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Aula 2 Tricomoníase

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Tricomoníase 
Profa. Danielly Cantarelli 
Parasitologia Básica em Enfermagem 
Trichomonas 
Classificação taxonômica (Levine,1980) 
Protista REINO: 
SUB-REINO: Protozoa 
FILO: Sarcomastigophora Microspora Ciliophora Apicomplexa 
SUB-FILO: Mastigophora Sarcodina Kinetofragminophorea 
CLASSE: 
ORDEM: 
FAMÍLIA: 
Zoomastigophorea 
Trichomonadida 
Trichomonadidae 
GÊNERO: 
ESPÉCIE: tenax fecalis suis foetus gallinae 
Trichomonas vaginalis 
Trichomonas 
hominis vaginalis 
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• Célula polimorfa: elipsóides, ovais ou 
esféricas (9,7 µm /7µm); 
 
• 4 Flagelos anteriores livres + 
Mem. ondulante (fixa); 
 
• Axóstilo = estrutura rígida em 
toda célula (microtúbulos) 
 
• Corpo parabasal (fibras parabasais) e 
complexo de golgi ; 
FA= flagelo anterior livre; MO = membrana ondulante; CP= corpo parabasal e aparato de Golgi; CO=costa; N= núcleo;FP=f ilamento 
parabasal; AX= axóstilo; H= hidrogenossomos 
• Pseudópodes: captura de alimentos e 
fixação; 
 
• Habitat: trato geniturinário do homem e 
da mulher; 
 
• Adaptado ao parasitismo monoxênico; 
 
• Multiplicação: divisão binária 
longitudinal; 
 
• Não possui forma cística, somente a 
trofozoítica; 
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Organismo anaeróbio facultativo 
 
Fontes de energia: 
glicose, frutose, maltose, glicogênio ou amido. 
Enzimas glicolíticas no citosol: 
carboidratos em ácido pirúvico. 
Organelas: Hidrogenossomos: 
Piruvato ferredoxina-oxidorredutase 
(piruvato em acetato=ATP+H2) 
- Forma radicais livres citotóxicos durante a 
redução da droga 
Crescimento: 
Ausência de O2 ; pH: 5 - 7,5; 
Temperatura: 20 - 40°C. 
FA= flagelo anterior livre; MO = membrana ondulante; CP= corpo parabasal e aparato de Golgi; CO=costa; N= núcleo;FP=f ilamento 
parabasal; AX= axóstilo; H= hidrogenossomos 
membrana 
ondulante 
pelta 
axóstilo 
hidrogenossomos 
flagelos 
anteriores 
costa 
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T.Vaginalis em meio de cultura T.Vaginalis com morfologia 
amebóide aderido a cels 
epiteliais 
Trichomonas vaginalis •Tricomoníase 
doença venérea; 
é uma 
• Sintomas = 3 a 20 dias 
•Homem sadio + Mulher 
infectada: 
trofozoítos sobrevivem por 
mais de 1 semana sob o 
prepúcio 
• Homem→ Ejaculação: 
T.Vaginalis na mucosa da 
uretra: do esperma à vagina; 
• Transmissão não-sexual: 
raro! 
 
• Tricomoníase neonatal 
em meninas no parto. 
= estágio infectivo 
= estágio diagnóstico 
CICLO VITAL 
Multiplicação por divisão 
binária longitudinal 
Trofozoíta na 
vagina ou meato 
uretral 
Trofozoíta na 
secreção vagina, 
prostática e na urina 
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• Infecta o epitélio do trato genital: 
exocérvice (mulheres), uretra (homens) 
 
• Associado à transmissão do HIV 
 
T.vaginalis 
+ vírus HIV 
Resposta inflamatória 
MC, LT CD4 
(Cels alvo do HIV) 
Pontos hemorrágicos 
na mucosa 
+ vírus HIV 
24% das infecções por HIV estejam diretamente relacionados a 
infecções por T.vaginalis (Mundodi et al., 2004) 
PATOLOGIA PATOLOGIA 
 
• Transmissão do HIV 
Indução de uma agressiva resposta imune celular local com inflamação 
do epitélio vaginal e exocérvice em mulheres e da uretra em homem → 
Grande infiltração de linfócitos T CD4+ e macrófagos; 
T. vaginalis causa pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo acessso 
do vírus a corrente sanguínea (probabilidade 8x ↑ de exposição e 
transmissão); 
Aumento da carga viral na secreção uretral em homens; 
Aumento na secreção de citocinas (IL-1, 6, 8 e 10) que aumentam a 
susceptibilidade ao HIV 
T. vaginalis é capaz de degradar o inibidor de protease leucocitária 
secretória (produto que bloqueia o ataque do HIV às células 
 
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PATOLOGIA 
 
 
• Problemas relacionados com a gravidez 
Ruptura prematura da membrana, parto 
prematuro, baixo peso de recém-nascido, 
endometrite pós parto, natimorto e morte 
neonatal. 
 
• Problemas relacionados com a fertilidade 
Risco de infertilidade 2x maior – Resposta 
inflamatória destrói a estrutura tubária e danifica 
as células ciliadas da mucosa tubária. 
 
 
PATOGENIA 
• Infecta o epitélio do trato genital: exocérvice (mulheres), uretra (homens) 
Adere-se às células epiteliais através de adesinas depois de liberar proteases 
que digerem a mucina e imunoglobulinas locais; 
Aumento do pH vaginal, redução de Lactobacillus acidophilus e aumento na 
propagação de bactérias anaeróbias. 
T.vaginalis x hospedeiro 
FATORES DE VIRULÊNCIA 
1Adesinas, 2Cisteína-proteinases, Integrinas, 
Cell-detaching factor (CDF), Glicosidades. 
 
1 Proteínas: adesão ao epitélio 
2 Citotóxica, hemolítica, degrada complemento e Igs (IgG, IgM e IgA –mucosa) 
 
Níveis de Ca+2 e Fe+3 do hospedeiro: 
Fator que modula a expressão gênica para Cisteína-proteinases e Adesinas 
Aumenta atividade das enzimas hidrogenossomais 
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PATOGENIA 
Exacerbação de sintomas no período 
menstrual 
Queda de estrógenos 
Disponilibilidade de nutrientes – eritrócitos (ferro, lipídeos e 
nucleotídeos) 
Resistência de T.vaginalis ao complemento (Induz 
expressão de proteinases que degradam C3) 
Trichomonas vaginalis PATOGENIA 
Mecanismo da fagocitose – T.vaginalis + eritrócito 
Após 90 minutos 
Trichomonas vaginalis 
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PATOGENIA 
Mecanismo da fagocitose – T.vaginalis + eritrócito 
Eritrócito 
internalizado pelo 
T.vaginalis e 
rompido 
Trichomonas vaginalis 
Na mulher 
• Varia da forma assintomática ao estado agudo; 
• Período de incubação varia de 3 a 20 dias; 
• Ataque do exocérvice (comum) e do endocérvice (raro); 
• Corrimento vaginal abundante, fluido, bolhoso, amarelo- 
esverdeado, odor fétido, mais comum no período pós-menstrual; 
• Prurido ou irritação vaginal e/ou dor no baixo ventre ou dispareunia; 
• Disúria e polaciúria; 
• Favorece a doença inflamatória pélvica: múltiplas infecções = infertilidade!! 
• Risco de CA cervical 
Sinais e sintomas 
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Na mulher 
Vulvovaginite difusa: leucorréia em excesso, exteriorando-se na vulva; 
Aspecto bolhoso 
Sinais e sintomas 
TRICOMONÍASE 
VAGINAL 
 
Erosão e pontos hemorrágicos na parece 
cervical → colpitis macularis 
Vaginite granular 
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No homem 
• Assintomática (maioria das vezes); 
• Baixa taxa de prevalência: 50-60% menor que na mulher 
 Secreção prostática, eliminação durante micção. 
• Leve prurido uretral, hiperemia do meato uretral; 
• Desconforto ao urinar; 
• Uretrite com fluxo leitoso -gôta matinal; 
• Complicações: prostatite, balanopostite, cistite e epididimite. 
Sinais e sintomas 
Epidemiologia da tricomoníase 
 
• DST não-viral mais comum 
• 170 milhões de novos casos no mundo/ano 
• Homens são portadores (maioria assintomático) e disseminadores do 
parasita 
• Cerca de 25 a 50% das mulheres positivas são assintomáticas 
 
Algumas condições de sobrevivência do T.vaginalis 
- 3h na urina coletada 
- 6h na secreção vaginal e sêmem ejaculado 
- 2h na água (40°C) (Obs. Sobrevive em água tratada de piscinas) 
- 24h na toalha molhada (35°C). 
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Epidemiologia da tricomoníase 
 
 3 milhões de mulheres por ano contraem tricomoníase nos EUA 
 Doença sexualmente transmissível 
 Incidência maior parceiros múltiplos, grupos com outras DST 
 Checar presença de Neisseria gonorrhoeae, Chlamydia trachomatis, HIV 
 T. vaginalis é detectado em 
 66 a 100 % das parceiras femininas de homens infectados e 
 20 a 30% dos parceiros masculinos de mulheres infectadas 
 Transmissão não venérea ocasional– fômites 
 Transmissão no canal de parto: 2–17 % das recém-nascidas 
 Tricomoníase genital é rara antes da puberdade 
 Checar possibilidade de abuso sexual 
DIAGNÓSTICO 
Homem 
Mulher 
1. CLÍNICO: insuficiente! 
 
2. LABORATORIAL: COLHEITA + EXAME DIRETO A FRESCO OU APÓS CULTIVO 
Colheita pela manhã, sem urinar 
Amostra: material uretral 
Parasito mais facilmente encontrado no sêmen do que na urina 
Amostra pode ser obtida pós-masturbação 
Colheita pós 18-24h sem higiene vaginal 
Parasito mais abundante no período pós-menstrual. 
IMUNOLÓGICO Aglutinação, imunofluorescência e ELISA, 
Não substitui exames parasitológicos, 
Útil em pacientes assintomáticos 
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Sumário de urina – T.vaginalis 
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PROFILAXIA 
• Prática do sexo seguro 
• Uso de preservativos 
• Abstinência de contato sexual com pacientes infectados 
• Tratamento simultâneo para parceiros sexuais. 
TRATAMENTO 
Derivados nitroimidazólicos 
Metronidazol, tinidazol, ornidazol, nimorazol, secnidazol, 
carnidazol 
 
Formação de radicais citotóxicos 
Age no DNA do parasito 
Inibe e inativa o DNA: bloqueio de síntese enzimática 
Morte do parasito 
Últimos anos: resistência genética ao tratamento (Quon et al., 1994) 
 
 
Gestantes não devem fazer uso desses medicamentos por via oral, somente 
pela aplicação de cremes, geléias, etc. 
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Vacinoterapia é uma nova tentativa de tratamento 
da tricomonóase. 
 
Cepas selecionadas de Lactobacillus acidophillus são 
comercializadas como vacina sob o nome de Solco-trichovac 
e Gynatren. 
A média de cura, segundo alguns autores, depois de três a 
quatro doses da vacina, se aproxima a dos nitroimidazóis.

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