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Caso da Ford

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Ford Motor Company é uma fabricante de automóveis multinacional estadunidense sediada em Dearborn, Michigan, um subúrbio de Detroit. Foi fundada por Henry Ford e incorporada em 16 de junho de 1903.
Embora a Ford Motor Company fosse a segunda maior corporação industrial do mundo, com operações permanentes em 200 países, a indústria automobilística se apresentava mais competitiva desde os anos 70, as três principais montadoras americanas (General Motors, Ford e Chrysler) estavam perdendo seu mercado doméstico para montadoras estrangeiras como Toyota e a Honda. Nesse cenário e com o surgimento de novas tecnologias de informação, o comitê executivo da Ford começou a debater como estruturar a sua cadeia de suprimentos e a forma de integrar seus fornecedores, visando reduzir seu capital operacional, estoques desnecessários, globalizar processos e produtos e reduzir o tempo entre o pedido e a entrega do produto junto ao cliente.
Até a tomada de decisão da restruturação da sua cadeia de suprimentos, a Ford trabalhava com o modelo tradicional incluindo entre a fábrica e seus clientes, uma etapa no processo através de seus canais de distribuições e revendas diretas ao cliente.
Em 1995 a Ford iniciou um plano de restruturação chamado Ford 2000, com o objetivo de fazer a fusão das suas operações em uma única estrutura global e reduzir drasticamente seus custos através da reengenharia de seus processos e globalização das suas organizações.
Importantes projetos de reengenharia foram iniciados nos principais processos da empresa, tais como Do Pedido à Entrega (OTD – Order-to-Delivery) e Sistema de Produção Ford (FPS – Ford Production System), com metas tais como reduzir o tempo de OTD de mais de 60 para menos de 15 dias.
A empresa passou a utilizar a tecnologia para superar as diferenças geográficas entre suas estruturas para permitir que equipes multidisciplinares localizadas em diferentes países, trabalhasse nos projetos de reengenharia como se estivessem no mesmo prédio. O elo entre o sucesso da reengenharia e os grupos de TI da companhia foram explicitados na reestruturação do Ford 2000 – a TI foi colocada no âmbito do departamento de reengenharia de processo.
A Ford passou a trabalhar de forma integrada com um primeiro nível de fornecedores capazes de fornecer subsistemas completos para a montagem dos veículos e estes fornecedores seriam responsáveis por gerenciar um segundo nível de fornecedores que trabalhariam nos componentes.
A Ford adotou uma cadeia de suprimentos com grandes fornecedores em um primeiro nível produzindo os subsistemas para a montagem dos carros e um segundo nível de fornecedores responsável pela produção dos componentes e sendo gerenciados não mais pela montadora mas pelos fornecedores de primeiro nível.
A Ford tornou sua expertise disponível para auxiliar os fornecedores na melhoria de suas operações através de uma gama de técnicas, entre as quais estoques Just-in-Time (JIT), Gerência de Qualidade Total (TQM – Total Quality Management) e Controle Estatístico de Processos (SPC – Statistical Process Control).
A Ford compreendeu a importância da informação e da tecnologia da informação em uma cadeia de suprimento. Entendendo que é essencial para o bom funcionamento da companhia, pois auxilia na boa tomada de decisão, em sua cadeia, pois fornece uma visão ampla necessária para tomada de decisões adequadas. A TI oferece as ferramentas para reunir essa informação e analisá-la, a fim de tomar as melhores decisões na cadeia de suprimentos. 
O novo enfoque global da Ford exigia o uso de tecnologia para superar restrições em geral impostas pela geografia sobre o fluxo de informações. Equipes de diferentes continentes precisavam ser capazes de trabalhar em conjunto como se estivessem no mesmo prédio. Além disso, em praticamente todos os projetos de reengenharia, a tecnologia da informação havia surgindo como um elemento qualificador critico. O elo entre o sucesso da reengenharia e os grupos de TI da companhia foram explicitados na restruturação da Ford 2000. A Tecnologia da informação foi colocada no âmbito do departamento de reengenharia de processo. Na área de cadeia de suprimentos, havia a concordância geral que a TI também pode ser utilizada para melhorar de forma significativa o fluxo de materiais e reduzir estoques, substituir estoques por informação.
A tecnologia da informação é compreendida como envolvendo “todos os aspectos de computadores (hardware e software), sistemas de informação, telecomunicação e automação de escritórios” (PALVIA, 1997).Com isso a TI tem afetado a competição ao alterar a estrutura do setor, criar novos negócios e proporcionar vantagens competitivas. De acordo com Porter e Millar (1985), a TI permeia toda a cadeia de valor e também o sistema de valor, impactando processos, estruturas e até mesmo produtos. Segundo Monteiro e Bezerra (2003), as empresas estão recorrendo à aplicação de TI nas cadeias de suprimento visando à obtenção de vantagem competitiva e automatização dos processos produtivos. Já Bowersox e Closs (1999) citam que os gestores envolvidos na cadeia de suprimentos veem a TI como a principal fonte de melhorias na produtividade e na capacidade competitiva. Esses autores defendem que a TI é empregada diferentemente de outros recursos já que possibilita um aumento de velocidade de transmissão e de capacidade de dados e simultaneamente reduz custos. Para Chandrashekar e Schary (1999), a TI está proporcionando a virtualidade das relações no âmbito da gestão da cadeia de suprimentos. A SCM virtualizada é mais do que apenas ligações eletrônicas entre elos da cadeia.
Ela representa configurações e estruturas organizacionais orientadas para este relacionamento eletrônico, o que facilita o efetivo e eficiente fluxo de bens e informações. Isto resulta em maior flexibilidade e capacidade de adaptação da organização e da própria cadeia ao ambiente de negócios. A virtualização da SCM pode representar uma oportunidade de inovação ou também uma ameaça à vitalidade da organização à medida que aumentam os riscos e as dificuldades de coordenação entre os parceiros da cadeia (CHESBROUGH; TEECE, 1996). Outro efeito destacado por Chandrashekar e Schary (1999) é a própria inversão do fluxo e configuração de recursos, passando do tradicional sistema de “empurrar” a produção ao mercado para, efetivamente, responder de forma dinâmica às demandas e necessidades dos clientes. Isto somente é possível pelo aumento da velocidade e flexibilidade proporcionada pelo uso da TI. Os sistemas de Estoques Administrados pelo Fornecedor (do inglês, Vendor-managed Inventory) permitem que os fornecedores gerenciem os estoques dos distribuidores, permitindo a aproximação de toda a cadeia com o mercado consumidor final. 
No entanto a introdução da TI na operação dos negócios está mudando drasticamente a maneira como as cadeias de suprimento operam. Conforme Boyson, Corsi e Verbraeck (2003), a TI pode ajudar a superar os problemas que afetam as cadeias de suprimento. O autor aponta o EDI (do inglês Electronic Data Interchange) como um exemplo de TI que possibilita a redução de erros e o aumento da eficiência dos processos de trabalho. Os principais problemas enfrentados pelas cadeias de suprimento e que são foco na implantação de tecnologia são níveis de inventário inadequados, ordens de entrega e recebimento não cumpridas e problemas na transmissão de informações. Tecnologias como o EDI, WMS (do inglês, Warehouse Management System), rastreamento de frotas, códigos de barra, entre outras, estão sendo utilizadas para que seja possível o processamento de mais informação, de maneira mais precisa, com maior freqüência e de uma quantidade maior de fontes dispersas geograficamente. A tecnologia da informação torna possível a publicação, armazenamento e utilização dessa crescente abundância de informações por intermédio de sofisticados sistemas de análise, modelagem e apoio à decisão (BOYSON; CORSI; VERBRAECK, 2003).
Comisto, o uso a tecnologia da informação se tornou um fator preponderante no sucesso da cadeia de suprimentos, porém deve haver uma troca de informação consistente entre os parceiros e se algum fornecedor não possuir tecnologia adequada a cadeia poderá ter problemas, portanto a troca de informações, o desenvolvimento de parcerias tanto em produtos quanto em tecnologia é fundamental para que a informação flua na cadeia a jusante ou a montante e que os dados importantes cheguem ao destino em tempo hábil de serem totalmente aproveitados, assim a cadeia de suprimentos torna-se proativa na tomada de decisões.

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