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RECURSO TRÂNSITO GOL 1.6 Cópia

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AO DEPARTAMENTO DE TRÂNSITO DA SECRETARIA DE ACESSIBILIDADE, MOBILIDADE, TRÂNSITO E TRANSPORTE DA PREFEITURA MUNICIPAL DE PALMAS/TO.
Referência:
AIT Nº R49-0214153
Órgão autuador: 297330
Palmas-TO, 19 de julho de 2016.
	REGINA CÉLIA RUFINO FRANCA, brasileira, casada, inscrito no CPF sob o n.º 450.763.081-91 e portador do RG n.° 307109 - SSP TO, residente e domiciliado nesta capital, na Quadra 408 NORTE Alameda 2 Lote 1, vem tempestivamente à digna presença de V. S.a interpor o competente:
DEFESA PRÉVIA
 com base nos artigos 282, §§ 4º e 5º da Lei nº 9.530/97 e seguintes do Código de Trânsito Brasileiro e Resolução 149/03 do CONTRAN:
Síntese da demanda
 O recorrente foi autuada junto ao Departamento de Trânsito Municipal de Palmas/TO, pela suposta inobservância da legislação de trânsito no que diz respeito a conduzir o veículo com velocidade acima da permitida, conforme art. 218, I do Código de Trânsito Brasileiro. 
Do Direito
Pretende-se nessa defesa requerer que se faça valer ao cidadão os princípios relativos à ampla defesa e ao contraditório, para tanto os procedimentos administrativos atinentes às infrações de trânsito, por óbvio, não estão imunes aos princípios constitucionais que norteiam e obrigam todo e qualquer procedimento do qual se extraiam consequências jurídicas. 
Como se pode notar o preenchimento do Auto de Infração de Trânsito (AIT) restou inconsistente pelos seguintes motivos e fatos abaixo expostos:
No que diz respeito ao campo de observação o Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito – doravante MBFT (disponível em: < http://www.denatran.gov.br/download/MANUAL_BRASILEIRO_DE_FISCALIZACAO_DE_TRANSITO.pdf> ) aduz na pág. 07 que:
O auto de infração é peça informativa que subsidia a Autoridade de Trânsito na aplicação das penalidades e sua consistência está na perfeita caracterização da infração, devendo ser preenchido de acordo com as disposições contidas no artigo 280 do CTB e demais normas regulamentares, com registro dos fatos que fundamentaram sua lavratura. (grifo nosso)
No parágrafo seguinte o Manual ainda exige que “Quando essa infração dependa de informações complementadas estas devem constar do campo de observações”, verificando o anexo o MBFT que trata especificamente sobre a infração do art.218, I do CTB, cujo Código de Enquadramento é 745-50, infração atribuída a este recorrente, há uma exigência legal de especificar no campo “Observação” informações complementares, conforme tabela abaixo extraída do anexo do MBFT:
	
Sendo que essa exigência não foi observada pelo agente de trânsito quando da elaboração do AIT, descumprindo assim a exigência legal do MBFT de colocar as informações complementares, caracterizando assim, a inconsistência no preenchimento do auto de infração, cópia anexa.
Dessa forma, de acordo com o art. 281, do CTB “a autoridade de trânsito, na esfera da competência estabelecida neste Código e dentro de sua circunscrição, julgará a consistência do auto de infração e aplicará a penalidade cabível”, continua em seu parágrafo único que “o auto de infração será arquivado e seu registro julgado insubsistente: I - se considerado inconsistente ou irregular”. (grifo nosso)
 Da inconsistência e irregularidade da AIT pela carência de comprovação de aferição do equipamento eletrônico 
Não há demonstração de que o aparelho esteja apto ao uso a que se destina, pois está fora dos padrões de calibração estatuídos pelo INMETRO, tendo em vista que não constam na notificação de trânsito o nome do INMETRO ou instituição referendada, bem como inexiste o número do certificado de aferição, dessa forma insubsistente e totalmente nulo o referido auto, por contrariar exigência legal contida nos artigos 280, § 2º, 281, § único, I, do CTB c/c com o artigo 2º da Resolução do CONTRAN nº 396, de 13 de dezembro de 2011, senão vejamos:
RESOLUÇÃO DO CONTRAN Nº 396, DE 13 DE DEZEMBRO DE 2011: 
 Art. 2º. O instrumento ou equipamento medidor de velocidade de veículos deve observar os seguintes requisitos: 
I – ter seu modelo aprovado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, atendendo a legislação metrológica em vigor e aos requisitos estabelecidos nesta Resolução; (grifo nosso)
II – ser aprovado na verificação metrológica realizada pelo INMETRO ou por entidade por ele delegada; (grifo nosso)
 III - ser verificado pelo INMETRO ou entidade por ele delegada, obrigatoriamente com periodicidade máxima de 12 (doze) meses e, eventualmente, conforme determina a legislação metrológica em vigência. (grifo nosso)
Dessa forma, não deve prosperar tal notificação por carência de prova da precisão ou aferição do equipamento eletrônico utilizado para verificação da velocidade por não constar o certificado de aferição ou declaração de eficiência, porquanto o controlador eletrônico de velocidade utilizado para aferição da velocidade não foi aprovado em verificação realizada pelo INMETRO, ou seja, não foi comprovada a exigência contida nos permissivos legais supracitados, cuja falta afasta a presunção de legitimidade do ato administrativo que impõe a penalidade de trânsito, considerando estar a Administração Pública adstrita ao princípio constitucional da legalidade.
É cediço que, não é outra a interpretação e o entendimento da jurisprudência temática de nossos tribunais:
Ementa: DIREITO ADMINISTRATIVO. TRÂNSITO. AÇÃO ANULATÓRIA. CONTROLADOR ELETRÔNICO DE VELOCIDADE (RADAR). COMPROVAÇÃO DA VERIFICAÇÃO ANUAL PELO INMETRO OU ENTIDADE CREDENCIADA. NECESSIDADE. DECRETAÇÃO DE NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO E PENALIDADES DELE DECORRENTES. 1. Segundo disposto no art. 3º da Resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria nos instrumentos medidores de velocidade a cada 12 meses, como forma de garantia da eficiência e veracidade dos dados aferidos. 2. Inexistindo comprovação da regular manutenção dos instrumentos de medição de velocidade, incabível a aplicação de penalidade administrativa, devendo ser declarada a nulidade do auto de infração e das penalidades dela decorrente. 3. Recurso conhecido e não provido. Diante do exposto, decidem os Juízes Integrantes da 1ª Turma Recursal Juizados Especiais do Estado do Paraná, CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso, nos exatos termos do vot (TJPR - 1ª Turma Recursal - 0000841-40.2014.8.16.0177/0-Xambrê - Rel.: Liana de Oliveira Lueders - - J. 29.01.2015). TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI 000084140201481601770 PR 0000841-40.2014.8.16.0177/0 (Acórdão) (TJ-PR). Data de publicação: 02/02/2015. 
Decisão: da Resolução 396/2011 do CONTRAN, deve ser realizada manutenção/vistoria nos instrumentos medidores.... AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA REALIZAÇÃO DE AFERIÇÃO TÉCNICA DOS RADARES .RESOLUÇÃO 146/2006 QUE EXIGE. TJ-PR - Inteiro Teor. PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO - Recursos - Recurso Inominado: RI 84140201481601770 PR 0000841-40.2014.8.16.0177/0 (Acórdão). Data de publicação: 02/02/2015.
Da Velocidade Compatível
Entretanto, se porventura não for acolhida as argumentações acima, deve-se levar em conta ainda a velocidade desenvolvida pela condutora do veículo apontado na Autuação, que era compatível com o local, senão vejamos.
O auto de infração é insubsistente e deve ser anulado por Vossa Senhoria, visto o requerente não ter infringido a norma constante no artigo 218, I, do Código de Trânsito.
Com efeito, o velocímetro do veículo do requerente, no momento da foto, marcava 40 Km/hora, aparelho este que é analógico e escalonado em 5 Km/hora, enquanto que o "radar" é um equipamento de alta precisão, com aferição escalonada em 1 Km/hora.
Existe pela legislação uma tolerância na aferição de cada equipamento, sendo que uma marcação a menor no velocímetro e uma aferição a maior no "radar" justificaria os 10 Km/hora excedentes na ocasião da autuação (a velocidade auferida foi de 50 Km/hora).
Saliente-se que os equipamentos de "radar" instalados ainda nãoforam homologados pelo INMETRO, ou se foram, deve o mesmo ser novamente auferido, sendo, portanto, questionáveis as suas aferições, porque o condutor afirma que sua velocidade não estava superior a 40 km/h.
IV. Da Irregularidade da Notificação - Da ausência de sinalização
Ainda, mesmo que seja superada a premissa acima mencionada, importa salientar que o auto de infração imposto é irregular, como será demonstrado.
O Requerente recebeu autuação na sua residência, autuado por infringir o art. 218, I 
Entretanto, questão de suma importância é a ausência de sinalização do local, nos termos do art. 80, caput e § 1º, e art. 90, que assim dispõem:
"Art. 80. Sempre que necessário, será colocada ao longo da via, sinalização prevista neste Código e em legislação complementar, destinada a condutores e pedestres, vedada a utilização de qualquer outra. § 1º A sinalização será colocada em posição e condições que a tornem perfeitamente visível e legível durante o dia e a noite, em distância compatível com a segurança do trânsito, conforme normas e especificações do CONTRAN."
"Art. 90. Não serão aplicadas as sanções previstas neste Código por inobservância à sinalização quando esta for insuficiente ou incorreta. § 1º O órgão ou entidade de trânsito com circunscrição sobre a via é responsável pela implantação da sinalização, respondendo pela sua falta, insuficiência ou incorreta colocação."
Ora, a ausência de sinalização no local descrito no auto de infração, configura suficiente motivo para que se proceda ao arquivamento deste processo. Para que não restem dúvidas quanto ao asseverado, acompanham a presente defesa 03 (três) fotos do lugar indicado.
Nesse mesmo sentido, no caso ora analisado, trata-se de um erro de medição da velocidade pela lombada eletrônica, visto que a Recorrente não havia sequer alcançado a velocidade permitida km/h, bem como a Recorrente regularmente transita na região onde foi constatada a suposta infração o que faz conhecedora das estradas e das suas características, não admitindo, portanto, ter infringido os limites de velocidade previstos para estes locais. 
V. Da conversão da penalidade em advertência por escrito
Prevê o art. 267 do Código de Trânsito Brasileiro a penalidade de advertência por escrito para as infrações de natureza leve ou média, passíveis de serem punidas com multa, desde que sejam observados determinados requisitos, tais condições são: infração de natureza leve ou média; não reincidência específica no período de doze meses; perfil favorável; prontuário sem ocorrências, senão vejamos:
Art. 267. Poderá ser imposta a penalidade de advertência por escrito à infração de natureza leve ou média, passível de ser punida com multa, não sendo reincidente o infrator, na mesma infração, nos últimos doze meses, quando a autoridade, considerando o prontuário do infrator, entender esta providência como mais educativa. (grifo nosso)
A circunstância de, no início do artigo 267 do CTB, constar o verbo “poderá” de modo algum significa que a autoridade de trânsito goza de discricionariedade para decidir se substitui a multa pela penalidade de advertência. “Uma vez atendidos os requisitos enunciados no dispositivo, tem o autuado o direito à substituição preconizada na lei’, como ensina SIDNEY MARTINS (Multas de trânsito: defesa prévia e processo punitivo. Curitiba: Juruá, 2002, p. 69). (grifo nosso)
Não há como contestar que a advertência por escrito como penalidade cumpre a função educativa, e então não há como deixar de aplica-la quando presentes as condições para sua aplicação. Impor a multa, representaria manifesta violação ao princípio da razoabilidade e da proporcionalidade.
Outra não é a lição de ARNALDO RIZZARDO: “Se nada consta nos registros contra o condutor ou proprietário, e satisfeitos os demais elementos, há obrigatoriedade em proceder à substituição, posto que erige-se em direito consagrado no Código” (Comentários ao código de trânsito brasileiro. 4 ed.São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2003, p. 562). (grifo nosso)
No mesmo sentido, ressalto o caráter pedagógico da advertência por escrito, nas próprias palavras do agente de trânsito Elio Alves, da SMSTT, após ocorrência de trânsito no dia 05/11/2015, no centro de Palmas/TO, em entrevista à TV Anhanguera: “Nós não queremos multar ninguém, não temos a pretensão de causar prejuízo para ninguém”. “Queremos somente educa-los..., ressaltando o verdadeiro objetivo dos agentes de trânsito”. (grifo nosso)
Igualmente, além de contundente com relação às penalidades, o CTB mostra a inteligência do seu texto, quando valoriza, em primeiro lugar, a instrução e a educação do motorista brasileiro, seguindo o conceito de que sempre será melhor e mais barato para a sociedade o trabalho de prevenção através da educação no trânsito dispondo isto no seu Capítulo VI sobre a educação para o trânsito: Art. 74 - "A educação para o trânsito é direito de todos e constitui dever prioritário para os componentes do Sistema Nacional de Trânsito".
 
Dessa forma, ao relacionarmos o aspecto educacional das normas de trânsito com o aspecto punitivo necessário na ocorrência de infrações, chega-se a conclusão de que a aplicação de qualquer penalidade prevista no CTB, deve ser acompanhada pelo senso de conveniência e oportunidade do poder de discricionariedade da autoridade de trânsito que lhe impuser, para que assim consiga efetivamente atingir seu fim previsto.
Sendo desta forma, a requerente, protegido pela norma disciplinadora vigente, requer seja transformada a autuação em uma advertência por escrito. Deixando claro que esta medida educativa lhe servirá para continuar a observar e seguir o que disciplina o Código de Trânsito Brasileiro, e aproveitando esta deixa, garante que fará de tudo para que não aconteça mais nenhum problema no que diz respeito a alguma infração de trânsito.
Dos Pedidos
O Recorrente prova o alegado pelos fundamentos contidos na norma legal pertinente à legislação de trânsito e razões acima descritas, através da cópia da AIT (Auto de Infração de Trânsito) em anexo e tudo mais que seja necessário à fiel comprovação dos fatos aqui narrados.
Diante do exposto, ante as considerações argumentadas e não querendo desmerecer o trabalho desenvolvido pelo Departamento de Trânsito do Município de Palmas e considerando, finalmente, o princípio constitucional da ampla defesa e contraditório, o recorrente vem requerer:
a) O DEFERIMENTO da presente defesa, tornando o auto de infração inconsistente, levando ao cancelamento da multa e o seu arquivamento, sendo o seu registro julgado insubsistente, conforme art. 281, parágrafo único, inciso I do CTB, por falta de requisitos formais no seu preenchimento, conforme demonstrado nas razões de defesa e especificações técnicas contidas no anexo do Manual Brasileiro de Fiscalização de Trânsito, Resolução CONTRAN nº 396/2011 e da jurisprudência quanto ao assunto;
b) A extinção da pontuação que a infração gerou no Prontuário Geral Único do Requerente;
c) Caso, assim não entenda, em atendimento ao princípio da eventualidade, a conversão da penalidade de multa em advertência por escrito, haja vista a natureza média da infração, nos moldes do artigo 267 do CTB, tendo em vista o caráter pedagógico da legislação de trânsito e a não reincidência do condutor na mesma infração.
Nestes termos, que pede e espera Deferimento.
REGINA CÉLIA RUFINO FRANCA 
Requerente
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