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3 A apelação

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O Recurso de Apelação
Apelação é o recurso ordinário cabível contra:
Sentenças de primeiro grau de jurisdição (definitiva ou terminativa).
Sentença que julga os embargos monitórios. 
Decisão que indeferir ou revogar o benefício da assistência judiciária gratuita, quando tal questão for resolvida na sentença.
PROCEDIMENTO NA APELAÇÃO
Forma de interposição: A apelação deve ser interposta por petição dirigida ao juiz prolator da sentença, contendo, em anexo, as razões do recurso, endereçadas ao tribunal.
Petição: formalmente UNA�, dirigida ao juiz que proferiu a sentença, contendo o nome e qualificação das partes, os fundamentos de fato e de direito e o pedido de nova decisão.
Prazo de interposição e resposta: o prazo para interpor (e para responder) a apelação é de 15 dias. Terão prazos em dobro o MP, a Defensoria Pública, a Fazenda Pública e os litisconsortes com diferentes procuradores (de escritórios de advocacia distintos), salvo nos processos que tramitem em autos eletrônicos.
	
Preparo: a guia deve acompanhar a petição de interposição (art. 1007). Deficiência do preparo deve ser suprida em 5 dias, sob pena de deserção. 
Falta de preparo = deserção do recurso.
MP e Pessoas Jurídicas de Direito Público e isentos – não há necessidade de preparo.
No tribunal: o processo é remetido ao relator sorteado ( depois vai ao revisor, que o coloca em mesa para julgamento. Cabe ao relator toda providência para a preparação do processo para o julgamento. ( na sessão de julgamento votam 3 juízes (relator, revisor e um 3º) (art. 941, § 2º).
Sustentação oral�: a parte que assim desejar pode fazer sustentação oral antes da votação, pelo prazo de 15 minutos (art. 937). 
PRELIMINARES DE APELAÇÃO
A preliminar de apelação� serve para suscitar (questionar), em grau de recurso, toda matéria que foi objeto de decisão proferida no curso do processo, a cujo respeito não era cabível o recurso de agravo de instrumento. As preliminares podem ser suscitadas:
Nas razões de apelação, 
Nas contrarrazões.
ESPÉCIES DE DECISÃO NA APELAÇÃO:
Decisão Monocrática: Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator (art. 1.011) deve decidi-lo monocraticamente, ou seja, sem a participação dos demais integrantes da câmara, quando: 
O recurso for inadmissível, estiver prejudicado ou não tiver impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida;
Nesse caso, o relator não conhecerá da apelação.
O recurso (ou a sentença recorrida) for contrário a (art. 932):
Súmula do STF ou STJ;
Acórdão do STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos;
Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência.
Nesse caso, se for o recurso que contrariar os entendimentos jurisprudenciais, o relator lhe negará provimento, mas se for a sentença que contraria tais entendimentos, o relator dará provimento monocrático ao recurso de apelação.
Decisão colegiada: Se não for o caso de decisão monocrática, o relator elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.
EFEITOS DA APELAÇÃO
	A apelação é normalmente recebida nos efeitos 
	(devolutivo: efeito de restituir ao Judiciário a análise da questão;
(suspensivo: efeito de impedir a execução provisória da sentença apelada.
O Efeito Suspensivo
	Embora a apelação seja normalmente recebida em ambos os efeitos (devolutivo e suspensivo), nos termos do art. 1.012, § 1º, do CPC são recebidos sem o efeito suspensivo (somente com o efeito devolutivo) e, portanto, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que:
I - homologa divisão ou demarcação de terras;
II - condena a pagar alimentos;
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado;
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem;
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória;
VI - decreta a interdição.
	Segundo o §§ 3º e 4º, do art. 1.012, pode-se formular pedido de concessão de efeito suspensivo ao tribunal (no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la), ou ao relator (caso já distribuída a apelação), se o apelante demonstrar:
a probabilidade de provimento do recurso ou 
se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.
	Também são recebidas somente no efeito devolutivo, conforme leis especiais, alguns casos previstos na Lei de Falências e as sentenças que:
	(condene a despejo por falta de pagamento;
	(conceda mandado de segurança;
	
Pelo fato de tais sentenças produzirem efeitos imediatamente, o recurso que as impugna não é recebido no efeito suspensivo. Por isto, elas podem ser executadas provisoriamente (§ 2º).
O Efeito Devolutivo 
Efeito devolutivo da apelação: pela apelação é possível voltar a discutir (devolver ao Judiciário) toda matéria de fato e de direito, até mesmo aquelas que foram objeto de decisão proferida no curso do processo, se a seu respeito não comportar agravo de instrumento. 
A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada (art. 1.013). Esse dispositivo consagra o princípio tantum devolutum quantum apellatum, que vincula o tribunal à análise apenas da matéria objeto da apelação e impede a reformatio in pejus (reforma da sentença contra aquele que recorreu).
Assim, apelação pode ser:
total: quando devolve ao tribunal toda a matéria de fato e de direito objeto da ação;
parcial: quando restitui ao tribunal apenas parte da matéria objeto da ação. Essa parcialidade pode ser:
obrigatória (decorrente da sucumbência parcial) ou 
voluntária (decorrente do conformismo da parte com alguns dos dispositivos da sentença).
A extensão do efeito devolutivo na apelação
O tribunal poderá apreciar todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao objeto do recurso. 
§ 1º. Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não �tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.
Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais (§ 2º).
Poderá haver impugnação, pela apelação, da parte da sentença (capítulo) que concede ou revoga a tutela provisória (§ 5º).
As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior (art. 1.014)�, salvo as questões que, por lei, devam ser conhecidas de ofício (ex: nulidade absoluta de ato jurídico, prescrição, etc.).
JULGAMENTO IMEDIATO DA APELAÇÃO:
Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o mérito quando:
I - reformar sentença que extinguiu o processo sem a resolução de mérito.
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo;
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação.
OBS: Esse dispositivo consagra a Teoria da Causa Madura, mas parece estabelecer a supressão de Instância
Quando reformar sentença que reconheça a decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, julgará o mérito, examinando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau (§ 4º).
O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação (§ 5º)
OBS: Esse dispositivo consagra a Teoria da Causa Madura, mas parece estabelecer a supressão de Instância
NOVAS QUESTÕES DE FATO
	Segundo o art. 1.014, as questões de fato não propostas no juízoinferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.
JUÍZO DE RETRATAÇÃO NA APELAÇÃO
	Juízo de retratação é a possibilidade de o juiz voltar atrás em sua decisão. Em regra, o recurso de apelação não possibilita o juízo de retratação, entretanto, o Código de Processo Civil prevê tal possibilidade em dois casos:
Improcedência liminar do pedido� (art. 332, § 3º).
Extinção do processo sem resolução de mérito (art. 485, § 7º).
OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS
O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo (art. 930, parágrafo único).
Incumbe ao relator, dentre outras coisas, apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal (art. 932, II). Isto a doutrina convencionou chamar de conceder EFEITO ATIVO ao recurso, que consiste em conceder, por liminar, aquilo que foi negado em primeira instância pelo ato judicial recorrido.
A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão (art. 938).
Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da matéria principal, sobre a qual deverão se pronunciar os juízes vencidos na preliminar (art. 939).
Constatada a ocorrência de vício sanável, o relator determinará a realização ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de jurisdição (§ 1º) e, sempre que possível, prosseguirá no julgamento do recurso (§ 2º).
Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução (§ 3º).
O INCIDENTE DE COLEGIALIDADE 
	Segundo o art. 942, do Código de Processo Civil, quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão com a presença de outros julgadores, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial.
Fica assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de nova sustentação oral.
Se for possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores.
Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.
O incidente de colegialidade aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença.
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.
Não se aplica o prosseguimento do julgamento:
ao incidente de assunção de competência.
ao incidente de resolução de demandas repetitivas.
à remessa necessária;
ao julgamento não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.
PRIORIDADE DO AGRAVO
	Segundo o art. 946, do Código de Processo Civil, o agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo processo.
Se ambos (agravo e apelação) houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agravo de instrumento.
� Ou seja, que forme um só corpo tanto a petição de interposição, quanto as razões, as quais devem ser apresentadas simultaneamente, ao contrário do que ocorre no Processo Penal, onde a interposição da apelação não precisa estar acompanhada das razões correspondentes.
� No agravo e nos embargos de declaração não há oportunidade para sustentação oral.
� O CPC anterior estabelecia que das decisões cabia o recurso de agravo e das sentenças cabia o recurso de apelação. Isto já não mais se aplica, já que o novo CPC prevê decisões sobre as quais não cabe o recurso de agravo e as transfere para serem eventualmente questionadas na apelação, por meio de preliminares.
� Veja-se que somente no tocante à parte dispositiva da sentença haveria a vinculação, pois o tribunal tem plena análise dos fatos e do direito, analisados ou não na fundamentação da sentença apelada. Assim, a análise do tribunal é limitada pelo pedido constante da apelação, mas não quanto à profundidade da questão posta em juízo. 
P/ex: se a sentença de primeiro grau decretou o divórcio, reconhecendo a culpa do marido, porque ele não trabalhava e não concorria para com a criação dos filhos comuns, isto não significa que, em grau de recurso, não possa o tribunal confirmar a sentença, reconhecendo que ele (marido) violou o dever de fidelidade conjugal.
� Documento novo:	Os documentos novos podem ser, em princípio, apresentados a qualquer momento, porque não se trata de “fato novo”, mas de prova nova, sobre a qual se exige, apenas, o respeito ao contraditório e, por isto, a oportunidade de manifestação da parte contrária. Os documentos novos só não podem ser apresentados se contiverem fatos novos, a não ser que igualmente se prove a existência da força maior, que impediu de serem apresentados em momento oportuno.
� A improcedência liminar do pedido pode ocorrer nas causas que dispensem a fase instrutória, nas quais o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:
 Súmula do STF ou STJ;
Acórdão do STF ou STJ em julgamento de recursos repetitivos;
Entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência.

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