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Sistemas estruturais e instalações prediais.

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Sistemas estruturais e instalações prediais.
Introdução.
Criar uma edificação exige muito mais do que a sensibilidade de compor com formas, espaços e ordem. As relações entre uma composição básica são estabelecidas por meio do posicionamento e da reunião de muitos componentes diferentes. Esses tamanhos variam em tamanho, complexidade e função.
Os maiores desses componentes permitem à edificação se comportar de um modo previsível e relacionado com a intenção do projeto – uma malha de colunas, além de estabelecer uma estrutura, divide um espaço em vãos; uma estrutura de coberta protege do clima e define o limite vertical do espaço. 
O sistema estrutural de uma edificação se caracteriza por ser a parte mais resistente de uma construção. É esse sistema que absorve e transmite os esforços, sendo essencial para a manutenção da segurança e solidez de uma edificação. Uma estrutura é formada por elementos estruturais, que combinados dão origem aos sistemas estruturais. A finalidade de uma estrutura é receber e transmitir os efeitos das ações sofridas para o solo. Dessa forma, as estruturas devem ser construídas com materiais que não são perfeitamente rígidos, chamados matérias estruturais. 
A execução de uma construção, seja ela de grande ou pequeno porte, implica obrigatoriamente na construção de uma estrutura suporte, que necessita de um projeto, planejamento e execução própria. Desta forma, a estrutura em uma construção tem como finalidade assegurar a forma espacial idealizada garantindo integridade à edificação por tanto tempo quanto o necessário.
Ações são as causas que provocam o aparecimento de esforços ou deformações nas estruturas. Quando existe aplicação de forças, diz-se que estas forças são ações diretas e quando há deformações impostas a uma estrutura e estas originam esforços na estrutura diz-se que estas deformações geram ações indiretas. Em relação ao tempo, as ações podem ser dos seguintes tipos: ações permanentes (são aquelas que ocorrem com valores constantes ou de pequena variação em torno de um valor médio, durante toda a vida da construção, como por exemplo o peso próprio da estrutura); ações variáveis (são aquelas cujos valores variam significativamente durante toda a vida da construção como cargas acidentais, por exemplo o vento); ações excepcionais (são aquelas que têm duração extremamente curta e muito baixa probabilidade de ocorrência durante a vida da construção, entretanto, devendo ser considerada no projeto de determinadas estruturas, por exemplo uma explosão.
Materiais estruturais.
Um material estrutural para ser considerado como tal, deve possuir outras características, que não seja somente a resistência à tração (força aplicada sobre um corpo numa direção perpendicular à sua superfície de corte e num sentido tal que, possivelmente, provoque a sua ruptura) e/ou compressão (força aplicada sobre um corpo, resultando em uma redução do seu volume) ele deve apresentar também características como a plasticidade (é a propriedade de um corpo mudar de forma, ao ser submetido a uma tensão) e elasticidade (é a propriedade de um corpo de se deformar ao ser submetidos a ações externas, retornando a sua forma original quando a ação externa é removida).
Quando tensionado, um material estrutural pode apresentar comportamento elástico ou plástico. Possui comportamento elástico quando retorna a sua posição original após sofrer uma tensão, sem deixar, portanto deformações residuais. Em contrapartida um material estrutural apresenta comportamento plástico quando fica com alguma deformação residual após sofrer um esforço de tensão.
Os principais materiais estruturais aplicados à construção civil atualmente são: o aço, o concreto e a madeira.
Aço. É muito empregado na construção civil. Possui como características: excelente resistência à tração, elevada dureza e plasticidade, ductibilidade (aquele que se deforma sob tensão de tração e é difícil de romper), alta condutividade térmica e elétrica. 
Madeira. É um dos materiais estruturais mais antigos utilizados pelo homem em edificações. Acrescente-se ainda o fato da madeira possuir um vasto campo de aplicação em construções, como por exemplo pontes, residências, passarelas, etc. 
Concreto. É um material resultante da mistura de água, cimento, agregado graúdo (brita ou cascalho) e agregado miúdo (areia). No estado fresco, o concreto possuí consistência plástica, podendo ser moldado em fôrmas com dimensões desejadas. O concreto no estado endurecido tem elevada resistência à compressão, porém sua resistência a tração é bastante reduzida. 
Concreto armado. É obtido através da colocação de barras de aço no interior do concreto. As armaduras são posicionadas, no interior da fôrma, antes do lançamento do concreto plástico que envolve as barras de aço. O resultado é uma peça estrutural que pode resistir solidariamente aos esforços de tração e compressão.
Elementos estruturais. 
As estruturas ou sistemas estruturais são constituídas através da disposição racional e adequada de diversos elementos estruturais. Os elementos estruturais são os responsáveis por receber e transmitir as solicitações na estrutura, sofrendo como consequência deformações. Os elementos estruturais podem ser:
Barras. Podem constituir diversos sistemas estruturais, dentre eles os principais são: viga, arco, pórtico, cabo, treliça.
Folhas ou estruturas de superfícies. São elementos estruturais que apresentam grande superfícies em relação a sua espessura. Nessa classe de elementos podemos ter as seguintes estruturas: chapa, placa, membrana, casca.
Blocos. Como exemplo de estruturas formadas por blocos pode-se citar as fundações.
Instalações prediais.
As instalações prediais constituem subsistemas que devem ser integrados ao sistema construtivos proposto pelo projeto de arquitetura, de forma harmônica, racional e tecnicamente correta. 
Quando não há coordenação e/ou entrosamento entre o projeto arquitetônico e os projetos complementares(elétrico, hidro-sanitário, de gás, etc), pode ocorrer uma incompatibilização entre os projetos, o que, certamente, aparecerá depois, durante a execução da obra, gerando inúmeras improvisações para solucionar os problemas surgidos, visando finalizar a execução das instalações.
Um projeto arquitetônico elaborado com os equipamentos adequadamente localizados, tendo em vista suas características funcionais, compatibilizado com os projetos de estruturas, fundações, instalações e outros pertinentes, é condição básica para a perfeita integração entre os vários subsistemas construtivos. O projeto de instalações prediais harmoniosamente integrado aos demais projetos do edifício permitirá fácil operação e manutenção das instalações.
Essa compatibilização entre os vários subsistemas envolvidos na construção do edifício resultará em um correto andamento de obra, evitando improvisações.
Água fria.
Uma instalação predial de água fria (temperatura ambiente) constitui-se no conjunto de tubulações, equipamentos, reservatórios e dispositivos, destinados ao abastecimento dos aparelhos e pontos de utilização de água da edificação, em quantidade suficiente, mantendo a qualidade da água fornecida pelo sistema de abastecimento da cidade.
O sistema de água fria deve ser separado fisicamente de qualquer outras instalações que conduzam água potável, como, por exemplo, as instalações de água para reuso ou de qualidade insatisfatória, desconhecida ou questionável. Os componentes da instalação não podem transmitir substâncias tóxicas à água ou contaminá-la por meio de metais pesados.
A norma que fixa as exigências e recomendações relativas a projeto, execução e manutenção da instalação predial de água fria é a NBR 5626. De acordo com a norma, as instalações prediais de água fria devem ser projetadas de modo que, durante a vida útil do edifício que as contém, atendam aos seguintes requisitos:
Preservar a potabilidade da água; 
Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade adequada e com pressões e velocidades compatíveis
com o perfeito funcionamento dos aparelhos sanitários, peças de utilização e demais componentes;
Promover economia de água e energia;
Possibilitar manutenção fácil e econômica;
Evitar níveis de ruídos inadequados à ocupação do ambiente;
Proporcionar conforto aos usuários, prevendo peças de utilização adequadas, de fácil operação, com vazões satisfatórias e atendendo às demais exigências do usuário.
Uma instalação predial de água fria pode ser alimentada de duas formas: pela rede pública de abastecimento ou por um sistema privado, quando a primeira não estiver disponível.
Existem três sistemas de abastecimento da rede predial de distribuição: direto, indireto e misto.
Sistema de distribuição direto: a alimentação da rede predial de distribuição é feita diretamente da rede pública de abastecimento. Nesse caso, não existe reservatório domiciliar, e a distribuição é feita de forma ascendente, ou seja, as peças de utilização de água são abastecidas diretamente da rede pública. 
Esse sistema tem baixo custo de instalação, porém, se houver qualquer problema que ocasione a interrupção no fornecimento de água do sistema público, certamente faltará água na edificação.
Sistema de distribuição indireto: no sistema indireto, adotam-se reservatórios para minimizar os problemas referentes às intermitências ou a irregularidades no abastecimento de água e a variações e pressões da rede pública. No sistema indireto, consideram-se três situações:
Sistema indireto sem bombeamento: esse sistema é adotado quando à pressão na rede pública é suficiente para alimentar o reservatório superior. O reservatório interno da edificação alimenta os diversos pontos de consumo por gravidade; portanto, ele deve estar sempre a uma altura superior a qualquer ponto de consumo.
Obviamente, a grande vantagem desse sistema é que a água do reservatório garante o abastecimento interno, mesmo que o fornecimento da rede pública seja provisoriamente interrompido, o que torna o sistema mais utilizado em edificações de até três pavimentos.
Sistema indireto com bombeamento: esse sistema, normalmente, é utilizado quando a pressão da rede pública não é suficiente para alimentar diretamente o reservatório superior – como, por exemplo, em edificações com mais de três pavimentos.
Nesse caso, adota-se um reservatório inferior, de onde a água é bombeada até o reservatório elevado. A alimentação da rede de distribuição predial é feita por gravidade, a partir do reservatório superior.
Sistema de distribuição mista: no sistema de distribuição mista, parte da alimentação da rede de distribuição predial é feita diretamente pela rede pública de abastecimento e parte pelo reservatório superior. 
Esse sistema é o mais usual e mais vantajoso que os demais, pois algumas peças podem ser alimentadas diretamente pela rede pública, como torneiras externas, tanques em áreas de serviço ou edículas, situadas no pavimento térreo. Nesse caso, como a pressão na rede pública quase sempre é maior do que a obtida a partir do reservatório superior, os pontos de utilização de água terão maior pressão. 
Reserva de água.
De acordo com a NBR 5626, a capacidade dos reservatórios deve ser estabelecida levando-se em consideração o padrão de consumo de água do edifício e, onde for possível obter informações, a frequência e duração de interrupções do abastecimento. 
O volume de água reservado para uso doméstico deve ser, no mínimo, o necessário para 24 horas de consumo normal na edificação, sem considerar o volume de água para combate a incêndio.
É importante verificar a necessidade ou não da reserva de incêndio, que deverá ser acrescida à capacidade destinada ao consumo quando colocada no reservatório superior ou em um reservatório independente. No caso de residências pequenas, recomenda-se que a reserva mínima seja de 500 litros. Para o volume máximo, a norma recomenda que sejam atendidos dois critérios: garantia de potabilidade da água nos reservatórios no período de detenção médio em utilização normal; atendimento à disposição legal ou ao regulamento que estabeleça volume máximo de reservação.
Cosumo de água. 
O consumo de água pode variar muito, dependendo da disponibilidade de acesso ao abastecimento e de aspectos culturais da população, entre outros. Alguns estudos mostram que, por dia, uma pessoa no Brasil gasta de 50 litros a 200litros de água. Portanto, com 200litros/dia utilizados de forma racional, vive-se confortavelmente. 
Para calcular o consumo diário de água dentro de uma edificação, é necessária uma boa coleta de informações: pressão e vazão nos pontos de utilização; quantidade e frequência de utilização dos aparelhos; população; condições socioeconômicas e clima, entre outros. O memorial descritivo de arquitetura também deve ser convenientemente estudado, pois algumas atividades básicas e complementares, como piscina e lavanderia, podem influenciar no consumo diário. 
Água quente. 
As instalações prediais de água quente são regidas pela NBR 7198 e devem ser projetadas e executadas de modo a:
Garantir o fornecimento de água de forma contínua, em quantidade suficiente e temperatura controlável, com segurança, aos usuários, com as pressões e velocidade compatíveis com o perfeito funcionamento das peças de utilização e das tubulações;
Preservar rigorosamente a quantidade de água;
Proporcionar o nível de conforto adequado aos usuários;
Racionalizar o consumo de energia;
O sistema de água quente é formado pelos seguintes componentes: tubulação de água fria para alimentação do sistema de água quente; aquecedores, que podem ser de passagem (ou instantâneos) ou de acumulação; dispositivos de segurança ; tubulação de distribuição de água quente; peças de utilização (chuveiro, ducha, torneiras de pia, lavatórios, tanques). Existem no mercado diversos equipamentos para aquecimento, reservação e distribuição de água quente. Portanto, são várias as opções de aquecimento.
O abastecimento de uma edificação pode ser efetuado de três formas distintas: 
Sistema de aquecimento individual (local) – o aquecimento é individual quando alimenta uma única peça de utilização, como, por exemplo, um chuveiro ou uma torneira elétrica;
Sistema de aquecimento central privado – o sistema é central privado quando atende somente uma unidade habitacional, ou seja, alimenta vários pontos de consumo localizados em cozinhas, banheiros, áreas de serviço. Um exemplo desse tipo de sistema é o aquecedor de acumulação;
Sistema de aquecimento central coletivo – o sistema é central coletivo quando um único conjunto de aquecimento alimenta várias unidades de um edifício, ou seja, várias peças de utilização de várias unidades habitacionais ou de comércio e serviços. Exemplos: edifício residencial, hotel, motel, hospital etc.
Existem vários tipos de aquecedor, sendo os mais comuns nas instalações prediais os de aquecimento direto ou indireto, de passagem ou de acumulação. A fonte de calor empregada pode ser eletricidade, gás ou energia solar.
Devido à escassez de energia e à tendência cada vez maior de aumento de tarifas de energia elétrica, a energia solar vem sendo adotada em grande escala no segmento de aquecedores de água. Com o desenvolvimento tecnológico dos equipamentos e das técnicas de instalação, os custos de um sistema de aquecimento solar diminuíram significativamente, fazendo com que o custo-benefício acabe compensando, pois é um sistema que combina segurança, ecologia e economia.
Esgotos sanitários. 
 As instalações prediais de esgotos sanitários destinam-se a coletar, conduzir e afastar da edificação todos os despejos provenientes do uso adequado dos aparelhos sanitários, dando-lhes um rumo apropriado, normalmente indicado pelo poder público competente.
O destino final dos esgotos sanitários pode ser a rede pública coletora de esgotos ou um sistema particular de recebimento e pré-tratamento em regiões (locais) que não dispõem de sistema de coleta e transporte de esgotos.
As condições técnicas para o projeto e execução das instalações prediais de esgotos
sanitários, em atendimento às exigências mínimas quanto a higiene, segurança, economia e conforto dos usuários, são fixadas pela NBR 8160. De acordo com a norma, o sistema de esgoto sanitário deve ser projetado de modo a: 
Evitar a contaminação da água, de forma a garantir sua qualidade de consumo, tanto no interior dos sistemas de suprimento e de equipamentos sanitários, como nos ambientes receptores; 
Permitir o rápido escoamento da água utilizada e dos despejos introduzidos, evitando a ocorrência de vazamentos e a formação de depósitos no interior das tubulações;
Impedir que os gases provenientes do interior do sistema predial de esgoto sanitário atinjam áreas de utilização;
Impossibilitar o acesso de corpos estranhos ao interior do sistema;
Permitir que seus componentes sejam facilmente inspecionáveis;
Impossibilitar o acesso de esgoto ao subsistema de ventilação;
Permitir a fixação dos aparelhos sanitários somente por dispositivos que facilitem sua remoção para eventuais manutenções. 
Sistema de coleta e escoamento dos esgotos sanitários.
Sistema individual: nos sistemas individuais de esgotos, cada prédio possui seu próprio sistema de coleta, escoamento e tratamento, como por exemplo, o conjunto de fossa séptica e sumidouro. Todo sistema particular de tratamento, não quando houver rede pública de coleta de esgoto sanitário, deverá ser de acordo com a normalização brasileira pertinente. 
Sistema coletivo: nos sistemas coletivos, existem redes coletoras assentadas nas ruas da cidade, que encaminham os esgotos até um determinado local, para tratamento e posterior lançamento a um curso de água.
Cada edificação deve ter a própria instalação de esgoto, independentemente de prédios vizinhos, com ligação à rede coletora pública, ou seja, cada edificação deve ter só um ramal predial exceto em construções de grande porte (shoppings, hotéis, hospitais, etc), que podem, a critério da concessionária local, ter mais de uma ligação de esgoto ao coletor público.
Sistema predial de esgoto: os principais componentes de um sistema predial de esgoto são: aparelhos sanitários, desconectores ou sifões, ralos, caixas sifonadas, ramal de descarga, ramal de esgoto, tubos de queda, coluna de ventilação, subcoletor, dispositivos de inspeção (caixa de inspeção e caixa de gordura0, coletor predial e válvula de retenção.
Reúso das águas cinzas.
Além da água potável não ser utilizada racionalmente, seu escoamento pelos ralos também pode ser considerado uma forma de desperdício. Uma alternativa criativa para evitar isso pode ser o reuso das águas cinzas.
O reuso consiste em direcionar a água servida de lavatórios de banheiros, chuveiros, banheiras, tanques, máquinas de lavar roupa e de lavar louça para uma “miniestação de tratamento” (a água, quando utilizada em outras atividades que não o consumo, não precisa apresentar todas as características que a tornam potável). Depois de tratada, a água é reconduzida para outras utilizações que não demandam água potável como: descargas das bacias sanitárias, irrigação de jardins e lavagem de pisos.
É recomendado para as instalações hidrossanitárias privilegiarem a adoção de soluções, caso a caso, que minimizem o consumo de água e possibilitem o reuso, reduzindo a demanda da água da rede pública de abastecimento e minimizando o volume de esgoto conduzido para o tratamento, sem com isso reduzir a satisfação do usuário ou aumentar a possibilidade de doenças.
Para evitar o desperdício, nas edificações, vários modelos de reutilização da água estão sendo estudados. Alguns modelos chegam a economizar até 40% do fornecimento de água potável. É importante lembrar que os custos dos sistemas podem variar de acordo com a finalidade e, consequentemente, com o grau de potabilidade da água a ser utilizada. A relação é direta: quanto maior a qualidade exigida, maior o investimento. A implantação desse sistema, no entanto, não é simples e implica acréscimos de custos significativos à obra.
Águas Pluviais.
As águas pluviais são aquelas se originam a partir das chuvas. A captação dessas águas tem por finalidade permitir um melhor escoamento, evitando alagamentos, erosão do solo e proteger as edificações da umidade excessiva, garantindo conforto às pessoas. 
O sistema de águas pluviais e drenagem é constituído pelo junto de calhas, condutores, grelhas, caixas de areia e de passagem e demais dispositivos responsáveis por captar águas da chuva e de lavagem de piso e conduzir a um destino adequado. 
Esse sistema também pode servir para coleta e armazenamento da água da chuva para ser mais tarde reaproveitada para lavagem de pisos, carros, irrigação de jardins, ou ainda dentro de casa na descarga das bacias sanitárias.
A instalação de águas pluviais se destina exclusivamente ao recolhimento e condução das águas das chuvas, não se admitindo quaisquer interligações com outras instalações prediais. Portanto, as águas pluviais não podem ser lançadas em redes de esgotos.
A norma que rege essas instalações é a NBR 10844, que fixa as exigências e os critérios necessários aos projetos de instalação de drenagem de águas pluviais, visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene, conforto, durabilidade e economia. De acordo com as normas, as instalações de drenagem de águas pluviais devem ser protegidas de modo a obedecer às seguintes exigências: 
Recolher e conduzir a vazão de projeto até locais permitidos pelos dispositivos legais;
Ser estanques (vedado);
Permitir limpeza e desobstrução de qualquer ponto no interior da instalação; 
Absorver os esforços provocados pelas variações térmicas a que são submetidas; 
Quando passivas de choques mecânicos, ser constituídas de materiais resistentes a eles;
Nos componentes expostos, utilizar materiais resistentes às intempéries;
Nos componentes em contato com outros materiais de construção, utilizar materiais compatíveis;
Não provocar ruídos excessivos;
Resistir às pressões a que podem estar sujeitas;
Ser fixadas de maneira a assegurar resistência e durabilidade.
Utilização de água da chuva em edificações.
Atualmente, temos dois problemas críticos no cenário de desenvolvimento urbano: a escassez de recursos naturais, especialmente, a de água em decorrência da degradação de sua qualidade, e as inundações ocasionadas pelo aumento das áreas impermeáveis e da deficiência dos sistemas de drenagem urbana.
O aproveitamento da água pluvial em atividades que não necessitem de água potável pode reduzir significativamente o consumo no edifício, contribuir para o combate à escassez de água, além de controlar o escoamento superficial nas vias urbanas. Portanto, a utilização de águas de chuva em edificações é uma prática cada vez mais comum nas grandes cidades e regiões metropolitanas.
Algumas pesquisas desenvolvidas mostram que os sistemas de aproveitamento de águas pluviais podem gerar impacto de redução de cerca de 30% do consumo de água potável e, dessa forma, contribuir para a redução da demanda no sistema público de abastecimento de água potável. É importante ressaltar, porém, que as águas das chuvas devem ser armazenadas em reservatórios independentes, pois não são indicadas para o consumo humano. Devem ser armazenadas, preferencialmente, em reservatórios subterrâneos, tipo cisternas.
O sistema predial de aproveitamento de águas pluviais para usos domésticos não potáveis é formado pelos seguintes subsistemas ou componentes: captação, condução, tratamento, armazenamento, tubulações sob pressão, sistema automático ou manual de comando e utilização. Entende-se por usos domésticos não potáveis aqueles que não requerem características de qualidade tão exigentes quanto à potabilidade tais como: a descarga de bacias sanitárias e mictórios, a limpeza de pisos e paredes, a rega de jardins, a lavagem de veículos e a água de reserva para combate à incêndio. 
O funcionamento do sistema é muito simples: as águas pluviais são captadas por meio de calhas, passam por um filtro, que separa as
impurezas da água da chuva, e seguem para a cisterna ou para o reservatório subterrâneo. Não devem, porém, ser misturadas com a água potável, destinada a alimentar torneiras de cozinha, filtros, chuveiros, banheiras e lavatórios, pois é inadequada para consumo humano.
Conforto ambiental.
Os grandes centros urbanos assistiram recentemente a uma variação importante no seu microclima, em função da mudança do ritmo da atividade humana: os milhares de deslocamentos diários dos automóveis, a refrigeração (ou o aquecimento) e a iluminação intensiva dos edifícios e dos locais públicos, e mesmo a presença dos milhares de seres humanos constituem hoje fonte de calor e de tipos diversos de poluição (ruídos, poeiras, hidrocarburetos e vários produtos das combustões), e com isso determinam o microclima urbano. 
O conforto ambiental nas edificações é matéria cada vez mais presente e discutida nos congressos que estudam o ambiente construído e suas relações com o homem, procurando aprimorar a qualidade de vida das pessoas. O conforto ambiental das edificações pode ser entendido como adequação ao uso do homem, respeitando condições térmicas, de ventilação, de insolação, de acústica e visual, capazes de alterar o desempenho da edificação e seu contexto urbano.
Conforto visual. Os aspectos referentes ao conforto visual são subjetivos, no entanto se destaca que as paisagens preferidas das pessoas geralmente são espaços que possibilitam uma visão ampla do horizonte, que contempla visuais dinâmicos e naturais. Os ambientes construídos com formas e elementos arquitetônicos diferenciados são sempre bem-vindos e também agradam as pessoas. Por isso, é importante planejar as cidades de forma a permitir mais integração entre os espaços artificiais, construídos, e os ambientes naturais.
Conforto acústico. Observar as condições locais de conforto acústico contribui para confrontar o tipo de atividades potenciais ao empreendimento em relação às atividades permitidas pelo plano diretor da cidade. O desempenho da edificação sob o aspecto de conforto acústico se faz necessário para promover ao homem o adequado desenvolvimento das suas atividades diárias (descanso, lazer ou trabalho). Além disso, o conforto acústico eficiente nos ambientes pode minimizar a incidência de estresses no homem, pois ambientes mais silenciosos facilitam a concentração.
A localização do empreendimento é fator determinante para que a edificação apresente ou não qualidades acústicas, devido principalmente à intensidade do fluxo de veículos. A poluição sonora é usada como critério de planejamento de uso e ocupação do solo das cidades, conforme o plano diretor urbano. Dessa forma, as atividades propostas no plano diretor seguem critérios para o zoneamento, de acordo com a compatibilidade entre as atividades e as áreas industriais. Excesso de ruído e poluição não é adequado ao uso residencial, por exemplo. 
Um exemplo típico de área urbana que tem restrições de ocupação devido a problemas acústicos é o entorno dos aeroportos. Essa área é prejudicada pela poluição sonora gerada pela decolagem e pouso das aeronaves, o que não é compatível com atividades que exigem mais concentração como, por exemplo, escolas.
Conforto térmico. Qualquer atividade humana exige gastos de energia. A energia é inesgotável? Durante muito tempo realizamos nossas atividades sem preocupação com os gastos energéticos, entretanto, a partir da década de 1980, a população brasileira vivenciou a experiência da crise energética. Às questões relacionadas à escassez de energia ocasionam diferentes problemas de cunho ambiental, social e econômico.
Esses problemas afetam toda a sociedade prejudicando o fluxo de negócios em todas as áreas. Os empreendimentos imobiliários dependem do fornecimento de energia para seu funcionamento, além disso, gastam muita energia para sua produção. Para minimizar os gastos energéticos excedentes em um imóvel é importante planejar estratégias que possibilitem maior eficiência energética à edificação.
Para um desempenho energético adequado, a arquitetura deve respeitar as condições climáticas de cada local, além das demais necessidades dos seus usuários. A forma e a função não são mais os únicos objetivos de uma edificação. Agora a eficiência energética e os requisitos ambientais também devem ser considerados nos empreendimentos que pretendem atingir elevados níveis de satisfação dos seus clientes. Um projeto eficiente sob o ponto de vista energético deve garantir uma perfeita interação entre o homem e o meio em todas as escalas da cidade: global, regional e local.
As condições climáticas de cada região fornecem os subsídios para as decisões sobre a forma arquitetônica a ser projetada, os materiais utilizados e a distribuição funcional dos espaços em relação à orientação solar mais favorável para cada ambiente. Quando estamos trabalhando com conceitos da eficiência energética na arquitetura, não significa dizer que o edifício deve ser desprovido de iluminação e condicionamento artificial. As estratégias são utilizadas para minimizar o uso de recursos artificiais, diminuindo gastos com a conta de energia elétrica, tanto nas edificações residenciais, como nas comerciais e industriais. 
 Urbanismo.
É o estudo da regulação, controle e planejamento da cidade. Diferencia-se da simples ação urbanizadora por parte do homem, de forma que o urbanismo está associado à ideia de que as cidades são objetos a serem estudados, mais do que simplesmente trabalhados. 
O urbanismo mostra-se, portanto, como uma ciência humana, de caráter multidisciplinar, inserida no contexto de uma sociedade em processo de constante crescimento demográfico e respondendo a uma forte pressão de civilização e urbanidade, enfrentando suas demandas e problemas. No entanto, sob um ponto de vista mais amplo, o urbanismo pode ser entendido tanto como um conjunto de práticas e ideias. Apesar da matéria prima do urbanismo ser a arquitetura, o estudo do urbanismo dialoga com outras disciplinas tais como a ecologia, geologia, geografia, demografia, e outras ciências. 
O termo urbanismo está definido no dicionário como “o conjunto das questões relativas a arte de edificar uma cidade” ou seja é a forma que os profissionais implicados na ação utilizam para expressar sua maneira de ver a cidade. A palavra urbanismo tem sua origem na palavra latina URBS (urbis) que significa exatamente cidade. 
O urbanismo se encarrega da urbanização de uma cidade. Urbanismo e urbanização são conceitos bastante parecidos e se diferenciam apenas em que o urbanismo está mais associado a ideia de urbanizar e a definição de urbanização está mais ligada a ação. 
O conceito de urbanismo como entendemos hoje surgiu depois da Revolução Industrial, porque existia a necessidade de encontrar soluções para arrumar o estado de caos em que se encontravam as cidades da época. Hoje em dia o planejamento urbano está cada vez mais crescente devido ao crescimento massivo das grandes cidades e a necessidade de espaços alternativos que esse crescimento demanda.
A cidade é tida como o principal objeto de estudo do urbanismo, sendo muito mais do que uma aglomeração de pessoas e construções num determinado espaço territorial. É o lugar para onde converge o fluxo de capital econômico, social, financeiro, advindo de várias localidades que estabelecem com ela relações sociais, políticas e econômicas, e enfim, onde se concentram os bens de produção do capital e a força de trabalho. Isso demonstra a complexidade do que é a cidade. Seus espaços são dinâmicos e se transformam no decorrer do tempo.
Planejamento urbano.
É a área do conhecimento que lida com o processo de criação e desenvolvimento de programas e serviços que visam melhorar a qualidade de vida da população das áreas urbanas existentes ou a serem planejadas. O planejamento urbano, tanto enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atuação no ambiente urbano, lida basicamente com os processos de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano.
Uma definição precisa do que seja o planejamento urbano necessariamente passa pelo trabalho de localizá-lo, enquanto disciplina, em relação ao urbanismo. Tanto o planejamento urbano quanto o urbanismo são entendidos como o estudo do fenômeno urbano em sua dimensão espacial, mas diferem notadamente no tocante às formas de atuação no espaço urbano. Desta maneira, o urbanismo trabalha (historicamente) com o desenho urbano e o projeto das cidades, em termos genéricos, sem, necessariamente, considerar a cidade como agente dentro de um processo social interativo, enquanto que o planejamento urbano, além de agir diretamente do ordenamento físico das cidades, trabalha com os processos que a constroem (ainda que, indiretamente, sempre atue no desenho das cidades).
O planejamento urbano é atividade, por excelência, multidisciplinar, enquanto que o urbanismo, ao longo da história, se caracterizou como disciplina autônoma (especialmente do ponto de vista profissional). Porém, os limites entre o planejamento e o urbanismo são pouco claros na prática: intervenções urbanísticas na cidade são comumente tratadas como "obras de planejamento", enquanto que atividades típicas do planejamento (como a criação de um plano diretor), são eventualmente tratadas como "obras de urbanismo".
Plano diretor.
Um plano diretor é um plano criado por um grupo de planejadores urbanos que tem impacto válido para toda a comunidade da cidade, por um certo período de tempo.
Um plano diretor mostra a cidade como ela é atualmente e como ela deveria ser no futuro. Um plano diretor mostra como o terreno da cidade deve ser utilizado e se a infraestrutura pública de uma cidade como educação (escolas e bibliotecas), vias públicas (ruas e vias expressas), policiamento e de cobertura contra incêndio, bem como saneamento de água e esgoto, e transporte público, deve ser expandida, melhorada ou criada.
Além disso, o plano diretor deve definir as áreas que podem ser adensadas, com edifícios de maior altura, as áreas que devem permanecer com média ou baixa densidade, e aquelas áreas que não devem ser urbanizadas, tais como as áreas de preservação permanente.
O plano diretor tem, como objetivo principal, fazer com que a propriedade urbana cumpra sua função social, entendida como o atendimento do interesse coletivo em primeiro lugar, em detrimento do interesse individual ou de grupos específicos da sociedade. Um exemplo é a necessidade de prever uma destinação adequada aos terrenos urbanos, especialmente aqueles subutilizados e localizados em áreas dotadas de infraestrutura (Brasil, 2002).
Durante o processo de elaboração do plano diretor, os planejadores urbanos, representados por profissionais de várias áreas, como engenheiros, arquitetos e urbanistas, geólogos, economistas, sociólogos, geógrafos, antropólogos, juristas, estatísticos, biólogos, analisam a realidade existente do município e, com a participação da sociedade civil, representada por comerciantes, agricultores, associações de moradores, organizações não governamentais e movimentos sociais, propõe novos rumos de desenvolvimento do município, buscando-se alcançar a realidade desejada por toda a população.
Desde 2001, a legislação brasileira exige que a elaboração e a revisão de um plano diretor seja realizada de forma participativa e democrática, por meio de debates públicos, audiências, consultas e conferências. Se não houver participação da sociedade civil, o plano diretor pode ser invalidado.
Atualmente, muitos especialistas em planejamento urbano usam computadores no trabalho. Computadores processam a informação que os planejadores analisam ao formar o plano diretor. Computadores são usados também para a criação de mapas.
Geralmente, em pequenas cidades, um plano diretor é desenvolvido por uma companhia privada, que então manda o plano para o governo ou município, para aprovação. Já em cidades maiores, é uma agência pública que desenvolve o plano diretor. Grandes cidades costumam possuir um departamento próprio para o planejamento urbano, que é responsável por desenvolver, alterar e implementar o plano diretor.
O alvo de um plano diretor é fazer a vida urbana mais confortável, aproveitável, segura, além de fornecer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade. Um plano diretor inclui, quase sempre, instalações de transporte público, bem como áreas de recreação, escolas e facilidades comerciais.
Um plano diretor recomenda como o terreno da cidade deve ser usado. O plano geralmente divide a comunidade em secções separadas para casas e edifícios de apartamentos, comércio, indústria e áreas para instalações públicas. A altura-limite das estruturas também é delimitada, sendo que geralmente o centro financeiro possui os maiores limites. Pode-se permitir apenas a construção de pequenas casas em um dado bairro, enquanto em que outro, permite-se a construção de prédios de apartamentos e de casas geminadas. 
Um plano diretor também pode pedir a demolição de prédios em uma dada região e regular os tipos de serviços a serem oferecidos dentro de uma dada região, permitindo, por exemplo, a presença de pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indústrias. Alguns planos podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso mistos, com uma combinação de indústrias, comércio e residências.
Além disso, um plano diretor também sugere meios de melhorar a aparência e a beleza da comunidade, com a construção de parques, grandes avenidas e centros cívicos. Outros serviços públicos como a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico e vias públicas (tais como ruas e vias expressas) também podem ser incluídos.
Planejadores urbanos, desde o século XIX, preocupam-se muito com o a aparência de uma cidade, embora atualmente preocupam-se mais com problemas econômicos e sociais. Planos diretores podem incluir também propostas para um melhor crescimento econômico, educação e assistência social para os necessitados.
Plano Diretor Municipal é o "instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana"[1], de acordo com a Constituição Federal e o Estatuto da Cidade. Em outras palavras, o Plano Diretor Municipal é um instrumento para dirigir o desenvolvimento do Município nos seus aspectos econômico, físico e social[2].
A cidade, como espaço onde a vida moderna se desenrola, tem suas funções sociais: fornecer às pessoas moradia, trabalho, saúde, educação, cultura, lazer, transporte etc. Mas, o espaço da cidade é parcelado, sendo objeto de apropriação, tanto privada (terrenos e edificações) como estatal (ruas, praças,  equipamentos etc)[3], um planejamento adequado e racional é necessário para propiciar desenvolvimento econômico e social. E é partir daí que surgem os planos urbanísticos, com destaque para o Plano Diretor Municipal.
Dessa forma, seu objetivo geral é promover a ordenação dos espaços habitáveis do Município e estabelecer uma estratégia de mudança no sentido de obter melhoria de qualidade de vida da comunidade local[3], viabilizando o pleno desenvolvimento das funções sociais do todo (a cidade) e das partes (cada propriedade em particular). Seus objetivos específicos dependem da realidade que pretendem transformar e serão definidos caso a caso.
O Plano de Diretor Municipal consiste em uma lei municipal e é condição para impor obrigações a proprietários de solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, conforme estabelecido na Constituição Federal.

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