Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PRÁTICA SIMULADA II (TRABALHO) CASO 02 Descrição TÍCIO, auxiliar administrativo, residente no município de São Gonçalo-RJ, foi contratado pela empresa ALFA LTDA, para trabalhar na filial localizada no Município do Rio de Janeiro-RJ, em 4 de janeiro de 2016. A contratação ocorreu no município de Niterói, local onde está situada a matriz da empresa. Cumpria jornada de trabalho das 8 às 17h, com 1 hora de intervalo para repouso e alimentação. Recebia o salário mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Foi imotivadamente dispensado, sem prévio aviso, no dia 26 de janeiro de 2017, ocasião em que nada lhe foi pago a título de verbas resilitórias. Informa que, encontra-se desempregado até o presente momento e que nunca usufruiu férias. Você, na qualidade de advogado(a) do sindicato da categoria de TÍCIO, promova a medida processual cabível, observando o procedimento devido e o Juízo competente. PEÇA INICIAL EXCELENTÍSSIMO DR. JUÍZ DE DIREITO DA VARA DO TRABALHO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO/RJ TÍCIO, brasileiro, estado civil..., auxiliar administrativo, data de nascimento..., inscrito no RG nº... e no CPF nº..., portador da CTPS nº..., inscrito no PIS sob o nº..., nome da mãe..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado no endereço..., com CEP..., vem, por seu advogado infra- assinado, endereço eletrônico..., com endereço profissional completo com CEP..., onde recebe intimações, com fulcro no artigo 840, §1°, da CLT c/c art. 319 do CPC, propor RECLAMAÇÃO TRABALHISTA, em face DA SOCIEDADE LIMITADA ALFA, inscrita no CNPJ nº:..., com endereço, Cep:..., pelos seguintes fatos e fundamentos jurídicos que se passa a expor: I. DAS PRELIMINARES I.II. DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA Requer o Autor, nos termos da lei nº 1.060 de 1950 e dos artigos 98 e seguintes do CPC e 5º, LXXIV da CF/88, que lhe seja deferido os benefícios da justiça Gratuita, tendo em vista de que o mesmo não pode arcar com as custas processuais e com os honorários advocatícios sem o prejuízo do sustento próprio. I.III. DA COMPETÊNCIA DO JUÍZO É competente este foro para a propositura da presente ação, tendo em vista que, embora a contratação tenha sido feita na cidade de Niterói-RJ, a prestação do serviço se deu na cidade do Rio de Janeiro/RJ, conforme é exposto nos autos e assim preleciona o artigo 651 da CLT. Vejamo-lo: Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (Vide Constituição Federal de 1988) (CLT) Portanto, resta-se nítido a competência deste juízo para apreciação do caso em tela. II. DOS FATOS Ocorre que Tício, ora reclamante, fora admitido como auxiliar administrativo, em contrato firmado com a empresa ALFA LTDA, ora reclamada, para trabalhar na filial desta localizada no Município do Rio de Janeiro-RJ, em 4 de janeiro de 2016. Tício cumpria jornada de trabalho das 8 às 17h, com 1 hora de intervalo para repouso e alimentação. Percebia o salário mensal de R$ 2.000,00 (dois mil reais). Acontece que em 26 de janeiro de 2017, com mais de um ano de prestação de serviços, o autor fora imotivadamente dispensado, sem prévio aviso, e percebimento algum das verbas resilitórias, tampouco pode-se dizer das férias, jamais usufruídas. Tício hoje encontra-se desempregado, vivendo as amarguras de uma vida com direitos violentamente extirpados. III. DO MÉRITO III. I. DA DIREITO A PERCEPÇÃO DAS VERBAS RESCISÓRIAS Excelência, desde logo, convém registrar que o Autor possui o digno direito de receber as suas verbas resilitórias, não por tão somente terem sido todas elas olvidadas e injustificadamente não pagas, mas, a bem verdade, por serem o primeiro socorro alimentício de um trabalhador quando se encontra repentinamente sem os provimentos as suas mínimas condições de existência. Percebe-se, no caso em tela, que o Sr. Tício foi obstado de receber os valores do aviso prévio (no caso, indenizado), saldo de salário, férias vencidas integrais acrescidas do terço constitucional, o décimo terceiro salário, os depósitos referentes ao fundo de garantia por tempo de serviço (FGTS) com a respectiva multa dos 40% do saldo do aludido fundo. Como se vê, nobre magistrado, resta-se claro a proporção da severidade na vida do trabalhador e nos mandamentos da lei, que foram sumariamente feridos por um empregador sem escrúpulos. III. II. DA DESCRIÇÃO DAS VERBAS RESILITÓRIAS DEVIDAS Nobre julgador, por motivos aclaratórios, faz-se necessário discriminar de modo específico os valores e os fundamentos legais de todas as verbas devidas. Como já explanado em alhures, são os valores referentes: • Ao aviso prévio indenizado (Art. 487, II, da Clt, art. 7º, XXI da CF/88 e o artigo 1º da Lei 12.506/2011); • Saldo de salário (art. 457 e 458 c/c 462 da Clt); • Férias vencidas integrais acrescidas do terço constitucional (Art. 7º/CF88, XVII. CLT - Art. 129, CLT - Art. 146, súmula 328 do TST); • Décimo terceiro salário (CF88 – Art. 7º VIII, Lei 4090/62 Art. 1º e Art. 3º); • Depósitos referentes ao fundo de garantia por tempo de serviço (Lei 8036/90 Art. 20.) Com a respectiva multa dos 40% do saldo do aludido fundo (Lei 8036/9 - Art.18.) III. III. DA APLICAÇÃO DA MULTA DISPOSTA NO ARTIGO 477, § 8º, DA CLT Excelência, com o devido respeito, mostra-se claramente necessário no caso em tela a aplicação da multa que é exposta no artigo 477, parágrafo 8º da CLT, levando em consideração que o prazo para o pagamento das verbas rescisórias em muito fora desrespeitado pelo empregador, tornando, assim, a premente necessidade de se estabelecer uma punição a contento para aquele que desrespeita a lei. E quando, então, tal desrespeito fere gravemente verbas de natureza alimentícia, mostra-se ainda mais justa a penalidade. Nesse sentido: RECURSO DE REVISTA. MULTA DO ARTIGO 477 DA CLT. A multa do artigo 477, § 8º, da CLT tem como escopo compensar o prejuízo oriundo, unicamente, do não pagamento das verbas rescisórias no prazo legal estabelecido por seu § 6º, não aquele porventura decorrente de atraso na homologação da rescisão contratual. Recurso de revista não conhecido. (TST - RR: 404020145120031, Relator: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 20/05/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 29/05/2015) Destaquei. IV. DOS PEDIDOS Por todo o exposto, juntamente com a efetiva condenação da Reclamada, desde logo, com o devido respeito e acatamento, perante a vossa Excelência, o autor passar a requerer: I. Seja julgado procedente os pedidos expostos na exordial; II. Protestar em provar o alegado por todos os meios de provas em direito admitidos, notadamente oitiva de testemunhas e depoimento pessoal, nos termos do artigo 369 do CPC/15; III. O deferimento do pedido de justiça gratuita, visto que o mesmo é pobre na forma da lei e com base nos artigos 98 do CPC/15, e 5º, LXXIV, da CF/88 e na lei 1.060/50. IV. A notificação da Reclamada para comparecer à audiência a ser designada, para, querendo, apresentar defesa a presente reclamação e acompanhá-la em todos os seus termos, sob as penas da lei. V. Julgar ao final, TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, condenando a Reclamada a: a) Aviso Prévio indenizado e b) 13º salário proporcional c) Férias vencidase proporcionais do ano de +1/3 constitucional; d) Condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no art. 477 da CLT. Dar-se-á o valor da causa em R$ 10.000,00 (Dez mil reais) Nestes termos, pede e espera deferimento. Local, Data... ADVOGADO OAB.../UF...
Compartilhar