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Processo Penal Foi estudado o inicio da ação penal, principalmente a elaboração da denúncia, funções do juiz e promotor e competência jurisdicional para julgamento. Paralelo a isso, há um tema muito importante à função de advogado em razão do que ele vai “brigar”, que seria a questão da PRISÃO. Prisões Processuais e Penais As penas aplicadas, por sentença condenatória pelo juiz, são de caráter definitivo quando ocorre o transito em julgado da sentença. Enquanto não há o transito em julgado de uma sentença penal condenatória, tecnicamente não há uma prisão definitiva (o individuo pode, eventualmente ser absolvido). Desde o momento em que começa uma investigação (ocorre o fato criminoso), existe um conjunto de prisões de caráter provisório e caráter definitivo. A prisão penal com sentença transitado em julgado possui caráter definitivo, porque já existe uma pena certa a ser cumprida. Mas enquanto isso não acontece as prisões que existem no curso do processo são de caráter provisório, significando que pode ser que o individuo pode não ficar definitivo. Conclusão: A prisão processual é de caráter provisório e a prisão penal com sentença transitado em julgado tem caráter definitivo. Objeto de estudo do semestre: Prisões Provisórias. Prisões Provisórias Flagrante Preventiva Temporária Parâmetro Constitucional CF art. 5: (...) LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente militar, definidos em lei; Conforme o art. 5 CF, indivíduo só poderá ser preso mediante estas hipóteses: flagrante ou ordem escrita do juiz. O flagrante não depende de ordem judicial, diferente das prisões preventiva e temporária. Na prisão temporária o fundamento do juiz é mais precário e provisório em relação à prisão preventiva, porque se trata de uma prisão para realizar a investigação (quando não há todos os elementos). Já a prisão em flagrante, conforme art. 302 CPP, pontua 4 situações consideradas flagrante: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. O termo flagrante faz referência ao calor dos acontecimentos (estado flagrancial) ou a proximidade do momento do fato. Tem a ver com a consumação do crime, se a pessoa estiver praticando ou acabou de praticar está processualmente no estado de flagrância. *A legislação não estipula prazo para o estado de flagrância, apenas determina “estar praticando” ou “acabou de praticar”, dando uma noção de proximidade/momento do fato. Ex: Se o individuo esta matando uma pessoa que está subtraindo algum bem de alguém = ele ESTÁ PRATICANDO; ou acabou de roubar uma pessoa = noção de proximidade, foi “ali”, acabou de acontecer; foi perseguido = Enquanto é perseguido permanece o estado de flagrante; foi encontrado o carro LOGO DEPOIS = O termo logo depois trata de uma proximidade ao momento do fato. Exs: 1- André é roubado em frente a faculdade, no momento passa uma viatura e informa o ocorrido e passa caraterísticas do individuo. A polícia sai em busca do individuo e o encontra em uma rua próxima, aborda e o leva para a Delegacia. Neste caso trata-se de prisão em flagrante, porque ocorreu logo depois (próximo ao momento do fato). 2- Se André é roubado, informa a polícia no momento do ocorrido, porém o individuo não é localizado logo depois e ele vai até a Delegacia. A polícia retorna em patrulhamento, depois de certo tempo encontra um individuo semelhante ao descrito por André, aborda e leva para a Delegacia (André/vítima permanece aguardando o BO). Apesar de não ter ocorrido logo depois (um pouco distante), ocorreu no mesmo período o que possibilita a prisão em flagrante - particularidade. Porém, TECNICAMENTE não seria flagrante. 24 horas prisão em flagrante: NÃO há na lei um prazo que caracteriza uma prisão em flagrante. Essas 24 horas é originária do prazo que o delegado tem entregar ao preso um documento chamado “Recibo do Preso – Nota de Culpa”, que informa a prisão do individuo pelo crime cometido (trata-se de uma formalidade). PROVA Art. 304. Apresentado o preso à autoridade competente, ouvirá esta o condutor e colherá, desde logo, sua assinatura, entregando a este cópia do termo e recibo de entrega do preso. Em seguida, procederá à oitiva das testemunhas que o acompanharem e ao interrogatório do acusado sobre a imputação que lhe é feita, colhendo, após cada oitiva suas respectivas assinaturas, lavrando, a autoridade, afinal, o auto. § 1o Resultando das respostas fundada a suspeita contra o conduzido, a autoridade mandará recolhê-lo à prisão, exceto no caso de livrar-se solto ou de prestar fiança, e prosseguirá nos atos do inquérito ou processo, se para isso for competente; se não o for, enviará os autos à autoridade que o seja. § 2o A falta de testemunhas da infração não impedirá o auto de prisão em flagrante; mas, nesse caso, com o condutor, deverão assiná-lo pelo menos duas pessoas que hajam testemunhado a apresentação do preso à autoridade. § 3o Quando o acusado se recusar a assinar, não souber ou não puder fazê-lo, o auto de prisão em flagrante será assinado por duas testemunhas, que tenham ouvido sua leitura na presença deste. § 4o Da lavratura do auto de prisão em flagrante deverá constar a informação sobre a existência de filhos, respectivas idades e se possuem alguma deficiência e o nome e o contato de eventual responsável pelos cuidados dos filhos, indicado pela pessoa presa. Toda prisão em flagrante pressupõe AUTORIA e MATERIALIDADE, porque o fato ocorre e o autor é identificado dentro de um mesmo período de tempo. Ou seja, o inquérito policial pode ser instaurado através de auto de prisão em flagrante, mas para que o flagrante seja lavrado exige que se tenha todos os elementos; caso contrário não possibilita a prisão do individuo (não há provas). No inquérito policial instaurado através de auto de prisão em flagrante, o próprio documento da prisão já é caracterizado como o “todo” do inquérito. Por isso que o inquérito, quando o indiciado é preso em flagrante, tem prazo de duração de 10 dias (porque já tem os elementos necessários). Prisão em flagrante ilegal A legalidade da prisão em flagrante baseia-se nas hipóteses do art. 302 CPP. Sendo ilegal será relaxada pela autoridade judiciária. Autoria e Materialidade como elementos da prisão em flagrante O art. 302 não menciona a necessidade de possuir autoria e materialidade, trata-se de uma interpretação/raciocínio lógico. Ex: Polícia prende individuo em flagrante por posse de drogas. A prova da autoria é a versão (palavra) dos policiais e a materialidade a droga encontrada, suficiente para lavrar o flagrante; No caso de furto em que a vítima não vê, a autoria é o momento da abordagem do individuo localizando o objeto; Em crime de latrocínio, autoria é o individuo pego no mesmo momento e a materialidade a vítima morta. Nos casos em que não foi feita a prisão em flagrante, o individuo só pode ser preso mediante autorização escrita por juiz. Ex: Marcos é roubado no dia 14/03, porém o individuo só foi localizado um dia depois; desta forma, não há possibilidade de prisão em flagrante, porque a abordagem não ocorreu logo depois o momento do fato. Se ocorrer prisão em flagrante ilegalmente, o advogado pode entrar com habeas corpus.
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