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1.1 Propriedades Elétricas Assim como os polímeros são maus condutores de calor, também são maus condutores elétricos. A maioria das propriedades elétricas destes isolantes é função da temperatura, fato extremamente importante em sistemas elétricos que devem operar em altas temperaturas. Materiais plásticos, termoplásticos e termo fixo, oferecem uma grande margem de liberdade na concepção e fabricação de peças que exigem propriedades elétricas específicas. O grande número de materiais poliméricos disponíveis que apresentam elevadas propriedades isolantes faz que estes materiais sejam ideais para aplicações de isolamento elétrico. É importante entender os fatores que podem afetar as características de isolamento elétrico ao longo do tempo. Umidade, métodos de processamento, calor e outras variáveis são importantes para serem consideradas pelo engenheiro de projeto. As principais características elétricas dos materiais poliméricos são: rigidez dielétrica, resistividades, constante dielétrica, fator de potência e resistência ao arco. a) Rigidez Dielétrica Indica o grau em que o material é isolante, é medida pela tensão elétrica que o material pode suportar antes de perder as propriedades de isolante. A falha é observada em função da excessiva passagem de corrente elétrica, ocorrendo reações químicas, que acarretam na formação de gases, degradando o material sólido e destruindo o isolamento elétrico. São acompanhados de efeitos luminosos, ruídos, interferência em transmissões de rádio e televisão, e descargas parciais, indesejáveis em materiais isolantes. b) Resistividade Volumétrica É a resistência de materiais isolantes à passagem da corrente elétrica entre as faces de uma unidade cúbica (volumétrica) para um determinado material em uma dada temperatura. Os polímeros são maus condutores, oferecendo alta resistência. c) Constante dielétrica A constante dielétrica de um material é uma característica correlacionada à energia eletrostática que pode ser armazenada em um capacitor que tem o material como dielétrico. Os polímeros possuem baixas constantes dielétricas, geralmente bem menores que o vidro e cerâmicas. d) Fator Potência Fator potencia é a razão entre a potencia dissipada pelo material isolante e a máxima potencia que seria fornecida ao sistema, mantendo-se os mesmos valores de diferença de potencial e intensidade de corrente. È uma medida relativa da perda dielétrica do material, quando o sistema age como isolante, e é comumente usada como medida de qualidade do isolante. e) Resistência ao arco É uma medida das condições de perda das propriedades dielétricas ao longo da superfície de um isolante, causada pela formação de caminhos condutivos na superfície do material. Altos valores de resistência ao arco indicam maior resistência à falha elétrica. Condução Elétrica O pequeno grau de condução que ocorre nos materiais isolantes poliméricos pode ser atribuído à difusão de cargas iônicas. A maioria dos polímeros, especialmente polímeros de policondensação, podem facilmente conter impurezas iônicas suficientes para exibir algum grau de condução. Estas cargas iônicas podem resultar de impurezas, tais como fragmentos de catalisador, ou de dissociação do próprio polímero. Um grau suficiente de mobilidade também deve existir para permitir a migração. Quanto maior a mobilidade, mais fácil a difusão iônica, e assim, observa-se uma diminuição da resistência à condução. Os aumentos na mobilidade podem resultar de condições tais como o aumento da temperatura, a adição de um agente plastificante, e um menos grau de cristalinidade. Portanto, a condutividade elétrica observada é uma função não só de impurezas iônicas, mas também da sua mobilidade. Relação entre estrutura e propriedades elétricas dos polímeros Para compreender o comportamento elétrico de materiais poliméricos, é importante conhecer as propriedades elétricas a um nível de átomos e moléculas. Também é importante conhecer o efeito da polaridade dos polímeros, e a dependência das propriedades elétricas como função da temperatura e freqüência. Quando um átomo constituído de um núcleo positivamente carregado rodeado por uma nuvem de elétrons carregados negativamente em movimento sem estar sob influência de um campo elétrico, as cargas negativas e positivas internas coincidem, sem efeito externo. No entanto, quando a molécula ou átomo covalente é colocado em um campo elétrico existe um deslocamento da nuvem de elétrons numa direção, e um deslocamento consideravelmente menor do núcleo no outro sentido. Este efeito de deslocamento é conhecido como polarização. Com moléculas não polares, tais como polietileno, o único efeito de polarização é eletrônico, portanto, o material terá constantes dielétricos com valores pequenos porque a polarização eletrônica é geralmente instantânea. Assim, a influência da temperatura e frequência serão muito pequenas. Para os materiais polares, polarização eletrônica não é necessariamente instantânea, e então é dependente da frequência e da temperatura. A constante dielétrica é afetada pela temperatura. Os dipolos são capazes de se orientar mais facilmente com o aumento da temperatura. Um efeito similar é visto com a viscosidade. A viscosidade de um material diminui com o aumento da temperatura, os dipolos são capazes de se orientar mais facilmente é assim a constante dielétrica aumenta. Figura 1 Variação da constante dielétrica com a freqüência de alguns polímeros polares. Se os grupos polares estão ligados à cadeia principal, a orientação completa dipolo não é possível após a aplicação de um campo elétrico por causa dos requisitos espaciais impostas pela estrutura da cadeia. Além disso, as cadeias poliméricas são muitas vezes formam um emaranhado, o tempo para a orientação é dependente do grau de emaranhamento da cadeia. Quando dipolos estão ligados à cadeia principal do polímero, o seu movimento depende da capacidade dos segmentos da cadeia de se moverem. Assim, o efeito de polarização dipolo é muito menor abaixo da Tg, do que acima dela. A incorporação de aditivos tem um efeito significativo sobre as propriedades elétricas de materiais poliméricos. Quando plastificantes são adicionados a um polímero, tal como PVC, a Tg é reduzida. Portanto, o PVC plastificado irá ter uma constante dielétrica muito mais elevada do que o PVC rígido, à mesma temperatura. Portanto, é possível uma polarização dipolo e um movimento do dipolo ocorrer em temperaturas abaixo da Tg. No caso de materiais não polares, a constante dielétrica é devida somente à polarização eletrônica e, geralmente, tem um valor inferior a três. Porque a polarização é instantânea. E a constante dielétrica é dependente da temperatura e frequência. Em moléculas polares o valor da constante dielétrica depende da polarização eletrônica e da orientação do dipolo, com valores de constante dielétrica entre 3-7 tipicamente. Figura 2 Efeito da temperatura na resistividade para vários materiais 1.2 Propriedades Óticas As propriedades óticas dos polímeros podem informar sobre a estrutura e ordenação moleculares, bem como sobre a existência de tensões ou regiões sob deformação. As principais propriedades óticas relacionadas a materiais poliméricos são: a) Transparência A transparência à luz visível é apresentada por polímeros amorfos ou com baixos graus de cristalinidade, quantitativamente expressos pela transmitância, que é a razão entre a quantidade de luz que atravessa o meio e a quantidade de luz que incide paralelamente à superfície. Nos polímeros este valor pode alcançar 92%, para plásticos comuns. b) Índice de refração É a razão entre a velocidade da radiação eletromagnética no vácuo e a velocidade no meio em estudo, determinando-sea diminuição da velocidade da luz quando passa do vácuo para o meio transparente e oticamente isotrópico. A maioria dos polímeros tem índice de refração na faixa de 1,45-1,60, sendo exceções o PET (1,7) e a borracha natural (1,2). Propriedades óticas são dependentes de seleção de materiais, propriedades térmicas, processo de produção e aplicação do revestimento. Termoplásticos e termo fixos são apenas os dois modos de classificação de materiais disponíveis. - Referencias Bibliográficas Polímeros como materiais de engenharia Eloisa Biasotto Mano, 2ª reimpressão 200. Engineered Materials Handbook. Vol 2 Engineering Plastics ASM International. Ciência e Engenharia de Materiais uma Introdução. W.Callister, D. Rethwisch. 8° Ed. LTC
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