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ALVENARIAS NÃO ESTRUTURAIS. PATOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE REABILITAÇÃO

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Seminário sobre Paredes de Alvenaria, P.B. Lourenço & H. Sousa (Eds.), Porto, 2002 187 
ALVENARIAS NÃO ESTRUTURAIS 
PATOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE REABILITAÇÃO 
 
 
 
 
 
 J. MENDES DA SILVA 
Professor Auxiliar 
Dep. de Engenharia Civil 
Fac. Ciências e Tecnologia 
Universidade de Coimbra 
SUMÁRIO 
 
Aborda-se a problemática das anomalias das paredes de alvenaria não estruturais, com ênfase 
para a fissuração das paredes de tijolo furado. Primeiro, apresenta-se e ilustra-se a visão 
clássica dos agentes de degradação das paredes e depois discute-se o mesmo fenómeno numa 
perspectiva conjuntural. Apresenta-se a estratégia tradicional de correcção de anomalias não-
estruturais, que se concretiza e exemplifica, quer para o fenómeno da humidade em paredes, 
quer o fenómeno da fissuração. Para o caso da fissuração, apresentam-se estratégias 
específicas, desde a reabilitação ligeira até à demolição e reconstrução integral. Por fim, 
comentam-se e ilustram-se patologias e estratégias de reabilitação a partir de casos de obra. 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
As paredes de alvenaria não têm tido, em Portugal, a atenção que lhes é devida, se 
considerarmos o papel que representam no contexto da construção, quer em termos funcionais, 
quer em termos económicos. 
 
Esta sub-valorização do papel das alvenarias estende-se da actividade de projecto à actividade 
de construção, incluindo o sector da produção de materiais e acessórios. As experiências 
inovadoras ou, tão só, de maior empenho e exigência, são singulares e merecem o devido 
relevo e apoio, mas não chegam para mudar uma imagem pública depreciativa das alvenarias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
188 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
É importante referir que, sobretudo no domínio da investigação, quer de origem académica, 
quer ligada à actividade indústria, se têm verificado progressos significativos nos últimos anos, 
que (ainda) não chegaram, no entanto, à grande massa do meio técnico. 
 
Tem havido também progressos ao nível da bibliografia técnica de apoio, com diferentes níveis 
de abordagem e diferentes destinatários. É necessário, todavia, prosseguir, nomeadamente no 
apoio normativo - por exemplo, adaptando progressivamente o Eurocódigo 6 [1] à realidade 
nacional - e nas ferramentas de apoio ao projecto e execução, nomeadamente nas alvenarias 
com funções particulares: alvenaria estrutural, alvenaria face à vista, etc. 
 
A evolução dos materiais está, pelo seu lado, longe de corresponder às expectativas do 
mercado e do meio técnico e dificilmente o fará se não for acompanhada da criação e 
divulgação de sistemas coerentes de construção, compatíveis com as restantes opções de 
projecto e construção dos edifícios. É urgente passar da mera alteração ou melhoria dos 
materiais para a criação e divulgação de sistemas ou sub-sistemas construtivos em que eles se 
integrem. Veja-se, a propósito, o exemplo de outros sub-sistemas que já ultrapassaram essa 
fase: sistemas de canalização de abastecimento de água; sistemas de cobertura com telha 
cerâmica tradicional com a sua multiplicidade peças, coordenação dimensional, uniformização 
de suportes e acessórios, limites de aplicação, etc. 
 
As paredes de alvenaria têm um papel relevante na construção nacional e têm excelentes 
potencialidades para satisfazer as diversas exigências funcionais que lhes correspondem. 
Todavia, é iniludível a insatisfação de muitos utentes no que diz respeito aos defeitos destas 
paredes, com repercussões na segurança, conforto e salubridade do dia a dia. Urge pois 
prevenir essas patologias e, quando tal não for feito atempadamente, corrigi-las de modo 
eficiente. 
 
O texto que se segue inicia-se por uma abordagem geral, que diz respeito a todos os tipos de 
parede e vem posteriormente a centrar-se no domínio das alvenarias de tijolo, com particular 
relevo para o tijolo furado, que representa uma parcela muito significativa da construção de 
paredes em Portugal. 
 
 
2. CONSEQUÊNCIAS DA EVOLUÇÃO DAS PAREDES DE FACHADA 
 
2.1. Evolução das paredes 
 
As paredes de alvenaria utilizadas nas fachadas em Portugal evoluíram durante o último século, 
primeiro de forma lenta e, posteriormente, já nas décadas de 70 a 90, com ritmo 
progressivamente crescente e significativo, se tivermos como referência a lentidão e inércia 
habituais no domínio da construção. 
 
As paredes interiores também evoluíram, nalguns casos de forma mais radical, mas essa 
evolução não teve tantas repercussões funcionais e patológicas como aconteceu no caso das 
paredes de fachada, pelo que não serão objecto de discussão neste trabalho. Algumas das 
patologias posteriormente discutidas afectam, no entanto, com particular intensidade, as 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 189 
paredes interiores, nomeadamente quando a causa está relacionada com a excessiva 
deformação do suporte. 
 
As grandes alterações das paredes de fachada deram-se a diferentes níveis: 
- Introdução de novos materiais; 
- Modificação das características de materiais existentes; 
- Aligeiramento global das paredes, acompanhando o aligeiramento da construção; 
- Alterações tecnológicas, no que diz respeito à filosofia da concepção; 
- Alterações tecnológicas, no que diz respeito às técnicas de execução; 
- Introdução de materiais com funções complementares; 
- Introdução de acessórios/componentes complementares; 
- Introdução de novos tipos de revestimento; 
- Evolução/alteração de revestimentos tradicionais (características dos materiais e 
técnicas de aplicação). 
 
Estas alterações tiveram sempre subjacente a intenção de reduzir custos (das paredes em si e 
das estruturas de suporte), de aumentar a produtividade e de melhorar o desempenho funcional 
das paredes de fachada, com particular preocupação no que diz respeito à resistência mecânica, 
resistência à acção da água e ao comportamento higrotérmico. O desempenho acústico, o 
comportamento sob acção do fogo e a durabilidade sob a acção dos diferentes agentes 
atmosféricos são domínios frequentemente relegados para segundo plano. As exigências 
estéticas e arquitectónicas, apesar de presentes neste processo de evolução, não foram, em 
nossa opinião, os seus elementos catalizadores ou determinantes, não obstante o conhecimento 
de situações pontuais de grande impacto. 
 
Quer a história, quer as perspectivas futuras das paredes de alvenaria, bem como a análise das 
suas exigências funcionais, são objecto de diferentes comunicações neste Seminário, pelo que 
esta abordagem tem apenas uma função de enquadramento. 
 
Os revestimentos, que desempenham cada vez mais um papel complementar de relevo no 
desempenho global das paredes, constituem um domínio muito complexo que, apesar de 
razoavelmente estudado [2], é frequentemente alvo de uma abordagem tecnológica incipiente 
pelo sector da construção, quer em termos de projecto, quer em termos de execução. Neste 
trabalho, a referência aos revestimentos é pontual e limitada a situações em que desempenhem 
papel de relevo na estratégia ou técnica de reabilitação da parede. 
 
 
2.2. Vantagens e desvantagens da evolução 
 
Se a evolução não espontânea tem sempre subjacente a procura da melhoria do desempenho 
das paredes (no caso em discussão), não é menos verdade que essa evolução acarreta sempre 
algumas desvantagens ou disfunções. No entanto, desde que as vantagens sejam significativas, 
as desvantagens podem constituir, em geral, o incentivo para a procura de novas soluções, com 
outras vantagens e defeitos, ao longo de uma espiral de evolução. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
190 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
De modo algo simplista, é corrente identificarem-se quatro grandes gerações de patologias das 
paredes de alvenaria, associadas a quatro fases de evolução das paredes de pedra e detijolo: 
"As paredes de pedra apresentavam elevadas perdas de calor e grande probabilidade de 
condensações generalizadas que foram ultrapassadas pelas paredes de tijolo furado, em pano 
único. Estas, demasiado sensíveis à humidade, deram lugar às paredes duplas (posteriormente 
com isolamento térmico) que vieram a materializar as pontes térmicas. A correcção das pontes 
térmicas surge por vias diversas: paredes de pano único com isolamento térmico pelo exterior 
com revestimento delgado armado ou protecção da estrutura com elementos cerâmicos 
furados. Estas duas soluções disputam, agora, a 4ª geração de patologias: fungos, 
empolamentos, deteriorações localizadas e falta de planeza, nas primeiras, fissuração e 
instabilidade nas segundas."(in [3]). 
 
Ficam fora desta análise realidades paralelas da evolução da patologia de outras soluções 
construtivas, com diferentes materiais de base e com novos materiais e acessórios 
complementares, que se podem exemplificar, sem qualquer juízo pejorativo, com as seguintes 
situações: 
- A introdução de elementos metálicos nas paredes (armaduras de junta e grampos entre 
panos de parede) não previa inicialmente uma adequada protecção contra a corrosão, 
pelo que, ao longo do tempo, esses materiais provocavam, como nova patologia, a 
fissuração da parede por expansão dos produtos da corrosão e escorrências de cor 
escura sobre os paramentos; 
- A criação de blocos de encaixe simples, dispensando - em princípio - a execução de 
juntas verticais de argamassa, com vantagens de economia e produtividade, veio a 
verificar-se incompatível com diversos tipos de revestimento, no que diz respeito à 
fissuração e à resistência à passagem da água; 
- A criação de blocos muito leves, permitindo um bom isolamento térmico no Inverno e 
grandes economias de mão de obra, vieram a demonstrar problemas de estabilidade 
dimensional e resistência mecânica, para além de um insuficiente desempenho na 
estação quente. 
 
Estes exemplos de patologia têm em comum o facto de resultarem de um esforço de evolução e 
melhoria de técnicas e práticas precedentes e não directamente de erros ou defeitos grosseiros, 
no que diz respeito aos materiais, ao projecto, à execução ou à utilização, permitindo assim que 
sejam encarados numa perspectiva menos depreciativa, isto é, que sejam comparados às "dores 
de crescimento". Esta distinção, que na prática não significa que as consequências destes 
defeitos tenham menor gravidade, é relevante do ponto de vista teórico, porque, se nos casos 
correntes de patologia a sua prevenção passa pelo uso adequado de procedimentos já 
estabelecidos, nestes casos exige-se, ainda, a investigação e divulgação de novas soluções. 
 
 
3. PATOLOGIA NÃO ESTRUTURAL DAS PAREDES DE ALVENARIA 
 
A distinção entre patologia estrutural e não-estrutural varia consoante os autores, como 
resultado de uma fronteira difusa entre a estrutura e os restantes elementos construtivos, e 
ainda como resultado do facto de serem raras as situações de patologia confinadas a um único 
elemento construtivo e sem qualquer dependência do funcionamento global do edifício. No 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 191 
caso das paredes, entenda-se pois, por agora, como patologia não-estrutural aquela que 
corresponde a paredes das quais não depende directamente a estabilidade de outros elementos 
construtivos. Esta opção resulta menos clara, do ponto de vista da designação, para as situações 
em que os defeitos das paredes não-estruturais resultam do deficiente desempenho ou 
interacção dos elementos estruturais confinantes ou de suporte e para as acções mecânicas 
externas ou internas, a que está sujeita a parede, e que põem em causa a sua própria 
estabilidade, sem que da sua eventual ruína resultem consequências para outros elementos 
construtivos. 
 
No Quadro 1 é apresentada a visão clássica das patologias de carácter não-estrutural [4], em 
que se pode verificar que as paredes partilham com os outros elementos construtivos quatro 
grupos principais de defeitos de acordo com a sua origem e/ou forma de manifestação: a acção 
da humidade, a fissuração, o envelhecimento dos materiais e o desajustamento face a 
determinadas exigências funcionais. Repare-se que neste Quadro1, apenas as paredes exteriores 
se consideram vulneráveis a todos os tipos de patologia indicados. 
 
Quadro 1: Síntese das ocorrências de anomalias não estruturais [4, 5] 
 
Simbologia:
anomalias correntes
anomalias mais relevantes
Paredes exteriores
Paredes interiores
Pavimentos
Coberturas
Janelas
Cerramentos de vãos exteriores
Portas exteriores
Portas interiores
Guardas
Lanternins
Acabamentos exteriores em paredes
Acabamentos interiores em paredes
Acabamentos em tectos
Acabamentos em pisos
Acabamentos em coberturas
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Elementos
primários
Elementos
secundários
Acabamentos
Humidificação 
dos materiais
Desajusta-
mentos face
a exigências
Anomalias devidas 
à humidade
ELEMENTOS DE CONSTRUÇÃO
ANOMALIAS NÃO-ESTRUTURAIS
NOTAS:
1 - Em pisos térreos e enterrados
2 - Em pisos sob cobertura
3 - Em locais húmidos
4 - Pavimentos sobre espaços abertos ou não aquecidos
5 - Guardas exteriores
6 - Em paredes exteriores e locais húmidos
1
1 2 3
1 4 4
5
1
1
1
6
7
7 - Em pisos sob cobertura e em locais húmidos
 
 
 
 
 
 
 
 
 
192 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
Os quatro grupos de causas indicados - que não são exclusivos das paredes - confundem-se 
com as manifestações ou as disfunções, uma vez que, numa perspectiva mais lata, as 
verdadeiras causas ou agentes da degradação estão a outro nível, como se descreve no Quadro 
2: acções humanas, acções naturais, desastres naturais e desastres de causas humanas. 
 
Quadro 2: Causas e agentes de patologias não estruturais (a partir de [4]) 
TIPO DE CAUSA FASE AGENTE 
Humanas 
 
Na fase de 
concepção e 
projecto 
 
 
 
 
 
Na fase de 
execução 
 
 
Na fase de 
utilização 
 
 
 
ƒ Ausência de projecto 
ƒ Má concepção 
ƒ inadequação ao ambiente (geotécnico, geofísico, 
climático) 
ƒ Inadequação a condicionalismos técnico-económicos 
ƒ Informação insuficiente 
ƒ Escolha ou quantificação inadequada de acções 
ƒ Modelos de análise ou de dimensionamento incorrectos 
ƒ Pormenorização deficiente 
ƒ Erros numéricos ou enganos de representação 
 
ƒ Má qualidade dos materiais 
ƒ Impreparação da mão de obra 
ƒ Má interpretação do projecto 
ƒ Ausência ou deficiência de fiscalização 
 
ƒ Acções excessivas face ao projecto 
ƒ Alteração das condições de utilização 
ƒ Remodelação e alterações mal estudadas 
ƒ Degradação dos materiais (deterioração anormal, 
incúria na utilização) 
ƒ Ausência, insuficiência ou inadequação da manutenção 
 
Acções Naturais 
 
Acções 
físicas 
 
 
 
Acções 
químicas 
 
 
 
 
Acções 
biológicas 
ƒ Gravidade 
ƒ Variações de temperatura 
ƒ Temperaturas extremas 
ƒ Vento (pressão, abrasão, vibração) 
ƒ Presença da água (chuva, neve, humidade do solo,...) 
ƒ Efeitos diferidos (retracção fluência, relaxação) 
 
 
ƒ Oxidação 
ƒ Carbonataçãoƒ Presença de água 
ƒ Presença de sais 
ƒ Chuva ácida 
ƒ Reacções electroquímicas 
ƒ Radiação solar (ultra-violetas) 
 
ƒ Vegetais (raízes, trepadeiras, líquenes, bolores, fungos) 
ƒ Animais (vermes, insectos, roedores, pássaros) 
Desastres Naturais 
ƒ Sismo, ciclone, tornado 
ƒ Trovoada, cheia, tempestade marítima, tsunami 
ƒ Avalanche, deslizamento de terras, erupção vulcânica 
Desastres 
de causas humanas ƒ Fogo, explosão, choque, inundação 
 
Numa perspectiva ainda mais global, podem ser identificadas causas conjunturais - ou mesmo 
políticas - para explicar a patologia da construção, nomeadamente a "patologia precoce", isto é, 
a que se manifesta de forma inexplicável pouco tempo após a construção. Há alguns anos, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 193 
Appleton [6] afirmou que esta patologia precoce tem outras explicações para além das 
meramente técnicas, opinião esta que pode constituir ainda alvo de importante discussão. As 
explicações conjunturais então apontadas eram as seguintes: 
- A consciência da fragilidade da postura dos promotores - donos da obra; 
- A desorganização e baixa tenacidade do sector de fabrico e fornecimento de produtos 
de construção; 
- As condições ética e tecnicamente reprováveis que balizam a realização de grande 
número de projectos; 
- A formação incipiente da mão-de-obra especializada; 
- A falta de estruturas das empresas de construção. 
 
 
4. FISSURAÇÃO DAS PAREDES DE ALVENARIA 
 
4.1. Causas da fissuração de paredes de alvenaria 
 
A observação dos quadros anteriores permite verificar a extensão do tema. Uma abordagem 
exaustiva dos assuntos relativos à patologia das paredes de alvenaria implicaria a análise e 
discussão de vastas áreas de conhecimento de diversos domínios das ciências da construção: 
materiais de construção, física das construções, tecnologia das construções e resistência de 
materiais. Deste modo, optou-se por restringir esta apresentação ao domínio da fissuração e, 
dentro desta, a fenómenos relativos à acção do calor e da humidade e as alguns aspectos 
relativos à instabilidade de panos exteriores utilizados como correcção das pontes térmicas. 
 
No Quadro 3 resumem-se as causas técnicas da fissuração de paredes de alvenaria não 
estruturais. Estas causas são observáveis em paredes correntes executadas com os mais 
diversos materiais, mas é possível identificar um número reduzido de patologias que são 
exclusivas - ou têm manifestações particulares - de alguns tipos de materiais. Sublinham-se, 
por exemplo, os problemas da expansão irreversível do tijolo de barro vermelho, a retracção 
blocos de betão celular autoclavado. 
 
A prevenção, diagnóstico e reparação da fissuração de paredes de alvenaria, em função das 
causas indicadas, estão razoavelmente descritas na bibliografia [5, 7, 8], nomeadamente 
nacional. Referem-se, pois, neste texto, a título de exemplo, apenas as acções preventivas da 
fissuração das paredes devida às variações de temperatura. 
 
É muito importante recordar que, com muita frequência, a patologia das paredes de alvenaria 
tem origem e manifestação em pontos singulares das paredes e não em superfície corrente. Ora 
é precisamente nestes locais que se verificam os maiores erros ou omissões em termos de 
projecto, é nesses locais que mais falta fazem materiais integrados num sistema de construção 
coerente e é nesses locais que a execução é mais difícil em obra. Acontece ainda que, 
lamentavelmente, é pouco frequente a análise de pontos singulares, quer na bibliografia técnica 
corrente, quer nos documentos normativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
194 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
Quadro 3: Classificação das principais causas de fissuração em paredes 
 
 
CAUSAS DE FENÓMENOS 
DE FISSURAÇÃO 
 
 
 
ASPECTOS PARTICULARES 
 
Movimentos da fundação ƒ Assentamentos diferenciais de fundações directas 
ƒ Variação do teor de humidade dos solos argilosos 
ƒ Heterogeneidade e deficiente compactação de aterros 
 
Acção de cargas externas ƒ Concentração de cargas e de esforços 
 
Deformação do suporte da 
parede 
ƒ Pavimento inferior mais deformável que o superior 
ƒ Pavimento inferior menos deformável que o superior 
ƒ Pavimento inferior e superior com deformação idêntica 
ƒ Fissuração devida à deformação de consolas 
ƒ Fissuração devida à rotação do pavimento no apoio 
 
Variações de temperatura ƒ Fissuração devida aos movimentos das coberturas 
ƒ Fissuração devida aos movimentos das estruturas reticuladas 
ƒ Fissuração devida aos movimentos da própria parede 
 
Variações de humidade ƒ Movimentos reversíveis e irreversíveis 
ƒ Fissuração devido à variação do teor de humidade por causas externas 
ƒ Fissuração devido à variação natural do teor de humidade dos 
materiais 
ƒ Fissuração devida à retracção das argamassas 
ƒ Fissuração devida à expansão irreversível do tijolo 
 
Acção do gelo ƒ Fissuração devido a condições climatéricas muito desfavoráveis 
ƒ Fissuração devida à vulnerabilidade dos materiais 
 
Ataques químicos ƒ Hidratação retardada da cal 
ƒ Expansão das argamassas por acção dos sulfatos 
ƒ Corrosão de armaduras e outros elementos metálicos 
 
Outros casos de fissuração ƒ Acções acidentais (sismo, incêndios e impactos fortuitos) 
ƒ Retracção da argamassa e expansão irreversível do tijolo 
ƒ Choque térmico 
ƒ Envelhecimento e degradação natural dos materiais e das estruturas 
ƒ Paredes de blocos de betão (situações particulares) 
ƒ Revestimentos 
ƒ Paredes com funções estruturais 
 
 
 
4.2. Fissuração dos revestimentos tradicionais 
 
A fissuração dos revestimentos pode estar ou não associada à fissuração do suporte (alvenaria 
propriamente dita). Nos casos em que ocorre a fissuração do revestimento sem que o suporte 
tenha fissurado, as causas estão em geral ligadas ao tipo de revestimento e às condições de 
aplicação, mas podem resultar também de incompatibilidade química ou mecânica com o 
suporte [9]. A diversidade de revestimentos não permite uma descrição exaustiva das causas, 
pelo que o Quadro 4 se limita às causas possíveis da fissuração de rebocos ditos tradicionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 195 
Quadro 4: Causas de fissuração dos rebocos [5] (a partir de [9]) 
 
 
ORIGEM DA FISSURAÇÃO 
 
 
TIPO DE FISSURAÇÃO 
 
 Reboco 
propriamente dito 
 Fissuração por retracção 
Fissuração devida a deficiente adaptação ao suporte 
Fissuração devida ao gelo 
 
 
Deficiente concepção e aplicação 
 Fissuração devida a misturas cimento-gesso 
Fissuração devida a concentração de tensões junto a aberturas 
Fissuração devida à corrosão de elementos metálicos 
 
 
Suporte 
 Fissuração devida a deslocamentos do suporte 
Fissuração devida a reacções com sais existentes no suporte 
 
 
Reboco e suporte 
 Fissuração devida a comportamentos diferenciais de suportes 
heterogéneos 
Fissuração devida a absorção excessiva do suporte 
Fissuração devida a variações dimensionais diferenciais entre 
o reboco e o suporte 
Fissuração devida à retracção do suporte 
 
 
 
4.3. Prevenção da fissuração de origem térmica 
 
A prevenção da patologia reside, fundamentalmente, na "arte de bem construir". Todavia, ao 
longo das últimas décadas, este conceito foi perdendo significado real, com a crescente 
diversidade de soluções construtivas e materiais e com a descaracterização da mão de obra. 
Não se pretende, de modo algum, afirmar que a construção actual (incluindo materiais, 
projectos, mão de obra e execução) são de pior qualidade. O que se passa, isso sim, é que 
deixou de ser possível dominar e transmitir, de forma empírica, a diversidade de 
conhecimentos e informação disponíveis. 
 
Assim, prevenir a patologia implica, agora, em muitos casos, conhecê-lacom rigor e escolher 
estratégias de intervenção preventiva. No Quadro 5 e na Figura 1, descrevem-se e ilustram-se 
diferentes estratégias - por vezes contraditórias - para prevenir a fissuração de paredes devido a 
fenómenos de origem térmica. 
 
Recorde-se que as variações de temperatura provocam a dilatação e contracção das paredes, 
dos elementos construtivos confinantes e dos diversos materiais que os compõem, gerando 
tensões significativas, não só nas ligações entre elementos construtivos, como no seio dos 
mesmos, uma vez que, por exemplo, o betão e argamassa apresentam o dobro da dilatação 
térmica linear do tijolo. 
 
Esta diferença de coeficientes de dilatação térmica linear vai provocar tendências de expansão 
e contracção distintas, ambas contrariadas pelos materiais confinantes. Por exemplo, no seio de 
uma parede de tijolo à vista, sujeita a intensa radiação solar, a ligação entre as juntas de 
argamassa e os tijolos fica sujeita a elevados esforços de corte, face à restrição mútua de 
movimentos. Do mesmo modo, os panos de alvenaria inseridos numa malha de betão armado 
(no preenchimento de pórticos, por exemplo) provocam tensões nas ligações à estrutura que 
são frequentemente responsáveis pela fissuração do revestimento exterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
196 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
Quadro 5: Prevenção da fissuração de paredes devido às variações de temperatura [5] 
 
 
MEDIDAS PREVENTIVAS 
 
Observações 
 ♦ DIMINUIÇÃO 
DAS VARIAÇÕES DE TEMPERATURA 
 
 
 ◊ Colocação de isolamento térmico na face 
superior das coberturas 
 ⇒ Considera-se suficiente a resistência térmica 
exigida nas diferentes regulamentações europeias 
 
 ◊ Utilização de cores claras em coberturas 
 
 
 ◊ Utilização de dispositivos de sombreamento 
em coberturas 
 
 ◊ Isolamento térmico pelo exterior em 
paredes 
 ⇒ Utilização de sistemas homologados, adequados à 
especificidade da função e às solicitações em 
causa 
 
 ◊ Pintura das paredes exteriores com cores 
claras 
 
 ◊ Utilização de painéis de sombreamento de 
paredes - revestimento não aderente 
 ⇒ Preferência para revestimentos com junta aberta, 
estanque à chuva mas permeável ao ar. 
 
 
 ♦ DIMINUIÇÃO 
DOS CONSTRANGIMENTOS 
 
 
 ◊ Juntas de dilatação em paredes de grande 
comprimento ou altura 
 ⇒ Distância e largura das juntas estudada em 
função dos materiais e das solicitações previstas 
 
 ◊ Juntas de dilatação nas coberturas 
 
 ⇒ Idem 
 ◊ Juntas de dilatação nas platibandas 
 
 ⇒ Idem 
 ◊ Dessolidarização das coberturas em relação 
às paredes e/ou apoios 
 ⇒ Obriga à utilização de juntas deslizantes, quando 
as paredes servem de apoio às coberturas 
 
 ◊ Criação de juntas elásticas entre a alvenaria 
e a estrutura 
 ⇒ Tendo particular atenção às exigências de 
durabilidade e estanquidade 
 
 ◊ Criação de juntas elásticas entre paredes de 
fachada e paredes interiores 
 
 ◊ Utilização de materiais com características 
dilatométricas semelhantes 
 ⇒ Muito condicionada pela gama de materiais 
correntes para alvenaria 
 
 ◊ Utilização de argamassas menos rígidas 
 
 ⇒ Condicionada pela eventual diminuição da sua 
resistência 
⇒ 
 
 ♦ AUMENTO DA RESISTÊNCIA 
 
 
 ◊ Tijolos mais resistentes, em particular à 
tracção e ao corte 
 
 ◊ Argamassa mais resistente, em particular à 
tracção e ao corte 
 ⇒ Perigo duma maior fissurabilidade por causa do 
eventual aumento da dosagem em cimento 
 
 ◊ Maior aderência entre tijolo e argamassa 
 
 ⇒ Obriga a um maior controlo dos materiais e do 
teor de humidade no momento da aplicação 
 
 ◊ Maior resistência ao corte da alvenaria 
através da colocação de armaduras nas 
juntas 
 ⇒ Utilização de armaduras não oxidáveis, 
reforçadas nas zonas críticas da parede 
 
 ◊ Utilizar alvenarias confinadas ⇒ Aumenta a resistência mas aumenta o perigo da 
dilatação diferencial 
 
 ◊ Utilizar cunhais travados e armados 
 
 
 ◊ Armar revestimentos nas zonas de 
concentração de tensões 
 
 ◊ Realizar fixação mecânica da alvenaria à 
estrutura 
 ⇒ Medida contraditória em relação à criação de 
juntas elásticas para reduzir tensões 
 
 ◊ Construção monolítica de platibandas e 
coberturas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 197 
 
Figura 1: Exemplos de medidas preventivas para reduzir o risco de fissuração de paredes com 
origem nos movimentos de origem térmica ([5], a partir de várias fontes) 
a) Exemplos de isolamento térmico exterior (redução da solicitação térmica)
b) Exemplos de dispositivos de dessolidarização entre as lajes de cobertura e as
 paredes 
c) Exemplos de dispositivos de dessolidarização entre as paredes e a estrutura
d) Exemplos de reforço mecânico das ligações entre as paredes e a estrutura e entre
 paredes perpendiculares entre si, através de elementos metálicos
Isolamento térmico em coberturas Isolamento térmico exterior em paredes (exemplos de revestimento contínuo armado
e descontínuo com estrutura independente)
H
junta
junta
H/100
junta elástica
apoio com 
deslocamento
vertical livre
 
 
 
 
 
 
 
 
 
198 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
5. ESTRATÉGIAS DE REABILITAÇÃO DE PAREDES DE ALVENARIA 
 
5.1. Estratégias tradicionais de reabilitação de patologias não estruturais 
 
A reabilitação de patologias não estruturais assenta, tradicionalmente, numa ou várias de seis 
estratégias, a recordar: 
- Eliminação das anomalias; 
- Substituição dos elementos e materiais; 
- Ocultação de anomalias; 
- Protecção contra os agentes agressivos; 
- Eliminação das causas das anomalias; 
- Reforço das características funcionais. 
 
A adopção de uma destas estratégias ou da sua combinação entre si, está muito dependente do 
tipo de patologia, da facilidade de diagnóstico e das condicionantes técnicas, económicas e 
sociais da realização dos trabalhos de reabilitação. Ao contrário do que seria teoricamente 
desejável, a eliminação das causas das anomalias não é uma das opções mais frequentes, em 
consequência dos elevados constrangimentos que a envolvem e que acima se enumeraram. 
 
Estas estratégias gerais podem ser aplicadas com qualquer tipo de causa das patologias das 
paredes. Nos Quadros 6 e 7 apresentam-se exemplos e condicionantes da concretização destas 
estratégias para os casos de patologia por acção da humidade e por fissuração (a partir de [4]). 
 
 
5.2. Estratégias para reabilitação de paredes de alvenaria fissuradas 
 
5.2.1. Condicionantes e situações particulares 
 
A aplicação das estratégias gerais apresentadas no Quadro 6 e a escolha das técnicas 
específicas de reabilitação, para os casos de fissuração de paredes de alvenaria, têm diversas 
condicionantes, de entre as quais se destacam as seguintes: 
- O tipo de causa (defeito de construção, causa intrínseca ao elemento construtivo ou 
causa externa) cujo conhecimento está dependente da capacidade de diagnóstico; 
- A distribuição das fissuras e o seu grau de estabilização (fissuras isoladas ou 
distribuídas, estabilizadas ou não-estabilizadas; movimentos previsíveis); 
- As consequências das fissuras (falta de estanquidade, diminuição da resistência ou 
estabilidade da obra, degradação acelerada de materiais, defeitos estéticos, 
inconvenientes psicológicos, etc.); 
- O tipo de parede (parede de fachada, parede interior, parede rebocada, parede com 
revestimento cerâmico, parede de tijolo à vista, etc.). 
 
Sublinha-se ainda que existem diversas situações particulares de reabilitação, nomeadamente: 
- Reparação de fissuras que envolvam a perda de estanquidade da parede; 
- Reparação de fissuras que envolvam riscode perda de estabilidade das paredes; 
- Reparação de fissuras em cunhais; 
- Reparação de fissuras em paredes com tijolo face à vista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 199 
Quadro 6: Exemplos da concretização das estratégias gerais de reabilitação de patologias 
não estruturais para o caso da acção da humidade sobre paredes de alvenaria 
 
 
ESTRATÉGIA 
 
 
CONDICIONANTES 
 
Exemplos de intervenção em 
situações de fissuração 
 
 
 
Eliminação das 
anomalias 
 
 
Solução temporária, excepto 
no caso da humidade de 
construção, 
em que eliminar a anomalia 
também elimina a causa) 
 
‰ Secagem das paredes (com ventilação, 
aquecimento, desumidificação do ar); 
‰ Remoção de eflorescências e bolores; 
 
‰ Fixação de revestimentos descolados. 
 
 
 
Substituição dos 
elementos mais 
afectados 
 
Adoptada quando a reparação 
é inviável ou demasiado 
onerosa face ao benefício. 
Pode não eliminar a causa. 
‰ Substituição de elementos de madeira 
apodrecidos; 
‰ Substituição de revestimentos desagregados 
por criptoflorescências; 
‰ Substituição de paredes com fortes problemas 
humidade ascencional ou sais higroscópicos. 
 
 
 
Ocultação das 
anomalias 
 
Solução geralmente 
económica. Pode ser definitiva 
se garantir o desempenho 
funcional do elemento 
construtivo. 
 
‰ Construção de pano de parede adicional; 
 
‰ Aplicação de revestimentos complementares 
desligados ou aderentes. 
 
 
Protecção contra os 
agentes agressivos 
 
Não elimina as causas, mas 
protege os elementos 
construtivos da sua acção 
‰ Impermeabilização exterior de paredes 
enterradas; 
‰ Colocação de barreiras estanques contra a 
humidade ascencional (resina, membranas); 
 
 
 
 
Eliminação das causas 
das anomalias 
 
É a acção mais eficaz, mas 
frequentemente impossível ou 
economicamente inviável. 
Obriga também, em geral, à 
eliminação da anomalia. 
‰ Drenagem do terreno junto às construções 
com humidades ascencionais; 
‰ Alteração das condições termo-higrométricas 
que provocavam as condensações 
‰ Reforço da ventilação dos espaços nos locais 
onde há condensações. 
 
 
 
Reforço das 
características 
funcionais 
 
Permite corrigir a inadequação 
de alguns elementos 
construtivos às suas 
exigências funcionais 
‰ Reforço do isolamento térmico, diminuindo o 
risco das condensações; 
‰ Colocação de elementos complementares de 
estanquidade em coberturas (ou correcção da 
sua inclinação). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
200 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
Quadro 7: Exemplos da concretização das estratégias gerais de reabilitação de patologias 
não estruturais para o caso da fissuração de paredes de alvenaria 
 
 
ESTRATÉGIA 
 
 
CONDICIONANTES 
 
Exemplos de intervenção em 
situações de fissuração 
 
 
 
Eliminação das 
anomalias 
 
Consiste na reparação das 
fissuras. 
A eficácia depende do tipo de 
fissura e da sua estabilização. 
Nalguns casos pode ser feita 
por mera pintura decorativa. 
‰ Criação de rebaixos nas alvenarias ou nos 
revestimentos, sobre a fissura; 
‰ Aplicação de tiras de papel adesivo ao longo 
da fissura, para criação de uma "ponte"; 
‰ Colocação revestimento armado sobre a 
fissura, não aderente a esta. 
 
 
Substituição dos 
elementos mais 
afectados 
 
Solução radical e muito 
onerosa. 
Frequentemente necessária em 
cunhais, paredes de tijolo face 
à vista e fissuras de grande 
abertura. 
Pode não eliminar a causa. 
‰ Demolição total ou parcial das paredes – em 
situações de esmagamento nos apoios, fissuras 
graves trespassando tijolo à vista e argamassa. 
‰ Demolição de cunhais não travados ou com 
travamento sem a adequada resistência à 
expansão de um dos panos confinantes. 
‰ Demolição ou remoção de peitoris e outros 
acessórios fissurados. 
‰ Reconstrução das zonas demolidas e 
substituição dos acessórios removidos com 
técnicas e materiais mais adequados, incluindo 
frequentemente armaduras nas juntas, 
grampeamento, montantes de travamento e 
armaduras do revestimento. 
 
 
Ocultação das 
anomalias 
 
Solução geralmente 
económica. Pode ser definitiva 
se garantir o desempenho 
funcional do elemento 
construtivo. 
 
‰ Construção de pano de parede adicional; 
 
‰ Aplicação de revestimentos complementares 
desligados ou com significativa flexibilidade. 
‰ Aplicação de cobre juntas, sancas ou rodapés 
em fissuras estabilizadas de desenvolvimento 
muito regular (horizontais ou verticais) 
 
 
Protecção contra os 
agentes agressivos 
Confunde-se frequentemente 
com a eliminação das causas 
ou com o reforço das 
características funcionais. 
É preferível como medida 
preventiva. 
‰ Protecção contra as diversas formas de acesso 
da humidade; 
‰ Colocação de isolamento térmico; 
‰ Criação de juntas no contacto com elementos 
construtivos que transmitam cargas 
“parasitas”, etc. 
 
Eliminação das 
causas das anomalias 
É a acção mais eficaz, mas frequentemente impossível ou economicamente inviável. 
Obriga também, em geral, à eliminação da anomalia. 
Exemplos idênticos aos indicados para a “protecção contra os agentes agressivos”. 
Reforço das 
características 
funcionais 
Não é, em geral, aplicável às alvenarias numa fase correctiva, mas sim numa fase preventiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 201 
5.2.2. Das estratégias às técnicas de reabilitação 
 
A concretização das estratégias de intervenção passa sempre pela adopção de um conjunto de 
técnicas específicas que, por si só ou em conjunto, possam garantir o desempenho funcional 
adequado da parede, sob os diversos pontos de vista, após reabilitação. Para uma mesma 
estratégia existem, quase sempre, diversas técnicas específicas e materiais. 
 
Tome-se como exemplo um edifício com pano exterior de alvenaria muito fissurado, com risco 
de ruína parcial, elevados níveis de infiltração e aspecto estético gravemente afectado. 
 
Perante o risco de ruína, as restantes patologias são, numa primeira fase, preocupações de 
menor monta. Assim, assume particular relevo a estabilização da parede ou, em alternativa, a 
sua demolição total ou parcial e subsequente reconstrução. As técnicas de estabilização de 
paredes de alvenaria de tijolo são em geral as seguintes: 
- Reforço localizado dos apoios com lintéis ou cachorros em betão armado ou em aço, 
no caso de apoios deficientes; 
- Escoramento oblíquo, no plano perpendicular à parede (quando for realizável 
arquitectonicamente); 
- Grampeamento das paredes a outros panos de parede ou elementos estruturais; 
- Reabertura de algumas juntas para colocação de armaduras; 
- Confinamento com cintas e montantes de betão armado (constituindo uma intervenção 
em geral destrutiva e de grande envergadura); 
- Demolição parcial e reconstrução de cunhais, com armaduras de canto ou criação de 
juntas de expansão. 
 
Uma vez garantida a estabilidade, é necessário reparar as fissuras propriamente ditas. As 
técnicas são muito diversas e podem ser enquadradas pelas estratégias definidas no Quadro 7, 
com particular precaução para garantir a estanquidade final do sistema. Para fissuras de 
espessura superior a 0,5 mm com espaçamento superior a 1 metro é muito difícil garantir a sua 
estabilização, mesmo que a causa da fissuração tenha cessado, uma vez que estas fissuras, 
depois de abertas, funcionam como juntas de dilatação térmica naturais. 
 
A reabilitação de fissuras nestas condições consiste, nos casos mais graves, na colocação de 
agrafos metálicos, regularmente espaçados, perpendiculares à fissura, e na reparação em 
"ponte" da fissura. Qualquer destas duas técnicasé conhecida, mas frequentemente mal 
aplicada, com elevados riscos de reincidência do defeito: 
- Se os agrafos são colocados todos com a mesma dimensão e alinhamento, criam-se 
zonas frágeis na parede e não se garante uma adequada distribuição de tensões. 
Também é perigosa uma deficiente protecção dos agrafos contra a corrosão; 
- Os erros no tratamento das fissuras em "ponte" resultam do desconhecimento dos 
objectivos e do funcionamento mecânico desta técnica, que adiante se descreve. 
 
Por último, é necessário garantir a estanquidade da parede e repor o aspecto estético. As 
soluções são diversas mas implicam, em geral, o recurso a técnicas menos tradicionais: 
- Revestimentos independentes, com ou sem isolamento térmico - "bardage" (fixados às 
paredes existentes ou apenas aos topos das lajes); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
202 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
- Revestimentos delgados armados sobre isolante, fixados directamente ao suporte; 
- Revestimentos armados (espessos ou delgados) aderentes ao suporte; 
- Pinturas ou massas plásticas de elevada elasticidade, eventualmente armadas. 
 
Em situações de fissuração grave, com extensa reparação de fissuras, não é aconselhável a 
aplicação de revestimentos rígidos correntes, contínuos, não armados e ligados rigidamente ao 
suporte reabilitado. 
 
Todas as soluções de revestimento indicadas devem ser alvo de estudo criterioso e aplicação 
profissional [2], sob pena de elevado risco de insucesso. A escolha da solução mais adequada 
não é independente do estado da parede e das soluções de reabilitação e estabilização do 
suporte. As condicionantes arquitectónicas e económicas são também muito relevantes nesta 
fase, uma vez que as soluções tidas como mais eficazes (que muitos autores consideram ser o 
revestimento independente - "bardage") apresentam os custos mais elevados e provocam um 
espessamento da fachada em cerca de 10 a 15 cm, obrigando a repensar e refazer todas as 
zonas de remate (coberturas, peitoris, etc.). 
 
 
5.3. Precauções na reabilitação de fissuras em "ponte" 
 
A reabilitação das fissuras em "ponte" é descrita e ilustrada na Figura 2. A Figura 3 apresenta 
aspectos da sua cuidada execução obra. Os principais erros que são cometidos estão, em geral, 
associados às cinco etapas de execução da reparação (ver Quadro 8). 
 
Quadro 8: Erros correntes na reabilitação de fissuras em "ponte" 
 
ACÇÃO EVENTUAIS ERROS CONSEQUÊNCIAS 
Remoção do reboco numa 
faixa de 20 a 25 cm de 
largura 
 
 
Largura reduzida da faixa de 
remoção do reboco 
----- 
Espessura muito reduzida da 
faixa removida 
Incapacidade para transmitir ao suporte as tensões 
de corte devidas aos movimentos da fissura 
----- 
Reduzida resistência mecânica sobre a zona 
dessolidarizada com papel "kraft" 
Fissura reaberta em “V” com 
disco rotativo de 5 mm, com 
10 mm de profundidade 
 
 
Fissura pouco reaberta 
 
----- 
Reabertura excessiva da fissura 
Dificuldade em introduzir o mastique na fissura, 
com material excedente a criar rebordo 
----- 
Consumo excessivo de mastique e dificuldade na 
sua aplicação uniforme 
Vedação da fissura com 
mastique sintético 
Omissão do mastique ou 
mastique com reduzida 
durabilidade ou elasticidade 
Incapacidade de garantir a estanquidade da fissura 
mesmo após reparação da superfície 
Fita de dessolidarização 
(papel “kraft”) com 2 a 4 cm 
de largura, sobre a fissura 
 
 
Ausência de fita ou fita 
demasiado fina 
----- 
Fita muito próxima do bordo do 
reboco retirado 
Incapacidade de garantir uma adequada distribuição 
das tensões no reboco sobre a fissura 
----- 
Incapacidade para transmitir ao suporte as tensões 
de corte devidas aos movimentos da fissura 
Reparação do reboco com 
argamassa curativa armada 
(não retráctil) 
 
 
Reboco corrente com retracção 
não desprezável 
----- 
Ausência de armadura 
Elevada probabilidade de fissuração nos bordos da 
zona reabilitada na ligação ao reboco antigo 
----- 
Reboco curativo incapaz de absorver os esforços 
nas imediações do papel "kraft" sem fissurar 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 203 
 
 
LEGENDA: 
1) Remoção do reboco numa faixa de 20 a 25 cm de largura 
2) Fissura reaberta em “V” com disco rotativo de 5 mm, com 10 mm de profundidade 
3) Vedação da fissura com mastique sintético 
4) Fita de dessolidarização (papel “kraft”) com 2 a 4 cm de largura, sobre a fissura 
 5) Reparação do reboco com argamassa curativa armada (não retráctil) 
 
Figura 2: Esquema de recuperação de fissuras “em ponte” [5] 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3: Execução em obra de recuperação de fissuras “em ponte” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
204 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
6. CASOS DE OBRA 
 
A Figura 4, ilustra o caso de um edifício em que o pano exterior da parede dupla de tijolo está 
parcialmente apoiado em cantoneira metálica sobre leito espesso de argamassa. A insuficiência 
do apoio e a sua excessiva flexibilidade, associada à total ausência de grampeamento de 
ligação entre o pano exterior e o pano interior, provocou graves problemas de fissuração, com 
particular expressão ao nível das lajes, como se pode observar pelas fotografias. Algumas 
zonas da parede atingiram elevados níveis de instabilidade. 
 
Procedeu-se ao grampeamento de ligação entre as duas paredes, à reabilitação das fissuras em 
ponte e à aplicação de revestimento delgado armado em toda a superfície. Em alguns casos foi 
dispensada a remoção da faixa de reboco em torno da fissura, uma vez que se optou pelo 
revestimento contínuo armado. Essa simplificação não é admissível quando se aplica um 
revestimento flexível, uma vez que a deformação natural do mastique fica aparente, nessas 
condições, em particular sob luz rasante. 
 
 
Pormenor de apoio Aspecto geral da fachada Fissura junto ao apoio 
 
Figura 4: Pormenor de apoio de uma parede de fachada e aspecto da fissuração resultante [10] 
 
 
 
Figura 5: Fissuração e reparação de parede de fachada em tijolo face à vista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 J. Mendes da Silva 205 
Na Figura 5 apresenta-se uma situação semelhante numa fachada de tijolo face à vista, de 
grande altura, em que se verificou uma fissuração localizada, com empolamento do tijolo. A 
expansão do tijolo por acção da humidade ou a retracção ou compressão excessiva da estrutura 
parecem ter estado na origem da patologia. O apoio parcial agravou naturalmente o efeito desta 
força vertical adicional que passou a actuar sobre a parede, criando tensões assimétricas na 
zona do apoio. A reparação realizada consistiu, como era imprescindível, na demolição parcial 
muito cuidada de uma zona da alvenaria e sua posterior reconstrução. 
 
Na Figura 6 ilustra-se a demolição e reconstrução de um cunhal em obra, adoptando a técnica 
da alvenaria armada, criando um montante de furação vertical na aresta da parede. O cunhal 
apresentava-se gravemente fissurado por expansão de um dos panos e não se afigurava possível 
a criação de junta de dilatação, nem o confinamento da parede. Optou-se, assim, pelo reforço 
do cunhal com elevada distribuição das tensões na ligação. A demolição foi cuidada e 
criteriosa e criaram-se níveis sucessivos de amarração e transição entre os materiais novos e os 
materiais antigos (alvenaria e revestimentos), de modo a evitar concentrações de tensões, que 
acarretariam elevados riscos de fissuração. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6: Exemplo de reconstrução de cunhal com alvenaria armada 
 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
As paredes de alvenaria não estruturais podem desempenhar, cada vez mais, um papel de 
relevo na construção nacional, acompanhando a evolução tecnológicae arquitectónica. Para 
que tal possa acontecer com uma aceitável expectativa de sucesso, é fundamental continuar a 
investir na melhoria dos produtos de construção e seus acessórios, criando sistemas integrados 
e coerentes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
206 Alvenarias não estruturais. Patologias e estratégias de reabilitação 
 
As patologias que hoje se observam só podem ser ultrapassadas com um significativo 
investimento na fase de projecto, em particular no esforço de compatibilização de materiais e 
de sub-sistemas construtivos, com particular atenção aos pontos singulares. A mão de obra, 
pelo seu lado, tem que acompanhar a evolução do projecto e dos materiais, num permanente 
esforço de formação e actualização, como já acontece em diversas especialidades do sector da 
construção. 
 
Rumo à garantia da qualidade das alvenarias, são também importantes o desenvolvimento dos 
processos de certificação e normalização, bem como o investimento nos mecanismos de 
transferência tecnológica e na criação de documentos de apoio ao projecto e à obra. 
 
As técnicas de reabilitação de paredes de alvenaria não-estruturais são muito diversas e devem 
ser seleccionadas e postas em prática devidamente enquadradas por uma estratégia global de 
reabilitação, adequada aos objectivos e condicionantes de cada caso de patologia. A incorrecta 
utilização de técnicas de reabilitação conduz, com frequência, ao reaparecimento precoce dos 
defeitos, ou mesmo ao seu agravamento. 
 
 
8. REFERÊNCIAS 
 
[1] CEN - Eurocode 6 - Design of Masonry Structures. Part 1.1. General Rules for Buildings. 
CEN, prENV 1996-1-1, 1994. 
[2] Lucas, J. A Carvalho - Classificação e descrição geral de revestimentos para paredes de 
alvenaria ou betão. ITE 24, LNEC, Lisboa, 1990. 
[3] Silva, J. Mendes - "Projecto e execução das alvenarias não estruturais e o seu papel na 
qualidade dos edifícios", Actas do Seminário - O Futuro do Sector Imobiliário em Trás-os-
Montes e Alto Douro, UTAD, Vila Real, Novembro 2001. 
[4] Paiva, J. V. et al. - “Patologia da Construção”. 1º ENCORE “ Encontro sobre Conservação 
e Reabilitação de Edifícios de Habitação”, Documentos Introdutórios. Lisboa, LNEC, 
Junho 1985. 
[5] Silva, J. Mendes - Fissuração das alvenarias. Estudo do comportamento das alvenarias sob 
acções térmicas. Tese de Doutoramento - Universidade de Coimbra, Coimbra, 1998. 
[6] APPLETON, João - “Patologia precoce dos edifícios”. 2º ENCORE - “Encontro sobre 
Conservação e Reabilitação de Edifícios” - vol.II. LNEC, Lisboa, Junho-Julho 1994. 
[7] Lucas, J. A. Carvalho - Revestimentos para paramentos interiores de alvenaria de blocos 
de betão celular autoclavado- VOL. II: Betão celular autoclavado - Fissuração de paredes 
de alvenaria em geral; Fissuração de paredes de alvenaria de betão celular autoclavado 
no nosso País. Relatório 109/87-NCCt, LNEC, Lisboa, 1987. 
[8] APICER, CTCV e DEC-FCTUC - Manual de Alvenaria de Tijolo. Associação Portuguesa 
de Industriais de Cerâmica de Construção, Coimbra, 2000. 
[9] Veiga, Maria do Rosário - Comportamento de argamassas de revestimento de paredes. 
Contribuição para o estudo da sua fendilhação. Tese de Doutoramento - FEUP, Porto, 
Maio 1997. 
[10] Silva, J. Mendes et al. – “Degradação precoce de paredes de fachada com correcção 
exterior das pontes térmicas. Casos de estudo”. Actas do Congresso Nacional da 
Construção, IST, Lisboa, Dezembro 2001.

Outros materiais