimento econômico. Teoria e Política Macroeconômica: a contribuição de Keynes * * Keynes supõe uma economia com capacidade ociosa e desemprego da mão-de-obra. Ou seja, a economia está abaixo do pleno-emprego de seus recursos produtivos, como ocorreu na Grande Depressão dos anos 30. Keynes introduz o conceito de equilíbrio com desemprego, onde a oferta (OA) e demanda agregada (DA) de bens e serviços se equilibram, mas abaixo do pleno-emprego. Assim, podemos ter Renda de Equilíbrio com desemprego e Renda de Equilíbrio de Pleno-Emprego (com todos os recursos plenamente empregados). Nesse sentido, Keynes mostra como devem ser utilizados os instrumentos de política econômica para tirar a economia do desemprego, e levá-la ao pleno emprego de recursos, ou seja, ao seu produto potencial. * Teoria e Política Macroeconômica: a contribuição de Keynes * * Curva de Demanda Agregada de Bens e Serviços (DA): composta pela demanda de quatro agentes macroeconômicos: DA = C + I + G + (X – M) Modelo Keynesiano Básico: Lado Real onde: C = consumo (famílias e empresas) I = investimento (bens de capital) G = gastos do governo (saúde, investimento, etc) X = exportações (bens e serviços) M = importações (bens e serviços) y = * Por que a Demanda Agregada é negativamente inclinada, no gráfico Preço-Renda Real? Efeito Riqueza (Efeito Pigou): se preços aumentam, o valor real dos ativos (imóveis, ações) cai, a riqueza real cai, o Consumo se reduz, a DA tende a cair; Efeito Juros (Keynes): se há expectativas de aumento de preços, as pessoas tendem a se proteger, deixam de consumir, preferindo poupar, aplicando em ativos que rendem juros. Portanto, tendem a reduzir o Consumo e o Investimento Agregado, com o que a DA deve cair; Efeito Câmbio: se preços domésticos aumentam, relativamente aos externos, cai a competitividade de nossos produtos, desestimulando exportações, estimulando importações, a DA=C+I+G+X-M deve se reduzir (X , M ). * Modelo Keynesiano Básico: Lado Real * * Curva de Oferta Agregada de Bens e Serviços (OA): quantidade de bens e serviços que os produtores estão dispostos a colocar no mercado. OA = RENDA NACIONAL = PRODUTO NACIONAL REAL A: aumenta Q(produto real y), com P constante, no caso de desemprego de recursos; B: situação intermediária (variam tanto preços P como o produto real y); C: aumenta P, com y constante, caso os recursos estejam plenamente empregados. Modelo Keynesiano Básico: Lado Real * * A: trecho Keynesiano (desemprego) Desemprego keynesiano ou conjuntural(*): quando a DA é insuficiente para absorver a produção agregada de pleno emprego. C: trecho Clássico (pleno emprego) (*) diferente do Desemprego Estrutural ou Marxista, provocado pelo aumento de tecnologias intensivas em capital, poupadoras de mão de obra. Curva de Oferta Agregada de Bens e Serviços (OA) Modelo Keynesiano Básico: Lado Real * * 3ª. A curva de OA é fixada (decorrência da 2ª. hipótese) OA = f(N,K,Tec). Como esses fatores de produção são constantes a curto prazo, a OA permanece fixa (não há deslocamentos, apenas movimentos ao longo da curva, que depende do nível de utilização desses fatores) 4ª. A curto prazo, apenas a demanda agregada provoca variações no nível de equilíbrio da renda nacional. (Consequencia das anteriores) Para tirar a economia de uma situação de desemprego, a curto prazo, deve-se procurar elevar a DA. A DA é mais sensível a curto prazo que a OA. 1ª. Desemprego de Recursos. A DA situa-se abaixo da OA de pleno emprego. Preços constantes, com que as variáveis são consideradas em valores reais (deflacionadas). (A) 2ª. Curto Prazo. A curto prazo, o estoque dos fatores de produção (mão de obra, capital) são considerados constantes, fixos. Embora a força de trabalho e a capacidade produtiva instalada sejam fixas, seus níveis de utilização variam. Hipóteses Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico OAPE * * PRINCÍPIO DA DEMANDA EFETIVA: a Demanda Agregada determina o nível da renda/produto nacional. Esse princípio decorre das hipóteses anteriores. Com isso, Keynes inverte um dos principais postulados da chamada Teoria Clássica, a chamada LEI DE SAY(*), pela qual a OA é que determina a procura (“a oferta cria sua própria procura”). Ou seja, tudo que era produzido, seria consumido. Essa hipótese, somada á tese do liberalismo, segundo o qual o mercado, através do mecanismo de preços, resolveria as questões econômicas fundamentais, garantia que a economia, como que guiada por uma mão invisível, sempre estaria a pleno emprego. OAPE Trecho clássico Trecho keynesiano (*) Jean Baptiste Say, economista francês (1767/1832)Hipóteses do Modelo Keynesiano Básico *
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