Buscar

trabalho IMPORTÂNCIA DO CORRETO MANEJO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 32 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Resumo 
Objetiva-se, com esse trabalho debater sobre a importância do correto manejo da 
adubação na cultura da soja, tendo como base o uso racional dos adubos minerais. 
As pesquisam realizadas mostram de forma objetiva, informações, conceitos, tabelas 
e gráficos, ligados a fertilidade do solo. Apresenta-se, também os efeitos da nutrição 
mineral da planta de soja. Os métodos recorrentes a realização do trabalho dirige-se 
principalmente a pesquisas em artigos científicos, documentos da Embrapa Soja, 
dissertações, catálogos e livros. Conclui-se que através da adubação mineral racional, 
o produtor pode alcançar melhores produtividades e resultados econômicos, além da 
preservação da fertilidade dos solos. 
Palavras-chave: Fertilidade do solo. Macronutrientes. Micronutrientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
The objective of this work is to discuss the importance of the correct management of 
fertilization in the soybean crop, based on the rational use of mineral fertilizers. The 
researched perform show objective, information, concepts, tables and graphs, linked 
to soil fertility. The effects of the mineral nutrition of the soybean plant are also 
presented. The recurring methods to carry out the work are mainly directed to research 
in scientific articles, Embrapa Soja documents, dissertations, catalogs and books. It is 
concluded that through rational mineral fertilization, the producer can achieve better 
yields and economic results, as well as the preservation of soil fertility. 
Key-words: Soil fertility. Macronutrients. Micronutrients. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 Introdução ........................................................................................................... 5 
2 Cultura da soja .................................................................................................... 6 
3 Os adubos ou fertilizantes ................................................................................. 7 
3.1 Classificação sob o ponto de vista químico................................................... 7 
4 Necessidades nutricionais da soja ................................................................... 8 
5 Adubação balanceada e equilibrada ................................................................. 9 
6 Fatores que afetam a disponibilidade dos nutrientes ................................... 10 
7 Mobilidade dos nutrientes no Solo ................................................................. 12 
8 Macronutrientes – N, P, K, Ca, Mg e S ............................................................ 12 
8.1 Nitrogênio (N) .................................................................................................. 12 
8.1.1 Fatores que afetam a disponibilidade do nitrogênio ................................. 13 
8.2 Fósforo (P) ....................................................................................................... 13 
8.2.1 Fatores que afetam à disponibilidade do fósforo ...................................... 14 
8.3 Potássio (K) ..................................................................................................... 15 
8.3.1 Fatores que afetam à disponibilidade do potássio .................................... 15 
8.4 Cálcio (Ca) ....................................................................................................... 15 
8.4.1 Fatores que afetam à disponibilidade do cálcio ........................................ 16 
8.5 Magnésio (Mg) ................................................................................................. 16 
8.5.1 Fatores que afetam à disponibilidade do magnésio .................................. 17 
8.6 Enxofre (S) ....................................................................................................... 17 
8.6.1 Fatores que afetam à disponibilidade do enxofre ..................................... 18 
9 Micronutrientes – B, Co, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni, Zn, Cl ....................................... 18 
9.1 Boro (B) ........................................................................................................... 18 
9.1.1 Fatores que afetam a disponibilidade do boro .......................................... 19 
9.2 Cobalto (Co) .................................................................................................... 19 
9.2.1 Fatores que afetam a disponibilidade do cobalto ...................................... 19 
 
 
 
9.3 Cobre (Cu) ....................................................................................................... 20 
9.3.1 Fatores que afetam a disponibilidade do cobre ......................................... 20 
9.4 Ferro (Fe) ......................................................................................................... 20 
9.4.1 Fatores que afetam a disponibilidade do ferro .......................................... 21 
9.5 Manganês (Mn) ................................................................................................ 21 
9.5.1 Fatores que afetam a disponibilidade do manganês ................................. 21 
9.6 Molibdênio (Mo) .............................................................................................. 22 
9.6.1 Fatores que afetam a disponibilidade do molibdênio ............................... 22 
9.7 Níquel (Ni) ........................................................................................................ 22 
9.7.1 Fatores que afetam a disponibilidade do níquel ........................................ 23 
9.8 Zinco (Zn)......................................................................................................... 23 
9.8.1 Fatores que afetam a disponibilidade do zinco ......................................... 23 
9.9 Cloro (Cl) ......................................................................................................... 24 
10 Avaliação da fertilidade do solo ...................................................................... 24 
10.1 Diagnose visual ............................................................................................... 24 
10.2 Diagnose foliar ................................................................................................ 25 
10.3 Análise química do solo ................................................................................. 25 
11 Adubação de correção e adubação de manutenção ..................................... 25 
12 Adubação fosfatada.......................................................................................... 26 
13 Adubação potássica ......................................................................................... 26 
14 Adubação com enxofre .................................................................................... 27 
15 Adubação com micronutrientes ...................................................................... 27 
15.1 Adubação com cobalto e molibdênio ........................................................... 27 
15.2 Adubação com boro, cobre, manganês e zinco ........................................... 28 
16 Agricultura de Precisão .................................................................................... 29 
17 Considerações finais ........................................................................................ 30 
18 Referências bibliográficas ............................................................................... 31 
 
 
5 
 
 
1 Introdução 
Sabe-se que, a agricultura moderna exige o uso de insumos em quantidades 
adequadas, de maneira a atender critérioseconômicos e ao, mesmo tempo, preservar 
o solo, possibilitando manter ou aumentar a produtividade das culturas. Com o 
crescimento da população mundial, maior que a produção agrícola, os produtores 
necessitam produzir mais e em menores áreas. Para isso, houve um intenso emprego 
de fertilizantes no campo nos últimos anos, visando o aumento da produção. 
Segundo pesquisas, os fertilizantes são fontes de nutrientes, as quais são 
elementos sem os quais as plantas não completam seu ciclo e morrem. Os nutrientes 
são divididos em nutrientes orgânicos (carbono, hidrogênio e oxigênio), que são 
provenientes do ar e da água, e nutrientes minerais (nitrogênio, fosforo, potássio, 
cálcio, magnésio, enxofre, ferro, manganês, cobre, zinco, molibdênio, boro) os quais 
devem ser fornecidos por meio da adubação quando os teores não são suficientes no 
solo para crescimento e desenvolvimento das plantas. 
A cultura da soja é bastante exigente em todas os macronutrientes essenciais. 
Para que os nutrientes possam ser eficientemente aproveitados por ela, devem estar 
disponíveis no solo em quantidades suficientes e equilibradas. A insuficiência ou 
desequilíbrio entre os nutrientes resultam em uma absorção deficiente de alguns e 
excessiva de outros. 
 Nesse sentido, devido ao constante aumento do custo de produção, é preciso 
que se utilizem níveis mínimos de adubos minerais, que possibilitem melhores 
produtividades e um retorno econômico maior. Dessa forma, recomenda-se um 
acompanhamento da fertilidade do solo, com análises periódicas, ao produtor de soja, 
que procura fazer o uso racional de fertilizantes. 
 Objetiva-se com esse trabalho, analisar aspectos relacionados a fertilidade do 
solo, dando ênfase principalmente sobre o uso racional e adequado de adubos no 
cultivo da soja no Brasil. Sendo abordado os macro e os micronutrientes de 
importância fundamental para essa cultura, a função que cada um deles 
desempenham na planta e as suas inter-relações. 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
2 Cultura da soja 
A soja (Glycine max L.) pertence à classe das dicotiledôneas, família 
leguminosa e subfamília Papilionoides. O sistema radicular é pivotante, com a raiz 
principal bem desenvolvida e raízes secundarias em grande número. Ricas em nódulo 
de bactérias Rhizobium japonicum fixadoras de nitrogênio atmosférico, segundo 
Embrapa (2011). 
 É uma das culturas mais cultivadas no mundo, estando presente em quase todo 
o território brasileiro. É uma espécie de grande interesse socioeconômico, em função 
dos elevados tores de proteína (40%) e óleo (20%), da produtividade de grãos e da 
possibilidade de adaptação a ambientes diversos (RIBEIRO et al., 2016). 
 Em 2004, o Brasil figurou como o segundo produtor mundial com produção de 
50 milhões de toneladas ou 25% da safra mundial, montante menor que o de 2003, 
quando o País produziu 52 milhões de toneladas e participou com quase 27% da safra 
mundial, estimada em cerca de 200 milhões de toneladas em 2004. Estima-se que 
aproximadamente 10 milhões de toneladas ou 20% da safra brasileira de 2004 tenham 
sido perdidas. Na região Sul a perda ocorreu pela estiagem e na Região Centro-Oeste 
pelo excesso de chuvas e falta de controle da ferrugem asiática (EMBRAPA, 2004). 
 
Gráfico 1- Evolução da soja no mundo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Embrapa, 2004. 
 
 
7 
 
 
Nas últimas décadas ocorreu aumento significativo na produção da soja 
(Gráfico 2). O principal fator que propiciou o aumento na produção da soja foi o 
aumento expressivo na sua produtividade. Na década de 70, a produtividade da soja 
situava-se na faixa de 1,44 t/ha e nas últimas safras atingiu uma média ligeiramente 
superior a 3 t/ha. Vários fatores contribuíram para este aumento na produtividade, 
dentre os quais, utilização racional dos nutrientes (GRUPO BIO SOJA, 2014). 
Gráfico 2- Área cultivada, produção e produtividade da soja a partir da década de 60. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Caminhos da soja (2004). 
Com a constante elevação nos custos de produção, é imprescindível que os 
produtores rurais realizem um manejo nutricional mais adequado para maximizar os 
investimentos realizados na cultura da soja e otimizar o elevado potencial de 
produtividade das atuais cultivares. 
3 Os adubos ou fertilizantes 
 Segundo Alcarde, Guidolin e Lopes (1998), o adubo ou fertilizante é um 
produto mineral ou orgânico, natural ou sintético, fornecedor de um ou mais nutrientes 
vegetais. 
3.1 Classificação sob o ponto de vista químico 
 Fertilizantes minerais: são os fertilizantes constituídos de compostos 
inorgânicos (compostos desprovidos de carbono). São também considerados 
fertilizantes minerais aqueles constituídos de compostos orgânicos 
 
 
8 
 
 
(compostos que contêm carbono) sintéticos ou artificiais, como a ureia – 
CO(NH2)2, a calciocianamida e os quelatos. 
Os fertilizantes minerais se subdividem em três classes: 
a) Fertilizantes simples: são os fertilizantes constituídos fundamentalmente 
de um composto químico, contendo um ou mais nutrientes vegetais, quer sejam eles 
macro ou micronutrientes ou ambos. 
b) Fertilizantes mistos ou misturas de fertilizantes: são os fertilizantes 
resultantes da mistura de dois ou mais fertilizantes simples. 
c) Fertilizantes complexos: são misturas de fertilizantes resultantes de 
processo tecnológico em que se formam dois ou mais compostos químicos. São 
misturas produzidas com a participação de matérias primas (amônia – NH3, ácido 
sulfúrico – H2SO4, ácido fosfórico – H3PO4), as quais dão origem a compostos 
químicos como sulfato de amônio – (NH4)2SO4, fosfato monoamônico (MAP) – 
NH4H2PO4, fosfato diamônico (DAP) – (NH4)2HPO4. 
4 Necessidades nutricionais da soja 
Segundo o Grupo Bio Soja (2014) a absorção dos nutrientes pela soja é 
influenciada por vários fatores, dentre os quais, as condições climáticas (chuvas e 
temperaturas), as diferenças genéticas entre as cultivares, os tratos culturais e a 
disponibilidade dos nutrientes no solo. 
Na Tabela 1 há a quantidade de nutrientes absorvidos e exportados pela soja 
para a produção de 1 t de grãos e 1 t de restos culturais. O nitrogênio é o nutriente 
exigido em maior quantidade pela soja e é fornecido na sua maior parte pela fixação 
biológica do nitrogênio. Para a produção de 1 t de grãos de soja são necessários cerca 
de 83 kg/ha de N. 
O potássio, o enxofre e o fósforo são respectivamente, o segundo, o terceiro e 
o quarto nutriente mais exigido pela cultura da soja. Em relação aos micronutrientes, 
o cloro é o mais absorvido pela soja seguido pelo ferro, manganês, boro e zinco. 
 
Tabela 1- Quantidade absorvida e exportada de nutrientes pela cultura da soja para 
uma produção de 1 t de grãos. 
 
 
 
 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sfredo (2008). 
5 Adubação balanceada e equilibrada 
A Lei do Mínimo proposta em 1840 pelo químico alemão Justus von Liebig, 
ilustra muito bem, a importância da nutrição equilibrada e balanceada nas culturas 
(Figura 1). Cada tábua do barril representa o teor disponível de um determinado 
nutriente no solo. 
Figura 1- Representação gráfica da Lei do Mínimo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Google imagens, 2017. 
Na prática da adubação, a “Lei do Mínimo ou de Liebig”, explica que a produção 
é limitada pelo nutriente que se encontra em menor disponibilidade, mesmo que todos 
os outros estejam disponíveis em quantidades adequadas (LOPES e GUILHERME, 
2000). 
Em relação à quantidade ou dose é fundamental levar também em 
consideração, principalmente no caso dos fertilizantes,a “Lei dos Incrementos 
Decrescentes”, que estabelece o seguinte: para cada incremento sucessivo da 
quantidade de fertilizante, ocorre um aumento cada vez menor na produção. 
 
 
10 
 
 
O agricultor não usa insumos com o objetivo apenas de aumentar sua 
produtividade (produção por unidade de área). O agricultor usa e deve usar insumos 
a fim de aumentar o seu lucro, ou seja, a relação benefício/custo. Para isso, o que 
interessa não é a busca da Produtividade Máxima (PM) mas a Produtividade Máxima 
Econômica (PME), isto é, o nível de produtividade que proporciona o maior lucro. 
Basicamente, a PME se fundamenta na redução dos custos e no aumento da 
produtividade (ALCARDE, GUIDOLIN e LOPES,1998). 
Figura 2- Relação entre a eficiência das adubações e a Produtividade Máxima 
Econômica 
(PME).PM = Produtividade Máxima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Lopes e Guilherme, 2000. 
Portanto, o produtor precisa utilizar a análise de solo para a avaliação da 
disponibilidade dos nutrientes do solo e a análise foliar para o monitoramento do 
estado nutricional da soja. 
6 Fatores que afetam a disponibilidade dos nutrientes 
A disponibilidade dos nutrientes à cultura da soja é afetada por diversos fatores. 
O pH do solo é o principal fator que afeta a disponibilidade dos nutrientes à soja. A 
maior disponibilidade dos nutrientes ocorre na faixa de pH entre 6,0 e 6,5 (Gráfico 3). 
Entretanto, o aumento no pH do solo reduz a disponibilidade dos micronutrientes, 
exceto o boro, cloro e molibdênio. 
 
 
11 
 
 
A maioria dos solos do Brasil, principalmente os solos de cerrado, apresenta 
reação ácida, com níveis tóxicos de alumínio ou de manganês, e com baixos teores 
de cálcio e de magnésio. A acidez de um solo é devida aos íons de hidrogênio livre 
(H+), gerados por componentes ácidos presentes nos solos, tais como fertilizantes 
nitrogenados e ácidos orgânicos. A acidez é corrigida com a neutralização dos H+ por 
ânions OH- (hidróxidos). 
 
Gráfico 3- Relação entre o pH e a disponibilidade dos nutrientes no solo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Broch e Ranno, 2011/2012. 
A correção da acidez é necessária para melhorar o aproveitamento dos 
fertilizantes e alcançar maior produtividade das culturas exploradas. Quando se eleva 
o pH do solo com o uso de corretivo, promove-se o aumento da disponibilidade de 
alguns nutrientes e, ao mesmo tempo, a insolubilização de outros, considerados 
tóxicos para as plantas, como alumínio e manganês, e também o aumento dos teores 
de cálcio e de magnésio, possibilitando dessa maneira a incorporação desses solos 
ao processo produtivo (PRIMAVESI e PRIMAVESI, 2004). 
A textura do solo influência na disponibilidade dos nutrientes às plantas. Nos 
solos argilosos ocorre maior fixação do P reduzindo a sua disponibilidade às culturas. 
Nos solos arenosos ocorre maior lixiviação dos nutrientes aniônicos (nitrato, sulfato, 
molibdato e boro) e do potássio. 
Em solos com altos teores de matéria orgânica com predominância de ácidos 
húmicos ocorrem a formação de complexos muito estáveis com os micronutrientes 
metálicos (Co, Cu, Fe, Mn, Ni e Zn) podendo induzir deficiências nas culturas. 
 
 
12 
 
 
 Em solos compactados ocorre menor difusão do P, Zn, Mn e K reduzindo a 
absorção destes nutrientes pela soja. 
7 Mobilidade dos nutrientes no Solo 
O movimento de nutrientes no solo varia muito e influencia grandemente a sua 
disponibilidade para as plantas. O conhecimento sobre a mobilidade de nutrientes no 
solo é muito importante do ponto de vista da disponibilidade de nutrientes ao decidir 
os métodos, tempo e frequência das fontes de nutrientes. Com base na sua 
mobilidade no solo, os nutrientes podem ser categorizados como: móveis, 
parcialmente móveis e imóveis. 
Os nutrientes móveis são altamente solúveis e sua grande fração é encontrada 
na solução do solo. Devido à sua alta mobilidade, tornam-se prontamente disponíveis 
para as plantas e podem ser perdidos por lixiviação (NO3-, SO42-, Cl- e H3BO3-). Por 
outro lado, os menos móveis, também são solúveis, mas são encontrados em menor 
quantidade na solução do solo como eles são adsorvidos em complexos de argila e 
facilmente ser liberado na solução do solo. Sua disponibilidade para plantas é 
moderada (NH4+, K+, Ca2+, Mg2+ e MoO42-). Quanto aos nutrientes imóveis, estes 
nutrientes são muito fortemente mantidos pelas partículas do solo e não são 
facilmente liberados na solução do solo. Portanto, a disponibilidade para plantas é 
baixa (Fe2+, Mn2+, Zn2+, Ni2+, Cu2+, HPO42- e H2PO4. 
8 Macronutrientes – N, P, K, Ca, Mg e S 
A seguir, o Grupo Bio Soja (2014) ressalta sobre os fatores que afetam a 
disponibilidade de cada nutriente em especifico. 
8.1 Nitrogênio (N) 
 O N pode ser absorvido como amônio e nitrato. A forma predominante é a de 
nitrato e, quando isso acontece, o NO3- deve ser reduzido a NH4+ para o N ser 
transformado em aminoácidos e proteínas. Nas leguminosas, contudo, o nitrogênio 
atmosférico é fixado simbioticamente em amônia nos nódulos radiculares e, 
transportado como íon amônio. Para uma eficiente fixação biológica, há a necessidade 
da presença de molibdênio e cobalto. É um nutriente bastante móvel no floema, 
provocando sintomas de deficiência, inicialmente, nas partes mais velhas da planta 
(SFREDO, 2008). 
 
 
13 
 
 
 Fixação biológica do nitrogênio (FBN) - É a principal fonte de N para a cultura 
da soja. Bactérias do gênero Bradyrhizobium, quando em contato com as raízes da 
soja, infectam as raízes, via pelos radiculares, formando os nódulos. A FBN pode, 
dependendo de sua eficiência, fornecer todo o N que a soja necessita (EMBRAPA, 
2008). 
 A deficiência de nitrogênio na planta reduz o crescimento e produção, 
caracterizando se por clorose generalizada e uniforme, folhas pequenas e 
senescência prematura. A ausência deste elemento provoca várias alterações no 
metabolismo, reduzindo o crescimento e tornando a planta raquítica (CHEPOTE et al., 
2013). 
 
8.1.1 Fatores que afetam a disponibilidade do nitrogênio 
A disponibilidade do N à soja está diretamente relacionada com os fatores que 
afetam a atividade dos microrganismos e a dinâmica deste nutriente nos solos. 
Os solos com baixo teor de matéria orgânica têm menor reserva de N orgânico 
e tem menor disponibilidade de N às plantas. 
As regiões com alta precipitação pluviométrica aumentam a probabilidade de 
perdas de N por lixiviação reduzindo a sua disponibilidade às plantas. 
As estiagens prolongadas reduzem a mineralização do N orgânico reduzindo a 
disponibilidade do nutriente às plantas. Ocorre também redução no crescimento das 
raízes das plantas reduzindo a sua capacidade de absorção do N do solo. 
O solo com acidez elevada tem menor atividade dos microrganismos do solo 
proporcionando menor mineralização do N orgânico. 
8.2 Fósforo (P) 
O fósforo é absorvido, predominantemente, na forma iônica, como H2PO4-. O 
ácido fosfórico (H3PO4), forma, por dissociação, três espécies iônicas: H2PO4-, HPO4-
2 e PO4-3. A primeira é a forma predominante na faixa de pH 4,0 a 8,0, na qual se 
desenvolvem a maioria das plantas (MILANESI, 2015). 
O teor de P total dos solos tropicais situa-se entre 200 e 3.000 mg/kg de P, 
equivalente a 400 a 6.000 kg/há de P2O5. O P no solo encontra-se na solução do solo 
e na fase sólida. O teor de P da solução do solo é muito baixo e está em equilíbrio 
com o P da fase sólida. 
 
 
14 
 
 
A maior parte do P do solo encontra-se na fase sólida e é dividida em P-lábil e 
P-não lábil. O P-lábil é aquele que está adsorvido aos coloides minerais e orgânicosdo solo, mas em equilíbrio com o P da solução do solo, podendo ser considerado 
como disponível às plantas. O P-não lábil é o P precipitado em compostos insolúveis 
com o Ca, Fe e Al ou adsorvido em sítios de elevada energia e deste modo, o seu 
aproveitamento pelas plantas é incerto. 
O principal papel do P, na fisiologia da planta, é fornecer energia para reações 
biossintéticas e para o metabolismo vegetal. Havendo deficiência, o P não 
metabolizado no vacúolo pode sair da célula, sendo direcionado para os órgãos mais 
novos da planta. Esse nutriente apresenta fácil mobilidade no interior da planta e, por 
isso, os sintomas de deficiência aparecem, em primeiro lugar, nas partes mais velhas, 
que apresentam coloração verde azulada e menor crescimento (SFREDO, 2008). 
Na deficiência de fósforo, as plantas apresentam crescimento reduzido, baixa 
inserção de vagens e folhas mais velhas com coloração verde azulada. 
8.2.1 Fatores que afetam à disponibilidade do fósforo 
A disponibilidade do P à soja é reduzida pela retenção do P nos solos e é 
conhecida como “fixação”. 
Várias propriedades do solo afetam a fixação do P sendo as mais importantes: 
pH, textura, tipo e quantidade de coloides (minerais de argilas e húmus) e quantidade 
de outros ânions que podem competir com o íon fosfato pelos sítios de adsorção, por 
exemplo, sulfato e silicato. 
A fixação do P é afetada pelo pH do solo. A maior disponibilidade do P ocorre 
na faixa de pH entre 6,0 a 6,5. Em solos ácidos, o P é precipitado pelos íons Fe e Al 
e é adsorvido nos oxidróxidos de Fe e de Al formando fosfatos pouco solúveis. Em 
solos alcalinos, a reação do P ocorre com o Ca formando o fosfato tricálcio com baixa 
solubilidade em água. 
A fixação do P também é influenciada pelo teor de argila do solo. Quanto maior 
o teor de argila do solo, maior é a fixação do fósforo. 
Em solos compactados ocorre menor difusão do P reduzindo a absorção pela 
soja. Os solos com menor teor de umidade têm redução na disponibilidade do P às 
plantas (menor difusão e menor crescimento das raízes). Em solos com excesso de 
umidade ocorre redução no crescimento das raízes ocasionando menor absorção de 
P pelas plantas. 
 
 
15 
 
 
8.3 Potássio (K) 
O potássio é absorvido, ou retirado do solo, pelas plantas, forma iônica (K+). Ao 
contrário do nitrogênio e do fósforo, o potássio não forma compostos orgânicos nas 
plantas. Sua função principal parece estar ligada ao metabolismo. Ele está envolvido 
em vários processos nas plantas. 
O potássio é vital para a fotossíntese. Quando o teor de potássio é deficiente, 
a fotossíntese diminui e a respiração das plantas aumenta. Estas duas condições de 
deficiência de potássio, redução na fotossíntese e aumento na respiração, diminuem 
o suprimento de carboidratos para as plantas (LOPES, 1998). 
O K é um nutriente móvel no floema da soja. Portanto, os sintomas de 
deficiência do K na soja ocorrem inicialmente nas folhas velhas. 
Inicialmente, ocorre clorose nas bordas das folhas velhas da soja. Com o 
agravamento da deficiência, a clorose progride para uma necrose nas bordas e pontas 
das folhas da soja. Posteriormente, a necrose atinge a base das folhas até a necrose 
total. 
Ocorre redução no tamanho e no peso das sementes da soja. Os grãos da soja 
tornam-se enrugados e deformados reduzindo o vigor e o poder germinativo. Pode 
ocorrer haste verde ou retenção foliar. As folhas da soja permanecem verdes e o grãos 
maduros. 
8.3.1 Fatores que afetam à disponibilidade do potássio 
A disponibilidade do K à soja é afetada pelo pH do solo. Quanto maior o pH do 
solo, maior a disponibilidade de K à cultura da soja. 
Os solos com desequilíbrios nos cátions básicos (altos teores de Ca e/ou Mg e 
baixos teores de K) apresentam menor disponibilidade de K à cultura da soja. 
Em solos arenosos com baixa CTC localizados em regiões com alta 
precipitação podem ocorrer perdas de K por lixiviação para as camadas mais 
profundas, reduzindo a sua disponibilidade à cultura da soja. 
8.4 Cálcio (Ca) 
O teor de cálcio em plantas varia geralmente entre 0,5 e 3,0% na matéria seca 
da planta. A absorção de cálcio ocorre na forma de Ca2+ da solução do solo. O cálcio 
pode ser absorvido apenas na região da coifa de raízes jovens. A presença de outros 
cátions como K+ e NH4 + na solução do solo suprime a absorção de cálcio pelas raízes 
 
 
16 
 
 
das plantas. O cálcio desempenha um papel muito importante no alongamento das 
células e na divisão celular. O cálcio é um constituinte dos pectatos de cálcio, que são 
constituintes importantes da parede celular que também estão envolvidos na 
manutenção de biomembranas (RICHART e KOTZ, 2017). 
Sintomas de deficiência de cálcio (Ca) nas plantas: 
 Diminuição acentuada no porte da planta, caracterizando sintoma de planta 
raquítica. 
 Os sintomas são mais visíveis nas folhas mais novas porque o Ca é um 
elemento pouco móvel no floema. 
 Necrose nas regiões meristemáticas jovens, como o ápice das raízes e de 
folhas jovens nas quais a divisão celular e a formação de parece celular são 
mais rápidas. 
 As folhas de milho apresentam maior intensidade visual do verde na deficiência 
de Ca pelo fato do crescimento ser mais afetado do que a síntese de clorofila, 
resultando em uma maior concentração desta nos tecidos (VIECELLI, TATIM, 
RAUBER, MOMBACH, MOREIRA, CECLUSKI, 2017). 
8.4.1 Fatores que afetam à disponibilidade do cálcio 
A disponibilidade do Ca às plantas é afetada pelo pH do solo. A maior 
disponibilidade do Ca ocorre em pH entre 6,0 a 6,5. 
Nos solos com desequilíbrio entre os cátions básicos (altos teores de Mg2+ e/ou 
K+ e baixos teores de Ca2+) ocorre redução na disponibilidade do Ca à cultura da soja. 
8.5 Magnésio (Mg) 
É absorvido como Mg2+, sendo fortemente influenciado pela presença de K+ e 
de Ca2+ no meio. O Mg corresponde a 2,7% do peso da clorofila, fazendo parte na sua 
composição química (50% de Mg contido nas folhas estão no cloroplasto), sendo 
fundamental nos processos de fotossíntese. A clorofila é o único composto estável, 
abundante nas plantas, que contém um átomo de Mg não dissociável (SFREDO, 
2008). 
 O Mg é um nutriente móvel no floema das plantas. Portanto, os sintomas de 
deficiência do Mg na soja ocorrem inicialmente nas folhas velhas. As folhas mais 
velhas mostram uma clorose internerval (amarelo-claro) e as nervuras permanecem 
com uma coloração verde-pálido. 
 
 
17 
 
 
A deficiência do Mg reduz a fotossíntese da soja causando diminuição da 
síntese dos fotoassimilados e comprometendo a produtividade da cultura. Ocorre 
redução no desenvolvimento do sistema radicular. 
8.5.1 Fatores que afetam à disponibilidade do magnésio 
A disponibilidade do Mg às plantas é afetada pelo pH do solo. A deficiência de 
Mg ocorre em solos com pH em água menor que 5,4. 
Nos solos com desequilíbrio entre os cátions básicos (altos teores de Ca2+ e/ou 
K+ e baixos teores de Mg2+) ocorre redução na disponibilidade do Mg à cultura da 
soja. 
A saturação de magnésio nos solos mais adequada à cultura da soja em solos 
com CTC menor que 8 cmolc /dm3 situa-se na faixa de 13 a 18%. Nos solos com CTC 
maior que 8 cmolc /dm3, a saturação de magnésio mais adequada é de 13 a 20%. 
As relações do Mg com o Ca e K nos solos mais adequada à cultura da soja 
são variáveis conforme a CTC. Em solos com CTC menor que 8 cmolc /dm3, a relação 
Ca/Mg e Mg/K mais adequada à cultura da soja é de 1 a 2 e de 5 a 10, 
respectivamente. Em solos com CTC maior que 8 cmolc /dm3, a relação Ca/Mg e Mg/K 
mais adequada à cultura da soja é de 1,5 a 3,5 e de 3 a 6, respectivamente. 
8.6 Enxofre (S) 
O S é absorvido pelas raízes na formade sulfato, podendo ser absorvido pelas 
folhas na forma de S02 da atmosfera, sendo a primeira a fonte mais importante de 
enxofre. A falta de sulfato no meio ativa o sistema de alta afinidade para o S042- na 
membrana plasmática da raiz, podendo resultar em aumentos de até 500 vezes na 
absorção de S042-, dependendo da espécie de planta. Quanto à mobilidade no floema, 
diferente do N, o S é mais móvel e uniformemente distribuído nas folhas velhas e 
novas (FURLANI, 2004). 
O S é um nutriente com baixa mobilidade no floema da soja. Portanto, os 
sintomas de deficiência do S ocorrem inicialmente nas folhas mais novas da soja. 
Ocorre uma clorose geral das folhas novas, incluindo as nervuras, que de verde-pálido 
passam a amarelo, similar ao do N. Redução no porte e no florescimento da soja. O 
caule torna-se delgado e fraco e as plantas ficam muito susceptíveis ao acamamento. 
 
 
18 
 
 
8.6.1 Fatores que afetam à disponibilidade do enxofre 
De forma similar ao N, a principal fonte natural de S à soja é a matéria orgânica 
e os fatores que afetam a sua dinâmica nos solos influenciam na disponibilidade deste 
nutriente à cultura da soja. 
Os solos com baixo teor de matéria orgânica têm menor reserva de S orgânico 
e tem menor disponibilidade de S às plantas. 
As regiões com alta precipitação pluviométrica aumentam a probabilidade de 
perdas de S por lixiviação reduzindo a sua disponibilidade às plantas. 
As estiagens prolongadas reduzem a mineralização do S orgânico reduzindo a 
disponibilidade do nutriente às plantas. Ocorre também redução no crescimento das 
raízes das plantas reduzindo a sua capacidade de absorção do S do solo. 
Os solos com acidez elevada têm menor atividade dos microrganismos do solo 
proporcionando menor mineralização do S orgânico. 
9 Micronutrientes – B, Co, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni, Zn, Cl 
Segundo Gaspar H. Korndörfer, no Brasil, sintomas de deficiência em 
micronutrientes são raros, devido principalmente a acidez dos solos. Os 
micronutrientes mais necessários à cultura da soja são: zinco, manganês, molibdênio 
e boro, pois tanto a deficiência quanto o excesso destes elementos podem afetar 
drasticamente a produção. 
9.1 Boro (B) 
O boro está presente principalmente numa forma não dissociada na solução do 
solo. A absorção de boro ocorre na forma de H3BO3. O boro é considerado 
relativamente imóvel nas plantas. Não é um componente de enzimas ao contrário de 
muitos outros nutrientes essenciais. Boro desempenha um papel importante no 
metabolismo de ácidos nucleicos, metabolismo de proteínas, fotossíntese, biossíntese 
de carboidratos e na estabilidade da membrana celular. 
 A uracila é um componente essencial do RNA e, na sua ausência, os 
ribossomos não podem ser formados, o que afeta a síntese de proteínas. O boro está 
muito intimamente envolvido na síntese de uracila. Nos tecidos meristemáticos, a 
síntese de proteínas, síntese de RNA e formação de ribose são processos muito 
importantes que são influenciados pelo boro e, portanto, o teor de boro afeta o 
crescimento meristemático (RICHART e KOTZ, 2017). 
 
 
19 
 
 
A toxicidade de B caracteriza-se pelo aparecimento de manchas pardas nos 
bordos das folhas, progredindo para a necrose das margens e pontuações 
internervais, o encarquilhamento das folhas mais velhas, encurtando os internódios e 
causando a morte da gema apical. 
9.1.1 Fatores que afetam a disponibilidade do boro 
A disponibilidade do B à soja é afetada pelo pH do solo. A maior disponibilidade 
do B às plantas ocorre na faixa de pH entre 5 e 7. 
As altas precipitações pluviométricas causam lixiviação do B e reduzem a sua 
disponibilidade às plantas principalmente em solos de textura arenosa. 
As secas prolongadas reduzem a disponibilidade do B e podem induzir 
deficiência nas culturas. Ocorre menor decomposição da matéria orgânica, principal 
fonte natural de B nos solos tropicais. Além disso, ocorre também redução no 
crescimento das raízes das plantas reduzindo a sua capacidade de absorção do B do 
solo. 
9.2 Cobalto (Co) 
O cobalto é um nutriente absorvido pelas raízes como Co2+, considerado móvel 
no floema. Contudo, quando aplicado via foliar, é parcialmente móvel. O Co é 
essencial para a fixação do N2 através de bactérias, pois participa na síntese de 
cobamida e da leghemoglobina. Os nódulos com o rizóbio necessitam de Co para 
sintetizar a vitamina B12, como a enzima cobamida. 
Portanto, deficiência de Co pode ocasionar deficiência de nitrogênio na soja, 
devido à baixa fixação simbiótica. Sua deficiência causa clorose total, seguida de 
necrose nas folhas mais velhas, devido à deficiência de nitrogênio 
O excesso de Co diminui a absorção de ferro, motivo pelo qual os sintomas de 
toxicidade de Co são semelhantes aos de deficiência de ferro, com folhas cloróticas 
na parte superior das plantas e atrofiamento das plantas. 
9.2.1 Fatores que afetam a disponibilidade do cobalto 
A disponibilidade do Co às plantas é afetada pelo pH do solo. Quanto maior o 
pH do solo, menor é a disponibilidade do Co às plantas. 
Os solos com alto teor de matéria orgânica possuem menor disponibilidade de 
Co podendo induzir deficiência nas culturas. Ocorre formação de complexos muito 
estáveis do Co com as substâncias húmicas notadamente os ácidos húmicos. 
 
 
20 
 
 
9.3 Cobre (Cu) 
A absorção é na forma de Cu2+, a qual é inibida por altas concentrações de P, 
Zn, Fe e Mn. 
Plantas deficientes em Cu mostram menor síntese de proteínas e diminuição 
na atividade fotossintética, uma vez que este nutriente é ativador de enzimas que 
participam do transporte eletrônico terminal da respiração e da fotossíntese 
(plastocianina). Os sintomas de deficiência ocorrem nos tecidos mais novos, devido à 
sua baixa mobilidade na planta. 
Sua deficiência causa redução no crescimento da planta, as folhas mais novas 
assumem a cor verde-acinzentada ou verde azulada e há, também, a redução no 
crescimento das plantas pelo encurtamento dos internódios (SFREDO, 2008). 
Sua toxicidade causa aparecimento de pontos necróticos nas bordas dos 
folíolos, das folhas mais velhas, que progridem para as mais novas. 
9.3.1 Fatores que afetam a disponibilidade do cobre 
A disponibilidade do Cu às plantas é afetada pelo pH do solo. Quanto maior o 
pH do solo, menor é a disponibilidade do Cu às plantas e dependendo do teor do 
micronutriente no solo pode causar deficiências nas culturas. 
Os solos com alto teor de matéria orgânica possuem menor disponibilidade de 
Cu podendo induzir deficiência nas culturas. Ocorre formação de complexos muito 
estáveis do Cu com as substâncias húmicas, notadamente os ácidos húmicos. 
Os altos teores dos demais micronutrientes catiônicos (Fe, Mn e Zn) no solo 
reduzem a disponibilidade de Cu às plantas (inibição competitiva). 
9.4 Ferro (Fe) 
O ferro é essencial para a síntese da clorofila e entra na composição de 
algumas proteínas envolvidas em processos de oxidação como componente 
organometálico; é também constituinte de enzimas ligadas a respiração. O ferro pode 
ser absorvido pelas plantas nas formas di e trivalente, mas a primeira é que parece 
ser metabolicamente ativa, pois tecidos com alto teor de Fe3+ podem mostrar 
deficiência deste elemento. 
É pouco móvel na planta, apresentando sintomas de deficiência nas folhas 
novas que se tornam pequenas e cloróticas entre as nervuras. A carência de ferro 
 
 
21 
 
 
reduz o crescimento vegetativo, diminuindo desta maneira a produção e em casos 
agudos verifica-se a seca dos ramos e morte da planta (CHEPOTE et al., 2013). 
Em solos mal drenados, o excesso de chuva pode induzir à toxicidade de Fe, 
ao aumentar a redução desse elementono solo, por falta de aeração, pela maior 
disponibilidade de Fe2+ e, consequentemente, aumentando a absorção pela planta. 
9.4.1 Fatores que afetam a disponibilidade do ferro 
A disponibilidade do Fe às plantas é afetada pelo pH do solo. Os solos com pH 
na faixa ácida têm maior disponibilidade de Fe às plantas. 
Os solos com alto teor de matéria orgânica possuem menor disponibilidade de 
Fe podendo induzir deficiência nas culturas. Ocorre a formação de complexos muito 
estáveis do Fe com as substâncias húmicas notadamente os ácidos húmicos. 
Entretanto, nas condições brasileiras é rara a deficiência de Fe induzida pelas 
substâncias húmicas. 
Altos teores de Cu e Mn no solo reduzem a disponibilidade de Fe à cultura da 
soja. Os solos com alto teor de fósforo podem induzir deficiência de Fe na soja. 
9.5 Manganês (Mn) 
De acordo com Sfredo (2008) é absorvido como Mn2+ e transportado no xilema 
na forma iônica, devido à pouca estabilidade dos quelatos de Mn. As funções do Mn2+ 
lembram as do Mg2+. 
Sua deficiência causa clorose em tons amarelo-esverdeados das folhas mais 
novas entre as nervuras e as nervuras de cor verde-escura. 
Sua toxicidade aparece inicialmente, também em folhas jovens, caracterizado 
por encarquilhamento dos folíolos e pontos necróticos de coloração marrom-escura 
no limbo foliar. 
9.5.1 Fatores que afetam a disponibilidade do manganês 
A disponibilidade do Mn às plantas é afetada pelo pH do solo. O aumento de 
uma unidade de pH no solo provoca uma redução de 100 vezes na atividade do Mn 
na solução do solo. 
Os solos com alto teor de matéria orgânica têm menor disponibilidade de Mn 
às plantas pela formação de complexos muito estáveis com este micronutriente 
principalmente quando ocorre predomínio da fração húmica. 
 
 
22 
 
 
O teor de umidade também afeta a disponibilidade do Mn às plantas. Os solos 
com maior teor de umidade (ambiente redutor) têm maior disponibilidade do Mn. As 
estiagens prolongadas reduzem a disponibilidade do Mn às plantas. Ocorre oxidação 
do Mn2+ para formas não disponíveis (Mn3+ e Mn4+). 
Os solos com alto teor de Fe têm redução na disponibilidade de Mn às plantas 
(inibição competitiva). 
9.6 Molibdênio (Mo) 
É um constituinte essencial do sistema da redutase do nitrato, isto é, da 
conversão do nitrato absorvido em nitrito. O molibdênio é absorvido na faixa de pH 5 
– 6 na forma de MoO4-2 e transportado, via xilema, nessa forma. É o principal ativador 
do metabolismo de nitratos e da fixação do nitrogênio atmosférico por microrganismos. 
De maneira contrária aos demais micronutrientes, sua deficiência na planta relaciona-
se com a elevação do pH do solo. Sua disponibilidade diminui em condições de acidez 
acentuada (CHEPOTE et al., 2013). 
9.6.1 Fatores que afetam a disponibilidade do molibdênio 
A disponibilidade do Mo é afetada por diversos fatores, dentre os quais, material 
de origem, textura e pH do solo. 
A disponibilidade do Mo às plantas é afetada pelo pH do solo. A deficiência de 
Mo ocorre com maior frequência em solos ácidos. A calagem corrige a deficiência de 
Mo nas culturas, se os teores deste micronutriente nos solos forem adequados. 
A aplicação de doses elevadas de fertilizantes contendo sulfato pode induzir 
deficiência de Mo na soja. Ocorre lixiviação do Mo para as camadas subsuperficiais 
do solo. As adubações fosfatadas aumentam a disponibilidade de Mo às plantas. 
9.7 Níquel (Ni) 
O níquel (Ni) é um micronutriente catiônico componente comum das rochas 
ígneas e é um dos elementos mais recentemente identificado como essencial para as 
plantas. Ele é absorvido na forma de cátion divalente (Ni2+), com uma concentração 
na solução do solo muito pequena. Em solos onde ocorrem serpentinas corre-se o 
risco de ocorrer toxicidade. Atua no metabolismo do N, principalmente quase é 
realizada a adubação com ureia ou com seus derivados (via foliar), aumenta a 
atividade da urease foliar, impedindo a acumulação de teores tóxicos de ureia, atua 
 
 
23 
 
 
no crescimento, metabolismo, envelhecimento e absorção de ferro (Fe) pelas plantas 
bem como, tem papel importante na resistência das plantas a doenças. 
9.7.1 Fatores que afetam a disponibilidade do níquel 
Os fatores que afetam a disponibilidade dos metais afetam também a 
disponibilidade do Ni às plantas. 
A disponibilidade do Ni é afetada pelo pH do solo. Quanto maior o pH do solo, 
menor é a disponibilidade do Ni às plantas e dependendo do teor do micronutriente 
no solo pode causar deficiência nas culturas. 
Os ácidos húmicos formam complexos muito estáveis com o Ni reduzindo a sua 
disponibilidade às plantas. Entretanto, os ácidos fúlvicos aumentam a disponibilidade 
do Ni à soja. 
Altos teores de Ca, Mg, Cu e Zn nos solos inibem a absorção de Ni pela soja. 
Altas doses de fertilizantes fosfatados ou altos teores de P nos solos reduzem a 
disponibilidade no solo ou na soja propriamente dita. 
9.8 Zinco (Zn) 
O teor total de Zn nos solos é influenciado pelo material de origem e pelo 
processo de formação dos solos. Os solos derivados de rochas ígneas básicas 
(Latossolo Roxo e Latossolo Vermelho-Escuro) possuem os teores mais elevados de 
Zn, enquanto os solos derivados de sedimentos arenosos apresentam os menores 
teores. 
9.8.1 Fatores que afetam a disponibilidade do zinco 
A disponibilidade do Zn é afetada pelo pH do solo. Quanto maior o pH do solo, 
menor é a disponibilidade do Zn às plantas e dependendo do teor do micronutriente 
no solo pode causar deficiência nas culturas. 
Os ácidos húmicos formam complexos muito estáveis com o Zn reduzindo a 
sua disponibilidade às plantas. Entretanto, os ácidos fúlvicos aumentam a 
disponibilidade do Zn às plantas. 
Os solos com alto teor de P disponível ou adubações com elevadas doses de 
P (íon fosfato) reduzem a absorção do Zn e podem induzir deficiência deste 
micronutriente na soja. 
As baixas temperaturas associadas com excesso de umidade no solo podem 
induzir deficiência de Zn. 
 
 
24 
 
 
9.9 Cloro (Cl) 
O cloro é absorvido pelas plantas em quantidades apreciáveis na forma de íons 
Cl- da solução do solo. A absorção é metabolicamente 1controlada e é sensível a 
ambas as variações de temperatura e inibidores metabólicos. Na fotossíntese, o cloro 
é um cofator essencial para a ativação da enzima responsáveis pela quebra da 
molécula de agua e liberação de elétrons associados ao fotossistema II (RICHART e 
KOTZ, 2017). 
A deficiência de cloro raramente ocorre, por ser ele um elemento presente em 
todos os ambientes. Mas, quando ocorre, a deficiência de Cl ocasiona a redução 
drástica no peso seco das plantas e no tamanho das folhas, ocorrendo também uma 
clorose internerval nas folhas maduras e o murchamento das folhas (SFREDO, 2008). 
A toxicidade de Cl é muito mais comum do que a deficiência, com inúmeros 
casos relatados na literatura, especialmente quando grande quantidade de cloreto de 
potássio é aplicado como adubo em solos ácidos. A aplicação de calcário para corrigir 
a acidez do solo reduz e elimina este efeito tóxico do cloro. Os sintomas são 
conhecidos como “Queima Foliar da Soja”. 
10 Avaliação da fertilidade do solo 
As três técnicas normalmente utilizadas na avaliação da fertilidade de um solo 
são: diagnose visual, diagnose foliar e análise química do solo. A seguir Vitti e 
Trevisan (2000) descreve cada uma delas: 
10.1 Diagnose visual 
A técnica da diagnose visual baseia-se no princípio de que todas as plantas 
necessitam dos mesmos nutrientes, e se houver deficiências no solo elas 
apresentarão sintomas semelhantes (alterações morfológicas oriundas de alterações 
fisiológicas). Os sintomas de deficiência ou de toxidezsão característicos para cada 
elemento, levando-se em consideração sua função e mobilidade na planta. Assim, os 
elementos móveis (macronutrientes primários N, P, K e o macronutriente secundário 
Mg) provocam inicialmente sintomas nas partes mais velhas da planta, enquanto os 
parcialmente móveis e imóveis (macronutrientes secundários Ca e S e 
micronutrientes) inicialmente provocam sintomas nas partes novas da planta. 
Para a caracterização do sintoma de deficiência ou de toxidez de um elemento 
o mesmo deve ocorrer de modo generalizado e apresentar gradiente e simetria na 
 
 
25 
 
 
planta, para se diferenciar de outras anomalias, como, por exemplo, as ocasionadas 
por pragas, doenças, clima, etc., embora a fitotoxidez causada principalmente por 
herbicidas pós-emergentes como, por exemplo, Cobra, Volt, Shogum e Chart, tem 
provocado sintomas semelhantes aos da deficiência de boro, isto é, folhas mais novas 
coriáceas e enrugadas. Assim, quando do uso dessa técnica, é importante conhecer 
o histórico da cultura em relação ao manejo do mato. 
10.2 Diagnose foliar 
A principal vantagem da técnica da diagnose foliar em relação à da diagnose 
visual é que esta permite diagnosticar o problema antes que se manifeste o sintoma, 
isto é, permite identificar a “fome oculta” do elemento. Para avaliação do estado 
nutricional pela técnica da diagnose foliar, AMBROSANO et al. (1996) recomendam 
que seja coletada a 3ª folha com pecíolo de 30 plantas no início do florescimento, 
enquanto a EMBRAPA (1996) recomenda que sejam coletadas folhas recém-maduras 
com pecíolo, correspondente às 3ª e 4ª folhas trifolioladas a partir da haste principal, 
no período entre o início da floração e o pleno florescimento. 
10.3 Análise química do solo 
O processo de amostragem consiste em coletar amostras de solo com a pá de 
corte na profundidade de 0-20 cm, preferencialmente, (aproveitando uma porção 
central de 7,5 cm de largura e desprezando-se as extremidades) para a análise dos 
atributos de acidez, macronutrientes (incluindo o enxofre), micronutrientes e textura e, 
na profundidade de 20-40 cm com trado de rosca, preferencialmente, para a análise 
dos atributos de acidez e macronutrientes (incluindo o enxofre). 
11 Adubação de correção e adubação de manutenção 
Adubação de Correção, teoricamente, visa a saturação dos sítios de adsorção 
de fosfatos e de troca de cátions no solo, de P e K, respectivamente. Desse modo, o 
solo estaria “corrigido” com esses nutrientes. 
Após essa correção do solo, é efetuada uma adubação, somente para repor a 
quantidade de nutrientes extraídos pelas plantas cultivadas, o que evitaria que os 
níveis alcançados, com a correção, baixassem novamente. 
A essa reposição, deu-se o nome de “Adubação de Manutenção”. A 
recomendação de adubação com fósforo e potássio é função da exigência da cultura, 
da textura do solo e da disponibilidade dos nutrientes, nos solos. 
 
 
26 
 
 
Para atender as particularidades regionais, a recomendação de adubação PK 
é apresentada por estado/região, com base em estudos de calibração e de resposta 
à adubação. 
12 Adubação fosfatada 
A indicação da quantidade de nutrientes, principalmente em se tratando de 
adubação corretiva, é feita com base nos resultados da análise do solo (EMPRESA 
BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA, 2003). 
Na Tabela 2 são apresentados os teores de P extraível, obtidos pelo método 
Mehlich I e a correspondente interpretação, que varia em função dos teores de argila. 
Quando o nível de P estiver classificado como Médio ou Bom, usar somente a 
adubação de manutenção, que corresponde a 20 kg de P2O5 ha-1, para cada 1000 kg 
de grãos de soja produzidos. 
Tabela 2 - Interpretação de análise de solo para indicação de adubação fosfatada 
(fósforo extraído pelo método Mehlich I), para solos de Cerrado. 
 
 
 
 
 
Fonte: Sousa & Lobato (1996). 
TABELA 3- Indicação de adubação fosfatada corretiva, a lanço e adubação fosfatada 
corretiva gradual no sulco de semeadura, de acordo com a classe de disponibilidade 
de P e o teor de argila, para solos de Cerrado. 
 
 
 
 
Fonte: Sousa & Lobato (1996). 
13 Adubação potássica 
A indicação para adubação corretiva com potássio, de acordo com a análise do 
solo, é apresentada na Tabela 4. Essa adubação deve ser feita a lanço, em solos com 
 
 
27 
 
 
teor de argila maior que 20%. Em solos de textura arenosa (<20% de argila), não se 
deve fazer adubação corretiva de potássio, devido às acentuadas perdas por 
lixiviação. 
Na semeadura da soja, como manutenção, aplicar 20 kg de K2O para cada 
1.000 kg de grãos que se espera produzir (EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA 
AGROPECUARIA, 2013). 
Estando o nível de K extraível acima do valor crítico (50 mg dm-3 ou 0,13 cmolc 
dm-3), indica-se a adubação de manutenção de 20 kg de K2O para cada tonelada de 
grão a ser produzida. 
 
TABELA 4- Adubação corretiva de potássio para solos de Cerrado com teor de argila 
>20%, de acordo com dados de análise de solo. 
 
 
 
 
 
Fonte: Sousa & Lobato (1996). 
14 Adubação com enxofre 
Em solos com teores de S abaixo do nível crítico, realizar a adubação com S 
corretiva. Em solos com teores adequados a altos de S, realizar a adubação de 
manutenção (10 kg de S para uma expectativa de produtividade de 1 t de grãos de 
soja). 
15 Adubação com micronutrientes 
Como sugestão para interpretação de micronutrientes em análises de solo, com 
os extratores Mehlich-1 e DTPA e, Boro (B) pela Água quente, respectivamente, são 
apresentados os teores limites para a cultura da soja, nos solos do Cerrado, tabela 5 
(SFREDO, 2008). 
15.1 Adubação com cobalto e molibdênio 
Realizar o fornecimento de 2 a 3 g/ha de Co e de 12 a 25 g/ha de Mo na 
fertilização das sementes de soja. A aplicação destes micronutrientes também pode 
 
 
28 
 
 
ser realizada em pulverização foliar nos estádios de desenvolvimento entre o V3 e o 
V5 na dose de 30 a 50 g/ha de Mo. 
15.2 Adubação com boro, cobre, manganês e zinco 
De forma similar ao manejo realizado com fósforo e potássio, a construção da 
fertilidade do solo também pode ser realizada para o cobre e zinco. Em solos da região 
do Cerrado, a aplicação destes micronutrientes a lanço com incorporação na camada 
superficial proporciona efeito residual de 3 a 5 anos. 
A aplicação do ferro e o manganês a lanço no solo, mesmo aplicado em altas 
doses, não apresentam efeito residual significativo, não sendo adequados nas 
adubações corretivas. A forma química disponível do manganês à soja (Mn2+) é 
gradualmente oxidada às formas não disponíveis (Mn3+ e Mn4+) reduzindo a sua 
disponibilidade. 
De forma similar ao Mn, o Fe também é oxidado para uma forma química não 
disponível à cultura da soja (Fe3+). A forma mais eficiente para o fornecimento do ferro 
e manganês à cultura da soja são as pulverizações foliares. 
Em solos com baixo teor de manganês e saturação de bases acima da faixa 
adequada à cultura da soja, realizar de 3 a 5 aplicações foliares do manganês 
iniciando as pulverizações foliares na fase vegetativa da soja. 
Eventualmente, o Mn pode ser aplicado no sulco de plantio, região do solo com 
maior teor de umidade e com maior potencial de redução. Nestas condições, há uma 
tendência do Mn permanecer por mais tempo na forma Mn2+ prontamente disponível 
à cultura da soja. Mesmo assim, são necessárias pulverizações foliares com este 
nutriente para a manutenção dos teores foliares na faixa adequada à cultura da soja. 
Tabela 5- Interpretação dos teores de micronutrientes no solo, extraídos por dois 
métodos de análises para a soja nos solos do Cerrado.Fonte: Sfredo, 2008. 
 
 
29 
 
 
Tabela 6 - Recomendação de micronutrientes aplicados no solo para a cultura da 
soja. 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Sfredo, 2008. 
16 Agricultura de Precisão 
A Agricultura de Precisão (AP) compreende um conjunto de técnicas e 
metodologias que visam otimizar o manejo de cultivos e a utilização dos insumos 
agrícolas, proporcionando máxima eficiência econômica. As ferramentas de AP 
permitem o uso racional dos fertilizantes e agrotóxicos garantindo a redução dos 
impactos ambientais decorrentes da atividade agrícola. 
A Agricultura de Precisão é um sistema de gerenciamento agrícola baseado na 
variação espacial de propriedades do solo e das plantas encontradas nas lavouras e 
visa à otimização do lucro, sustentabilidade e proteção do ambiente. Trata-se de um 
conjunto de tecnologias aplicadas para permitir um sistema de gerenciamento que 
considere a variabilidade espacial da produção. 
Existem relatos de que se trabalha com AP desde o início do século XX. Porém, 
a prática remonta aos anos 1980, quando na Europa foi gerado o primeiro mapa de 
produtividade e nos EUA fez-se a primeira adubação com doses variadas. Mas o que 
deu o passo determinante para a sua implementação foi o surgimento do GPS 
(Sistema Posicionamento Global por Satélites), em torno de 1990. No Brasil, as 
atividades ainda muito esparsas datam de 1995 com a importação de equipamentos, 
especialmente colhedoras equipadas com monitores de produtividade (MINISTÉRIO 
DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO, 2009). 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
17 Considerações finais 
Conclui-se que, para a obtenção de boa produção agrícola, é preciso que os 
nutrientes estejam em quantidades adequadas as plantas, proporcionando uma maior 
produtividade. Nesse sentido, são utilizados os fertilizantes minerais para repor a 
perda desses nutrientes no solo. 
Nota- se que, se os nutrientes não forem fornecidos pelos fertilizantes, eles 
serão absorvidos das reservas do solo, ocasionando o seu esgotamento. Sem a 
adubação com fertilizantes, o solo pode sofrer degradação e consequentemente 
redução da oferta de alimentos. É necessário o uso racional da adubação química, 
pois além de proporcionar a redução de custos na lavoura, também proporciona a 
preservação da natureza. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
18 Referências bibliográficas 
ALCARDE, J. C.; GUIDOLIN, J. A.; LOPES, A. S. Os adubos e a eficiência das 
adubações. 3. ed. São Paulo, ANDA, 1998. 35 p. (Boletim Técnico, 3). 
AMBROSANO, E.J.; TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.; RAIJ. B. van; 
QUAGGIO, J.A. & CANTARELLA, H. Leguminosas e Oleaginosas. In: RAIJ, B. van et 
al. (eds.). Recomendações de Adubação e Calagem para o Estado de São Paulo, 
2.ed. Campinas: Instituto Agronômico & Fundação IAC, 1996. p.187-203. 
BROCH, D. L.; RANNO, S. K. Fertilidade do solo, adubação e nutrição da cultura 
da soja. Tecnologia e Produção: Soja e Milho 2011/2012. p. 03 - 28. 
CAMINHOS DA SOJA - Conquistas da Soja no Brasil. 2004. 
 
CHEPOTE, R. E. et al. Recomendações de corretivos e fertilizantes na cultura do 
cacaueiro no sul da Bahia. Bahia, MAPA, 2013. 44 p. (Boletim Técnico, n° 203). 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Centro Nacional de 
Pesquisa da Soja. Recomendações técnicas para a cultura da soja na Região 
Central do Brasil. 1996/97. Londrina, 1996. 164p. (EMBRAPA-Soja. Documento 96). 
 
EMPRESA BRASILERIA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Tecnologias de 
produção de soja: Região Central do Brasil 2004. Londrina: Embrapa Soja, 2003. 
237 p. (Sistema de Produção n° 4) 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Tecnologias de 
produção de soja: Paraná-2005. Londrina: Embrapa Soja, 2004. 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Tecnologias de 
Produção de Soja – Região Central do Brasil 2008. Londrina: Embrapa Soja, 2008. 
280. p. (Sistema de Produção n° 12). 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Tecnologias de 
produção de soja - região central do Brasil 2012 e 2013. Londrina: Embrapa Soja, 
262. p. 2011. 
 
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUARIA. Tecnologias de 
Produção de Soja – Região Central do Brasil 2014. Londrina: Embrapa Soja, 2013. 
265. p. (Sistema de Produção n° 16). 
 
FURLANI, A. M. C. Nutrição Mineral. In: KERBAUY, G. B. Fisiologia Vegetal. São 
Paulo: Editora Guanabara Koogan S. A, 2004. Cap. 2, p. 40 – 75. 
 
GRUPO BIO SOJA. Catálogo de soja n°1. 2014. p. 04-81. 
 
KORNDORFER, G. H. Correção do Solo e adubação da soja nos cerrados. p. 01 
– 16. 
 
LOPES, A. S. Manual Internacional de Fertilidade do Solo. 2 ed. Piracicaba: 
Potafos, 1998. 177 p. (IPNI – Internacional Plant Nutrition Institute). 
 
 
32 
 
 
 
LOPES, A. S.; GUILHERME, L. R. G. Uso eficiente de fertilizantes e corretivos 
agrícolas: aspectos agronômicos. 3. ed. São Paulo, ANDA, 2000. 72. p. (Boletim 
Técnico, 4). 
 
MILANESI, J. H. Adubação da cultura da soja baseada nos teores mínimos de 
fósforo e potássio no solo. 2015. 73 f. Dissertação (Mestrado em Agricultura de 
precisão) – Colégio Politécnico da UFSM, Universidade Federal de Santa Maria, Santa 
Maria, 2015. 
 
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO. Agricultura de 
Precisão. Brasília: Mapa IACS, 2009. 31 p. (Boletim Técnico). 
 
PRIMAVESI, A. C.; PRIMAVESI, O. Características de corretivos agrícolas. São 
Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2004. 28 p. (Documentos, 37). 
 
RIBEIRO, G. R. S. et al. Eficiência agronômica de cultivares de soja quanto ao uso de 
fósforo. Tecnologia e Ciência Agropecuária. v.10, n-6, 2016. p. 15-19. 
RICHART, A.; KOTZ, H. S. Sintomas de deficiência nutricionais em culturas agrícolas. 
In: VIECELLI, C. A. Guia de deficiências nutricionais em plantas. Paraná: Grupo 
marista, 2017. Cap. 1, p. 05 – 49. 
SFREDO, G.J. Soja no Brasil: calagem adubação e nutrição mineral. Londrina, 
Embrapa Soja, 2008. 148 p. (Documento 305). 
SOUSA, D.M.G.de; LOBATO, E. Correção do solo e adubação da cultura da soja. 
Planaltina: EMBRAPA-CPAC, 1996. 30p. (EMBRAPA-CPAC. Circular Técnica, 33). 
VIECELLI, C. A.; TATIM. D.; RAUBER, G. K.; MOMBACH, L. T.; MOREIRA, N. P.; 
CECLUSKI. Sintomas de deficiência de cálcio (Ca). In: VIECELLI, C. A. Guia de 
deficiências nutricionais em plantas. Paraná: Grupo Marista, 2017. Cap. 2. 50 -54. 
VITTI, G. C.; TREVISAN, N. Manejo de macro e micronutrientes para alta 
produtividade da soja. Potafos. Encarte Técnico. n° 90, 2000. p. 06 – 16.

Outros materiais