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10/03/2015 1 Tricomoníase Profa. Danielly Cantarelli Parasitologia Básica em Enfermagem Trichomonas Classificação taxonômica (Levine,1980) Protista REINO: SUB-REINO: Protozoa FILO: Sarcomastigophora Microspora Ciliophora Apicomplexa SUB-FILO: Mastigophora Sarcodina Kinetofragminophorea CLASSE: ORDEM: FAMÍLIA: Zoomastigophorea Trichomonadida Trichomonadidae GÊNERO: ESPÉCIE: tenax fecalis suis foetus gallinae Trichomonas vaginalis Trichomonas hominis vaginalis 10/03/2015 2 • Célula polimorfa: elipsóides, ovais ou esféricas (9,7 µm /7µm); • 4 Flagelos anteriores livres + Mem. ondulante (fixa); • Axóstilo = estrutura rígida em toda célula (microtúbulos) • Corpo parabasal (fibras parabasais) e complexo de golgi ; FA= flagelo anterior livre; MO = membrana ondulante; CP= corpo parabasal e aparato de Golgi; CO=costa; N= núcleo;FP=f ilamento parabasal; AX= axóstilo; H= hidrogenossomos • Pseudópodes: captura de alimentos e fixação; • Habitat: trato geniturinário do homem e da mulher; • Adaptado ao parasitismo monoxênico; • Multiplicação: divisão binária longitudinal; • Não possui forma cística, somente a trofozoítica; 10/03/2015 3 Organismo anaeróbio facultativo Fontes de energia: glicose, frutose, maltose, glicogênio ou amido. Enzimas glicolíticas no citosol: carboidratos em ácido pirúvico. Organelas: Hidrogenossomos: Piruvato ferredoxina-oxidorredutase (piruvato em acetato=ATP+H2) - Forma radicais livres citotóxicos durante a redução da droga Crescimento: Ausência de O2 ; pH: 5 - 7,5; Temperatura: 20 - 40°C. FA= flagelo anterior livre; MO = membrana ondulante; CP= corpo parabasal e aparato de Golgi; CO=costa; N= núcleo;FP=f ilamento parabasal; AX= axóstilo; H= hidrogenossomos membrana ondulante pelta axóstilo hidrogenossomos flagelos anteriores costa 10/03/2015 4 T.Vaginalis em meio de cultura T.Vaginalis com morfologia amebóide aderido a cels epiteliais Trichomonas vaginalis •Tricomoníase doença venérea; é uma • Sintomas = 3 a 20 dias •Homem sadio + Mulher infectada: trofozoítos sobrevivem por mais de 1 semana sob o prepúcio • Homem→ Ejaculação: T.Vaginalis na mucosa da uretra: do esperma à vagina; • Transmissão não-sexual: raro! • Tricomoníase neonatal em meninas no parto. = estágio infectivo = estágio diagnóstico CICLO VITAL Multiplicação por divisão binária longitudinal Trofozoíta na vagina ou meato uretral Trofozoíta na secreção vagina, prostática e na urina 10/03/2015 5 • Infecta o epitélio do trato genital: exocérvice (mulheres), uretra (homens) • Associado à transmissão do HIV T.vaginalis + vírus HIV Resposta inflamatória MC, LT CD4 (Cels alvo do HIV) Pontos hemorrágicos na mucosa + vírus HIV 24% das infecções por HIV estejam diretamente relacionados a infecções por T.vaginalis (Mundodi et al., 2004) PATOLOGIA PATOLOGIA • Transmissão do HIV Indução de uma agressiva resposta imune celular local com inflamação do epitélio vaginal e exocérvice em mulheres e da uretra em homem → Grande infiltração de linfócitos T CD4+ e macrófagos; T. vaginalis causa pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo acessso do vírus a corrente sanguínea (probabilidade 8x ↑ de exposição e transmissão); Aumento da carga viral na secreção uretral em homens; Aumento na secreção de citocinas (IL-1, 6, 8 e 10) que aumentam a susceptibilidade ao HIV T. vaginalis é capaz de degradar o inibidor de protease leucocitária secretória (produto que bloqueia o ataque do HIV às células 10/03/2015 6 PATOLOGIA • Problemas relacionados com a gravidez Ruptura prematura da membrana, parto prematuro, baixo peso de recém-nascido, endometrite pós parto, natimorto e morte neonatal. • Problemas relacionados com a fertilidade Risco de infertilidade 2x maior – Resposta inflamatória destrói a estrutura tubária e danifica as células ciliadas da mucosa tubária. PATOGENIA • Infecta o epitélio do trato genital: exocérvice (mulheres), uretra (homens) Adere-se às células epiteliais através de adesinas depois de liberar proteases que digerem a mucina e imunoglobulinas locais; Aumento do pH vaginal, redução de Lactobacillus acidophilus e aumento na propagação de bactérias anaeróbias. T.vaginalis x hospedeiro FATORES DE VIRULÊNCIA 1Adesinas, 2Cisteína-proteinases, Integrinas, Cell-detaching factor (CDF), Glicosidades. 1 Proteínas: adesão ao epitélio 2 Citotóxica, hemolítica, degrada complemento e Igs (IgG, IgM e IgA –mucosa) Níveis de Ca+2 e Fe+3 do hospedeiro: Fator que modula a expressão gênica para Cisteína-proteinases e Adesinas Aumenta atividade das enzimas hidrogenossomais 10/03/2015 7 PATOGENIA Exacerbação de sintomas no período menstrual Queda de estrógenos Disponilibilidade de nutrientes – eritrócitos (ferro, lipídeos e nucleotídeos) Resistência de T.vaginalis ao complemento (Induz expressão de proteinases que degradam C3) Trichomonas vaginalis PATOGENIA Mecanismo da fagocitose – T.vaginalis + eritrócito Após 90 minutos Trichomonas vaginalis 10/03/2015 8 PATOGENIA Mecanismo da fagocitose – T.vaginalis + eritrócito Eritrócito internalizado pelo T.vaginalis e rompido Trichomonas vaginalis Na mulher • Varia da forma assintomática ao estado agudo; • Período de incubação varia de 3 a 20 dias; • Ataque do exocérvice (comum) e do endocérvice (raro); • Corrimento vaginal abundante, fluido, bolhoso, amarelo- esverdeado, odor fétido, mais comum no período pós-menstrual; • Prurido ou irritação vaginal e/ou dor no baixo ventre ou dispareunia; • Disúria e polaciúria; • Favorece a doença inflamatória pélvica: múltiplas infecções = infertilidade!! • Risco de CA cervical Sinais e sintomas 10/03/2015 9 Na mulher Vulvovaginite difusa: leucorréia em excesso, exteriorando-se na vulva; Aspecto bolhoso Sinais e sintomas TRICOMONÍASE VAGINAL Erosão e pontos hemorrágicos na parece cervical → colpitis macularis Vaginite granular 10/03/2015 10 No homem • Assintomática (maioria das vezes); • Baixa taxa de prevalência: 50-60% menor que na mulher Secreção prostática, eliminação durante micção. • Leve prurido uretral, hiperemia do meato uretral; • Desconforto ao urinar; • Uretrite com fluxo leitoso -gôta matinal; • Complicações: prostatite, balanopostite, cistite e epididimite. Sinais e sintomas Epidemiologia da tricomoníase • DST não-viral mais comum • 170 milhões de novos casos no mundo/ano • Homens são portadores (maioria assintomático) e disseminadores do parasita • Cerca de 25 a 50% das mulheres positivas são assintomáticas Algumas condições de sobrevivência do T.vaginalis - 3h na urina coletada - 6h na secreção vaginal e sêmem ejaculado - 2h na água (40°C) (Obs. Sobrevive em água tratada de piscinas) - 24h na toalha molhada (35°C). 10/03/2015 11 Epidemiologia da tricomoníase 3 milhões de mulheres por ano contraem tricomoníase nos EUA Doença sexualmente transmissível Incidência maior parceiros múltiplos, grupos com outras DST Checar presença de Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, HIV T. vaginalis é detectado em 66 a 100 % das parceiras femininas de homens infectados e 20 a 30% dos parceiros masculinos de mulheres infectadas Transmissão não venérea ocasional– fômites Transmissão no canal de parto: 2–17 % das recém-nascidas Tricomoníase genital é rara antes da puberdade Checar possibilidade de abuso sexual DIAGNÓSTICO Homem Mulher 1. CLÍNICO: insuficiente! 2. LABORATORIAL: COLHEITA + EXAME DIRETO A FRESCO OU APÓS CULTIVO Colheita pela manhã, sem urinar Amostra: material uretral Parasito mais facilmente encontrado no sêmen do que na urina Amostra pode ser obtida pós-masturbação Colheita pós 18-24h sem higiene vaginal Parasito mais abundante no período pós-menstrual. IMUNOLÓGICO Aglutinação, imunofluorescência e ELISA, Não substitui exames parasitológicos, Útil em pacientes assintomáticos 10/03/2015 12 Sumário de urina – T.vaginalis 10/03/2015 13 PROFILAXIA • Prática do sexo seguro • Uso de preservativos • Abstinência de contato sexual com pacientes infectados • Tratamento simultâneo para parceiros sexuais. TRATAMENTO Derivados nitroimidazólicos Metronidazol, tinidazol, ornidazol, nimorazol, secnidazol, carnidazol Formação de radicais citotóxicos Age no DNA do parasito Inibe e inativa o DNA: bloqueio de síntese enzimática Morte do parasito Últimos anos: resistência genética ao tratamento (Quon et al., 1994) Gestantes não devem fazer uso desses medicamentos por via oral, somente pela aplicação de cremes, geléias, etc. 10/03/2015 14 Vacinoterapia é uma nova tentativa de tratamento da tricomonóase. Cepas selecionadas de Lactobacillus acidophillus são comercializadas como vacina sob o nome de Solco-trichovac e Gynatren. A média de cura, segundo alguns autores, depois de três a quatro doses da vacina, se aproxima a dos nitroimidazóis.
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