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TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 1 Vícios Construtivos em Edificações – Manutenção e Diagnóstico Autores: Gilberto Adib Couri – Engenheiro Civil (PUC/RJ), Mestre em Ciências em Engenharia (PUC/RJ), Doutorado em Engenharia – COPPE/UFRJ. Professor titular da Faculdade de Engenharia da Universidade Federal Fluminense. Ex-professor da UFRJ, UERJ e PUC-RJ. Ex-Gerente de Apoio Técnico da Companhia Vale do Rio Doce; Ex-Diretor de Habitação da Fundação Habitacional Vale do Rio Doce; Ex-Secretário Geral do Conselho de Administração da Companhia Siderúrgica Nacional; Ex-Gerente Geral de Siderurgia e Ferro Ligas da Companhia Vale do Rio Doce. Empresário no ramo de construção e projetos de engenharia. Consultor em patologia de edificações. Simone Feigelson Deutsch – Arquiteta e urbanista. Pós Graduada em Avaliações e Perícias de Engenharia, Pós Graduada em Auditoria e Perícia Ambiental. Mestranda em Engenharia Civil na área de Patologia e Recuperação das Estruturas, todos os cursos realizados pela Universidade Federal Fluminense. Atua em Perícias judiciais e extras judiciais; Assistência Técnica; Avaliações; Consultoria na área de Legislação Urbanística e Edilícia e na área de Patologia das Edificações; Participante ativa de cursos, seminários e congressos, inclusive com trabalhos e como palestrante. BIBLIOGRAFIA: • Cincotto, MA et al. Argamassas de Revestimento IPT, 95. • Fiorito, A.J.S.I. Manual de argamassa e revestimento, PINI 94 • Código Civil. • Código de Defesa do Consumidor. • NBR 7.200/1998 – execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas • NBR 6118/2003 – projeto de estruturas de concreto • NBR 13.755 – revestimentos de paredes externas e fachadas com placas cerâmicas e com utilização de argamassa colante. • NBR 6137 – Pisos para revestimentos de pavimentos • SOUZA, Vicente C.M. e RIPPER, Thomaz - "Patologia, recuperação e Reforço de Estruturas de Concreto" - Pini - 1998 • HELENE, Paulo R. I. - "Patologia das Construções de Concreto" - Construção Pesada - p.112-122 São Paulo - 1981 • JOHNSON, R. P. - "Deterioro, Conservación y Reparación de Estructuras" - Editorial Blume - Madrid - 1973 • Cadernos da Associação Brasileira de Cimento Portland – diversos TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 2 INDICE 1 – VÍCIOS CONSTRUTIVOS EM ESTRUTURAS 1.1 – Análise e funcionamento das estruturas 1.2 – Normas 1.3 – Diferença entre recuperação e reforço 1.4 – Esforços e estados limite 1.5 – Carbonatação 1.6 – Diagnósticos 1.7 – Técnicas de recuperação 1.8 – Exemplos 1.9 – Prática com realização de ensaio 2 – VÍCIOS CONSTRUTIVOS NAS EDIFICAÇÕES 2.1 – Patologias nas alvenarias 2.2 – Patologias das argamassas 2.3 – Patologias nos revestimentos. 2.4 – Patologias nas fachadas 2.5 – Patologias em pinturas 2.6 – Patologias em áreas internas – pisos e coberturas 2.7 – Esquadrias: madeira; ferro; alumínio e PVC 2.8 – Fechaduras e dobradiças 2.9 – Madeiramento e pragas urbanas 2.10 - Exemplos 3 – INFILTRAÇÕES 3.1 – Efeitos da umidade nas construções 3.2 – Exemplos 4 – IMPERMEABILIZAÇÕES 4.1 – Sistemas de Impermeabilizações 4.2 – Normas 5 – ORÇAMENTOS, FISCALIZAÇÃO 5.1 – Levantamento dos danos 5.2 – Modelos de Orçamento 5.3 – Fiscalização 6 – INSPEÇÃO PREDIAL 6.1 – Periodicidade das inspeções 6.2 – Medidas Preventivas e Corretivas 6.3 – Laudos de Manutenção Predial 6.4 - Casos práticos 7 – LAUDOS TÉCNICOS E APLICAÇÃO PRÁTICA DE CONHECIMENTOS 7.1 – Laudos técnicos de patologia 7.2 – Apresentação de caso prático 7.3 – Dinâmica de grupo e auxílio na elaboração do laudo técnico de vistoria TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 3 INTRODUÇÃO PATOLOGIAS NAS EDIFICAÇÕES As patologias são defeitos que se instalam nas edificações e que as tornam doentes. A inspeção predial, a manutenção e a recuperação são imprescindíveis. Os vícios construtivos e patologias ocorrem nas edificações por diversas origens. Podem se manifestar de imediato, ou levar anos para se fazerem presentes, nestes casos são conhecidos como vícios ocultos ou vícios redibitórios. Em alguns casos, como dito anteriormente, as patologias podem ser identificadas de imediato. Como exemplos práticos destas ocorrências podem ser citados: manchas nas pinturas; vidros trincados; fissuras em alvenarias; alvenarias apresentando umidade; louças ou azulejos trincados; esquadrias com funcionamento inadequado; boilers, aquecedores, e outros aparelhos com mau funcionamento; etc. Os vícios redibitórios podem ter diversas origens, e às vezes uma combinação delas. Será feita uma descrição sumária de cada um dos vícios construtivos usualmente encontrados, procurando-se determinar a causa de cada um deles, explicando, quando possível, a forma de solucioná-los. É importante ficar claro para todos que não há uma regra definida para a identificação das origens dos vícios construtivos, devendo o profissional, em cada caso, analisar a situação, concluindo pelo diagnóstico adequado. DEFEITOS CONSTRUTIVOS Baseado na prática verificou-se que no Brasil, os defeitos construtivos têm uma incidência muito grande, organizada pelos fatores que mais os geram, a saber: 1 – PROJETOS Os projetos devem ser realizados de forma integrada, devendo sempre ser supervisionados por um responsável pelo projeto global, os projetos não devem ser realizados separadamente, sem uma visão do conjunto e sem a análise das interferências de um projeto sobre o outro. Há uma falta de coordenação entre os diversos projetos levando a erros e a adaptações durante a fase de execução, gerando conflitos e problemas posteriores. Deve haver coordenação adequada de projetos, com detalhamentos criteriosos, associados à especificação de materiais e a um caderno de encargos. As soluções adotadas na etapa de projeto têm amplas repercussões em todo processo da construção e na qualidade do produto final. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 4 2 – MÃO-DE-OBRA A mão-de-obra no Brasil é deficiente e não possui formação específica. Executam os serviços pela o aprendizado na vida prática, sendo, portanto, um aprendizado empírico. O ideal é a capacitação da mão-de-obra, com treinamento contínuo para adequá-la às exigências crescentes de qualidade na execução e para adaptá-la a novos equipamentos, novos materiais, tecnologias mais modernas e sistemas de gestão da qualidade. Na década de 1990, o panorama nacional no setor da construção civil tem passado por transformações aceleradas no cenário produtivo e no econômico. Como exemplos dessas mudanças podem-se citar: a nova lei das licitações; redução dos preços praticados no mercado imobiliário; privatização de empresas estatais; concorrências; etc. O mercado torna-se, a cada dia, mais exigente e competitivo. No aspecto institucional entra em vigor o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade – PBQP – que é um programa que envolve toda a cadeia produtiva da construção civil, tendo como principal característica proporcionar um processo gradual de implementação das ações, criando novas técnicas e diversificando os atendimentos. O programa visa promover a qualidade e produtividade, para conseqüentemente aumentar a competitividade de bens e serviços. 3 – MATERIAIS Os materiais são os principais insumos da construção civil, sendo um item significativo no custo global e tendo uma forte influência no produto final. A qualidade na aquisição deve permitir a redução dos custos. Os problemas oriundos desse setor são a falta de padronização e a dualidade de uso de materiais industrializados e materiais artesanais. Umaedificação padrão chega a listar mais de 500 itens diferentes, dessa forma é necessária uma correta especificação. A garantia da qualidade na aquisição dificilmente abrange todos os materiais utilizados na obra. A especificação dos materiais deverá considerar: necessidades dos clientes; custos; segurança; estética; etc. 4 – MANUTENÇÃO PREVENTIVA X MANUTENÇÃO CORRETIVA. Esse pode ser considerado um problema de caráter mundial. As empresas que se orgulham de ter sistemas de qualidade de primeiro nível pecam por não ter como atividade permanente a programação de paradas nas linhas de produção para manutenção preventiva das edificações. O que se faz, usualmente, é a parada programada de máquinas. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 5 A forma adequada de se proceder é realizar a programação simultânea da parada de máquinas e edificações para uma atividade preventiva. Nos casos de edificações prediais: residenciais e comerciais, isso ocorre de forma similar, talvez com menos desgaste do que nas industriais. 5 – EXECUÇÃO DOS SERVIÇOS A qualidade na obra, como um todo, é resultante da qualidade na execução dos serviços. Normalmente as empresas de construção não têm o hábito de registrar o procedimento executivo de cada serviço. Procedimentos estabelecidos e padronizados permitem o treinamento adequado da mão-de-obra. O controle da execução garante o andamento da obra, evitando problemas que podem repercutir em outras etapas a serem seguidas. As principais etapas, normalmente a serem observadas na execução de uma edificação são: locação da obra; fundações; estruturas; alvenarias de vedação; instalações prediais; impermeabilização; esquadrias; revestimentos internos e externos; pinturas; forros; cobertura e limpeza. 6 – USO INADEQUADO Atualmente, com o advento do Código de Defesa do Consumidor e a instauração dos Tribunais de Pequenas Causas, o volume de reclamações de pequena monta aumentou muito, em contrapartida, estabeleceu-se o uso de “Manuais de Uso e Manutenção das Edificações”, de forma similar aos eletrodomésticos, de modo a estabelecer um contrato de garantia entre construtores e usuários, previsto no Código de Defesa do Consumidor, estabelecendo regras explícitas para os casos de vícios redibitórios. Para garantir a qualidade ao cliente, é importante a inspeção detalhada da obra finalizada e o reparo prévio de eventuais falhas existentes. Todas as inspeções realizadas devem ser garantidas por meio de listas de verificação específicas para cada obra. As causas de patologias nas construções normalmente distribuem-se da seguinte forma: - oriundas da execução 43% - oriundas de falhas de projeto 28% - oriundas de materiais indevidos 12% - oriundas de mau uso 10% - oriundas de mau planejamento 4% - outros 3% TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 6 Gráfico das causas das patologias na construção DESEMPENHO A falta de cultura de manutenção, principalmente a preventiva, faz com que, atualmente, se priorize apenas a execução, não se pensando na conservação das edificações. Isso pode ser observado, inclusive, em obras de infra-estrutura, como pontes e viadutos. A falta de manutenção, inspeção e conservação geram graves problemas, com conseqüências catastróficas, algumas vezes, tais como acidentes estruturais que vêm sendo noticiados. A deficiência na área de patologias, com o descaso existente, gera a demora em iniciar um processo de manutenção permanente nas edificações, o que torna os reparos mais trabalhosos e onerosos. A Lei da evolução dos custos, conhecida como Lei de Sitter, mostra que os custos de correção crescem segundo uma progressão geométrica de razão cinco. Ela hoje já foi ampliada dizendo-se que o que custa 1 na fase de projeto, custa 5 na de planejamento, 25 na de execução, 125 na de manutenção corretiva e 625 na de restauro. A garantia de um desempenho eficaz e de uma vida útil satisfatória só será obtida através de uma adequada manutenção, incluindo inspeções regulares, diagnósticos e especificação do reforço ou da recuperação a serem realizados. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 7 1 – VÍCIOS CONSTRUTIVOS EM ESTRUTURAS 1.1 – Análise e funcionamento das estruturas 1.1.1 – Patologias nas Fundações. Fundação é o elemento estrutural responsável por transmitir carregamentos para o terreno. As fundações podem sustentar prédios, galpões ou equipamentos. O importante nas fundações é a compatibilização das tensões oriundas das cargas a serem aplicadas no terreno com a capacidade resistente do mesmo. Existem basicamente 2 tipos de fundação: rasas e profundas. Usualmente utiliza-se a fundações rasas, pois são mais econômicas. FUNDAÇÕES RASAS As fundações rasas são utilizadas nos casos em que se consegue fazer com que a camada superficial do terreno atenda às exigências das tensões solicitantes. Essas fundações rasas são: baldrames; blocos; sapatas; sapatas associadas e radier. • Baldrame – fundação linear contínua bem superficial, colocada sob as alvenarias, de modo a impedir o contato direto dos elementos cerâmicos com o terreno. Os baldrames não são armados e comumente são executados em concreto ciclópico com utilização de pedras de mão. • Blocos – os blocos podem ser independentes, quando sustentam um pilar, ou contínuos, quando sustentam alvenarias. Os blocos são elementos rígidos podendo ser executados em concreto simples ou em concreto armado. Seu cálculo é feito, usualmente através da determinação das bielas de tração no concreto. • Sapatas – são similares aos blocos, em concreto armado, sendo porém mais esbeltas, tornando-se elementos flexíveis, calculados à flexão, tendo suas alturas determinadas para atender, também, às tensões de punção. Quando duas ou mais sapatas tem sua área de projeção superpostas é comum se associar as cargas a elas correspondentes fazendo-se uma sapata associada. Quando diversas sapatas associadas são necessárias num projeto é comum se criar uma grande “sapata” pela associação de todas as sapatas da edificação (associadas ou não), transformando a fundação num radier. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 8 FUNDAÇÕES PROFUNDAS São utilizadas quando há a necessidade de se procurar um terreno mais profundo, capaz de resistir a esta transmissão de tensão. As fundações profundas podem ser: estacas, tubulões, caixões. o ESTACAS As estacas podem ser: de madeira, metálicas ou de concreto. As de concreto podem ser executadas “in loco” ou pré moldadas. o TUBULÕES Os tubulões são, de forma simplificada, estacas de grande diâmetro, sendo sua diferenciação, às estacas, principalmente pelo método executivo como são confeccionados. Os tubulões podem ter sua base alargada ou não, dependendo da solicitação a que estarão submetidos em relação à capacidade resistente do solo, na profundidade de assentamento de sua ponta. o CAIXÕES Os caixões são grandes “caixas” executadas para transmitir valores de cargas muito grandes a terrenos profundos. PATOLOGIAS NAS FUNDAÇÕES As patologias identificadas nas edificações ou em bases de equipamentos a partir de deformações diferenciais, ou recalques diferenciais de terreno, acontecem pelo funcionamento não uniforme dos terrenos onde estão assentes suas fundações. RECALQUES OU DEFORMAÇÕES As estruturas assentes em fundações rasas, dependendo do tipo de solo e das tensões sobre ele exercidas, podem sofrer deformações oriundas de recalques. Isto ocorre também, quando há modificação de nível do lençol freático, por razões diversas, como obras circunvizinhas promovendo o rebaixamento ou mudança nos ciclos pluviométricos ao longo dos decênios. As vigas de transição e os balanços que sustentam outras peçasestruturais apresentam, ao longo do tempo, deformações oriundas do carregamento de longa duração, que podem provocar, a partir dessas deformações, o aparecimento de novos esforços. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 9 Da mesma forma que nas estruturas sujeitas à variação de temperatura, as estruturas sujeitas a recalques ou deformações, usualmente hiperestáticas, são calculadas, por simplicidade de procedimento desprezando-se tais efeitos, o que corresponde a se desprezar esforços, que dependendo da situação podem ser significativos. Esses esforços adicionados aos oriundos dos carregamentos podem provocar tensões incompatíveis com os materiais da estrutura, provocando, assim, fissuras. 1.1.2 – Patologias nas Estruturas. SISTEMA ESTRUTURAL O sistema estrutural é um ponto imprescindível de ser analisado em relação aos vícios construtivos que podem surgir em uma edificação. Para se identificar se uma edificação esta sofrendo por causas estruturais, é importante, que se analise o conjunto de esforços que sobre ela atuam, e suas conseqüências. Estes conceitos serão abordados na matéria de patologia das estruturas. Os vícios construtivos identificados nas estruturas podem ter duas causas: I) Problemas estruturais causados por esforços: 1) cargas 2) variação de temperatura 3) recalques ou deformações impostas. II) Problemas construtivos: 1) executivos a) posicionamento inadequado da armadura b) má execução 2) materiais a) materiais inadequados b) materiais deteriorados 3) agressões e desgastes. CARGAS Para se identificar se uma edificação esta sofrendo por causas estruturais, é importante, que se analise o conjunto de esforços que sobre ela atuam, e suas TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 10 conseqüências. Desta forma, iniciar-se-á o presente trabalho com uma recordação dos conceitos básicos que regem este funcionamento. PRINCÍPIOS BÁSICOS Quando a estrutura está submetida ao ataque de uma força qualquer, em um ponto qualquer, que efeitos isto provoca nos outros pontos da mesma? Sabe-se que em qualquer ponto ocorrerão uma força e um momento. Lembrando que à força esta sempre associada à tendência de translação e o momento à de rotação, analisam-se os esforços seccionais daí decorrentes. Observe-se que existem três esforços correspondentes às forças e três a momento. O equilíbrio estático nos leva a: ∑Fx = 0 → Esforço Normal – N → Tensão Normal → σ ∑Fy = 0 → Esforço Cortante Vertical - Qv → Tensão Tangencial → τ ∑Fz = 0 → Esforço Cortante Horizontal - Qh → Tensão Tangencial → τ ∑Mx = 0 → Momento Torsor – T → Tensão Tangencial → τ ∑My = 0 → Momento Fletor Horizontal - Mh → Tensão Normal → σ ∑Mz = 0 → Momento Fletor Vertical - Mv → Tensão Normal → σ Como se constata, a partir dos 6 esforços possíveis, encontram-se, apenas, duas tensões - σ (tensão normal) e τ (tensão tangencial). Tensão Normal é aquela que tende a afastar ou aproximar seções, ou suas partes, enquanto que a Tensão Tangencial faz as seções tenderem a se deslocar tangencialmente uma em relação à outra. A partir da análise de tensões, Mohr conclui que as tensões normais máximas ocorrem perpendicularmente ao eixo das peças, enquanto que as tensões tangenciais são máximas quando inclinadas a 45º. 1.2 – Normas As Normas Brasileiras para entrarem em vigor devem ser aprovadas pelo Inmetro. As Normas publicadas pela ABNT, além de se tornarem compulsórias por força de exigência do Código de Defesa do Consumidor, costumam ser aprovadas pelo Inmetro. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 11 Atualmente, a norma que rege o funcionamento das estruturas de concreto, no Brasil é a NBR-6118/03. A seguir estão apresentados de forma resumida os pontos mais importantes dessa Norma, no que influencia a análise da durabilidade dos materiais ou das edificações. Ela deve ser sempre utilizada nos casos de verificação de alguma anomalia estrutural quando da inspeção predial. As normas brasileiras estabelecem os carregamentos de utilização aos quais as estruturas deverão estar submetidas, e conseqüentemente dimensionadas. Existem, porém carregamentos, que embora normalizados ocorrem de forma intermitente e dispositivos das normas admitem desprezar sua consideração, o que ocasiona às vezes, esforços não previstos. Por exemplo: cargas de vento, equipamentos ou veículos provocando vibração, e outros mais. ● NBR 6118/2003 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento A NBR 6118 estabelece parâmetros de projeto. De acordo com a norma, todos os itens estruturais de uma edificação, como lajes, vigas e pilares terão de apresentar, independentemente do projeto, uma espessura mínima de cobrimento, o que implicará o uso de maior quantidade de concreto. A agressividade ambiental é considerada pela NBR 6118 como a principal causa de deterioração de uma edificação ao longo do tempo, tomando-se como assente o prévio cumprimento, no projeto, das condições mínimas de estruturabilidade. As quatro classes de agressividade englobam os principais cenários ambientais nos quais as obras brasileiras são implantadas: ambiente rural, ambiente urbano sem ataques pesados de poluição, ambiente marinho e ambiente industrial e zonas de respingos da maré. A cada um dos ambientes corresponde uma espessura mínima de cobrimento da armadura dos diferentes elementos estruturais, à qual deve ser acrescentada uma tolerância de 5 a 10 mm – dependendo do nível de controle – decorrente das imperfeições que podem ocorrer na execução da estrutura. Assim, em uma obra de concreto armado convencional, as lajes terão de apresentar um cobrimento mínimo de 20 mm em ambientes rurais, 25 mm em ambientes urbanos limpos, 35 mm em ambientes marinhos e de 45 mm em ambientes sujeitos a poluição pesada. Nas vigas e pilares, esses cobrimentos vão de 25 mm nos ambientes rurais a 50 mm nos ambientes ultra-agressivos, fixando-se nos mínimos de 30 mm e 40 mm nos ambientes de agressividade intermediária. Os valores exigidos para a armadura protendida são ainda mais altos. Em relação ao fator água-cimento terão de seguir parâmetros de fck que também reduzam o risco de deterioração no longo prazo. O concreto armado convencional, as obras localizadas em um cenário de agressividade ambiental I, a mais fraca, deverão empregar como valores mínimos um concreto com resistência de 20 MPa e uma relação água–cimento de no máximo 0,65. Na classe II, de agressividade moderada, os valores passam para 25 MPa e relação 0,60, respectivamente. Obras projetadas para cenários com forte TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 12 agressividade ambiental deverão ser construídas com um concreto de resistência mínima de 30 MPa e relação água–cimento de 0,55, no máximo. A classe IV, de agressividade máxima, terá de apresentar valores mínimos de 40 MPa e relação água–cimento de 0,45. A NBR6118 exige a consideração de durabilidade das edificações, estipulando relações água/cimento limites, fck mínimo de 20 MPa para estruturas, estabelecendo cobrimentos nominais (mínimo de 2cm), acrescidos de uma tolerância de execução (∆c), além de tolerar fissuras variando de 0,2mm a 0,4mm. A tabela 13.3, de exigências de durabilidade relacionadas à fissuração e à proteção da armadura, em função das classes de agressividade ambiental – CAA – resulta: Tipo de concreto estrutural Classe de agressividade ambiental (CAA) e tipo de protensão Exigências relativas à fissuração Concreto simples CAA I a CAA IV Não há CAA I ELS-W wk≤0,4mm CAA II a CAA III ELS-W wk≤0,3mm Concreto armado CAA IV ELS-W wk≤0,2mm Observação: ELS-W é o estado limite de abertura das fissuras, com aberturas máximas definidas nesta tabela. Quanto aos limites para deslocamentos estruturais, que deveriamser suportados pelo sistema de revestimento, a NBR 6118/2003 estabelece que: Tabela 13.2 – Limites para deslocamentos Tipo de efeito Razão da limitação Exemplo Deslocamento a considerar Deslocamento limite Visual Deslocamentos visíveis em elementos estruturais Total l/250 Aceitabilidade sensorial Outro Vibrações sentidas no piso Devido a cargas acidentais l/350 Superfícies que devem drenar água Coberturas e varandas Total l/250 1) Total l/350+ contraflecha(2)Pavimentos que devem permanecer planos Ginásios e pistas de boliche Ocorrido após a construção do piso l/600 Efeitos estruturais em serviço Elementos que suportam equipament os sensíveis Laboratórios Ocorrido após nivelamento do equipamento De acordo com recomendação do fabricante do equipamento Paredes Alvenaria, caixilhos e revestimentos Após a construção da parede l/5003) ou 10 mm ou ø = 0,0017 rad4) TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 13 Divisórias leves e caixilhos telescópicos Ocorrido após a instalação da divisória l/2503) ou 25 mm Movimento lateral de edifícios Provocado pela ação do vento para combinação freqüente (ψ1=0,30) H/1700 ou Hi/850(5) entre pavimentos(8) Movimentos térmicos verticais Provocado por diferença de temperatura l/4007) ou 15 mm Movimentos térmicos horizontais Provocado por diferença de temperatura Hi/500 Revestimentos colados Ocorrido após construção forro l/350 Forros Revestimentos pendurados ou com juntas Deslocamento ocorrido após construção do forro l/175 Efeitos em elementos não estruturais Pontes rolantes Desalinhamento de trilhos Deslocamento provocado pelas ações decorrentes da frenação H/400 Efeitos em elementos estruturais Afastamento em relação às hipóteses de cálculo adotadas Se os deslocamentos forem relevantes para o elemento considerado, seus efeitos sobre as tensões ou sobre a estabilidade da estrutura devem ser considerados, incorporando-as ao modelo estrutural adotado. 1) As superfícies devem ser suficientemente inclinadas ou o deslocamento previsto compensado por contraflechas, de modo a não se ter acúmulo de água. 2) Os deslocamentos podem ser parcialmente compensados pela especificação de contraflechas. Entretanto, a atuação isolada da contraflecha não pode ocasionar um desvio do plano maior que /350. 3) O vão l deve ser tomado na direção na qual a parede ou a divisória se desenvolve. 4) Rotação nos elementos que suportam paredes. 5) H é altura total do edifício e Hi o desnível entre dois pavimentos vizinhos. 6) Esse limite aplica-se ao deslocamento lateral entre dois pavimentos consecutivos devido à atuação de ações horizontais. Não devem ser incluídos os deslocamentos devidos a deformações axiais nos pilares. O limite também e aplica para o deslocamento vertical relativo das extremidades de lintéis conectados a duas paredes de contraventamento, quando Hi representa o comprimento do lintel. 7) O valor l refere-se à distância entre o pilar externo e o primeiro pilar interno. NOTAS 1 Todos os valores limites de deslocamentos supõem elementos de vão l suportados em ambas as extremidades por apoios que não se movem. Quando se tratar de balanços, o vão equivalente a ser considerado deve ser o dobro do comprimento do balanço. 2 Para o caso de elementos de superfície, os limites prescritos consideram que o valor l e o menor vão, exceto em casos de verificação de paredes e divisórias, onde interessa a direção na qual a parede ou divisória se desenvolve, limitando-se esse valor a duas vezes o vão menor. 3 O deslocamentos total deve ser obtido a partir da combinação das ações características ponderadas pelos coeficientes definidos na seção 11. 4 Deslocamentos excessivos podem ser parcialmente compensados por contraflechas. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 14 13.4.2 Limites para fissuração e proteção das armaduras quanto à durabilidade A abertura máxima característica wk das fissuras, desde que não exceda valores da ordem de 0,2 mm a 0,4 mm, (conforme tabela 13.3) sob ação das combinações freqüentes, não tem importância significativa na corrosão das armaduras passivas. Como para armaduras ativas existe a possibilidade de corrosão sob tensão, esses limites devem ser mais restritos e função direta da agressividade do ambiente, dada pela classe de agressividade ambiental (ver seção 6). Na tabela 13.3 são dados valores limites da abertura características wk das fissuras, assim como outras providências visando garantir proteção adequada das armaduras quanto à corrosão. Entretanto, devido ao estágio atual dos conhecimentos e da alta variabilidade das grandezas envolvidas, esses limites devem ser vistos apenas como critérios para um projeto adequado de estruturas. Embora as estimativas de abertura de fissuras feitas em 17.3.3.2 devam respeitar esses limites, não se deve esperar que as aberturas de fissuras reais correspondam estritamente aos valores estimados, isto é, fissuras reais podem eventualmente ultrapassar esses limites. 13.4.3 Controle da fissuração quanto à aceitabilidade sensorial e à utilização No caso de as fissuras afetarem a funcionalidade da estrutura, como, por exemplo, no caso da estanqueidade de reservatórios, devem ser adotados limites menores para as aberturas das fissuras. Para controles mais efetivos da fissuração nessas estruturas, é conveniente a utilização da protensão. Por controle de fissuração quanto à aceitabilidade sensorial, entende-se a situação em que as fissuras passam a causar desconforto psicológico aos usuários, embora não representem perda de segurança da estrutura. Limites mais severos de aberturas de fissuras podem ser estabelecidos com o contratante, devendo, porém, ser considerado o possível aumento significativo do custo da estrutura. ● NBR 8681/2003 - Ações e segurança nas estruturas – Procedimento, que “Fixa os requisitos exigíveis na verificação da segurança das estruturas usuais da construção civil e estabelece as definições e os critérios de quantificação das ações e das resistências a serem consideradas no projeto das estruturas de edificações, quaisquer que sejam sua classe e destino, salvo os casos previstos em Normas Brasileiras específicas” ●NBR 7187/2003 – Projeto de pontes de concreto e protendido 1.3 – Diferença entre recuperação e reforço Correção – é a metodologia para corrigir os defeitos existentes. Recuperação – correção dos problemas patológicos Reforço – Aumento da capacidade de resistência de um elemento, estrutura ou fundação em relação ao projeto original, devido à alteração de utilização, degradação ou falha, que reduziram ou não atendem a sua capacidade resistente inicial. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 15 1.4 – Esforços e estados limite ESTADOS LIMITES SEGURANÇA SATISFATÓRIA = ESTADOS LIMITES = situações em que a estrutura apresenta desempenho inadequado à finalidade da construção, ou seja, são estados em que a estrutura se encontra imprópria para o uso; ESTADOS LIMITES ÚLTIMOS OU ESTADOS LIMITES DE SERVIÇO; A SEGURANÇA pode ser diferenciada com relação à capacidade de carga e à capacidade de utilização da estrutura. O procedimento para se caracterizar o desempenho de uma seção de concreto consiste em aplicar um carregamento, que se inicia do zero e vai até a ruptura; DIVERSAS FASES = ESTÁDIOS; Três fases distintas: Estádio I (Ia e Ib); Estádio II; Estádio III; Estádio I – Fase elástica Início do carregamento; Tensões normais de baixa magnitude – concreto resiste as tensões de tração; Lei de Hooke, na qual diz que as tensões são proporcionais às respectivas deformações; Levando-se em consideração a baixa resistência do concreto à tração, se comparada com a resistência à compressão,percebe-se a inviabilidade de um possível dimensionamento neste estádio. Estádio Ib – Concreto à tração fora da zona elástica. Na borda inferior da viga a tensão e a deformação atingem os valores correspondentes à ruptura (eminência de ruptura do concreto à tração), estádio Ib. Concreto continua íntegro. Não é válida a lei de Hooke à tração – plastificação do concreto à tração. É válida a lei de Hooke à compressão. É no estádio I que é feito o cálculo do momento de fissuração, que separa o estádio I do estádio II. Conhecido o momento de fissuração, é possível calcular a armadura mínima, de modo que esta seja capaz de absorver, com adequada segurança, as tensões causadas por um momento fletor de mesma magnitude. Estádio II – Concreto não resiste à tração A seção se encontra fissurada na região de tração; A contribuição do concreto tracionado deve ser desprezada; A parte comprimida ainda mantém um diagrama linear de tensões, permanecendo válida a lei de Hooke; O estádio II serve para a verificação da peça em serviço; Estado limite de abertura de fissuras e o estado limite de deformações excessivas. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 16 Com a evolução do carregamento, as fissuras caminham no sentido da borda comprimida, a linha neutra sobe e a tensão na armadura cresce, podendo atingir o escoamento ou não. O estádio II termina com o inicio da plastificação do concreto comprimido. Estádio III – Plastificação do concreto à compressão. A zona comprimida encontra-se plastificada e o concreto dessa região está na iminência da ruptura (esmagamento); Diagrama de tensões seja da forma parabólico-retangular, também conhecido como diagrama parábola-retângulo; Com o aumento do carregamento, aumentam as fissuras, a linha neutra sobe e a tensão na armadura cresce podendo atingir o limite de escoamento. É no estádio III que é feito o dimensionamento, situação em que denomina “cálculo na ruptura” ou “cálculo no estádio III”. DEFORMAÇÕES NA FLEXÃO Segundo a NBR 6.118 – item 17.2 – Estudam-se os elementos lineares sujeitos a solicitações normais. O estado último é caracterizado quando a distribuição das deformações na seção transversal pertencerem a um dos domínios definidos. VARIAÇÃO DA TEMPERATURA – ESTRUTURAS HIPERESTÄTICAS A retração por efeito térmico é resultante do escoamento do material em razão de fortes e bruscas mudanças de temperatura, provocando compressão com aumento da mesma, e retração no caso de baixas temperaturas. As trincas que surgem oriundas da mudança da temperatura, normalmente aparecem em peças expostas ao tempo: pátios, lajes, obras de arte, coberturas, etc.. Normalmente o gradiente sazonal impacta nas estruturas de forma mais agressiva que o gradiente diário. Os esforços oriundos da variação de temperatura, normalmente, não são considerados no dimensionamento das estruturas em nosso país, pois se supõe que apenas as juntas de dilatação são suficientes para evitar o problema, o que não é sempre verdade. As estruturas hiperestáticas sofrem esforços oriundos da variação da temperatura, porém são usualmente calculadas de forma simplificada, sendo desprezado o efeito global do funcionamento estrutural. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 17 PROBLEMAS CONSTRUTIVOS EXECUTIVOS POR MAU POSICIONAMENTO DA ARMADURA Durante a elaboração do projeto estrutural, durante a execução da armadura ou durante a concretagem, podem surgir problemas de posicionamento da ferragem que, por perda de aderência, modificação do braço da alavanca ou diminuição da ancoragem levem a formação de fissuras. POR MÁ EXECUÇÃO DO CONCRETO A execução do concreto pode ocasionar diversos problemas, todos levando a um funcionamento inadequado do conjunto. Os casos mais comuns são a formação de brocas, mau adensamento, execução de cobrimento inadequado, retirada não ordenada de escoramento e impactos no concreto ainda verde, normalmente oriundos de uma retirada mal feita das formas. CAUSADOS POR MATERIAIS MATERIAIS INADEQUADOS FATOR ÁGUA X CIMENTO Um dos fatores mais comuns de enfraquecimento do concreto é um fator água cimento diferente do especificado para o mesmo, pois reduz sua resistência consequentemente, propiciando a abertura de fissuras. O concreto de baixo desempenho ocasiona problemas de corrosão rapidamente, acarretando menor durabilidade maior custo e menor resistência. O desempenho ótimo se atinge quando a água química do concreto hidrata todas as regiões necessárias, porém deve-se evitar o excesso d’água, neste caso, além da redução da resistência a água excedente evapora deixando poros abertos, sujeitando o concreto à agressão externa e futuro ataque a armadura. MATERIAIS As estruturas são constituídas, em sua quase totalidade, por um dos cinco materiais abaixo citados, ou da combinação dos mesmos: a) Concreto Armado; b) Concreto Protendido; c) Alvenarias; d) Madeira; e) Estruturas Metálicas. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 18 Os materiais compostos, como concretos e alvenarias, são tratados como materiais homogêneos, o que leva ao aparecimento de fissuras e outros defeitos construtivos, por diversos motivos. Concreto Armado e Concreto Protendido Os concretos, tanto o armado quanto o protendido, são compostos de areia, brita, cimento e água aos quais se adiciona uma armação, passiva ou ativa, dependendo do caso. Serão analisados os conceitos que regem o funcionamento estrutural básico, e que ocasionam vícios. FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DO CONCRETO Tipo de cimento Cura – falta de cura adequada ocasionando trincas. Se houver secagem prematura comprometer-se-á a adesão entre os grãos do cimento, afetando a superfície e a peça. Um bom processo de cura úmida é vital enquanto o concreto adquire resistência. Composições – dosagens racionais, experimentais ou empíricas, ou seja, utilização de um traço adequado. Confecção – Amassamento mecânico, lançamento e adensamento. Controle Tecnológico Para obtenção de um concreto de qualidade é importante a utilização de aditivos adequados, quando necessário. ADITIVOS Materiais diferentes de cimento, areia, pedra e água, adicionados em pequenas proporções às argamassas e aos concretos, durante a preparação, para alterar e, conseqüentemente melhorar, suas propriedades. Os aditivos são produtos químicos adicionados à mistura de concreto em teores não maiores que 5% em relação à massa de cimento. Existem atualmente 9 tipos fundamentais de aditivos: aceleradores, retardadores, incorporadores de ar, plastificantes e superplastificantes (e seus derivados, aceleradores e retardadores). Como o próprio nome já diz, os aditivos aceleradores têm como principal objetivo acelerar o processo de endurecimento do concreto, enquanto os retardadores adiam essa reação. Os aditivos plastificantes têm como principais propriedades a redução da água e a melhoria da trabalhabilidade da mistura, facilitando o seu adensamento e acabamento. Destaca-se ainda a melhoria nas condições de transporte até a obra, ocasionada pela diminuição da perda de consistência ao longo do tempo, que impõe limites à prestação dos serviços de concretagem. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 19 Os aditivos superplastificantes são relativamente novos, surgiram a partir da década de 70, quando houve um grande avanço na tecnologia do concreto, com possibilidades de dosagem de concretos com resistências mais elevadas. Este aditivo permite a execução de concretos de elevada resistência (como o CAD), trabalha com baixíssimo teor de água e aumento da resistência. Os aditivos aerantes consistem na introdução de microbolhas de ar, com o objetivo de melhorar a trabalhabilidade do concreto. Aumenta a durabilidade, diminui a permeabilidade e a segregação,deixando o concreto mais coeso e homogêneo. Outra vantagem dos aditivos incorporadores de ar, é que reduzem a exsudação, migração da água livre para a superfície do concreto e em conseqüência a tendência à segregação que apresentam os concretos frescos. Aditivos/Tipos Efeitos Usos/Vantagens Desvantagens Efeitos na Mistura Plastificantes (P) - Aumenta o índice de consistência - Possibilita redução de no mínimo 6% da água de amassamento - Maior trabalhabilidade para determinada resistência - Menor consumo de cimento para determinada resistência e trabalhabilidade - Retardamento do início de pega para dosagens elevadas do aditivo - Riscos de Segregação - Enrijecimento prematuro - Efeitos significativos da mistura nos três casos (usos) citados Retardadores (R) - Aumenta o tempo de início de pega - Mantém a trabalhabilidade em temperaturas elevadas - Retarda a elevação do calor de hidratação - Amplia os tempos de aplicação - Pode promover exsudação - Pode aumentar a retração plástica do concreto - Retardamento do tempo de pega Aceleradores (A) - Pega mais rápida - Resistência inicial mais elevada - Concreto projetado - Ganho de resistência em baixas temperaturas - Redução do tempo de desforma - Reparos - Possível fissuração devido ao calor de hidratação - Risco de corrosão de armaduras (cloretos) - Acelera o tempo de pega e a resistência inicial Plastificantes e Retardadores (PR) - Efeito combinado de (P) e (R) - Em climas quentes diminui a perda de consistência - Efeitos iniciais significativos - Reduz a perda de consistência Plastificantes e Aceleradores (PA) - Efeito combinado de (P) e (A) - Reduz a água e permite ganho mais rápido de resistência - Riscos de corrosão da armadura (cloretos) - Efeitos iniciais significativos - Reduz os tempos de início e fim de pega Incorporadores de ar (IAR) - Incorpora pequenas bolhas de ar no concreto - Aumenta a durabilidade ao congelamento do concreto sem elevar o consumo de cimento e o conseqüente aumento do calor de hidratação - Reduz o teor de água e a permeabilidade do concreto - Bom desempenho em concretos de baixo consumo de cimento - Necessita controle cuidadoso da porcentagem de ar incorporado e do tempo de mistura - O aumento da trabalhabilidade pode ser inaceitável -Efeitos significativos TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 20 Superplastificant es (SP) - Elevado aumento do índice de consistência - Possibilita redução de no mínimo 12% da água de amassamento - Tanto como eficiente redutor de água como na execução de concretos fluidos (auto- adensáveis) - Riscos de segregação da mistura - Duração do efeito fluidificante - Pode elevar a perda de consistência - Efeitos iniciais significativos PROBLEMAS CONSTRUTIVOS CAUSADOS POR AGRESSÕES/ DESGASTE FISSURAS Fissuras são aberturas capilares que aparecem nos materiais oriundas de tração. Sempre que se observa a existência de fissuras é porque algo não previsto originariamente ocorreu excedendo a capacidade de resistência do material. Quando a abertura de uma fissura ultrapassa a 1mm, esta passa a se chamar TRINCA. A partir daí, mesmo para os materiais com armadura esta se atingindo o limite de alongamento normatizado, considerando-se risco iminente de escoamento. A fissuração ocorre sempre que a deformação à tração a que o concreto está submetido excede sua própria resistência. A capacidade de deformação à tração do concreto varia com a idade e com velocidade de aplicação da carga, e sua conseqüente deformação. Há várias situações que podem originar deformações no concreto, tais como movimentos gerados no seu interior, tipo retração de secagem, expansão ou contração térmica; expansão de materiais devido à corrosão das armaduras; deformações oriundas da ação de cargas ou deformações impostas pela própria estrutura, como exemplo os recalques diferenciais. ALGUNS TIPOS DE FISSURAS OU TRINCAS TIPO CAUSA PRIMÁRIA TEMPO DE DESENVOLVIMENTO Assentamento plástico Exsudação em excesso 10 minutos – 3 horas Retração Plástica Secagem rápida e prematura 30 minutos – 6 horas Contrações térmicas prematuras Excesso de gradiente de temperatura e calor 1 dia – 2 a 3 semanas Retração por secagem (longa duração) Juntas mal projetadas. Ausência da película de cura semanas ou meses O tratamento das trincas pode ser feito por: Abertura e calafetamento Preenchimento por gravidade. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 21 Injeção de resinas Revestimento Elastomérico. RECOMENDAÇÕES RELATIVAS ÀS ABERTURAS DAS FISSURAS 1 – Identificar se estão relacionadas a problemas estruturais; 2 – Verificar se há alguma relação com um problema externo como, por exemplo, ação do vento ou da água; 3 – Verificar a estabilidade ou progresso da anomalia, ou seja, verificação da atividade da fissura (se a mesma é ativa ou passiva). Para isso pode-se utilizar um selo de gesso, preenchendo a abertura com o material verifica-se se haverá fissuração do gesso colocado, neste caso indica-se a continuidade da movimentação. JUNTAS As juntas são aberturas nas estruturas, provocadas intencionalmente de modo a promover um alívio de tensões. Elas podem ser estruturais ou não estruturais, ativas ou passivas. JUNTAS DE DILATAÇÃO Defini-se como sendo uma separação entre duas partes de uma estrutura para que estas partes possam se movimentar, uma em relação à outra, sem que haja transmissão de esforço entre elas. Considera-se junta de dilatação: separação entre dois blocos de um prédio, separação de placas de pavimentação, separação de panos de revestimento de elementos pré-moldados, separação de lances de uma ponte, etc.. VEDAÇÃO DE JUNTAS As estruturas de concreto necessitam das juntas de dilatação para absorverem os movimentos de dilatação e contração, ocasionados principalmente pela variação da temperatura.. As juntas podem estar localizadas em direções diferenciadas, no sentido vertical ou horizontal. Ao projetar a colocação e a forma das juntas, deve-se considerar detalhadamente as diversas influências externas, tais como: - contração da cura; - contração devido a umidade; - dilatações devido a mudança de temperatura; - recalques da estrutura; - forças lineares; - fixação de elementos que estarão sobre a estrutura. Os sistemas de vedação de juntas, por enchimento com mastiques, ou com mantas, ou através de peças mecânicas deslizantes, devem acomodar-se à amplitude do movimento da junta. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 22 Principais sistemas de vedação de juntas: 1) Mastiques de enchimento – usados em juntas de pequena amplitude de movimento, ex: juntas de piso, etc. 2) Perfis de borracha ou PVC colocados sob pressão – usados em juntas com grande amplitude de movimento. 3) Mantas asfálticas – usados em juntas para separar blocos de edifícios. 4) Perfis de borracha ou PVC chumbados no concreto (Fugenband) – usados em conjunto com uma outra vedação, sozinhos não são seguros. 5) Dispositivos Mecânicos de deslizamento – usados em casos especiais. 1.5 – Carbonatação MATERIAIS DETERIORADOS A corrosão é acelerada quando o pH do concreto é reduzido pela reação: CO2 + H2O + Ca (OH)2 ⇒ CaCO3 + H2O Ocorre devido à poluição, umidade do ar, etc. que provocam as células da corrosão, conseqüentemente há um caminho excelente para a carbonatação, provocando trincas e fissuras. A trinca é um processo essencial para a formação de corrosão. A contaminação através de cloretos se dá pela penetração de íons cloreto no concreto, com a ajuda da umidade superficial (umidade + oxigênio + maresia). Durante anos os íons cloreto atingem as armaduras, e a corrosão se inicia, ocorrendo desplacamentos. A medição da contaminação do concretopor cloretos deverá ser realizada na própria obra, através de uma furadeira de impacto que colherá uma amostra de concreto pulverizado. A corrosão também poderá ser provocada por diferentes tipos de materiais no mesmo concreto, exemplo da presença de aço e alumínio. O alumínio em contato com o concreto libera gás hidrogênio criando porosidades localizadas, causando a fissuração do concreto circundante. No mecanismo da corrosão, a reação eletroquímica entre a superfície do aço e o concreto úmido, formam uma “pilha de corrosão” (anodo/catodo/eletrólito) e quanto maior esta reação, maior a corrosão. Ocorre também a corrosão bacteriológica, atacam tanto quanto os íons cloreto. Ocorrem principalmente em locais de esgoto. A fermentação, gases metano e sulfeto de hidrogênio que reagem com CO2 e o vapor d’água (H2O), formam carbonatos e conduzem o pH para valores menores que 9. Quando o PH é inferior a 9, surgem vários micro-organismos que expelem ácidos reduzindo ainda mais o pH. Estando o pH ainda menor, surgem novas famílias de bactérias, que expelem ainda mais ácidos. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 23 Os tiosulfatos são oxidados em politionatos e estes em sulfatos. Com pH abaixo de 6, surgem famílias de thiobacillus e os thiothiaparus, que se alimentam dos sulfatos e expelem o enxofre natural, e o convertem em ácido sulfúrico que reage com a cal, atacando o concreto. ESCALA DE PH 1 Muito ácido 7 Neutro 9,5 Concreto Carbonatado 13,5 Concreto Novo 14 Muito Alcalino CORROSÃO A oxidação e a redução provocam a destruição da armadura do concreto armado. No anodo, átomos de ferro, ao perderem seus elétrons, ganham carga positiva. Esta transação chama-se corrosão. O tipo de corrosão que ocorre no concreto armado é de natureza galvânica, já que o aço da construção é feito com ferro e outros diferentes materiais. A norma ASTM define corrosão do aço como “corrosão galvânica acelerada, em função do ambiente agressivo e de contatos elétricos com metais mais nobres”. O ferro é termodinamicamente instável e seu menor estado de energia é um óxido, característico do seu estado de corrosão. Como íons metálicos na interface, os Fe2+ esperam os íons hidroxilas OH- para formar produtos de corrosão do tipo Fe(OH)2 no anodo, e outras substâncias como FeO, Fe2O3, Fe3O4, etc. Para manter a neutralidade da carga, os íons hidroxila OH- migram do catodo para o anodo através da solução interfacial, para reagir com os íons FE++. O que se vê então, é um fluxo de elétrons através da armadura, e um fluxo de íons pela solução interfacial. É importante observar que a corrosão por cloretos é mais danosa que por carbonatação, uma vez que através da carbonatação há o aviso na forma de trincas, e a corrosão por cloretos normalmente não avisa, há o imediato rompimento da peça. A ÁGUA COMO ELETRÓLITO DA CORROSÃO A água é um meio condutor de eletricidade devido à sua carga natural de íons Cálcio, Magnésio, Sódio, Bicarbonato, sulfato, Cloretos e Nitratos. Sem dúvida, os cloretos são os que se relacionam mais com a corrosão, já que, como outros íons, aumentam a condutividade elétrica da água, facilitando enormemente o fluxo da corrente de corrosão. Também reduzem, de forma significativa, a proteção de filmes ou películas de proteção aplicadas, pois, por aí permeiam facilmente. Os íons nitratos, como os sulfatos, são tão perigosos para o aço quanto os cloretos. Apresentam-se, entretanto, em menores concentrações. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 24 Na prática, águas com alta concentração de sulfatos atacam o concreto. O pH da água raramente foge do entorno de 4,5 – 8,5. De todos os gases dissolvidos na água, o oxigênio ocupa posição especial, porque é um tremendo estimulante à corrosão. Um concreto bem dosado, com recobrimento e fator a/c adequados, inclusive ao ambiente, estará protegendo suas armaduras da corrosão, pelo fato de fornecer um ambiente envolvente altamente alcalino, com um pH entre 12 e 13. No entanto, quanto mais permeável for a camada de recobrimento, mais o concreto tornar-se-á “molhável”, permitindo fácil acesso à água e aos gases, como o oxigênio, através de sua rede de vazios. Comumente, no entanto, ter-se-á, sempre, trincas e/ou fissuras em sua superfície, devido a processos de cura insuficientes ou mesmo inexistentes, fazendo com que aqueles elementos tenham fácil e rápido acesso às armaduras. Concreto é altamente básico, e usualmente, é bom fornecedor de oxigênio para “alimentar” reação catódica através dos vazios saturados. O acesso do oxigênio é feito por difusão através da solução existente nos vazios do concreto, enquanto que no concreto, parcialmente seco, a difusão do gás oxigênio é muito grande. CARBONATAÇÃO EM GARAGENS As garagens nas edificações normalmente não têm revestimento na estrutura de seus tetos, sendo apenas eventualmente pintadas. Desta forma são usualmente os locais onde primeiro se percebem os sinais de carbonatação e conseqüente corrosão das armaduras. Surge do gás carbônico oriundo dos escapamentos dos carros e das águas de lavagem e eventualmente águas da chuva. Esta combinação propicia carbonatação. 1.6 – Diagnósticos CONCEITOS Patologia – é a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças. No caso do concreto, a patologia significa o estudo das anomalias relacionadas à deterioração do concreto na estrutura. Pathos – doença Logos – estudo Terapia – é a ciência que estuda a escolha e administração dos meios de curar as doenças. Therapia – método de curar. Profilaxia – é a ciência que estuda as medidas necessárias à prevenção das enfermidades. Prophylaxis – prevenção Sintoma – é a manifestação patológica detectável por uma série de métodos e análises. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 25 Origem – é a etapa do processo construtivo em que ocorre o problema – Pode ser na fase de: planejamento, projeto, instalação, etc. Diagnóstico – é o entendimento do problema, detectando-se causa e origem. VARANDAS EM BALANÇO Os problemas encontrados nas varandas são oriundos de excesso de carregamento na extremidade, que provocam um momento fletor negativo junto ao engastamento, que é onde surgem, normalmente, os primeiros problemas de ataque à estrutura. Uma associação de mau posicionamento da armadura negativa (diminuindo seu braço de alavanca) com deficiências executivas devidas ao desnível ali encontrado, são as causas usuais da fragilidade destes locais. Quando as varandas são fechadas por alvenaria e esquadrias, sua ocupação passa a ser equivalente a um cômodo interno, não havendo normalmente um problema de excesso de carga, mais sim de carregamentos diferentes em andares distintos, provocando deformações não uniformes, gerando ao longo do tempo, fissuras nas ligações das alvenarias com a estrutura. A solução para esses casos é a confecção de pendurais nas extremidades dos balanços embutidos em alvenarias (quanto possível). Problemas comuns em varandas são: corrosão no sistema de fixação das grades, infiltrações ocasionadas pela ruína da impermeabilização, ausência de pingadeiras e desplacamentos em sua testada. FISSURAS NO TOPO DAS EDIFICAÇÕES Nos frontispícios dos prédios, no nível do telhado coloca-se uma alvenaria para proteger o mesmo. Normalmente, ao longo do tempo, surge uma fissura horizontal entre os dois materiais, conseqüente do funcionamento diferenciado dos mesmos – concreto e alvenaria – quando a edificação é submetida a carregamentos, principalmente os de origem térmica. 1.6 – Técnicas de recuperação MÉTODOS DE RECUPERAÇÃO ESTRUTURAL RECUPERAR UMA ESTRUTURA É DOTÁ-LA NOVAMENTE DE SUA FUNÇÃO ESTRUTURAL. Para isso, é preciso que sejam desenvolvidas algumas atividades, e que se façam algumas verificações: TREINAMENTO AVANÇADOVícios Construtivos em Edificações 26 Interrupção da corrosão Análise das estruturas deterioradas Características dos materiais de recuperação Estanqueidade (contra a carga hidrostática ou freática) Flexibilidade no tratamento de trincas Impermeabilidade (barreira) Estanqueidade em juntas frias ou de construção Reforço Estrutural Endurecimento químico de superfícies Proteção Tópica Fatores da corrosão nas armaduras de concreto Ambientes ricos em químicos nocivos Pinturas das armaduras Polímeros líquidos e fibras Fumo de sílica Revestimentos Inibidores de corrosão Proteção catódica METODOLOGIA PARA RECUPERAÇÃO Limpeza manual ou mecânica da superfície do concreto, através de escova de cerdas de aço, escova rotativa elétrica ou pneumática, agulheiro. Limpeza mecânica: 1º - Limpeza (hidrojato/ jateamento de areia) 2º - Injeção de produto selante (por exemplo: pH Flex) 3º - Correção de superfícies com argamassa/concreto contendo fibra sintética, polímero líquido e microsílica 4º - Aplicação de micro concreto de silicato de potássio 5º - Aplicação de película de poliuretano especial. TÉCNICAS DE REFORÇO ESTRUTURAL Concreto projetado Chapa colada Protensão externa Compósitos. Quando há a necessidade de se aumentar a capacidade de suporte das peças estruturais, pode-se: REFORÇO À FLEXÃO COM AUMENTO DA RIGIDEZ Esta técnica, na maioria das vezes é utilizada em lajes e vigas que necessitam aumentar sua capacidade de carga, devido a um incremento em seu carregamento, TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 27 ou para, devido a um incremento em seu carregamento, ou para limitar o seu estado de deformação para um mesmo estado de carregamento. PEÇAS ADICIONAIS Novos pilares, vigas, etc., para dar suporte à região afetada ou com deficiência na estrutura. A diminuição do vão é conseguida com a instalação de estrutura metálica, instalação de consoles ou com o aumento de seção dos pilares. AUMENTO DA SEÇÃO: Utiliza o aumento físico da viga, pilar ou laje, adicionando-se seção de aço e concreto. PROTENSÃO EXTERNA Promove de forma instantânea, o aumento da capacidade de carga da estrutura, devido ao tensionamento imposto, incrementando resistência à compressão e também à flexão. A protensão externa é feita com cabos de aço ou barras instaladas dentro de bainhas em dispositivos especiais de ancoragem, fixados à estrutura com o pós tensionamento. COMPÓSITOS Esta técnica em uso há cerca de 25 anos no Japão e há 5 nos Estados Unidos e Europa, tornou-se a melhor opção em situações que exijam reforços rápidos e com imediata resposta da estrutura. Os compósitos, basicamente, consistem em se aplicar um epóxi especial, uma manta extremamente fina, de uso freqüente em projetos espaciais, e com resistência sete vezes superior ao aço, na superfície do concreto. SOLUÇÕES PARA O PROBLEMA DE CORROSÃO – REFORÇO ESTRUTURAL – COMPÓSITOS Podem ser utilizados em vigas, lajes, aumentando substancialmente a resistência ao cisalhamento. Os compósitos aplicados em reservatórios e silos, previnem a propagação de trincas. Reforçando também túneis e tubulações de concreto armado com compósitos, aumenta-se a resistência a cargas laterais, a tensões de dobramento e circunferências. É o único reforço estrutural preparado e recomendado contra abalos sísmicos. Metodologia: primeiro prepara-se a superfície, aplicando-se um primer e corrigindo os desníveis com pasta epóxica, depois coloca-se uma demão de epóxi, aplica-se a manta de compósito,e uma segunda demão de epóxi, finalmente executa-se a pintura de proteção. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 28 2 – VÍCIOS CONSTRUTIVOS NAS EDIFICAÇÕES 2.1 – Patologias nas alvenarias ALVENARIAS As alvenarias podem ser estruturais ou apenas divisórias, em ambos os casos são compostas de elementos inertes ligados por um tipo de argamassa. Normalmente são revestidos. Servem de suporte e proteção para as instalações da edificação, quando embutidas e criam condições de habitabilidade para edificação. As alvenarias podem ser classificadas como armadas, parcialmente armadas ou não armadas. Em função do tipo de material empregado, ela pode ser de concreto, cerâmica ou sílico-calcário. A maior parte dos problemas verificados em alvenarias refere-se a problemas de prumo, massa de ligação de má qualidade, ou “aperto” inadequado ou inexistente, ou seja, falta de amarração. No caso de uma parede estar fora de prumo, é quase certo que necessitará ser demolida e refeita. A falta de amarração eventualmente, pode ser corrigida com grampos metálicos, ou cimento adequado, o ideal não é verificar a causa do problema. Deve-se cuidar da resistência da argamassa, a fim de evitar tensões de tração que apareceriam no tijolo, devidas à dilatação transversal diferente: Do mesmo modo, se a resistência do tijolo for muito baixa, as tensões de tração apareceriam na argamassa, cessando então a solidarização entre os dois materiais. Influem na resistência de uma alvenaria de tijolos: dimensão do tijolo, espessura da junta, diâmetro máximo dos agregados, irregularidade da superfície etc. TRINCAS E FISSURAS NAS ALVENARIAS As fissuras podem ter as seguintes origens: a) Erro na fase de dimensionamento de projeto; b) Utilização indevida, com excesso de carga ou distribuição errada; c) Envelhecimento ou fadiga natural dos materiais; d) Acidentes imprevistos: pancadas; incêndios; etc. e) Problemas oriundos da estrutura; f) Má execução da alvenaria; Tal como nas estruturas, é importante se determinar se a fissura está estabilizada (fissura inativa) ou se continua trabalhando (fissura ativa). A verificação pode ser realizada de várias maneiras: com selos de gesso, com vidro fino, etc.. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 29 O assentamento das alvenarias devido à secagem da argamassa da junta também é causa de fissuras. O problema ocorre, normalmente quando a argamassa é utilizada em espessura excessiva. O ideal é esperar algum tempo, até que haja estabilização, e então preencher as fissuras. Em paredes com vãos, a presença de fissuras junto aos vãos das esquadrias. A presença de umidade pode gerar a presença de trincas de direções variadas, conforme as circunstâncias. PRINCIPAIS ANOMALIAS ENCONTRADAS NAS ALVENARIAS SÃO: • Trincas na região de encunhamento; • Trinca nos encontros entre alvenaria e estrutura; • Trinca no encontro de paredes; • Trinca no encontro de vãos de portas e janelas; • Trinca na base de paredes provenientes de problemas de impermeabilização ou lençol freático; • Muros, peitoris que não estejam convenientemente protegidos por rufos apresentando fissuras na parte superior; • Problemas devido a alterações térmicas; • Desplacamentos; • Eflorescências; TIPOS DE ALVENARIAS Os tipos de alvenarias podem ser: A - ESTRUTURAL – usada em edificações nas quais não haverá estrutura de concreto armado e sim blocos de concreto ou cerâmicos utilizados com uma resistência elevada, sendo autoportantes suportando o peso das lajes. Tais blocos são vazados facilitando as instalações principalmente a elétrica que é conduzida pelo interior dos mesmos. A alma do bloco estrutural é vertical o que possibilita a passagem dos conduítes concomitante à elevação da edificação. As paredes estruturais são bastante econômicas. As opções não se limitam às paredes portantes de graute e ferragem. A alvenaria não-armada vem demonstrando um bom potencial técnico e econômico. Os blocos existentes no mercado para execução de alvenaria estrutural são: BLOCO DE CONCRETO Largamente empregado no Brasil esse tipo de bloco tem a seu favor o fato de possuir vários fornecedores e de ser o único a possuir norma brasileira para cálculo de alvenaria estrutural. Possui boa resistênciaa compressão - o mínimo exigido pelas normas é 4.5 MPa, mas alguns fabricantes chegam a produzir TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 30 blocos com mais de 16 MPa -, entretanto, é mais pesado e não possui o mesmo isolamento térmico da cerâmica, por exemplo. O recorde brasileiro no número de pavimentos para alvenaria estrutural que emprega blocos de concreto é de 24. BLOCO CERÂMICO Material mais leve que o concreto (alguns fabricantes dizem que cerca de 40%); tem a vantagem de possuir melhor isolamento térmico que o concorrente. Não alcança, porém, índices de resistência à compressão similares com a mesma geometria dos blocos. O edifício mais alto construído com blocos cerâmicos estruturais no Brasil possui oito pavimentos. Os blocos cerâmicos são mais leves e de manuseio simplificado nas obras. É definido pela NBR 7171/83 como um componente de alvenaria que possui furos prismáticos e/ou cilíndricos perpendiculares às faces que os contêm. Os furos encontram-se na vertical perpendiculares à face de assentamento. Na construção de edificações em alvenaria estrutural diferentemente da execução de edificações com estrutura em concreto, a colocação das instalações elétricas deverá ser realizada concomitante com a elevação das paredes. O eletricista deverá estar presente durante toda a obra, pois a instalação se dá em conjunto com a construção da edificação. O responsável técnico deverá acompanhar as instalações dos conduítes por dentro dos vazados dos blocos e o posicionamento preciso da alvenaria com a localização das caixas de tomada e interruptores. A alvenaria estrutural não admite cortes em suas paredes. Os cortes deverão ser realizados em pequenos trechos para fins específicos, tais como: colocação de interruptores e tomadas, quadros de luz, ramais hidráulicos e de esgoto secundários, etc. O ideal é a realização de cortes acompanhando a elevação das alvenarias. Quando há necessidade de cortes posteriores, os mesmos não devem ser superiores a área de três blocos. BLOCO SÍLICO-CALCÁREO Com apenas um fornecedor no mercado nacional, os blocos estruturais de silico-calcário são bastante utilizados na Europa, onde a execução de alvenaria não-armada é tradicional e existe uma preocupação maior com o isolamento térmico. No Brasil, são fabricados blocos vazados para alvenaria armada de 6 MPa e maciços perfurados para não-armada de 10 MPa. O máximo que alcançou por aqui um edifício que empregou blocos estruturais de silicocalcário foi 14 pavimentos. É mais pesado que o bloco cerâmico. BLOCO DE CONCRETO CELULAR AUTOCLAVADO Entre os tipos de bloco estruturais disponíveis no Brasil, é o menos empregado. Mesmo sendo maciço e, portanto, utilizado apenas em obras de alvenaria não-armada. Possui baixa densidade e é leve. A resistência à compressão do bloco de concreto celular pode chegar até 6 MPa, o que inviabiliza a execução de prédios altos. Oferece bom isolamento acústico e resistência ao TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 31 fogo. B - TRADICIONAL – Conjunto rígido e coeso formado pela união de tijolos ou blocos por juntas de argamassa. Utilizada normalmente com função de vedação. Usualmente o sistema construtivo tradicional baseia-se no emprego da estrutura em concreto armado com vedação de blocos cerâmicos ou de concreto. As alvenarias tradicionais dividem os ambientes da edificação, controlando a ação de intempéries e intrusos ao local, tais como: vento, chuva, poeira, ruídos, animais, calor, etc. C – DRYWALL – sistema para construção de paredes e forros que combina estruturas de aço galvanizado com chapas de gesso acartonado de alta resistência mecânica e acústicas. Após o tratamento das juntas das chapas, as superfícies tornam-se planas e lisas, prontas para receber qualquer tipo de revestimento, tais como: pintura, papel de parede, cerâmica, azulejo, etc. Em áreas molhadas o sistema drywall pode ser utilizado com proteção antifungo, resistentes a umidade. Os componentes básicos do sistema drywall consistem em perfis fabricados industrialmente mediante um processo de conformação contínua a frio, por seqüência de rolos a partir de chapas de aço revestidas com zinco pelo processo contínuo de zincagem por imersão a quente. As massas de rejunte para o acabamento das juntas entre chapas de gesso devem ser utilizadas juntamente com fitas apropriadas, assegurando um acabamento sem trincas. D – ALVENARIA DE PEDRA – as paredes em pedras podem apresentar o mesmo tipo de patologia que aparece em paredes cerâmicas, porém com menor freqüência. As pedras são mais resistentes. O problema que mais aparece é a presença de umidade e problemas de colagem da argamassa de assentamento. O ideal é a utilização de um sistema impermeabilizante na face que recebe maior agressão da umidade. REVESTIMENTOS O revestimento corresponde ao acabamento final de uma edificação, normalmente colocado nas fachadas da edificação e nas paredes internas. Trata-se da área mais visível. Os revestimentos de paredes, pisos e tetos possuem a finalidade de proteção e embelezamento. Em relação à proteção, os revestimentos resguardam as superfícies do ataque de agentes facilitadores de deterioração. Os revestimentos protegem as superfícies da TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 32 agressão das águas da chuva (a chuva é quase sempre ácida, nos grandes Centros), infiltrações, águas de solo; ação dos ventos; oscilação de temperatura e umidade do ar; ação bacteriológica, fungos, cupins, roedores etc. Os revestimentos, além da função de proteção, deverão ser esteticamente estudados, pois são fundamentais na beleza externa e interna das construções. Dependendo do tipo de revestimento, um empreendimento pode ser valorizado ou desvalorizado. Como exemplos de revestimentos pode-se citar: argamassa de acabamento; gesso; cerâmicas; madeira/ metal; plásticos; papel; granitos e mármores; É imprescindível para uma boa durabilidade, desempenho e aderência, o modo e especificação de preparo da base que receberá o revestimento. 2.2 – Patologias das argamassas REVESTIMENTOS - ARGAMASSAS As argamassas são uma mistura de cimento, areia, água e, em alguns casos, de um outro material ( cal, saibro, barro, caulim, etc.). As argamassas, assim como o concreto, também são moles nas primeiras horas, e endurecem com o tempo, ganhando elevada resistência e durabilidade. As argamassas têm várias utilidades: - assentar tijolos e blocos, azulejos, ladrilhos, cerâmicas e tacos; - impermeabilizar superfícies; - regularizar, (tapar buracos, eliminar ondulações, nivelar e aprumar) paredes, pisos e tetos; - dar acabamento às superfícies (liso, áspero, rugoso, etc.). É importante fabricar uma argamassa de boa qualidade, com dosagem específica para o serviço, garantindo desempenho técnico satisfatório e boa trabalhabilidade; Essa argamassa pode ser fabricada na obra atendendo a todas as especificações obrigatórias e se torna mais rentável comparada com a argamassa industrializada. A argamassa industrializada colocada no pavimento facilita o transporte, porém podem-se obter bons resultados com a utilização da argamassa fabricada no canteiro, depois das ações corretivas relativas à sua produção e ao seu abastecimento. O estudo da qualidade é de suma importância, utilização do correto traço, correto material. Na melhoria da produtividade do revestimento interno vários pontos deverão ser considerados, tais como variação do número de quinas, planicidade e dimensões de aplicação. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 33 As patologias nas argamassas normalmente ocorrem por alguns fatores: • Falta de capacitação da mão de obra; • Correto uso dos equipamentos na mistura, transporte à aplicação; • Especificação adequada dos traços;• Dosagem da água; • Erro na execução da mistura; • Nivelar, aprumar e manter a uniformidade dimensional; • Espessura excessiva de argamassa; FUNÇÕES DO REVESTIMENTO COM ARGAMASSAS. • Proteção dos agentes agressivos; • Isolamento acústico; • Distribuição uniforme das cargas; • Regularização das superfícies; • Estética; Nas argamassas é importante se preocupar com a trabalhabilidade. Para se obter uma boa trabalhabilidade é importante à adição de aditivos plastificantes e incorporadores de ar, e também com a qualidade do material empregado. TRABALHABILIDADE • Plasticidade; • Coesão – bem coeso, mas não aderindo no equipamento • Consistência – distribui-se com facilidade; • Viscosidade – preenche todos os vazios; • Adesão – adere com facilidade; • Endurecimento. PROBLEMAS PATOLÓGICOS ENCONTRADOS • Manchas de umidade e mofo; • Descolamento da argamassa do substrato; • Aparecimento de bolhas; TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 34 • Aparecimento de fissuras e trincas; • Retrações – ocorrem quando a argamassa seca muito rapidamente. Um reboco em parede muito ensolarada, deverá ser mantido úmido por no mínimo 3 dias, adquirindo resistência as tensões de secagem. • Pulverulência – excesso de finos nos agregados ou traço pobre; NORMAS PARA ARGAMASSAS NBR7200/1998 – Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento NBR 13529/1995 – Revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Terminologia NBR13530/1995 – Revestimento de argamassas inorgânicas de paredes e tetos – Classificação NBR13749/1996: Revestimento de argamassas inorgânicas de paredes e tetos – Especificação Constam na NBR7200/1998 – ARGAMASSAS INORGÂNICAS - as seguintes exigências: “3 Definições Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições da NBR 13259 e as seguintes: 3.1 – argamassa inorgânica: Mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante (s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento. 3.2 – maturação: Repouso da pasta de cal ou da argamassa de cal, no estado fresco, previamente à adição de outros constituintes e à aplicação. 3.3 – Pasta de cal: mistura ou suspensão de água com 20% a 30% de cal. 3.4 – traço – expressão da proporção entre constituintes da argamassa, geralmente referida ao aglomerante principal” ... “5.2 – Cronograma de Execução 5.2.1. Quando se fizer uso de argamassas preparadas em obra, as bases de revestimento devem ter as seguintes idades mínimas: a) 28 dias de idade para as estruturas de concreto e alvenarias armadas estruturais; b) 14 dias de idade para alvenarias não armadas estruturais e alvenarias sem função estrutural de tijolos, blocos cerâmicos, blocos de concreto e concreto celular, admitindo-se que os blocos de concreto tenham sido curados durante pelo menos 28 dias antes da sua utilização; c) três dias de idade do chapisco para aplicação do emboço ou camada única; para climas quente e secos, com temperatura acima de 30°C, este prazo pode ser reduzido para dois dias; d) traço e preparo das argamassas e) correções ou reparos eventualmente realizados ao longo do serviço.” TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 35 O item 6 fala sobre o armazenamento dos materiais, do cuidado da estocagem dos agregados, os locais de armazenamento devem ser protegidos da contaminação dos resíduos da obra. No armazenamento o espaço deverá ser confinado pelos 3 lados com fundo inclinado e drenado; O item 8 refere-se a preparação da base de revestimento. A base de revestimento deve ser regular para que a argamassa possa ser aplicada em espessura uniforme. As irregularidades superficiais devem ser eliminadas. A base a ser revestida deve estar limpa, livre de pó, ou qualquer outro tipo de material. LIMPEZA DA SUPERFÍCIE – Para a superfície estar devidamente limpa deverá se seguir o item 8.4.3: a) “para a remoção de sujeiras, pó e materiais soltos: escovar e lavar a superfície ou aplicar jato de água sob pressão; quando necessário, deve ser empregada espátula, escova de cerdas de aço ou jato de areia; b) para remoção de óleo desmoldante, graxa e outros contaminantes gordurosos, pode-se efetuar a limpeza com soluções alcalinas ou ácidas, empregando-se um dos seguintes procedimentos: a. escovar (utilizando-se escova de piaçaba, por exemplo) com solução alcalina de fosfato trissódico (30g NA3PO4 em 1 litro de água) ou de soda cáustica e, em seguida, enxaguar com água limpa em abundância; b. aplicar solução de ácido muriático (5% a 10% de concentração) durante 5 minutos, escovar (com escova de piaçaba, por exemplo) e enxaguar com água limpa em abundância; c. escovar a superfície com água e detergente e enxaguar com água em abundância. d. Empregar processos mecânicos (escovamento a seco com escova de cerdas de aço, lixamento mecânico ou jateamento de areia) e em seguida remover a poeira através de ar comprimido ou lavagem com água. c) para remover eflorescências: pode-se escovar a seco a superfície com escova de cerdas de aço e proceder à limpeza com solução de ácido muriático, conforme 8.4.3 b) Caso a manifestação atinja grandes áreas, pode-se empregar jateamento de areia; d) para remover bolor e fungos: pode-se escovar a superfície com escova de cerdas duras com solução de fosfato trissódico ou com solução de hipoclorito de sódio (4% a 6% de cloro ativo) e enxaguar com água limpa em abundância.” O item 10 refere-se ao acabamento de superfície que poderá ser: sarrafeado, desempenado, camurçado, raspado, lavado, chapiscado. TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 36 Esquema apresentado nas Normas: TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 37 TREINAMENTO AVANÇADO Vícios Construtivos em Edificações 38 Constam da NBR13749 as seguintes exigências: 4.3 Argamassas de revestimento “As argamassas empregadas em revestimentos devem satisfazer as seguintes condições: - os materiais e as respectivas proporções de dosagem devem ser compatíveis com o acabamento é as condições de exposição previstas; - ter resistência mecânica compatível com o acabamento decorativo selecionado: - quando coloridas. o pigmento empregado deve resistir à ação da radiação ultravioleta e à alcalinidade das argamassas.” 5 Características dos revestimentos de argamassa “5.1 Condições dos revestimentos Os revestimentos devem satisfazer as seguintes condições: - ser compatível com o acabamento decorativo (pintura. papel de parede, revestimento cerâmico e outros); - ter resistência mecânica decrescente ou uniforme, a partir da primeira camada em contato com a base, sem comprometer a sua durabilidade ou acabamento final; - ser constituído por uma ou mais camadas superpostas de argamassas continuas e uniformes; - ter propriedade hidrofugante, em caso de revestimento externo de argamassa aparente, sem pintura e base porosa. No caso de não se empregar argamassa hidrofugante, deve ser executada pintura especifica para este fim: - ter propriedade impermeabilizante. em caso de revestimento externo de superfícies em contato com o solo; - resistir á ação de variações normais de temperatura e umidade do meio, quando externos. 5.2 Aspecto O revestimento de argamassa deve apresentar textura uniforme, sem imperfeições, tais como: cavidades. fissuras. manchas e eflorescência (ver anexos A e B), devendo ser prevista na especificação de projeto, a aceitação ou rejeição, conforme níveis de tolerâncias admitidas. 5.3 Espessura A espessura (e) dos revestimentos externos e internos está indicada na tabela 1 . Quando houver necessidade de empregar revestimento com espessura superior, devem ser tomados cuidados especiais de forma a garantir a aderência do revestimento, como indicado na NBR 7200.”
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