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Questionário Guarda Compartilhada

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Pato Branco, 26 de março de 2018.
Acadêmicas: Juliana Graciela Vieira e Simone Tatto.			Prof. Ludmilla Defaci	
Questionário de Direito de Família 
1 – O que é guarda compartilhada?
Na guarda compartilhada os pais dividem responsabilidades, ou seja, é um modelo de corresponsabilidade, dividem as despesas quanto à criação e educação dos filhos, isso significa que ambos têm os mesmos deveres e as mesmas obrigações e também oportunidade igual de convivência com eles. A ideia de que o convívio da criança com ambos os genitores é a regra e, na falta de acordo, mesmo havendo clima hostil entre os pais deve ser determinada pelo juiz, salvo quando comprovada no processo a sua absoluta inviabilidade.
Poder familiar só tem pai e mãe, independente de relação conjugal, se casados ou separados, ambos, ambos devem autorizar para alterar a residência do município, ter alguém sob guarda, é ter a criança sob sua inteira responsabilidade, guarda junto com o artigo do poder familiar. O outro filho não precisava seguir as ordens do outro genitor. Diferente da guarda alternada. A guarda pode ser unilateral ou compartilhada.
2 – Indique os dispositivos legais que fundamentam o instituto da guarda compartilhada.
Art. 1583 e art. 1584 CC.
3 – A guarda compartilhada é obrigatória?
Não, pois tem a guarda unilateral. De acordo com Maria Berenice Dias, a guarda compartilhada é o regime ideal pois garante maior participação de ambos os pais no crescimento e desenvolvimento da prole, seja é a regra. Porém, o fato de a lei existir não é predominante na decisão do juiz, que tenderá sempre para o bem-estar da criança. Mas é importante ter em mente que o que funciona para uma família pode não funcionar para a outra. Se não há acordo, serão feitas análises e perícias para identificar qual é o cenário mais favorável às crianças envolvidas.
4 – Na guarda compartilhada, com quem o filho ficará residindo? Existe necessidade de se regulamentar a visita dos genitores?
A criança residirá com o ou a genitor (a), os quais entraram em consenso, ficando estabelecido as visitas, preferencialmente, caso não haja consenso o juiz considerará o bem-estar da criança.
A guarda compartilhada esta voltada nas questões de gestão da vida da criança, os genitores vão decidir todas as questões dos filhos em conjunto, como mudança de escola, forma de criação e educação, tratamentos médicos.
 
5 – Se os pais não tenham bom relacionamento e estejam em conflito, poderá ser fixada a guarda compartilhada?
Sim, pois a guarda compartilhada e a regra independente do conflito existente entre os pais. Art. 1584, requerida por consenso entre o pai e a mãe. Mas pode ser unilateral se o pai ou a mae comprovar que o convívio é danoso para o filho.
 
6 – Como devem ser fixados os alimentos na guarda compartilhada? Quem será responsável por pagar as despesas como dos filhos?
Ambos os pais são responsáveis pela pensão, como alimentação, escola, médica e outras despesas. Geralmente a pensão deve ser paga por aquele que detém o direito de visitas, entende-se que há despesas correlatas à convivência diária. O valor da pensão pode ser combinado entre os pais ou fixado pelo juiz, de acordo com as necessidades de quem recebe e as possibilidades de quem paga.
7 – É possível estabelecer a guarda compartilhada ainda que os pais não residam na mesma cidade ou pais?
Sim, pois são obrigações de gestão. Quando os pais residirem em cidades diferentes, deve prevalecer, nesse caso, o domicílio do genitor residente na cidade considerada como base de moradia dos filhos, a localidade que melhor atende aos interesses das crianças de acordo com o disposto no Art. 1583, § 3º do Código Civil. Assim a guarda compartilhada é possível. A convivência com o genitor que mora longe poderá ser compensada nos períodos de férias e feriados prolongados.
 
8 – Quando será fixada a guarda unilateral?
Quando um dos pais não quer ou não pode ter a guarda por consenso. Mas só será definido guarda unilateral se um dos pais abrir mão ou não tenha condições de dividir, talvez por questões de saúde ou psicológica.
Se o juiz entender que a convivência prejudicar o menor, a guarda unilateral, a qual apenas um dos genitores fica responsável pela criança será acolhida.
Na guarda unilateral, o outro genitor não fica isento das tomadas de decisão, resta a opção de ele contestar se discordar.
 
9 – O que se entende por alienação parental? E por síndrome de alienação parental?
De acordo com a Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Em seu Art. 2o e seus incisos: 
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. (grifos nossos)
Parágrafo único.  São formas exemplificativas de alienação parental, além dos atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados diretamente ou com auxílio de terceiros:  
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade; (desqualificar, falar mal).
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós. [1: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12318.htm]
Já a síndrome de alienação parental, que é também conhecida pela sigla em inglês PAS, é o termo proposto por Richard Gardner em 1985 é a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor em relação ao outro genitor.  Os casos mais frequentes da Síndrome da Alienação Parental estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Neste processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. [2: Gardner R. Parental Alienation Syndrome vs. Parental Alienation: Which Diagnosis Should Evaluators Use in Child-Custody Disputes?. American Journal of Family Therapy. March 2002;30(2):93-115.]
10 – Como se apurar a prática da alienação parental?
A alienação parental é uma forma de abuso emocional, envolta em atitudes comportamentais que o filho começa a apresentar. Como: a criança repete as coisas que o outro pai costuma dizer em vez de se explicar com as próprias palavras, com segredos com o outro genitor, com sinais e palavras de código.
Trata-se de um tipo de relacionamento disfuncional entre os dois pais e entre o pai alienador e a criança. Para provar, não acontecerá da noite para o dia e precisará da assistência da corte, é preciso demonstrar que a conduta negativa do ex-cônjuge está fazendo mal para o pequeno.
Outros exemplos é a recusa de um dos genitores de compartilhar registros médicos e escolares, ou tentativa de mudar o acordo de custódia feito ou ordem de visitação com juiz, de modo frequente ou planeje viagens, passeios diferentes, fazendo com que o filho recuse as visitações programadas, ou ainda alegando que o outro não tem tempo para ficar com a criança, tentandodistanciar o relacionamento com o filho.
art. 2º, § único:
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício da paternidade ou maternidade;
II - dificultar o exercício da autoridade parental;
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor;
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar;
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre a criança ou adolescente, inclusive escolares, médicas e alterações de endereço;
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou contra avós, para obstar ou dificultar a convivência deles com a criança ou adolescente;
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com familiares deste ou com avós.
11 – Quem pode ser considerado alienador? 
Segundo Maria Berenice Dias, a alienador pode ser a mãe, o pai em relação à mãe ou ao seu companheiro, assim pode incidir em qualquer um dos genitores, e, num sentido mais amplo, pode ser identificado em outros cuidadores, pode ser levado a efeito a frente, para os avós, tios e padrinhos e até entre irmãos. 
12 – Quais as consequências para o alienador?
A lei nº. 12.318/10 que fala sobre a síndrome da alienação parental dispõe em seu art. 6º, “Cumulativamente ou não, sem prejuízo da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a gravidade do caso”, poderá:
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador;
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado;
III - estipular multa ao alienador;
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial;
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua inversão;
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente;
VII - declarar a suspensão da autoridade parental.

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