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61 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca Unidade III Nas unidades anteriores, descrevemos os conceitos e aplicações das ações logísticas de forma geral, apresentando conceitos de cadeia, níveis de cadeias e missão logística. Nesta unidade, vamos enxergar as ações logísticas nas áreas específicas como: indústria, varejo e serviços. 5 IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA PARA A INDÚSTRIA O pensamento logístico tem como base a indústria, pois tudo que consumimos ou utilizamos nasce nesse segmento. Apesar de estar presente na cadeia de consumo como um todo: indústria – comércio – serviços, é possível pensar na logística focada apenas na indústria. A logística busca eficiência nas operações, ou seja, fazer que os recursos cheguem ao seu destino da melhor maneira possível. Nesse conceito, é importante enxergar a logística aplicada na indústria. O sistema de produção funciona na seguinte sequência: Entrada Processo Saída Figura 22 Nesse cenário, é importante destacar as seguintes perguntas: • O que deve entrar, como, quanto e com qual frequência? • Processar o que, como, com qual sequência e com qual padrão de qualidade? • O que deve sair, quando, como, para onde e com qual frequência? A logística estará presente em todos os processos destacados. No processo de entrada, devemos separar os insumos necessários para que a produção funcione, pois isso dará maior eficiência para a operação, adequando sua capacidade à demanda existente ou prevista. Então, quais são os recursos de entradas? 62 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Insumos de entradas • Mão de obra: operacional, gerencial, supervisão. Entre os recursos presentes em uma empresa, podemos destacar a necessidade de planejar os recursos humanos, a necessidade de pessoas por área, por nível, por função etc. Na unidade I, fizemos um exercício de uma pizzaria, onde a quantidade de pizzaiolos seria fundamental para ampliar a capacidade de produção. Na indústria, a quantidade de pessoas envolvidas e os níveis de atuação interferem diretamente na mensuração de capacidade de produção. Um modelo hierárquico sugerido na indústria pode ser como a figura a seguir: Desenvolvimento Produtos Engenharia industrial Planejamento e Controle de Produção (PCP) Produção ou Operações Gestão de Materiais Controle de qualidade Manutenção Administração da produção e Operações • Estrutura Produtos • Embalagens • Arranjo físico • Layout • Processo Produtivo • Planejar, controlar a produção em função da demanda • Administrar materiais necessários a Produção ou Operações • Inspeção de produtos e processo produtivo, para verificar atendimento de especificações • Manter recursos físicos e materiais • Produção ou Operações • Execução Figura 23 • Equipamentos: maquinários necessários e em condições adequadas Na visão de recursos, os equipamentos são classificados como recursos patrimoniais, e devem ser gerenciados à medida que estão ligados diretamente na capacidade produtiva. O tipo, a quantidade, a manutenção empregada e a qualificação de quem os utiliza são as ações principais que um gestor deve providenciar para tais recursos. • Instalações físicas O layout vai dar mobilidade para as ações empresariais, assim, as instalações e os espaços disponíveis são cruciais para melhor atendimento dos objetivos mercadológicos. A instalação, além de agilidade, deve propor segurança, flexibilidade e facilidade de controle. • Materiais necessários para cada etapa da operação São os estoques utilizados, matéria-prima, acabados, auxiliares etc. A visão de gestão desses itens devem respeitar a necessidade de mercado, o plano de produção e os objetivos de custos da empresa. 63 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca • Serviços necessários: próprios ou terceirizados Os serviços podem ser dos mais variados, como transporte, controle de qualidade, armazenagem etc. • Energia consumida Esta é a base de um sistema produtivo. Atualmente, a política de redução de custos extrapola a questão financeira, hoje muito atrelada à questão ambiental. Os recursos presentes nessas etapas de entradas são: matérias-primas, subconjuntos ou partes a serem transformados. Não pode haver excesso ou falta de matéria-prima, pois isso pode parar a linha de produção. Os resultados no fim do processo devem servir de informações para adequação dos recursos de entrada, pensando em suas necessidades e nas frequências em que vão ocorrer. Isso vai interferir diretamente na capacidade de produção, no fluxo de compras, de recebimento, de vendas, de entregas, e até mesmo no porte estrutural da empresa. Retroalimentação Recursos de transformação Pessoas Instalações e Equipamentos Recursos de transformação Pessoas Instalações e Equipamentos Entradas Processos de Transformação Saídas Bens Serviços Figura 24 Para fazermos uma reflexão, vejamos o texto publicado sobre a Pepsi: Falta de Pepsi em promoção põe Coca-Cola em evidência1 São Paulo — No último fim de semana, a Pepsi fez uma promoção que prometia dois refrigerantes da marca pelo preço de um. Com demanda superior ao planejado, a oferta acabou gerando a inclusão da rival na jogada, a Coca-Cola, além de gerar um pedido de desculpas do Grupo Pão de Açúcar, segundo o jornal O Estado de S. Paulo. 1 Disponível em: <http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/falta-de-pepsi-em-promocao-coloca-coca-cola- em-evidencia>. Acesso em: 26 jul. 2012. 64 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Com estoque programado para durar o sábado e o domingo e que permitia a cada consumidor levar até 24 unidades pagando apenas por 12, os refrigerantes duraram apenas poucas horas em várias das cidades onde a promoção ocorreu. Segundo Wilson Branquilha, diretor comercial do Grupo Pão de Açúcar, diz ao jornal, ao perceber que as 150 carretas de Pepsi — o equivalente ao mês inteiro de vendas — não seriam suficientes, a rede, dona dos supermercados Extra, Pão de Açúcar e Assaí, pediu à AmBev que providenciasse mais 60. Porém, a distribuidora respondeu com apenas 20. O resultado foi a falta do produto em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná. Como a semana estava acabando sem que a quantidade suficiente do refrigerante estivesse nas prateleiras, o Grupo Pão de Açúcar negociou com a AmBev que a promoção se estenderia a qualquer refrigerante da distribuidora. Mesmo assim, a procura ainda superou o calculado, motivo que garantiu a inclusão da principal concorrente da Pepsi, a Coca-Cola, nos carrinhos de compras. Com a repercussão negativa da promoção, o Grupo Pão de Açúcar publicou um pedido de desculpas em anúncios de TV e em jornais de grande circulação. No sábado, a Pepsi disse em seu perfil oficial no Facebook que a participação na promoção havia superado as expectativas de vendas e que, por isso, em alguns lugares, os estoques já haviam acabado. Neste momento, o post já passa de 200 comentários. A maioria deles, negativo. “Fui a três supermercados por volta das 8:00 da manhã e em nenhum tinha mais estoques”, comentou uma consumidora de São Paulo, no sábado. Procurada por EXAME.com, a AmBev divulgou uma nota oficial sobre o episódio, repetindo o posicionamento já adotado no Facebook no sábado: “A Promoção Pepsi em Dobro superou em muito as já altas expectativasde vendas da marca para o fim de semana. Por isso, a operação de produção e logística foi dimensionada para atender à forte demanda que esperávamos para o período e colocou nas lojas, para venda nestes dois dias, um volume superior a um mês de vendas regulares. Ainda assim, vários pontos de venda esgotaram os seus estoques em poucas horas, e algumas lojas estão optando por limitar a quantidade para que o máximo de consumidores possam participar. Agradecemos a forte adesão dos consumidores à ação e permanecemos com os nossos canais de comunicação abertos para atender às dúvidas sobre a promoção.” Exemplos de Aplicação Pelo que estudamos até aqui sobre o papel da logística, o que você pensa a respeito da situação apresentada? O cliente aceita desculpas? 65 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________. Retornando ao passado, a Revolução Industrial trouxe o conceito da produção em massa, o que reduziu os preços de produtos que antes eram exclusivos da classe rica, popularizando itens como os automóveis. A produção em massa teve seu auge na época em que a demanda era estável e não existia variedade de produtos. O foco era produzir grande quantidade e pouca variedade. Exemplo: o modelo T da Ford, produzido de 1908 – 1927, chegou a ter 57% do mercado norte-americano. O lema era: o cliente pode ter qualquer carro, desde que seja preto. A GM (General Motor) começou a produzir nos EUA cores variadas e modelos diferentes, o que desbancou a Ford (BERTAGLIA, 2005). Figura 25 - Modelo T da Ford Nesse contexto da produção em massa, havia a previsão de demanda a longo prazo, calculava-se a quantidade a ser produzida por um período longo e sem variedade, o foco era um produto. A partir da programação de produção, havia a programação de compras, e os itens comprados deveriam estar na fábrica antes do início da produção. Situação essa que era complicada quando os fornecedores não entregavam no prazo previsto ou quando o consumo não era esperado. Assim, o objetivo de economia de escala não era atingido, pois havia a necessidade de mudanças no decorrer do processo, diversificando processos, produtos ou até mesmo as vendas. 66 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Atualmente, a necessidade é sair do conceito da produção em massa para a customização, deixando o conceito de previsão contra produção para o conceito de produção contra pedidos. E, apesar de não ser aplicada em todos os produtos, a customização deve ser considerada pela sua capacidade de adaptação ao cenário de hoje, trazendo grande vantagem competitiva. Essa situação se reforçou após a Segunda Guerra Mundial e, com a evolução da tecnologia da informação, da manufatura flexível e da logística, proporcionou a diversificação dos produtos oferecidos. Até pouco tempo atrás, para comprar um veículo, teríamos que escolher aqueles que estivessem à disposição, mas hoje é possível montar seu veículo pela internet com todos os opcionais desejados. Nas décadas de 1960, 1970 e 1980 e início dos anos 1990, era comum o pátio das montadoras (Volkswagem, Ford e GM) estar lotado de veículos para venda. Observação Nessa época, não havia integração entre as empresas, era difícil pensar em parcerias. O sistema de produção era empurrado. Hoje, o sistema é puxado, ou seja, é a demanda que gira e alimenta a produção. Para tal, o planejamento logístico foi essencial. O foco é ampliar o fluxo, e não o volume produzido. A produção, que antes tinha o papel de produzir em grande escala para reduzir o custo unitário de produção e aumentar a eficiência do sistema produtivo, hoje tem o objetivo de integrar toda a cadeia e setores da empresa. O planejamento da produção almejava aumentar a capacidade e reduzir os custos. Veja a figura a seguir: Pesquisa e desenvolvimento Marketing e vendas Clientes Fornecedores Tecnologia da informação Recursos humanos Finanças Produção Logística Figura 26 67 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca Essa integração tem como objetivo atender às necessidades do mercado, sendo que a principal questão é como atender à demanda da melhor maneira possível, pois o diferencial de hoje não é o que se vende, e sim como se vende. Não podemos pensar que uma indústria atua de maneira isolada, pois ela faz parte de uma cadeia, na qual o cliente é o foco. Fornecedor Segundo nível Fornecedor Primeiro nível Fabricante Distribuidor e Atacadistas Grande varejo Canais de Comercialização (PDV) CD Centro Distribuição Pequeno Varejo Clientes Grande Varejo Venda direta Figura 27 Nesse sentido, cada etapa produtiva, que engloba os fornecedores de primeiro e de segundo nível, abastece os fabricantes, que, por sua vez, abastecem os CDs (Centros de Distribuição), que abastecem o varejo, para chegar às mãos dos clientes. O termo “gestão da cadeia”, hoje substituído por supply chain, refere-se ao seguinte conceito: alimentar o fluxo — do fornecedor ao cliente. Apesar de haver distinções específicas na logística para indústria, comércio e serviços, é difícil separar uma área da outra, pois o mecanismo é um só; uma mesma empresa pode realizar todas as funções, e os conceitos logísticos vão tornar cada etapa mais eficiente. Processos Com os recursos de entradas disponibilizados e estruturados por meio de um planejamento de necessidades operacionais, agora estamos na segunda etapa do processo de produção: a operação de processos. 68 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Para que os processos ocorram de forma eficiente, é necessário planejar o modelo produtivo (se este será puxado ou empurrado). • Empurrado: modelo de produção em que primeiro se fabrica o produto, e depois ele é colocado no estoque para venda. • Puxado: as operações de produção só ocorrem após a confirmação de vendas. A escolha entre um modelo e outro deve interferir na instalação, nos processos e no volumes produzidos. Pois, no modelo empurrado, o volume de produção é maior e deve buscar economia de escala. No modelo puxado, o lote de produção é menor, e são as vendas que impulsionam a produção; à medida que as vendas são reduzidas, a produção diminui. Independentemente do modelo adotado, a função de planejamento e controle da produção (PCP) é necessária; essa atividade tem como objetivo: • permitir que os produtos tenham a qualidade especificada; • fazer que as máquinas e pessoas operem com níveis desejados de produtividade; • controlar os estoques e os custos operacionais; • melhorar o nível de atendimento ao consumidor. Planejar o processo de produção envolve as seguintes atividades: • alocação das cargas de trabalho: distribuição das operações pelos vários centros de trabalho, levando-se em conta as restrições;• definir a sequência na qual as operações serão realizadas; • definir materiais envolvidos nas diversas etapas e identificar os gargalos; • planejar um sistema de informação que relate periodicamente: — materiais em processos nas várias estações; — estado atual de cada ordem de produção; — e as quantidades produzidas de cada produto. Saiba mais Como o foco desta disciplina não detalha os sistemas de produção, para ampliar seus estudos, leia: KRAJEWSKI, L. J.; MALHORTA, M.; RITZMAN, L. P. Administração da produção e operações. 8. ed. São Paulo: Prentice Hall Brasil, 2009. 69 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca Saída A operação de saída é o reflexo das operações de entrada e de processos. Por meio das atividades de controle, deve garantir que haja um feedback nessa etapa, pois isso pode auxiliar no ajuste de todos os recursos de acordo com os resultados apontados. 5.1 A logística e os canais de distribuição da indústria Para Bertaglia (2005), o modo como os itens produzidos chegarão às mãos do cliente também é uma questão estratégica que pode ganhar a preferência do cliente. São muitos os caminhos: • os fabricantes abastecem diretamente as lojas de varejo; • os fabricantes abastecem diretamente seus CDs; • os fabricantes abastecem os CDs do varejista, que abastecem as lojas; • o fabricante abastece os depósitos do atacadista ou distribuidor, que abastecem as lojas; • o fabricante distribui seus produtos para o centro de distribuição de um operador logístico, que faz as entregas nas lojas de varejo; • o fabricante entrega o produto diretamente na casa do consumidor final. É difícil dissociar a indústria do varejo, pois, como dito anteriormente, estão ligados em forma de cadeia. Os canais de distribuição fazem um elo entre as áreas, tornando o fluxo mais rápido e menos oneroso. Para cada modelo de canal, é necessária uma estrutura logística, determinado tempo de atendimento, um investimento específico etc. 5.2 Objetivos dos canais de distribuição Dependendo dos objetivos da empresa (quem quer atender, quanto quer atender, quando quer atender), os canais de distribuição serão desenvolvidos. Como objetivos possíveis, podemos citar: • garantir a rápida disponibilidade do produto no segmento identificado como prioridade; • intensificar o máximo possível o potencial de vendas do produto em questão; • buscar cooperação entre os participantes da cadeia de suprimento, como lote mínimo de pedidos, paletização especial, embalagens especiais, tamanho de veículos, regras para entregas; • garantir nível de atendimento entre os parceiros; • garantir fluxo de informação entre os participantes; • buscar redução de custos permanente e em toda a cadeia. 70 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Observação A logística interna vai implementar o fluxo das operações de produção de acordo com os objetivos traçados. Com esses objetivos em mente, podemos pensar no modo como a produção atua para atender a cada um deles: • planejar e controlar o processo de manufatura em todos os níveis (materiais, equipamentos, pessoas, fornecedores e distribuidores); • auxiliar em tomadas de decisão como: o que produzir, quando produzir, como produzir e comprar, de modo a compatibilizar a operação às necessidades estratégicas da empresa que, por sua vez, deve estar alinhada com as necessidades de mercado; • avaliar o desempenho no que se refere aos fatores de competição. Em todas as áreas, as decisões e planejamentos têm apoio de sistemas de informação, e na logística não seria diferente. Veja no gráfico a seguir que a produção faz parte da logística interna da empresa: Recebimento Almoxarifado de matérias primas Fabricação Estocagem em processo Montagem Armazém de produtos acabados Expedição Centro de distribuição ProdutosSuprimentos MANUFATURA Tipos de estoque Logística internaInbound Transporte Outbound Transporte Fo rn ec ed or es Cl ie nt es Figura 28 – Fluxo de informações Esse processo, para ser bem gerenciado, deve fazer uso de sistemas de informação. Um sistema de informação da produção deve: 71 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca • planejar as necessidades futuras de capacidade: isso é feito para ajustar a capacidade às demandas existentes, que podem variar no decorrer de um período; Exemplos de Aplicação O que necessariamente seria essa ação? Para que serve? ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________. Comentário Todo planejamento deve atender às situações de curto, médio e longo prazo, isso porque o mercado muda constantemente, e é necessário ter conhecimento sobre sua dimensão, se será necessário ampliar ou reduzir a capacidade produtiva. • planejar os materiais comprados: decidir o quanto comprar, de quem comprar, quando e de que forma comprar; • planejar níveis apropriados de estoques: decidir o estoque mínimo, o estoque máximo, o giro de estoque, o tempo de cobertura, os custos de estoque e a acuracidade de estoque. Lembrete Manufatura e produção têm o mesmo significado. • programar atividades de produção: sequenciar atividades, dividir funções e as células; • identificar a situação atual: conhecer as reais posições de capacidade, de atrasos na linha, de mão de obra etc; • necessidades de reprogramação (flexibilidade, agilidade): flexibilizar as ações conforme for preciso. • seguir prazos; • controlar orçamento envolvido no processo: pois não só devemos fazer, como também fazer com os custos adequados. 72 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 O foco de atuação ou prioridade de ação em cada um desses pontos citados deve ser de acordo com os objetivos de competição da empresa. A logística estará presente em cada uma das etapas do processo de consumo: Fabricante prepara mercadoria e transporta Atacadista solicita mercadoria ao fabricante Varejista solicita mercadoria ao atacadista Fabricante Atacadista Varejista Figura 29 Os fluxos da primeira etapa (nas indústrias) foram vistos, agora vamos entender os outros estágios. 6 A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA NO ATACADISTA Podemos entender organizações de atacado como organizações intermediárias, que se dedicam às funções de venda a varejistas, usuários comerciais, industriais e institucionais, atuando também como agentes de compra e venda de grandes volumes para clientes de grande porte — em termos de volume físico e financeiro (BERTAGLIA, 2005). O autor completa dizendo que a ideia atual é focar nas competências essenciais de cada organização. A indústria produz e utiliza os atacadistas para fazer que os seus produtos cheguem ao mercado. Essa atuação agrega valor com o intuito de procurar o perfeito funcionamento do sistema de distribuição nas dimensõesde tempo e lugar. Lembrete A comercialização dos atacadistas permite aos varejistas efetuar a reposição dos seus estoques de forma rápida e na quantidade necessária, pois os produtos já estarão prontos e estocados. As mercadorias de diversos fornecedores estocadas em um mesmo atacadista proporcionam uma reposição rápida e variada (sortida) aos varejistas. 6.1 Tipos de atacado Atacadista de serviço completo É um serviço de atendimento amplo, que atua com serviços normalmente atribuídos aos varejistas, como: venda e compra de produtos com variedade. Dispõe, ainda, de grandes quantidades de artigos 73 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca disponíveis e responsabiliza-se pelos transportes, diminuindo os riscos da entrega aos clientes. Oferece crédito aos varejistas e também traz os seguintes benefícios para a cadeia: • promoções; • compra direta e posse dos estoques; • redução de capital de giro; • armazenagem próxima ao cliente. Atacadista de serviços parcial Presta serviços limitados de atacado e pode ser classificado como: a) Atacadista de caminhão: esse tipo de organização combina a venda, o transporte e a cobrança em uma única operação. Tem como vantagem facilitar o fluxo de compras; permite pedidos pequenos e com mais frequência; fornece produtos frescos para mercearias, restaurantes, hotéis e lojas de conveniências. Seus principais produtos são: salgadinhos, frutas, legumes, sorvetes, pão, leite e queijo. b) Atacadista pague e leve: o varejista vai até o armazém do atacadista e efetua os pedidos, bem como paga e transporta as mercadorias compradas. Como exemplo, temos o Makro Atacadista, o Atacadão, entre outros. c) Atacadista de entrega ou agenciadores de entregas: instituições que compram e vendem mercadorias sem manter estoques. Organizam os despachos diretamente dos fornecedores para os compradores. Não importa qual o tipo de atacado, ele tem como objetivo ser um elo entre a indústria e o varejo. Vejamos: Os atacadistas proporcionam aos fabricantes alguns benefícios, vejamos alguns: • o poder de vendas dos atacadistas levantam informações e sugestões de produção aos fabricantes; • o grande volume de compras possibilita redução de custos na produção, nas embalagens e na distribuição; • funciona como um estoque terceirizado aos varejistas, tirando a responsabilidade das fábricas em manter estoques, reduzindo, assim, seus custos; • como os fabricantes vendem grande quantidade de uma única vez aos atacadistas o número de transações é reduzido, bem como os riscos de crédito. 74 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Agora veremos o que os atacadistas proporcionam aos varejistas: • pelo poder de atuação e volumes transacionados, podem auxiliar no desenvolvimento de novos produtos; • pela estrutura e tecnologia de informação que normalmente utilizam, proporcionam maior controle de estoque do varejista para reposição; • como a intenção é atuação em conjunto, é comum promoverem merchandising, que pode incluir ações como promoções na loja do varejista, propaganda cooperativa, displays, e atuações de promotores de vendas; • o marketing defende que um layout arrojado amplia vendas, assim, é comum os atacadistas investirem em modernização e modificações no layout; • conhecer bem o que se vende é uma ferramenta importante para os resultados da empresa, e o treinamento dos funcionários do varejo é bem comum. Exemplos de Aplicação Perceberam a integração entre indústria, atacado e varejo? Explique com suas palavras essa relação: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________. 6.2 A importância da logística para o comércio varejista O varejo é uma combinação de atividades que tem como objetivo vender produtos e serviços diretamente aos consumidores, para uso pessoal ou doméstico. Funciona de maneira mais segmentada, garantindo melhor contato com os mercados-alvo. Além disso, o varejo possui uma vantagem significativa em relação aos outros participantes da cadeia, que é a informação sobre o consumo e o seu hábito. Como o forte da logística é fazer a cadeia funcionar como uma rede integrada, o varejo, a partir das informações de preferências do cliente, pode traçar estratégias e estabelecer alianças com os fornecedores, integrando a cadeia. 75 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca Com a evolução da tecnologia, essa integração vem sendo mais eficiente, possibilitando ter informações reais de consumo por produto ou grupo de produtos, por região etc. 6.2.1 Tipos de varejo Supermercados Os supermercados trabalham principalmente com produtos domésticos e alimentação. Seus modelos estão organizados para atuar com grandes volumes, preços baixos, margem baixa e grande variedade. Objetivo logístico Ampliar o giro de estoque, diminuir seu tempo de duração, bem como reduzir os custos dessa mercadoria, tais como: armazenagem, obsolescência, perdas, roubos, avarias etc. Também deve garantir variedade e que não haja ruptura de estoque. Precisa dispor de um layout que facilite processos de abastecimento, movimentação de clientes e controle dos processos. A operação de distribuição é facilitada, pois grande parte dos clientes se responsabiliza pelas compras. Ressalta-se que os supermercados precisam gerenciar de maneira concreta os vencimentos de produtos. Hipermercados Os hipermercados têm a mesma estrutura dos supermercados, mas trabalhando com produtos de vestuário, informática, eletrodoméstico, entre outros. A estratégia de reposição e a forma de vendas tem grande diferencial competitivo. Objetivo logístico Além de todos os itens mencionados em supermercados, têm como diferencial a atuação com maior variedade de produtos, tais como: informática, roupas, peças de carro, posto de gasolina, entre outros. Os processos de aquisição, recebimento e armazenagem serão diferentes para cada categoria de produtos. Algumas redes possuem centros de distribuições específicos e em locais estratégicos. Lojas de departamento Essas lojas se caracterizam por vender produtos organizados por departamentos. Têm como foco o atendimento ao público feminino. São vistas como referência de variedade, qualidade e tendência, mesmo aquelas com preços mais elevados. Objetivo logístico O público atendido busca variedade, e a logística deve garantir essa variedade, atualizando-se com os períodos ou estações do ano. É muito importante seguir a tendência, e a logística deve garantir que o fluxo de materiais, entre a criação, aquisição, recebimento e disponibilização aos clientes, seja o mais eficiente possível. 76 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Lojas de desconto Esse tipo de comércio é mais uma filosofia do que um modelo de loja, mas que traz grande impacto na cadeia, seja pelo volume de vendas gerado, seja pelos preços praticados. Essa concepção garante o produto ou o dinheiro de volta, ou o melhorpreço, ou a diferença de volta. Garante, ainda, o produto sempre presente na gôndola, um arranjo físico simples, fácil acesso e funcionários treinados para oferecer ajuda. Objetivo logístico Deve ter um modelo logístico que garanta o alto giro de produtos, vendas e reposições rápidas, pois a política de venda adotada gera grande volume de vendas. Lojas de conveniência Essas são pequenas lojas que se situam próximas às zonas residenciais e a maioria delas fica aberta 24 horas por dia. Têm como características: espaços pequenos, alto giro de estoque e necessidade de entregas frequentes. Objetivo logístico Por terem espaços pequenos, não há estoques, então, a reposição é constante e eficiente, pois conveniência vende facilidade. Assim, a ruptura de gôndola pode significar prejuízo. Lojas de especialidades São lojas de especialidades como: açougues, roupas, sapatos, livrarias, padarias etc. Sofrem grandes oscilações devido à sazonalidade. Objetivo logístico Conhecer os períodos de vendas, entender as sazonalidades e adequar-se aos volumes de vendas, repondo de acordo com as necessidades. Tem o abastecimento facilitado por atuar com categorias de produtos semelhantes. Varejo sem loja Esse comércio permite ao consumidor comprar sem sair de casa. Essas lojas podem estar divididas em: • varejo direto: variedade de produtos adquiridos via correios, telefone ou internet; • vendas diretas: relacionamento pessoa-pessoa, envolve o cliente e o vendedor; • vending machine: vendas realizadas por máquinas, como máquinas de refrigerante, de salgadinhos etc. 77 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca Exemplos de Aplicação Como você imagina as operações ou objetivos logísticos em cada uma das variedades de varejo? Descreva com suas palavras a partir das observações que destacamos: ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ ______________________________________________________________________________ . 6.3 Importância da logística em serviços De acordo com Philip Kotler (2004, p. 37): “serviço é toda atividade ou benefício, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer à outra e que não resulte na posse de algum bem”. Podemos entender que o serviço não é algo que possui corpo físico, e sim uma ação ofertada a uma parte, tendo como resultado a satisfação ou a insatisfação. Um serviço pode estar ou não associado a um produto. Muitos pesquisadores dizem que é difícil encontrar hoje um produto que não tenha a agregação de serviços, que seja “100% produto”. Vejamos o quadro a seguir: Quadro 2 - Variação da proporção de produtos e serviços de diferentes pacotes de valor 100% Produto Minério de ferro Calça jeans Plásticos especiais Supermercado Cozinha modular Restaurante fast food Restaurante convencional Restaurante de luxo Alfaiate Linha aérea Psicanálise 100% Serviço Fonte: CORRÊA & CORRÊA, 2004. p. 137. 78 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 O papel da logística nas prestações de serviços tem o objetivo de atender de maneira estratégica à demanda, considerando alguns pontos, como: • O serviço: é aquilo que o cliente percebe que está sendo ofertado; • Lugar e tempo: a entrega de elementos do serviço para os clientes envolve decisões sobre o lugar e o tempo da entrega. Pode envolver canais de distribuição física ou eletrônica ou ambos, dependendo da natureza do serviço que está sendo prestado. • Processos: quando os processos não estão bem desenvolvidos, e, consequentemente, deficientes, ocorre a insatisfação do cliente, tornando, por exemplo, a entrega burocrática, ineficiente e lenta. Dessa forma, todo o trabalho do pessoal da linha de frente é comprometido, pois há diminuição na produtividade e aumento nas falhas dos serviços. Planejar as necessidades de recursos e demanda é fundamental. • Produtividade e qualidade: a logística tem como objetivo fazer que esses dois elementos serem visualizados pela organização de uma forma conjunta, pois a produtividade é primordial para diminuir os custos, e a qualidade do serviço é relevante para diferenciar o produto, e, assim, fidelizar o cliente. Saiba mais Para saber mais sobre essas abordagens, leia: SLACK, N.; CHAMBERS, S.; JOHNSTON, R. Administração da produção. São Paulo: Atlas, 2002. Resumo Como apresentado no início desta disciplina, a logística está presente por toda a empresa e em todos os negócios, não importa se indústria, varejo ou serviços. Nesta unidade, além de apresentar as características das três modalidades, apresentamos as ações logísticas e como a logística pode estar presente em cada uma delas. Também destacamos como funciona a produção em massa e suas diferenças com o mercado atual. E, ainda, estudamos o modelo produtivo puxado e o empurrado. Neste livro-texto, apresentamos os canais de distribuição da indústria (atacado, varejo), seus objetivos. Vimos que esses canais serão desenvolvidos com base nos objetivos da empresa (a quem quer atender, quanto e quando quer atender). 79 Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 Fundamentos e ImportâncIa da LogístIca Por fim, apresentamos as características do atacado e do varejo. No primeiro, o objetivo é fazer um elo entra a indústria e o varejo; neste, o que se espera da logística é a não interrupção dos estoques, a disponibilidade e a facilidade de acesso são o diferencial no processo competitivo. Exercícios Questão 1. (ENADE de Tecnologia em Gestão da Produção Industrial 2011 - questão 33) Uma empresa montadora de motocicletas definiu, de forma clara e objetiva, seu sistema de produção, as técnicas e atividades do planejamento e o controle da produção, sendo fundamental atentar para o ciclo da administração de materiais. Sabe-se que a administração de materiais tem impacto direto na lucratividade de uma empresa e na qualidade dos produtos, havendo necessidade de uma gestão. A partir da situação apresentada e considerando que o ciclo da administração de materiais passa por seis pontos ou estágios essenciais à boa gestão de materiais, assinale a opção que apresenta a ordem correta dos estágios seguintes ao estágio necessidade do cliente. A) Análise, reposição dos materiais, recebimento, armazenamento e logística (distribuição-entrega). B) Recebimento, armazenamento, logística (distribuição/entrega), venda e pagamento. C) Análise, reposição dos materiais, armazenagem, pagamento e logística (distribuição-entrega). D) Reposição dos materiais, organização, recebimento, armazenamento, emissão de notas fiscais. E) Reposição dos materiais, armazenamento, notificações internas, logística (distribuição-entrega) e análise. Resposta correta: alternativa A. Justificativa: a logística e a administração de materiais seguem uma série de passos coordenados e subsequentes. A análise das necessidades físicas e temporais é o passo inicial. A execução das providencias adotadas produzirá a reposição de materiais, que deverão ser recebidos e armazenados, aguardando posterior distribuição. Desta forma, a alternativa A é aquela que alinha sequencialmente os passos a seremdados. Questão 2. Cada organização deve criar sua própria rede logística, que é entendida como sendo o conjunto de suas instalações de suprimentos, produção, distribuição e venda, bem como as instalações de seus parceiros (fornecedores, terceirizados, transportadoras etc.) e clientes. Devem ser incluídas na concepção de rede logística: I. A quantidade de produtos que serão fabricados com as tecnologias selecionadas. 80 Unidade III Re vi sã o: S ue li/ Vi to r - Di ag ra m aç ão : F ab io - 1 0/ 08 /1 2 II. No caso de produtos sazonais, o tamanho dos estoques e a tecnologia de armazenagem a aplicar. III. No caso de redes globais, o câmbio fixo e a inexistência de tarifas alfandegárias, barreiras não tarifárias, preços de transferência e impostos corporativos. IV. A criação de uma estratégia logística, a qual significa intervir em redes já estabelecidas, e essa intervenção, por sua vez, exige novamente muitos cuidados, pois são tratados muitos dados ao mesmo tempo. Assinale a alternativa que apresenta as afirmativas corretas. A) I, II e III. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) I, II e IV. E) II e III. Resolução desta questão na plataforma.
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