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MALARIA

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Maria Elizabeth Cavalheiros Dorval
Parasitologia/UFMS
� Acomete o homem desde a pré-história;
� 6000-5500 a.C. mortes por febre, provavelmente por 
malária, são registrados desde os primórdios da escrita;
� 2700 a.C. Chinês “Nei Ching” descreve febres 
recorrentes e esplenomegalia;
� 500 a.C. Hipócrates associa a febre com a presença de 
pântanos e ar poluído (malária = mal do ar, mal aire)
� Referiu os ciclos febris em termos de febre cotidiana 
(24h); terça (48h) e quartã (72);
� 1600 jesuítas conhecem a chinchona com os indígenas e 
levaram o conhecimento à Europa. Chinchona=quinino;
� 1820 – quinino é isolado
� Séc. XIX – bacteriologistas e patologistas descobriram 
o papel do inseto na transmissão da doença;
� 1880 – Laveran descobriu a presença dos parasitos nas 
hemácia dos infectados;
� 1897 – Ross – descobriu a forma de transmissão da doença 
por encontrar o parasita no interior do mosquito;
� 1898 e 1899 – Bignani, Bastinelli e Grassi descreveram o 
ciclo da doença;
� Séc. XX – iniciou-se a discussão sobre as formas de 
controle da doença;
� 1905 – Carlos Chagas: importância das habitações na 
transmissão;
� 1942 – Paul Müller patenteou o inseticida DDT.
MALÁRIA - SINONÍMIAS 
� Paludismo
� Impaludismo
� Febre palustre
� Febre intermitente
� Febre terçã benigna
� Febre terçã maligna
� Febre quartã
� Maleita
� Sezão
� Tremedeira ou batedeira
Reino: Protista
Filo: Apicomplexa
Gênero: Plasmodium
Plasmodium vivax - terçã benigna
Plasmodium falciparum - terçã maligna
Plasmodium malariae - quartã benigna
Plasmodium ovale - terçã benigna
Agentes etiológicos
� Gravidade: maior causa de morbi-mortalidade
� Alta prevalência: 270 milhões de indivíduos parasitados
300 a 500 milhões de infectados/ano
> 1 milhão de óbitos/ano (crianças < 5 anos)
� Distribuição geográfica: 109 países endêmicos
áreas de risco: 3,5 bilhões de 
expostos – sob risco 
(40% da população mundial) 
Continente Africano: 80%
Impacto em saúde pública
Distribuição das áreas de risco de Malária - 2008
� Na América Latina
> número de casos: Amazônia brasileira: 500 mil/ano
99,8%: Amazônia Legal: AM, PA, AC, RR, RO, AP, MT, TO 
e MA
Brasil: 17 milhões de pessoas sob risco
9 estados endêmicos
PA e AM > número de casos
� Problema econômico: R$ 12.133.133,00/Ano/Brasil
1.400.000 dias de trabalho 
perdido/Brasil
Impacto em saúde pública
Impacto em saúde pública
� Difícil controle: doença emergente e remergente
∗ globalização da doença
∗ malária transfusional
∗ malária importada
∗ resistência aos inseticidas
∗ resistência dos plasmódios 
às drogas
∗ ausência de vacina
∗ más condições de vida 
das populações expostas
(moradia e trabalho) 
Impacto em saúde pública
� Habitat: hospedeiro vertebrado: fase pré-eritrocítica
fase eritrocítica
� Ciclo evolutivo
Hospedeiro vertebrado: ciclo esquizogônico ou 
assexuado
Hospedeiro invertebrado: ciclo gametogônico, 
esporogônico ou sexuado
Insetos Vetores: anofelinos: Ordem Diptera, Família 
Culicidae, Gênero: Anopheles
Biologia
Trofozoita 
jovem
Trofozoita 
maduro
Esquizonte 
Rosácea
Gametócitos
Morfologia
Transmissão
� Vetorial 
� Congênita
� Transfusional 
� Transplante de órgãos
� Uso de drogas injetáveis
� Acidentes de laboratório
Mosquitos fêmea do gênero Anopheles conhecidos 
também como mosquito prego ou carapanã
Humanos portadores de
gametócitos 
Reservatório
Fêmeas de 
Anopheles
Picada 
do mosquito
Inoculação de 
formas 
infectantes
Esporozoítos
Invasão 
do fígado
Transmissão
FASE HEPÁTICA OU EXOERITROCÍTICA
Hepatócito
FÍGADO
Invasão do 
hepatócito
Reprodução 
Assexuada
Esporozoítos
Lise dos hepatócitos
Liberação dos protozoários 
na corrente sangüínea
FASE ERITROCÍTICA
Hepatócito destruído 
pelos protozoários
Penetração dos 
protozoários
Reprodução 
assexuada
Protozoários destroem 
as hemácias
Diferenciação 
em gametócitos
Fêmeas de Anopheles sugam 
hemácias com gametócitos
Ciclo no hospedeiro 
invertebrado
Ocorre nas hemácias
ou Eritrócitos
nas 
hemácias
Protozoário no interior da hemácia
Hemácia com 
gametócito ou livres
Hemácia com 
gametócito
Fêmeas de Anopheles sugam 
hemácias com gametócitos
CICLO NO INVERTEBRADO
No tubo digestivo
Zigoto
Penetração na 
parede do tubo 
digestivo
Migração para as 
glândulas salivares
Desenvolvimento
Mosquito 
infectado
� Plasmodium vivax �
febre terçã benigna
ciclo febril a cada 48 horas
� Plasmodium falciparum �
febre terçã maligna 
acessos febris de 36 a 48 horas
� Plasmodium malariae �
febre quartã, 
acessos febris a cada 72 horas
� Período de incubação -7 a 21 dias
– Espécie parasitária
– Resistência do hospedeiro
– Intensidade de transmissão
– Uso de anti-maláricos
Fatores que influenciam o espectro 
da infecção
� Dores de cabeça
� Falta de apetite: anorexia
� Cansaço
� Dores pelo corpo
� Vômitos 
� Anemia
� Acesso malárico
Fase hepática
Fase 
eritrocítica
SINTOMAS
1ª FASE – Calafrios intensos (15 min. a 1 hora)
Palidez e fraqueza extrema
2ª FASE – Calor e cefaléia intensa
Picos febris – 39 a 41°C – Delírios
Duração de 2 a 4 horas
3ª FASE – Sudorese e queda de temperatura
Passa a dor de cabeça e o mal-estar
� Calafrio
� Febre
� Sudorese
� Cefaléia, náuseas, 
vômitos, mialgia, 
fraqueza
� Esplenomegalia 
� P. falciparum: 
icterícia, 
hepatomegalia
P. vivax
� Incubação: 12 a 16 dias
� Transmissibilidade: 1 a 3 anos
� Hemácia parasitada: reticulócito
� 10 a 20 mil hemácias 
parasitadas
� Grau de Imunidade
� Complicações
� P. falciparum
� Incubação: 8 a 12 dias
� Transmissibilidade: menos 
de 3 anos
� Hemácia parasitada: todas
� 1 milhão de parasitas/mm3 
� Grau de Imunidade
� Complicações
Parasitológico - GOTA ESPESSA
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
Gota 
espessa
Esfregaço 
delgado 
Esfregaço Delgado x Gota Espessa
� Homem parasitado: GAMETÓFORO
� Vetores: espécies suscetíveis de anofelinos
� Homem suscetível: exposto à infecção
� Fatores ambientais
Elementos essenciais de 
um foco malarígeno
- Presença de gametóforos
- Numa população com imunidade natural ou imunidade adquirida 
ativa ou passivamente – variações anuais irregulares, porém 
endêmicas
- Presença de gametóforo e Anopheles suscetível: epidemia
-Transmissão doméstica – pode ocorrer fora da habitação
- Repouso noturno – maioria das infecções
-Suscetíveis: raças negras, antígeno de Duffy, malformações de Hb, 
anemia falciforme, talassemias
Com relação aos elos humanos 
� Não são todas as espécies de Anopheles que são boas 
transmissoras
� presença do vetor
- geografia do ambiente
- tipo de terreno
- vegetação
- temperatura
- umidade do ar
Com relação ao vetor/ambiente 
Ciclo 
extrínseco
Anopheles (N.) darlingi: criadouros terrestres, sombreados e 
na região de planalto - 95% dos casos
Anopheles (N.) aquasalis: criadouros terrestres próximos ao 
mar
Anopheles (K.) cruzi: criadouros em bromélias abrigadas do 
sol, em regiões de planícies e de
planalto – região sul
Anopheles (K.) bellator: região Sul
Anopheles (N.) albitarsis: pouco eficiente
Principais espécies de anofelinos transmissores 
de malária no Brasil e seus habitats
� Abundante / diferentes espécies
� Antropofílico
� Endofílico
� Anoitecer e amanhecer
� Fêmea / sangue
� Infecção perene
� Ciclo contínuo de atividade (toda a noite)
Anopheles darlingiFatores biológicos
vetor, homem, parasito
Fatores ecológicos
condições ambientais que favorecem
ou dificultam a transmissão
Fatores sócioculturais 
atitudes e comportamentos dos 
agrupamentos humanos 
Fatores econômicos e políticos
Fatores que interferem na dinâmica da
transmissão da doença
Biológicos – relacionados à população suscetível, agente etiológico e 
presença do vetor; 
Ambientais – modificações do meio ambiente, temperatura, umidade e 
presença de criadouros; 
Econômicos – relacionados à baixa renda, ao desemprego e às condições de 
trabalho, moradia e migrações; 
Socioculturais – relacionados ao nível educacional, hábitos e costumes 
culturais e religiosos; 
Infraestrutura de Serviços de Saúde – relacionados à insuficiência de 
serviços de saúde
Fatores que interferem na dinâmica da
transmissão da doença
� Extrativismo mineral e vegetal
� Projetos de assentamentos
� Ocupação intensa e desordenada 
das áreas periféricas 
das cidades
� Alterações ambientais que potencializam a formação 
de criadouros
� Altas densidades de anofelinos
� População dispersa
� Constantes migrações internas: pessoas sem imunidade
Principais condicionantes
� Moradias inadequadas: sem proteção, inseticidas? ação 
residual? 
� Presença de cepas resistentes aos medicamentos 
utilizados
� Alta incidência com óbitos devido ao difícil acesso aos 
serviços de saúde
� Insuficiente participação da comunidade nas medidas de 
prevenção da doença
� Carência de serviços de saúde e infra-estrutura social
Principais condicionantes
� Prevalência, duração e infectividade dos casos em 
indivíduos não imunes
� Densidade e suscetibilidade dos anofelinos na área
� Grau e frequência de antropofilia
� Duração média da vida dos anofelinos
� Proporção de indivíduos suscetíveis na população 
humana
Fatores que determinam a 
manutenção da malária em uma região
��Tempo requerido para o ciclo no inseto (variTempo requerido para o ciclo no inseto (variáável com a vel com a 
espespéécie de cie de PlasmodiumPlasmodium e temperatura ambiental)e temperatura ambiental)
��Temp. < 16Temp. < 16ooC: pC: páára evolura evoluçção do parasita no mosquito;ão do parasita no mosquito;
��Umidade relativa acima de 60%: maior longevidade dos Umidade relativa acima de 60%: maior longevidade dos 
mosquitos;mosquitos;
��EstaEstaçções chuvosas: coleões chuvosas: coleçções de ões de ááguas e elevada umidade guas e elevada umidade 
relativa do arrelativa do ar
PROFILAXIA
Está baseada na interrupção do ciclo paludológico em um ou 
mais dos elementos essenciais da biocenose
� Tratamento do homem parasitado: gametóforo
� Combate aos vetores: formas aladas e larvárias
� Proteção do homem suscetível para evitar sua infecção
Controle e profilaxia
Fatores
genéticos
Fatores
ecológicos
Fatores
políticos Fatores
econômicos
Fatores
culturais
Fatores
educacionais
Fatores
ambientais
VetoresFatores
sociais
Controle e profilaxia
…se depois voltam para as mesmas 
condições que as fizeram adoecer?
Ciclo evolutivo de Plasmodium sp

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