Buscar

ARTIGO CIENTÍFICO - Direito Civil - FAMÍLIA - Síndrome de Alienação Parental

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

VAGNER HERMES NASCIMENTO COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO 
DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA-RR 
2020 
 
 
VAGNER HERMES NASCIMENTO COSTA 
 
 
 
 
 
 
 
 
A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO 
DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
como pré-requisito para obtenção do título de 
Bacharel em Direito pelo Centro Universitário 
Estácio da Amazônia. 
 
Orientador (a): Prof. Mônica Cavalieri Fetzner 
Areal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA-RR 
2020
1 
 
 
 
A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS NO 
DESENVOLVIMENTO PSICOLÓGICO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES 
PARENTAL ALIENATION SYNDROME AND ITS CONSEQUENCES ON CHILDREN 
AND ADOLESCENTS 'PSYCHOLOGICAL DEVELOPMENT 
 
 
Vagner Hermes Nascimento Costa1 
 
 
RESUMO 
 
Neste artigo percorrer-se-á por uma breve explanação sobre a Alienação Parental, a 
Síndrome de Alienação Parental (SAP), suas consequências psicológicas que 
comprometerão a criança ou o adolescente no decorrer do seu futuro, bem como suas 
implicações na área jurídica. Esse ato se tornou cada vez mais comum dentro dos 
lares, devido ao grande crescimento do fim do casamento dos genitores, os quais 
quase sempre acabam entrando em brigas judiciais e nisso os filhos viram as 
principais armas contra o pai/mãe-alvo. A situação de ambiente familiar hostil pode 
ocorrer até mesmo com casais vivendo juntos, expondo a criança e/ou o adolescente 
a um ambiente deletério, ou mesmo em clássica situação onde o processo é 
alimentado pelos tios e avós que também passam a minar a representação 
paterna/materna, com atitudes e comentários desairosos, agindo como catalisadores 
deste injusto ardil humilhante e destrutivo da figura do pai/mãe, dessa forma 
impedindo que a criança ou adolescente usufrua plenamente de seu direito 
constitucionalmente garantido que reside no indescritível contentamento que é estar 
ao lado de um pai, de uma mãe, ou seja, de estar em família. Diante do trabalho 
exposto, foram realizadas pesquisas na Lei nº 12.318/10 (Lei de Alienação Parental), 
no ECA, na Constituição Federal, bem como em livros e artigos que abordam sobre o 
assunto, além da jurisprudência aplicada ao assunto da alienação parental. 
 
Palavras-chave: Alienação Parental. Síndrome da Alienação Parental. Criança. 
Adolescente alienado. Genitor alienante. 
SUMÁRIO: 1. INTRODUÇÃO. 2. DESENVOLVIMENTO. 2.1. Conceito de Síndrome 
da Alienação Parental. 2.2. Das Características da alienação parental. 2.3. Os efeitos 
psicológicos da alienação nas crianças. 2.4. Quais são os tipos de alienação parental. 
2.5. Quais são as formas punitivas 3. CONCLUSÃO. REFERÊNCIAS. 
 
1 Acadêmico do Curso de Direito do Centro Universitário Estácio da Amazônia. 
E-mail: vagnernascimentohc@gmail.com. 
 
2 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Este trabalho tem como principal objetivo analisar os danos psicológicos que 
crianças e adolescentes terão no seu futuro decorrente da Alienação Parental, a 
Síndrome da Alienação Parental (SAP). 
Ainda com relação ao objetivo desse trabalho é preciso mencionar que a 
criança e/ou adolescente, têm a formação da sua personalidade e do seu caráter nos 
ensinamentos norteados no que seus genitores os ensinam no decorrer da vida 
familiar. 
A situação é bastante comum no cotidiano dos casais que se separam, um dos 
cônjuges magoado com o fim do casamento e com a conduta do ex-cônjuge, resolve 
afastá-lo da vida dos filhos, desqualificando sua imagem perante sua prole. 
Esses atos alienatórios são variados, como coagindo, induzindo e proibindo o 
alienante vai agindo de acordo com seus objetivos, conforme vai ou não conseguindo 
atingir seu alvo. 
Richard Gardner, nominou de “síndrome de alienação parental”: programar 
uma criança para que odeie o genitor sem qualquer justificativa. Trata-se de 
verdadeira campanha para desmoralizar o genitor. O filho é utilizado como 
instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. 
A “alienação parental” foi proposta nos anos oitenta pelo psiquiatra americano 
Richard Gardner. Ele defendia que a prática fosse definida como uma síndrome – a 
chamada Síndrome da Alienação Parental (SAP). Para Gardner, a SAP, quando não 
identificada e devidamente tratada, pode trazer graves consequências psíquicas e 
comportamentais para a criança. 
Em 2010, foi sancionada a Lei da Alienação Parental, dispõe em seu artigo 2º 
que se considera ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da 
criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós 
ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou 
vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à 
manutenção de vínculos com este. 
Pablo Stolze trata-se de um distúrbio que assola crianças e adolescentes 
vítimas da interferência psicológica indevida realizada por um dos pais com o 
propósito de fazer com que repudie o outro genitor. 
 
3 
 
 
 
2 DESENVOLVIMENTO 
2.1 Conceito de Síndrome da Alienação Parental 
Em 1985, Gardner (1985) definiu a Síndrome de Alienação Parental como 
sendo a Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio que surge 
principalmente no contexto de disputas de guarda dos filhos. Sua manifestação 
primária é a campanha de denigração da criança contra um pai bom e amoroso, uma 
campanha isso não tem justificativa. Isso resulta da combinação de uma programação 
doutrinação dos pais (lavagem cerebral) e contribuições da própria criança à 
difamação do pai-alvo. Quando o verdadeiro abuso dos pais e/ou negligência está 
presente, a animosidade da criança pode ser justificada e, portanto, o pai ou a mãe 
diagnóstico de síndrome de alienação não é aplicável. 
A Síndrome de Alienação Parental é o termo proposto por Richard Gardner 
para a situação em que a mãe ou o pai de uma criança a treina para romper os 
laços afetivos com o outro cônjuge, criando fortes sentimentos de ansiedade e temor 
em relação ao outro genitor. 
A Síndrome de Alienação Parental (SAP) é um distúrbio da infância que 
aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. Sua 
manifestação preliminar ê a campanha denegritória contra um dos genitores, uma 
campanha feita pela própria criança e que não tenha nenhuma justificação. Resulta 
da combinação das instruções de um genitor (o que faz a lavagem cerebral, 
programação, doutrinação) e contribuições da própria criança para caluniar o genitor-
alvo. Quando o abuso e/ou a negligência parentais verdadeiros estão presentes, a 
animosidade da criança pode ser justificada. E assim a explicação de Síndrome de 
Alienação Parental para a hostilidade da criança não é aplicável. 
No dizer de Jussara Meirelles (2009, p. 265): "Assim, se o filho é manipulado 
por um dos pais para odiar o outro, aos poucos, suavemente se infiltrando nas suas 
ideias, uma concepção errônea da realidade, essa alienação pode atingir pontos tão 
críticos que a vítima do ódio, já em desvantagem, não consegue revertê-Ia”. 
Trata-se, como dito, de um distúrbio que assola crianças e adolescentes vítimas 
da interferência psicológica indevida realizada por um dos paiscom o propósito de 
fazer com que repudie o outro genitor. 
 
4 
 
 
 
Em associação com esse crescente processo de guarda dos filhos, 
testemunhou-se um aumento dramático na frequência de um distúrbio raramente visto 
anteriormente, um distúrbio a que se refere como Síndrome da Alienação Parental 
(SAP). 
 Nesse distúrbio, vê-se não apenas a programação “lavagem cerebral” da 
criança um pai para denegrir o outro pai, mas as contribuições criadas por a criança 
em apoio à campanha de denigração dos pais alienantes contra o pai alienado. Por 
causa da contribuição da criança, não foi considerado os termos lavagem cerebral, 
programação ou outras palavras equivalentes a serem aplicáveis. 
 Gardner (1985), introduziu o termo Síndrome de Alienação Parental para 
cobrir a combinação desses dois fatores contribuintes. De acordo com este uso do 
termo, sugeriu esta definição da Síndrome de Alienação Parental. 
 
2.2 Das Características da alienação parental e a proteção na lei brasileira 
O principal objetivo do pai alienante de doutrinar os filhos uma campanha de 
denigração contra o pai-alvo é obter alavancagem no tribunal. A alienação da criança 
tem menos a ver com boa-fé animosidade ou mesmo ódio do pai alienado, mas mais 
a ver com o medo de que, se tal acrimonia não for exibida, o pai alienante rejeite a 
criança. 
Segundo Gardner (2002a) as principais manifestações sintomáticas da 
síndrome da alienação parental são: 
a) A campaign of denigration (campanha de denegrir); 
b) Racionalizações fracas, absurdas ou frívolas para a depreciação; 
c) Falta de ambivalência; 
d) O fenômeno do “pensador independente”; 
e) Apoio reflexivo do pai alienante no conflito parental; 
f) Ausência de culpa por crueldade e/ou exploração do pai alienado; 
g) A presença de cenários emprestados; 
h) Propagação da animosidade aos amigos e/ou família extensa do pai 
alienado. 
Para Madaleno (2018), a alienação parental é geralmente alimentada pelo 
ascendente guardião, que projeta na criança ou adolescente os seus sentimentos 
negativos, de indignação e de rancores do ex-parceiro. Não se compara com a 
5 
 
 
 
lavagem cerebral, porque nesta se supõe que alguém trabalhe conscientemente e 
para alcançar um resultado de distúrbio na comunicação, o que não ocorre 
necessariamente na alienação parental. 
Segundo Gardner (2002a), com o uso de chantagens de extrema violência 
mental, sem nenhuma chance de defesa da criança que acredita piamente que o 
visitante não lhe faz bem, e o menor expressa isto de forma exagerada e injustificada 
para rejeitar o contato. Isso quando nos casos mais severos de alienação um genitor 
fanático não acrescenta uma falsa acusação de agressão ou abuso sexual. Uma mãe 
ou um pai paranoico, que tenha programado no filho sentimentos igualmente 
paranoicos em relação ao outro genitor, provavelmente terá desenvolvido elos 
psicológicos mais fortes com seu filho, porém, não será um vínculo sadio e sua 
presença nefasta e doentia é um forte argumento para recomendar a troca de guarda 
do menor. 
De acordo com Madaleno (2018), a alienação parental decorre de um trabalho 
incessante, silencioso e sutil do alienador, que precisa de tempo para pôr em prática 
sua estratégia para eliminar os vínculos afetivos do filho com o progenitor alienado. 
Como precisa de tempo, o alienador obstaculiza as visitas, muitas vezes como se 
estivesse protegendo a criança porque estaria supostamente doente, e sem poder sair 
de casa, ou programando visitas de amigos e parentes ou aniversários de colegas, 
quando não chantageia o filho dizendo ficar triste, traído e decepcionado se o filho 
insistir em se contatar com seu outro ascendente. 
Segundo Gardner (1985) a alienação parental tem como características o 
agente alienante tentando construir uma imagem desclassificatória da outra parte, 
com assim, o alienante por sua vez, começa a inventar falsas histórias, mentira, 
atrapalhar as visitas de forma que a prole não consiga ficar com o genitor alienado, 
desqualificação da sua imagem, e dessa maneira o alienador vai intensificando cada 
vez mais suas formas de alienar a prole, para que venha a se distanciar e até mesmo 
criar ranço ou em algumas vezes ódio da outra genitora. 
No âmbito da legislação brasileira, existe a Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 
2010, com o intuito de proteger assim dispõe de forma categórica em seu artigo 2º 
diz: 
Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação 
psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos 
genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a 
6 
 
 
 
sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause 
prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este. 
Parágrafo único. São formas exemplificativas de alienação parental, além dos 
atos assim declarados pelo juiz ou constatados por perícia, praticados 
diretamente ou com auxílio de terceiros: 
I - realizar campanha de desqualificação da conduta do genitor no exercício 
da paternidade ou maternidade; 
II - dificultar o exercício da autoridade parental; 
III - dificultar contato de criança ou adolescente com genitor; 
IV - dificultar o exercício do direito regulamentado de convivência familiar; 
V - omitir deliberadamente a genitor informações pessoais relevantes sobre 
a criança ou adolescente, inclusive 
escolares, médicas e alterações de endereço; 
VI - apresentar falsa denúncia contra genitor, contra familiares deste ou 
contra avós, para obstar ou dificultar a 
convivência deles com a criança ou adolescente; 
VII - mudar o domicílio para local distante, sem justificativa, visando a 
dificultar a convivência da criança ou adolescente com o outro genitor, com 
familiares deste ou com avós. 
 
Segundo o Art. 3º A prática de ato de alienação parental fere direito 
fundamental da criança ou do adolescente de convivência familiar saudável, prejudica 
a realização de afeto nas relações com genitor e com o grupo familiar, constitui abuso 
moral contra a criança ou o adolescente e descumprimento dos deveres inerentes à 
autoridade parental ou decorrentes de tutela ou guarda. 
Verifica-se, assim, que a legislação brasileira trouxe com avanços significativos 
a adoção estampados nas mais diversas doutrinas, como a de Gardner, adequando 
as características mais comuns (gerais) à realidade local. Não obstante haver a 
necessidade de adequações caso a caso, tendo em vista haver mudanças nas formas 
como são realizadas a alienação parental. 
 
2.3 Os efeitos psicológicos da alienação nas crianças 
Os efeitos vão do mais simples afastamento do pai alienado, até mesmo ao 
ponto de a prole não aceitar de forma alguma que o genitor alienado chegue próximo, 
e não somente o genitor alienado irá padecer com isso, mas todas as pessoas que 
fazem parte na vida da criança, como os amigos e familiares, privando o menor de 
uma convivência afetiva e necessária. 
Para Gardner (1999), induzir SAP em uma criança é uma forma de abuso 
emocional. De certa forma, pode ser ainda mais prejudicial do que abusar fisicamente 
e/ou sexualmente de uma criança. Embora ambas as formas abuso são abominações, 
eles não necessariamente - embora certamente possam - causar problemas 
7 
 
 
 
psiquiátricos ao longo da vida. Muitos que foram submetidos a abuso físico na infância 
superar as dores e humilhações que sofreram. 
E este também é o caso de relações sexuais abuso, embora os efeitos possam 
ser mais profundos. A doutrinação de uma SAP em uma criança, no entanto, provoca 
a destruição do vínculo entre a criança e o alvo progenitor com probabilidade de 
duração ao longo da vida. Não se pode restabelecer um relacionamento se houve umhiato de alguns, se não muitos anos. A reunião é quase como um ex-aluno encontro. 
Existem aqueles (incluindo muitos profissionais de saúde mental) que afirmam que 
quando as crianças com SAP crescem, elas apreciarão o que lhes aconteceu e 
reconcilie-se com o pai alienado. 
Gardner (1999) é altamente provável que aqueles que fornecem esse garantias 
ostensivamente bem-intencionadas nunca viram esses casos, e o conselho é 
pensamento essencialmente desejoso. A maioria dos que foram abusados fisicamente 
e até muitos que foram abusadas sexualmente pelos pais, continuam tendo algum tipo 
de relacionamento com o pai abusador ao longo da vida - mesmo com lembranças 
residuais dos abusos anteriores. As crianças que foram submetidas a um PAS não 
têm mais esse relacionamento. Não é apenas a criança sofreu abuso emocional, mas 
o pai vitimado também. Eu mesmo observei deterioração psicótica em pais vitimizados 
e até suicídio. Estou certo de que meu as observações não são isoladas. 
Para Gardner (1985) a negação da SAP no período inicial resultou em muitas 
crianças vivendo principalmente com suas mães programadoras, com o resultado de 
se tornarem por afastada de pais amorosos. Eles foram privados, portanto, de todos 
os benefícios que poderiam ter vindo do pai. Não há dúvida estudos de 
acompanhamento dessas crianças revelarão significantes efeitos psicopatológicos 
residua dessas primeiras experiências. Não se pode crescer e ser uma pessoa 
saudável se, ao longo da infância, alguém foi ensinado que um pai anteriormente 
amoroso e dedicado era realmente repugnante e cruel. Isso inevitavelmente afetará 
seus relacionamentos com outros homens - datas, namorados, professores, 
empregadores, amigos e assim por diante. 
Segundo Gardner (2002a), na fase mais recente, com os homens como 
doutrinadores cada vez mais frequentes, teremos um grupo semelhante de crianças 
crescendo acreditando que suas mães anteriormente amorosas eram vil, repugnante 
e nocivo. Da mesma forma, não se pode tornar uma pessoa saudável acreditando que 
8 
 
 
 
a figura materna primária foi e ainda é um desprezível e ser humano repugnante. Essa 
distorção da realidade não pode deixar de afetar futuros relacionamentos com outras 
mulheres - datas, empregadores, amigos e em breve. 
Para Madaleno (2018), trata-se de programar uma criança para que ela odeie, 
sem justificativa, um de seus genitores, cuidando a própria criança de contribuir na 
trajetória de desmoralização do genitor visitante. Lastimavelmente, tem sido uma 
prática bastante habitual de um pai ou uma mãe tentar obstruir a relação afetiva dos 
filhos com o outro ascendente, buscando uma cruel lealdade do filho e sua rejeição 
ao outro progenitor e seus familiares. 
O genitor e seus familiares próximos, como avós e tios da criança vão sendo 
maliciosamente excluídos e tudo que rodeia o vínculo dos filhos com o progenitor não 
convivente se converterá em uma potencial ameaça para a criança, iniciando por uma 
variedade de eventos que ficam fora do controle do menor e que vão criando na 
criança um sentimento nato de defesa contra a fictícia ameaça que representa seu pai 
ou sua mãe. 
 
2.4 Tipos de alienação parental 
Segundo Gardner (2002b), existem três tipos de síndrome de alienação 
parental: a leve, a moderada e severo. Isso vai além dos objetivos deste artigo para 
descrever na íntegra detalha as diferenças entre esses três tipos. Neste ponto, apenas 
uma breve resumo é justificado. No tipo leve, a alienação é relativamente superficial, 
as crianças basicamente cooperam com a visitação, mas são intermitentemente crítica 
e descontente com o pai vitimado. No tipo moderado, o a alienação é mais formidável, 
as crianças são mais perturbadoras e desrespeitosas, e a campanha de denigração 
pode ser quase contínua. No tipo severo, a visitação pode ser impossível, por isso são 
hostis as crianças, hostis até ao ponto de ser fisicamente violento em relação ao 
supostamente odiado pai. 
E ainda, Gardner (2002b), outras formas de representação podem estar 
presentes, a representação projetada infligir sofrimento contínuo aos pais que estão 
sendo visitados. Em alguns casos a hostilidade das crianças pode atingir níveis 
paranóicos, por exemplo, eles exibem ilusões de perseguição e/ou medos de que 
serão assassinados. Cada tipo requer uma abordagem psicológica e jurídica diferente. 
9 
 
 
 
Mais detalhes sobre o diagnóstico e o tratamento da síndrome de alienação parental 
foram descrito em outro lugar. 
Para Gardner (1985), existem três níveis de Síndrome de Alienação Parental: 
Estágio I (leve) – quando nas visitas há dificuldades no momento da troca dos 
genitores, vale dizer, no momento da busca e da entrega dos filhos; 
Estágio II (moderado) – o genitor alienante utiliza uma grande variedade de 
táticas para excluir o outro; 
O Estágio III (agudo) – neste terceiro estágio os filhos já se encontraram de tal 
forma manipulados que a visita do genitor alienado pode causar a eles pânico e 
desprezo. 
 
2.5 Proteção constitucional e legal da alienação parental 
Segundo Pedro Scuro Neto (2010, p. 45), “quando em algum segmento da 
cultura as premissas mudam, o Direito tende a mudar também, se bem que não de 
modo fragmentado ou ao acaso, mas em sincronia com o resto da cultura”. Logo, 
diante de uma nova concepção de família, a ordem jurídica buscou acompanhar tal 
mudança, dispondo a Constituição Federal de 1988 de uma importante efetivação dos 
direitos fundamentais em tutela da família contemporânea. 
Nesse sentido, assim determina os artigos 226 e 227 da Constituição Federal: 
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
§ 1º O casamento é civil e gratuita a celebração. 
§ 2º O casamento religioso tem efeito civil, nos termos da lei. 
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre 
o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua 
conversão em casamento. 
§ 4º Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por 
qualquer dos pais e seus descendentes. 
§ 5º Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos 
igualmente pelo homem e pela mulher. 
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada 
Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010) 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da 
paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do 
casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e 
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma 
coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas. 
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um 
dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no 
âmbito de suas relações. (grifo nosso) 
 
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, 
ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, 
à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à 
10 
 
 
 
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, 
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, 
exploração, violência, crueldade e opressão. (Redação dada Pela 
Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
 
§ 1º O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da 
criança, do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não 
governamentais, mediante políticas específicas e obedecendo aos seguintes 
preceitos: (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
I - aplicação de percentual dos recursos públicos destinados à saúde na 
assistência materno-infantil; 
II - criação de programas de prevenção e atendimento especializadopara as 
pessoas portadoras de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de 
integração social do adolescente e do jovem portador de deficiência, 
mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do 
acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de obstáculos 
arquitetônicos e de todas as formas de discriminação. (Redação dada 
Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
§ 2º A lei disporá sobre normas de construção dos logradouros e dos edifícios 
de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de 
garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência. 
§ 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: 
I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o 
disposto no art. 7º, XXXIII; 
II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; 
III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; 
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, 
igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, 
segundo dispuser a legislação tutelar específica; 
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à 
condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de 
qualquer medida privativa da liberdade; 
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos 
fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, 
de criança ou adolescente órfão ou abandonado; 
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao 
adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. 
(Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
§ 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da 
criança e do adolescente. 
§ 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que 
estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. 
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão 
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações 
discriminatórias relativas à filiação. 
§ 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em 
consideração o disposto no art. 204. 
§ 8º A lei estabelecerá: (Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
I - o estatuto da juventude, destinado a regular os direitos dos jovens; 
(Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) 
II - o plano nacional de juventude, de duração decenal, visando à articulação 
das várias esferas do poder público para a execução de políticas públicas. 
(Incluído Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010). (BRASIL, 1988). 
 
Denota-se a grande proteção constitucional que existe para a instituição família, 
bem como nos seus mais variados incisos e parágrafos que traz a proteção do menor, 
11 
 
 
 
as proibições de discriminação e determinação da paternidade responsável, conforme 
determinação expressa no art. 226, §§5º e 7º da CF. 
Na busca para dar maior efetividade e garantia à proteção ao menor 
estabelecida na Constituição Federal, foi criada a Lei nº 12.318/2010, já antes citada, 
que trata da Alienação Parental, apresentando instrumentos para coibir as práticas 
alienadoras, e preservar os menores das consequências resultantes de conflitos 
familiares. Seu artigo 6º assim dispõe que: 
Caracterizados atos típicos de alienação parental ou qualquer conduta que 
dificulte a convivência de criança ou adolescente com genitor, em ação 
autônoma ou incidental, o juiz poderá, cumulativamente ou não, sem prejuízo 
da decorrente responsabilidade civil ou criminal e da ampla utilização de 
instrumentos processuais aptos a inibir ou atenuar seus efeitos, segundo a 
gravidade do caso (BRASIL, 2010): 
I - declarar a ocorrência de alienação parental e advertir o alienador; 
II - ampliar o regime de convivência familiar em favor do genitor alienado; 
III - estipular multa ao alienador; 
IV - determinar acompanhamento psicológico e/ou biopsicossocial; 
V - determinar a alteração da guarda para guarda compartilhada ou sua 
inversão; 
VI - determinar a fixação cautelar do domicílio da criança ou adolescente; 
VII - declarar a suspensão da autoridade parental. 
 
Parágrafo único. Caracterizado mudança abusiva de endereço, inviabilização 
ou obstrução à convivência familiar, o juiz também poderá inverter a 
obrigação de levar para ou retirar a criança ou adolescente da residência do 
genitor, por ocasião das alternâncias dos períodos de convivência familiar. 
 
Além da moderna legislação sobre alienação parental, existe também o 
Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) que já previa a proteção às 
crianças e adolescentes em seus dispositivos 3º a 6º, corroborando a proteção 
constitucional, in verbis: 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais 
inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata 
esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as 
oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, 
mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as 
crianças e adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, 
idade, sexo, raça, etnia ou cor, religião ou crença, deficiência, condição 
pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição econômica, ambiente 
social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as pessoas, 
as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 
2016) 
 
Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder 
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos 
referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à 
convivência familiar e comunitária. 
 
12 
 
 
 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância 
pública; 
 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com 
a proteção à infância e à juventude. 
 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, 
punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus 
direitos fundamentais. 
 
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que 
ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais 
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas 
em desenvolvimento. (BRASIL, 1990). 
 
Verifica-se, portanto, que o Estatuto da Criança e do Adolescente, embasado 
na proteção que a Constituição Federal garante, visa proteger de maneira absoluta o 
menor levando em consideração suas peculiaridades de indivíduo em formação, bem 
como de sua própria vulnerabilidade. 
Gardner (2002a), recomenda fortemente sanções, incluindo transferência de 
custódia para os alienados pai, sanções monetárias (quando possível), transferência 
para um local de transição neutro e prisão sentenças, especialmente prisão domiciliar. 
Cita o supracitado autor ainda que chegou a perceber que existem outras 
medidas os tribunais podem implementar para ajudar os pais indutores de SPA a 
facilitar a visita e desencorajar a alienação das crianças. Pais que incentivam os filhos 
a desobedecer ordens judiciais as visitas são na verdade desprezadaspelos tribunais. 
Uma vez que o tribunal decida que um dos pais esteve desrespeito ao tribunal, 
o juiz tem o poder de implementar certas punições e restrições. Estes variam entre os 
estados. Em alguns estados, o tribunal pode limitar-se a abrigar prender e até 
encarcerar um pai que está desprezando. Como preliminar, o tribunal pode ordenar 
que os pais alienantes façam um tour escoltado pela prisão local. Familiarização com 
o que está por vir pode ajudar os pais indutores de SPA a reconsiderarem suas 
posições. 
Conforme ressalta Gardner (2002b) os pais podem ser colocado em liberdade 
condicional e designado a um oficial de condicional que possa relatar ao cumprir com 
a visita ordenada. Alguns dias em uma prisão local geralmente seriam suficientes para 
13 
 
 
 
ajudar esse pai ou mãe cessa e desiste da programação indutora de PAS. Alguns 
tribunais têm o poder de punir os desprezadores de outras maneiras, por exemplo, a 
suspensão de um motorista licença ou pedido de serviço público por um mês ou dois. 
No estado da Pensilvânia pais que desobedecerem ordens judiciais relacionadas a 
visitas ou custódia podem ser punidos em um ou mais das seguintes maneiras: 
(1) Prisão por um período não superior a seis meses; 
(2) Uma multa não superior a US $ 500; 
(3) Estágio por um período não superior a 6 meses; 
(4) Uma ordem de não renovação, suspensão ou revogação da direção 
privilégios. 
Quando as ameaças dos tribunais a esse respeito estão vazias, e o alienador 
sabe que o juiz não vai realmente seguir adiante, então a criança da SAP é privado 
desta desculpa. Quando as ameaças são reais, a criança pode dizer: “Eu realmente 
odeio ele, mas só vou visitá-lo para protegê-lo de ir para a cadeia. 
Para Gonçalves (2017, p. 388), “a prática de atos de alienação parental por 
parte de um dos genitores, inclusive com o claro desinteresse em considerar a 
gravidade de suas consequências para a formação do menor, enseja a aplicação da 
medida de reversão da guarda. A regulamentação do direito de visitas deve observar 
perfeita igualdade de direitos dos genitores, sopesados os superiores interesses do 
menor, inclusive para preservação dos laços afetivos entre o menor e o genitor que 
perdeu a guarda”. 
A Lei nº 12.318, em seu Art. 4º diz: Declarado o indício de ato de alienação 
parental, a requerimento ou de ofício, em qualquer momento processual, em ação 
autônoma ou 1OCIdentalmente, o processo terá tramitação prioritária, e o juiz 
determinará, com urgência, ouvido o Ministério Público, as medidas provisórias 
necessárias para preservação da integridade psicológica da criança ou do 
adolescente, inclusive para assegurar sua convivência com genitor ou viabilizara a 
efetiva reaproximação entre ambos, se for o caso. 
Parágrafo único. Assegurar-se-á a criança ou adolescente e ao genitor garantia 
mínima de visitação assistida, ressalvados os casos em que há iminente risco de 
prejuízo à integridade física ou psicológica da criança ou do adolescente, atestado por 
profissional eventualmente designado pelo juiz para acompanhamento das visitas. 
 
14 
 
 
 
Gonçalves (2017) a lei em apreço deixou claro o que caracteriza a alienação 
parental, transcrevendo uma série de condutas que se enquadram na referida 
síndrome, sem, todavia, considerar taxativo o rol apresentado. Faculta, assim, o 
reconhecimento, igualmente, dos atos assim considerados pelo magistrado ou 
constatados pela perícia. Estendeu ela os seus efeitos não apenas aos pais, mas 
também aos avós e quaisquer outras pessoas que tenham a guarda ou a vigilância 
(guarda momentânea) do incapaz. Esclareceu, também, como o Judiciário pode agir 
para reverter a situação. O juiz pode, por exemplo, afastar o filho do convívio da mãe 
ou do pai, mudar a guarda e o direito de visita e até impedir a visita. Como última 
solução, pode ainda destituir ou suspender o exercício do poder parental. 
E ainda, Gonçalves (2017) a lei ora comentada tem mais um caráter educativo, 
no sentido de conscientizar os pais, uma vez que o Judiciário já vinha tomando 
providências para proteger o menor, quando detectado um caso da aludida síndrome. 
No caso dos tribunais brasileiros, assim tem decidido o Superior Tribunal de 
Justiça com relação à aplicação da alienação parental: 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. 
OMISSÃO. CONTRADIÇÃO. INEXISTÊNCIA. AÇÃO DE MODIFICAÇÃO DE 
GUARDA. AÇÃO PROPOSTA ONDE O DETENTOR DA GUARDA NÃO 
MAIS TEM DOMICÍLIO. ENVIO DOS AUTOS PARA O JUÍZO 
COMPETENTE. INEXISTÊNCIA DE CONFLITO. 
1. Consoante se verifica das informações prestadas pelos Juízos suscitados, 
não há discrepância de entendimento acerca da competência para 
julgamento da ação de modificação de guarda, não restando configurada 
qualquer das hipóteses do art. 115 do Código de Processo Civil. 
2. No caso, tendo a detentora da guarda se mudado para outra comarca, 
a propositura da ação de modificação de guarda, ajuizada pelo pai nesse 
mesmo período, lá deveria ter se dado, consoante entenderam os Juízos 
suscitados. Não se trata de mudança de endereço depois de proposta a 
ação e efetivada a citação. Incidência do art. 147, I, do Estatuto da Criança 
e do Adolescente. 
3. Os conflitos de competência apontados pelo embargante como 
representativos da jurisprudência desta egrégia Corte, tratam, na realidade, 
de hipóteses excepcionais, em que fica clara a existência de alienação 
parental em razão de sucessivas mudanças de endereço da mãe com o 
intuito exclusivo de deslocar artificialmente o feito, o que não ocorre 
nos autos. 
4. Desta forma, ausente qualquer equívoco manifesto no julgado, tampouco 
se subsumindo a irresignação em análise a alguma das hipóteses do art. 535 
do CPC, não merece ressonância a insurgência em questão. 
5. Embargos de declaração rejeitados. (EDcl no CC 108.689/PE, Rel. Ministro 
RAUL ARAÚJO, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/11/2010, DJe 
18/11/2010) (grifo nosso). 
 
Denota-se, do caso supracitado e em toda a fundamentação constitucional e 
infraconstitucional acima expostas, e embora seja vedada a interferência em fatos e 
15 
 
 
 
provas, conforme a súmula 7 do STJ, ficou demonstrada devido às constantes 
mudanças de endereço com o objetivo alienatório, visto perturbar a relação existente 
de um dos pais com o menor. 
Outro caso que ganhou bastante repercussão a Terceira Turma, em julgamento 
ocorrido em 2017, reconheceu a possibilidade de guarda compartilhada mesmo no 
caso de haver graves desavenças entre o ex-casal. A decisão foi uma forma de manter 
ativos os laços entre pais e filhos após a separação do casal e evitar possíveis casos 
de alienação parental. Assim ficou a ementa: 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. FAMÍLIA. GUARDA 
COMPARTILHADA. MELHOR INTERESSE DO MENOR. 
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA Nº 7/STJ. ART. 1.584, § 3º, DO CC/2002. 
INTERESSE DA PROLE. SUPERVISÃO.DIREITO DE VISITAS.. 
IMPLEMENTAÇÃO. CONVIVÊNCIA COM O GENITOR. AMPLIAÇÃO. 
POSSIBILIDADE. ALIENAÇÃO PARENTAL. PRECLUSÃO. 
1. A implementação da guarda compartilhada não se sujeita à 
transigência dos genitores. 
2. As peculiariedades do caso concreto inviabilizam a implementação 
da guarda compartilhada em virtude da realização do princípio do 
melhor interesse da menor, que obstaculiza, a princípio, sua efetivação. 
3. A verificação da procedência dos argumentos expendidos no recurso 
especial exigiria, por parte desta Corte, o reexame de matéria fática, o que é 
vedado pela Súmula nº 7/STJ. 
4. Possibilidade de modificação do direito de visitas com o objetivo de 
ampliação do tempo de permanência do pai com a filha menor. 
5. A tese relativa à alienação parental encontra-se superada pela preclusão, 
conforme assentado pelo acórdão recorrido. 
6. Recurso especial parcialmente provido. 
(REsp 1654111/DF, Rel. Ministro RICARDOVILLAS BÔAS CUEVA, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 29/08/2017) (grifo nosso). 
 
Segundo os autos, o ex-cônjuge agrediu fisicamente a mãe de suas filhas e, 
por esse motivo, ficou proibido de se aproximar dela e de entrar em contato, por 
qualquer meio de comunicação, com a ex-mulher ou seus familiares, o que o impediu 
também de conviver com os filhos. 
Em sua defesa, o pai sustentou que estaria havendo alienação parental, que 
nunca houve violência contra as crianças e que seus desentendimentos com a mãe 
não o tornavam inapto para exercer o poder familiar. Além disso, alegou que o estudo 
social realizado indicou a guarda compartilhada. 
Verifica-se, portanto, que de maneira excepcional o Superior Tribunal de 
Justiça atua como regulador e aplicador no caso concreto da alienação parental, uma 
vez ser vedado seu reexame de fatos e provas. 
16 
 
 
 
O tema é tão debatido no cenário jurídico que inclusive é passível de 
indenização por danos morais, como assim ficou decidido pelo Superior Tribunal de 
Justiça que julgou possível a compensação por danos morais decorrente de situação 
de abandono afetivo. A Ministra Nancy Andrighi, relatora do Recurso Especial nº 
1.159.242 - SP (2009/0193701-9), entendeu que: 
Sob esse aspecto, indiscutível o vínculo não apenas afetivo, mas também 
legal que une pais e filhos, sendo monótono o entendimento doutrinário de 
que, entre os deveres inerentes ao poder familiar, destacam-se o dever de 
convívio, de cuidado, de criação e educação dos filhos, vetores que, por 
óbvio, envolvem a necessária transmissão de atenção e o acompanhamento 
do desenvolvimento sócio-psicológico da criança. (BRASÍLIA-DF, RE nº 
1.159.242-SP. Data do julgamento 10/04/2012). 
 
Segundo Douglas Phillips Freitas (2012, p. 106): 
Com o advento da Lei de Alienação Parental, a fixação de danos morais 
decorrentes do ‘Abuso Moral’ ou do ‘Abuso Afetivo’, advindos da prática 
alienatória, se tornará, certamente, consenso na doutrina e nos tribunais, 
permitindo, tanto ao menor como ao genitor alienado, o direito de tal pleito, 
pois não se trata de indenizar o desamor, mas de buscar a compensação pela 
prática ilícita (senão abusiva) de atos de alienação parental. 
 
Para Gagliano e Pamplona Filho (2011), a síndrome da alienação parental não 
se confunde, portanto, com a mera alienação parental. Aquela geralmente é 
decorrente desta, ou seja, a alienação parental é o afastamento do filho de um dos 
genitores, provocado pelo outro, via de regra, o titular da custódia. A síndrome da 
alienação parental, por seu turno, diz respeito às sequelas emocionais e 
comportamentais de que vem a padecer a criança vítima daquele alijamento. Assim, 
enquanto a síndrome refere-se â conduta do filho que se recusa terminante e 
obstinadamente a ter contato com um dos progenitores, que já sofre as mazelas 
oriundas daquele rompimento, a alienação parentai relaciona-se com o processo 
desencadeado pelo progenitor que intenta arredar o outro genitor da vida do filho. 
Portanto, o dever de cuidado, de afeto, de zelo, garante um bom 
desenvolvimento psicológico do menor, ficando evidenciado nas decisões 
jurisprudenciais do Superior Tribunal de Justiça acima expostas que o desleixo quanto 
a esse dever por parte de algum dos genitores pode resultar em abuso moral e 
imensurável sofrimento para os filhos e irá autorizar a sua reparação civil. 
 
 
17 
 
 
 
3 CONCLUSÃO 
Diante do exposto, fica evidenciado que a Alienação Parental conjunta da 
Síndrome de Alienação Parental é uma situação comum na vida das famílias e que 
ainda é desconhecida para muitos, incluindo os efeitos devastadores que pode ter 
sobre as nossas crianças e adolescentes. Primeiramente tem-se que acabar com a 
alienação parental, que é como se fosse a fase primitiva do processo para se chegar 
a síndrome, se não interrompida no início, pode a vir causar a Síndrome da Alienação 
Parental (SAP) na prole e ocasionar inúmeros efeitos psicológicas e tais efeitos 
podendo até mesmo ser irreversíveis. 
Foi dado um grande passo com a criação da Lei de Alienação Parental, que foi 
criada para inibir e tentar alertar os genitores de forma educativa, mas que se for 
preciso mostrar mais rigor, ter-se-á medidas coercitivas que podem ser usadas a 
qualquer momento. 
Conclui-se que se precisa cada vez mais aprofundar os estudos a respeito do 
assunto, uma vez, que a cada dia o número de divórcios aumenta e com isso a briga 
pela guarda dos filhos também. 
Tem duas áreas que são de extrema importância nesses estudos, a Psicologia 
e o Direito, que juntas podem ajudar ainda mais com os estudos sobre esse tema e 
com um olhar mais atento, pois é uma questão que mexe muita com parte psicológica 
e mental, e a parte do direito com as formas mais severas de punir o alienante. 
Para Madaleno (2018), embora toda a separação cause desequilíbrios e 
estresse, os pais, quando rompem seus relacionamentos afetivos, deveriam 
empreender o melhor de si para preservarem seus filhos e ajudá-los a 
compreenderem, e também eles, vencerem e superarem a triste fase da separação 
dos genitores. São crianças e adolescentes que dependem do diálogo franco e da 
transparência e honestidade dos pais. Pais que sejam sinceros em seus informes e 
esclarecimentos, mostrando aos filhos que seguem íntegras suas relações de amor e 
afeto para com ambos os genitores, apesar da separação dos adultos, e salientando 
ao mesmo tempo, a importância dos filhos para a existência e felicidade dos pais. 
Conforme todo o estudo exposto, verifica-se que tudo relacionado à alienação 
parental não pode ser tratado como algo superficial ou como se fossem brigas e rixas 
de ex-casais que quase sempre não aceitam o término do relacionamento e utilizam 
desse subterfúgio para prejudicar o bem-estar físico, mental e psicológico da criança 
18 
 
 
 
ou adolescente, devendo, portanto, haver mais rigor com aplicação das mais diversas 
leis possíveis ao causador desse dano. 
Portanto, é de extrema relevância que se faça o efetivo combate à prática de 
alienação parental por um dos genitores, consentindo, em um contexto que possa 
haver diversas outras restrições pelos mais variados motivos, seja social e até mesmo 
econômico, que a criança ou adolescente desfrute de forma efetiva de seu direito 
constitucionalmente garantido que se caracteriza num bem-estar saudável sabendo 
que possui pai, mãe e família presentes e apoiadores em todas as fases de sua vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Lei nº 12.318, de 26 de agosto de 2010. Dispõe sobre a alienação parental 
e altera o art. 236 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Brasília, 2010. 
 
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: 
texto constitucional promulgado em 1988. Brasília: Senado Federal, 1988. 
 
BRASIL. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sore o Estatuto da Criança e 
do Adolescente e dá outras providências. Brasília: Senado Federal, 1990. 
 
FREITAS, Douglas Phillips. Alienação parental: comentários à Lei 12.318/2010. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012. p. 106. 
 
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo curso de direito de 
direito civil: direito de família: as famílias em perspectivas constitucional. São Paulo: 
Saraiva, 2011. v. 6. 
 
GARDNER, Richard. Denial of the Parental Alienation Syndrome Also Harms Women. 
The American Journal of Family Therapy, New York. n. 30, p. 191-202, 2002. 
 
GARDNER, Richard. Parental Alienation Syndrome vs. Parental Alienation: Which 
Diagnosis Should Evaluators Use in Child-Custody Disputes? The American Journal 
of Family Therapy, New York. n. 30, p. 93-115, 2002.GARDNER, Richard. Parental Alienation Syndrome. 2nd ed. New York: [s.n.], 1999. 
 
GARDNER, Richard. Parental Alienation Syndrome. New York: [s.n.], 1985. 
 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil – volume 6: direito de família. 14. ed. São 
Paulo: Saraiva, 2017. 
 
JUSBRASIL. Alienação parental. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/ 
jurisprudencia/busca?q=Aliena%C3%A7%C3%A3o+Parental. Acesso em: 02 maio 
2020. 
 
MADALENO, Rolf. Direito de família. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2018. 
 
MEIRELLES, Jussara Maria Leal de. Reestruturando afetos no ambiente familiar: a 
guarda dos filhos e a síndrome da alienação parental. In: DIAS, Maria Berenice; 
BASTOS, Eliene Ferreira; MORAES, Naime Márcio Martins (Coord.). Afeto e 
estruturas familiares. Belo Horizonte: Del Rey, 2009. 
 
SCURO NETO, Pedro. Sociologia Geral e Jurídica. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 
2010. 
 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ). Jurisprudência do STJ. Disponível em: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/jurisprudencia/toc.jsp?livre=ALIENA%C7%C3O+PAREN
TAL&b=ACOR&thesaurus=JURIDICO&p=true. Acesso em: 31 abr. 2020.

Continue navegando