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lei de execucaoppenal teoria e exercicios comentados

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1. Das Finalidades da LEP
Art. 1º A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
 Como percebemos este artigo está em consonância com o que há de mais moderno na doutrina, temos aqui uma dupla finalidade ou também conhecida como eclética ou mista. Como percebemos temos um duplo objetivo, na primeira parte o legislador tem como objetivo propiciar meios para que a sentença seja integralmente cumprida e na parte final o legislador tem como objetivo a reintegração do sentenciado ao convívio social (ressocialização).
 Como outroramente comentado há a concordância entre o que está previsto no artigo primeiro da LEP e com a finalidade da pena, conforme prevê a doutrina moderna, vejamos, então, esta teoria:
A pena tem tríplice finalidade (polifuncional), Rogerio Sanches as elenca:
Preventiva (geral e especial);
Retributiva
Reeducativa
O mesmo ainda divide as penas da seguinte forma:
Pena em abstrato tem a finalidade de prevenção geral, já que a simples cominação legal protegendo um bem jurídico já preveni as condutas que possam afetar esses bens jurídicos pela sociedade em geral, não possuindo, portanto, uma figura específica.
Já a pena na sentença tem a finalidade de prevenção especial e finalidade retributiva. Aquela, pois visa uma pessoa de forma especifica prevenindo a reincidência no cometimento de crimes, já essa visa punir, ou seja, pagar com o mal um mal causado. Restringido direitos e garantias individuais.
Já a pena na execução tem finalidade pedagógica, quando visa a ressocialização (trazer de forma harmônica esse condenado a sociedade) e a efetivação real das disposições da sentença como aduz a primeira parte do artigo 1° da LEP.
Vale também entender a quem a LEP abarca:
Preso em sentido lato, ou seja, tanto o provisório, bem como o definitivo.
Submetido a medida de segurança
OBS.: Vale instar que o menor infrator não é abarcado pela LEP, uma vez que os mesmos possuem instituto próprio.
	Presos – Execução da Pena aos Presos
	Pressupõe fato ilícito, típico e praticado por agente culpável.
	Efetivar as disposições da sentença e ressocialização
	Visa o passado
	Medida de Segurança
	Pressupõe fato ilícito, típico e praticado por agente não imputável, porém perigoso (periculosidade)
	Visa curar, quando possível ou tratar
	Visa o futuro
2. Jurisdição comum da LEP e aplicação do Código de Processo Penal na LEP
Art. 2º A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
 a) Em regra, compete a justiça comum estadual a execução, ressalvando-se os casos de pena cumprida em estabelecimento federal de segurança máxima.
b) A aplicação do CPP é sempre subsidiária, quando não houver disposição expressa na LEP. Havendo conflito prevalecerá a LEP, por ser norma específica e posterior.
2.1. Da Execução das penas aplicadas pela justiça especializada.
Parágrafo único. Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
“Nas palavras de Marcelo Uzeda de Faria – “As execuções das sentenças proferidas nas justiças especializadas competem à justiça estadual quando os presos estiverem recolhidos em estabelecimento penais estaduais, submetendo-se ao regramento da LEP. Assim, por exemplo, um militar condenado pela justiça militar à pena superior a 2 anos, que tenha sido excluído (praça) ou perdido o posto e a patente (oficial), será recolhido a estabelecimento penal comum e executado à luz da LEP (art. 61, do Código Penal Militar).”
3. Princípios Norteadores da Sentença
3.1. Legalidade – Art. 3º LEP.
“Art. 3º Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.”
Percebam que o princípio da legalidade deixa claro que o rol dos direitos do preso e internado é exemplificativo sendo afetado somente a partir do momento que houver sentença ou lei restringindo.
A LEP se aplica ao preso em definitivo, ao preso provisório no que couber e ao internado, sujeito a medida de segurança de internação. Menor Infrator não, pois o mesmo possui legislação própria.
Importante frisar também, por último, que a LEP possui um instituto próprio que versa sobre o princípio da legalidade, sem necessitar de recorrer a outra lei.
3.2. Princípio da igualdade
Este princípio está previsto no § único, do artigo 3º. Uma possível questão de prova pode envolver este princípio da legalidade, perguntando, por exemplo, se pode existir algum tipo de desigualdade, o candidato deve estar atento, pois pode haver uma desigualdade material, por exemplo, no que tange a idade (aos maiores de 60 anos) e ao sexo (Mulheres cumprindo pena).
Parágrafo único, do art. 3°, da LEP – “Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política.”
3.3. Princípio da Personalização da Pena
Art. 5º Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.         (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.
3.3.1. Introdução
Ou seja, o Princípio da individualização penal previsto na LEP advém do princípio constitucional de mesma nomenclatura (art. 5°, XLVI), porém por este ser norma de eficácia contida necessitou de leis inferiores que instrumentasse com minucia os meios de iniciação.
 Esse princípio consiste no amoldamento da pena a cada condenado.
Vale instar ainda que, como desdobramento deste princípio surge o da proporcionalidade da pena, que consiste em estabelecer a efetiva correspondência entre a classificação do preso e o modo pelo qual a pena será executada, de acordo com o art. 5º, da Lei 7.210/84. Além do mencionado dispositivo, o item 26 da Exposição de Motivos da Lei de Execução Penal disciplina que o princípio em evidência é atendido na medida em que se classificam os condenados, "de modo que a cada sentenciado, conhecida a sua personalidade e analisado o fato cometido, corresponda o tratamento penitenciário adequado" (GOMES, L. F. Idem, p. 483).
 O candidato deve ter cuidado com os
tempos da individualização, existem dois momentos na pena, realizado pelo juiz da sentença e outro feito na execução penal, realizado pelo juiz da execução.
 Percebemos ainda que os condenados serão classificados, mas a pergunta que paira é, quem classifica?
3.3.2. Da Comissão Técnica de Classificação
3.3.2.1. Da competência da CTC:
 A classificação cabe a Comissão Técnica de Classificação (CTC), temos que ter cuidado, pois as suas atribuições, foram diminuídas, vejamos como eram e como ficou agora:
Art. 6º A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade e restritivas de direitos, devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões.
Art. 6o A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003).
	Lei 10792/03
	Antes
	Depois
	Acompanhava as Penas
Privativa de Liberdade
Restritiva de Direitos
Intervinha
Progressões/Regressões
Conversão da Pena
	Somente individualiza e acompanha pena privativa de liberdade
 Percebemos que após advento da lei 10792/03 as competências da CTC foram reduzidas passando hoje a tão somente acompanhar e individualizar as penas privativas de liberdade.
3.3.2.2. Da Composição da CTC:
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
Parágrafo único. Nos demais casos a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
3.3.2.3. Das formas de classificação
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.
3.4. Princípio da Jurisdicionalidade:
Art. 194. O procedimento correspondente às situações previstas nesta Lei será judicial, desenvolvendo-se perante o Juízo da execução.
 Os incidentes da LEP serão decididos pelo poder judiciário. A autoridade administrativa somente pode definir pontos secundários da execução penal (ex: Dia de visitas, horário do banho de sol, imposição de sanções disciplinares previamente previstos em lei, etc.). Mesmo nos pontos secundários pode haver intervenção judicial.
 Por Exemplo, o delegado ou o diretor do presídio, proíbe o dia de visitas, caso o condenado discorde pode recorrer ao juiz.
3.5. Princípio do Devido Processo Legal
Temos aqui um gênero com várias espécies, por exemplo, ampla defesa, contraditório, publicidade, imparcialidade...
O princípio do contraditório encontra-se previsto no texto constitucional, o qual deve estar presente em todos os processos judiciais e administrativos. Assim, dispõe o art. 5º, inciso LV, da Constituição Federal que "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes."
3.6. Princípio da Reeducação
 Durante a execução penal deve-se buscar a ressocialização dos presos, coincidindo com as finalidades da LEP. Nós temos para isso os instrumentos que buscam a ressocialização, que desdobraremos futuramente. 
3.7. Princípio da Humanização
 Aqui se visa apenas o que já a própria Constituição federal já previa, proibindo penas cruéis, desumanas ou degradantes, como:
O princípio da humanização da pena encontra-se previsto na Constituição Federal, que estabelece em seu art. 5º, inciso LXVII, que "não haverá penas: a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX; b) de caráter perpétuo; c) de trabalhos forçados; d) de banimento; e) cruéis."
Pelo princípio da humanização da pena, a execução penal deve obedecer aos parâmetros modernos de humanidade, consagrados internacionalmente, mantendo-se a dignidade humana do condenado. As penas mencionadas ferem o estágio atual da civilização humana, tendo sido, portanto, abolidas de nosso ordenamento jurídico (MESQUITA JÚNIOR, 1999, p. 29).
3.8. Princípio da Publicidade
Sobre a publicidade dos atos processuais, consta do art. 5º, da Constituição Federal, em seu inciso LXI, que "a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigir."
Os atos processuais da execução penal são públicos, e a publicidade só poderá ser limitada por lei quando a defesa da intimidade do sentenciado ou o interesse social o exigirem.
A publicidade dos atos processuais conduz a uma garantia de independência, imparcialidade, autoridade e responsabilidade do juiz. Encontra exceção nos caos em que o decoro ou o interesse social aconselhem que eles não sejam divulgados.
Neste diapasão, não podemos desprezar o art. 198, da Lei de Execução Penal, que prevê ser defeso ao integrante dos órgãos da execução penal, e ao servidor, a divulgação de ocorrência que perturbe a segurança e a disciplina dos estabelecimentos, bem como exponha o preso à inconveniente notoriedade, durante o cumprimento da pena.
4. Do Exame Criminológico
 Como percebemos o exame criminológico, ao contrário de algumas correntes, ainda é previsto na LEP, apenas sofreu uma redução em seu rol com o advento da lei 10792/03, como vimos na tabela acima. 
 A corrente que defende a extinção do exame criminológico, só leve em consideração a destinação do exame criminológico a tão somente à aferição do mérito que se exigia expressamente para a progressão do regime prisional e outros benefícios. Porém, e com maior relevância esta classificação se mostra imprescindível para a individualização executória, que por um acaso nada mudou.
 Percebemos que somente será submetido ao exame criminológico obrigatoriamente o preso que cumpre a pena em regime fechado, ficando, então, o preso em regime semiaberto a faculdade do juiz da execução penal caso ache necessário, como prevê o art. 8º e seu parágrafo único.
Art. 8º O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
Parágrafo único. Ao exame de que trata este artigo poderá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime semi-aberto.
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.
Que fique claro que existem, então, dois momentos possíveis para a realização do exame criminológico, um durante a execução e outra na sentença, assim.
Quando no ingresso do apenado, nada mudou em relação a realização do exame criminológico e apesar de algumas correntes que divergem em relação a esse assunto, pois o próprio Código penal e LEP também não se entendem, tentarei ser o mais simples possível.
Segundo o artigo 8° e parágrafo único da LEP o exame criminológico é obrigatório somente quando no ingresso no regime fechado, sendo, portanto, nos demais regimes facultativos.
Já quando falamos em exame criminológico para progressão de regime, após advento da lei 10792/03 que derroga o artigo 112, da LEP, passando a não mais trazer expresso em seu texto legal a necessidade de exame
criminológico como requisito subjetivo para progressão de regime, apesar de alguns doutrinadores interpretarem que com isso não se poderia mais impedir a progressão com base no exame criminológico, ouso discordar e ir ao encontro dos tribunais superiores pátrios, que com a edição das súmulas 439, STJ que traz um espectro de abrangência maior que a da súmula vinculante n° 26, STF, súmula essa que possibilita a realização de exame criminológico para crimes hediondos e equiparados, Diante disso concluo que o exame criminológico poderá ser realizado, desde que analisado a peculiaridade, inclusive para progressão de regime. 
A fim de enriquecer nosso estudo a LEP, ainda prevê de forma expressa em seu artigo 174, a possibilidade de realização de exame criminológico aos submetidos a medida de segurança, conforme podemos analisar abaixo.
Art. 174. Aplicar-se-á, na execução da medida de segurança, naquilo que couber, o disposto nos artigos 8° e 9° desta Lei.
4.1. Do exame Criminológico na Progressão de Regime.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva, com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo Juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos 1/6 (um sexto) da pena no regime anterior e seu mérito indicar a progressão.
Parágrafo único. A decisão será motivada e precedida de parecer da Comissão Técnica de Classificação e do exame criminológico, quando necessário.
Art. 112. A pena privativa de liberdade será executada em forma progressiva com a transferência para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor do estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão.       (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 1o A decisão será sempre motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor.      (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 2003)
§ 2o Idêntico procedimento será adotado na concessão de livramento condicional, indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes.       (Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003).
Súmula 439, STJ
“Admite-se o exame criminológico pelas peculiaridades do caso, desde que em decisão motivada”. 
Súmula Vinculante 26, STF
Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a inconstitucionalidade do art. 2º da Lei nº 8.072, de 25 de julho de 1990, sem prejuízo de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo fundamentado, a realização de exame criminológico.
Precedente Representativo
"A Constituição Federal, ao criar a figura do crime hediondo, assim dispôs no art. 5º, XLIII: (...) Não fez menção nenhuma a vedação de progressão de regime, como, aliás - é bom lembrar -, tampouco receitou tratamento penal stricto sensu (sanção penal) mais severo, quer no que tange ao incremento das penas, quer no tocante à sua execução. (...) Evidente, assim, que, perante a Constituição, o princípio da individualização da pena compreende: a) proporcionalidade entre o crime praticado e a sanção abstratamente cominada no preceito secundário da norma penal; b) individualização da pena aplicada em conformidade com o ato singular praticado por agente em concreto (dosimetria da pena); c) individualização da sua execução, segundo a dignidade humana (art. 1º, III), o comportamento do condenado no cumprimento da pena (no cárcere ou fora dele, no caso das demais penas que não a privativa de liberdade) e à vista do delito cometido (art. 5º, XLVIII). Logo, tendo predicamento constitucional o princípio da individualização da pena (em abstrato, em concreto e em sua execução), exceção somente poderia aberta por norma de igual hierarquia nomológica." HC 82.959, Voto do Ministro Cezar Peluso, Tribunal Pleno, julgamento em 23.2.2006,DJ de 1.9.2006.
"Essas colocações têm a virtude de demonstrar que a declaração de inconstitucionalidade in concreto também se mostra passível de limitação de efeitos. (...). É que, nesses casos, tal como já argumentado, o afastamento do princípio da nulidade da lei assenta-se em fundamentos constitucionais e não em razões de conveniência. Se o sistema constitucional legitima a declaração de inconstitucionalidade restrita no controle abstrato, esta decisão poderá afetar, igualmente, os processos do modelo concreto ou incidental de normas. Do contrário, poder-se-ia ter inclusive um esvaziamento ou uma perda de significado da própria declaração de inconstitucionalidade restrita ou limitada. (...) No caso em tela, observa-se que eventual declaração de inconstitucionalidade com efeito ex tunc ocasionaria repercussões em todo o sistema vigente.(...) Com essas considerações, também eu, Senhor Presidente, declaro a inconstitucionalidade do artigo 2º, §1º, da Lei n.º 8.072, de 1990. Faço isso, com efeito ex nunc, nos termos do artigo 27 da Lei n.º 9.868, de 1999, que entendo aplicável à espécie. Ressalto que esse efeito ex nunc deve se entendido como aplicável às condenações que envolvam situações ainda suscetíveis de serem submetidas ao regime de progressão." HC 82.959, Voto do Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 23.2.2006, DJ de 1.9.2006.
Jurisprudência Destacada
Inconstitucionalidade da vedação à progressão de regime para os crimes hediondos  
"(...) o julgamento do Supremo Tribunal Federal em processos subjetivos, relacionados ao caso concreto, não alterou a vigência da regra contida no art. 2º, § 1º da Lei nº 8.072/90 (na sua redação original). Assim, houve necessidade da edição da Lei nº 11.646/07 para que houvesse a alteração da redação do dispositivo legal. Contudo, levando em conta que - considerada a orientação que passou a existir nesta Corte à luz do precedente no HC 82.959/SP - o sistema jurídico anterior à edição da lei de 2007 era mais benéfico ao condenado em matéria do requisito temporal (1/6 da pena) comparativamente ao sistema implantado pela Lei nº 11.646/07 (2/5 ou 3/5, dependendo do caso), deve ser concedida em parte a ordem para que haja o exame do pedido de progressão do regime prisional do paciente, levando em conta o requisito temporal de 1/6 da pena fixada." RHC 91.300, Relatora Ministra Ellen Gracie, Tribunal Pleno, julgamento em 5.3.2009, DJe de 3.4.2009.
● Modulação de efeitos da declaração de inconstitucionalidade 
"É bem certo que, no Habeas Corpus n. 82.959, Rel. Ministro Marco Aurélio (DJ 1º.9.2006), o Plenário deste Tribunal modulou os efeitos da decisão, para firmar que 'a declaração incidental de inconstitucionalidade" do §1º do art. 2º da Lei n. 8.072/90, não geraria 'conseqüências jurídicas com relação às penas já extintas' na data daquele julgamento. Ocorre que, conforme bem ressaltou o eminente Ministro Sepúlveda Pertence no voto que então proferira - e fazendo referência ao voto do eminente Ministro Gilmar Mendes, que propôs a modulação ao final acolhida pelo Plenário -, a modulação dos efeitos da decisão objetivou evitar, sobretudo, quaisquer 'conseqüências de ordem cível, patrimonial'. A dizer, afastou-se a possibilidade de ser questionada a validade das penas já extintas e que, eventualmente, teriam sido cumpridas em regime integralmente fechado por força do art. 2º, §1º, da Lei n. 8.072/90." HC 91.631, Relatora Ministra Cármen Lúcia, Primeira Turma, julgamento em 16.10.2007, DJede 9.11.2007.
● Possibilidade de realizar exame criminológico para progressão de regime 
"2. O silêncio da lei, a respeito da obrigatoriedade do exame criminológico, não inibe o juízo da execução do poder determiná-lo, desde que fundamentadamente. Isso porque a análise do requisito subjetivo pressupõe a verificação do mérito do condenado, que não está adstrito ao 'bom comportamento carcerário', como faz parecer a literalidade da lei, sob pena de concretizar-se o absurdo de transformar o diretor do presídio no verdadeiro
concedente do benefício e o juiz em simples homologador, como assentado na ementa do Tribunal a quo."HC 106.678, Relator para o Acórdão Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgamento em 28.2.2012, DJe de 17.4.2012.
"1. O Supremo Tribunal Federal, por jurisprudência pacífica, admite que pode ser exigido fundamentadamente o exame criminológico pelo juiz para avaliar pedido de progressão de pena. Trata-se de entendimento que refletiu na Súmula vinculante 26: (...)'." HC 104.011, Relatora para o Acórdão Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 14.2.2012, DJe de 22.3.2012.
 
"Quanto ao tema de fundo, ressalvo a óptica pessoal, porquanto convencido de que a alteração procedida no artigo 112 da Lei de Execuções Penais implicou a supressão do exame criminológico do ordenamento jurídico. No entanto, ante a edição do Verbete Vinculante n.º 26, curvo-me ao entendimento do Pleno, no que assentou a possibilidade de o Juízo da execução determinar, em decisão fundamentada, a realização do mencionado exame a fim de ocorrer a progressão do regime de pena."  HC 99.721, Voto do Ministro Marco Aurélio, Primeira Turma, julgamento em 4.5.2010, DJe de 1.7.2010.
 
No mesmo sentido: HC 111.830, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 18.12.2012, DJe de 18.2.2013; HC 88.272, Relator Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, julgamento em 19.6.2007, DJe de 1.2.2013; HC 101.316, Relator Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, julgamento em 22.6.2010, DJe de 26.11.2012; HC 113.454, Relator Ministro Gilmar Mendes, Decisão Monocrática, julgamento em 27.9.2012, DJe de 2.10.2012;HC 115.169, Relator Ministro Joaquim Barbosa, Decisão Monocrática, julgamento em 18.9.2012, DJe de 25.9.2012; HC 112.464, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgamento em 14.8.2012, DJe de 14.9.2012; HC 113.940, Relator Ministro Gilmar Mendes, Decisão Monocrática, julgamento em 14.6.2012, DJe de 22.6.2012; HC 108.738, Relatora Ministra Rosa Weber, Primeira Turma, julgamento em 10.4.2012, DJe de 10.5.2012.
● Impossibilidade de aplicação retroativa da Lei 11.464/2007 e regime inicial fechado para os crimes hediondos 
"Pena - Regime de cumprimento - Definição. O regime de cumprimento da pena é norteado, considerada a proteção do condenado, pela lei em vigor na data em que implementada a prática delituosa. Pena - Regime de cumprimento - Progressão - Fator temporal. A Lei nº 11.464/07, que majorou o tempo necessário a progredir-se no cumprimento da pena, não se aplica a situações jurídicas que retratem crime cometido em momento anterior à respectiva vigência - precedentes.'" RE 579.167, Relator Ministro Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgamento em 16.5.2013, DJe de 17.10.2013.
"(...) consigno que os embargos merecem parcial acolhida. Isso porque a condenação da recorrente assentou a obrigatoriedade do regime integralmente fechado para o cumprimento da pena (...). Motivo pelo qual concedo a ordem, de ofício, para afastar o óbice à progressão de regime, bem como para determinar que o exame de eventual progressão de regime prisional seja feito à luz do art. 112 da LEP. É que, nada obstante haver a declaração de inconstitucionalidade do § 2º do art. 2º da Lei 8.072/1990 sido proferida em sede de habeas corpus, esta nossa Casa de Justiça restringiu os efeitos de sua decisão apenas às penas já extintas. Nesse sentido, faço menção ao HC 91.631 da ministra Cármen Lúcia. 6. Não bastasse, o fato delituoso ocorreu antes do advento da Lei 11.464/2007. Logo, não se admite a aplicação retroativa da norma penal que institui requisito mais gravoso para a progressão de regime daqueles condenados por delitos hediondos." AI 757.480 AgR-ED, Relator Ministro Ayres Britto, Primeira Turma, julgamento em 10.5.2011, DJe de 16.6.2011.
No mesmo sentido: HC 113.355, Relatora Ministra Rosa Weber, Decisão Monocrática, julgamento em 3.5.2012, DJe de 24.5.2012; Rcl 10.816, Relator Ministro Ayres Britto, Decisão Monocrática, julgamento em 11.4.2011, DJe de 15.4.2011; RcL 10.103 MC, Relator Ministro Gilmar Mendes, Decisão Monocrática, julgamento em 15.12.2010, DJe de 1.2.2011.
● Inconstitucionalidade da obrigatoriedade do regime inicial fechado para crimes hediondos 
"Entendo que, se a Constituição Federal menciona que a lei regulará a individualização da pena, é natural que ela exista. Do mesmo modo, os critérios para a fixação do regime prisional inicial devem-se harmonizar com as garantias constitucionais, sendo necessário exigir-se sempre a fundamentação do regime imposto, ainda que se trate de crime hediondo ou equiparado. Deixo consignado, já de início, que tais circunstâncias não elidem a possibilidade de o magistrado, em eventual apreciação das condições subjetivas desfavoráveis, vir a estabelecer regime prisional mais severo, desde que o faça em razão de elementos concretos e individualizados, aptos a demonstrar a necessidade de maior rigor da medida privativa de liberdade do indivíduo, nos termos do § 3º do art. 33 c/c o art. 59 do Código Penal.A progressão de regime, ademais, quando se cuida de crime hediondo ou equiparado, também se dá em lapso temporal mais dilatado (Lei nº 8.072/90, art. 2º, § 2º). (...) Feitas essas considerações, penso que deve ser superado o disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do cumprimento de pena no regime fechado) para aqueles que preencham todos os demais requisitos previstos no art. 33, §§ 2º, b, e 3º, do CP, admitindo-se o início do cumprimento de pena em regime diverso do fechado. Nessa conformidade, tendo em vista a declaração incidental de inconstitucionalidade do § 1º do art. 2º da Lei nº 8.072/90, na parte em que impõe a obrigatoriedade de fixação do regime fechado para início do cumprimento da pena aos condenados pela prática de crimes hediondos ou equiparados, concedo a ordem para alterar o regime inicial de cumprimento das reprimenda impostas ao paciente para o semiaberto." HC 111.840, Relator Ministro Dias Toffoli, Tribunal Pleno, julgamento em 27.6.2012, DJe de 17.12.2013.
"4. A Corte Constitucional, no julgamento do HC no 111.840/ES, de relatoria do Ministro Dias Toffoli, removeu o óbice constante do § 1o do art. 2º da Lei no 8.072/90, com a redação dada pela Lei no 11.464/07, o qual determinava que '[a] pena por crime previsto nes[s]e artigo será cumprida inicialmente em regime fechado', declarando, de forma incidental, a inconstitucionalidade da obrigatoriedade de fixação do regime fechado para o inicio do cumprimento de pena decorrente da condenação por crime hediondo ou equiparado. 5. Esse entendimento abriu passagem para que a fixação do regime prisional - mesmo nos casos de trafico ilícito de entorpecentes ou de outros crimes hediondos e equiparados - seja devidamente fundamentada, como ocorre nos demais delitos dispostos no ordenamento. 6. No caso, as instâncias ordinárias indicaram elementos concretos e individualizados aptos a demonstrar a necessidade da prisão do paciente em regime fechado, impondo-lhe o regime mais severo mediante fundamentação adequada, nos termos do que dispõe o art. 33, caput e parágrafos, do CP." HC 119.167, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 26.11.2013, DJe de 16.12.2013.
"O STF já teve a oportunidade, por ocasião da análise do julgamento do HC n. 82.959/SP, rel. Min. Marco Aurélio, Dje 1º.9.2006, de declarar, incidenter tantum , a inconstitucionalidade da antiga redação do art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, a qual determinava que os condenados por crimes hediondos ou a eles equiparados deveriam cumprir a pena em regime integralmente fechado. Naquele caso, ficou assentado que essa imposição contraria o princípio constitucional da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI). Pois bem. Sobreveio a Lei n. 11.464/2007 que, ao promover mudanças no já mencionado art. 2º, § 1º, da Lei n. 8.072/90, determinou que a pena agora fosse cumprida no regime inicial fechado. É aqui que faço uma indagação: Esse dispositivo, em sua nova redação, não continuaria a violar o princípio constitucional da individualização
da pena? Essa discussão, inclusive, já vem sendo alvo de debates nas instâncias inferiores e nesta Suprema Corte. No ponto, destaco, ainda, à guisa de ilustração, julgado recente proferido pelo próprio STJ que, ao analisar o HC n. 149.807/SP lá impetrado, concluiu pela inconstitucionalidade desse dispositivo, ao fundamento de que, a despeito das modificações preconizadas pela Lei 11.464/2007, persistiria ainda a ofensa ao princípio constitucional da individualização da pena e, também, da proporcionalidade. No caso concreto, com fundamento nessas considerações, entendo que o disposto na Lei dos Crimes Hediondos (obrigatoriedade de início do cumprimento de pena no regime fechado) há de ser superado. É que o paciente preenche os requisitos previstos no art. 33, § 2º, c, do CP, para o início do cumprimento de pena no regime aberto." HC 106.153, Relator Ministro Gilmar Mendes, Segunda Turma, julgamento em 22.11.2011, DJe de 19.12.2011.
"2. É vedada, em recurso exclusivo da defesa, a utilização de fundamentos inovadores, após o afastamento daquele adotado na decisão recorrida, para justificar a adoção do regime prisional mais gravoso, sob pena de reformatio in pejus". HC 121.449, Relator Ministro Dias Toffoli, Primeira Turma, julgamento em 19.8.2014, DJe de 7.10.2014.
● Declaração incidental de inconstitucionalidade da vedação à conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos nos crimes de tráfico de drogas
"12. Confirmo, então, que o centrado desafio temático deste voto é saber se a proibição estabelecida pela nova lei, isto é, a Lei 11.343/06, encontra ou não encontra suporte no sistema de comandos da Constituição Federal. O que demandará elaboração teórica mais cuidadosa para a perfeita compreensão da natureza e do alcance da garantia constitucional da individualização da pena. (...) 13. Leia-se a figura do crime hediondo, tal como descrita no inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal: (...). 14. Daqui já se pode vocalizar um primeiro juízo técnico: em tema de vedações de benefícios penais ao preso, ou, então, ao agente penalmente condenado, o Magno Texto Federal impõe à lei que verse por modo igual os delitos por ele de pronto indicados como hediondos e outros que venham a receber a mesma tarja. Sem diferenciação entre o que já é hediondo por qualificação diretamente constitucional e hediondo por descrição legal. Isonomia interna de tratamento, portanto, antecipadamente assegurada pela nossa Constituição. 15. Um novo e complementar juízo: embora o Magno Texto Federal habilite a lei para completar a lista dos crimes hediondos, a ela impôs um limite material: a não-concessão dos benefícios da fiança, da graça e da anistia para os que incidirem em tais direitos. É como dizer, a própria norma constitucional cuidou de enunciar as restrições a ser impostas àqueles que venham a cometer as infrações penais adjetivadas de hediondas. Não incluindo nesse catálogo de restrições a vedação à conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. Ponto pacífico. Percepção acima de qualquer discussão ou contradita. 16. Insista-se na idéia: no tema em causa, a Constituição da República fez clara opção por não admitir tratamento penal ordinário mais rigoroso do que o nela mesma previsto." HC 97.256, Relator Ministro Ayres Britto, Tribunal Pleno, julgamento em 1.9.2010, DJe de 16.12.2010.
●  Progressão de regime de estrangeiro preso com decreto de expulsão
"Ementa: Penal. Processual penal. Habeas corpus. Tráfico de drogas. Estrangeiro. Decreto de expulsão. Progressão de regime. Possibilidade. Precedente. Ordem concedida. I - A exclusão do estrangeiro do sistema progressivo de cumprimento de pena conflita com diversos princípios constitucionais, especialmente o da prevalência dos direitos humanos (art. 4º, II) e o da isonomia (art. 5º), que veda qualquer discriminação em razão da raça, cor, credo, religião, sexo, idade, origem e nacionalidade. Precedente. II - Ordem concedida para para afastar a vedação de progressão de regime à paciente, remetendo-se os autos ao juízo da execução para que verifique a presença dos requisitos do art. 112 da LEP." HC 117.878, Relator Ministro Ricardo Lewandowski, Segunda Turma, julgamento em 19.11.2013, DJe de 3.12.2013.
 
"Ementa: Execução Penal. Pena privativa de liberdade. Progressão de regime. Admissibilidade. Condenação por tráfico de drogas. Estrangeira sem domicílio no país e objeto de processo de expulsão. Irrelevância. HC concedido. Voto vencido. O fato de o condenado por tráfico de droga ser estrangeiro, estar preso, não ter domicílio no país e ser objeto de processo de expulsão, não constitui óbice à progressão de regime de cumprimento da pena." HC 97.147, Relator Ministro Cezar Peluso, Segunda Turma, julgamento em 4.8.2009, DJe de 12.2.2010.
4.2. Do local de Realização do Exame Criminológico
Do Centro de Observação
Art. 96. No Centro de Observação realizar-se-ão os exames gerais e o criminológico, cujos resultados serão encaminhados à Comissão Técnica de Classificação.
Parágrafo único. No Centro poderão ser realizadas pesquisas criminológicas.
Art. 97. O Centro de Observação será instalado em unidade autônoma ou em anexo a estabelecimento penal.
Art. 98. Os exames poderão ser realizados pela Comissão Técnica de Classificação, na falta do Centro de Observação.
5. Identificação do perfil genético:
Art. 9o-A.  Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, por técnica adequada e indolor.        (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 1o  A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a ser expedido pelo Poder Executivo.       (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012)
§ 2o  A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético.       (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012).
Apesar da lei não condicionar expressamente que tenha havido o trânsito em julgado, no entanto, essa exigência decorre do princípio constitucional da presunção de inocência (art. 5º, LVII).
Outra confusão muito comum entre os alunos e a própria doutrina é em relação a exigência também para os crimes equiparados a hediondos, entendo que por questão de posicionamento geográfico na Lei 8072/90, e no próprio artigo 9–A, acrescentado pela lei 12.654/12, na LEP, não constar expressamente os crimes equiparados fazendo menção a tão somente os crimes elencados ao longo do rol do art. 1°, da referida lei. Logo não é porque tais delitos são equiparados a hediondo que haverá uma simbiose perfeita entre eles. Em verdade, sempre que a lei quis estabelecer tratamento uniforme entre os crimes hediondos e equiparados, ela o fez expressamente, como é o caso do art. 2º da Lei n° 8.072/90.
Exercícios de finalidades e princípios
1. (CESPE - SEJUS/ES - Agente Penitenciário - 2009) O objetivo da execução penal é efetivar as disposições de decisão criminal condenatória, ainda que não definitiva, de forma a proporcionar condições para a integração social do condenado, do internado e do menor infrator.
Comentários
Questão Errada, A Lei de execução de penal não abarca os menores infratores.
2. (Questão do Autor) O exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução é obrigatório para:
a) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime fechado.
b) Os condenados somente às penas privativas de liberdade em regime semi-aberto.
c) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime fechado e para os condenados às penas privativas de liberdade em regime semi-aberto.
d) Os condenados às penas privativas de liberdade em regime aberto
ou à pena restritiva de direitos.
e) Os condenados somente à pena restritiva de direitos.
Comentários
Gabarito Letra A, Com vistas ao artigo 8°, “caput”, da Lei de Execução Penal, o legislador vinculou a obrigatoriedade de realização do exame criminológico, quando no ingresso do preso a pena privativa de liberdade em regime fechado. Já no parágrafo único deste mesmo artigo o legislador facultou a necessidade do exame criminológico, quando preso em regime semi-aberto. Interpretação feita través dos verbos deverá e poderá.
3. (CESPE - SEJUS/ES - Agente Penitenciário - 2009) O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade e restritiva de direitos deve ser submetido a exame criminológico a fim de que sejam obtidos os elementos necessários à adequada classificação e individualização da execução.
Comentários
Questão errada, conforme comentado anteriormente, só estará obrigado a realização de exame criminológico, no ingresso, o condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado.
4. (Questão do Autor) Henrique, condenado definitivamente pela prática de latrocínio, praticou, no curso do regime fechado, fato definido como crime, isto é, matou seu companheiro de cela no interior do presídio. Nessa situação, independentemente da sanção penal, Henrique poderá ser sujeitado, pelo diretor do estabelecimento prisional, à sanção disciplinar de clausula em cela escura, até o limite de seis horas por dia.
Comentários
 Questão errada, não haverá nenhuma sanção de cunho aviltante seja físico ou mental, sob pena de ferir o princípio da humanização.
5. (Questão do Autor) Em relação à Lei 7210/84 é incorreto afirmar-se que:
a) A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
b) A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, na conformidade desta Lei e do Código de Processo Penal.
c) Esta Lei aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
d) Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
e) Não haverá qualquer distinção de natureza racial, sexual, social, religiosa ou política.
Comentários
 Gabarito letra E, pois estamos diante de um princípio que não é absoluto (Princípio da isonomia ou igualdade), podendo, portanto, haver algumas diferenciações, como, por exemplo, sexual (homens e mulheres cumprindo em locais diferentes) e etária (maiores de 60 anos cumprindo em local diverso), ambos previstos no parágrafo primeiro, do artigo 82 da LEP. Lembrando que o parágrafo único do artigo 3° da LEP, proíbe distinções como racial, social, religiosa e política.
6. (Questão do Autor) Assinale o princípio que não está contido no âmbito da Lei de Execução criminal:
a) Legalidade
b) Isonomia
c) Impessoalidade da pena
d) Reeducativo
e) Contraditório
Comentários
 Gabarito letra C, Pois o princípio abarcado pela LEP é o princípio da Personalização da pena ou da individualização penal e não da individualização como consta na questão, ora bolas! Se o objetivo é individualizar para uma melhor classificação não há que se falar em impessoalidade.
7. (Questão do Autor) Acerca da LEP é correto afirmar-se que:
a) O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.
b) A competência do juiz da execução será a mesma destinada ao juiz da condenação.
c) Se um preso é condenado em uma comarca somente poderá cumprir sua pena nesta.
d) Ao condenado serão assegurados todos os seus direitos de cidadão.
e) Não é possível a aplicação de contraditório e ampla defesa no procedimento executório previsto na LEP tendo em vista a desnecessidade destes institutos perante o dito procedimento já que o mesmo é meramente administrativo.
Comentários
Gabarito letra A, Literalidade do artigo 4° da LEP, mas vejamos os erros das demais alternativas: na letra B, percebemos que há um erro de competência, no que tange as fases da pena (hoje a doutrina moderna aceita três fases – Pena “in abstrato”, pena na sentença e pena na execução), tendo, então, os juízes competências diferentes.
 Na letra C, O erro se encontra na obrigatoriedade do preso só poder cumprir pena na mesma comarca de condenação, inveracidade, pois a fim de garantir a segurança do condenado ou da sociedade o apenado poderá cumprir pena em comarca distinta da condenação (exceção).
 Na letra D, O erro se encontra ao examinador afirmar que ao condenado serão assegurados todos os direitos de cidadão, pois, quando a sentença ou lei atingir os direitos serão atingidos, como, por exemplo, os direitos políticos, com fulcro no artigo 15°, III, da CF/88, os direitos políticos, serão defesos aos presos condenados, após transito em julgados a extensão dos direitos políticos. Observe que só terão os direitos políticos suspensos os presos que possuem pena transitado em julgado, os presos provisórios, continuam com os direitos ativos e passivos mantidos.
 Na letra E, Segundo afirmação do examinador temos o princípio do devido processo legal atingido, por mais que se trate de sanção de cunho administrativo, mesmo assim deve ser garantido o contraditório e ampla defesa, o que hoje e dispensável é a constituição de advogado, conforme previsão da sumula vinculante n° 5, STF.
8. (Questão do Autor) É correto afirmar-se, na fase administrativa da execução da pena, mais especificamente no tocante à classificação do condenado, que:
a) Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
b) A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador e acompanhará a execução das penas privativas de liberdade, de multa e restritivas de direitos devendo propor, à autoridade competente, as progressões e regressões dos regimes, bem como as conversões.
c) A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 3 (três) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
d) Nos casos de execução de penas de restrição de direitos, por exemplo, a Comissão atuará junto ao Juízo da Condenação e será integrada por fiscais do serviço social.
e) O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
Comentários
 Gabarito Letra A, Previsão do artigo 5° da LEP. Analisemos as outras alternativas, vejamos:
 Na letra B, O erro se encontra na competência da CTC, pois após advento da lei 10792/03, o espectro de abrangência das competências da CTC foi diminuído, passando hoje a apenas acompanhar e individualizar as penas privativas de liberdade.
 Na letra C, O erro se encontra na composição da CTC, pois segundo o “caput” do artigo 7°, da LEP, a composição será de: No mínimo, 2 chefes de serviço, 1 psiquiatra, 1 psicólogo e 1 assistente social. Presidindo o Diretor.
 Na letra D, Há um comentário pertinente a ser feito, pois após advento da lei 10792/03, como comentando anteriormente, a CTC passou somente a acompanhar as penas privativas de liberdade, logo essa composição para as demais penas (por exemplo, penas restritiva de direitos) se tornou inócua, pois para que existir composição se hoje a CTC só acompanha as penas privativas de liberdade. Porém, o erro se encontra na provisão do juízo da condenação, pois a comissão atuava junto ao juízo da execução e não da condenação. (apesar dessa previsão se tratar de uma revogação
tácita, ao meu ver; como ainda não foi revogada expressamente, para provas de nível médio, continuaremos considerando essa previsão).
 Na letra E, Já comentado acima só será obrigado a realizar exame criminológico o preso condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado. 
9. (Questão do Autor) A Comissão Técnica de classificação a que alude a LEP, no exame para obtenção de dados reveladores da personalidade do preso ou internado, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
a) Entrevistar pessoas;
b) Requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
c) Realizar outras diligências e exames necessários;
d) Todas as anteriores estão corretas
e) Nenhuma das anteriores está correta
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 Gabarito letra D, o examinador retirou dos 3 incisos do artigo 9° o que a CTC poderá realizar para obtenção de dados reveladores da personalidade, para uma melhor classificação, vejamos:
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá:
I - entrevistar pessoas;
II - requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado;
III - realizar outras diligências e exames necessários.
Dadas as assertivas a seguir, marque C para certo e E para errado:
10. (Questão do Autor) A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) assistente social, quando se tratar do condenado à pena privativa de liberdade. 
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 Questão certa, a maioria dos candidatos erram essa questão não por falta de conhecimento, mas sim por não saber fazer prova, pois a questão elenca somente alguns membros da CTC, deixando de fora, por exemplo, 1 psiquiatra e 1 psicólogo. Porém, o examinador não restringe a pergunta, perguntado se os membros elencados compõem a CTC, e como sabemos, compõem sim, ele apenas não exauriu a composição, mas como não restringiu, questão está correta.
11. (Questão do Autor) A comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá, somente, entrevistar pessoas. 
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 Questão errada, pois nessa questão o examinador restringe a apenas uma diligencia da CTC, tornando a questão errada, conforme previsão do artigo 9° da LEP.
12. (CEPERJ - SEAP/RJ - Inspetor de Segurança - 2012) Consoante a Lei de Execução Penal, os condenados serão classificados, segundo seus antecedentes e sua personalidade, para orientar a individualização da execução penal. Essa classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação presidida pelo:
A) Diretor do estabelecimento
B) Juiz da Execução
C) Promotor de Justiça
D) Secretário de Justiça
E) Presidente do Conselho Criminal
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 Gabarito letra A, Questão literal consoante previsão expressa do artigo 7°, da LEP.
Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
13. (VUNESP - SEJUS/ES - Agente de Escolta e Vigilância Penitenciário - 2013) A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal com o fim de:
Parte superior do formulário
a) obter a cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.
b) classificar os condenados segundo os seus antecedentes e personalidade para orientar a individualização da execução penal.
c) aplicar-se unicamente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar.
d) proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
e) assegurar ao condenado e ao internado todos os direitos atingidos pela sentença ou pela lei.
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 Gabarito letra D, Questão solicita a literalidade do artigo 1° da LEP, sabemos que a execução penal tem dupla finalidade, o examinador, então, colocou no enunciado a primeira e solicitou ao candidato o conhecimento da segunda finalidade, prevista na segunda parte do artigo 1°, da LEP. 
14. (Questão do Autor) Analise as afirmações e assinale a alternativa correta.
I - A execução penal tem por objetivo efetivar as disposições de sentença ou decisão criminal e proporcionar condições para a harmônica integração social do condenado e do internado.
II - A jurisdição penal dos Juízes ou Tribunais da Justiça ordinária, em todo o Território Nacional, será exercida, no processo de execução, em conformidade com a Lei de Execução Penal e com o Código de Processo Penal
III - A Lei de Execução Penal aplicar-se-á igualmente ao preso provisório e ao condenado pela Justiça Eleitoral ou Militar, quando recolhido a estabelecimento sujeito à jurisdição ordinária.
a) Apenas a afirmação I está incorreta
b) Apenas a afirmação II está incorreta
c) Apenas a afirmação III está incorreta
d) As afirmações I e III estão incorretas
e) Todas as afirmações estão corretas.
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 Gabarito letra E, Como percebemos temos a literalidade dos artigos 1°, 2° e parágrafo único do artigo 2° da LEP, temos, portanto os três itens corretos. 
15. (Questão do Autor) Assinale a alternativa incorreta.
a) O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.
b) Os condenados serão classificados, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal.
c) A classificação será feita por Comissão Técnica de Classificação que elaborará o programa individualizador da pena restritiva de liberdade adequada ao condenado ou preso provisório.
d) A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.
e) Quando não se tratar de condenado à pena privativa de liberdade a Comissão atuará junto ao Juízo da Execução e será integrada por fiscais do serviço social.
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 Gabarito letra C.
16. (Questão do Autor) Assinale a alternativa incorreta.
a) Ao condenado e ao internado serão assegurados todos os direitos não atingidos pela sentença ou pela lei.
b) Não haverá qualquer distinção de natureza racial, social, religiosa ou política ao condenado e internado.
c) O Estado deverá recorrer à cooperação da comunidade nas atividades de execução da pena e da medida de segurança.
d) A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
e) A assistência não se estende ao egresso.
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 Gabarito letra E, pois de acordo com o artigo 10°, parágrafo único, as assistências também se estendem aos egressos.
17. (CESPE - TJ/PI - Juiz Substituto - 2012 - Questão Desmembrada) Assinale a alternativa incorreta.
a) O condenado ao cumprimento de pena privativa de liberdade, em regime fechado, será submetido a exame criminológico para a obtenção dos elementos necessários a uma adequada classificação e com vistas à individualização da execução.
b) Ao exame criminológico deverá ser submetido o condenado ao cumprimento da pena privativa de liberdade em regime aberto.
c) A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá entrevistar pessoas.
d) A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações
do processo, poderá requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado.
e) A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá realizar outras diligências e exames necessários.
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 Gabarito letra B, pois conforme previsão expressa do artigo 8° e seu parágrafo único sabemos que só será submetido, obrigatoriamente, a exame criminológico o condenado a pena privativa de liberdade em regime fechado.
18. (FCC - TJ/SE - Analista Judiciário - 2009) As Comissões Técnicas de Classificação estão previstas na Lei de Execução Penal e devem existir em cada estabelecimento penal. Elas são presididas por um Diretor e no mínimo mais:
Parte superior do formulário
a) um chefe de serviço, um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social.
b) dois chefes de serviço, um psiquiatra, um psicólogo e um assistente social.
c) dois psiquiatras, dois psicólogos e dois assistentes sociais.
d) dois chefes de serviço, dois psiquiatras, dois psicólogos e dois assistentes sociais.
e) cinco profissionais da área da saúde mental que serão designados pelo Diretor.
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 Gabarito letra B, questão muito tranquila só exige do candidato conhecimento do artigo 7°, “caput”, acerca da composição da CTC, vejamos:
“Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.”
19. (FCC - DPE/SP - Defensoria Pública - 2013) Sobre a relação entre o sistema penal brasileiro contemporâneo e a Constituição Federal, é correto afirmar que: 
(A) o princípio constitucional da humanidade das penas encontra ampla efetividade no Brasil, diante da adequação concreta das condições de aprisionamento aos tratados internacionais de direitos humanos. 
(B) o princípio constitucional da legalidade restringe-se à tipificação de condutas como crimes, não abarcando as faltas disciplinares em execução penal. 
(C) o estereótipo do criminoso não contribui para o processo de criminalização, pois violaria o princípio constitucional da não discriminação. 
(D) a seletividade do sistema penal brasileiro, por ser um problema conjuntural, poderia ser resolvida com a aplicação do princípio da igualdade nas ações policiais. 
(E) o princípio constitucional da intranscendência da pena não é capaz de impedir a estigmatização e práticas violadoras de direitos humanos de familiares de pessoas presas.
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 Gabarito letra E. Analisemos, portanto, os itens acima:
Letra A, sabemos que, infelizmente, no Brasil o Princípio da humanidade não encontra ampla efetividade temos concretamente verdadeiros amontoados humanos nos estabelecimentos penais brasileiros.
Letra B, alternativa errada, pois o princípio da legalidade abarca tanto o âmbito penal, como o âmbito administrativo como faltas disciplinares.
Letra C, alternativa errada, pois o estereótipo. 
Letra D, errada, pois é impossível haver nas abordagens policiais igualdade nos tratamentos, pois essa depende da suspeita, dentre outros fatores subjetivos.
Letra E, Alternativa correta, pois infelizmente no Brasil o crime transcende a figura do criminoso, passando a família do mesmo a sofrer discriminação.
20. (MPE/SC - MPE/SC - Promotor de Justiça - 2013) Consoante a Lei 7210/84, os condenados serão classificados, na sua totalidade, segundo os seus antecedentes, personalidade e culpabilidade, para orientar a individualização da execução penal.
Comentários
 Gabarito Errado, pois segundo o artigo 6° só há a previsão para classificação dos condenados dos seus antecedentes e personalidade, não levando em consideração a culpabilidade.
21. (TJ/SC - TJ-SC - Analista Jurídico - 2009) De acordo a Lei n. 7210 de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), assinale a alternativa correta: 
I. Os condenados serão classificados, por Comissão Técnica de Classificação, segundo os seus antecedentes e personalidade, para orientar a individualização da execução penal. 
II. Constituem sanções disciplinares: advertência verbal; repreensão; suspensão ou restrição de direitos; incomunicabilidade; inclusão no regime disciplinar diferenciado. 
III. A execução penal competirá ao Juiz indicado na lei local de organização judiciária e, na sua ausência, ao da sentença. 
IV. O preso provisório ficará separado do condenado por sentença transitada em julgado. Também o preso que, ao tempo do fato, era funcionário da Administração da Justiça Criminal ficará em dependência separada. 
a) Somente as assertivas I, III e IV estão corretas. 
b) Somente as assertivas I, II e III estão corretas. 
c) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas. 
d) Somente as assertivas III e IV estão corretas. 
e) Todas as assertivas estão corretas.
Comentários 
 Gabarito letra A, portanto, só temos o erro no item II, pois incomunicabilidade não se trata de uma sanção disciplinar prevista na LEP.
22. (VUNESP - MPE/SP - Analista de Promotoria I - 2010) Determina a Lei de Execução Penal (Lei n.º 7.210/84) que, a fim de orientar a individualização do cumprimento da pena do sentenciado condenado à privação de liberdade, os estabelecimentos prisionais devem contar com Comissão Técnica de Classificação, a qual obrigatoriamente deve ser composta, entre outros, por:
I. psiquiatra; 
II. psicólogo; 
III. assistente social. 
É correto o que se afirma em 
(A) I, apenas. 
(B) III, apenas. 
(C) I e II, apenas. 
(D) II e III, apenas. 
(E) I, II e III
Comentários
 Gabarito letra E, mais fácil impossível, pois compõe a CTC segundo artigo 7°: 
“Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento, será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço, 1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar de condenado à pena privativa de liberdade.”
23. (CESPE - MPE/ES - Promotor de Justiça -2009) Eduardo foi condenado a 25 anos de reclusão, em regime inicialmente fechado, pela prática do crime de homicídio qualificado com uso de veneno. Transitada em julgado a condenação, o sentenciado foi recolhido a estabelecimento prisional em vitória no ES. A partir dessa situação hipotética e com base na legislação aplicável às Execuções Penais, analise os itens a seguir:
Para orientar a individualização da execução penal, Eduardo deve ser submetido à classificação a cargo de Comissão Técnica, presidida pelo Juízo das execuções, responsável por elaborar o programa individualizador da pena privativa de liberdade adequada ao condenado. A aplicação desse programa condiciona-se à aquiescência e a aprovação do membro do MP com atuação junto à Vara de execuções penais.
Comentários
 Questão Errada, pois a presidência da CTC compete ao Diretor e não ao Juiz da execução.
24. (COPS-UEL - SEAP/PR - Agente Penitenciário - 2013) Nos casos legais de submissão do condenado à identificação do seu perfil genético, é correto afirmar que essa identificação: 
a) será armazenada em banco de dados sigiloso. 
b) será realizada mediante extração de tecido muscular. 
c) é condicionada à autorização do condenado. 
d) é obrigatória para os condenados por crimes contra o patrimônio. 
e) deve ser realizada na presença da autoridade judicial.
Comentários
 Gabarito letra A, pois com fulcro no artigo 9° - A, parágrafo primeiro, da LEP, incluído pela lei 12654/12, é expresso que a identificação do perfil genético ficará armazenado em bancos de dados sigilosos.
25. (FCC - SEAD/AP - Agente Penitenciário - 2002) Nos estabelecimentos prisionais, a classificação dos condenados compete:
a) à Comissão Diretora de Classificação do Presídio (CDCP). 
b) ao Conselho Penitenciário (CP). 
c) ao Conselho de Política e Classificação Penitenciária
(CPCP). 
d) à Comissão Técnica de Classificação (CTC). 
e) ao Conselho Disciplinar (CD). 
Comentários
 Gabarito letra D. Precisa ainda comentar!!!
26. (FCC - SEAD/AP - Agente Penitenciário - 2002) Segundo o direito vigente, a aplicação de castigos físicos nos presos é:
a) admissível nos casos de estrita necessidade para evitar movimentos contra a ordem e a disciplina (rebeliões).
b) admissível de forma mediante moderada e sob estrita supervisão médica
c) Admissível mediante expressa e específica de autorização do juiz da execução
d)admissível como sanção disciplinar máxima, nos estritos casos de falta grave, apurada em regular procedimento administrativo e assegurada a ampla defesa.
E) inadmissível.
Comentários
 Gabarito letra E, sob pena de ferir o principio da humanização.
6. Das Assistências
CAPÍTULO II
Da Assistência
SEÇÃO I
Disposições Gerais
Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Art. 11. A assistência será:
I - material;
II - à saúde;
III -jurídica;
IV - educacional;
V - social;
VI - religiosa.
SEÇÃO II
Da Assistência Material
Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
SEÇÃO III
Da Assistência à Saúde
Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
§ 1º (Vetado).
§ 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
§ 3o  Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido.         (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
SEÇÃO IV
Da Assistência Jurídica
Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica nos estabelecimentos penais.
Art. 16.  As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 1o  As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais.        (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 2o  Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público.        (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
§ 3o  Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado.        (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
SEÇÃO V
Da Assistência Educacional
Art. 17. A assistência educacional compreenderá a instrução escolar e a formação profissional do preso e do internado.
Art. 18. O ensino de 1º grau será obrigatório, integrando-se no sistema escolar da Unidade Federativa.
Art. 18-A.  O ensino médio, regular ou supletivo, com formação geral ou educação profissional de nível médio, será implantado nos presídios, em obediência ao preceito constitucional de sua universalização.  (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 1o  O ensino ministrado aos presos e presas integrar-se-á ao sistema estadual e municipal de ensino e será mantido, administrativa e financeiramente, com o apoio da União, não só com os recursos destinados à educação, mas pelo sistema estadual de justiça ou administração penitenciária.   (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 2o  Os sistemas de ensino oferecerão aos presos e às presas cursos supletivos de educação de jovens e adultos.   (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
§ 3o  A União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal incluirão em seus programas de educação à distância e de utilização de novas tecnologias de ensino, o atendimento aos presos e às presas.  (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
Art. 19. O ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico.
Parágrafo único. A mulher condenada terá ensino profissional adequado à sua condição.
Art. 20. As atividades educacionais podem ser objeto de convênio com entidades públicas ou particulares, que instalem escolas ou ofereçam cursos especializados.
Art. 21. Em atendimento às condições locais, dotar-se-á cada estabelecimento de uma biblioteca, para uso de todas as categorias de reclusos, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Art.  21-A. O censo penitenciário deverá apurar:    (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.    (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
SEÇÃO VI
Da Assistência Social
Art. 22. A assistência social tem por finalidade amparar o preso e o internado e prepará-los para o retorno à liberdade.
Art. 23. Incumbe ao serviço de assistência social:
I - conhecer os resultados dos diagnósticos ou exames;
II - relatar, por escrito, ao Diretor do estabelecimento, os problemas e as dificuldades enfrentadas pelo assistido;
III - acompanhar o resultado das permissões de saídas e das saídas temporárias;
IV - promover, no estabelecimento, pelos meios disponíveis, a recreação;
V - promover a orientação do assistido, na fase final do cumprimento da pena, e do liberando, de modo a facilitar o seu retorno à liberdade;
VI - providenciar a obtenção de documentos, dos benefícios da Previdência Social e do seguro por acidente no trabalho;
VII - orientar e amparar, quando necessário, a família do preso, do internado e da vítima.
SEÇÃO VII
Da Assistência Religiosa
Art. 24. A assistência religiosa, com liberdade de culto, será prestada aos presos e aos internados, permitindo-se-lhes a participação nos serviços organizados no estabelecimento penal, bem como a posse de livros de instrução religiosa.
§ 1º No estabelecimento haverá local apropriado para os cultos religiosos.
§ 2º Nenhum preso ou internado poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa.
SEÇÃO VIII
Da Assistência ao Egresso
Art. 25. A assistência ao egresso consiste:
I - na orientação e apoio para reintegrá-lo à vida em liberdade;
II - na concessão, se necessário, de alojamento e alimentação, em estabelecimento adequado, pelo prazo de 2 (dois) meses.
Parágrafo único. O prazo estabelecido no inciso II poderá ser prorrogado uma única vez, comprovado, por declaração do assistente social, o empenho na obtenção de emprego.
Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;
II - o liberado condicional, durante o período de prova.
Art. 27.O serviço de assistência social colaborará com o egresso para a obtenção de trabalho.
1. Das Finalidades e beneficiários das Assistências
O artigo 10°
trouxe o objetivo das assistências, percebemos que o objetivo está em consonância com a 2° finalidade da lei de execução penal, que é a ressocialização.
        Art. 10. A assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e orientar o retorno à convivência em sociedade.
        Parágrafo único. A assistência estende-se ao egresso.
Percebemos ainda, que o legislador utilizou aqui de forma genérica o conceito preso, logo, nos cabe interpretar que esse conceito se estende para todos aqueles recolhidos em estabelecimento prisional, cautelarmente ou em razão de sentença penal condenatória com trânsito em julgado. Sendo incluindo aqui o preso provisório e o definitivo.
 Além do preso que cumpre lhe foi imposta a pena, o legislador inclui expressamente o internado, nas palavras de Renato Marcão, internado é “aquele que se encontra submetido a medida de segurança consistente em internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, em razão de decisão judicial.”
 E para finalizar no parágrafo único estendeu a assistência ao egresso, a qual seu conceito está definido no artigo 26.
 Art. 26. Considera-se egresso para os efeitos desta Lei:
        I - o liberado definitivo, pelo prazo de 1 (um) ano a contar da saída do estabelecimento;
        II - o liberado condicional, durante o período de prova.
2. Espécies de Assistências
Art. 11. A assistência será
        I - material;
        II - à saúde;
        III -jurídica;
        IV - educacional;
        V - social;
        VI - religiosa.
2.1. Da Assistência Material
Consiste no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas. Percebemos que além da assistência material fornecida pelo próprio poder público, o estabelecimento prisional contará com uma instalação que disponibilizará objetos e produtos não fornecidos pela administração, que é conhecida como cantina.
 Art. 12. A assistência material ao preso e ao internado consistirá no fornecimento de alimentação, vestuário e instalações higiênicas.
        Art. 13. O estabelecimento disporá de instalações e serviços que atendam aos presos nas suas necessidades pessoais, além de locais destinados à venda de produtos e objetos permitidos e não fornecidos pela Administração.
 2.2. Da Assistência à Saúde
Visa o tratamento físico do executado, seja em caráter preventivo como em caráter curativo, compreendendo o tratamento médico, farmacêutico e odontológico.
O parágrafo segundo assegura o tratamento médico do preso, pois caso não haja o tratamento adequado no estabelecimento do reeducando esse será prestado em outro local, mediante autorização do diretor do estabelecimento. Percebam que essa é uma hipótese de permissão de saída que veremos mais a frente (capítulo de autorizações de saída).
O parágrafo terceiro foi acrescentado em 2009 pela lei 11.942, garantindo à presa mãe toda a assistência inerente à saúde de seus filhos, acrescentando, então como beneficiário das assistências, também, os filhos da presa, que no decreto 8897/86, que trata do Regulamento do Sistema Penal do Estado do Rio de Janeiro, já previa aos filhos da presa a extensão de certas assistências.
        Art. 14. A assistência à saúde do preso e do internado de caráter preventivo e curativo, compreenderá atendimento médico, farmacêutico e odontológico.
        § 1º (Vetado).
        § 2º Quando o estabelecimento penal não estiver aparelhado para prover a assistência médica necessária, esta será prestada em outro local, mediante autorização da direção do estabelecimento.
        § 3o  Será assegurado acompanhamento médico à mulher, principalmente no pré-natal e no pós-parto, extensivo ao recém-nascido. (Incluído pela Lei nº 11.942, de 2009)
2.3. Da Assistência Jurídica
É destinada ao preso e ao internado sem recursos financeiros para garantir seus direitos
Vale ressaltar aqui a mudança trazida pela lei 12.313/10, que incube exclusivamente a defensoria pública a assistência jurídica, para os hipossuficientes (àqueles sem condições financeiras para constituir advogado) tanto dentro como fora dos estabelecimentos penais. O que outrora era prestado por outros órgãos, como OAB com intermédio da Procuradoria Geral do Estado hoje é exclusivo da defensoria pública.
Em relação à localização geográfica da Defensoria Pública, o parágrafo segundo do artigo 16 da LEP, capítulo destinado às assistências, prevê, que em todo estabelecimento penal deverá haver local destinado para atendimento do defensor público, obrigação essa ratificada, também pelo parágrafo quinto do artigo 83 da LEP, que trata do capítulo de estabelecimentos penais. 
 § 5o  Haverá instalação destinada à Defensoria Pública.       (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
        Art. 15. A assistência jurídica é destinada aos presos e aos internados sem recursos financeiros para constituir advogado.
        Art. 16. As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica nos estabelecimentos penais.
        Art. 16.  As Unidades da Federação deverão ter serviços de assistência jurídica, integral e gratuita, pela Defensoria Pública, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Redação dada pela Lei nº 12.313, de 2010).
        § 1o  As Unidades da Federação deverão prestar auxílio estrutural, pessoal e material à Defensoria Pública, no exercício de suas funções, dentro e fora dos estabelecimentos penais. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
        § 2o  Em todos os estabelecimentos penais, haverá local apropriado destinado ao atendimento pelo Defensor Público. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
        § 3o  Fora dos estabelecimentos penais, serão implementados Núcleos Especializados da Defensoria Pública para a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos réus, sentenciados em liberdade, egressos e seus familiares, sem recursos financeiros para constituir advogado. (Incluído pela Lei nº 12.313, de 2010).
2.4. Da Assistência Educacional
Visa instruir o preso buscando a ressocialização bem como a formação profissional do mesmo. A assistência educacional tem uma importância muito grande na LEP, atualmente, que vem em decorrência da remição pelo estudo, que além de proporcionar ao preso a ressocialização gera também o resgate de parte da pena a cumprir.
Deverás importante salientar a obrigatoriedade, não mais apenas do 1° grau, atualmente também é obrigatório o ensino médio. Já o ensino profissional será ministrado em nível de iniciação ou de aperfeiçoamento técnico. 
Lembre-se que é obrigatório a presença de uma biblioteca, provida de livros instrutivos, recreativos e didáticos.
Atualmente com a mesma lei (13163/2015) que acrescenta o ensino médio como obrigatoriedade, também surgiu o censo penitenciário.
Art.  21-A. O censo penitenciário deverá apurar:    (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
I - o nível de escolaridade dos presos e das presas;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
II - a existência de cursos nos níveis fundamental e médio e o número de presos e presas atendidos;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
III - a implementação de cursos profissionais em nível de iniciação ou aperfeiçoamento técnico e o número de presos e presas atendidos;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
IV - a existência de bibliotecas e as condições de seu acervo;     (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
V - outros dados relevantes para o aprimoramento educacional de presos e presas.    (Incluído pela Lei nº 13.163, de 2015)
2.5. Da Assistência Social
Visa principalmente a ressocialização do preso e internado e reinserção ao convívio social.
Observe que o rol de competências da assistência social é exemplificativo, pois encontramos, por exemplo, no artigo 27 mais uma competência da assistência social que é o auxilio ao egresso para a obtenção de trabalho.
Observe que o inciso VII do artigo 23 prevê um dos poucos resquícios de vitimologia contidos na LEP, quando expressa claramente o amparo e orientação a vitima.
        Art.

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