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Plasmodium sp. Glêzia Renata da Silva Lacerda Graduada em Biomedicina / ASCES Mestre em Biotecnologia Industrial/ UFPE Doutora em Ciências Biológicas/ UFPE Plasmodium sp. Protozoário Taxonomia Filo: Apicomplexa Família: Plasmodiidae Gênero: Plasmodium O QUE O Plasmodium pode causar? MALÁRIA Plasmodium sp. Existem cerca de 150 espécies de plasmódios causadores de malária, sendo que apenas 5 espécies parasitam, exclusivamente, humanos: Plasmodium falciparum Plasmodium vivax Plasmodium malariae Plasmodium ovale Plasmodium knowlesi BRASIL DOENÇA MAIS FREQUENTE E MAIS GRAVE DOENÇA MENOS FREQUENTE E MENOS GRAVE O que é Malária? Doença infecciosa potencialmente grave, sendo um problema de Saúde Pública em muitos países; É uma doença infecciosa causada por parasitas protozoários do gênero Plasmodium e transmitida por fêmeas de mosquitos do gênero Anopheles; Conhecida como paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão; É A PARASITOSE QUE MAIS CAUSA MORTES NO MUNDO. EM 2013, 198 MILHÕES DE CASOS DE MALÁRIA OCORRERAM EM TODO O MUNDO E 500 MIL PESSOAS MORRERAM. Distribuição geográfica OCORRE MAIS FREQUENTEMENTE EM REGIÕES TROPICAIS E SUBTROPICAIS Morfologia As espécies variam, individualmente, de acordo com: Tamanho, forma e aparência; Estágio de desenvolvimento; Características individuais. Ciclo Biológico PARASITO HETEROXENO CICLO ASSEXUADO: se passa em humanos (hospedeiro intermediário) Reprodução: Esquizogonia (divisão do núcleo e do citoplasma do parasito, produzindo merozoítos) Hábitat: corrente sanguínea, eritrócito e hepatócito. CICLO SEXUADO: se passa no mosquito (hospedeiro definitivo) Reprodução: Esporogonia (fecundação do macrogameta pelo microgameta, produzindo esporozoítos) Hábitat: matriz peritrófica, epitélio do intestino, hemolinfa e glândulas salivares. FORMAS EVOLUTIVAS • Esporozoíto; • Trofozoíto pré-eritrocítico; • Esquizonte; • Merozoíto; • Trofozoíto; • Esquizontes Eritrocíticos; • Gametócitos; • Oocinetos e Oocistos; Ciclo Biológico Pré-eritrocítico, Exo-eritrocítico ou Tissular Esporozoítos infectantes são inoculados pelo fêmea infectada do inseto vetor Anopheles em hospedeiros vertebrados, durante o repasto sanguíneo; Inoculação de 15 a 200 esporozoítos; Atingem a circulação em aproximadamente 1 hora e migram para os linfonodos, onde sofrem destruição ou atingem os hepatócitos, onde inicia o processo de desenvolvimento parasitário; Esporozoítos invadem hepatócitos, sofrem esquizogonia, originando esquizontes pré-eritrocíticos e, posteriormente, merozoítos que se acumulam em merossomos; Merozoítos são liberados na corrente sanguínea e invadem os eritrócitos. Ciclo Biológico Pré-eritrocítico, Exo-eritrocítico ou Tissular Ciclo Biológico Eritrocítico Merozoítos tissulares são liberados na corrente sanguínea e invadem os eritrócitos (trofozoítos imaturos trofozoítos maduros); A reprodução intraeritrocitária ocorre por esquizonia, com formação de esquizontes eritrocíticos e, posteriormente, merozoítos que invadirão novas hemácias; Após várias divisões, originam-se os gametócitos que não são mais capazes de sofrer divisões e seguem o desenvolvimento no inseto vetor; As formas eritrocíticas se nutrem da hemoglobina. Ciclo Biológico Eritrocítico Ciclo Biológico Esporogônico A fêmea do mosquito Anopheles ingere as formas eritrocíticas do parasito, mas apenas os gametócitos são capazes de se desenvolver no inseto; No intestino do inseto, os gametócitos se transformam em gametas extracelulares: Gametócito feminino macrogameta Gametócito masculino 8 microgametas Ocorre fecundação, o zigoto transforma-se em oocineto, o qual se encista e forma o oocisto; Inicia o processo de esporogonia e, após alguns dias, o oocisto libera vários esporozoítos que se disseminarão pelo corpo do inseto. Ciclo Biológico Esporogônico Ciclo Biológico Esporogônico ESPOROZOÍTOS ATINGEM A GLÂNDULA SALIVAR DO INSETO, ATRAVÉS DA HEMOLINFA E INICIAM UM NOVO CICLO AO INJETAREM ESTAS FORMAS INFECTANTES JUNTO COM A SALIVA, DURANTE O REPASTO SANGUÍNEO FORMAS EVOLUTIVAS • Esporozoíto; • Trofozoíto pré-eritrocítico; • Esquizonte; • Merozoíto; • Trofozoíto; • Esquizontes Eritrocíticos; • Gametócitos; • Oocinetos e Oocistos; Formas evolutivas Esporozoíto É a forma infectante, presente nas glândulas salivares do mosquito; São móveis, apesar de não possuírem cílios ou flagelos; Possui extremidades afiladas, com complexo apical ou aparelho de penetração na extremidade anterior; Mede cerca de 11 µm (C) / 1 µm (L); Apresenta uma membrana externa simples e uma membrana interna dupla, fenestrada e incompleta, principalmente na extremidade anterior. Formas evolutivas Trofozoíto pré-eritrocítico Após a penetração do esporozoíto no hepatócito, ocorre a perda das organelas do complexo apical e o parasita torna-se arredondado trofozoíto; Após sucessivas divisões celulares, origina o esquizonte tissular; Seu tamanho varia entre 30 a 70 µm, provocando aumento dos hepatócitos infectados; Em geral, forma acima de 10.000 parasitos. Formas evolutivas Esporozoíto e Trofozoítos pré- eritrocítico Após atravessar vários hepatócitos, o esporozoíto para em um, se desenvolve e replica dentro de um vacúolo parasitóforo bem delineado. O parasita sofre então um processo conhecido como esquizogonia (o núcleo divide-se sem divisão da membrana), dando origem a uma estrutura conhecida como ESQUIZONTE ou CRIPTOZOÍTO. Formas evolutivas Merozoíto São células similares e capazes de invadir apenas hemácias; Estruturalmente, assemelham-se aos esporozoítos, mas são menores e mais arredondados; Medem 1 a 5 µm (C) / 2 µm (L); A membrana externa possui três camadas; Pode ter origem tissular ou sanguínea. Formas evolutivas Merozoíto MOLÉCULAS DA SUPERFÍCIE DA HEMÁCIA SERVEM DE RECEPTORES PARA LIGANTES PRESENTES NO MEROZOÍTO Formas evolutivas Trofozoíto pré-eritrocítico e Merozoíto O trofozoíto pré-eritrocítico dá origem a inúmeros merozoítos; A etapa final envolve a liberação dos merozoítos na corrente sanguínea pela formação de vesículas cheias de merozoítos (merossomos), que “brotam” do hepatócito para o lúmen do capilar. Formas evolutivas Trofozoíto Maduro É a forma encontrada dentro do eritrócito após 10-18 horas de infecção; Digere a hemoglobina da hemácia dentro do vacúolo alimentar; Trofozoíto maduro: inicia a expressão de proteínas capazes de localizar-se na superfície da hemácia. TROFOZOÍTOS TAMBÉM PODE SOFRER ESQUIZOGONIA, ORIGINANDO VÁRIOS ESQUIZONTES ERITROCÍTICOS E MEROZOÍTOS QUE INVADIRÃO NOVAS HEMÁCIAS Formas evolutivas Esquizontes Eritrocíticos Raros no sangue periférico Possuem 2 a 24 merozoítos Ocupam 2/3 do glóbulo vermelho Formas evolutivas Gametócitos (Microgameta e Macrogameta) Microgameta: Célula sexuada masculina, encontrada dentro das hemácias; Sofre exflagelação; Mede de 20 a 25 µm (C); Apresenta forma arredondada ou alongada. APÓS ALGUMAS GERAÇÕES DE MEROZOÍTOS SANGUÍNEOS, OCORRE A DIFERENCIAÇÃO EM GAMETÓCITOSFormas evolutivas Gametócitos (Microgameta e Macrogameta) Macrogameta: Célula sexuada feminina, encontrada dentro das hemácias; Apresenta uma estrutura proeminente na superfície, onde ocorre a penetração do microgameta (fecundação). APÓS ALGUMAS GERAÇÕES DE MEROZOÍTOS SANGUÍNEOS, OCORRE A DIFERENCIAÇÃO EM GAMETÓCITOS Formas evolutivas Oocineto e Oocisto Oocineto: O zigoto estica-se formando o oocineto (zigoto móvel); Forma alongada, móvel, presente entre a luz e a parede do intestino do mosquito; Mede entre 10 e 20 µm, contendo núcleo volumoso e excêntrico. APÓS A FECUNDAÇÃO, OCORRE A FORMAÇÃO DO OVO OU ZIGOTO Formas evolutivas Oocineto e Oocisto Oocisto: O oocineto transforma-se em oocisto ao envolver-se por uma grossa cápsula (zigoto encistado); Estrutura esférica de 40 a 80 µm; Mantém-se aderido à parede do intestino do mosquito, dando origem a 1.000 esporozoítos em média. APÓS A FECUNDAÇÃO, OCORRE A FORMAÇÃO DO OVO OU ZIGOTO Transmissão natural Inoculação de esporozoítos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles Transmissão Acidental Congênita; Transfusão sanguínea; Contaminação de seringas; Acidentes de laboratório. Patogenia As diferentes formas clínicas da doença baseiam-se na interação dos seguintes fenômenos: Destruição das hemácias parasitadas (anemia e hipóxia); Toxicidade resultante da liberação de citocinas (febre e mal-estar); Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar (P. falciparum); Lesão capilar por deposição de imunocomplexos (P. malariae). APENAS O CICLO ERITROCÍTICO É RESPONSÁVEL PELAS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E PATOLOGIA DA MALÁRIA. PORTANTO, A PASSAGEM DO PARASITO PELO FÍGADO NÃO É PATOGÊNICA E NÃO DETERMINA SINTOMAS. Período de Incubação Varia de acordo com a espécie de Plasmodium Plasmodium falciparum Febre Terçã maligna 12 dias (9 a 14 dias de incubação) Plasmodium vivax Febre Terçã benigna 14 dias (12 a 17 dias de incubação) Plasmodium malariae Febre quartã 30 dias (18 a 40 dias de incubação) Sintomatologia Inicialmente caracteriza-se por mal-estar, cefaleia, cansaço e mialgia. SINTOMAS COMUNS A OUTRAS INFECÇÕES ATAQUE PAROXÍSTICO OU ACESSO MALÁRICO Coincide com o final da esquizogonia Ruptura das hemácias Calafrio, sudorese (15-60 min) Febre de até 41°C Após 2-6 h ocorre fraqueza intensa e os sintomas vão desaparecendo 1ª fase 2ª fase 3ª fase Sintomatologia Malária Grave e Complicada Malária Grave e Complicada Malária Grave e Complicada Formas clínicas MALÁRIA CEREBRAL: gravíssima. Dificilmente ocorre em áreas endêmicas. Ocorre em 2% dos pacientes infectados por Plasmodium falciparum. Sintomas: Perda da consciência, sonolência, convulsões, e evolução final ao como. ANEMIA GRAVE: anemia. INSUFICIÊNCIA RENAL: redução do volume urinário e aumento da ureia e creatinina plasmáticas. EDEMA PULMONAR AGUDO: hiperventilação e hipertermia, baixa oxigenação sanguínea e febre alta. Diagnóstico Clínico Presença de sintomas sugestivos da malária; História epidemiológica de residência ou procedência de área endêmica; Informações sobre transfusão de sangue, compartilhamento de agulhas em usuários de drogas injetáveis, transplante de órgãos podem sugerir a possibilidade de malária induzida. Diagnóstico Parasitológico Sangue colhido sem anticoagulante para melhor fixação em lâmina; Esfregaço sanguíneo delgado e espesso corado pelo Giemsa; Esfregaço sanguíneo espesso é mais eficiente para detecção da infecção. Esfregaço delgado é mais eficiente para diferenciação morfológica das espécies. O exame parasitológico é feito através da pesquisa do parasito no sangue periférico Diagnóstico Parasitológico GOTA ESPESSA ESFREGAÇO SANGUÍNEO Diagnóstico Parasitológico – Gota espessa Análise de 100 campos microscópicos ½ + = 40 a 60 parasitos por 100 campos + = 1 parasito por campo ++ = 2 a 20 parasitos por campo +++ = 21 a 200 parasitos por campo ++++ = + de 200 parasitos por campo Diagnóstico Parasitológico Diagnóstico Imunocromatográfico Teste rápido que utiliza anticorpos dirigidos contra proteínas presentes no Plasmodium falciparum; Diferencia P. falciparum de outras espécies identificadas como não P. falciparum. Profilaxia Evitar o contato do mosquito, principalmente em áreas de risco após o entardecer e logo ao amanhecer do dia; Telar portas e janelas; Uso de mosquiteiro; Uso de repelentes em áreas expostas do corpo; Controlar a proliferação dos mosquitos com inseticidas e drenagem de água parada onde eles depositam os seus ovos; Combate aos mosquitos adultos (inseticidas nas paredes domiciliares ou nebulização em peridomicílio); Tratamento dos indivíduos que apresentam a doença, principalmente pacientes assintomáticos, para evitar a proliferação da malária. Tratamento Visa a interrupção da esquizonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestações clínicas da doença. Tratamento O Ministério da Saúde distribui gratuitamente os medicamentos antimaláricos; Não são vendidos em farmácias!! Vacinação É a primeira vacina a chegar na fase III de ensaios clínicos (estágio final antes da comercialização) e a ser avaliada por instituições; Especialistas da OMS recomendaram, em outubro de 2015, a realização de testes-piloto em zonas da África subsaariana da vacina contra a malária antes de contemplar um uso mais amplo; 1ª dose administrada em crianças entre 5 e 17 meses de idade para observação do efeito protetor; Imunização composta por 4 doses da vacina proteção parcial Mosquirix, ou vacina RTS, fabricado pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK) é a 1ª vacina contra P. falciparum.
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