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Introdução à Macroeconomia

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Prévia do material em texto

Macroeconomia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Valdécio Silvério Bezerra
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Introdução à Macroeconomia
• Introdução
• O Nascimento da Macroeconomia
• Objetivos da Macroeconomia
• Instrumentos da Macroeconomia
• Oferta e Demanda Agregada
 · Iniciar o estudo da teoria macroeconômica falando, primeiramente 
do contexto histórico em que surgiu essa teoria e quais eram os seus 
objetivos. Vamos estudar além do surgimento da Macroeconomia; 
os seus conceitos básicos; os instrumentos da macroeconomia e a 
definição do que é Oferta e Demanda agregada.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Introdução à Macroeconomia
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”. 
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
Contextualização
Você, com certeza, em algum momento já se deparou com uma notícia ligada 
ao cenário econômico do nosso país que dizia: “Inflação pelo IPC-Fipe recua para 
0,46% em abril”; “Produção industrial avança em março, mas recua 11,7% no 1º 
trimestre”; “Mercado projeta melhora para atividade econômica no próximo ano”; 
“Ajuste fiscal pode ampliar desigualdade, avalia pesquisador”; “O FMI aumentou 
a projeção de queda da economia brasileira, este ano, de 1% para 3,5%”; “As 
incoerências da atual política macroeconômica”. “Governo vê avanço de 0,58% 
para o PIB no segundo trimestre desse ano”. O que essas manchetes têm em 
comum? Todas estão falando de questões ligadas à Macroeconomia. São siglas, 
porcentagens, expressões que poucos dominam ou sabem o que representam.
Vejamos o significado de algumas dessas siglas importantes: IPC (Índice de Preços ao 
Consumidor); Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas); FMI (Fundo Monetário 
Internacional), PIB (Produto Interno Bruto).
Ex
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9
Introdução
Mas afinal, o que é Macroeconomia?
De acordo com Mankiw (2008), a Macroeconomia é o estudo da economia 
em sua totalidade, incluindo o crescimento em termos de renda, as variações 
nos preços e na taxa de desemprego. Procura oferecer políticas para melhorar 
o desempenho econômico e explicar os eventos econômicos. Blanchard (2007) 
define a Macroeconomia como o estudo de variáveis econômicas agregadas. Já 
Krugman e Wells (2007), no glossário de seu livro, definem Macroeconomia 
como o ramo da economia que trata da expansão e da retração da economia 
em geral. Froyen (2005) define a Macroecnomia como o estudo dos “negócios 
comuns da vida” de forma agregada, isto é, observando o comportamento da 
economia. Dornbusch e Fischer (2006) colocam que a Macroeconomia trata do 
comportamento global da economia com períodos de recessão e recuperação. 
Importante!
A macroeconomia é um segmento da ciência econômica que se preocupa em explicar 
como a sociedade se organiza para produzir e distribuir riqueza, ou seja, é responsável 
pelo estudo do comportamento e da determinação dos agregados econômicos. Também 
aborda os fenômenos que atingem a economia em sua totalidade, tais como, infl ação, 
desemprego, taxa de câmbio etc.
Em Síntese
Houve um tempo em que ocorreu uma matematização da economia, período 
em que se acreditava que a economia poderia ser explicada como a física, ou seja, 
a partir das leis da matemática, ignorando as aplicações práticas. O que podemos 
afirmar é que a Macroeconomia pertence ao campo das Ciências Sociais Aplicadas, 
isto quer dizer que são as aplicações que justificam a sua razão de ser.
Segundo Keynes, um economista precisa ser matemático, historiador, estadista, 
filósofo e tão alienado e tão incorruptível quanto um artista, embora algumas vezes 
tão próximo do planeta Terra quanto um político (MANKIW, 2008).
Indispensável compreendermos que cada governo e cada período histórico 
apresentam problemas econômicos diferentes, uma hora é a inflação, a 
recessão, balança comercial, queda do PIB. Vemos assim que de nada vale uma 
definição abrangente se, dependendo da situação, o problema se apresenta de 
uma forma diferente.
Ironicamente, por vezes você ouvirá que as previsões macroeconômicas se 
equiparam às meteorológicas, mas sempre damos ouvidos ao que a mídia anuncia 
sobre a previsão do tempo. No entanto o papel da previsão funciona como a 
busca pelo equilíbrio, evitando, por exemplo, que a euforia do consumo leve a 
9
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
economia para uma inflação incontrolável; em momentos de recessão procuram 
favorecer certos tipos de atividades etc. Toda e qualquer ação econômica apresenta 
vantagens e desvantagens, ou seja, “não existe almoço grátis”, sejam no curto ou 
no longo prazo os custos serão cobrados. É necessário reconhecermos as limitações 
da nossa disciplina. Importante é pensar exaustivamente e criticamente sobre as 
possíveis ações de condução da economia, claro que sempre procurando acertar.
O Nascimento da Macroeconomia
Em se tratando do surgimento da nossa disciplina é muito importante relatar 
o que aconteceu após a crise de 1929 que foi um marco no desenvolvimento da 
Macroeconomia. Veja só por quê:
Mercado, onde Começa?
As informações sobre a saúde econômicadas 
Adam Smith (1723 - 1790)
Fonte: Wikimedia / Commons
nações começaram a ser coletadas a partir de 
1850. No entanto em 1776, Adam Smith em 
sua obra referencial A Riqueza das Nações. 
(An Inquiry into the Nature and Causes of the 
Wealth of Nations). Esse título já prenunciava 
que a riqueza de uma nação não era determinada 
pelo acúmulo de metais, o que caracterizou o 
período mercantilista, mas pela organização 
social baseada na divisão do trabalho a nas 
motivações pessoais de seus cidadãos. A partir 
daí e evolução da ciência econômica cria a 
figura de vários mercados que teriam seu 
equilíbrio sempre garantido. Nesses mercados 
duas quantidades buscam esse equilíbrio: 
quantidades de itens e preços destes itens, que 
podem ser: bens e serviços, moeda, câmbio, títulos e mão de obra (ou trabalho).
Importante!
Numa conceituação mais ampla, mercado pode ser entendido como uma construção 
social, como um espaço de interação e troca, regido por normas e regras (formais 
ou informais), onde são emitidos sinais (por exemplo, os preços) que influenciam as 
decisões dos atores envolvidos. 
Importante!
A seguir, explicamos cada um desses mercados e também comentamos como 
mantinham o equilíbrio no passado. Com certeza você vai entender! Vejamos:
10
11
 · Mercadode bens e serviços: eram estabelecidos as quantidades e 
os preços de equilíbrio de bens e serviços em mercados individuais: o 
somatório de todos os mercados de bens e serviços resultava em um 
grande hipotético mercado, cujas leis de oferta e procura determinavam o 
produto da economia (quantidades totais) e o nível geral de preços (uma 
espécie de índice de preço médio de todas as mercadorias e serviços).
 · Mercado de moeda: eram estabelecidas as quantidades totais de moeda 
em circulação e a taxa de juros (o preço do dinheiro). No passado, era 
vigente o padrão ouro, ou seja, toda moeda em circulação deveria estar 
lastreada (assegurada, respaldada, duplicada) por igual quantidade 
de ouro em depósito ao governo. Isto dava certa rigidez à quantidade 
de moeda que poderia circular e ser emitida. Havia também a Teoria 
Quantitativa da Moeda (TQM), ou seja, a noção de que a quantidade de 
produto gerado ao longo de um ano na economia tinha forte correlação 
com a quantidade de moeda existente.
 · Mercado de câmbio: em função do padrão ouro, as transações 
internacionais eram feitas fisicamente com este metal. Cada país fixava o 
preço de suas mercadorias na sua moeda interna e esta tinha uma base 
fixa de troca por ouro.
 · Mercado de títulos: era pouco sofisticado, envolvia principalmente os 
títulos emitidos pelos governos. Nesses mercados eram estabelecidas as 
quantidades totais de títulos negociados e o seu preço. Existiam ainda as 
operações bancárias simples como empréstimos e desconto de duplicatas. 
O equilíbrio entre os agentes superavitários da economia e os deficitários 
se realizava nos mercados de títulos de maneira simples, por meio da 
Teoria dos Fundos Emprestáveis.
A TFE tem origem no trabalho de Irving Fisher (1930) que analisou a determinação da taxa 
de juros numa economia verifi cando a razão pela qual os indivíduos poupam (isto é, não 
consomem toda a sua renda ou recursos correntes) e porque outros tomam emprestado. 
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 · Mercado de trabalho: nesse mercado era estabelecida a quantidade total 
de trabalhadores dispostos a trabalharem e o seu salário, ou seja, o preço 
do trabalho. Esse mercado de mão de obra era o somatório de mercados 
particulares de cada setor agrícola, industrial e de serviço. À época, a 
atividade econômica promovia o pleno emprego, arregimentando, 
inclusive, mulheres e crianças de cada domicílio que pudessem 
complementar a oferta de mais mão de obra diante de sua inesgotável 
demanda, como ocorreu na primeira e segunda revoluções industriais.
Vejamos agora os mecanismos de mercado, como funcionam?
Um economista famoso, Jean Baptiste Say criou uma máxima, segundo ele a 
oferta gera a sua própria demanda. A economia sempre estaria em equilíbrio e em 
11
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
pleno emprego à medida que houvesse produção, ou seja, tudo que é produzido é 
vendido. Conhecida como a Lei de Say, em suma, eis a; 
Lei de Say: a oferta (venda) de X cria a demanda por (pela compra de) Y.
Pela teoria clássica a partir da Adam Smith, Mills, Marshall e Say os vários 
mercados buscariam o equilíbrio e haveria sempre o pleno emprego, teoricamente. 
No entanto, a partir do início da coleta de dados da estatística econômica, os 
economistas começaram a perceber que existiam ciclos econômicos de expansão 
e retração da economia. Esses ciclos originavam as crises, cujos efeitos eram o 
crescimento do desemprego, a fome e a falência das organizações. 
Com o Crash da Bolsa de Nova Iorque em Outubro de 1929, os economistas 
passaram a emitir um conjunto de respostas totalmente contrárias ao que hoje 
se esperaria para a solução de um tipo de crise como aquela. Propunham 
os economistas: 
 · o incentivo para que os governos mantivessem os seus orçamentos equilibrados 
com despesas de acordo com suas receitas. As receitas tributárias estavam 
diminuindo devido à crise econômica e consequentemente as despesas 
governamentais deveriam ser reduzidas no mesmo ritmo;
 · o aumento dos percentuais de impostos para contrabalançar a diminuição 
de arrecadação;
 · a estabilidade no valor da moeda para evitar a inflação que poderia ser 
mais um complicador na gestão da economia;
 · o incentivo à poupança pessoal como forma de cada indivíduo prevenir-
se diante de um possível agravamento da crise;
 · a liberdade total de mercado com nenhuma intervenção governamental 
para permitir que a economia voltasse o mais rapidamente possível ao 
seu equilíbrio, promovendo a sua correção de maneira natural;
 · as barreiras alfandegárias e de proteção à economia de cada país 
envolvido, na expectativa de que isto aumentasse a demanda por bens 
produzidos internamente no país;
 · postergação dos investimentos na busca de um cenário econômico 
mais promissor no futuro entesourando recursos que poderiam estar em 
circulação; e
 · a quebra de instituições bancárias com a consequente diminuição 
do crédito bancário, acreditando que com isso fossem permanecer no 
mercado apenas as organizações mais sólidas.
Como vimos, políticas econômicas que por ventura viessem a ser aplicadas 
seguindo essa lógica só iriam aprofundar a crise. Dois fatores, entretanto tornaram 
possível a recuperação econômica na época: 
12
13
a) assessores econômicos no governo que acreditavam que este deveria ser 
um papel preponderante da economia, tomando suas rédeas, intervindo, 
promovendo o consumo e o investimento; 
b) o outro fator foi o prenúncio da Segunda Guerra Mundial que determinou 
um aumento na demanda em decorrência dos preparativos para a Guerra.
Paralelo a tudo isso, em 1936, foram formalizadas as ideias de Keynes que 
se aplicadas naquele momento poderiam ter antecipado a recuperação dos 
EUA, da Europa e do resto do mundo. Assim as ideias keynesianas assumiam o 
formato de uma teoria econômica abrangente, fruto dos problemas emergentes 
naquela época.
John Maynard Keynes foi um economista 
britânico cujas ideias mudaram fundamental-
mente a teoria e prática da macroeconomia, 
bem como as políticas económicas instituídas 
pelos governos. 
Nascimento: 5 de junho de 1883, Cambridge, 
Reino Unido
Falecimento: 21 de abril de 1946, morre 
em Tilton, no Reino Unido, aos 62 anos.
John Maynard Keynes
Fonte: Wikimedia / Commons
Macroeconomia Moderna
Alguns fatores condicionaram o surgimento dessa
Alfred Marshall (1842 – 1924)
Fonte: Wikimedia / Commons
 
nova disciplina no campo da economia. Keynes 
participou de grandes acordos internacionais que 
visavam às reparações de guerra do primeiro confli-
to mundial de 1914 a 1918. Embalado pela efer-
vescência acadêmica de sua posição na Universida-
de de Cambridge (ocupava a mesma cátedra que 
tinha tido como titular Alfred Marshall) testemunhou 
a amigos que acreditava estar escrevendo algo que 
revolucionaria a teoria econômica até então. 
A sua previsão estava certa e isto foi o que re-
almente aconteceu quando de sua publicação em 
1936, apesar de ser um livro de difícil leitura e 
sujeito a interpretações. Esta dificuldade e ambi-
guidade fizeram com que a operacionalização de 
sua teoria levasse algum tempo até que fosse via-
bilizada. Assim quando ela efetivamente estava pronta já não era mais necessária, 
pois o mundo já havia voltado ao pleno emprego e ao crescimento do produto, 
diante do esforço preparatório para a Segunda Guerra Mundial. 
13
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
Contudo, o keynesianismo passou a dominar a agenda acadêmica nas décadas 
de 1940 e 1950, tendo encontrado aplicações práticas através dos consultores 
econômicos do governo Kennedy no início dos anos de 1960. Seu declínio ocorreu 
com o surto de grandes inflações do final da década de 1960 e início de 1970 em 
função da persistência da operação da economia ao pleno emprego e dos choques 
do petróleo. 
Objetivos da Macroeconomia
Os principais objetivos da macroeconomia, ou digamos, da política 
macroeconômica, são aqueles que visam estabilizar as variáveis abaixo, determinar 
seu crescimento, atingir metas que possam serconsideradas saudáveis, como certo 
nível de desemprego etc. 
 · Produto Interno Bruto (PIB).
 · Taxa de inflação.
 · Taxa de juros.
 · Taxa de Câmbio.
 · Taxa de desemprego.
Produto Interno Bruto (PIB): É a medida do produto agregado que podemos 
considerar sob a ótica do produto (produto agregado) ou sob a ótica da renda (renda 
agregada), sendo assim, o produto agregado e a renda agregada são sempre iguais.
 · Sob a ótica do produto: o PIB é igual ao valor dos bens e serviços finais 
produzidos na economia em um dado período;
 · Ainda sob a ótica do produto: o PIB é a soma dos valores adicionados na 
economia em um dado período;
 · Sob a ótica da renda: o PIB é a soma das rendas na economia em um dado 
período. (BLANCHARD, 2007).
Importante!
PIB nominal e real
O PIB nominal é a soma das quantidades de bens finais multiplicada por seus preços 
correntes ( os economistas usam o termo “nominal” para as variáveis expressas em 
preços correntes); Logo, o PIB nominal sempre aumenta pois a maioria dos preços dos 
bens aumentam assim como a maioria da produção aumenta ao longo do tempo. 
Agora, se pretendemos medir a produção e sua variação ao longo do tempo, precisamos 
eliminar o efeito do aumento dos preços. Isso é possível quando multiplicamos a soma 
das quantidades de bens finais pelos preços constantes, obtendo assim o PIB real.
Importante!
Por ser uma medida da atividade agregada, o PIB é a principal variável 
macroeconômica. 
14
15
Taxa de Inflação
A inflação é uma elevação sustentada do nível geral de preços na economia 
(nível de preços). A taxa de inflação é um percentual que mede a variação de 
preços durante um determinado período de tempo, mensal, semestral, anual, 
por exemplo.
Taxa de juros
Em sua essência, são os preços que vinculam o presente ao futuro, ou seja, 
é a taxa de crescimento do capital ou ainda, a taxa de lucratividade recebida 
num investimento.
Os economistas chamam de taxa de juros nominal aquela paga pelo banco, 
enquanto que a taxa de juros real seria o aumento em seu poder de compra. 
Sendo assim a taxa de juros real é a diferença entre a taxa de juros nominal e a 
taxa de inflação.
Taxa de câmbio
É o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou gerações da moeda 
nacional. No caso do Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar norte 
americano e a cotação mais utilizada é referenciada nessa moeda.
A taxa de câmbio nominal corresponde ao preço relativo das moedas correntes 
de dois países. Por exemplo, se a taxa de câmbio entre o dólar americano e o 
real é de R$ 3,50 para cada dólar, isso quer dizer que você pode trocar um dólar 
por R$ 3,50;
A taxa de câmbio real corresponde ao preço relativo dos bens de dois países. 
Portanto, a taxa de câmbio real nos informa a taxa com a qual podemos trocar 
bens de um país por bens de outro país. Essa taxa é também denominada, às vezes, 
de termos de comércio ou termos de troca.
Taxa de desemprego
O desemprego é um dos problemas macroeconômicos mais preocupantes, pois 
afeta as pessoas de modo mais direto e cruel. Não é surpreendente que a questão 
do desemprego seja um tópico frequente no debate político. 
A taxa de desemprego é relação entre o número de pessoas desocupadas 
(procurando trabalho) e o número de pessoas economicamente ativas num 
determinado período de referência.
Em uma economia sempre existe algum desemprego. A esse fenômeno damos 
o nome de taxa natural de desemprego, ou seja, é a taxa média de desemprego 
em torno da qual a economia gravita no longo prazo, consideradas todas as 
imperfeições do mercado de mão-de-obra que empreendem os trabalhadores de 
encontrar emprego instantaneamente. 
15
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
O gráfico acima demonstra a variação da taxa de desemprego no período 
compreendido entre Janeiro de 2012 e final de 2015. Percebemos a tendência de 
crescimento dessa taxa no final do período.
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) é uma fundação pública da 
administração federal com inúmeros dados estatísticos, indicadores e informações 
relacionadas as questões macroeconômicas no Brasil. 
Acesse: https://goo.gl/80eVaa
Ex
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Lei de Okun 
Arthur Okun foi um economista americano que desenvolveu essa teoria quando 
trabalhava no Comitê de Conselheiros Econômicos do presidente norte americano 
John Kennedy. É uma teoria que relaciona o crescimento do Produto Interno Bruto 
à variação do desemprego. É uma relação inversa, segundo a qual existe uma 
relação linear entre as mudanças na taxa de desemprego e o crescimento do PIB: 
a cada ponto percentual de diminuição do desemprego, o PIB real cresce em 
3%. Essa lei está baseada em dados da década de 1950 e é válida para taxas de 
desemprego entre 3 e 7,5%.
Você poderá se aprofundar mais no conhecimento da Lei de Okun consultado o livro: 
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia, 6 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008, págs.188-190) Ex
pl
or
Tendo como base o que vimos, podemos concluir que a política macroeconômica 
tem como objetivos principais atingir a menor taxa de desemprego possível, buscar 
manter a taxa de inflação no menor patamar possível, procurar uma distribuição de 
renda mais justa e estimular a economia visando o crescimento econômico.
16
17
Instrumentos da Macroeconomia
Como acabamos de ver, a macroeconomia tem objetivos complexos e para 
atingir esses objetivos a política macroeconômica conta com alguns instrumentos.
Os principais instrumentos de política macroeconómica utilizados para atin-
gir os objetivos apresentados anteriormente são a política monetária e a polí-
tica orçamental. No caso da política monetária são utilizados instrumentos que 
permitem controlar a oferta de moeda e, por essa via, influenciar as taxas de juro 
praticadas no mercado. Quanto à política orçamental, são utilizados os dois instru-
mentos orçamentais controlados pelo Estado, nomeadamente a despesa pública e 
os impostos.
 · Política fiscal.
 · Politica monetária.
 · Política cambial e comercial.
 · Política de Rendas.
Fonte: iStock/Getty Images
Política Fiscal
Corresponde a todos os instrumentos de que o governo dispõe para a 
arrecadação de tributos (política tributária) e controlar suas despesas (política de 
gastos). É fundamental que a política fiscal seja controlada por regras fixas, como 
por meio de uma exigência constitucional de um orçamento equilibrado, ou pelos 
critérios dos formuladores de politicas.
17
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
A política de estabilização fiscal é conduzida pelo governo federal, Estados e 
municípios têm capacidade limitada de incorrer em déficits orçamentários. Tanto 
o nível de gastos estaduais e municipais como suas receitas são determinados por 
necessidades locais e pelo estado da economia, em lugar de serem definidos com a 
finalidade de atingir objetivos macroeconômicos.
Se olharmos para as políticas que visam à estabilização econômica, devemos 
levar em conta três tipos de itens que podem ser alterados para afetar as variáveis 
que são objetivos da política macroeconômica: compra de bens e serviços por 
parte do governo federal; transferências do governo (incluindo concessões de 
verbas a Estados e municípios) e arrecadação tributária. A política fiscal apresenta 
maior eficácia quando o objetivo é uma melhoria na distribuição de renda, pelo 
fato de taxar as rendas mais altas ou aumentar os gastos do governo em setores 
menos favorecidos. 
Política Monetária
A política monetária consiste na atuação do governo, por intermédio do Banco 
Central (Bacen) sobre a quantidade de moeda e títulos públicos que circulam no 
mercado e, em geral, as condições de crédito.
A política monetária pretende influir na atividade econômica, atuando sobre o 
gasto total da economia e, mais especificamente, sobre o gasto das famílias e sobre 
os investimentos das empresas. 
Os instrumentos de política monetária são os seguintes: 
 · Emissões de moeda: É o Banco Central (Bacen) que controla, por força 
de Lei, a emissão demoeda;
 · Reservas compulsórias ou obrigatórias (corresponde ao percentual sobre 
os depósitos que os bancos comerciais são obrigados a depositar no Bacen, 
se o Bacen aumenta ou diminui o percentual de depósito compulsório, há 
uma alteração significativa na oferta de moeda;
 · Mercado aberto ou open market (compra e venda de títulos públicos). 
Quando o Bacen compra títulos públicos no mercado de capitais, ele 
aumenta a oferta monetária, quando vende a diminui;
 · Redescontos (empréstimos que o Bacen disponibiliza aos bancos 
comerciais);
 · Regulamentação sobre crédito e taxa de juros (ocorre pela política de juros, 
controle de prazos e regras para o financiamento aos consumidores). No 
Brasil, a taxa Selic (Sistema de Liquidação e Custódia) também configura 
aumento ou diminuição da oferta monetária, taxa de juros menor, maior 
oferta de moeda e vice-versa. 
Podemos destacar dois tipos de política monetária: a expansionista e 
a contracionista;
18
19
A política monetária expansionista ocorre quando houver uma redução no 
percentual dos depósitos compulsórios, recompra de títulos ou diminuição da 
regulamentação do mercado de crédito, com redução da taxa de juros.
A política monetária contracionista é caracterizada por restrições de crédito, 
aumento da taxa de juros e aumento dos compulsórios sobre os depósitos dos 
bancos comerciais.
A política monetária é um dos instrumentos mais utilizados pelo governo visando 
o controle da inflação e isso é possível com políticas de redução de circulação 
monetária; restrição ao crédito; elevação da taxa de juros; aumento da taxa de 
reservas compulsórias e compra de títulos no open market, por exemplo.
Importante!
O Banco Central é o instrumento pelo qual o governo federal controla o sistema fi nanceiro 
do país, logo, é por intermédio dele que o governo intervém na economia. Portanto é 
papel do Banco Central zelar pela estabilidade da moeda por meio do controle dos meios 
de pagamento. Essa estabilidade consiste na manutenção do seu valor, tanto em relação 
às moedas estrangeiras, por meio da taxa de câmbio, como com relação às mercadorias 
produzidas no país.
Importante!
Política Cambial e Comercial
A politica cambial e comercial é um tipo de política externa, pois atua sobre as 
variáveis relacionadas ao setor externo da economia. A política cambial, como o 
próprio nome diz, está relacionada à atuação do governo sobre a taxa de câmbio, 
já a política comercial diz respeito aos instrumentos de estímulo às exportações, 
assim como ao controle ou abertura das importações.
É bom deixar claro: Uma taxa de câmbio elevada quer dizer que o preço da 
moeda estrangeira está elevado, no nosso caso o dólar, ou que a moeda nacional, o 
real, está desvalorizada; por outro lado quando usamos a expressão desvalorização 
cambial, queremos dizer que a taxa de juros aumentou, mais reais por unidade para 
adquirir uma unidade de moeda estrangeira.
Outra forma recorrente pela qual expressamos essa relação moeda nacional-
moeda estrangeira é a seguinte:
Se a cotação da moeda estrangeira aumenta diz-se que ocorreu depreciação da 
moeda nacional, agora se a cotação da moeda estrangeira diminui diz-se que houve 
uma apreciação cambial da moeda nacional.
A atuação do governo sobre a taxa de câmbio ocorre com a atuação do Banco 
Central se resume a duas situações:
A determinação de uma taxa de câmbio fixa, quando ocorre a intervenção das 
autoridades monetárias.
19
UNIDADE Introdução à Macroeconomia
Temos o caso da taxa de câmbio flexível, quando esta é determinada pelo 
mercado de divisas, caso específico da política cambial brasileira na atualidade.
Quanto à política comercial, esta é fomentada pelos instrumentos de estímulo 
ou desestímulo as exportações e importações.
Quando falamos em política comercial de um país, estamos nos referindo 
às decisões do governo que afetam as entradas e saídas de divisas do país em 
termos de transações comerciais (tarifas de importação, estabelecimento de quotas, 
incentivos à exportação etc.).
Podemos destacar como estímulos fiscais e creditícios às exportações a isenção 
de impostos; o crédito subsidiado; as taxas de juros subsidiados etc.; e como controle 
das importações as tarifas e barreiras sobre importações.
Outro fator que influi na política comercial é a taxa de câmbio, por exemplo: 
A apreciação cambial (quando há uma queda nos preços estrangeiros, queda do 
preço do dólar), isso reduz a competitividade dos produtos brasileiros no exte-
rior, dificultando as exportações brasileiras. Por outro lado, uma depreciação cam-
bial, aumento do valor do dólar em relação ao real, aumenta a competitividade 
dos produtos brasileiros no exterior e pode influenciar positivamente as exporta-
ções brasileiras.
Política de Rendas
É a política exercida pelo governo que visa estabelecer controles sobre a 
remuneração dos fatores diretos de produção envolvidos na economia do país, 
podemos citar como exemplos dessa política aquelas que afetam salários, 
depreciações, lucro, dividendos e preços de produtos intermediários e finais. 
Os principais objetivos dessa política seriam: propiciar ganhos de poder aquisitivo 
dos salários, no caso de controle de outros preços; redistribuição de renda; reduzir 
o nível das tensões inflacionárias buscando a estabilização de preços.
Oferta e Demanda Agregada
Dando prosseguimento à nossa incursão pelos caminhos da Macroeconomia, 
dois conceitos muito importantes precisam ser bem apropriados por você: São os 
conceitos de Demanda Agregada (DA) e Oferta Agregada (OA), acompanhem-me:
Demanda agregada (DA) significa a totalidade de bens e serviços (demanda total) 
que numa determinada economia os consumidores, as empresas e o Estado, estão 
dispostos a comprar, a um determinado nível de preço e em determinado momento.
Na economia de um país, a demanda agregada representa o gasto total com a 
compra de bens e serviços que serão adquiridos, para cada nível de preço. Está 
20
21
relacionada com o total da produção, PIB (Produto Interno Bruto) de um país 
quando os seus níveis de estoque são estáveis.
A demanda agregada depende de alguns fatores como: política monetária e 
fiscal, da renda em poder dos consumidores disponível para consumo, dos impostos 
a que estão sujeitos, dos gastos públicos efetuados pelo Estado, entre outros.
A curva de demanda agregada revela a quantidade de bens que os consumidores 
desejam comprar em cada nível de preço. Tem inclinação negativa devido aos 
efeitos da renda, da taxa de juros e da taxa de câmbio.
Na figura abaixo, demonstramos como podemos representar graficamente a 
Curva de Demanda Agregada (DA) levando-se em consideração o nível geral de 
preços (P) numa economia e o Produto real. (Y).
A Oferta Agregada (OA) representa o que as empresas, no seu conjunto, estão 
dispostas a produzir e a vender para cada nível geral de preços, assumindo como 
constantes todas as restantes variáveis determinantes da oferta agregada tais com 
as tecnologias disponíveis e as quantidades e preços dos fatores produtivos.
A curva de oferta relaciona o preço e a quantidade oferecida de determinado 
bem ou serviço. No longo prazo, a curva de oferta agregada é vertical e no curto 
prazo ela possui inclinação positiva. 
Conjugada com a demanda agregada, a oferta agregada permite encontrar o 
equilíbrio macroeconômico, ou seja, uma situação em que tanto o PIB real quanto 
o nível geral de preços satisfazem compradores e vendedores.
A Oferta Agregada pode ser representada num gráfico em que num dos eixos 
é representado o nível geral de preços (P) e no outro o produto (ou PIB) real 
(Q). Neste gráfico, a Oferta Agregada surgirá como uma curva com inclinação 
positiva, o que significa que a quantidade que as empresas desejam produzir e 
vender aumenta quando aumenta o nível geral de preços.
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UNIDADE Introdução à Macroeconomia
Na figura abaixo, representamos graficamente a Curva de Oferta Agregada (OA)
Mas longo prazo? Curto prazo? Como podemos determinaro que é longo ou 
curto no decorrer do tempo? Vamos lá!
Para podermos melhor explicar as diferenças nas análises entre o curto e o 
longo prazo é importante considerarmos as diversas classificações e nomenclaturas 
existentes na literatura. 
O curto prazo é o período de tempo em que apenas uma variável do modelo 
econômico é alterável, permanecendo as demais de forma constante. É tipicamente 
um período que vai de seis meses a três anos. 
O longo prazo é o período de tempo em que todas as variáveis podem mudar menos 
a base tecnológica e institucional da sociedade. É um período que vai de três a 
dez anos. Por fim, os prazos ligados ao desenvolvimento tecnológico são aqueles 
que assistem a mudança da base tecnológica da sociedade e de suas instituições, 
compreendendo períodos de dez a 50 anos. Para citarmos apenas dois autores, 
Mankiw (2008) dá a esta periodização o nome de curto, longo e longuíssimo prazo; 
Blanchard (2007) prefere chamar de curto, médio e longo prazo.
 Como estamos tratando do ambiente macroeconômico, precisamos agregar 
todos os produtos individuais distribuídos pelos fabricantes e prestadores de 
serviços numa suposta grande cesta. A tudo isso que foi produzido nessa economia 
dá-se o nome de produto agregado (Y), seja quando falamos de curto ou longo 
prazo. Agora, quando nos referimos ao valor global desta nossa suposta cesta, 
ou seja, quanto estes produtos valem sob o ponto de vista de preços de mercado, 
chamamos de nível geral de preços (P).
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Economia
Noções básicas de Macroeconomia, Produto Agregado, PIB, Política Fiscal, Política 
Monetária, Políticas Cambial e Comercial, Fluxo Circular de Renda.
https://goo.gl/blTiFh
Economia
Setor Externo: Globalização, Transações Comerciais Internacionais, Taxa de Câmbio, 
Regimes de Câmbio Fixo e Flutuante.
https://goo.gl/2ysdLa
 Livros
Macroeconomia
PARKIN, Michael. Macroeconomia. 5 ed. São Paulo: Addison Wesley, 2003.
Macroeconomia
ABEL, A; B.; BERNANKE, B. S.; CROUSHORE, D. Macroeconomia. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2008.
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UNIDADE Introdução à Macroeconomia
Referências
BLANCHARD, O. J. Macroeconomia. 4. ed. , v. ,São Paulo: Prentice Hall, 2007.
DORNBUSCH, R.; FISHER, S. Macroeconomia. 5. ed. , v., São Paulo: Pearson 
Makron Books, 2006.
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo-SP: Saraiva, 2005.
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual de Macroeconomia: Nível 
Básico e Nível Intermediário. 2. ed. , v.,São Paulo: Atlas, 2000 
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 6. ed.,Rio de Janeiro: LTC-Livros 
Técnicos e Científicos, 2008.
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Macroeconomia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Valdécio Silvério Bezerra
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
A Escola Clássica
• Principais pressupostos
• Produção e Emprego
• Produto e Emprego de Equilíbrio
• Moeda, Preços e Juros
• O Governo e a Política Fiscal no Modelo Clássico
 · Nessa unidade, continuamos o estudo da Macroeconomia tendo 
agora como tema o Modelo Clássico e sua contribuição ao desenvol-
vimento da teoria macroeconômica. Procuramos assim inserir você, 
aluno, no estudo da macroeconomia sob a ótica da Escola Clássica 
discutindo seus conceitos básicos como produção e emprego, oferta 
e demanda agregada; noções referentes à poupança, investimentos, 
taxa de juros e política monetária e fiscal e o que os clássicos pensam 
sobre a ação do Governo no processo econômico.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Escola Clássica
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como o seu “momento do estudo”. 
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE A Escola Clássica
Contextualização
Uma revolução acontecia sob todos os aspectos ao término do século XVIII 
e transcorrer do XIX. Seja quando nos reportamos ao contexto das ideias, das 
relações sociais e principalmente das relações econômicas. 
O que vai nortear nossa preocupação aqui é entender as teorias econômicas que 
começam e ser desenvolvidas nesse período, como se estruturaram e influenciaram 
o pensamento macroeconômico no seu surgimento. 
Novas relações econômicas se estruturam com uma complexidade específica 
impondo situações que requeriam respostas e estas começavam a ser pensadas 
para esse novo contexto. 
Nessa Unidade, todas essas problematizações e situações serão estudadas, 
ao final você compreenderá como foi importante esse período para todo o 
desenvolvimento da teoria macroeconômica e a influência, que até hoje, o 
pensamento representado pela Escola Clássica exerce sobre as teorias econômicas 
contemporâneas. Preparado? Então vamos lá!
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Principais Pressupostos
A economia clássica surgiu como uma resposta à ortodoxia representada pelo 
conjunto de doutrinas econômicas conhecidas como mercantilismo.
Ortodoxia: um modelo de pensamento econômico predominante representado por um 
determinado conjunto de ideais e teorias.Ex
pl
or
Os principais dogmas mercantilistas atacados pelos teóricos clássicos foram: o 
metalismo que defendia o seguinte princípio: o que determina o poder e a riqueza 
de uma nação era os seus estoques de metais preciosos; o outro dogma combatido 
estava relacionado à necessidade de intervenção do Estado direcionando o 
desenvolvimento do sistema capitalista.
Os economistas clássicos, contrariamente aos mercantilistas, enfatizam a 
importância dos fatores reais na determinação da riqueza das nações assim como 
as tendências otimizadoras do livre mercado e não intervenção e ausência do 
controle estatal nesse processo.
Os principais idealizadores desses princípios foram:
Adam Smith 
(1723 – 1790); 
Obra: A Riqueza das 
Nações (1776)
David Ricardo 
(1772 – 1823); 
Obra: Princípios de 
Economia Política (1817)
John Stuart Mill 
(1806 – 1873);
Obra: Princípios da 
Economia Política (1848)
Thomas Robert Malthus 
(1766 – 1834);
Obra: Um Ensaio Sobre o 
Princípio da População (1798)
Em suma, os economistas clássicos tinham como principais pressupostos a tese 
da existência de uma “Mão Invisível” capaz de eliminar as crises e a teoria do auto 
ajustamento dos mercados via preços e salários.
Segundo Adam Smith as pessoas aplicam o seu capital para que ele renda o 
máximo possível, sendo assim não leva em conta o interesse da comunidade e sim 
o seu próprio interesse, no entanto, o que o autor defende é que ao promover seu 
interesse pessoal o indivíduotermina por promover o interesse geral, o coletivo.
9
UNIDADE A Escola Clássica
Dessa forma ao perseguir o interesse pessoal o homem acaba por beneficiar a 
sociedade, guiado assim por uma espécie de “Mão Invisível”.
Ainda segundo essa teoria, o mercado tenderia ao equilíbrio, ou seja, ele se 
autorregula segundo a lei da oferta e da procura. Por exemplo, a inflação seria 
corrigida pelo equilíbrio forçada dos preços orientados pelo equilíbrio entre a oferta 
e procura conduzido pela Mão Invisível do mercado.
Produção e Emprego
Produção
Uma relação central no modelo clássico é a função produção agregada. Essa 
função produção teria como base a tecnologia das firmas. Essa relação se daria 
entre os níveis da produção e os níveis de insumos. Sendo assim, para cada nível de 
utilização de insumos, por meio da função produção teríamos um valor resultante 
da produção. 
Veja como podemos escrever essa função:
y = F (K, N)
Onde: y é a produção real, K é o estoque de capital (prédios e equipamentos) e 
N é a quantidade de mão-de-obra.
Por convenção, supomos que no curto prazo o estoque da capital seja fixo, 
em decorrência disso temos a barra sobre o símbolo da capital. O mesmo ocorre, 
supostamente, com a tecnologia e a população que permanecem constantes no 
curto prazo. 
Com base nesses pressupostos obtemos um primeiro enunciado: No curto 
prazo, o único fator que provoca a variação da produção é a alteração na utilização 
de mão-de-obra (N), oriunda da população que supostamente é fixa. 
Na Figura 1(a) abaixo, representamos, por meio de um gráfico, o produto 
que representa os efeitos da utilização eficiente de diferentes quantidades de 
mão-de-obra.
Podemos deduzir várias características interessantes de acordo com a função 
produção desenhada nesse gráfico.
Baixos níveis de emprego, (abaixo de N’), opõe-se que a função seja uma linha 
reta; o que isso significa, que mesmo com o aumento na utilização da mão-de-obra 
os retornos constantes na produção, ou seja, não se altera;
No intervalo entre N’ e N”, consideramos que qualquer acréscimo de mão-de-
obra resultam em aumentos da quantidade produzida;
10
11
Mas quando avançamos à direita de N” à medida que empregamos mais 
trabalhadores, mais mão-de-obra, a quantidade produzida passa a ter magnitudes 
progressivamente menores. Isso quer dizer que além de N’’, ao aumentarmos 
a utilização de trabalho, não produzimos e nenhum incremento na produção, 
interessante, não é? 
Agora na Figura 1(b), representamos um gráfico de variação da produção 
por alteração de mão-de-obra, definido como produto marginal do trabalho 
(PMgN). A curva do produto marginal do trabalho é a inclinação da função 
produção (Δy/ΔN) na Figura 1(a). Abaixo de N’, enquanto N cresce, a linha é 
reta, representando um produto marginal do trabalho constante. “Além de N’, o 
produto marginal do trabalho é positivo, mas decrescente diminuindo até que a 
curva encontre o eixo horizontal em N” (FROYEN, p. 48, 2005)
a. A função Produção
b O Produto Marginal do Trabalho
Figura 1 - As Curvas da Função Produção e do Produto Marginal do Trabalho
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UNIDADE A Escola Clássica
A parte a é o gráfico da função produção, mostrando o valor de produção (y) para 
cada nível de emprego (N). À medida que o emprego sobe, a produção aumenta, 
porém a uma taxa decrescente. A inclinação da função produção (Δy/ΔN) é 
positiva, mas ela diminui à medida que avançamos pela curva. O produto marginal 
do trabalho (PMgN), ilustrado na curva da parte b do gráfico, é o incremento ao 
produto resultando do acréscimo de mais uma unidade de mão-de-obra. O produto 
marginal do trabalho é medido pela inclinação da função produção (Δy/ΔN), e é 
uma curva com inclinação negativa, quando traçada contra os níveis de emprego.
(O símbolo de diferenciação, Δ (delta), indica a variação no valor da variável que 
o segue, por exemplo, Δy é a variação de y) (FROYEN, p. 48, 2005)
Emprego
Você deve ter percebido quão importante é o conceito de produção para os 
economistas clássicos, e para o estudo macroeconômico, mas outro fator associado 
à produção exerce papel importante nesses estudos, o Emprego.
O que caracteriza a análise clássica do mercado de trabalho é a suposição de que 
este funciona harmoniosamente. Segundo essa máxima, tanto as firmas quanto o 
trabalhadores escolhem e agem de forma ótima, ou seja, não há obstáculos aos 
ajustes dos salários nominais, o mercado se equilibra se ajusta naturalmente.
Destacamos no capítulo anterior que para que a produção ocorra é preciso 
alocar mão-de-obra, é preciso trabalho. Agora vamos detalhar como isso acontece 
analisando a demanda por trabalho de uma firma individual. No modelo clássico, 
as firmas são perfeitamente competitivas e visam maximizar seus lucros otimizando 
as quantidades a serem produzidas.
No curto prazo, a produção só pode ser alterada por meio da variação na 
utilização do insumo trabalho, de modo que a escolha do nível de produção e a 
quantidade de trabalho constituem uma única decisão (FROYEN, p. 49, 2005).
Dessa forma uma firma perfeitamente competitiva buscará aumentar a sua 
produção até encontrar o ponto em que ocorre o equilíbrio entre o custo marginal 
de produção e a receita marginal recebida pela venda. Isso quer dizer que a 
receita marginal é igual ao preço do produto. O trabalho é o único fator variável 
da produção, determinando que o custo marginal de cada unidade adicionada à 
produção é o custo marginal do trabalho.
Para encontrarmos o custo marginal do trabalho, basta dividirmos o salário 
monetário pelo número de unidades produzidas por unidade adicional de mão-de-
obra. Parece complicado, mas não é, perceba:
O produto marginal do trabalho é definido como as quantidades produzidas por 
unidade adicional de mão-de-obra (PMgN), como já vimos. Assim o custo marginal 
de uma determinada firma (CMg1) é igual ao salário monetário ou nominal (W) 
dividido pelo produto marginal do trabalho para essa firma (PMgN1)
12
13
1
1
 
W
CMg
PMgN
=
Podemos deduzir então que a condição para que uma firma maximize seu lucro 
no curto prazo é que:
1
1
 WP CMg
PMgN
= =
Voltando ao que afirmamos anteriormente, ocorrerá a maximização do lucro 
quando o salário real (W/P) pago pela firma for igual ao produto marginal do 
trabalho (que é medido em unidades da mercadoria, isto é, em termos reais), 
representando na fórmula, temos:
1 
W PMgN
P
=
Para se aprofundar mais nesse assunto leia os capítulos sobre Produto e Emprego do livro de 
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5.ed São Paulo: Saraiva, 2005Ex
pl
or
Produto e Emprego de Equilíbrio
A terminologia mais utilizada afirma que o produto, o emprego e o salário real 
são tidos como variáveis endógenas ao modelo clássico. Isso quer dizer que são 
variáveis determinadas dentro do modelo, ou por ele.
Ilustramos o equilíbrio do produto e emprego no contexto do modelo clássico 
na Figura 2.
Na parte (a) demonstramos no gráfico como ocorre o equilíbrio entre o emprego 
(N0) e do salário real (W/P)0, ou seja, no ponto de intersecção entre as curvas da 
demanda agregada por trabalho e da oferta total de trabalho.
Atingindo esse nível de trabalho de equilíbrio (N0), obtemos um nível de equilíbrio 
do produto (y0), que está definido pela função produção, representado na parte (b) 
da Figura 2.
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UNIDADE A Escola Clássica
a. Equilíbrio no Mercado de Trabalho
b. Equilíbrio no Mercado de Trabalho
Figura 2 - A Teoria Clássica do Produto e do Emprego
A parte a ilustra a determinação do equilíbrio no mercado de trabalho 
ao nível de salário real (W/P)0, que iguala perfeitamente a oferta com a 
demanda por trabalho. O nível de equilíbrio de emprego resultante é N0. 
Uma vez determinado o nível de equilíbrio de emprego, achamos o nível 
de equilíbrio de produção, y0, na curva da função produção da parte b. 
(FROYEN, p. 56, 2005)
Agora vamos destacar alguns dos fatores fundamentais que determinam o 
produto e o emprego no modelo clássico.
Nesse modelo, os fatoresque determinam as posições das curvas de oferta e 
demanda por trabalho, assim como a posição da função produção agregada, são 
os que determinam a produção e o emprego, os fatores são:
Mudança de tecnologia; alteração do estoque de capital no decorrer do tempo. 
14
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Concluímos assim que no modelo clássico, os níveis de produção e emprego 
são determinados exclusivamente por fatores associados à oferta, sendo 
assim o nível de demanda agregada não terá efeito sobre o produto.
Importante!
Duas suposições estão implícitas na representação clássica do mercado de trabalho:
1 Os preços e salários são perfeitamente fl exíveis e;
2 Todos os participantes desse mercado têm informação perfeita sobre os preços.
Importante!
As duas suposições acima são essências para a defesa da natureza do equilíbrio 
do emprego e do produto na teoria clássica, Keynes atacará esses elementos em 
sua teoria.
Moeda, Preços e Juros
A Teoria Quantitativa da Moeda
O que você precisa entender para determinar o nível de preços no modelo 
clássico? É necessário analisar o papel da moeda.
Na teoria clássica, a quantidade de moeda determina o nível de demanda 
agregada, que, por sua vez, determina o nível de preços.
Começamos com a equação de trocas, origem da teoria quantitativa da 
moeda (TQM).
O primeiro pensador a tratar a teoria quantitativa da moeda foi o filósofo 
David Hume no século XVIII, a fórmula abaixo é o ponto de partida da medida da 
velocidade de circulação da moeda.
M V = P Y
M = quantidade de moeda; V = velocidade de transação de moeda; P = nível geral de preços e;
Y = renda ou produto real. Como a velocidade é defi nida ex post, essa relação é uma identidade.
Segundo a TQM, um aumento do meio circulante provoca um aumento geral 
nos preços. Isso implica em que o poder aquisitivo da moeda seria inversamente 
proporcional ao seu montante em circulação. A equação acima nos diz que o 
produto da quantidade de moeda, legal e/ou escritura, pela sua velocidade de 
circulação, é igual à soma de todos os preços multiplicados pelo produto. 
No sistema clássico existe um vínculo direto entre moeda e preços, uma oferta 
excessiva de moeda causaria um aumento na demanda por mercadorias e exerceria 
pressão de alta sobre o nível de geral de preços.
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UNIDADE A Escola Clássica
Demanda Agregada e Oferta Agregada
Para os economistas clássicos a moeda possui uma única função, meio de 
troca. Dessa forma, os agentes econômicos demandam moeda pelos motivos 
“transação” e “precaução”, ambos relacionados com a renda de forma positiva, 
não há a possibilidade de entesouramento. Utiliza-se a moeda para demandar 
bens e serviços. Portanto, um aumento no estoque de moeda aumenta a demanda 
agregada, deduzimos então que a TQM é ao mesmo tempo uma teoria de demanda 
por moeda e demanda agregada. 
Se o produto real é dado pela oferta, a única variável determinada pela demanda 
é o nível geral de preços. No modelo clássico, políticas monetárias expansionistas 
ampliam a demanda e, como a oferta é dada pelas condições reais, as únicas 
variáveis afetadas pela moeda são as nominais (preços). Na Figura 3, representamos 
a curva de demanda agregada no modelo clássico.
Figura 3 - Curva de Demanda Agregada Clássica
Importante!
Uma mudança na quantidade de moeda é o único fator que desloca a curva de demanda, 
ou seja, um aumento no estoque de moeda desloca a curva de demanda agregada para 
cima e para a direita, curva de DA1.
Importante!
A oferta agregada clássica se define de acordo com algumas hipóteses:
1. Completa flexibilidade de preços e salários: como os preços e salários 
são flexíveis, as forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno 
emprego, sendo este o ponto em que a oferta e a demanda de mão-de-obra 
se igualam.
2. Neutralidade da moeda: como o nível de emprego é determinado pelas 
forças de mercado, a quantidade de moeda na economia afeta apenas o nível 
16
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geral de preços, ou seja, as variáveis reais, bem como os preços relativos, não 
são afetados pela política monetária. 
3. Segundo a Lei de Say: a oferta cria sua própria demanda, sendo assim, 
a demanda agregada não é um fator determinante do nível de produto 
da economia.
Sendo assim a curva de oferta agregada clássica é vertical e atende à dicotomia 
clássica, uma vez que o nível de produto é independente da demanda agregada e, 
portanto, independe da oferta de moeda. Este nível de produto de longo prazo, Y, 
é chamado de nível de produto de pleno emprego: é o nível de produto no qual os 
recursos da economia estão plenamente empregados, ou, de forma mais realista, 
em que o desemprego está em sua taxa natural. A redução na demanda agregada 
afeta o nível de preços, mas não o nível do produto.
 
Figura 4 - Curva de Oferta Agregada Clássica
O aumento do estoque da moeda, de M0 para M1, desloca a curva de demanda agregada 
para a direita, de DA0 (M0) para DA1 (M1). O nível de preços aumenta de P0 para P1. No 
entanto, o produto que é determinado pela oferta, permanece inalterado (y0 = y1)
A Teoria Clássica (Poupança, Investimentos e Taxa de Juros)
Na teoria clássica a taxa de juros era aquela que garantia que o montante de 
fundos que os indivíduos desejavam emprestar fosse exatamente igual ao montante 
que os outros indivíduos desejavam tomar emprestado.
No entanto, a taxa de juros também influenciará na decisão da renda entre 
poupança e consumo, ou seja, uma escolha entre consumir hoje ou no futuro. O 
prêmio por essa espera é expressa no tamanho da taxa de juros que remunerará a 
poupança do indivíduo.
Quanto maior a taxa de juros mais caro será o consumo presente em termos do 
consumo futuro, dessa forma a poupança será estimulada.
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UNIDADE A Escola Clássica
Você percebe que a poupança é estimulada positivamente com a taxa de juros 
alta, por outro lado, o consumo apresenta uma relação inversa com a taxa real de 
juros, à medida que ela aumenta o consumo diminui.
Podemos deduzir então que o volume de poupança corresponde à oferta de 
fundos no mercado financeiro, Quanto maior a taxa de juros, maior será a quantidade 
de recursos ofertados, Assim sendo, a função poupança será crescente, em 
relação à taxa de juros.
Aqueles que desejam investir buscam a demanda por fundos. Esse investimento 
corresponde ao acréscimo no estoque de capital numa economia específica, isso 
tem como objetivo ampliar a produção futura.
O custo do investimento é a taxa de juros que o agente paga para obter 
o empréstimo com o objetivo de adquirir um bem de capital, ou o custo de 
oportunidade, quando o detentor de recursos incorre ao não aplicar sua poupança 
em títulos e imobilizar esses recursos na produção.
No entanto, a produtividade marginal do capital é decrescente, isso quer dier 
que, para que o investimento se amplie, isto é, para que as empresas utilizem mais 
capital é necessário que a taxa real de juros reduza.
Conclui-se assim que a demanda de recursos no mercado financeiro é 
inversamente relacionada com a taxa de juros, o aumento desta incorre em 
diminuição dos investimentos.
Na Figura 5, demonstramos por intermédio de uma gráfico o equilíbrio entre 
poupança e investimento no modelo clássico.
Figura 5 - Equilíbrio entre Poupança e Investimento no Modelo Clássico
No gráfico representado na Figura 5 a taxa real de juros de equilíbrio (rE), o Investimento 
de equilíbrio (IE) e a Poupanças de equilíbrio (SE), são os valores de equilíbrio da taxa 
real de juros, dos investimentos e da poupança agregada
18
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Duas conclusões podem ser deduzidas: a partir do exposto acima:
Primeiro: No modelo clássico, a taxa de juros não é afetada pela política 
monetária, esta ao afetar o nível de preços, pode afetar a taxa nominal de juros, 
mas não a real, não afeta também as decisões de poupança e investimentos 
na economia.
Segundo: O mercado financeiro é visto como do tipo concorrência perfeita, a 
flexibilidade da taxa de juros garante que a parcela da renda que não for consumida 
será investida, validando a Leide Say, isso porque não há obstáculos do lado da 
demanda à determinação do produto.
Com uma taxa de juros acima da (rE), onde ocorre a igualdade entre poupança e 
investimento, haverá pressão por parte dos poupadores pela aquisição de títulos e 
fará com que esta se reduza, incentivando o investimento e diminuindo a poupança 
até que ambas se igualem. Por outro lado se esta taxa estiver abaixo da (rE), haverá 
excesso por recursos (mais investimentos e menos poupança), provocando pressão 
por parte dos investidores para que a taxa de juros suba até que o mercado 
se equilibre.
O Governo e a Política Fiscal no 
Modelo Clássico
A política fiscal refere-se a alocação de recursos com base no orçamento público, 
sendo composta das decisões governamentais sobre gastos e tributação. Vamos 
partir da análise dos gastos do Governo nesse modelo.
O que você pode conceber como concreto é que o governo trabalha com uma 
restrição orçamentária, da mesma forma que você em sua casa, ou uma empresa. 
Essa limitação impede que o governo gaste mais do que arrecada.
O governo tem três fontes de recursos: a tributação, a venda de títulos ao público 
(empréstimos de recursos do público) ou o financiamento pela criação de moeda.
Suponha que, para efeito didático, a oferta de moeda seja fixa e a cobrança de 
impostos também. Com isso, ainda por suposição, o financiamento do aumento 
dos gastos do governo será financiado pela venda de títulos ao público.
Esse tipo de política não afetará os valores de equilíbrio do produto ou do nível 
de preços. Notamos isso ao construirmos as curvas de demanda e oferta agregadas 
e veremos como juntas determinam o produto e o nível de preços, sem referência 
ao nível de gastos do governo. “Como o produto não é afetado pelas mudanças 
nos gastos do governo, o emprego também não é afetado pelas mudanças nos 
gastos do governo, o emprego deverá permanecer inalterado” (FROYEN, p. 79, 
2005), Hipótese que mais tarde será contestado por Keynes.
19
UNIDADE A Escola Clássica
Para que você entenda como isso ocorre, vamos examinar os efeitos de uma 
mudança nos gastos do governo sobre a taxa de juros.
A Figura 6 mostra o efeito provocado pelo aumento nos gastos do gover-
no financiado pela venda de títulos ao público sobre o mercado de fundos 
de empréstimos.
O déficit do governo é equivalente ao montante de aumento em seus gastos. 
Se não há déficit, a demanda por fundos de empréstimos corresponde somente 
ao financiamento dos investimentos privados, representado pela curva i na 
Figura 6. Ocorrendo o aumento nos gastos governamentais a demanda por fundos 
de empréstimos se desloca para a curva i + Δg na figura.
A distância do deslocamento horizontal da curva (Δg) mede a magnitude do 
aumento nos gastos do governo. Como o governo emite e vende títulos ao público 
ocorre um aumento na demanda por fundos de empréstimos. Isso provoca um 
excesso de agentes dispostos a tomar empréstimos com relação aos que estão 
dispostos a concedê-los à taxa inicial r0 e a taxa sobe para r1.
Figura 6 - Efeito do Aumento nos Gastos do Governo (Modelo Clássico)
O aumento nos gastos do governo desloca a curva de demanda por fundos de 
empréstimos para a direita, de i para i + Δg. A taxa de juros de equilíbrio aumenta 
de r0 para r1. O aumento na taxa de juros causa uma queda nos investimentos, de i0 
para i1 a distância B, e um aumento na poupança igual à queda no consumo de s0 para 
s1, a distância A. A queda nos investimentos e do consumo compensa exatamente o 
aumento nos gastos do governo. (FROYEN, p. 80, 2005)
O que podemos observar, ilustrado no gráfico acima é que o montante de 
redução no consumo – aumento na poupança (distância A), somado à redução nos 
investimentos (distância B) é igual ao aumento nos gastos do governo (Δg).
Concluímos que com o aumento da taxa de juros desestimulam as famílias 
ao consumo e estas substituem o consumo presente por consumo futuro. Os 
investimentos privados diminuem, pois se tornam desestimulantes em virtude do 
20
21
maior custo. Dessa forma, a demanda agregada não é alterada, os aumentos dos 
gastos do governo financiados por títulos não afetam o nível de preços. Este é um 
ponto crucial, um aumento nos gastos do governo não tem nenhum efeito 
independente sobre a demanda agregada. (FROYEN, 2005)
Importante!
Os economistas clássicos davam ênfase às tendências de auto ajuste na economia. Livre 
das ações do governo que causam instabilidade, o setor privado permaneceria estável, 
e o pleno emprego seria atingido. O primeiro desses mecanismos auto-estabilizadores 
é a taxa de juros, que se ajusta para evitar que mudanças nos diferentes componentes 
da demanda afetem a demanda agregada. O segundo conjunto de estabilizadores 
no sistema clássico é a fl exibilidade de preços e salários nominais, que impede que 
as mudanças da demanda agregada afetem o produto. A fl exibilidade de preços e 
salários é vital para garantir as propriedades de pleno emprego do sistema clássico. 
A estabilidade inerente do setor privado levou os economistas clássicos a concluir por 
políticas econômicas não intervencionistas.(FROYEN, p. 86, 2005)
Em Síntese
21
UNIDADE A Escola Clássica
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Princípios de Economia Política e Considerações sobre sua Aplicação Prática
MALTHUS, Thomas Robert. Princípios de economia política e considerações 
sobre sua aplicação prática. São Paulo: Nova Cultural Ltda., 1996.
Princípios de Economia Política
MILL, John Stuart. Princípios de Economia Política. São Paulo: Nova Cultural 
Ltda., 1996
Princípios da Economia Política e Tributação
RICARDO, David. Princípios da Economia Política e Tributação. São Paulo. Nova 
Cultural Ltda, 1996
Princípios da Economia Política e Tributação
SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. São Paulo: Nova Cultural Ltda. 1996
22
23
Referências
BLANCHARD, O. J. Macroeconomia. 4. ed. , v., São Paulo: Prentice Hall, 2007.
DORNBUSCH, R.; FISHER, S. Macroeconomia. 5. ed., v., São Paulo: Pearson 
Makron Books, 2006.
FROYEN, Richard T. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo-SP: Saraiva, 2005.
LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. Manual De Macroeconomia: Nível 
Básico e Nível Intermediário. 2. ed. , v.,São Paulo: Atlas, 2000 
MANKIW, N. Gregory. Macroeconomia. 6. ed., Rio de Janeiro: LTC-Livros 
Técnicos e Científicos, 2008.
23
Macroeconomia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Esp. Valdécio Silvério Bezerra
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
A Teoria Keynesiana
• O Problema do Desemprego
• Condições para o Produto de Equilíbrio
• Componentes da Demanda Agregada
• Gastos do Governo e Impostos
• Renda de Equilíbrio
• Política Fiscal e Estabilização
• A Moeda no Sistema Keynesiano e a Armadilha da Liquidez
 · Expor ao aluno os fatores que propiciaram o desenvolvimento 
teórico elaborado por Keynes relativo, por exemplo, ao problema 
do desemprego, os conceitos de demanda agregada, consumo 
e investimentos. Esclarecer ao aluno o que é renda de equilíbrio, 
política fiscal e moeda no sistema keynesiano.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
A Teoria Keynesiana
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Não se esqueça 
de se alimentar 
e se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia ehorário fixos como o seu “momento do estudo”. 
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas, dentre elas: artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também 
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, 
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato 
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE A Teoria Keynesiana
Contextualização
A economia keynesiana desenvolveu-se tendo como pano de fundo a Depressão 
mundial da década de 1930. A atividade econômica entrou em um declínio em 
extensão e gravidade sem precedentes na época. O efeito da Depressão sobre a 
economia dos Estados Unidos pode ser visto e exemplificado tendo como base 
a taxa de desemprego que subiu de 3,2% da força de trabalho, em 1929, para 
25,2% da força de trabalho, em 1933, o ponto mais baixo da atividade econômica 
durante a Depressão. O desemprego permaneceu acima de 10% durante toda a 
década. O produto nacional bruto (PNB) real caiu 30% entre 1929 e 1933, e não 
voltou a retornar ao nível de 1929 antes de 1939. 
O economista britânico John Maynard Keynes, cujo livro A Teoria Geral do 
Emprego, do Juro e da Moeda (1936) é a base do sistema keynesiano, foi mais 
influenciado pelos eventos de seu próprio país do que pelos dos Estados Unidos. 
Na Grã-Bretanha, o alto desemprego começou nos primeiros anos da década de 
1920 e persistiu por toda a década de 19301 . Os altos índices de desemprego 
na Grã-Bretanha levariam a um debate entre economistas e responsáveis pelas 
políticas econômicas sobre as causas e os remédios apropriados contra o aumento 
no desemprego. Keynes foi um eminente participante deste debate, durante o qual 
desenvouveu sua teoria macroeconômica. (FROYEN, p.88, 2005)
1 A taxa de desemprego na Grã-Bretanha já era de 10% em 1923 e, exceto por uma breve redução para 9,8%, 
permaneceu acima de lO% até 1936, ano em que A teoria geral foi publicada.
8
9
O Problema do Desemprego
Em 1936, John Maynard Keynes lança o livro “A Teoria Geral do Emprego, 
do Juro e da Moeda”. A partir dessa obra, muitos economistas aderem às ideias 
defendidas por Keynes. 
Essa obra tinha como base um conjunto de ideias que propunham a intervenção 
estatal na vida econômica com o objetivo de conduzir a um regime de pleno 
emprego. As teorias keynesianas tiveram enorme influência na renovação das 
teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. Acreditava-se que 
a economia seguiria o caminho do pleno emprego, sendo o desemprego uma 
situação temporária que desapareceria graças às forças do mercado.
O objetivo fundamental era o crescimento da demanda em paridade com a 
capacidade produtiva da economia a ponto de garantir o pleno emprego, mas 
sem excessos, pois qualquer descontrole nesse crescimento poderia provocar o 
aumento da inflação.
É com Keynes que ganha força a noção de desemprego involuntário. Apesar 
de manter várias hipóteses do modelo clássico, sua teoria rompe com esse modelo 
e o levam a obter conclusões que contestam os clássicos.
Rompe em primeiro lugar com a ideia de que os salários reais não seriam 
determinados pelo equilíbrio de oferta e demanda de mão de obra. O equilíbrio 
no mercado de trabalho determinaria, na verdade, os salários nominais. Para 
Keynes, os trabalhadores também eram suscetíveis à ilusão monetária e resistiriam 
às reduções nos salários nominais, mas não nos salários reais. Desta forma, os 
salários nominais seriam rígidos e não flexíveis à baixa. 
O salário nominal corresponde ao valor do trabalho expresso em moeda, enquanto que o 
salário real corresponde ao poder de compra de bens e serviços com a moeda recebida.Ex
pl
or
A teoria keynesiana fornecerá a base às teorias econômicas de combate ao 
desemprego, isso seria possível ao se estimular a demanda agregada por intermédio 
de políticas monetária e fiscal.
Como a demanda agregada afeta a atividade econômica, é ela que determina o 
nível de emprego, de forma simplificada, o nível de emprego é determinado no 
mercado de bens e serviços pelas expectativas dos empresários. O desemprego 
involuntário surge então por deficiências de demanda. Sendo assim, o desemprego 
involuntário existe em Keynes, independente de haver flexibilidade no mercado de 
trabalho. É o desemprego classificado modernamente como desemprego cíclico, 
possível de ser atenuado pela intervenção do governo na economia. 
9
UNIDADE A Teoria Keynesiana
Condições para o Produto de Equilíbrio
Para que o produto esteja em equilíbrio, é necessário que o produto seja igual 
à demanda agregada. Essa é uma noção fundamental no modelo keynesiano. 
Simplificadamente, podemos representar essa assertiva como segue abaixo:
Y = DA ( 1 )
Sendo Y igual ao Produto Nacional Bruto (PNB) ou produto total e DA é a 
Demanda Agregada. Já a (DA) é formada por três componentes: consumo total 
das famílias ( C ), a demanda por investimentos desejados pelas firmas ( I ) e a 
demanda por bens e serviços por parte do Governo ( G ). Como ficará nossa 
igualdade acima?
Y = DA = C + I + G ( 2 )
Verificamos nesse modelo que são desconsiderados as exportações e importações, 
isso porque se trata de uma economia “fechada”. Como a depreciação também é 
omitida, tornamos o PNB equivalente a renda nacional. Com o produto nacional Y 
correspondendo a renda nacional, podemos escrever:
Y ≡ C + S + T ( 3 )
Entendemos que a equação ( 3 ) é uma identidade que afirma que a renda 
nacional é consumida ( C ), poupada ( S ) ou paga em impostos ( T ). Logo:
C + S + T ≡ Y = C + I + G
Cujo equivalente é:
S + T = I + G ( 4 )
Uma vez que Y é o produto nacional, podemos escrever:
Y ≡ C + Ir + G ( 5 )
Na equação ( 5 ) o produto nacional é igual ao consumo ( C ), ao investimento 
realizado ( Ir ), mais os gastos do governo ( G ) 
Estabelecendo o equilíbrio entre as equações ( 2 ) e ( 5 ), temos?
C + Ir + G ≡ Y = C + I + G
10
11
Ou cancelando:
 Ir = I ( 6 )
Dessa forma concluímos que existem três formas equivalentes de expressar o 
equilíbrio no modelo keynesiano:
Y = C + I + G ( 2 )
S + T = I + G ( 4 )
Ir = I ( 6 )
O fluxograma da Figura 1 possibilita uma visão mais clara dessas condições. 
As variáveis são medidas em unidades monetárias num determinado intervalo de 
tempo, tais como, bilhões de reais por trimestre, semestre ou por ano. O fluxo 
representado na figura consiste em pagamentos monetários aos serviços dos 
fatores (salários, juros, aluguéis. lucros).
A renda nacional é distribuída pelas famílias em três fluxos: Para as firmas em 
forma de consumo; ao mercado financeiro em forma de poupança e ao governo 
em forma de impostos.
“Portanto o ciclo interno de nosso diagrama ilustra um processo pelo 
qual as firmas produzem o produto (Y), gerando um montante igual de 
renda para as famílias, que por sua vez, geram a demanda pelos produtos 
fabricados.” (FROYEN, p. 95, 2005).
Renda Nacional (Y)
Consumo (C)
Poupança (S)
Impostos (T )
Investimento (I)
Gastos do Governo (G)
FirmasFamílias
Mercados Financeiros
Governo
Figura 1 – Fluxo Circular da Renda e do Produto
Fonte: FROYEN p. 95, 2005
Para se aprofundar mais nesse tema uma boa fonte de consulta é o livro: FROYEN, Richard T. 
Macroeconomia, 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2005)Ex
pl
or
11
UNIDADE A Teoria Keynesiana
Componentes da Demanda Agregada
Ao desenvolver o Princípio da Demanda Efetiva, Keynes rompe com a ideia 
de passividade da demanda e sua forma automática de ajuste à oferta, conforme 
formulado na Lei de Say. Isso porque, ainda segundoKeynes, os empresários 
definiam quantos empregados contratar e quanto produzir com base em quanto ele 
espera vender. Duas curvas virtuais se apresentam para o empresário:
a) Oferta Agregada: a renda necessária para o empresário oferecer determinado 
volume de emprego;
b) Demanda Agregada: a renda que o empresário espera receber por oferecer 
determinado volume de emprego.
Como vimos, de acordo com o modelo keynesiano simples, alguns fatores 
afetam esses componentes da demanda agregada e determinam o nível de renda. 
Vamos examinar melhor cada um desses componentes agora, o consumo, o 
investimento e os gastos do governo.
Consumo
As decisões de consumo das famílias dependem de vários fatores sendo o 
principal o seu rendimento corrente disponível, ou seja, o rendimento deduzido 
de impostos e incluindo as transferências sociais do Estado. Predominantemente, 
quando o rendimento disponível das famílias aumenta, estas tendem a comprar 
mais bens e serviços, por outro lado, quando o seu rendimento disponível diminui, 
as famílias tendem a comprar menos bens e serviços. 
Keynes sabia que outros fatores afetavam o aumento do consumo das famílias, 
mas entendia que a renda era o fator dominante para a determinação do consumo. 
Para efeito de estudos convém deixar esses outros fatores de lado por enquanto.
Tomando como base essa relação consumo-renda, o autor propõe a função 
consumo abaixo:
C = a + bYD a > 0 0 > b > 1
Na Figura 2, ilustramos essa relação, onde:
a supomos positivo, esse intercepto representa o valor do consumo quando a 
renda disponível é igual a zero. 
Já o parâmetro b é a inclinação da função, representa o aumento nos dispêndios 
com o consumo por aumento unitário de renda disponível: Notação básica que 
utilizamos:
12
13
∆
∆
C
b=
YD
Figura 2 – Função Consumo Keynesiana
Fonte: FROYEN, p.99, 2005
A Função consumo mostra o nível de consumo (C) correspondente a cada nível de 
renda disponível (YD). A inclinação da função consumo (ΔC/ΔYD) é a propensão 
marginal a consumir (b), isto é, a variação no consumo por aumento unitário 
de renda disponível. O intercepto da função consumo (a) é o nível (positivo) de 
consumo que ocorreria a um nível de renda disponível igual a zero.
Tomando como referência a definição de renda nacional,
Y ≡ C + S + T
Podemos escrever então:
YD ≡ Y – T ≡ C + S
Deduzimos com isso que a renda disponível é igual ao consumo somado à 
poupança. O que você pode concluir dessa ralação? Por definição a relação 
renda-consumo determina também a relação renda-poupança. Na teoria 
keynesiana, temos:
S = - a + (1 – b) YD
Agora, por que (a) unidades é negativo?
13
UNIDADE A Teoria Keynesiana
Como o consumo para YD igual a zero é de (a) unidades, neste ponto
S ≡ YD – C = 0 – a = - a
Por outro lado, um aumento unitário na renda disponível leva a um aumento em 
b unidades no consumo, o resíduo da elevação unitária na renda (1 – b), representa 
o aumento na poupança:
D
1
Y
∆
= −
∆
S
b
Entendemos que o incremento da poupança por aumento unitário na renda 
disponível (1 – b) significa propensão marginal a poupar (PMgS). No gráfico da 
Figura 3, representamos a função poupança.
Po
up
an
ça
Renda Disponível
- a
S
Inclinação = (1 – b)
ΔS
S = - a + (1 – b) Y�
Y�
ΔY�
Figura 3 - Função Poupança Keynesiana
Fonte: (FROYEN, p. 100, 2005)
A função poupança mostra o nível de poupança (S) correspondente a cada nível de 
renda disponível (YD). A inclinação da função poupança é a propensão marginal a 
poupar (1 – b), o aumento na poupança por aumento unitário da renda disponível. 
O intercepto da função poupança (- a) é o nível (negativo) de poupança quando a 
renda disponível é nula.
Investimento
No sistema keynesiano, o investimento é uma variável chave, mudanças no 
dispêndio dessa variável representa um dos principais fatores responsáveis por 
mudanças na renda. 
14
15
Enquanto o consumo é compreendido como uma variável induzida, dependente 
do nível de renda, o investimento, ao contrário, era um componente da demanda 
agregada, autônomo e sua variabilidade é a principal responsável pela instabilidade 
da renda. 
Segundo Keynes, duas variáveis são fundamentais como determinantes à 
propensão aos investimentos no curto prazo: a taxa de juros e as expectativas 
das firmas.
Ao estabelecer a relação entre investimentos e taxa de juros, Keynes não diferiu 
da visão clássica, ou seja, ele supunha que o nível de investimentos mantém uma 
relação inversa com o valor da taxa de juros.
Gastos do Governo e Impostos
Os gastos do governo (G), no modelo keynesiano, é concebido como o segundo 
elemento dos dispêndios autônomos. Supõe-se que estes gastos sejam controlados 
pelos formuladores de política econômicos, em decorrência disso não dependem 
diretamente da renda.
O componente gasto do governo refere-se àqueles gastos com a aquisição de 
bens e serviços pelos governos federal, estadual e municipal.
Os gastos do governo são considerados como despesas autônomas. Sendo assim, 
não dependem de variáveis que possam afetar diretamente o modelo keynesiano. 
Isso pode ser explicado em função de que esses gastos são controlados e definidos 
pelas autoridades econômicas e não dependem do nível de renda. A partir dos 
conceitos definidos no modelo keynesiano simples, pode-se determinar o nível 
de renda ou do produto de equilíbrio numa determinada economia. Para tanto, a 
seguinte forma de expressão demonstra a condição de equilíbrio, 
Y = C + I + G ( 1 ) 
Supondo uma determinada economia (fechada), vamos considerar as seguintes 
informações:
C = 60 + 0,3Y
I = 150
G = 45
Para determinarmos a renda ou produto de equilíbrio, efetuaremos um cálculo 
a partir da identidade básica em uma economia com governo.
15
UNIDADE A Teoria Keynesiana
Y = 60 + 0,3Y + 150 + 45
Y – 0,3Y = 60 + 150 + 45
0,7Y = 255
Y = 255 / 0,7, logo Y = 364,28 unidades.
Numa economia com governo, a renda nacional (Y) será destinada ao consumo 
(C), à poupança (S) e aos impostos (T) também, assim temos:
Y = C + S + T ( 2 )
Dessa forma, pelas equações ( 1 ) e ( 2 ), temos:
C + S + T = Y = C + I + G
Para que ocorra equilíbrio da renda é preciso que ocorra:
S + T = I + G
Dessa forma, conhecendo-se os valores de C, I e G ou os valores de ( C, S e T), 
encontra-se o valor da renda de equilíbrio.
Se tomarmos como referência, o valor de Y segundo a equação ( 1 ), a função 
consumo agora não depende da renda nacional (Y), mas da renda disponível (YD), 
ou seja,
C = a + bYD
Por outro lado, a renda disponível é igual à renda nacional (Y) menos os impostos 
(T). Temos então,
YD = Y – T
É preciso que fique claro o fato de que os impostos (T) podem assumir três 
formas diferentes: um valor autônomo, um valor relacionado à renda e um 
valor misto. 
Segundo o seu ponto de vista, de que forma os impostos influenciam na renda e no consumo 
de uma economia ?Ex
pl
or
16
17
Renda de Equilíbrio
Bom, agora já temos todos os componentes que nos possibilitam encontrar a 
renda de equilíbrio supondo uma economia fechada.
A renda de equilíbrio (Y) é a variável endógena que buscamos determinar. Os 
termos que são dados são os dispêndios autônomos I e G, assim como o nível de T, 
e são variáveis exógenas, ou seja, determinadas por fatores externos ao modelo. O 
consumo é um dispêndio, em sua maior parte, determinado endogenamente pela 
função consumo.
C = a + bTD = a + bY – bT ( 3 )
A segunda igualdade leva em consideração a definição de renda disponível 
(YD ≡ Y – T).
Agora façamos a seguinte substituição: equação de consumo ( 3 ) na condição 
de equilíbrio ( 2 ), resolvemos a equação para Ῡ, como nível de equilíbrio da renda, 
conforme segue:
Y = C + I + G
Y = a + bY – bT + I + G
Y – bY = a – bT + I + G
Y(1 – b) = a – bT + I + G
1
Y
1-b
= (a – bT + I + G) ( 4 )
A teoria de Keynes, em sua forma mais simples, pode ser expressa da seguinte 
forma: o consumo é uma função estável da renda, isso quer dizer que a propensão 
marginal a consumir é estável. As mudanças

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