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Material Apoio - LAMAT - Rochas

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LAMAT Profª Maria Aparecida Nogueira Campos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LABORATÓRIO DE MATERIAIS 
LAMAT 
 
OBJETIVO: Apresentar aos alunos de engenharia civil os ensaios em materiais, 
 enfatizando a importância das Normas, da interpretação dos resultados dos ensaios, 
 suas aplicações, causas e consequências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LAMAT Profª Maria Aparecida Nogueira Campos 
I - INTRODUÇÃO: 
 
I.1 Ensaios: 
Como você se sentiria se a chave de fenda que acabou de comprar, quebrasse ao dar a 
primeira volta? Ou se a cerâmica refratária, dita capaz de suportar altas temperaturas 
sem perder suas propriedades, teve problema ao ser utilizada em um forno industrial? 
Se o granito escolhido para o banheiro, em pouco tempo está manchado? 
Hoje em dia ninguém se contenta com objetos que apresentem esses resultados. Mas por 
longo tempo essa foi a única forma de avaliar a qualidade de um produto! Antigamente, 
como a construção dos objetos era essencialmente artesanal, não havia um controle de 
qualidade regular dos produtos fabricados. Avaliava-se a qualidade de uma lâmina de 
aço, a dureza de um prego, a pintura de um objeto simplesmente pelo próprio uso. Um 
desgaste prematuro que conduzisse à rápida quebra da ferramenta era o método racional 
que qualquer um aceitava para determinar a qualidade das peças, ou seja, a análise da 
qualidade era baseada no comportamento do objeto depois de pronto e do uso. 
Os acessos a novas matérias-primas e o desenvolvimento dos processos de fabricação 
obrigaram a criação de métodos padronizados de produção em todo o mundo. Ao 
mesmo tempo, desenvolveram-se processos e métodos de controle de qualidade dos 
produtos. Atualmente, entende-se que o controle de qualidade precisa começar pela 
matéria-prima e deve ocorrer durante todo o processo de produção, incluindo a inspeção 
e os ensaios finais nos produtos acabados. Nesse quadro, é fácil perceber a importância 
dos ensaios de materiais. É por meio deles que se verifica as propriedades dos 
materiais que os tornarão adequados ao uso. Algumas das propriedades analisadas são: 
Compressão, Tração, Cisalhamento, Cortante, Flambagem, Flexão, Torção. É evidente 
que os produtos têm de ser fabricados com as características necessárias para 
suportarem esses esforços. Mas como saber se os materiais apresentam tais 
características? REALIZANDO OS ENSAIOS! 
Os Ensaios são procedimentos padronizados que compreendem testes, cálculos, gráficos 
e consultas a tabelas, tudo isso em conformidade com Normas Técnicas. Realizar um 
ensaio consiste em submeter um objeto já fabricado ou um material que vai ser 
processado industrialmente, a situações que simulem os esforços que eles vão 
sofrer nas condições reais de uso, chegando a limites extremos de solicitação. 
O Engenheiro deve conhecer as propriedades físicas dos materiais, a fim de saber a sua 
adequada utilização de acordo com as exigências de uma dada construção. Por exemplo: 
Em uma câmara frigorífica, uma exigência de desempenho básica é que o material a ser 
empregado tenha boas características de isolamento térmico. 
 
O estudante de engenharia civil deve ter uma atenção especial ao estudo dos materiais 
empregados, suas propriedades, limitações, vantagens e sua utilização; que devem ser 
perfeitamente conhecidas. 
 
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II – ROCHAS PARA REVESTIMENTO: 
 
II .1 INTRODUÇÃO: 
As rochas constituem elementos utilizados em obras de engenharia e em materiais 
utilizados na sua construção. Estão presentes nas obras arquitetônicas antigas como nas 
pirâmides do Egito, e em monumentos como pontes, estradas, aquedutos, palácios, 
castelos e igrejas. Foram muito utilizadas devido a sua abundância na natureza, sua 
resistência e durabilidade. 
Pela sua grande diversidade de padrões, a rocha como material de construção se 
apresenta de diversas formas: - na forma natural (pedra britada, lajotas, paralelepípedos, 
alvenaria), - beneficiada (placas para revestimento de pisos, paredes e fachadas; 
bancadas), - industrializada (cimento), - ou como elemento ornamental. 
Para a utilização adequada das rochas na construção civil, seja como fundação, 
agregados pra concreto, pavimento ou revestimento, é muito importante o 
conhecimento básico desses materiais: o que são, do que e como se constituem e, 
principalmente, como isto influencia nas suas propriedades físicas e mecânicas. A 
determinação da natureza das rochas se inicia nos trabalhos de campo e se completa em 
laboratório. 
 
As rochas compõem-se de 03 grandes grupos: 
-Rochas Ígneas ou Magmáticas – resultam da solidificação do magma, gerado no 
interior da crosta terrestre. Exemplo: granitos (formadas em profundidade – principais 
minerais: quartzo e feldspato). 
Sua abundância e boas características físicas e mecânicas favorecem seu uso em obras 
civis, e sua aparência os torna muito apreciados para uso como rocha ornamental e para 
revestimento. 
- Rochas Metamórficas – derivadas de outras preexistentes. 
Exemplo: Mármores (predominante calcita ou dolomita) e Quartzitos; Ardósias 
(predominante mica) e Gnaisses (quartzo/feldspática) 
-Rochas Sedimentares – formadas pela erosão, transporte, decomposição de rochas e 
precipitação quimica. Exemplo: arenitos; calcários e dolomitos (natureza química); 
travertino. 
A estratificação é típica de rochas sedimentares, com camadas distintas e espessuras 
variáveis. 
 
II .2 ROCHAS PARA REVESTIMENTOS 
As Rochas Ornamentais são todos os materiais rochosos aproveitados pela aparência 
estética e utilizados como elemento decorativo, em trabalhos artísticos e como 
materiais de construção. 
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Já as Rochas para Revestimento constituem uma aplicação específica das rochas 
ornamentais, compreendendo os produtos do desmonte de materiais rochosos em 
blocos, constituídos de: 
-placas e ladrilhos (pisos, escadas, fachadas e paredes). 
-peças acabadas e semi-acabadas (tampos de mesas, bancadas de cozinhas, e de 
lavatórios, tampos para uso na construção civil). 
Elas são agrupadas, para efeito comercial, em 02 grandes categorias: mármores e 
granitos. 
No Brasil, o uso da Pedra é quase totalmente destinado para revestimento. O país situa-
se entre os maiores produtores mundiais de mármores e granitos. O Espírito Santo é o 
maior produtor nacional e os Estados Unidos o maior consumidor internacional. 
O padrão estético constitui o principal critério para escolha e valorização da rocha de 
revestimento, e é regido pela moda. Antigamente, apenas o critério estético atendia em 
parte, pois o mercado era dominado por poucos tipos de rochas, e eram principalmente 
granitos. Atualmente, devido à diversidade de materiais, usos e tecnologias, necessita-
se incorporar critérios técnicos na escolha da rocha. 
Por exemplo, a seleção de uma rocha para pavimento, envolve critérios distintos 
daqueles para outra aplicação, como em fachadas. Abaixo segue tabela 1.1 que 
relaciona as propriedades das rochas e sua importância com relação ao seu uso. 
 
Tabela 1.1 - propriedades para a escolha de rochas, conforme o emprego. 
Função do Revestimento 
Pisos Paredes 
 
 
Propriedades 
 
Externo 
 
Interno 
 
Externa 
 
Interna 
 
Fachada 
Bancadas 
de 
Cozinha 
 
Absorção 
 
x x x x x x 
 
Dilatação Térmica 
 
x x x x x - 
 
Flexãox x x x x x 
 
Compressão 
 
x x x x x - 
x = obrigatória; x = muito importante; x = importante 
 
A correta utilização da rocha, requer o auxílio de Normas, que permita a orientação na 
escolha do material adequado e que forneça parâmetros para a correta elaboração dos 
projetos arquitetônicos. A Normalização se desenvolve em 02 níveis: o dos 
procedimentos de ensaios; e o dos requisitos (especificações) que os materiais devem 
cumprir, de acordo com o seu uso. Segue tabela 1.2 com os requisitos a serem 
atendidos para os Granitos: 
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Tabela 1.2 – Especificação para granito 
NORMA Tipo de Rocha 
Densidade 
Aparente(ρa) 
kg/m³ 
Absorção(αa) 
% 
Resistência à 
Compressão 
Uniaxial (σc) 
MPa 
Resistência à 
Tração na 
Flexão (σtf) 
MPa 
Resistência 
à Flexão – 
Ensaio a 4 
pontos (σf) 
MPa 
ABNT 
NBR 
15844 
Granito > 2550 < 0,4 > 100 > 10 > 8,0 
 
II .3 NORMAS PARA CONSULTA: 
A determinação das propriedades de rochas é realizada em laboratório, por meio de 
ensaios normalizados, e compreendem a obtenção de parâmetros petrográficos, físicos e 
mecânicos que permitam a caracterização tecnológica da rocha para uso na construção 
civil ou no revestimento de edificações. 
Os ensaios representam as diversas solicitações às quais a rocha é submetida, desde a 
extração, esquadrejamento, serragem dos blocos em chapas, polimento das placas, 
recorte em ladrilhos, até seu emprego final. Para a realização de ensaios tecnológicos, a 
amostragem tem papel primordial devendo ser realizada pelo produtor, 
preferencialmente acompanhado por um técnico do laboratório, e ser o mais 
representativa possível do material a ser explorado, inclusive contendo as variações 
mais comuns. Diversos estudos mostram que a presença da água na rocha provoca 
vários efeitos nas propriedades das rochas, dentre os quais a redução da resistência 
mecânica. Por esse motivo, os ensaios mecânicos devem ser realizados em corpos de 
prova secos e saturados. 
Abaixo estão as duas principais Normas relacionadas à realização de ensaios em rochas 
para revestimento: 
a)*MB 28 ou ABNT NBR 6490 - Reconhecimento e amostragem para fins de 
caracterização de ocorrência de rochas. Esta Norma fixa as condições de 
reconhecimento e amostragem de rochas. 
b)*ABNT NBR 15845:2010 - Rochas para revestimento - Métodos de Ensaio. Esta 
Norma especifica os métodos de ensaios em rochas para revestimento, que são: 
 
- Análise petrográfica. 
- Densidade aparente, porosidade aparente e absorção de água. 
- Coeficiente de dilatação térmica linear. 
- Resistência ao congelamento e degelo. 
- Resistência à compressão uniaxial. 
- Método de ruptura (flexão por carregamento em três pontos). 
- Flexão por carregamento em quatro pontos. 
- Resistência ao impacto em corpo duro. 
 
 
 
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II.3.1 – Resumo e comentário da Norma NBR 6490/85 MB 28: “Reconhecimento e 
amostragem para fins de caracterização de ocorrência de rochas”, tem como 
objetivo fixar as condições exigíveis aos trabalhos para reconhecimento e amostragem, 
para fins de caracterização, de ocorrências de rochas suscetíveis de utilização como 
material de construção em obras de engenharia. 
 
Condições Gerais para Amostragem: 
Reconhecimento do local para extração da rocha: 
a) Todos os afloramentos em raio de 1km. 
b) Ocorrências em número de 3 (melhor viabilidade técnica e econômica). 
c) Buscar localidades mais próximas (transporte e locais prováveis de 
 consumo). 
d) Sondagens a cada 20m / Seções transversais / Cubagem. 
e) Características geológicas da ocorrência: 
 - Estrutura (maciça, gnáissica, estratificada ou xistosa). 
 - Fratura ou juntas (existência ou ausência de fraturas). 
 - Anormalidades eventuais (registro de falhas, dobras, alterações, zonas de 
 rochas diferentes). 
 
Condições Específicas: 
a) Coleta de amostras para fins de identificação da estrutura da rocha (pelos 
geólogos): 
 Análise macroscópica ou microscópica: A amostra é formada por fragmentos de 
3x7x10cm de pontos no mínimo 20cm abaixo da superfície da rocha viva, ou por 
sondagens rotativas. Remessa das amostras para Laboratório de ensaio 
petrográfico com indicação de onde foram colhidas. A análise petrográfica deve 
conter: 
- Composição Mineralógica. 
- Estado de Alteração dos minerais. 
- Textura. 
- Classificação. 
b) Coleta de amostras para ensaios tecnológicos: 
Dos diferentes pontos do afloramento, por meio de marreta ou pequenas cargas 
de explosivos, são retirados pedaços não menores que 8x10x12cm. Os 
fragmentos que não estejam sãos ou que apresentem fissuras são descartados. 
Todos os fragmentos de um mesmo tipo de rocha são reunidos, homogeneizados, 
quarteados, até formação da amostra de pelo menos 100kg. Se ocorrerem rochas 
diferentes, teremos novas amostras pelo mesmo processo. 
Devem ser enviadas remessas de amostras para o laboratório, para determinação 
de índices físicos e mecânicos (em caixas e recipientes adequados, com o nome 
do remetente, indicação e localização dos pontos coletados). 
 
II.3.2 – Análise Petrográfica 
Estudos macroscópicos e microscópicos a serem executados em laboratório 
especializado, visando à caracterização completa e classificação de uma rocha, que 
devem ser executados por geólogo(a). 
Compreende a descrição: 
-macroscópica (principalmente estrutura e cor); 
-microscópica (minerais, textura, granulação). 
 
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II.3.3 – Método de Ensaio para Densidade aparente, porosidade aparente e 
absorção de água de Rochas para Revestimentos: tem como objetivo determinar a 
densidade aparente, porosidade aparente e absorção de água de rochas que se 
destinam ao uso como materiais de revestimento de edificações. 
A Densidade fornece o peso da rocha, importante parâmetro para o cálculo de cargas 
em construções, o dimensionamento de embalagens, os custos e meios de transporte, e 
outros. 
 A Absorção e Porosidade fornecem indicação do estado fissural e de alteração de 
rochas. São considerados fatores determinantes para a resistência e durabilidade da 
rocha. A absorção é a capacidade de incorporação de água absorvida, em porcentagem. 
Nas rochas ígneas e metamórficas, a porosidade é relativamente baixa por serem mais 
compactas e coesas, especialmente quando comparadas às rochas sedimentares. 
 
Aparelhagem para o Ensaio: 
Estufa; Balança com resolução de 0,01g, que permita pesagens hidrostáticas; 
Equipamento para serragem ou máquina extratora; Bandejas de Alumínio - 40x20x10 
cm; e Recipiente com dimensões adequadas para pesagem hidrostática. 
 
Execução do Ensaio: 
a) Amostragem: as amostras devem ser representativas da jazida ou do afloramento 
rochoso. Para isso, devem ser coletadas amostras em quantidades tais que 
representem todas as características da rocha. Deve-se assegurar volume 
suficiente de amostra para preparar 10 corpos de prova (c.p.) com dimensões 
entre 5cm e 7cm e com relação base:altura 1:1. 
. 
b) Lavar os c.p. em água corrente e escová-los com escova de cerdas macias. 
Manter os c.p. na estufa à temperatura de (70 ± 5)ºC até massa constante (a 
massa constante é atingida quando a diferença entre duas pesagens sucessivas 
for menor que 0,1%). Retirar os c.p. da estufa e deixar resfriar. Pesar 
individualmente ao ar, com precisão de 0,01g. Anotar a massa “Msec”. 
Adicionar água aos c.p. até alcançar1/3 de sua altura e após 4 h adicionar mais 
água até atingir 2/3 da altura dos c.p. Após mais 4 h, completar a submersão dos 
c.p. e deixa-los por mais 40 horas. Depois, pesar os c.p. individualmente, na 
condição submersa, por meio do dispositivo de pesagem hidrostática. Anotar a 
massa “Msub ”. 
Retirar os c.p. da água, enxugar suas superfícies com um pano levemente úmido 
e pesar ao ar. Anotar a massa “Msat ”. O volume no cálculo da densidade é obtido 
pela diferença entre a Massa Saturada e a Massa Submersa. 
 
Cálculos: 
 
a) ρa = densidade aparente 
 
ρa = [ Msec / ( Msat - Msub ) ] x 1000 
 
Obs: valor adotado para densidade aparente da água = 1000 kg/m³ 
 
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b) ηa = porosidade aparente 
 
ηa = [(Msat - Msec) /(Msat – Msub)] x 100 
 
c) αa = absorção de água 
 
αa = [(Msat – Msec) / Msec] x 100 
 
 
II.3.4 – Método de Ensaio para Coeficiente de Dilatação Térmica Linear: 
determinação do coeficiente de dilatação térmica linear em rochas que se destinam 
como materiais de revestimento de edificações. 
Dilatação térmica – Os materiais dilatam-se quando se aquecem, e contraem-se ao 
resfriarem, implicando variações nas dimensões e no volume. Os valores são 
importantes para o dimensionamento do espaçamento das juntas de revestimento, em 
pisos, paredes e fachadas (caso não seja usada adequadamente, pode ocorrer 
tensionamento das placas, que ao longo do tempo, pode causar fissuramentos e até 
quebra, com alto risco de queda do material, no caso de fachadas). 
Está relacionada com a expansão e a contração sofrida pelos sólidos quando submetidos 
a um aquecimento e um resfriamento, respectivamente. A deformação devido à 
variação da temperatura de um dado material vai depender do seu coeficiente de 
dilatação térmica e da magnitude da variação da temperatura. Ela pode ser tanto linear, 
quanto volumétrica. 
αLINEAR = ∆l = (10-6 (ºC) -1 ) 
 l . ∆T 
 
Onde: 
αLINEAR = coeficiente linear de expansão 
l = comprimento inicial 
 
(Geralmente, os materiais que apresentam ligações químicas fortes têm coeficientes de 
dilatação térmica baixos; como é o caso dos materiais cerâmicos. Já os materiais 
poliméricos têm coeficientes de dilatação térmica mais alto). 
 
 
 
II.3.5 – Método de Ensaio para Determinação da Resistência ao congelamento e 
degelo. 
Determina a resistência ao congelamento e degelo em rochas que se destinam a 
materiais de revestimento de edificações, com avaliação do efeito por ensaio de 
resistência mecânica. 
 
 
 
 
 
 
 
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II.3.6 – Método de Ensaio para Determinação da Resistência à Compressão 
Uniaxial: tem como objetivo prescrever a metodologia para determinação da tensão de 
ruptura na compressão uniaxial de rochas. 
 
Este ensaio além de fornecer parâmetros para o seu dimensionamento como elemento 
estrutural, também é um importante indicativo da integridade física da rocha. 
 
Aparelhagem para o Ensaio: 
Máquina de compressão hidráulica: Capacidade mínima de 1000 kN (100 t) com 
resolução de 2kN (200 kgf); Máquina para corte de rocha, para o preparo dos c.p. que 
devem apresentar faces planas e paralelas; Paquímetro; Bandejas de Alumínio 
40x20x10 cm; Estufa regulável para (70 ± 5oC); Torno mecânico, ou outro 
equipamento, para retificação das faces de contato dos c.p., garantindo planeza e 
paralelismo de suas superfícies. 
 
Execução do Ensaio: 
a) Amostragem: coletar amostras em quantidades tais que representem todas as 
características da rocha. Assegurar volume suficiente para permitir a 
preparação dos c.p. 
 
b) Preparação: preparar os c.p. com formato: 
Cúbico: entre (70 ± 2)mm e (75 ± 2) mm de aresta (ou) 
Cilíndrico: diâmetro (70 ± 2)mm e (75 ± 2) mm e relação base/altura 1:1 
Retificar as faces de carregamento dos c.p., de modo a eliminar eventual 
rugosidade. As faces precisam ser planas, paralelas e retificadas. Para rocha 
isotrópica, preparar no mínimo 05 c.p. Em caso de ensaios nas condições 
seca e saturada em agua, devem ser preparados 05 c.p. para cada condição. 
 
c) Ensaio: Antes do ensaio na condição seca, deixar os c.p. na estufa (70 ± 5)oC 
por 48 horas. No caso de ensaio na condição saturada, submergir os c.p. em 
água por 48 h, enxugá-los com pano úmido e imediatamente ensaiá-los. 
Colocar os c.p. no centro do prato da prensa. Movimentar o prato oposto até 
obter ajuste com o c.p.. Aplicar força a uma taxa menor que 0,7 MPa/s ou 
1,3 mm/min até que ocorra a ruptura do c.p.. Anotar a força de ruptura 
registrada no ensaio. A aplicação da carga deve ser progressiva e sem 
choques. Anotar força máxima de ruptura F em (Kgf). 
 
d) Cálculo: Calcular a tensão de ruptura na compressão pela expressão: 
 
 
 
 
 
σc = tensão de ruptura na compressão, em (MPa). 
P = força máxima de ruptura em (N) (N = F em kgf x 9,81) 
A = área da face submetida ao carregamento, em (m²). 
 
Obs.: N / m² = MPa 
 
σc = P / A [MPa] 
 
 
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II.3.7 – Método de Ensaio para Determinação da Flexão por Carregamento em 
Três Pontos: tem como objetivo prescrever a metodologia para determinação da 
resistência à tração na flexão de rocha para revestimento. 
Ensaio utilizado para rochas que são utilizadas principalmente como telhas, pisos 
elevados, degraus de escadas, tampos de pias e balcões. Possibilita principalmente o 
cálculo de parâmetros, como espessura. 
 
Aparelhagem: 
Prensa hidráulica capacidade mínima de 100kN; Máquina para corte de rocha, para o 
preparo dos c.p. que devem apresentar faces tão planas quanto possível; Paquímetro; 
Bandejas de Alumínio; Estufa regulável para (70 ± 5)oC. 
 
 
Execução do Ensaio: 
a) Amostragem - Coletar amostras em quantidades que representem todas as 
características da rocha. Assegurar volume suficiente para permitir a 
preparação dos c.p.. 
 
b) Preparação dos c.p. – Preparar os c.p. com formato retangular (50 x 100 x 
200)mm. Superfícies planas e paralelas. 
Obs: Se não for possível estas dimensões, tomar o valor da espessura como 
referência e obedecer aos seguintes requisitos: 
• Espessura (d): 25mm ≤ d ≤ 100mm e d ≥ duas vezes o diâmetro do maior 
grão. 
• Largura (b): 50 mm ≤ b ≤ 3d; 
• Comprimento (c): c ≥ 6d; 
• Vão entre roletes: L ≥ 5d. 
 
Para rocha de estrutura isotrópica, preparar mínimo de 5 c.p. 
Executar os ensaios nas Condições Seca e Saturada. Traçar linhas nos 
sentidos da espessura e largura dos c.p.. Uma no meio do comprimento do 
c.p., perpendicular às suas arestas longitudinais e outras 2 paralelas e 
equidistantes da linha central (Observar as dimensões do c.p conforme 
figura). 
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1 – linhas que indicam a posição dos roletes inferiores; 
2 – linha que indica aposição do rolete superior; 
 
Medir as dimensões do c.p. sobre as 3 linhas demarcadas e registrar os 
valores finais como a média aritmética dessas medidas; se a rocha 
apresentar estrutura heterogênea, assinalar a direção da estrutura no c.p. 
Para o ensaio na condição seca; deixar os c.p. 48 h na estufa (70 ± 5o)C 
e após deixar resfriar em ambiente seco e ensaiá-los. Para o ensaio na 
condição saturada; colocar o c.p em posição no plano comprimento-largura 
em bandeja e adicionar água até sua metade e, após 8 horas completar asubmersão e deixar por 48 horas. Retirar da bandeja, secando-o com pano 
úmido e logo ensaiá-lo. 
 
c) Ensaio: Assentar o c.p. pela sua largura nos apoios inferiores sobre as linhas 
demarcadas. Instalar o cutelo superior sobre a linha central e aplicar pequena 
carga para ajuste em todos os roletes (cutelos). Efetuar o carregamento lento 
e progressivo à taxa menor que 4.450 N/min, até a ruptura, e obter F em Kgf. 
 
d) Cálculo: Os resultados devem ser expressos em tensão de ruptura calculada 
pela expressão: 
 
σf = (3 x P x L) 
 (2 x b x d²) 
 
σf = Resistência à flexão em 3 pontos, em MPa. 
P = Carga de ruptura em (N) (N = F em kgf x 9,81) 
L = Vão livre (distância entre roletes) em (m) 
b = Largura do c.p, em (m) 
d = Espessura do c.p, em (m) 
 
 
 
II.3.8 – Método de Ensaio para Determinação da Flexão por Carregamento em 
Quatro Pontos: tem como objetivo determinar a tensão de ruptura na flexão, por 
carregamento em 04 pontos, de placas de rochas. 
Serve principalmente para analisar o efeito do vento em placas de rocha fixadas em 
fachadas com ancoragens metálicas (É obrigatório nesse caso). 
 
 
 
 
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Cálculos: 
 
σf = (3 x P x L) 
 (4 x b x d²) 
 
σf = Módulo de ruptura (resistência à flexão a 4 pontos) expresso em MPa. 
P = Carga de ruptura em (N) (N = F em kgf x 9,81) 
L = Vão livre (distância entre roletes inferiores) em (m) 
b = base = largura do c.p em (m) 
d = Espessura do c.p em (m) 
 
 
II.3.9 – Método de Ensaio para Determinação da Resistência ao Impacto de Corpo 
Duro: 
 
Tem como objetivo prescrever o método de ensaio para determinação da resistência ao 
impacto de corpo duro de rochas que se destinam ao uso como materiais de 
revestimento. 
 
Como exemplo, pode ser utilizado para analisar a resistência à queda de uma ferramenta 
no piso do laboratório.

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