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1 SISTEMAS E CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO Prezado Estudante, Este material é parte integrante da Disciplina Sistemas e canais de distribuição. Aqui, você encontrará textos de apoio para realização de um estudo dirigido, onde estão destacados pontos básicos dos temas estudados na disciplina para complementar suas aulas e reforçar sua aprendizagem. Busque pesquisar e estudar os temas tratados em livros da bibliografia básica, nos materiais didáticos e indicações de leituras para a disciplina. O Canal de distribuição ou de marketing é o meio através do qual um sistema de livre mercado realiza a transferência de propriedade de produtos e serviços. Um canal é um grupo de entidades interessadas que assume a propriedade de produtos ou viabiliza sua troca durante o processo de comercialização, do fornecedor inicial até o comprador final. Baseado neste enfoque, um CANAL DE DISTRIBUIÇÃO representa a sequência de organizações ou empresas que vão transferindo a posse de um produto desde o fabricante até o consumidor final. O canal de distribuição de um determinado produto pode envolver os seguintes setores: Fabricante Atacadistas Varejo Serviços pós-venda (montagens, assistência técnica). Há um certo paralelismo e uma correlação comum entre as atividades de distribuição física e canais de distribuição. Em função da estratégia competitiva adotada pela empresa, é Tema 1 – Introdução aos Sistemas e Canais de Distribuição 2 escolhido um esquema de distribuição específico. As atividades logísticas relacionadas à distribuição física são então definidas a partir da estrutura planejada para os Canais de Distribuição. A definição do canal (ou canais) de distribuição, com os serviços a ele associados, não prescinde, por outro lado, de uma análise criteriosa de suas implicações sobre as operações logísticas. Algumas vezes, as soluções imaginadas no papel podem se revelar muito onerosas na prática. Assim, como quase tudo em logística, é necessário adotar um enfoque sistêmico na definição dos canais de distribuição e na estruturação da distribuição física decorrente. Outro aspecto importante a considerar é que os canais de distribuição selecionados por uma empresa são de difícil alteração, mantendo-se fixos por muito tempo, pois envolvem outras empresas, agentes, acordos comerciais etc. A Figura 1 a seguir ilustra o paralelismo entre os canais de distribuição e a distribuição física. Figura 1 - Paralelismo entre distribuição física e canal de distribuição Os objetivos de um canal de distribuição dependem essencialmente de cada empresa, da forma como ela compete no mercado e da estrutura geral da CS. Todavia, os objetivos podem ser resumidos da seguinte forma: Garantir rápida disponibilidade do produto ao mercado prioritário Intensificar ao máximo o potencial de vendas do produto; Promover a cooperação transparente e sustentável entre os integrantes da cadeia de suprimento; Garantir a manutenção do nível de serviço requisitado pelo(s) cliente(s); e Garantir um fluxo de informações rápido e preciso entre os integrantes da cadeia de suprimentos. Depósito da Fábrica Fabricante Depósito CD Depósito Varejista Atacadista Varejista CONSUMIDOR FINAL Transporte Transporte 3 Principais tipos de canais de distribuição Existem três tipos de canais de distribuição: verticais, múltiplos e híbridos. Segundo Novaes (2007), os canais de distribuições eram tradicionalmente vistos, numa primeira fase, como estruturas mercadológicas verticais, aonde a responsabilidade ia sendo transferida de um segmento da cadeia de suprimento para o seguinte, como um bastão é passado numa corrida de revezamento. O fabricante envia um caminhão carregado com seu produto (lotação completa) ao armazém do atacadista, onde a carga é desconsolidada. O atacadista vende o produto a diversos varejistas. O varejista estoca a mercadoria na loja e a vende ao consumidor final. No entanto, o atacadista e o fabricante não têm acesso direto ao consumidor. O varejista que interpreta as preferências do consumidor, as tendências da demanda, as necessidades de serviço pós-venda etc. Muitas vezes, essa atribuição de fornecer informações técnicas aos consumidores é deixada por conta dos vendedores da loja. Estes nem sempre conseguem absorvê-las na sua plenitude, em razão da crescente complexidade e variedade dos produtos. Nos Canais Híbridos, uma parte das funções ao longo do canal é executada em paralelo por dois ou mais elementos da cadeia de suprimento, quebrando o esquema vertical rígido. Por exemplo, a divisão Vacutainer, da indústria americana Becton-Dickinson, fabricante de agulhas para coletar sangue, seringas e acessórios, negocia a venda de seus produtos diretamente com os setores de compras dos grandes hospitais. Quando a transação é consumada, a indústria entrega ao hospital uma lista de seus distribuidores autorizados. O distribuidor escolhido se encarrega, por sua vez, da distribuição física dos produtos adquiridos, formalização dos pedidos, armazenagem e entrega dos lotes ao hospital nos tempos certos e nas quantidades desejadas. O fabricante, que dispõe dos especialistas com o Know-how sobre o uso dos produtos comercializados, se encarrega dos serviços de pós- venda. Na prática a adoção de um canal hibrido de distribuição exige uma forte liderança de um dos participantes da cadeia de suprimento. Por fim, os Canais múltiplos são aqueles que utilizam mais de um canal de distribuição. Isso ocorre em função da diversidade de tipos de consumidor. Por exemplo, o comprador em potencial de um microcomputador pode adquiri-lo por telefone ou pela Internet, a partir de uma lista publicada numa revista de informática, ou poderá se dirigir a uma loja especializada, que lhe pedirá um preço um pouco mais alto, mas onde conseguirá informações mais detalhadas e atendimento personalizado. Assim, o consumidor que já tem um conhecimento mais aprofundado do produto, de seus possíveis usos e eventuais problemas, sendo ao mesmo tempo mais 4 Tema 2: A estrutura de um canal de distribuição sensível ao preço poderá ser atraído a fazer sua compra através de uma lista publica na mídia. Já outro comprador, que não acompanha de perto as evoluções tecnológicas dos produtos de computação, pode necessitar de um maior volume de informações para escolha da marca, do tipo e da versão da mercadoria procurada. Pense na distribuição de um produto importado, por exemplo, um relógio suíço. Considere sua saída desde a fábrica até um distribuidor na Suíça, seu contato com a empresa compradora aqui no Brasil, que vende este relógio para suas lojas no Shopping. É nesta loja que o consumidor final irá adquirir seu produto. Perceba quantos intermediários atuaram sobre ele até que ele ficasse à disposição do consumidor final. É por estes e outros fatores que um produto importado é, geralmente, mais caro do que um produto nacional. A administração da quantidade de intermediários no canal aumenta a complexidade da cadeia e, portanto, o seu custo. Até este ponto, você pode se perguntar: se a administração do Canal de Distribuição e seus intermediários é tão complexa e custosa, por que as empresas não administram suas vendas diretamente? Vamos pensar por meio de um exemplo prático: Imagine que você deseja comprar folhas de papel sulfite avulsas. Se você for diretamente às empresas produtoras, como a Chamex ou a Suzano, que produz a marca Report, dificilmente elas venderão o produto para você, pois este tipo de comércio não é economicamente ou operacionalmente viável. Essas empresas possuem diversos intermediários no seu Canal de Distribuição, e fazem uma administração dele. Portanto, fornecer folhas avulsas ficaria, na verdade, mais caro para a empresa do que administrar seu canal. Isso porque, com ele, ela ganha economia deescala vendendo para distribuidores, que vendem para atacadistas, que vendem para varejistas, que, por sua vez, vendem às papelarias. Estas últimas vendem, sem problemas, folhas avulsas, pois estão preparadas para este tipo de compra. Em função do número de intermediários dentro dos canais de distribuição existem níveis, e podem ser uma vantagem competitiva ou um gargalo que faz com que as empresas percam no momento de oferecer os seus produtos e serviços aos potenciais clientes. Leia como se classificam os canais por níveis: Canal de nível 0: nesse Canal as empresas conversam diretamente com o consumidor, excluindo distribuidoras, atacados ou mesmo varejo, ou seja, não existe intermediário. Algumas empresas defendem esse nível de canal dizendo que assim as empresas ficam mais 5 próximas ao seu cliente. Canal de Nível 1: Um grande distribuidor, ou seja, um único intermediário, que passa a fazer a parte de distribuição e venda, e nesse caso, pode vender não só como atacado, mas como varejo, pois a fábrica vende o seu produto e a propriedade passa a ser do distribuidor, que vai escolher os seus clientes. Uma tendência crescente são os atacarejos que atendem tanto atacado quando varejo. Canal de Nível 2: A Indústria repassa aos seus distribuidores que irão repassar para o varejo exclusivamente, que por sua vez atende o cliente final, nesse caso os direitos do produto também são repassados ao distribuidor, mas ele poderá apenas vender para o varejo para que possa fazer a distribuição. Canal de Nível 3: O canal é o mais tradicional de todos, pois envolve distribuidor, representante, varejo e cliente, sendo assim as responsabilidades de vendas e distribuição (bem como marketing) é divido pelos membros do canal. Independentemente da qualidade do projeto e do gerenciamento dos canais, sempre haverá algum conflito, porque os interesses das empresas participantes podem não coincidir. Um conflito de canal ocorre quando as ações de um membro impedem que o canal atinja seu objetivo. A coordenação do canal se dá quando os membros atuam em conjunto para atingir os objetivos do canal, em oposição a seus objetivos individuais potencialmente incompatíveis (KOTLER, KELLER 2006). Tipos de conflito e concorrência Conforme Kotler e Keller (2006), quando um fabricante estrutura um canal vertical formado por varejistas e atacadistas, aguardando lucros e cooperação, com isso acabando surgindo conflitos verticais, horizontais e multicanais. segundo Kotler, Keller (2006), há diferentes causas do conflito de canal, quais sejam: Incompatibilidade de metas. Ex.: O fabricante pode querer atingir rápida penetração no mercado por meio de uma política de preços reduzidos. Os revendedores, ao contrário, podem preferir trabalhar com margens de lucros maiores e buscar lucratividade no curto prazo. Diferenças de percepção. Ex.: O fabricante pode estar otimista quanto à perspectiva econômica de curto prazo e querer que os revendedores mantenham um estoque maior. Os revendedores pode não concordar. Podem surgir conflitos devido à grande dependência dos intermediários em relação ao fabricante. À medida que as empresas usam mais canais a fim de aumentar as vendas, elas correm os 6 riscos de gerar conflitos de canal. Alguns conflitos de canal podem ser construtivos e levar um ambiente em transformação a uma adaptação mais dinâmica. Muitos, porém, são disfuncionais. O desafio não é eliminar o conflito, e sim lidar melhor com ele. Para gerenciar o conflito com eficiência, um dos mais importantes é a adoção das metas superordenadas, quando os membros chegam a um acordo sobre a meta fundamental que estão buscando juntos, tais como sobrevivência, participação no mercado, alta qualidade e satisfação do cliente, tomando essa atitude quando o canal enfrenta uma ameaça externa, como canal concorrente, legislação adversa ou modificação nos desejos do consumidor. Vários fatores devem ser considerados a fim de escolher o canal de Marketing adequado, pois a decisão envolve um conjunto de razões e entre elas estão a forma de distribuição que será usada. Existem três formas de distribuição: Intensiva – o produto é colocado à disposição de todos os intermediários interessados, estando presente no maior número de pontos de vendas possível. Neste grupo estão os produtos onde o principal fator na decisão de compra é a disponibilidade; ou seja, compra-se em função da conveniência (Ex.: PILHAS). Seletiva – limita-se o número de intermediários, mas não significa exclusividade. O tipo e o número de intermediário é restrito, colocando-se o produto somente naqueles que possuem características desejadas. Produtores procuram varejistas ou atacadistas que assegurem uma venda apropriada de seus produtos. Exemplos: aparelhos de som, confecções de grife, etc. Exclusiva – ocorre quando o produtor e os intermediários se comprometem em certos pontos. Empresas adotam este tipo de distribuição quando necessitam de venda ou assistência mais especializada, exposição apropriada, ou outras exigências que garantam a diferenciação de seu produto. Exemplo: automóveis, franchisings como Boticário, Benetton, etc. O Marketing Mix ou Composto de Marketing, como é conhecida no Brasil pode ser definido como a combinação de elementos variáveis que compõe as atividades de Marketing. Os 4 grandes grupos de atividades que representariam os ingredientes do composto de marketing são: Product (Produto) Price (Preço) Promotion (Promoção) Place (Ponto de venda ou Praça) 7 1- Preço: É o volume de dinheiro cobrado por um produto ou serviço. Preço é a quantidade que o consumidor ao comprar um produto paga o preço e recebe os benefícios dele, apenas uma parte do custo total que os clientes pagam numa troca, que inclui vários outros fatores para tomada de valor. Esse é o único componente do composto de marketing que gera receita e é um dos principais elementos na determinação da participação de mercado de uma empresa e de sua rentabilidade. Ao se elaborar a estratégia de preço de um produto, deve observar os seguintes pontos: ele deve ser suficientemente alto, para proporcionar lucro a quem o está produzindo ou comercializando, porém não pode ser tão alto que desestimule a compra. Afinal, sempre se procura comprar produtos mais baratos. Ele também deve ser suficientemente baixo, a fim de que seja atrativo aos clientes. Contudo, não pode ser demasiadamente baixo, pois pode depreciar o produto aos olhos dos clientes, que podem pensar que há algo de errado nele, além de não ser interessante produzi-lo e comercializá-lo, pois não gerará lucro significativo. 2- Praça Após um produto ser produzido, com o seu preço estabelecido, ele precisa ser distribuído no mercado até os pontos de vendas. A praça ou distribuição de um produto no mercado tem um importantíssimo papel no composto de marketing. Pois é a partir da distribuição que o consumidor terá acesso a oferta do produto. Um exemplo para ilustrar nosso pensamento: quando o consumidor interessa-se pelo produto, mas vai até o ponto de venda (normalmente varejista) e não o encontra, ficando irritado. Os produtos depois de produzidos precisam, portanto, chegar ao consumidor final, e para isso passam por diversos elos da cadeia de distribuição, sendo importante destacar os intermediários (revendedores), transportadores e armazenadores que fazem a ligação entre a empresa produtora e o consumidor final. 3- Produto Produto é algo que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou desejo, as empresas devem estar além da estratégia de produto, tomar a decisão de comercializar seus produtos com uma marca própria, utilizando sinais, símbolos, nomes, que identifiquem e diferencie seus bens e serviços dos concorrentes. Neste caso estariam utilizando-se da estratégia de marca. As organizações utilizam-se do"P" produto oferecendo uma série de produtos visando atender a praticamente todas as necessidades do mercado. Em geral as empresas possuem diversas linhas de produtos, de acordo com a participação de mercado. Existem os 8 considerados "carros-chefe", outros para atender simplesmente alguns clientes, outros considerados intermediários e os temporários ou sazonais. Os profissionais de marketing usam estas variáveis para estabelecer um plano de marketing. Para o plano de marketing ser bem sucedido, a estratégia traçada para os quatro pês, deve refletir a melhor proposta de valor para os consumidores de um mercado-alvo bem definido. A administração de marketing é a aplicação prática deste processo. 4- Promoção Promoção, aqui, é diferente da ideia de liquidações e Sales que vemos em tantos shoppings e centros comerciais. Na verdade, ela tem o sentido de Promover a sua marca e soluções, fazer com que a mensagem de marketing da sua marca chegue aos ouvidos certos. Transformar sua empresa, de mera desconhecida, em possível solução para necessidades e desejos de um cliente. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- O conceito de Trade Marketing considera a interação com o consumidor final no ponto de venda, estudando e interagindo no seu papel de shopper (comprador). O conceito passa a ganhar importância cada vez maior para as empresas de produtos de consumo que trabalham com canais de distribuição independentes, a partir das mudanças de comportamento do consumidor que é fortemente influenciado pelo ponto de venda, da concentração do varejo, onde grandes redes concentram cada vez mais poder econômico, da própria ação de marketing destas redes que procuram solidificar sua imagem de marca na mente do consumidor e da própria indústria que aumenta significativamente a quantidade e variabilidade de produtos e marcas. Esse ambiente propicia a introdução do conceito de Trade Marketing como forma de garantir a visibilidade da estratégia de marketing no ponto de venda, e que tem no início uma forte concentração na atividade de promoção e merchandising no ponto de venda. O Nível de Serviço ao Cliente é um parâmetro que mede a qualidade do serviço prestado, identificandose a organização está cumprindo o desempenho logístico requerido pelo cliente. Bowersox e Closs (2001) o consideram como uma competência logística no contexto da Logística Integrada. O serviço ao cliente envolve o processo integral de atendimento do pedido do cliente, o chamado Ciclo do Pedido, que, segundo Ballou (2006) 9 é o tempo decorrido entre o momento de pedido do cliente, a ordem de compra ou requisição do serviço, e aquele da entrega do produto ou serviço ao cliente, incluindo as seguintes etapas: Recepção do pedido (por meio físico ou eletrônico); Determinação da forma de pagamento; Seleção e embalagem das mercadorias; Embarque; Entrega; Disponibilização dos serviços ao usuário final e Acerto de eventuais devoluções de produtos. De acordo com Ballou (2006), podem ser identificados três grupos de elementos do serviço ao cliente: pré-transação, transação e pós-transação. Esses elementos são identificados no Quadro 1. Os elementos de pré-transação são aqueles que colaboram para um ambiente que favoreça um bom serviço ao cliente. Os elementos de transação são aqueles que resultam diretamente na entrega do produto ou serviço ao cliente. Representam as variáveis que estão diretamente envolvidas no desempenho da função de distribuição física, tais como a confiabilidade do produto e da entrega. Por fim, os elementos de pós-transação representam o conjunto dos serviços necessários para dar suporte ao produto em campo, ou seja, estão relacionados ao suporte ao produto em uso. Serviço ao Cliente Elementos de pré-transação Elementos de transação Elementos de pós-transação Compromisso de procedimento Compromisso de entrega ao cliente Estrutura organizacional Sistema flexível Serviços técnicos Níveis de estoque Pedidos em carteira Elementos do ciclo de pedido Tempo Transbordo Sistema confiável Conveniências do pedido Substituição de produtos Instalação, garantia, alterações, consertos, peças Rastreamento do produto Queixas e reclamações dos clientes Embalagem Substituição temporária de produtos danificados Quadro 1 – Elementos do Serviço ao Cliente Todos esses elementos são importantes para um bom atendimento ao cliente. Deve-se determinar o grau de importância dos elementos do serviço ao cliente, para depois desenvolver padrões de desempenho. Ballou (2006) também identifica três fatores fundamentais de serviço ao cliente: disponibilidade, desempenho e confiabilidade, como apresentados no Quadro 2. 10 Disponibilidade Desempenho Confiabilidade Frequência de Faltas Grau de Disponibilidade Expedir Pedidos Completos Velocidade Consistência Flexibilidade Recuperação de Falhas Informações Precisas Previsibilidade Quadro 2 – Fatores fundamentais do serviço ao cliente Segundo Bowersox e Closs (2001), o serviço ao cliente representa a componente chave que diferencia a logística moderna da abordagem tradicional que tratava somente das questões relacionadas à eficiência operacional. É imprescindível considerar as necessidades dos clientes ao traçar uma estratégica. Portanto, mensurar o nível do serviço ao cliente é fundamental para o gerenciamento do sistema logístico. Segundo Fleury (1999), a proliferação de produtos, a globalização, a segmentação (clientes, canais, mercados), a maior exigência de serviço e os menores ciclos de vida, são os principais fatores que têm pressionado as operações logísticas tornando-as mais complexas (o que tende a gerar mais custos), mais sofisticadas tecnologicamente (implicando em maiores e mais frequentes investimentos) e mais importantes sob o ponto de vista estratégico (por permitir maior agregação de valor e maior diferenciação competitiva). Sendo assim, as organizações têm optado cada vez mais pela terceirização dos serviços logísticos, na busca por oferecer serviços de qualidade, sem perder o foco de seu negócio. Dessa forma, o crescimento da procura por terceirização de operações logísticas vem consolidando o mercado de Operadores Logísticos. Segundo Novaes (2001), Operador Logístico é o prestador de serviços logísticos que tem competência reconhecida em atividades logísticas, desempenhando funções que podem englobar todo o processo logístico de uma empresa - cliente, ou somente parte dele. Assim, observa-se um crescimento acelerado da indústria de serviços de logística nos últimos anos. Usualmente pensamos em logística como o gerenciamento do fluxo de materiais do seu ponto de aquisição até o seu ponto de consumo. No entanto, existe também um fluxo logístico reverso, do ponto de consumo até o ponto de origem, que precisa ser gerenciado. Este fluxo logístico reverso é comum para uma boa parte das empresas. Por exemplo, fabricantes de bebidas têm que gerenciar todo o retorno de embalagens (garrafas) dos pontos de venda até seus centros de distribuição. As siderúrgicas usam como insumo de Tema 5: Interface entre a logística reversa e a questão da sustentabilidade 11 produção em grande parte a sucata gerada por seus clientes e para isso usam centros coletores de carga. A indústria de latas de alumínio é notável no seu grande aproveitamento de matéria prima reciclada, tendo desenvolvido meios inovadores na coleta de latas descartadas. Existem ainda outros setores da indústria onde o processo de gerenciamento da logística reversa é mais recente como na indústria de eletrônicos, varejo e automobilística. Estes setores também têm que lidar com o fluxo de retorno de embalagens, de devoluções de clientes ou do reaproveitamentode materiais para produção. Este não é nenhum fenômeno novo e exemplos como o do uso de sucata na produção e reciclagem de vidro têm sido praticados há bastante tempo. Por outro lado, tem-se observado o aumento das atividades de reciclagem e reaproveitamento de produtos e embalagens nos últimos anos. Algumas das causas para isto são discutidas abaixo: Questões ambientais - existe uma clara tendência de que a legislação ambiental caminhe no sentido de tornar as empresas cada vez mais responsáveis por todo ciclo de vida de seus produtos. Isto significa ser legalmente responsável pelo seu destino após a entrega dos produtos aos clientes e do impacto que estes produzem no meio ambiente. Um segundo aspecto diz respeito ao aumento de consciência ecológica dos consumidores que esperam que as empresas reduzam os impactos negativos de sua atividade ao meio ambiente. Isto tem gerado ações por parte de algumas empresas que visam comunicar ao público uma imagem institucional “ecologicamente correta”. Concorrência – os varejistas acreditam que os clientes valorizam as empresas que possuem políticas mais liberais de retorno de produtos. Esta é uma vantagem percebida onde os fornecedores ou varejistas assumem os riscos pela existência de produtos danificados. Isto envolve, é claro, uma estrutura para recebimento, classificação e expedição de produtos retornados. Esta é uma tendência que se reforça pela existência de legislação de defesa dos consumidores, garantindo-lhes o direito de devolução ou troca. Redução de Custo - as iniciativas relacionadas à logística reversa têm trazido consideráveis retornos para as empresas. Economias com a utilização de embalagens retornáveis ou com o reaproveitamento de materiais para produção têm trazido ganhos que estimulam cada vez mais novas iniciativas. Neste contexto, podemos então definir logística reversa como sendo o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo de matérias-primas, estoque em processo e produtos acabados (e seu fluxo de informação) do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou realizar um descarte adequado. 12 Segundo Chopra e Meindl (2003), a cadeia de suprimentos abrange todos os estágios, diretos ou indiretos, do processo para atender um cliente. A cadeia de suprimentos não se restringe apenas a fabricantes e fornecedores, mas também alcança as transportadoras, os depósitos, os varejistas e os próprios clientes. Chopra e Meindl (2003) afirmam que o objetivo de toda cadeia de suprimentos é maximizar o valor global gerado. Para a maioria das cadeias de suprimentos comerciais, o valor estará fortemente ligado à lucratividade, constituída pela diferença entre a receita gerada pelo cliente e o custo total no decorrer da cadeia de suprimentos. A lucratividade é o lucro total a ser dividido pelos estágios de toda a cadeia de suprimentos, inclusive com o cliente final; portanto, podemos concluir que, quanto maior a sua lucratividade, mais bem - sucedida será a cadeia de suprimentos. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Os principais tipos de distribuição física no Brasil são os modais rodoviário, ferroviário, hidroviário e o aéreo. Suas principais características são as seguintes: Ferroviário O modal ferroviário tem importância considerável para o mercado brasileiro, pois através dele é possível transportar um volume expressivo de cargas por longas distâncias. Apesar de o transporte ferroviário ser mais barato, ele não é tão ágil quanto os outros modais. Suas principais vantagens consistem no fato de ser um transporte apropriado para longas distâncias, sobretudo para grande quantidades de peso ficando isento de taxas ou manuseio. Como desvantagens, podemos citar o fato da falta de flexibilidade em seu trajeto, não sendo possível parar entre um lugar e outro. O transporte ferroviário é adequado para a condução de mercadorias agrícolas, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, derivados de petróleo, entre outros. Aéreo O transporte aéreo é um modal que tem por característica a agilidade, segurança e praticidade. É a melhor opção para produtos que exijam um transporte rápido, como por exemplo, produtos eletrônicos. As principais vantagens desse modal são: - rapidez na entrega dos produtos; - pode ser utilizado com eficácia no transporte de amostras; - o documento de transporte é obtido com rapidez; - normalmente, os aeroportos encontram-se próximos de centros de produção industrial ou Tema 6: O gerenciamento da cadeia de suprimentos integrada ao marketing 13 Tema 7: Sistema produtivo integrado ao sistema de distribuição agrícola, que são distribuídos praticamente por todas as cidades importantes do mundo. - as empresas podem adotar uma política de just in time, reduzindo os custos com estoque e proporcionando redução de custos com capital de giro pois as mercadorias poderão ser recebidas diariamente ou semanalmente. - aumenta a competitividade do exportador, pois a entrega rápida pode ser um argumento de venda. - seguro do transporte aéreo é mais baixo em relação ao marítimo. - A mercadoria, por não ser tão manejada, acaba reduzindo os custos com embalagem. Principais desvantagens: - Há uma capacidade específica para transporte de mercadorias. - Não é possível transportar produtos a granel. - Alto investimento em Infraestrutura. Rodoviário O transporte rodoviário é o mais importante meio de condução de cargas no Brasil. São utilizados veículos como caminhões e carretas nas estradas de rodagem. Esse modal vem sendo utilizado desde a década de 50, quando foi implantada a indústria automobilística e as rodovias sofreram processo de pavimentação a fim de promover a indústria. Hidroviário Hoje, o Brasil possui cerca de 13 mil quilômetros de vias navegáveis aproveitadas economicamente para o transporte de passageiros e cargas. As hidrovias são úteis para o transporte de cargas pesadas a grandes distâncias. As principais vantagens desse modal consistem na exigência de menores investimentos em manutenção. E nas fases de implantação, ocasiona baixo impacto ambiental. Em termos econômicos é considerado viável e eficiente. O objetivo da filosofia just-in-time é aumentar o retorno sobre o investimento da empresa por meio do aumento da receita, da redução dos custos e do imobilizado e da participação dos empregados no processo produtivo. Pode-se conceituá-la como um conjunto integrado de atividades projetado para obter uma produção de alto volume usando um mínimo de estoques de matérias-primas, de estoques em processos e de produtos acabados. Baseia-se na lógica de que nada será produzido até que seja necessário. Propõe-se a gerar um produto em fluxo balanceado e sincronizado segundo as necessidades do consumidor, com o mínimo 14 Tema 8: Impactos da Globalização nos sistemas de distribuição absoluto de recursos. O just-in-time iniciou-se no Japão na década de 1960, na fábrica da Toyota Motor Company, introduzido por Taiichi Ohno como forma alternativa à produção em massa. Chamada também de “produção enxuta”, a filosofia se baseia na melhoria na gestão dos materiais e do trabalho humano nas fábricas, por meio da eliminação de desperdícios, do envolvimento dos funcionários na produção e do esforço de aprimoramento contínuo. São suas premissas os círculos de controle da qualidade, os lotes de produção pequenos, a qualidade absoluta, a manutenção preventiva, entre outras. A ideia de aprimoramento contínuo (expressa pelo termo japonês Kaizen) visa a diminuição gradual da diferença entre desempenho real e desempenho ideal, tendo por critérios de medida de desempenho a qualidade, a velocidade, a confiabilidade, a flexibilidade e o custo. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------ERP são softwares que armazenam, processam e organizam informações geradas em uma série de atividades de gestão empresarial. O ERP estabelece Relações entre informações de diversas áreas de uma empresa, acelerando o atendimento aos clientes e a entrega de produtos. Uma solução de ERP pode ser composta de diversos módulos, incluindo planejamento de produto, aquisição de materiais, manutenção de inventários, relacionamento com fornecedores, atendimento ao cliente e acompanhamento de pedidos, interação com fornecedores, recursos humanos e finanças. Ajuda empresários e administradores na complexa tarefa de assegurar a sobrevivência, o crescimento e continuidade de suas empresas. É um instrumento de gestão que contribui para a “eficácia e a eficiência” da organização. A globalização veio para ficar, sabemos hoje que temos que conviver com ela para o nosso bem e os países que ainda não incorporaram em seu planejamento estratégico, relações com outros países, acordos comerciais, fornecimento de tecnologia e suprimentos, tenderão a se isolar no mercado mundial. As negociações tendem a ser cada vez mais globais, das formas bilateral ou multilateral, a importância está em desenvolver e estreitar as relações políticas e comerciais com a maior quantidade de países e organizações possíveis, pois isto traz uma notoriedade, mostra as caras do país para o resto do mundo e aumenta as chances de colocar os produtos nacionais em grandes potências. 15 Empresas que ainda não têm uma rede logística apropriada, moderna, ficarão à mercê, estagnadas, sem condições reais de crescimento e de participação ativa nos mercados atuais. Vemos dia-a-dia empresas entrando e saindo do mercado, vemos também empresas sólidas, lucrativas e outras encerrando as suas atividades, qual a principal diferença entre elas? Sabemos hoje que as empresas que não investem em novas soluções logísticas tem a grande possibilidade de não se desenvolverem, sabemos que o desenvolvimento de um país passa necessariamente pelo investimento em toda a infraestrutura de sua cadeia logística. As empresas devem não só examinar e melhorar todas as suas atividades e processos internos, como também manter uma visão holística de todos os elos de sua cadeia de suprimentos, pois hoje temos uma concorrência não mais só entre empresas, mas principalmente entre redes, cadeias de abastecimento. Quanto maior a extensão desta cadeia, mais complexo e difícil se torna o gerenciamento destes elos, maior integração e informação teremos que buscar. A logística aborda temas como: aquisição, produção, transporte, movimentação, planejamento, gerenciamento, distribuição, armazenagem, expedição, recepção, cadeia de suprimentos e estes assuntos devem vir a tona constantemente e fazer parte das discussões de todas as corporações que pensem em resultados em longo prazo. Quando falamos em logística temos que falar claro de infraestrutura, sem ela a logística não consegue contribuir de forma satisfatória. Os gargalos logísticos impedem uma série de realizações que minimizariam custos, reduziriam impacto ambiental, racionalizariam recursos, mas muitas vezes os profissionais de logística ficam de mãos atadas, sem alternativas eficientes para entregar os produtos de uma forma mais dinâmica e menos dispendiosa. A busca é constante por novas soluções, novas maneiras de manusear, movimentar, transportar produtos, matérias-primas, equipamentos e tecnologia, às mais variadas regiões do planeta, mas o investimento é essencial para que possamos tomar decisões que melhor justifiquem a direção empresarial em torno da produção limpa, verde e a práticas sustentáveis que levem à economia de energia, de recursos não renováveis, menos emissões de gases do efeito estufa, com enfoque ao desenvolvimento sustentável. Sistemas logísticos amplos estão hoje sendo pesquisados como uma alternativa a mais para as empresas se desenvolverem efetivamente, sustentadas por pilares que levem equilíbrio em suas ações. As lojas virtuais são um exemplo claro da disponibilidade que as novas transações pedem, em uma época que as pessoas não tem mais tempo, devido à numerosa quantidade de lojas que vendem um mesmo produto, assim fica muito mais fácil pesquisar e comprar pela internet e para isso complexos logísticos inteligentes são importantíssimos para a continuidade destas empresas, facilitando e muito a vida dos clientes. Como faremos para distribuir nossos produtos em um futuro próximo, será 16 que o modal rodoviário irá continuar sendo utilizado como o principal nos próximos anos, o mais procurado, ou que teremos procura maior por outros que sejam mais econômicos, rápidos, confiáveis e que agridam menos o meio ambiente? O ambiente do mercado globalizado, marcado por uma concorrência cada vez mais acirrada e por uma revolução tecnológica acelerada, levou as empresas a visarem melhorias em seus sistemas, de distribuição. Surge então, com o objetivo de reduzir o nível dos estoques e realizar entregas frequentes em pequenas quantidades, e com custo operacional reduzido, o sistema de distribuição Cross Docking. Uma definição bastante simplista de cross-docking é: “operação na qual os produtos são roteados aos seus destinos tão logo são recebidos em um armazém ou centro de distribuição”. Uma outra definição, mais elaborada, é: “cross-docking é um processo onde produtos são recebidos em uma dependência, ocasionalmente junto com outros produtos de mesmo destino, são enviados na primeira oportunidade, sem uma armazenagem longa. Isso requer alto conhecimento dos produtos de entrada, seus destinos, e um sistema para roteá-los apropriadamente aos veículos de saída”. Existem três pontos essenciais para que uma operação seja chamada de cross-docking: O tempo total de permanência da mercadoria nas dependências onde ocorre o cross- docking deve ser levado ao mínimo. Alguns especialistas limitam o tempo máximo para que se considere cross-docking como um dia; alguns prestadores de serviços logísticos, por outro lado, não cobram taxas de estocagem se o produto permanecer até três dias. O que se deve ter em mente é que o tempo de permanência dos produtos é um fator crítico em um cross-docking. Após o recebimento, o produto deve ser enviado diretamente ao veículo de saída ou permanecer em uma área de picking (processo de separação e preparação de pedidos), mas nunca pode ser estocado. É indispensável um sistema capaz de coordenar as trocas de produtos e informação. É fundamental coordenação entre os diferentes participantes do cross-docking, especialmente quanto aos tempos em que os veículos chegarão ao operador de cross- docking. Vamos considerar a operação de uma rede de mini-mercados instalados em postos de gasolina. Suponhamos que existem cinco tipos de produtos, cada um com seu fornecedor exclusivo: bebidas, biscoitos, chocolates, revistas e cigarros. Também consideremos que existam 20 lojas. Assim, cinco caminhões (um de cada fornecedor) chegam ao armazém pelo lado chamado “entrada”. Vinte caminhões entram pelo lado “saída”. Os produtos, à medida que são retirados dos caminhões dos fornecedores, são encaminhados (roteados) para os 17 Tema 9: A responsabilidade social nos canais de distribuição veículos que levarão as mercadorias para as lojas, na quantidade certa para cada cliente. Essa operação leva poucas horas e dispensa qualquer estocagem. Analisemos o que aconteceu nesse exemplo. O fluxo de mercadorias foi acelerado porque os fornecedores e clientes se “encontraram” todos no mesmo lugar, e não houve grandes esperas ou armazenagens. O custo foi reduzido porque tanto as cargas de entrada como de saída eram condensadas, tinham uma única origem (respectivamente fábrica e CD) e um único destino (respectivamente CD e loja). Tudo isso foi conseguido apesar de se trabalhar com cinco fornecedores e 20 lojas.Segundo Lonsdale e Cox (2000), a terceirização tem ocorrido mais sobre as atividades de suporte do que sobre atividades primárias da cadeia. No caso dos Operadores Logísticos, eles podem assumir atividades primárias ou não, mas estão diretamente envolvidos no negócio do cliente. Geralmente as empresas sentem-se mais confortáveis ao terceirizar atividades menos importantes do que outras mais críticas. Para Ballou (2001), em vez de possuir por completo a capacidade logística total e ter uma grande estrutura organizacional logística, algumas empresas optam por compartilhar sua capacidade logística com outras empresas ou contratar as atividades logísticas a fim de que sejam desempenhadas por empresas especializadas em fornecer tais serviços, chamados de terceiros. Langley et al. (2009) atribuem ao PSL o entendimento de ser uma organização externa que executa todas ou parte das atividades e funções logísticas de uma companhia. No entanto, Estes provedores não representam mais uma simples terceirização de serviços logísticos, mas sim uma relação de negócio comprometida e integrada com o negócio de seu cliente. Consequentemente, com o avanço de ações relacionadas com a preservação do meio ambiente, a pressão sobre as empresas para práticas sustentáveis, e o avanço da conscientização dos consumidores para estes aspectos, as empresas, na busca de soluções para estas demandas, tem nestes agentes uma alternativa para ajudá-las. As atividades logísticas constituem o principal produto do PSL e, por serem inúmeras, elas tornam-se possibilidades de negócio e uma porta capaz de abrir relacionamentos com potenciais clientes. Não obstante, muitas das demandas por ações responsáveis e sustentáveis exigida das empresas, passam por sua cadeia de suprimento (CS) e podem ser atendidas por estes agentes. Muitos PSL estabelecem objetivos de sustentabilidade analisando-os em seus negócios, tais como: avaliação de softwares, check- list ambiental, e benchmarketing com outras empresas sobre crédito de carbono. Além de 18 Tema 10: A Tecnologia da informação como ferramenta da logística estarem adotando ações e objetivos relacionados à sustentabilidade como, tais como: - experiência com combustíveis alternativos e compra de veículos mais eficientes; - melhoria dos processos para redução de km rodado, compartilhamento e consolidação de carga, além de avaliar modais mais eficientes do ponto de vista ambiental; - questões com segurança profissional e da sociedade como limite de velocidade e qualidade da frota; - ações internas com reciclagens, painéis solares, certificações ambientais, luzes mais eficientes, etc. De acordo com BOWERSOX & CLOSS (2001), os administradores ligados à área de logística vêm a tecnologia de informação como a principal fonte de melhoria de produtividade e competitividade. Segundo os mesmos autores, diferente de outros recursos, a TI tem evoluído de forma a aumentar a velocidade e capacidade de transmissão de informação e, ao mesmo tempo, diminuindo seu custo. Os canais de distribuição dos mais diversos produtos têm-se mostrado atentos a essa tendência. Ao iniciarem um processo de adoção de tecnologia de informação, as empresas devem ter domínio não apenas sobre o funcionamento da tecnologia em termos operacionais, mas também sobre a sua interface com outras tecnologias já adotadas e com novas formas de gestão, como o ECR. O ECR, que desde então, tem se tornado um movimento com fóruns em diversos países, tem uma conexão direta com este trabalho. A idéia do ECR, é que se trata de uma inovação tecnológica ampla que traz no seu bojo múltiplas inovações de caráter tecnológico e gerencial, que visam transformar as empresas do setor de distribuição agroalimentar em organizações mais eficientes e interconectadas. Um ponto importante das iniciativas ligadas à filosofia ECR é o aprimoramento do fluxo de informação, tanto internamente às empresas, quanto na interação entre empresas dentro de uma cadeia de suprimentos qualquer. Esse aprimoramento é apoiado em um programa de investimento em tecnologia de informação, seja em sistemas de gestão como ERP (Enterprise Resources Planning), seja em código de barras, scanner e EDI. ECR é um modelo de gestão estratégica capaz de integrar as ações de fornecedores, distribuidores e varejistas para tornar mais eficiente a cadeia de abastecimento como um todo e, com isso, atender melhor o consumidor final, em especial quando se trata bens de consumo de massa, como os de mercearia (ECR BRASIL, 2000). Os bens de mercearia, representados em sua maioria, por alimentos, bebidas, produtos de limpeza e higiene pessoal, são, tradicionalmente, os principais produtos comercializados pelo setor 19 supermercadista. A experiência na comercialização destes bens, entretanto, não tornou sua gestão nem mais simples, nem mais fácil, ao contrário, a cada dia tem se configurado em desafios estratégicos maiores, aos membros da cadeia de abastecimento; pois se negocia com mais fornecedores, que apresentam novos produtos, que desejam fazer muitas promoções e se necessita de uma reposição de produtos cada vez mais eficiente. A Resposta Eficiente ao Consumidor (ECR) tem como elemento central o Gerenciamento de Categorias; que envolve um estudo prévio do consumidor visando a conhecer seus hábitos de compra e atitudes – sua “arvore de decisão de compra”. Este conhecimento orientará a formação de sortimento, o nível de reposição, as promoções e inovações necessárias em cada categoria de produtos que um ponto de venda ofereça ao mercado. O gerenciamento de categorias destina-se também a manter e/ou melhorar estes aspectos, pós-implementação das estratégias de ECR, as quais são administradas por dois tipos de gerenciamento distintos: o da demanda e o do abastecimento (ECR BRASIL, 2000). Desenvolver a visão de interface da tecnologia com outras ferramentas de gestão, é desejável que se busque a integração com ferramentas associadas a Pesquisa de Mercado, Análise de Bancos de Dados de Clientes e Just-in-time, entre outras, que integrem informações do cliente final ao sistema produtivo da cadeia como um todo. No que diz respeito à filosofia just -in-time, sua principal vantagem é o fim ou pelo menos a redução substancial dos desperdícios. E quando pensamos em menos desperdícios podemos perceber a redução de custos no processo de fabricação de um produto. Com o JIT a idéia é ter menos estoques e esses estoques ficarem divididos estrategicamente pela linha de montagem, próximo daqueles que o utilizarão, evitando assim que se precise ter um almoxarifado, que o colaborador tenha que sair da sua bancada de trabalho para repor a matéria-prima que será utilizada em seguida, e acima de tudo que o recurso financeiro só seja transformado em um estoque mínimo necessário a fim de que o mesmo não fique parado. Contudo, existem algumas desvantagens nesse sistema de gestão. Veja algumas delas: pouca variedade de produtos oferecidos; a grande procura dos produtos com entrega em curto prazo (no ato da compra) e algumas vezes o fato de não ter estoque pode atrapalhar em momentos de interrupção de produção, por isso a demanda pelos produtos deve ser estáveis. 20 QUESTÕES PARA O REFORÇO DA SUA APRENDIZAGEM 1) Os canais de distribuição podem desempenhar algumas tarefas para o negócio, como prestação de informações sobre o produto, customização, garantia de qualidade, oferta de produtos complementares, assistência técnica, pós-venda e logística. O objetivo principal é garantir a disponibilidade do produto para os clientes. Mas, colocar os produtos no lugar certo quando os consumidores se dispuserem adquiri-los varia conforme o público- alvo e o tipo de produto comercializado. Em função disso, existem formas básicas de distribuição e a escolha da forma de distribuição eficiente é uma importante etapa do marketing, pois é pormeio dela que a empresa atingirá seu público-alvo. Com base no texto e no que você estudou da matéria, marque a opção correta. a) No esquema vertical, uma parte das funções ao longo do canal é executada em paralelo por dois ou mais elementos da cadeia de suprimentos. b) Na distribuição exclusiva, existe apenas uma empresa atuando em cada região demarcada pelo fabricante do produto. c) Na distribuição exclusiva existem mais do que uma firma atuando num mesmo mercado, mas de forma controlada. d) Na distribuição seletiva, o fabricante tenta colocar seu produto através do maior número possível de revendedores. e) Na distribuição intensiva o objetivo principal é aumentar as condições de acesso aos produtos e garantir um certo nível de competição entre os comerciantes 2) Você é responsável pela Gerência de Canais de distribuição e necessita decidir sobre o envolvimento dos intermediários no esforço de venda dos produtos de sua empresa e a presença desses produtos nos pontos de venda. A empresa tem hoje três filiais com capacidade limitada de vendas. O produto por ela comercializado é m bem de conveniência de alto consumo no país. Assinale a opção que dever ser adotada para essa situação. a) Um canal curto combinando distribuição intensiva com distribuição exclusiva, monitorada pelos gerentes de canais. b) Um canal de um nível com uma distribuição seletiva, combinada com a força de vendas das filiais. c) Uma combinação de distribuição exclusiva e seletiva em canais de vários níveis. d) Uma distribuição exclusiva combinada com a força de vendas da empresa em um canal curto. e) Uma distribuição intensiva de canais de vários níveis, monitorada pelos gerentes de canais. 3) Analise as afirmativas abaixo e em seguida marque a opção correta. I. Marketing e Logística devem trabalhar juntos para obter vantagem competitiva. Cada área tem papéis definidos para atingir os objetivos. Nesse sentido o marketing de uma empresa tem por objetivo oferecer algo de maneira diferente e melhor, assim desenvolve novos produtos com novas características, chegando até à customização. II. Devido ao crescimento da concorrência e exigência por melhores produtos, gerando um ambiente de competitividade maior entre as empresas, torna-se necessário um trabalho conjunto entre Marketing e Logística. Cada área com papéis definidos. Sendo assim um dos papéis da LOGISTICA se refere à possibilidade de uma maior participação dos processos relacionados não só à movimentação, mas, principalmente, pela 21 disponibilidade dos produtos no lugar certo e na hora certa, que se refere ao processo de distribuição. III. A distribuição física tem a responsabilidade pela coordenação conjunta com Marketing em áreas como apoio promocional, níveis de serviço ao cliente, padrões de entrega, manuseio de mercadoria. Estão corretas: a) Todas as afirmações b) Apenas a afirmação I e a II c) Apenas a afirmação II e a III d) Apenas a afirmação I e a III e) Apenas a afirmação I 4) Marketing e Logística devem trabalhar juntos para obter vantagem competitiva. Cada área tem papéis definidos para atingir os objetivos. Com relação a esse tema, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas: A distribuição física tem a responsabilidade pela coordenação conjunta com Marketing em áreas como apoio promocional, níveis de serviço ao cliente, padrões de entrega, manuseio de mercadoria. PORQUE Devido ao crescimento da concorrência e exigência por melhores produtos, gerando um ambiente de competitividade maior entre as empresas, torna-se necessário um trabalho conjunto entre Marketing e Logística. Sendo assim, um dos papéis do marketing se refere à possibilidade de uma maior participação nos processos relacionados com a disponibilidade dos produtos no lugar certo e na hora certa. É correto o que se afirma em a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa correta da I. b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa correta da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. d) As asserções I e II são proposições falsas. e) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. 5) O serviço ao cliente é a parte mais importante da estratégia de marketing orientado pelo mix de atividades denominadas por “quatro P’s” (produto, preço, promoção e praça), sendo que esse último representa, principalmente, a distribuição física. A administração da distribuição física se desenvolve em três níveis: estratégico, tático e operacional. Com relação à administração da distribuição, julgue os itens a seguir: I. Parâmetros como a localização dos centros de distribuição e o projeto do sistema de processamento de pedidos são definidos no nível operacional. II. Administrar a distribuição física, no nível estratégico, consiste em planejar, no curto prazo, a configuração do canal de fornecimento, desde o recebimento da matéria-prima. III. Administrar a distribuição física, no nível operacional, refere-se a administrar tarefas diárias, para que os produtos fluam através do canal de distribuição até os clientes. IV. O nível tático controla e supervisiona as tarefas diárias. Está correto: a) I, apenas 22 b) II, apenas c) III, apenas d) IV, apenas e) Todas estão corretas 6) Os elementos básicos dos serviços ao cliente que o profissional de logística consegue mensurar e controlar estão dentro do conceito do ciclo de pedido, nesse sentido, julgue as afirmações: I. O tempo do ciclo do pedido é definido como o tempo de entrega das mercadorias aos clientes. II. Um componente importante do tempo do ciclo de pedido é o seu prazo de processamento e montagem. O processamento inclui atividades como preparar a documentação de embarque, coordenar a liberação do crédito, chegar os pedidos para evitar possíveis erros, entre outros. III. O elemento final do ciclo de pedido é a aprovação da compra pelo cliente. É correto o que se afirma em a) Todas. b) I e III, apenas. c) I, apenas. d) II, apenas. e) II e III, apenas. 7) Normalmente, o transporte é o elemento que mais impacta nos custos logísticos de uma empresa, chegando a absorver, em média, dois terços desses custos. A administração da atividade de transporte envolve a escolha do modal de transporte mais adequado em função de suas vantagens e desvantagens para cada situação. BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: logística empresarial. 5ª ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2006 (adaptado). A respeito de modais de transporte, avalie as informações a seguir. I. O modal aéreo é veloz e caro, apresentando uma relação desempenho versus custo viável, quando se trata do envio de cargas de alto valor agregado. II. O modal rodoviário caracteriza-se pela baixa flexibilidade, sendo utilizado para complementar o transporte entre os pontos de embarque e desembarque. III. O modal ferroviário apresenta baixo custo de frete, flexibilidade e capilaridade baixas com os destinos fixos. IV. O modal hidroviário é o transporte que utiliza o meio aquático para a movimentação de cargas e passageiros, possui grande capacidade de transporte de carga e é o modal mais utilizado no Brasil. É correto, apenas, o que se afirma em a) I e II. b) I e IV. c) I e III. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 23 8) A Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) é uma atividade importante, mas nem sempre fácil, uma vez que abrange o gerenciamento de diferentes empresas fornecedoras ao longo do ciclo de produção, transporte, armazenagem e distribuição do produto. Mesmo assim, esse modelo de gestão tem sido amplamente adotado. Acerca da gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management), analise as afirmativas que se seguem: I. A gestão da cadeia de suprimentos deve prezar a formação de parceriasduradouras com fornecedores e clientes visando garantir um volume de negócios estáveis e lucrativos. II. A gestão da cadeia de suprimentos representa a integração somente interna das atividades de uma empresa, tendo em vista, que a coordenação dos fluxos de materiais e informações não se estende aos fornecedores e clientes finais. III. Envolve, apenas, os processos de produção e de estocagem. IV. A gestão da cadeia de suprimentos é a coordenação estratégica e sistêmica das funções de negócios tradicionais e das ações táticas que perpassam essas funções em uma empresa e através de negócios, dentro da cadeia logística, com o propósito de aprimorar o desempenho dessa empresa e de toda a cadeia de suprimentos. É correto o que se afirma em a) II e IV, apenas. b) I, II e IV, apenas. c) I e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) Todas. 9) A globalização afetou o funcionamento do sistema de distribuição com desafios, novas possibilidades e algumas desvantagens. Como estão inseridas em mercados globais, as empresas enfrentam vários desafios, especialmente no setor produtivo. Nesse sentido, Ballou (2006) destaca os interesses das nações industrializadas e das em desenvolvimento: “À medida que as nações industrializadas procuram controlar a inflação pela compra de bens mais baratos de fontes externas e as nações em desenvolvimento tentam melhorar o seu padrão de vida através de exportações, espera-se que o crescimento do comércio internacional continue, enquanto interesses nacionais não forcem a prática de políticas restritivas. Pode-se esperar, certamente, que parcela crescente do esforço logístico será dedicada à movimentação internacional de bens.” Nesse cenário, os sistemas de distribuição exercem a importante função de escoar os produtos nesse mercado global. No entanto, há desvantagens no processo produtivo global, entre os quais: a) contato com outras culturas, tecnologias e oportunidades. b) troca instantânea de informação entre clientes, fornecedores e parceiros, independente da distância física por meio de recuros de tecnologia da informação c) os custos de importação e exportação com desembaraço da documentação e de transporte. d) aumento do mercado consumidor e) obter matéria-prima com menor custo e com qualidade 24 10) ECR é significa Resposta Eficiente ao Consumidor, ou seja, as empresas compartilham seus desafios entre os membros da cadeia de suprimentos, utilizando a tecnologia da informação. Assim, as soluções são implementadas em conjuntos pelos participantes. Um exemplo prático de ECR é quando as lojas disponibilizam informações sobre os produtos com o objetivo de resuprimento automático. Entende-se como um dos seus objetivos principais: a) Melhoramento das entregas internas. b) Operacionalização de escopo. c) Ampliação do consumo consciente. d) Otimização da cadeia de valor e) Melhoria da logística reversa GABRITO DAS QUESTÕES Questão 1 – B Questão 2 –E Questão 3 - A Questão 4- A Questão 5 - C Questão 6 - D Questão 7 - C Questão 8 –C Questão 9 - C Questão 10 -D OS TEXTOS PARA LEITURA E REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DESTE ESTUDO DIRGIDO FORAM EXTRAÍDOS DAS SEGUINTES PUBLICAÇÕES BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial – 5. ed. Porto Alegre: Bookman Editora, 2006. BERTAGLIA, P. R. Organizações que compõe o processo da cadeia de abastecimento. In:_____. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2009. Cap3, p.139-150. BOWERSOX, D. J.; CLOSS, D. J. Logística empresarial: o processo de integração da cadeia de suprimento. São Paulo, Atlas, 2001. CHOPRA, S. MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos : estratégia, planejamento e operação. São Paulo. Prentice Hall, 2003 CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos– 2 ed. São Paulo: Thomson (Cengage), 2007. ECR BRASIL. Gerenciamento por categoria. São Paulo: 2000. FLEURY, P. F; WANKE, P.; FIGUEIREDO, K. F. Logistica empresarial; uma perspectiva brasileira. São Paulo, Atlas, 2000. _________ Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento do fluxo de 25 produtos e dos recursos. São Paulo, Atlas, 2003 KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LEVI, D. S; KAMINSKY, P; LEVI, E. S. Introdução à gestão da cadeia de suprimentos In:_____. Cadeia de Suprimentos Projeto e Gestão. 3 ed. Porto Alegre: Bookman, 2010. Cap1, p.33-49. LONSDALE, C.; COX, A.; (2000), The historical development of outsourcing: the latest fad?” Industrial Management & Data Systems, vol. 100, n.9, pp.444-450. NOVAES, A. G. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Distribuição. Rio de Janeiro:Elsevier, 2007.
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