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EXERCÍCIO 1: “ESCOLADOS DESEJOS” 1. Introdução A Escola dos Desejos é o primeiro exercício da disciplina Projeto Arquitetônico -Institucional do Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo Do UNIFATEA, que se fundamenta noMétodo Dialético – considera o conhecimento um processo de transformação da realidade que se dá em três diferentes etapas: (1) parte do conhecimento prático ou empírico (síncrese), (2) teoriza sobre esta prática (análise), e (3) volta à prática para transformá-la (síntese). Vinculado à etapa de sincretização, o exercício tem como objetivo avaliar os conhecimentos prévios dos alunos – seu conhecimento prático ou empírico –, e focaliza suas habilidades, motivações, percepção e cognição relacionadas com o projeto de Escola de Ensino Fundamental ( 1ª à 9ª série – 6 anos `a 14 anos) em determinado contexto urbano. O exercício é um convite para o aluno avaliar sua própria vivência de estudante do ensino fundamental e, a partir dela, estabelecer as principais qualidades e ideias/conceitos a serem observados no projeto de sua primeira escola. Inicialmente, cada aluno deve formular uma breve frase-conceito representativa de sua ideia inspiradora e, a seguir, expandi-la em um conjunto de, pelo menos, 10 (dez) desejos – o Poema dos Desejos (Henry Sanoff). Com base na frase-conceito e no poema dos desejos, e valendo-se de seus conhecimentos prévios, cada aluno formulará uma proposta de programa de arquitetura; em seguida, elaborará uma proposta projetual de sua Escola dos Desejos. 2. Problematização A construção de uma unidade de educação de ensino fundamental demanda planejamento e envolve os estudos de viabilidade, a definição das características ambientais e a elaboração do projeto de arquitetura, incluindo o projeto executivo, o detalhamento técnico e as especificações técnicas de materiais. As construções escolares seguem um programa previamente estabelecido pelas Secretarias de Educação. Acompanhando os movimentos de reconhecimento e valorização das demandas da sociedade em geral – especialmente as das classes populares – as diretrizes e políticas públicas têm incentivado o desenvolvimento de procedimentos que incluam: (a) as necessidades e os desejos das comunidades a que se destinam as edificações escolares; (b) a proposta pedagógica e; (c) a interação com as características ambientais do sítio a ser ocupado. Neste contexto, destaca-se o conceito de escola inclusiva, ou seja, a escola deve ser dotada de ambientes adequados para assegurar a acessibilidade universal. Autonomia e segurança devem ser garantidas às pessoas com necessidades especiais, sejam elas crianças, professores, funcionários ou membros da comunidade. Assim, considera-se que a concepção da escola de ensino fundamental – especialmente de seu projeto de arquitetura – deve ser precedida de processos participativos que envolvam, além das administrações municipais e dos profissionais de projeto, a comunidade educacional – crianças, professores, funcionários e familiares – com vistas a compartilhar os saberes e as experiências daqueles que vivenciam os ambientes educacionais, além de incorporar a reflexão sobre o perfil pedagógico da instituição pretendida. Esse processo demanda a formação de equipes interdisciplinares que incorporem arquitetos, engenheiros, profissionais de educação e saúde, administradores e representantes da comunidade, cujas práticas permitam que os diferentes saberes e objetivos sejam por eles compartilhados. Nas práticas pedagógicas cresce o reconhecimento da contribuição dos professores e alunos na organização e na formulação dos arranjos espaciais dos ambientes educacionais das escolas. Com base nos seus próprios conhecimentos e nos valores culturais das famílias dos seus alunos, formulam suas propostas pedagógicas, de modo a possibilitar que, juntamente com os alunos, possam ressignificá-los e transformá-los. Cada vez mais os alunos são convidados e incentivados a propor, recriar e explorar o ambiente escolar, modificando-o e transformando-o, o que o torna vivo e dinâmico. De um lado, os ambientes variados podem favorecer diferentes tipos de interações; de outro lado, o professor tem papel importante como organizador dos ambientes onde ocorre o processo educacional, com base na escuta, no diálogo e na observação das necessidades e interesses expressos pelos alunos e em sua transformação em objetivos pedagógicos. Com base no pressuposto de que todos os estudantes de arquitetura-urbanismo e professor da disciplina também vivenciaram uma experiência prática como alunos de escolas de ensino fundamental, neste exercício pretende-se ampliar os olhares sobre o ambiente construído para a educação fundamental, recuperando valores tais como as boas (e também as más) lembranças. Deste modo, o exercício propõe uma releitura das experiências vivenciadas no dia a dia de nossas vidas de alunos, de modo a relacionar aqueles olhares ampliados com o compromisso sociocultural da escola pública de ensino fundamental. A possibilidade de resgatar o desejo e o lúdico justifica o exercício A Escola dos Desejos, com vistas a buscar alternativas de concepção de um ambiente construído para a educação fundamental que, além da educação formal, seja promotor de aventuras, de descobertas, de criatividade, de desafios, de aprendizagem e que facilite a interação aluno-aluno, aluno-adulto e destes com o meio ambiente. A intenção deste exercício é que o aluno busque na sua vivência e com os seus conhecimentos atuais – as crenças, os valores e a sensibilidade do projetista – um ou mais princípios ou idéias gerais para orientar o processo projetual de uma boa escola de ensino fundamental, além do conjunto de elementos que a configuram. Em outras palavras, a disposição dos ambientes sempre é estruturada com base em uma intenção (ordenação) que, em geral, obedece à determinada configuração capaz de expressar os valores e o tipo de vida dos seus viventes ou habitantes, e que também confere sentido para o ambiente, a configuração e os domínios exteriores. 3. Objetivos ▪ Estimular os alunos a explicitarem seus conhecimentosprévios sobreo processo projetual; ▪ Diagnosticar aspectos do processo projetual a serem trabalhados/elaborados/desenvolvidos pelos alunos; ▪ Estimular a auto avaliação dos alunos. 4. Enunciado Imagine que você, como arquiteto, recebeu da Secretaria Municipal de Educação a encomenda de um projeto de Escola para Ensino Fundamental, com capacidade para até 630 alunos e duas turmas de cada fase – 1ª à 5ª série na primeira fase e da 6ª à 9ª série na segunda fase – em terreno livre, para implantar a “Escola dos Desejos”. Ou seja, você terá liberdade para conceber uma escola de ensino fundamental que represente seus desejos, suas aspirações, seus anseios e seus interesses sobreo que deveria ser uma escola de ensino fundamental. Passo 1: Considerando sua experiência e vivência relacionadas com o tema de projeto proposto, responder a 3 questões formuladas pelo Contratante: ⦁ Que imagens ou ideias você tem sobre a sua Escola dos Desejos? (Imagens lúdicas, ideia central) ⦁ Que (Quais) característica (s) deve ter a sua Escola dos Desejos? (Características específicas, como tamanho, forma, cor, etc.) ⦁ Quais qualidades você considera mais importantes em ambientes para ensino fundamental? (clara, escura, grande, pequena, arborizada, etc.) Passo 2: Com base nas respostas às 3 questões, procure escrever, em poucas palavras, uma frase-conceito representativade suas ideias ou desejos. Passo 3: Com base em sua frase-conceito escreva um conjunto de 10 (dez) desejos – Poema dos Desejos – que o projeto da Escola dos Desejos deve atender. O poema deve, além de outros, contemplar os seguintes aspectos: (a) entorno urbano, (b) partido arquitetônico e urbanístico; (c) volumetria e aparência externa, (d)materiais utilizados e/ou sistema construtivo, (e) espaços abertos do lote/terreno e sua relaçãocom a rua, e (f) indicações de cores, texturas e massas vegetais. [A redação deve ser clara, evitando: (a) questões ambíguas do tipo “eu gostaria que a Escola dos Desejos fosse bonita” (como o conceito de beleza é relativo, seria necessário precisar melhor); (b) simples indicações de compartimentos ou equipamentos como “eu gostaria que Escola dos Desejos tivesse uma sala de reuniões, uma biblioteca, um pátio coberto etc.”] Exemplos de poema dos desejos: “Eu gostaria que a minha Escola dos Desejos .... (1) ... tivesse os ambientes e equipamentos dispostos de forma a facilitar sua manutenção”; (2) ... tivesse áreas externas muito bem planejadas”; (3) ... tivesse boa integração com seu entorno”; [ (a) entorno urbano] (4) ... tivesse o mínimo de barreiras para que os ambientes ficassem mais acessíveis”; (5) ... fosse construída com madeira certificada”; [ (d) materiais utilizados e/ou sistema construtivo) (6) ... tivesse um amplo pátio coberto e fosse rodeada com bastante área verde”; [ (b) partido arquitetônico e urbanístico] (7) ... fosse bem ventilada”; (8) ... tenha cobertura com amplos beirais para proteger da chuva e do sol” [ (b) partido arquitetônico e urbanístico] (9) ... tivesse uma volumetria, tamanho e ritmo das aberturas integrados com os edifícios vizinhos. ” [ (c) volumetria e aparência externa] (10) ... tivesse cores suaves e tons pastéis. ” [ (f) indicação de cores e texturas] ▪ Passo 4: Com base na frase-conceito e no poema dos desejos, cada aluno deve redigir uma proposta de programa de arquitetura, indicando os serviços, atividades, diretrizes e recomendações para definir o partido de implantação, o conjunto e o arranjo dos edifícios, bem como seus respectivos setores, principais ambientes e equipamentos. ▪ Passo 5: Cada aluno deve elaborar uma proposta de projeto de arquitetura da Escola dos Desejos que seja coerente: (a) com a frase-conceito, (b) com o poema dos desejos, e (c) com o programa de arquitetura desenvolvidos. ▪ Passo 6: Cada proposta de projeto de arquitetura deve ser complementada: (a) por um roteiro explicativo dos passos seguidos no processo de concepção e elaboração do projeto;(b) por imagens (fotografias ou desenhos) de elementos ilustrativos das frases do poema dos desejos. ▪ Passo 7: Seminário de apresentação e entrega, da frase-conceito, do poema dos desejos e das propostas projetuais de cada aluno. Os alunos devem apresentar um quadro resumo contendo as vantagense desvantagensde sua propostaem relação aos itens do poema dos desejos. ▪ Passo 8: Avaliação coletivados trabalhos. 5. Produtos • 1 prancha A3 contendo a Frase-conceito e o Poema dos Desejos legível a uma distância mínima de 2 metros, para exposição em sala. • 2 pranchas A3, contendo, respectivamente: cada proposta de projeto e imagens, “croquis”/desenhos esquemáticos que expressem as características do terreno e seu entorno, bem como de cada propostada Escola dos Desejos. • 1 prancha A3, contendo as imagens ilustrativas de elementos/itens do poema dos desejos. A forma e a técnica de representação dos trabalhos são de livre escolha dos alunos, dentre as diversas técnicas de desenho e escrita a mão livre ou instrumento. Formato das Pranchas: A3, com diagramação à critério do aluno, contendo todos os dados necessários para identificação do exercício e seu autor.
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