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DIREITO PROCESSUAL PENAL I

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1º Bimestre – 5º Período
Direito Processual Penal I 
1º Aula – 02/02/15 (Apresentação do plano de aula)
Tourinho Filho, Fernando Costa. Manual de processo penal. 11. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
Machado, Antonio Alberto. Curso de Processo Penal. 4º Ed. São Paulo: Atlas, 2012.
2º Aula –05/02/15
Direito Processual Penal e Direito Constitucional
Relação de compatibilidade vertical entre as normas do ordenamento jurídico
Normas inferiores devem ser compatíveis com as normas superiores
E todas compatíveis com a Constituição Federal
Não é possível uma interpretação isolada de dispositivos, e sim uma análise sistêmica (precisa fazer uma analise sistemática)
Código de Processo Penal: 3 de outubro de 1941
Pleno regime ditatorial de Getúlio Vargas
Outro momento cultural do povo brasileiro
A Constituição vigente era a de 1937
A Constituição de 1988 é democrática(foi feito em um período pos ditadura) – existem muitos dispositivos no CPP que não foram recepcionados, ou seja, são incompatíveis com a CF. (Não recepção é quando você tem uma lei no código que esta vigente, e quando a nova constituição surgiu, as leis que já estavam em vigor os trechos que forem compatíveis valem, e aquelas que são incompatíveis ficam vigentes mais não vão ser mais aplicadas. Quando as leis em trechos são compatíveis, chamamos que elas são recepcionadas, já os que não forem compatíveis, são chamados de não recepcionados, pois não foram aprovados. São chamadas de constitucional ou inconstitucional aquelas leis, normas que foram criadas depois da constituição de 88, pois quando são anteriores a isso, serão chamadas de recepcionadas ou de não recepcionadas.Normas anteriores a 88 não se cabe ADI ou ADC, ação de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade.)
Leis posteriores à CF, alteradoras do CPP, muitas vezes são inconstitucionais
A importância da interpretação sistêmica constitucional se aprofunda nesse contexto (você interpreta tudo e principalmente analisando a constituição)
Missão do Direito Processual Penal Contemporâneo: realizar uma interpretação constitucional do processo penal
Direito Processual Penal (conceito de Nucci): “é o corpo de normas jurídicas cuja finalidade é regular a persecução penal do Estado, através de seus órgãos constituídos, para que se possa aplicar a norma penal, realizando-se a pretensão punitiva no caso concreto” (Existe um processo, com regras, tendo o agente direito de defesa, analisa os fatos para tentar chegar a verdade, sendo assim o processo penal é a ciência que vai fazer valer o direito penal, ele prevê as conseqüências, e o processo penal realiza as disposições do direito penal, o direito penal, sem o processo penal não consegue ser aplicado)
Direito Processual Penal (conceito de Marques): “conjunto de normas e princípios que regulam a aplicação jurisdicional do Direito Penal objetivo, a sistematização dos órgãos de jurisdição e da persecução penal”
Direito Penal: conjunto de normas que qualifica certos comportamentos humanos como infrações penais e fixa as sanções aplicáveis
Tourinho Filho: Direito Processual Penal é um meio/instrumento para fazer atuar o direito material (direito penal)(direito penal é chamado de direito material, e o processo penal é um direito instrumental. O código de processo penal, não possui só regras processuais, em sua maioria é, mas possui também regras de direito material)
Nullapoenasinejudicio:nenhuma pena pode ser imposta sem processo (a pena só pode ser aplicada após o processo)
O Direito Penal estabelece as sanções penais (penas ou medidas de segurança. Sanções também são chamadas de conseqüências jurídicas do delito)
O Direito Processual Penal aplica-as concretamente àquelas pessoas que cometeram fatos descritos como crime
Fundamento da punição:infração penal cometida pelo indivíduo
Objetivo do Processo Penal:realizar o direito de punir (jus puniendi) do Estado, aplicando a consequência jurídica mais grave do ordenamento, que atinge direitos e garantias fundamentais
No processo que potencialmente conduz à aplicação concreta de pena é essencial o respeito às normas constitucionais (nem sempre a pena será aplicada, porque o crime precisa realmente ter acontecido, não pode ocorrer nenhuma alternativa que desqualifica o crime, como por exemplo a legitima defesa. Ele verifica a verdade dos fatos e analisa para ver se realmente é necessário aplicar aquela pena)
O processo penal não tem por objetivo obstinado aplicar a pena (ele não quer aplicar a pena a todo custo, ele quer primeiramente analisar para depois aplicar a pena se for justo e necessário, se for legitima ele irá aplicar)
Mas é o único caminho legítimo para a aplicação da pena
Como ele pode resultar em aplicação concreta de pena, é necessário muito cuidado para não se punirem pessoas inocentes
O ideal seria que todos os culpados fossem condenados, e todos os inocentes absolvidos
Como a justiça humana não é perfeita, existem dois riscos:
Condenar menos culpados, para diminuir o risco de condenar inocentes
Condenar mais inocentes, para diminuir o risco de absolver culpados
A CF escolheu claramente a primeira opção
Processo Penal Democrático (Nucci):“visualização do processo penal a partir dos postulados estabelecidos pela CF, no contexto dos direitos e garantias humanas fundamentais, adaptando o CPP à CF, ainda que isso signifique eventual não aplicação de norma infraconstitucional”(Não pode ficar ligado aos artigos do CPP, pois as vezes será incompatível com a CF)
Nesse contexto, o papel dos princípios constitucionais é fundamental
Expressam os valores/opções feitas pelo constituinte, revelando os alicerces da ordem constitucional
São fundamentais para interpretar e integrar o direito
3º Aula –09/02/15
PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL
Art. 5o, LIII, CF–“ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente.”
Garantia da escolha de um juiz previamente designado por lei (pelas regras de competência) (é um principio que se aplica a toda LIDE, quando acontece algum conflito sempre tem um juiz previamente designado por lei para resolver tal problema, não pode ser escolhido o juiz para aquele determinado assunto, não podendo ter designação, chegamos a esse juiz pelas regras estabelecidas dentro do código de processo penal)
Objetivo: garantir a imparcialidade do juiz (dele decorre o princípio do juiz imparcial – ambos previstos no art. 8o, item 1, CADH)
Evita-se também o juízo ou tribunal de exceção (art. 5o, XXXVII, CF – Não haverá juízo ou tribunal de exceção. Não pode montar um juízo para resolver um determinado caso)
DEVIDO PROCESSO LEGAL – “DOW PROCESS OF LAW”
Art. 5º, LIV, CF – “Ninguém será privado de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” (Ele estabelece tanto para o penal quanto para o civil)
Ampla possibilidade de o réu demonstrar sua inocência e de a acusação demonstrar a validade da pretensão punitiva (o devido processo legal é garantia de todas as partes, tanto da defesa quanto da acusação)
Cumprir fielmente demais princípios e regras processuais penais (para cumprir o devido processo legal devemos cumprir os demais princípios constitucionais e as outras regras processuais penais validas, se não cumprir tais regras estará ferindo o devido processo legal)
Possibilita a aplicação da sanção de forma legítima 
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA
Art. 5o, LV, CF – “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
É concedido ao réu o direito de se valer de amplos métodos para se defender da imputação feita pela acusação (O réu tem que ter todos os meios para se defender, seja qual for a sua tese, mas tem que ter essa possibilidade ampla. Esse princípio é exclusivo da defesa)
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Art. 8o, item 2, h, CADH“Artigo 8º - Garantias judiciais: 2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência,
enquanto não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.”
Direito de buscar o reexame da causa por órgão jurisdicional superior
É decorrência da ampla defesa
Polêmica: se há ou não desrespeito a esse princípio nos casos de foro por prerrogativa de função (ex.: caso Mensalão) (para uns cargos foi decidido que se deve ter um julgamento especial, sendo este o foro. Se for julgar o presidente da república, ele será julgado no STF, e como ele é o superior e não tem outro acima dele, sendo assim, nesses casos não irá ter duplo grau de jurisdição)
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Art. 5o, LV, CF - “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.”
A todo ato produzido por uma parte caberá igual direito da outra parte de se opor, dar outra versão ou outra interpretação (principal exemplo: prova) (possibilidade de contra argumentação, isso ocorre durante todo o processo. Se a parte pedir algo e juiz negar, se for algo necessário mesmo a parte no recurso poderá até anular o processo, portanto o juiz deve indeferir só quando achar que não é necessário mesmo.)
Aplicado à defesa e à acusação
Art. 155, CPP (“contraditório judicial”) – “Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)”
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DAS PROVAS ILÍCITAS
Art. 5o, LVI, CF – “São inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”
O processo penal deve ser formado em torno da produção de provas legais e legítimas
Art. 157, CPP (redação de 2008): projeção desse princípio – “Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.§ 1o São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras.§ 2o Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. § 3o Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)”
PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA
Também conhecido como princípio da não-culpabilidade
Art. 5o, LVII, CF–“Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória” (Transitar em julgado é quando não é possível mais apresentar recurso, ou era possível e ele deixou passar o tempo, não utilizando-a, e tendo a preclusão, tornando a decisão que não pode ser modificada.)
Princípio da presunção de inocência
O ônus da prova cabe à acusação (em regra, porque alguns assuntos quem tem que provar é a defesa, ex. se a defesa alegar a legitima defesa, seria ele que teria que provar)
Excepcionalidade das prisões cautelares, que devem servir à garantia da instrução e à ordem pública, e não ser cumprimento antecipado de pena(você não pode submeter todo o culpado a prisão, mas a prisão durante o processo é em caso de o réu querer fugir e quando esta coagindo testemunha, então a prisão cautelar é feita para o proteger o processo, e não como antecipação de pena, sendo assim ele ficará preso enquanto durar o motivo que ele esta sendo preso. Se ele representa perigo para o processo ele ficará preso.)
4º Aula – 10/02/15
PRINCÍPIO DA PREVALÊNCIA DO INTERESSE DO RÉU
Também conhecido como: Favor Rei ou In Dubio Pro Reo(na duvida a favor do réu)
Havendo dúvida razoável sobre a inocência do réu, decide-se em favor do acusado (ele é utilizado para a analise do conjunto probatório, as provas, sendo aplicado para interpretação das normas)
É consequência do princípio da presunção de inocência
Princípio da prevalência do interesse do réu
Aplicado também com relação à interpretação de dispositivos processuais penais; havendo dúvida quanto a seu sentido, interpreta-se de maneira mais favorável ao réu
PRINCÍPIO DA NÃO AUTO-INCRIMINAÇÃO
Ninguém é obrigado a produzir prova contra si mesmo (por esse princípio a pessoa não é obrigada a confessar e nem produzir provas contra si mesmo)
Decorrência do princípio da presunção de inocência, da ampla defesa e do direito de permanecer calado (art. 5º, LXIII, CF – “O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurado a assistência da família e de advogados.”) 
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Art. 5º, LX, CF – “a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem”
Regra: os atos processuais são públicos
Exceção: quando a defesa da intimidade ou o interesse social exigirem o sigilo
PRINCÍPIO DA ECONOMIA PROCESSUAL
O Estado deve desenvolver os atos processuais no menor tempo possível, desde que não restrinja a produção de provas e a ampla defesa (Esse direito não é aplicado)
Art. 5o, LXXVIII, CF: razoável duração do processo (celeridade da sua tramitação)
PRINCÍPIO DA OFICIALIDADE
A persecução penal é função exclusiva e obrigatória do Estado
Tarefas de investigar, processar e punir cabem aos órgãos estatais
PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DA DUPLA PUNIÇÃO E DO DUPLO PROCESSO PELO MESMO FATO
Conhecido como: Ne Bis In Idem – Proibição do Bis In Idem
Art. 8o, item 4, CADH
Decorrência lógica do princípio da legalidade (previsão de sanção“x”, e não “2x”) (Não posso ser condenado duas vezes pelo mesmo crime quando já fui condenado por ele, este principio é consequencia do principio da legalidade. Não vale é quando se vai entrar com dois processos sobre o mesmo fato, agora se for dois fatos diferentes ai sim poderá entrar com dois processos)
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS
SISTEMA INQUISITIVO
AS FUNÇÕES DE ACUSAR E JULGAR ESTÃO CONCENTRADAS NUMA ÚNICA PESSOA (O JUIZ) (o juiz acusa e esse mesmo juiz julga, só por esse fato não combina com o nosso ordenamento, pois não é o juiz que acusa)
AUSÊNCIA DE CONTRADITÓRIO (no nosso sistema existe o contraditório)
PROCEDIMENTO SIGILOSO (não tem publicidade nesse sistema, sendo que no nosso em regra possui a publicidade)
SISTEMA acusatório
AS FUNÇÕES DE ACUSAR E JULGAR SÃO EXERCIDAS POR ÓRGÃOS DISTINTOS (quem acusa não pode julgar e quem julga não pode acusar)
PRESENÇA DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA
PROCEDIMENTO É PÚBLICO (podendo haver exceções, quando justificadas)
HÁ ISONOMIA ENTRE AS PARTES (tem uma igualdade entre acusação e defesa, e que julga é um terceiro)
SISTEMA MISTO
O PROCESSO DIVIDE-SE EM DUAS FASES: 
UMA FASE CARACTERIZADA PELO SISTEMA INQUISITIVO
OUTRA FASE CARACTERIZADA PELO SISTEMA ACUSATÓRIO
PROCESSO PENAL BRASILEIRO
2 CORRENTES:
SISTEMA MISTO:
A FASE DO INQUÉRIO POLICIAL (IP) (o inquérito é sigiloso). É CARACTERIZADA PELO SISTEMA INQUISITIVO, E A INSTRUÇÃO PROCESSUAL PELO SISTEMA ACUSATÓRIO (quem defende o sistema acusatório e não o misto, fala que o inquérito não é processo, que o processo começa com a ação, com a queixa, então ele é sigiloso, mas não é a ação, mas quem defende o misto, fala que o inquérito permanece no processo, e permanece mesmo, por isso ele divide e defende assim, só que ai o que defende o acusatório fala que o juiz não pode julgar só com base no inquérito, justamente porque o que é acolhido no inquérito é sem o contraditório,
ferindo o acusatório, mais ai o misto fala que pode usar sim, mesmo que tenha que ter sido mais um usado junto)
O IP PERMANECE NO PROCESSO, PARTICIPANDO DO CONVENCIMENTO DO JUIZ
CPP TEM MUITAS REGRAS INQUISITORIAIS (EX.: JUIZ PODE PRODUZIR PROVA DE OFÍCIO) (quem defende o misto aqui defende-se falando que aqui tem um interesse social, por esse motivo é importante, pois se a acusação esta dormindo e a defesa também, seria interesse do Estado, pois precisa ir atrás do culpado. Já outra corrente, do acusatório fala que não poderia o juiz produzir prova por oficio)
PROCESSO PENAL BRASILEIRO
SISTEMA ACUSATÓRIO: 
A FASE DO IP NÃO É PROCESSUAL, MAS APENAS INVESTIGATIVA, DE MODO QUE O PROCESSO PENAL É PREDOMINANTEMENTE ACUSATÓRIO
A CF CONSAGROU REGRAS E PRINCÍPIOS CONSENTÂNEOS AO SISTEMA ACUSATÓRIO (CONTRADITÓRIO, AMPLA DEFESA, PUBLICIDADE)
AS REGRAS DO CPP CONTRÁRIAS AO SISTEMA ACUSATÓRIO É QUE DEVEM SER REVISTAS
PROCESSO PENAL BRASILEIRO
OBSERVAÇÃO:
POSIÇÃO MINORITÁRIA (AURY LOPES, JACINTO COUTINHO) DEFENDE QUE O PROCESSO BRASILEIRO É NEO-INQUISITIVO
NÃO ACEITA A NOMENCLATURA “MISTO”, POIS O NÚCLEO FUNDANTE DO SISTEMA (GESTÃO DA PROVA – sendo a esta a forma como se movimenta a prova, sendo assim ele fala que é inquisitivo, mas ele fala que não devia ser inquisitivo) NUNCA É MISTO; OU É INQUISITIVO OU É ACUSATÓRIO
5º Aula – 24/02/15
PROCESSO PENAL BRASILEIRO
OBSERVAÇÃO:
DE MODO QUE O PROCESSO PENAL BRASILEIRO (CPP/41) É ESSENCIALMENTE INQUISITIVO, COM ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA ACUSATÓRIO
PROCESSO PENAL BRASILEIRO
OBSERVAÇÃO (CONT.):
PARA SER VERDADEIRAMENTE ACUSATÓRIO, COMO SE DEVE (CF), HÁ ALGUNS IMPERATIVOS; POR EXEMPLO:
RETIRAR O IP DOS AUTOS DO PROCESSO, E NÃO PERMITIR NUNCA QUE O JUIZ JULGUE COM BASE NOS ELEMENTOS INFORMATIVOS (ATUAL ART. 155, CPP)
RETIRAR OS PODERES INSTRUTÓRIOS DO JUIZ, QUE PODE TER INICIATIVA DAS PROVAS (ATUAL ART. 156, CPP)
PODERES INVESTIGATÓRIOS DO MP
1ª) CORRENTE MP NÃO PODE INVESTIGAR:
ATENTARIA CONTRA O SISTEMA ACUSATÓRIO (CONCENTRAÇÃO DAS FUNÇÕES DE INVESTIGAR E ACUSAR)
PREJUDICA A ISONOMIA ENTRE AS PARTES DO FUTURO PROCESSO
AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL
TRATA-SE DE FUNÇÃO EXCLUSIVA DA POLÍCIA 
PEC 37 é fruto desse posicionamento
Pretende a exclusividade da investigação pela polícia judiciária (alterando art. 144 da CF)
Rejeitada pela CÂMARA DOS DEPUTADOS EM JUNHO DE 2013
PODERES INVESTIGATÓRIOS DO MP
2ª) CORRENTE MP PODE INVESTIGAR:
DOUTRINA DOS PODERES IMPLÍCITOS: AO CONCEDER UMA ATIVIDADE-FIM A UMA INSTITUIÇÃO, A CF CONCEDE TAMBÉM OS MEIOS NECESSÁRIOS PARA QUE SE ATINJA REFERIDO FIM
POLÍCIA NÃO DETÉM EXCLUSIVIDADE NAS INVESTIGAÇÕES
Art. 4, par. Único, CPP
Resolução 13/2006 do CNMP disciplina os poderes investigatórios do MP
Destaque para os Gaercos (Grupos de Atuação Especial Regionais para a Prevenção e Repressão ao Crime Organizado)
STJ ADMITE
STF: EM DISCUSSÃO PELO PLENO (HC 84548 – CASO CELSO DANIEL) E PELO RE 593727 
2a TURMA: ADMITE (HC 89837)
TENDÊNCIA DO STF RECONHECER OS PODERES INVESTIGATÓRIOS DO MP
DECISÃO DO STF É AGUARDADA PARA SABER OS LIMITES: SE PODERES SÃO AMPLOS OU SE SÃO RESTRITOS
CASO O STF NEGUE POSSIBILIDADE DE INVESTIGAÇÃO, TEME-SE A POSSIBILIDADE DE REVISÃO DE MUITAS CONDENAÇÕES BASEADAS EM INVESTIGAÇÕES FEITAS PELO MP
Princípios Processuais Penais
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
Jus puniendise dirige àquele que efetivamente praticou uma infração penal
O processo envolve direitos indisponíveis
Dever de buscar a maior aproximação possível à realidade dos fatos – é impossível atingir a verdade de forma absoluta
Consequências: o juiz não deve ficar adstrito às provas apresentadas pelas partes, mas deve produzi-las também (obs.: ainda que haja confissão)
Para muitos autores, isso fere o sistema acusatório
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
Oposição: 
verdade formal (processo civil) 
 X 
verdade real (processo penal)
Verdade formal: 
Juiz não busca produzir provas; pode se contentar com o que as partes alegam 
Grau menor de aproximação à realidade
Observação: a verdade formal está sendo relativizada no processo civil (boa-fé objetiva e lealdade processual)
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
Projeções do princípio: 
Art. 209 (testemunhas)–“Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. § 1o Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. § 2o Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa.” 
Art. 234 (documentos) – “Art. 234. Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível.”
Art. 156 (provas) - Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: I - ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; II - determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida sobre ponto relevante.” (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Juiz pode afastar a aplicação de preceito legal (ex.: autorização para ouvir mais testemunhas do que lhe é permitido)
PRINCÍPIO DA VERDADE REAL
Exceções: 
Impossibilidade de revisão criminal pro societate
Hipóteses de transação penal (Lei 9099)
Vedação das provas ilícitas (art. 5o, LVI, CF e art. 157, CPP)
PRINCÍPIO DA IDENTIDADE FÍSICA DO JUIZ
O juiz que preside a instrução, produzindo as provas, deve ser o que proferirá a sentença
É consentâneo ao princípio da verdade real
Não era previsto antes no processo penal brasileiro (doutrina criticava duramente)
Lei 11719/08: art. 399, § 2o: consagrou-o
PRINCÍPIO DO IMPULSO OFICIAL
Iniciada a ação penal, por iniciativa do MP ou do ofendido, o juiz deve movimentá-la até o final, conforme o procedimento previsto em lei, proferindo decisão
Fundamentos: 
Estado/sociedade querem ver apurada a infração penal
evitar a perpetuação do constrangimento, trazido pelo processo, ao acusado
PRINCÍPIO DA PERSUAÇÃO RACIONAL OU DO LIVRE CONVENCIMENTO
Art. 93, IX, CF; art. 155, CPP; art. 381, III, CPP
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: ... IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. Parágrafo único. Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições estabelecidas na lei civil. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
Art. 381. A sentença conterá: ... III - a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão;
O juiz forma o seu convencimento livremente, valorando as provas de maneira livre, devendo apresentar a motivação da decisão de modo fundamentado
Exceção: Tribunal do Júri (jurados não apresentam a motivação da decisão)
Reflexão:
“As provas servem, precisamente, para voltar atrás, ou seja, para fazer ou, melhor ainda, para reconstruir a história. Como faz quem, tendo caminhado através dos campos, quer percorrer em sentido contrário o mesmo caminho? Segue as pegadas de seu passo. […] O risco é o de errar o
caminho.” (CARNELUTTI)
6º Aula – 10/03/15
LEI PROCESSUAL PENAL: FONTES, APLICAÇÃO NO TEMPO E NO ESPAÇO
FONTES DO PROCESSO PENAL
Fontes materiais: fontes criadoras da norma
União: art. 22, CF (regra)
Estados, excepcionalmente:
Desde que autorizados por LC: art. 22, § único, CF (hipótese ainda não ocorrida)
Legislação concorrente entre União, DF e Estados sobre procedimentos em matéria processual e processo do juizado especial criminal: art. 24, X e XI, CF
Lei de organização judiciária própria (art. 125 e§1o, CF)
Tribunais (regimentos internos, súmulas vinculantes, jurisprudência)
FONTES DO PROCESSO PENAL
Fontes formais: fontes de revelação da norma 
Imediatas ou Diretas:
Regra: lei (incluída a CF)
Tratados Internacionais
Jurisprudência (incluídas as súmulas vinculantes)
Mediatas ou Indiretas:
Costume (ex.: vestes usadas nos tribunais)(o costume é subsidiado, tem regra para as veste para se entrar no tribunal, portanto os costumes)
Princípios gerais de direito (ex.: ninguém pode se beneficiar da própria torpeza)
Analogia
INTERPRETAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
Art. 3o, CPP: permite expressamente a utilização da interpretação extensiva, da aplicação analógica e dos princípios gerais de direito
A aplicação analógica abrange:
Interpretação analógica (lei dá exemplos e termina com expressão aberta) – ex.: art. 479, par. único, CPP (“ou qualquer outro meio assemelhado”)(a interpretação analógica pode ser tanto para beneficiar o réu quanto para prejudicá-lo, o que não ocorre com o direito penal. A interpretação analógica no penal é usado contra o réu)
Analogia(não há lei para um determinado caso; aplica-se a lei prevista para outro caso similar; integração de lacunas) – ex.: art. 254, CPP (hipóteses de suspeição) e art. 135, par. único, CPC (“poderá ainda o juiz declarar-se suspeito por motivo íntimo”)(no processo penal você pode usar a analogia tanto para favorecer como para não favorecer o réu, você não tem lei para aquele assunto mais usa uma lei parecida, um caso similar, nos estamos integrando o direito, sendo assim analogia. No direto penal não usa a analogia contra o réu, mas sim a favor)
Observação: a analogia pode ser contrária ou favorável ao réu (diferentemente do direito penal)
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Regra geral: art. 2o, CPP (A lei processual a ser aplicada é aquela vigente no dia do ato processual, no dia que ele ira ser realizado. a lei processual se aplica imediatamente, se surge uma lei pode ser aplicado a todos os casos, até a aqueles que já começaram a ser feitos com a lei processual antiga, portanto o processo que tinha começado será aproveitado, e o restante terminara a fazer conforme a nova lei processual penal, existem algumas exceções, já no penal não é assim)
Art. 2o A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.
Aplicação imediata (ainda que mais rigorosa), não afetando os atos já realizados sob a vigência da lei anterior
TempusRegitActum
Exceção: transcurso de prazo já iniciado (corre pela lei anterior) – ex.: prazo para interpor recurso(você tem 5 dias para recorrer, e foi dado para você esse 5 dias, e no 3 dia a lei muda falando que o prazo agora é de 4 dias, sendo assim não aplica a nova, ele pode usar a antiga até acabar esse prazo e depois vai valer começar a valer a nova, agora se o prazo aumentar em vez de diminuir ele já pode utilizar a nova lei)
O art. 2o, CPP aplica-se apenas para as leis puramente processuais(tem lei que mistura penal com processo penal, tem dentro do código penal regras de processo penal, ex. art. 100. Dentro do código de processo penal tem regras mistas, que trata tanto de penal quanto de processual penal. Para descobrir que a lei é mista tem que verificar se tem um conteúdo material, se a regra atingir a liberdade do sujeito é uma regra mista, e se for esse o caso você tem analisar como se fosse uma lei penal. Se for mista você tem que aplicar as regras do penal, analisando se vão retroagir ou não, sendo diferente daquela puramente processual penal que irá aplicar imediatamente.) 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO
Se a lei processual tiver também conteúdo material ou atingir o status libertatis do indivíduo (norma mista), não se aplica a regra do artigo 2ª, aplica-se o abaixo:
Lei processual penal material posterior benéfica: há retroatividade
Lei processual penal material anterior benéfica: há ultraatividade
Observação: para analisar a retroatividade e a ultraatividade, deve-se ter em vista não apenas a data do crime, mas também a data da realização dos atos processuais
Doutrina minoritária entende que o art. 2o, do CPP não foi recepcionado pela CF (art. 5o, XL: “a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”) – lei penal abrangeria também a lei processual penal
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO E REFORMA DE 2008
A maioria das normas da reforma processual de 2008 tiveram aplicação imediata (art. 2o, CPP)
Exemplo de norma ultraativa (antigo art. 607, CPP): para os processos já julgados pelo Júri, antes da entrada em vigor da reforma, havia entendimento de que era possível a interposição de protesto por novo Júri (o cara foi condenado sexta e tem prazo até quarta para apresentar esse recurso, mais vem no meio do prazo vem nova lei que fala que não tem)
Exemplo de lei retroativa: os indivíduos que se encontravam presos cautelarmente em decorrência de sentença condenatória recorrível deveriam ser colocados em liberdade em razão da revogação do art. 594, CPP(mais se essa lei for só uma nova lei processual penal aplica-se a regra do art. 2ª, e ele fala que os atos praticados até aquele dia estão sacramentados, e os novos vão passar a valer a nova lei, sendo assim os presos não seriam soltos, pois o processo não se importa com os atos já praticados, não tem processo nenhum para ele fazer, mas como é uma lei mista, que tem uma idéia material penal que é liberdade aplica-se a retroatividade) 
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
Regra: princípio da territorialidade
A lei processual penal brasileira é aplicada a todo delito ocorrido em território nacional (art. 1o, CPP)
LocusRegitActum
Conceito de território: superfície terrestre (solo e subsolo), águas territoriais (fluviais, lacustres e marítimas até 12 milhas), espaço áereo correspondente
Exceções:
Tratados, convenções e regras de direito internacional podem afastar a aplicação da lei brasileira (art. 1o, I, CPP) – ex.: imunidades diplomáticas
Tribunal Penal Internacional (art. 5o,§4o, CF)
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO
O CPP, em regra, é a norma processual aplicada nos processos brasileiros
Exceções (princípio da especialidade):
Justiça Militar (CPPM)
Justiça Eleitoral (Lei 4737/65)
Legislação Especial (Lei de Drogas, por exemplo)
7º Aula – 16/03/15
APLICAÇÃO DA TEORIA GERAL DO PROCESSO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL: LIMITES E CONTROVÉRSIAS
Direito processual civil e direito processual penal
A ciência do direito processual civil desenvolveu-se mais e por primeiro, tendo atualmente uma superioridade científica com relação às demais ciências processuais (o processo civil é mais desenvolvido, cientificamente o processo civil esta muito a frente do processo penal, e com esse fato o pessoal fica copiando as condições do processo civil e passando para o processo penal)
Existe sempre tendência no sentido de importar as categorias do processo civil ao processo penal, muitas vezes de forma acrítica
Carnelutti chegou a afirmar que o processo penal é como Cinderela, que não tem suas próprias roupas, sendo obrigada a usar a roupa da irmã (processo civil)
Direito processual civil e direito processual penal
A disciplina Teoria Geral do Processo relaciona-se muito mais com o processo civil (é uma teoria geral do processo civil)
Cada vez mais se torna nítida a tendência de desenvolver melhor as categorias do
processo penal, ainda que isso signifique não aplicar conceitos pacificados do processo civil(mais é a minoria que tenta desenvolver em vez de copiar, pois a maioria copia)
Exemplo de inadequação da transposição do processo civil ao processo penal: condições da ação
Doutrina/jurisprudência majoritária não percebem essa inadequação(ou faz vista grossa)
Minoria: Aury Lopes Júnior, Jacinto Coutinho, Rogéria LauriaTucci
Direito processual civil e direito processual penal
Outro exemplo dessa inadequação: entender que o ônus da prova com relação às excludentes seria da defesa (não deveria existir distribuição da carga probatória no processo penal)
Na verdade, por conta do princípio da presunção de inocência, todo o ônus da prova deveria ser da acusação
Para a defesa, por conta do princípio do livre convencimento motivado, haveria apenas o risco de potencializar uma decisão desfavorável, ao não realizar determinada prova (e não ônus)
Direito processual civil e direito processual penal
As principais diferenças, segundo Aury Lopes Júnior são as seguintes:
no processo civil pleiteia-se propriedade (“ter”)(propriedade)
no processo penal pleiteia-se liberdade (“ser”)
no processo civil existe verdadeira paridade entre as partes(aqui o juiz não tem interesse)
no processo penal existe uma relação de poder instituída pelo Estado para descobrir a verdade dos fatos e punir os culpados(o juiz tem interesse em descobrir o culpado, querendo punir o culpado pelo crime) 
Esses elementos fundam uma diferença insuperável entre o processo penal e o processo civil(portanto não se pode ficar copiando do processo civil para o processo penal)
Instrumentalidade do processo penal
Como já visto, o processo penal é essencial para concretizar as ameaças do direito penal
Sem processo, não é possível aplicar a pena (nullapoenasineiudicio)
O acusado não pode se submeter voluntariamente à pena (polêmica: transação penal)(no processo penal tem que esperar o processo para poder agir, pois é um interesse de toda sociedade e do juiz, como também do MP e do acusado ficar provado o verdadeiro culpado por aquele crime)
Por isso a característica instrumental do processo penal é mais marcante que a do processo civil(o processo penal sempre ou quase sempre para aplicar a pena, já o processo civil é somente necessário quando a parte resiste na realização de sua obrigação, portanto o processo civil deveria ser mais autônomo.)
Lide e pretensão no processo penal
Costuma-se transpor os conceitos de lide e de pretensão de forma acrítica para o processo penal
No entanto, há quem defenda (Aury Lopes) que não existe lide no processo penal
Lide: conflito de interesses qualificado pela pretensão resistida – própria do processo civil(o termo resistido é ridículo para o processo penal, pois mesmo se ele falar que quer a pena, pois merece, mesmo assim vai ter o processo, pois não interessa a opinião do réu, vai ter o processo, o que é diferente do processo civil)
No processo penal, o réu não pode consentir com a aplicação da pena sem processo (não se sustentando o termo “resistida”)
Lide e pretensão no processo penal
Não existe também conflito de interesses como no processo civil(o conflito no processo penal é o direito de punir do Estado, o MP é uma parte que atua no interesse da sociedade, diferente do processo civil, onde tem A contra B, o MP atua no interesse do Estado da sociedade, sendo um conflito social, no civil também tem, mas não como no penal)
O que existe é o direito de punir do Estado, frente a um ataque a um bem jurídico relevante – conflito social
Tanto que o art. 5o, LV, da CF separa essa realidade, ao dizer que “aos litigantes (processo penal), em processo judicial (processo penal) ou administrativo, e aos acusados em geral (inquéritos) são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”
Lide e pretensão no processo penal
A doutrina majoritária reconhece também a existência de pretensão punitiva no processo penal, transpondo o conceito elaborado por Carnelutti
Aury Lopes discorda, afirmando que existe pretensão acusatória no processo penal, isto é, o poder de proceder contra alguém, submetendo-o a um juízo cognitivo (acusar alguém de algo, que se for comprovado sua culpar ai sim puni, pois tem que avaliar se ele merece ser punido. Você não pode falar em pretensão punitiva e sim em pretensão acusatória, pois deve ser analisado primeiro a culpa do agente para assim depois aplicar a punição)
Se a pretensão acusatória é colhida, o juiz pode exercer o poder de punir; se afastada, impede-se a punição(o MP não tem direito de punir, pois esse direito é do Estado, o que o MP tem é a pretensão acusatória)
Lide e pretensão no processo penal
A condenação e a absolvição tem o mesmo valor axiológico
O acusador não tem o direito de punir; o Estado-juiz o detém
Badaró sustenta a noção de pretensão processual penal, discordando também da noção de pretensão punitiva
Fica clara a falta de reflexão sobre os conceitos de lide e de pretensão na doutrina processualista penal, pois poucos autores se debruçam sobre essas questões
Diferença essencial entre processo penal e processo civil
No processo civil, a parte vem reclamar ao Estado-juiz que lhe conceda um direito próprio, resistido pela outra parte
No processo penal, a acusação vem pedir ao Estado-juiz que exercite o seu direito de punir
A acusação tem o direito de acusar, mas o direito de punir é do Estado-juiz (direito esse condicionado à acusação)
No fundo, o direito que está em jogo no processo penal é do Estado, representado pelo juiz, e não das partes!
Por isso devemos ter todo o cuidado ao transpor para o processo penal as categorias construídas para o processo civil
8º Aula – 23/03/15
INVESTIGAÇÃO CRIMINAL
(ela chamou de investigação criminal e não de inquérito policial, pois esta é a mais comum, mas não a única) 
SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR
Objetivo: Formação de quadro probatório mínimo (justa causa), apto a fornecer elementos sobre materialidade e autoria ao titular da ação penal para que decida sobre sua propositura(tudo que é feito no inquérito ou outra forma serve para dar subsidio para o promotor resolver se tem elementos mínimos para começar o processo, ele vai com base nisso ingressar com o processo ou não, e poderá utilizar esses elementos, porém terá que utilizar outros também, não pode utilizar somente os dados do inquérito. A investigação não serve para condenar, ela serva para convencer o titular da ação penal se ele deve entra com a ação ou não, que é o MP, em casos excepcionais é o próprio ofendido. Materialidade é que o crime existiu, autoria são os indícios fortes que foi aquele determinado agente que praticou)
Vários órgãos estão autorizados a proceder à investigação penal
SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR 
TJ (investigação de juiz) (se foi o juiz que praticou o crime)
CPI´s (no governo federal, no municipal, também levantam informações investigativas, e quando se conclua seu trabalho manda para o MP)
Agentes da Adm. – sindicâncias(se praticou um crime na prefeitura ai será feita uma sindicância, e se tiver forte indícios pode-se mandar direito para o MP, a investigação pode ser feita por outros órgãos, sem ser propriamente a polícia)
Banco Central 
Agênciasreguladoras
SISTEMAS DE INVESTIGAÇÃO PRELIMINAR 
Tribunais de Contas(é órgão do legislativo, pois ele tem a função de legislar e fiscalizar)
Comissão de ValoresImobiliários
Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) (ligado ao governo federal, crimes ligados a lavagem de dinheiro)
Receita Federal (mentiu na declaração de renda, eles avisam ao MP)
Inquérito Policial (é o mais comum, a forma mais usada de investigação preliminar)
Obs.: Quanto ao Ministério Público, há controvérsias(tem doutrina que fala que o MP pode investigar e outros que fala que não, e enquanto isso o MP esta investigando. O pessoal que acredita que o MP pode investigar fala que se todos esses
órgãos podem investigar eles falam porque o MP não poderia, mas quem rebate fala que esses órgãos não serão parte, e o MP irá ser parte acusatória)
INQUÉRITO POLICIAL
Art. 144, § 1º, I e IV, e § 4º, CF(em nenhum momento a CF não fala em nenhum momento que é exclusivo da polícia)
Art. 4º ao 23, CPP
Justificativa do IP: evitar o ajuizamento de ações infundadas, já que o processo em si acarreta graves constrangimentos; possibilitar adequada investigação criminal(tem que ter elementos mínimos que levem o titular da ação penal a crer que houve o crime, que foi aquela pessoa.)
INQUÉRITO POLICIAL
Conceito de IP: procedimento preparatório da ação penal(não serve para condenar, ele somente prepara), de caráter administrativo(não é judicial, é feito pela polícia civil), conduzido pela polícia judiciária e voltado à colheita de elementos de informação(não é provas, pois a prova somente pode ser feita durante o processo, perante o contraditório e a ampla defesa, e como o IP não tem ampla defesa não pode falar em prova) para apurar a prática de uma infração penal e sua autoria; também é seu objetivo a colheita de provas urgentes, que podem desaparecer(testemunha que esta morrendo, por exemplo, intercepção telefônica é feita no IP)(o advogado tem direito a ver no inquérito o que já esta pronto, mas não tem direito a ver as anotações do delegado referente a algo que ainda esta por vir, pois ele pode interferir, então qualquer informação que pode atrapalhar a investigação o advogado não pode ver, ele somente irá ver o que já esta pronto)
CARACTERÍSTICAS DO IP
Escrito (Art. 9º CPP): Art. 9º, CPP – “Art. 9o Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade.”
Instrumental (não é um fim em si mesmo, é um instrumento para informar o titular da ação penal): Fornece elementos ao titular da ação penal
Obrigatório: Havendo mínimo de elementos, delegado deve instaurar IP (o titular da ação penal não é obrigado a receber o inquérito para propor a ação, pois ele pode receber a investigação dos outros órgãos, esse nome, essa característica leva a erro) (se tiver elementos que indicam que o crime aconteceu e que tem o possível autor, o delegado tem que instaurar o IP, ele pratica crime se não fizer o IP quando tem o mínimo de elementos)
CARACTERÍSTICAS DO IP
Dispensável: Art. 39, § 5º, CPP - pode-se ter acesso aos elementos de informação por outros meios(ele é dispensável, o promotor não precisa do IP para entrar com a ação penal, pois se ele tiver acesso as informações mínimas, vinda de outros lugares ele pode entrar com a ação penal, se aquilo for suficiente) (Não é necessário o inquérito policial, mas a investigação é sempre necessária, pois para entrar com uma ação penal é precedida por uma investigação penal que poder ser feita por vários órgãos)
Informativo: Destina-se ao juízo sobre a propositura da ação penal, não servindo de base para a condenação
Inquisitivo: Não são assegurados ampla defesa/ contraditório; procedimento sigiloso (é claro que o suspeito quando argüido tem direito a manter-se em silencio, e tem que avisar isso, pois pode virar como prova)
9º Aula – 23/03/15
CARACTERÍSTICAS DO IP
Sigiloso –Art. 20, CPP; obs.: advogado pode ter acesso ao IP (art. 5º, LXIII, CF; art. 7º, XIV, Lei 8906/94) (ele não pode ter acesso a informação privilegiadas, somente a informações já concluídas)
Indisponível - Art. 17, CPP; autoridade policial não pode arquivar IP - Logo, IP produz elementos de informação, e não provas propriamente ditas (o delegado não pode dispor, ele não pode arquivar ou deixar para depois, quem arquiva é o MP fazendo pedido para isso ao juiz, se o MP entende que não é caso de denuncia ele pede ao juiz e ele homologa, mas se o juiz acha que é preciso a denuncia ele manda para o chefe do promotor e ele que vai decidir)
INÍCIO DO IP (ART. 5O, CPP)
Art. 5o Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado:
I - de ofício;
II - mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem tiver qualidade para representá-lo.
§ 1o O requerimento a que se refere o no II conterá sempre que possível:
a) a narração do fato, com todas as circunstâncias;
b) a individualização do indiciado ou seus sinais característicos e as razões de convicção ou de presunção de ser ele o autor da infração, ou os motivos de impossibilidade de o fazer;
c) a nomeação das testemunhas, com indicação de sua profissão e residência.
§ 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.
§ 3o Qualquer pessoa do povo que tiver conhecimento da existência de infração penal em que caiba ação pública poderá, verbalmente ou por escrito, comunicá-la à autoridade policial, e esta, verificada a procedência das informações, mandará instaurar inquérito.
§ 4o O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado.
§ 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la.
De ofício (casos de ação penal pública incondicionada) - art. 5º, I, CPP(o próprio delegado pode de oficio iniciar o inquérito, quando a ação penal for publica incondicionada, quem apresenta a ação é o MP e independentemente da vitima querer ou não, já na condicionada também é o MP que apresenta a ação, mas esta vinculado a vontade da vitima; já na ação penal privada quem apresenta e o próprio ofendido através de seu advogado ou do defensor público)
Auto de prisão em flagrante (casos de ação penal pública incondicionada)
Por requisição do MP ou do juiz (casos de ação penal pública incondicionada) - art. 5º, II, CPP
INÍCIO DO IP (ART. 5O, CPP)
Por notícia oferecida por terceiros (casos de ação penal pública incondicionada) - art. 5º, §3º, CPP
Por requerimento do ofendido (casos de ação penal pública incondicionada e ação penal privada) - art. 5º, II e art. 5º, §5º, CPP(a própria vitima pode pedir que queira instauração de IP)
Por representação do ofendido/requisição do MJ (casos de ação penal pública condicionada) - art. 5º, §4º e art. 5º, II, CPP
INÍCIO DO IP
Notitiacriminis (noticia crime): ciência da ocorrência de um fato criminoso pela autoridade policial(denuncia é o nome da ação penal oferecida pelo MP, é o nome da peça, é o nome da inicial, e a queixa crime é o nome da ação quando a ação é privada, quando a titularidade do ofendido, também é uma peça)
Delatiocriminis: ciência da ocorrência do fato delituoso através de comunicação feita por qualquer pessoa do povo (art. 5º, § 3º, CPP)(é uma espécie de noticia, pois o delegado pode saber por conta própria do crime ou outros meios, é mais ampla, é uma forma de noticia crime)
Tendo conhecimento da notitiacriminis, a autoridade policial deve adotar o procedimento do art. 6º, CPP
Art. 6o Logo que tiver conhecimento da prática da infração penal, a autoridade policial deverá:
I - se possivel e conveniente, dirigir-se ao local, providenciando para que se não alterem o estado e conservação das coisas, enquanto necessário;
I - dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) (Vide Lei nº 5.970, de 1973)
II - apreender os instrumentos e todos os objetos que tiverem relação com o fato;
II - apreender os objetos que tiverem relação com o fato, após liberados pelos peritos criminais; (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994)
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado, com observância, no que for aplicável, do disposto no Capítulo III do Título Vll, deste Livro, devendo o respectivo termo ser assinado por duas testemunhas que Ihe tenham ouvido a leitura;
VI - proceder a reconhecimento de
pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias;
VIII - ordenar a identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, sua atitude e estado de ânimo antes e depois do crime e durante ele, e quaisquer outros elementos que contribuírem para a apreciação do seu temperamento e caráter.
Inciso VIII: a partir da CF/88, o civilmente identificado não será submetido à identificação criminal, salvo as hipóteses do art. 3º Da Lei 12037/09 (é aquele que possui identidade ela não vai proceder a identificação criminal pelo processo datiloscópico)
PRAZO PARA CONCLUSÃO DO IP
	RÉU 
	REGRA ART. 10 
	JUSTIÇA
FEDERAL 
	JUSTIÇA MILITAR 
	LEI DE DROGAS 
	LEI DE Econômica POPULAR
	PRESO 
	 10 
	 15 
	 20 
	 30 
	 10 
	SOLTO 
	 30 
	 30 
	 40 
	 90 
	
 10 
A autoridade que tiver conhecimento da noticia crime vai investigar e depois vai mandar para o MP que ele acha competente, e se o promotor fala que não é ele, ele manda para a comarca competente.
INCOMUNICABILIDADE DO PRESO
Art. 21, CPP: A incomunicabilidade do indiciado dependerá sempre de despacho nos autos e somente será permitida quando o interesse da sociedade ou a conveniência da investigação o exigir.(essa regra tem a ver com a ditadura)
Esse artigo não foi recepcionado pela CF – art. 136, § 3º - Na vigência do estado de defesa: IV - é vedada a incomunicabilidade do preso.(este artigo não esta valendo mais, pois mesmo em estado de defesa é proibido que o preso fica incomunicável, se até neste estado é proibido, imagina no estado normal)
CONCLUSÃO DO IP
Ao fim das investigações, a autoridade policial deve fazer relatório final (art. 10. §1º, CPP), indicando tudo o que foi apurado(o delegado não fala sua opinião, o que tem que ser é técnico, não pode argumentar para convencer)
Art. 10. O inquérito deverá terminar no prazo de 10 dias, se o indiciado tiver sido preso em flagrante, ou estiver preso preventivamente, contado o prazo, nesta hipótese, a partir do dia em que se executar a ordem de prisão, ou no prazo de 30 dias, quando estiver solto, mediante fiança ou sem ela.
§ 1o A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e enviará autos ao juiz competente.
§ 2o No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, mencionando o lugar onde possam ser encontradas.
§ 3o Quando o fato for de difícil elucidação, e o indiciado estiver solto, a autoridade poderá requerer ao juiz a devolução dos autos, para ulteriores diligências, que serão realizadas no prazo marcado pelo juiz.
Sua falta constitui mera irregularidade, não impedindo o prosseguimento do feito; consiste apenas em falta funcional(não gera nulidade nenhuma, o advogado não pode alegar isso para voltar o procedimento)
CONCLUSÃO DO IP
Crime de ação penal pública: autos do IP remetidos ao MP(pois é titular da ação penal, pois a investigação serve para colher informações necessárias para convencer o promotor a entrar com a ação)
Crime de ação penal privada: remessa dos autos ao juízo competente, onde aguardarão a manifestação do ofendido (art. 19, CPP)(manda para o juiz competente, esperando o ofendido se manifestar)
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO MP
Oferecer denúncia(quando ele recebe o IP ele pode oferecer a denuncia quando ele se convence)
Requerer arquivamento (no caso do juiz entender não ser caso de arquivamento, aplica-se o art. 28, CPP)(se ele acreditar que não é crime, que a ação é licita, ele pode pedir o arquivamento, ele tem que ter certeza absoluta para pedir o arquivamento, pois se ele tiver duvidas ele vai entra com a denuncia. O promotor pediu o arquivamento, e o juiz não concordar com o arquivamento, e assim ele encaminhara para o procurador geral, e ele decidirá, concordando com o arquivamento, sendo assim o juiz tem que acatar, ou ele pode ele mesmo oferecer a denuncia ou indica outro promotor para fazer isso. O juiz concorda ou não com o arquivamento como fiscalizador, pois o promotor pode estar arquivando porque tem amizade com o agente, mas se ele não concordar ele não pode obrigar o promotor a fazer a denuncia, por isso manda para o procurador geral)
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.
Requisitar diligências imprescindíveis(ele pode olhar o IP e dizer que não esta convencido nem que é caso de denuncia e nem que é caso de arquivamento, então ele pede diligências, podendo até identificar quais ele precisa, mas elas precisam ser imprescindíveis, pois não esta atrás de provas, e sim de informações para formar seu convencimento que é necessário entrar com a ação penal)
Alegar incompetência (ele pode alegar que não é de sua competência e encaminhar para a comarca que acredita ser competente)
DESARQUIVAMENTO DO IP
Não é possível, se o arquivamento teve por fundamento causa excludente da tipicidade, da ilicitude, da culpabilidade ou causa extintiva da punibilidade 
É possível, se o arquivamento baseou-se na ausência de “provas” (o IP não se baseia em provas e sim em elementos informativos) (art. 18, CPP e Súmula 524, STF)
“Prova” nova: “prova” substancialmente inovadora, de modo a produzir uma alteração no contexto probatório(informação inédita)
TERMO CIRCUNSTANCIADO
Nos casos de infrações de menor potencial ofensivo, não há instauração de inquérito, e sim lavratura de termo circunstanciado, contendo os dados necessários à identificação do fato e de sua autoria, e imediato encaminhamento ao Juizado Especial Criminal (art. 69, Lei 9099/95)(laudos podem substituir pericia se bastar, e manda para o MP tambem)
TC ou TCO (Termo Cirscunstanciado de Ocorrência)

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