Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
SANEAMENTO BÁSICO II - AULA 8- Prof. Eloá Cristina F. Pelegrino (eloa.pelegrino@unifran.edu.br) UNIFRAN – 2017 8º Período – Curso de Engenharia Civil Rede de distribuição: Entende-se por rede de distribuição o conjunto de peças especiais destinadas a conduzir a água até os pontos de tomada das instalações prediais, ou os pontos de consumo público, sempre de forma contínua e segura. Introdução • É o componente de maior custo do sistema de abastecimento de água (50 a 75% do custo total) • As obras de captação, adução, tratamento e reservação possuem atenção ininterrupta • Deve-se dar atenção à qualidade da água e a perdas de água na rede de distribuição Rede de distribuição Rede única – distribui água potável Rede dupla – distribui água potável e água imprópria para beber (em casos de escassez de água de boa qualidade) Podem ser: Rede de distribuição Canalização Principal : - canalização tronco ou mestra - possui maior diâmetro - abastece a canalização secundária Secundária: - tubulações de menor diâmetro - abastece diretamente os pontos de consumo Tipos de redes: Classificação de acordo com a disposição das canalizações principais e o sentido de escoamento nas tubulações secundárias Ramificada Malhada Mista Rede de distribuição É um sistema típico de cidades que apresentam desenvolvimento linear pronunciado. Rede Ramificada – Formato de Espinha de Peixe Reservatório Reservatório Os nós são pontos de derivação de vazão e/ou mudanças de diâmetro Rede Ramificada – Formato de Espinha de Peixe • Possui uma tubulação tronco alimentada por um reservatório ou estação elevatória • A distribuição da água é diretamente para os condutos secundários • É conhecido o sentido da vazão em qualquer trecho • Um acidente que interrompa o escoamento em uma tubulação compromete todo o abastecimento nas tubulações situadas a jusante • É recomendada somente em casos em que a topografia e os pontos a serem abastecidos não permitam o traçado como rede malhada Rede Malhada em Anel • Constituídas por tubulações principais que formam anéis ou blocos • Permite abastecer qualquer ponto do sistema por mais de um caminho • Flexibilidade em satisfazer a demanda e manutenção na rede com o mínimo de interrupção no fornecimento de água Rede Mista Tubulação tronco Tubulação secundária Adutora Reservatório de montante Reservatório Rede de distribuição Escoamento em sentido único do reservatório para a extremidade morta Tubulação principal (tronco) Tubulação secundária Adutora Reservatório de jusante Reservatório Rede de distribuição • Escoamento da adutora para reservatório, somente quando a demanda for igual ou menor que a média. • Caso a demanda supere a média, a rede é alimentada tanto pela adutora quanto pelo reservatório. Ruas sem pavimentação; Ruas com pavimentação menos onerosa; Ruas de menor intensidade de trânsito; O traçado dos condutos deve considerar: Rede de distribuição Proximidade de grandes consumidores; Proximidade das áreas e de edifícios que devem ser protegidos contra incêndio. O traçado dos condutos deve considerar: Rede de distribuição Cálculo das Vazões onde: Q - Vazão máxima (l/s); P – População a ser abastecida; qm – Consumo per-capita (l /hab.dia); K1 - Coeficiente de máxima vazão diária; K2 – Coeficiente de máxima vazão horária; Q q L Cálculo da vazão máxima de consumo: Cálculo da vazão por metro linear de rede: q- vazão por metro linear de rede (l/s x m); L – comprimento total da rede (m); Q - Vazão máxima, l/s. onde: 86400 KKqP Q 21m Planta baixa com curvas de nível de metro em metro Locação dos lotes e áreas de expansão Loteamentos aprovados ou previstos Topografia para Traçado da Rede Indicação dos consumidores especiais e singulares; Localização de estradas e dos outros obstáculos naturais que necessitarão de obras especiais de travessia ou locação; Escala indicada 1: 2000 cidades médias e grandes (1: 5000). Topografia para Traçado da Rede A pressão estática máxima permitida em tubulações distribuidoras será de 50m.c.a. e a pressão dinâmica mínima será de 10m.c.a (NBR 12218- Projeto de rede de distribuição de água para abastecimento público ). Zonas de Pressão 75 mm população de projeto 5000 habitantes. 100mm população de projeto 5000 habitantes. 150mm abastecendo zonas comerciais ou zonas residenciais com densidade igual ou superior a 150 hab/km2. Diâmetro das Tubulações Principais O diâmetro interno mínimo 50 mm. População<5000 hab. e quota per capita <100L.hab/dia admitido o uso de tubulação 50 mm (NB - 594/77) Diâmetro das Tubulações Secundárias Velocidades mínimas e máximas (Limitações de velocidades): • Segurança e durabilidade das tubulações • Custo de implantação e de operação Baixas velocidades: • Favorecem a durabilidade (abrasão) • Facilitam o depósito de materiais existentes na água Velocidades altas: • Diminuem o diâmetro da tubulação e consequentemente o custo de aquisição e assentamento da tubulação • Causam aumento da perda de carga, aumentando os custos de energia elétrica nos bombeamentos • Causam ruído na tubulação • Favorecem o desgaste pela abrasão e cavitação de peças e válvulas, aumentando os custos de manutenção Velocidades Velocidades mínimas e máximas Para a NBR 12218: •Velocidade mínima: 0,6 m/s •Velocidade máxima: 3,5 m/s Analise Hidráulica D(mm) Vmáx Qmáx 50 0,68 1,34 60 0,69 1,95 75 0,71 3,14 100 0,75 5,89 125 0,79 9,69 150 0,83 14,67 200 0,90 28,27 250 0,98 47,86 300 1,05 74,22 350 1,13 108,72 400 1,20 150,80 500 1,35 265,10 Método de Hardy Cross Soma algébrica das vazões em cada nó é nula A soma algébrica das perdas de carga (partindo e chegando no mesmo nó) em qualquer circuito fechado (malhas ou anéis) é igual a zero. As equações devem satisfazer as condições básicas para equilíbrio do sistema: Convenciona-se, preliminarmente: NÓ: sentido do escoamento para o nó como positivo; ANEL: sentido do escoamento horário como positivo. 0Q....QQQQ n321 0H....HHHH n321 Q1 Qd Q3 Nó Q4 Q2 04321 dQQQQQQ A B C D Q4 Q3 Q1 Q2 QB QA QD QC 03421 HHHHH + Método Hardy-Cross Em um circuito fechado (ou anel) qualquer, a soma algébrica das perdas de carga é nula, considerando-se: – positivas (+) as perdas de carga coincidentes e, – Negativas (-) as perdas de carga contrárias à um referencial. – Transforma vazões por unidade de área em vazões pontuais. – Esse método destaca-se entre os métodos de aproximações sucessovas, por possibilitar o desenvolvimento manual h1,Q1 R h2, Q2 h3,Q3 h4, Q4 h1 + h2 - h3 - h4 = 0 Método de Hardy Cross Qa= vazão hipotética Q= correção de vazão QQQ a 0 Q Q 1KQQQaKKQH n a n a nn Método de Hardy Cross 0... Q Q !2 )1n(n Q Q 1KQ aa n a QKQnKQ 1nana a a a a n a n a Q H n H Q/KQn KQ Q (compensação das vazões ) Método de Hardy Cross - sequência 1) Definem-se as diversas micro áreas a serem atendidas pelas malhas, calculam- se as vazões a serem distribuídas em cada uma delas e concentra-se cada vazão em pontos estratégicos (nós) de cada malha, distando, no máximo, 600m entre dois nós consecutivos; cada circuito fechado resultante é denominado de anel; 2) Escolhe-se criteriosamente a posição do ponto morto (ponto onde só há afluência de água para o nó seja por qual for o trecho conectado a esse nó) e admite-se, com muito bom senso, as vazões que a ele afluem; 3) Estabelece-se para cada anel um sentido de percurso; normalmente escolhe-se o sentido positivo como o análogo ao do movimento dos ponteiros de um relógio, de modo que ao se percorrer o anel, as vazões de mesmo sentido sejam consideradas positivas e as de sentido contrário negativas; 4) Definem-se os diâmetros de todos os trechos (mínimo de 75mm) com base nos limites de velocidade e de carga disponíveis (valor tabelado); 5) Com o diâmetro, a vazão, o material e a extensão de cada trecho calculam-se as perdas hidráulicas “hf”, de cada um deles, considerando-se o mesmo sinal da vazão; 6) Somam-se as perdas de carga calculadas para todos os trechos do anel; 7) Calcula-se a expressão ∆Qi = - (NOTA: não esquecer este sinal de negativo) a a a Q H n H Q Método de Hardy Cross - sequência onde "n" é um fator que depende da expressão que se tiver utilizando para cálculo desta perda, mais precisamente, é o expoente da incógnita da vazão, ou seja, n hazen-williams=1,85, n darcy = 2,0, etc. ∆Qi será, então, a correção de número "i" de vazão a ser efetuada (vazão e correção em litros por segundo); 8) Após todas as vazões terem sido corrigidas caso qualquer uma das somatórias das perdas ou a correção das vazões ou ambas tenham sido superior, em valor absoluto, a unidade (1 mca e 1 l/s, respectivamente), isto é, colocando como expressão, os passos devem ser refeitos a partir do passo cinco com a última vazão corrigida efetuando-se, então, nova interação, até que esses limites sejam atingidos; OBS: Recomenda-se que se até a terceira interação os limites não tenham sido atingidos, reestude-se o dimensionamento desde o início e caso o problema não seja de erros grosseiros, estudem-se alterações, que poderão ser, pela ordem: • das vazões de chegada ao ponto morto; • de diâmetros; • correção do ponto morto; • na posição do reservatório; • nas áreas a serem abastecidas. Exemplo Calcular pelo método Hardy Cross e empregando a expressão de HazenWilliams (logo n = 1,85), a rede de distribuição esquematizada na figura a seguir. São conhecidos: C = 100, ∑hf≤ 0,50 mca e ∆Q ≤ 0,50 l/s. OBS: Exemplo com trechos superiores a 600m de extensão apenas por força enfática no trato acadêmico. Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q1 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 2000 40 BC 1000 20 CD 2000 -30 DA 1000 -60 AR 300 120 ∑ ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Analise Hidráulica D(mm) Vmáx Qmáx 50 0,68 1,34 60 0,69 1,95 75 0,71 3,14 100 0,75 5,89 125 0,79 9,69 150 0,83 14,67 200 0,90 28,27 250 0,98 47,86 300 1,05 74,22 350 1,13 108,72 400 1,20 150,80 500 1,35 265,10 Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q1 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 0,25 2000 40 BC 0,2 1000 20 CD 0,25 2000 -30 DA 0,3 1000 -60 AR 0,4 300 120 ∑ ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q1 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 0,25 2000 40 9,42 BC 0,2 1000 20 3,87 CD 0,25 2000 -30 -5,53 DA 0,3 1000 -60 -4,10 AR 0,4 300 120 ∑ 3,66 ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q1 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 0,25 2000 40 9,42 0,24 BC 0,2 1000 20 3,87 0,19 CD 0,25 2000 -30 -5,53 0,18 DA 0,3 1000 -60 -4,10 0,07 AR 0,4 300 120 ∑ 3,66 0,68 ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q1 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 0,25 2000 40 9,42 0,24 -2,90 BC 0,2 1000 20 3,87 0,19 -2,90 CD 0,25 2000 -30 -5,53 0,18 -2,90 DA 0,3 1000 -60 -4,10 0,07 -2,90 AR 0,4 300 120 ∑ 3,66 0,68 ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q1 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 0,25 2000 40 9,42 0,24 -2,90 37,10 BC 0,2 1000 20 3,87 0,19 -2,90 17,10 CD 0,25 2000 -30 -5,53 0,18 -2,90 -32,90 DA 0,3 1000 -60 -4,10 0,07 -2,90 -62,90 AR 0,4 300 120 ∑ 3,66 0,68 ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Exemplo C= 100 n= 1,85 Trecho D L Qo hfo hfo/Qo ∆Qo Q1 hf1 hf1/Q1 ∆Q1 Q2 hf2 (m) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) (l/s) (m) AB 0,25 2000 40 9,42 0,24 -2,90 37,10 8,19 0,22 - 0,045 37,06 8,18 BC 0,2 1000 20 3,87 0,19 -2,90 17,10 2,90 0,17 - 0,045 17,06 2,88 CD 0,25 2000 -30 -5,53 0,18 -2,90 -32,90 -6,56 0,20 - 0,045 -32,94 -6,58 DA 0,3 1000 -60 -4,10 0,07 -2,90 -62,90 -4,48 0,07 - 0,045 -62,94 -4,48 AR 0,4 300 120 1,09 ∑ 3,66 0,68 0,06 0,66 0,00 ∑Ho =0 , rede equilibrada, caso seja ≠ 0, calcula-se o ∆Qo (valor de correção) e soma-se, algebricamente, a vazão do trecho. Figura-resposta A rede de água deve ficar sempre em nível superior à rede de esgoto, e, quanto à localização é comum localizar a rede de água em um terço da rua e a rede de esgoto em outro. Construção das Redes O recobrimento das tubulações assentadas nas valas deve ser em camadas sucessivas de terra, de forma a absorver o impacto de cargas móveis. Construção das Redes Registros de manobra; Registros de descarga; Ventosas; Hidrantes; Válvulas redutoras de pressão. Deve ser previsto a instalação de: Materiais Usualmente Empregados PVC linha soldável; PVC linha PBA e Vinilfer (DEFOFO); Ferro Fundido Dúctil revestido internamente com argamassa de cimento e areia; Aço; Polietileno de Alta Densidade (PEAD); Fibra de vidro. Ligações Domiciliares Rede de drenagem Ramal Predial Instalação Predial
Compartilhar