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Edifícios multifuncionai1

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Edifícios multifuncionais, serviços públicos e escalas distintas do espaço na metrópole.
 
Para desenvolver as competências previstas no Plano de Ensino da disciplina o aluno deverá desenvolver um projeto de edifício multifuncional. Neste caso será um edifício escolar. A escolha de um edifício destinado a uso educacional para esta disciplina tem dois motivos:
O primeiro é que edifícios escolares podem ser considerados multifuncionais (ver definição de multifuncional a seguir);
O segundo motivo é que é um bom programa arquitetônico para iniciar o estudante na manipulação de programas arquitetônicos mais complexos, pois ele já tem familiaridade com esse tipo de edifício.
 
O conceito de multifuncionalidade
 
O conceito de multifuncionalidade pode ser tratado de duas formas distintas, as quais tem antecedentes em comum. Um deles é proveniente do conceito de cidade dos arquitetos modernos: como parte integrante das diversas propostas de transformações urbanas feitas pelos arquitetos modernos, havia a proposta de se transformar edifícios em “pedaços de cidade”, inserindo diversos usos - como habitação, comércio e lazer - em uma mesma construção vertical, liberando o solo para ser destinado exclusivamente às áreas verdes e ao transporte (Exemplo: Unidade de Habitação de Marselha, de autoria do arquiteto Le Corbusier). Há outro aspecto que contribuiu para a consolidação de um tipo de multifuncionalidade na arquitetura ocidental, o surgimento de novas técnicas (sistema de construção independente baseado no trinômio pilar, viga e laje) que permitem construções cada vez mais altas. Isso possibilita a realização de edifícios com diferentes usos no seu interior, pois as lajes permitem total separação entre os seus usuários.
 
Há essencialmente três tipos de multifuncionalidade na arquitetura, e que não são excludentes entre si, ou seja, podem conviver dentro de um mesmo projeto.
 
1. Somatória de funções: nesse tipo de multifuncionalidade o edifício recebe usos totalmente independentes entre si, que irão conviver dentro da mesma construção. O exemplo mais comum são os edifícios de escritórios e “shopping centers”. Nesses tipos de construção há lojas, escritórios, consultórios médicos, cinemas, etc., ou seja, usos muito diferentes entre si, com exigências arquitetônicas também muito diversas, mas que compartilham uma mesma construção. Esse tipo de multifuncionalidade será abordado na disciplina Projeto Arquitetônico VI (Projeto de Edifício Multifuncional – Complexo).
 
2. Usos diferentes para uma mesma função: nesse tipo de multifuncionalidade a principal função do edifício é uma só, porém, dentro dele há vários usos, que muitas vezes exigem espaços com formas, dimensões e características ambientais muito diversas entre si. Por exemplo, nos edifícios escolares as salas têm exigências arquitetônicas muito diferentes da quadra poliesportiva, que por sua vez é muito diferente do espaço destinado a cozinha e refeitório. Apesar de todos os diferentes usos concorrerem para uma mesma função, a educação dos alunos, as características físicas e ambientais de cada um deles são diferentes entre si. Outros exemplos desse tipo de multifuncionalidade são os hospitais – com enfermaria, hospedagem, salas cirúrgicas – e os condomínios verticais que possuem no seu interior estacionamentos e clubes de lazer.
 
3. Espaços flexíveis: um outro conceito de multifuncional provêm das possibilidades espaciais geradas pela estrutura independente. Esse conceito é tratado com maior profundidade em outra disciplina (Projeto Arquitetônico 6 / Projeto de Edifício Multifuncional Complexo).
 
Para diferenciar melhor esses conceitos é importante afirmar o que é monofuncional atualmente. São, por exemplo, edifícios destinados exclusivamente a habitação, estações de trem, depósitos, algumas indústrias. Nessas construções há apenas um uso e uma arquitetura que organiza os espaços.
 
Reconhecimento de situações similares em projetos já executados:
 
Para o desenvolvimento de qualquer projeto é fundamental que o estudante possua um repertório a partir do qual possa desenvolver suas próprias soluções, e também ser capacitado para escolher e utilizar soluções existentes que funcionem adequadamente. Portanto, o primeiro passo é conhecer projetos similares que já tenham sido construídos. Privilegiar edifícios escolares já construídos torna mais fácil avalia-los e ver o resultado final do projeto. Para desenvolver essa habilidade sugere-se o exercício, apresentado a seguir.
 
 
Exercício 1
 
O objetivo do trabalho é realizar uma pesquisa sobre projetos semelhantes – em uso e dimensão – que forneçam subsídios para o desenvolvimento do projeto da disciplina. O projeto que cada aluno ou equipe pesquisará poderá ou não ser definido pelo professor. O objetivo desta atividade é formar um repertório de referência arquitetônica para o projeto a ser desenvolvido na disciplina durante o semestre e desenvolver a capacidade de ler e interpretar projetos existentes.
 
Preferencialmente em equipes ou individualmente, escolher um edifício destinado a uso escolar, que possua as seguintes características:
 
a. O edifício deverá ter sido projetado especificamente para uso escolar;
b. O projeto deve estar executado;
c. Existência de material suficiente para consulta e análise (plantas, cortes, elevações e outros desenhos);
d. O projeto deve ter algumas semelhanças com o trabalho a ser desenvolvido no semestre;
e. Se possível o edifício deve ser visitado pelos alunos;
f. Estar em uso atualmente;
g. A escola poderá ser pública ou privada;
h. O projeto escolhido por uma equipe não poderá ser escolhido por outro, para aumentar a variedade de edifícios analisados.
 
O material a ser apresentado pelas equipes será em formato digital, que deverá ser entregue ao professor ao final de cada apresentação, via Bluetooth ou mídia gravável. Será aceito um máximo de 5 slides para cada equipe. Outras formas de apresentação podem ser definidas pelo professor responsável.
 
Apresentação do projeto analisado
 
A análise de um projeto envolve não apenas a sua descrição, mas também a avaliação de várias de suas características. As relações abaixo descritas devem ser abordadas pela equipe. Outros aspectos do projeto podem ser acrescentados.
 
a. Relação entre o programa do edifício e a forma arquitetônica dos espaços;
b. Aspectos construtivos, ambientais e dimensionais;
c. Composição arquitetônica.
 
Indicações de fonte de pesquisa para o exercício 1:
 
FERREIRA, Avany de Francisco e MELLO, Mirela Geiger de (org.). Arquitetura Escolar Paulista: estruturas pré-fabricadas. São Paulo: Fundação Para o Desenvolvimento da Educação – FDE, 2006.
 
FERREIRA, Avany de Francisco e MELLO, Mirela Geiger de (org.). Arquitetura Escolar Paulista: anos 1950 e 1960. São Paulo: Fundação Para o Desenvolvimento da Educação – FDE / DOS, 2006.
 
Dependendo da região em que o aluno se encontra outras referências podem e devem ser utilizadas, sempre procurando escolher os projetos mais bem resolvidos e adequados ao uso escolar multifuncional.
Desenvolvimento e análise de um programa arquitetônico a partir da multiplicidade de determinantes
 
Um dos determinantes mais importantes para a realização de qualquer projeto é o local onde ele será implantado. Evidentemente que existem projetos feitos sem um terreno previamente escolhido, mas a sua construção sempre dependerá de um sítio, um lugar, um local específico. A escolha do terreno exige uma leitura do espaço urbano onde ele se encontra para verificar se o uso que será nele implantado é adequado.
 
A escolha de um terreno, também chamado de sítio ou local de implantação, depende de vários fatores. Nem todos são previsíveis e podem ser planejados. Mas alguns deles podem ser controlados e usados pelo arquiteto:
 
1. Topografia: o relevo natural ou modificado de um terreno pode ser um elemento favorável a implantação de um projeto. Mas alguns cuidados precisam ser tomados. Terrenos excessivamente inclinadostem que ser avaliados com cuidado, enquanto terrenos totalmente planos possuem o inconveniente de permitir o acúmulo de água, caso não seja feita uma drenagem correta.
 
2. Localização: a posição de uma escola dentro de uma cidade ou bairro é essencial, e é inclusive assunto tratado em legislação. Avaliar se há realmente a necessidade de uma escola, para um determinado nível de ensino, é importante para permitir que o deslocamento dos estudantes seja o menor possível, e evitar sobreposição de influência de outras escolas já existentes.
 
3. Patrimônio histórico e ambiental: mesmo que o terreno satisfaça as duas condições anteriores pode haver impedimento ou restrição de ocupação, caso haja no terreno, ou mesmo muito próximo a ele restrições criadas por existência de patrimônio histórico (ex.: edifícios tombados) ou ambiental (ex.: vegetação a ser preservada).
 
4. Acessibilidade: o acesso ao terreno é essencial, pois facilita a chegada e saída dos estudantes e dos meios de transporte que utilizam. A acessibilidade adequada consegue superar dificuldades impostas, por exemplo, pela localização: a escola pode ficar situada distante de onde o estudante reside, mas isso pode ser superado se o acesso a ela é fácil.
 
5. Dimensão: atualmente, no início do século 21, os terrenos grandes pouco inclinados estão se tornando cada vez mais escassos, principalmente nas grandes regiões populosas do país. Principalmente no caso das escolas públicas, ao contrário do que acontecia na segunda metade do século 20, a disponibilidade de terrenos com dimensão adequada (acima de 4000 m², para o tipo de escola que será desenvolvida nesta disciplina) é cada vez mais reduzida. A verticalização dos edifícios escolares está se impondo com muita rapidez. Isso era algo muito comum em escolas particulares, que preferiam construir verticalmente a comprar terrenos maiores, com algumas exceções.
 
6. Índices de ocupação determinados por legislação específica: a taxa de ocupação e o coeficiente de aproveitamento da região em que se encontra o terreno escolhido são fundamentais, pois serão esses índices que irão determinar quanto de área construída poderá ser feita dentro do lote. Nos municípios em que não houver esses índices o estudante deve procurar outras restrições legais exigidas pela Prefeitura.
 
A taxa de ocupação estabelece a área de projeção máxima que a edificação poderá ocupar no terreno, ou seja, qual a porcentagem do lote que poderá receber construções, independente de sua altura. A fórmula básica é a seguinte:
Área máxima de projeção = Taxa de ocupação x Área total do terreno
 
O coeficiente de aproveitamento determina qual a área máxima construída que o projeto poderá utilizar dentro daquele terreno. Assim, esse índice fornece a dimensão máxima, em metros quadrados, que a(s) construção(ões) poderá(ão) ter. Esse índice não determina, diretamente, quantos pavimentos a edificação poderá ter. A fórmula é a seguinte:
Área máxima construída: Coeficiente de Aproveitamento x Área total do terreno
 
Gabaritos horizontais (também chamados de recuos) e verticais, faixas de insolação, entre outros, são limitações que eventualmente a prefeitura poderá exigir e que o estudante deve estar atento a eles.
 
7. Zoneamento e Plano Diretor: é importante verificar quais as áreas que a legislação municipal autoriza e/ou incentiva a construção de edifícios escolares dentro do perímetro urbano. Não será possível implantar uma escola em local não permitido pela Prefeitura.
 
Exercício 2
 
A escolha do local para realização do projeto poderá ser feito individualmente ou em equipe e apresentado em sala de aula para seleção com os alunos e professores. Objetivos: exercitar a capacidade de leitura e observação do espaço urbano; praticar a tomada de decisões a partir de critérios pré-estabelecidos; apresentar uma proposta e justificar a escolha feita. Recomenda-se a escolha de terrenos com áreas entre 3000 e 5000 m².
 
1. Critérios de seleção do local:
A escolha será feita baseando-se no programa arquitetônico (dimensões necessárias do terreno para implantação do projeto, entorno, topografia, acessibilidade, características urbanas).
 
2. Apresentação da escolha
No seminário os alunos deverão apresentar para a turma o local na cidade escolhido, através de imagens e de mapas, com as seguintes informações: área total do local escolhido, dados planialtimétricos, norte geográfico, sistema viário, edifícios existentes no entorno, sistema hídrico e vegetação (se houver), escala e legislação incidente.
Junto com as imagens a equipe deverá apresentar uma justificativa em texto para a escolha do local. Após o seminário os alunos escolherão, em conjunto com o professor, o local para realização da intervenção.
Desenvolvimento de modelos de implantação, a partir de um reconhecimento do contexto e do lugar.
A implantação de um edifício pode ser feita de várias maneiras, mas todas elas tem algo em comum: a necessidade de se adequar a inúmeras exigências. Essas exigências podem ser legais (atendimento a normas, leis, regras de segurança contra sinistros, etc), ambientais (respeito à vegetação existente, limitações na manipulação do relevo, produção de resíduos durante a obra, adequação à insolação), arquitetônicas (tamanho do terreno, topografia, dimensões e formas do(s) edifício(s)), e composição (relação entre a disposição dos volumes no terreno e o espaço criado vazio com essa implantação, monumentalidade, entre outros).
 
Abaixo vemos 3 possibilidades de raciocínio de implantação e para cada situação, algumas variantes. Todas as variantes possuem qualidades e limitações. Os desenhos não estão em escala, apenas apresentam conceitos que podem ser utilizados dependendo do que se pretende arquitetonicamente obter com a implantação.
 
1 - O primeiro conceito trata da posição do edifício em relação ao seu acesso principal e a rua ligada a esse acesso. Analisando as três variantes podemos perceber o seguinte:
A primeira variante coloca o edifício distante do acesso principal e da rua. Isso faz com que ele seja percebido em toda sua plenitude a partir de quem acessa o terreno, criando um efeito de monumentalidade, sem surpresas, pois ele se apresenta de imediato já a partir da rua. Também cria um espaço aberto junto à rua, ampliando visualmente o espaço público (mas nem sempre fisicamente, pois o acesso ao terreno pode ser restrito). Essa situação é muito interessante quando se quer criar um efeito de intensidade do edifício em quem o olha a partir da entrada. Isso se torna mais intenso quanto maior for o terreno e mais alta for a construção.
A terceira variante posiciona o edifício bem próximo ao limite frontal do lote: essa situação cria um amplo espaço na parte posterior ao edifício, mas impede a visão desse mesmo espaço a partir da rua. Essa escolha também faz com que o pedestre, principalmente se a rua for estreita, tenha a presença física da construção muito forte ao seu lado. Haverá provavelmente bastante sombra na rua causada pela construção. O espaço vazio criado na parte posterior do terreno ficará isolado da rua, o que pode ser desejável em vários casos.
A segunda variante é intermediária em relação às duas anteriores. Isso significa que ela irá conter as características de ambas, porém sem a radicalidade de cada uma delas. Podemos considera-la uma implantação mais suave. A dimensão do terreno também influencia muito na escolha, e em geral, em terrenos pequenos a situação que prevalece é a da variante 2, pois não há muita liberdade de escolha nesses casos.
 
2 – O segundo conceito aborda as mesmas questões do primeiro, porém com duas construções. O fato de haver dois edifícios em um mesmo terreno (quando isso for possível e necessário) pode tornar bastante rica a implantação. As variantes 2 e 4 são um exemplo claro disso. Nelas se percebe a criação de um espaço entre as torres, que pode se tornar bastante interessante para o usuário e para a valorização visual das construções. A variante 3 também é interessantepois separa o terreno em duas partes, mas cria uma passagem entre elas pelo meio do terreno. A situação 1 lembra uma variante do primeiro conceito, com uma valorização da monumentalidade, aplicada às duas construções.
 
3 – O terceiro conceito trata de uma relação mais complexa: a composição de uma edificação pode interferir muito na sua implantação. Arquitetura é uma atividade em que cada escolha está profundamente interligada com inúmeras outras variáveis do projeto. Neste caso pode-se ver nas imagens que a relação entre os dois blocos (o claro e o escuro) e sua posição dentro do terreno modificam profundamente os espaços vazios criados dentro dele. A escolha de como deve ser a relação física entre os dois blocos também depende do programa arquitetônico, da circulação entre eles, mas não se pode esquecer que isso afeta a percepção visual do conjunto arquitetônico, os espaços vazios e a maneira pela qual ocorrerá a circulação dentro do terreno.
É claro que não se pretende, nestas análises, esgotar todas as possibilidades de implantação em um terreno. A proposta é criar um ponto de partida para análise de possíveis implantações e suas consequências no projeto como um todo.
 
Estudo de modulação e sua relação com a construção do espaço
 
 
As dimensões eixo a eixo dos espaços construídos obedecem a uma modulação de projetos de 90x90 cm, o que dá origem a ambientes com áreas múltiplas de 0,81 m². As proporções geométricas dos ambientes devem ser as que forem mais convenientes para o desempenho das atividades de acordo com cada projeto especifico.
 
As salas de aulas, no padrão utilizado nesta disciplina, têm uma área de 51,84 m². Isso significa que ela possui uma dimensão de 720x720cm. A quantidade de módulos usados para projetar uma sala de aula é obtido dividindo-se a sua área unitária por 0,81 m² (51,84 m² / 0,81 m²). O resultado é 64 módulos. Como a sala deve ter a forma quadrada (em planta) os lados devem ser iguais, o que significa que cada lado deve ter 8 módulos (lembrando: 8 x 8 = 64).
 
Metodologia de projeto arquitetônico
 
A escolha de um método arquitetônico é muito pessoal, mas pode auxiliar intensamente o início de um projeto e o seu desenvolvimento. Os métodos apresentados a seguir não os únicos, mas são muito comuns e podem ser combinados entre si.
 
1 – Método indutivo
Nesse método se escolhe uma forma geral, ou uma característica espacial ou conceitual que o autor do projeto pretende utilizar, cuja origem pode ser muito diversa, e a partir dessa forma viabiliza-se a organização espacial do programa arquitetônico que o projeto deve resolver.
 
2 – Método dedutivo
O ponto de partida neste método é o programa arquitetônico. A partir da análise dos espaços, suas áreas e interrelações (fluxograma) monta-se um processo de desenvolvimento de projeto. Ele inicia com o desenho das menores partes do programa e a partir de sua somatória vai chegando até o edifício completo.
 
3 – Método de modelo arquitetônico histórico
Esta proposta necessita de algum repertório arquitetônico por parte do(s) autor(es) do projeto. O desenvolvimento começa com a escolha de uma ou mais referências projetuais provenientes de edifícios existentes. Não se pretende copiar o projeto anterior, mas sim utilizar suas soluções plásticas, funcionais, construtivas ou compositivas, direta ou indiretamente para buscar a melhor solução para o projeto em desenvolvimento.
 
4 – Método de sistema arquitetônico
Existem vários sistemas arquitetônicos criados ao longo do tempo e que podem ser aplicados em vários projetos. Um sistema não existe em apenas uma obra. Na verdade ele aparece em diversas obras, mesmo que tenha sido aplicado pela primeira vez em uma só. Sistemas arquitetônicos em geral não possuem um autor único: eles vão se consolidando dentro da profissão ao longo do tempo.
Um exemplo é o sistema linear de espaços adjacentes.
 
Estudo de sistemas construtivos e concepção de modelos estruturais
 
As 6 figuras abaixo mostram as possibilidades mais comuns de se posicionar o pilar de uma estrutura independente em relação à fachada. Essa escolha é fundamentalmente arquitetônica, ou seja, deve ser vista como uma síntese dos problemas que o aruqiteto acredita que o edifício deve resolver. Assim, a escolha de cada uma dessas posições têm implicações na aparência externa e interna do edifício, no seu conforto ambiental, na leitura do espaço interno e externo e na forma de ocupação dos espaços internos. Apesar das imagens representarem uma estrutura em concreto armado, esses conceitos também se aplicam a outros materiais, como o aço, pois elas se referem não ao material e sim ao conceito de estrutura independente.
 
 
Os esquemas abaixo (desenho sem escala) mostram alguns dos sistemas de estrutura independente em concreto armado mais comuns. As figuras 1, 2 e 3 mostram estruturas moldadas "in loco", ou seja, a concretagem foi feita na obra, exatamente na posição em que a estrutura deve ficar. A figura 4 mostra uma estrutura pré-moldada, também conhecida como pré-fabricada. Ela foi moldada em uma fábrica ou em um canteiro de obras capaz de realizar essas peças, e depois de curada, é levada e posicionada na construção. Na figura esquemática o pilar, a viga e a laje são pré-moldados.

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