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ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 1 Olá, Futuro Auditor do Estado do Mato Grosso! Hoje teremos uma aula teórica, na qual abordaremos: Ética e moral: definições, princípios e valores; Ética e democracia: exercício da cidadania e ética e função pública; Pluralidade ética; Ética e violência; Razão, desejo e vontade; Liberdade, autonomia do sujeito e a necessidade das normas. Boa aula para todos nós !!! Prof. Henrique Campolina Janeiro/2015 SUMÁRIO Ética e moral: definições, princípios e valores ............................................... 2 Ética e democracia: exercício da cidadania e ética e função pública ............... 14 Pluralidade ética ..................................................................................... 18 Ética e violência ...................................................................................... 21 Razão, desejo e vontade .......................................................................... 22 Liberdade, autonomia do sujeito e a necessidade das normas ...................... 25 Bibliografia ............................................................................................ 29 Aula 02 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 2 ÉTICA E MORAL: DEFINIÇÕES, PRINCÍPIOS E VALORES Vamos trazer e/ou relembrar algumas definições de termos usualmente encontrados quando se fala em ética. Para isto, utilizaremos, em alguns casos, o Dicionário Online Michaelis1. Comecemos, é claro, com: Ética: 1. Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. É ciência normativa que serve de base à filosofia prática. 2. Deontologia. Mas o que é deontologia, que aparece no verbete de ‘Ética’: Deontologia: Parte da Filosofia que trata dos princípios, fundamentos e sistemas de moral; estudo dos deveres. (“Teoria dos Deveres”) Deontologia Jurídica2: Ciência que cuida dos deveres e dos direitos dos operadores do direito, bem como de seus fundamentos éticos e legais. “Ciência dos Deveres”. Moral: 1. Parte da Filosofia que trata dos atos humanos, dos bons costumes e dos deveres do homem em sociedade e perante os de sua classe. 2. Relativo à moralidade, aos bons costumes. Moralidade: Característica do que é moral, o que segue os princípios da moral. Reunião de fundamentos morais (a virtude, a moral, os bons costumes, a honestidade, etc.). Maneira ou modo de vida que se baseia nos fundamentos morais; 1 Fonte: www.michaelis.uol.com.br 2 Esta definição, ao contrário das demais, foi retirada do sítio do Wikipédia: pt.wikipedia.org ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 3 Amoralidade: Qualidade do que é amoral. Amoral não é antônimo de moral. Amoral significa sem noção de moral ou ausente de moral ou foral da moral ou neutro a nível de ética; Imoralidade: Agora sim, imoral significa contrário à moral. Quando há falta de pudor, quando algo induz à indecência, ao pecado, podemos dizer que há imoralidade. Moral pública: Designativo dos preceitos gerais de moral que devem ser observados por todos os membros da sociedade. Ética social: Parte prática da filosofia social, que indica as normas a que devem ajustar-se as relações entre os diversos membros da sociedade. Ética no Trabalho: Conjunto de princípios morais que se devem observar no exercício de uma profissão. Podemos concluir, a partir destes conceitos que: Ética no Serviço Público: É a moral e os princípios ideais da conduta humana aplicados no ambiente das repartições públicas. Além de alguns conceitos acima, nosso edital também traz, expressamente: Campo ético; Problemas morais e Problemas éticos. Vamos à eles: Campo ético: Quando falamos em campo ético, precisamos delinear “o que” e “quem” pertence a esse universo. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 4 Alguns autores costumam dizer que o os constituintes do campo são o agente (ou sujeito) consciente e livre e os valores morais (ou virtudes éticas). Outros autores inserem no campo ético os meios utilizados pelos agentes para realização de suas finalidades. O sujeito deve ser consciente e livre, pois deve conseguir distinguir entre o certo e o errado, o legal e o proibido, o bem e o mal, o justo e o injusto. Assim, saberá agir e, também, julgar atitudes sob a visão ética. Um agente ético deve ser capaz de reconhecer outros sujeitos éticos. Ao falarmos que tal agente deve ser livre, nos referimos ao seu poder de agir espontaneamente, sendo responsável por seus atos. Tal liberdade está intimamente ligada à autonomia de determinar suas próprias regras de conduta. Quando os meios são incluídos no campo ético, devemos encontrar meios éticos que busquem fins éticos (aqui eliminamos e abominamos o dito popular: os fins justificam os meios). Marilena Chaui, em sua obra Convite à Filosofia, nos ensina sobre os Constituintes do Campo Ético (transcreverei essa passagem de sua obra pela sua importância e aderência com nosso edital): OS CONSTITUINTES DO CAMPO ÉTICO3 Para que haja conduta ética é preciso que exista o agente consciente, isto é, aquele que conhece a diferença entre bem e mal, certo e errado, permitido e proibido, virtude e vício. A consciência moral não só conhece tais diferenças, mas também reconhece-se como capaz de julgar o valor dos atos e das condutas e de agir em conformidade com os valores morais, sendo por isso responsável por suas ações e seus sentimentos e pelas conseqüências do que faz e sente. Consciência e responsabilidade são condições indispensáveis da vida ética. A consciência moral manifesta-se, antes de tudo, na capacidade para deliberar diante de alternativas possíveis, decidindo e escolhendo uma delas antes de lançar-se na ação. Tem a capacidade para avaliar e pesar as motivações pessoais, as exigências feitas pela situação, as conseqüências para si e para os outros, a conformidade entre meios e fins (empregar meios imorais para alcançar fins morais é impossível), a obrigação de respeitar o estabelecido ou de transgredi-lo (se o estabelecido for imoral ou injusto). 3 CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, páginas 433 a 435. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 5 A vontade é esse poder deliberativo e decisório do agente moral. Para que exerça tal poder sobre o sujeito moral, a vontade deve ser livre, isto é, não pode estar submetida à vontade de um outro nem pode estar submetida aos instintos e às paixões, mas, ao contrário, deve ter poder sobre eles e elas. O campo ético é, assim, constituído pelos valores e pelas obrigações que formam o conteúdo das condutas morais, isto é, as virtudes. Estas são realizadas pelo sujeito moral, principal constituinte da existência ética. O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes condições: ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a ele; ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências,sentimentos (para que estejam em conformidade com a consciência) e de capacidade para deliberar e decidir entre várias alternativas possíveis; ser responsável, isto é, reconhecer-se como autor da ação, avaliar os efeitos e conseqüências dela sobre si e sobre os outros, assumi-la bem como às suas conseqüências, respondendo por elas; ser livre, isto é, ser capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a sentir, a querer e a fazer alguma coisa. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre vários possíveis, mas o poder para autodeterminar-se, dando a si mesmo as regras de conduta. O campo ético é, portanto, constituído por dois pólos internamente relacionados: o agente ou sujeito moral e os valores morais ou virtudes éticas. Do ponto de vista do agente ou sujeito moral, a ética faz uma exigência essencial, qual seja, a diferença entre passividade e atividade. Passivo é aquele que se deixa governar e arrastar por seus impulsos, inclinações e paixões, pelas circunstâncias, pela boa ou má sorte, pela opinião alheia, pelo medo dos outros, pela vontade de um outro, não exercendo sua própria consciência, vontade, liberdade e responsabilidade. Ao contrário, é ativo ou virtuoso aquele que controla interiormente seus impulsos, suas inclinações e suas paixões, discute consigo mesmo e com os outros o sentido dos valores e dos fins estabelecidos, indaga se devem e como devem ser respeitados ou transgredidos por outros valores e fins superiores aos existentes, avalia sua capacidade para dar a si mesmo as regras de conduta, consulta sua razão e sua vontade antes de agir, tem consideração ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 6 pelos outros sem subordinar-se nem submeter-se cegamente a eles, responde pelo que faz, julga suas próprias intenções e recusa a violência contra si e contra os outros. Numa palavra, é autônomo. Do ponto de vista dos valores, a ética exprime a maneira como a cultura e a sociedade definem para si mesmas o que julgam ser a violência e o crime, o mal e o vício e, como contrapartida, o que consideram ser o bem e a virtude. Por realizar-se como relação intersubjetiva e social, a ética não é alheia ou indiferente às condições históricas e políticas, econômicas e culturais da ação moral. Conseqüentemente, embora toda ética seja universal do ponto de vista da sociedade que a institui (universal porque seus valores são obrigatórios para todos os seus membros), está em relação com o tempo e a História, transformando-se para responder a exigências novas da sociedade e da Cultura, pois somos seres históricos e culturais e nossa ação se desenrola no tempo. Além do sujeito ou pessoa moral e dos valores ou fins morais, o campo ético é ainda constituído por um outro elemento: os meios para que o sujeito realize os fins. Costuma-se dizer que os fins justificam os meios, de modo que, para alcançar um fim legítimo, todos os meios disponíveis são válidos. No caso da ética, porém, essa afirmação deixa de ser óbvia. Suponhamos uma sociedade que considere um valor e um fim moral a lealdade entre seus membros, baseada na confiança recíproca. Isso significa que a mentira, a inveja, a adulação, a má-fé, a crueldade e o medo deverão estar excluídos da vida moral e ações que os empreguem como meios para alcançar o fim serão imorais. No entanto, poderia acontecer que para forçar alguém à lealdade seria preciso fazê-lo sentir medo da punição pela deslealdade, ou seria preciso mentir-lhe para que não perdesse a confiança em certas pessoas e continuasse leal a elas. Nesses casos, o fim – a lealdade – não justificaria os meios – medo e mentira? A resposta ética é: não. Por quê? Porque esses meios desrespeitam a consciência e a liberdade da pessoa moral, que agiria por coação externa e não por reconhecimento interior e verdadeiro do fim ético. No caso da ética, portanto, nem todos os meios são justificáveis, mas apenas aqueles que estão de acordo com os fins da própria ação. Em outras palavras, fins éticos exigem meios éticos. A relação entre meios e fins pressupõe que a pessoa moral não existe como um fato dado, mas é instaurada pela vida intersubjetiva e social, precisando ser educada para os valores morais e para as virtudes. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 7 Poderíamos indagar se a educação ética não seria uma violência. Em primeiro lugar, porque se tal educação visa a transformar-nos de passivos em ativos, poderíamos perguntar se nossa natureza não seria essencialmente passional e, portanto: forçar-nos à racionalidade ativa não seria um ato de violência contra a nossa natureza espontânea? Em segundo lugar, porque se a tal educação visa a colocar-nos em harmonia e em acordo com os valores de nossa sociedade, poderíamos indagar se isso não nos faria submetidos a um poder externo à nossa consciência, o poder da moral social. Para responder a essas questões precisamos examinar o desenvolvimento das idéias éticas na Filosofia. Problemas morais: Problemas morais se apresentam em nossas reais relações humanas, quando se julgam certas decisões e ações dos mesmos. Normalmente, as soluções desses problemas não se restringem ou se relacionam somente às pessoas que os propõem, mas também a outra(s) pessoa(s). São situações nas quais os sujeitos precisam se comportar em consonância com as normas que se julgam mais apropriadas e/ou mais dignas de serem observadas e cumpridas. Costuma-se dizer que são os problemas práticos, tais como: Devo ou não dizer a verdade? Existem situações em que devo mentir? Soldados em guerra que cumprir ordens superiores podem ser moralmente condenados? Devo cumprir uma promessa feita no passado, que hoje me causará prejuízos? Um amigo de um informante do inimigo deve se calar (por amizade) ou denunciá-lo? Problemas éticos: Já os problemas éticos são situações teóricas. Aqui aparece a generalidade, pois são reflexões sobre o comportamento prático. Os estudiosos nos ensinam que quando o indivíduo toma uma decisão pautada na reflexão, ocorre a transposição dos problemas práticos para os problemas teóricos. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 8 No mundo contemporâneo, existem diversas demandas, incorporadas por um clamor popular, que exigem posturas morais e éticas de cada cidadão junto à sociedade e comunidade de seu convívio. Discussões que ocupam salas de aula e de estudos, diretorias de instituições de ensino, mesas de bares, reuniões familiares e corporativas, debatem a importância de se resgatar sentimentos, posturas, limites e valores éticos e morais. Eu, particularmente, vejo nossa sociedade nacional contaminada por 2 práticas corriqueiras, que gosto de chamar de “chagas sociais brasileiras”: “Jeitinho Brasileiro”: diversas condutas equivocadas, distorcidas e desviadas são, cotidianamente, justificadas, com certo ar de superioridade, ao famoso jeitinho brasileiro. Que nada mais é do que uma prática de se evitar a conduta normal e esperada pelo homem médio4, para, através de um “atalho”, nem sempre ético, conseguir alguma vantagem a mais. Tais vantagens vão desde a redução de um tempo de espera em determinado local (uma fila, por exemplo) até rendimentos pecuniários ($$). “Lei de Gerson”: outra práticaabominável. Aqui, novamente se sentindo o “espertalhão”, a pessoa adota uma conduta desapropriada ou, até mesmo, ilegal, visando atingir seu objetivo, sob o lema de “levar vantagem em tudo, a qualquer preço”. Peço licença a todos que não comungam com minha opinião para dizer que, enquanto estas “consagradas” práticas sociais se perdurarem em nossa sociedade, não conseguiremos romper a enorme barreira existente entre os intitulados 1º e 3º Mundos. 4 Homem médio: termo jurídico utilizado para referir-se a uma pessoal com padrões normais ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 9 Voltemos à ética: ÉTICA Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios ideais da conduta humana. Ciência normativa que serve de base à filosofia prática. E, como não poderia deixar de ser, clamores sociais miram os serviços públicos, que, até mesmo em virtude de sua natureza, têm obrigação de estarem embasados e fundamentados em princípios éticos, morais, transparentes, honestos, justos, convenientes, oportunos e eficazes. Podemos dizer que, etimologicamente, servidor vem de “servir”, “servidão”. Tal conclusão é perfeitamente identificada na regra deontológica contida no inciso V do Código de Ética que acabamos de estudar. Vejam como esta servidão visa o bem comum, atingindo a todos os cidadãos presentes no respectivo ciclo social destinatários daqueles serviços públicos. V - O trabalho desenvolvido pelo servidor público perante a comunidade deve ser entendido como acréscimo ao seu próprio bem-estar, já que, como cidadão, integrante da sociedade, o êxito desse trabalho pode ser considerado como seu maior patrimônio. As normas éticas, conforme percebemos perfeitamente no Código de Ética do Servidor Público Civil Federal, contido no Decreto nº 1.171/1994, visam ditar e orientar as pessoas na direção da melhor forma de se postarem perante si próprias e a sociedade na qual elas estão inseridas. Já trouxemos os conceitos de ética e moral, que são temas de difundido gosto entre os estudiosos, sendo alvo de debates, teses e doutorados. Para finalizar a eterna discussão sobre ética e moral e seguirmos em frente, vou transcrever um trecho do livro de Zajdsznajder5. 5 ZAJDSZNAJDER, Luciano. Ser ético. Rio de Janeiro: Gryphus, 1994. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 10 O interessante do pensamento desse autor é a forma de considerar ética e moral dentro do mesmo contexto (para vocês perceberem como esse assunto pode ser tratado de maneira diferente pela literatura): “As discussões sobre ética costuma começar com uma distinção entre ética e moral. A primeira é entendida como algo ideal e filosófico. A segunda, como a prática real de um grupo, de uma sociedade. Consideramos que, em geral, essa discussão traz muito pouca luz. Não distinguimos a moral da ética. A palavra, ética, vem do grego ethos, que quer dizer caráter ou hábito, e também morada. Quando os romanos a traduziram, fizeram uso do termo mores, que significa costumes. As duas expressões buscam captar algo que é complexo e multifacetado: um todo que contém pelo menos as seguintes partes: 1. Um conjunto de normas codificadas ou não sobre como devem se conduzir as pessoas e as instituições nas diversas situações que se apresentam na vida, servindo para distinguir o que é um bom ou um mau comportamento e estabelecendo de algum modo o que seria um comportamento correto ou ideal; 2. Um conjunto de ideias acerca de como deve ser conduzida a vida humana para que seja considerada boa ou feliz; 3. A maneira como as pessoas e instituições comportam-se realmente na prática; 4. A reflexão e o raciocínio que ocorrem quando se tomam decisões ou se resolve agir, segundo o que é correto ou incorreto, no sentido de bom ou mau; 5. Os sentimentos das pessoas diante de seus próprios comportamentos ou de outros, como vergonha, remorso, piedade, orgulho; 6. As reflexões sobre a origem das normas, o seu fundamento, a sua justificativa.” ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 11 Quero, aqui e agora, falar sobre outros dois importantes pontos éticos: os Princípios e os Valores: Princípios: normas ou norteadores (conjunto de regras) que orientam as pessoas em diversas situações particulares ou funcionais. Cada sociedade forma, ao longo de sua existência, seus princípios. E não é por serem diferentes entre si, que podemos falar que um está correto e o seu antagônico errado. É preciso analisar o contexto onde estão inseridos, para perceber que para cada realidade determinou a concepção de seus próprios princípios. Valores: também são fundamentais para a harmonia de uma sociedade, assim como ocorre na formação dos princípios, os valores vão surgindo, crescendo, modificando ou ratificando, fortalecendo no decorrer do tempo, sendo transportados de geração em geração. Quanto mais aderente aos anseios das pessoas que compõe a sociedade, maior será o “valor social” de determinada situação. Podemos, desta forma, dizer que os valores ponderam as condutas e os caráteres de seus autores, seja o indivíduo, seja um grupo de pessoas. Diante dessas características, podemos concluir que princípios e valores éticos surgem à medida que novas demandas e situações são criadas, colocadas, presenciadas e vividas pela sociedade. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 12 Vamos, então, trazer alguns princípios éticos gerais e funcionais6, para ilustrar este Ponto de nossos estudos, já os aplicando às condutas dos agentes públicos: Princípios Éticos Gerais Probidade: baseia-se na conduta honesta e justa, onde o agente deve agir com integridade de caráter, retidão e honradez, procurando satisfazer o interesse geral e comum e descartando toda vantagem pessoal, quer para si, quer para terceiros; Prudência: baseia-se na atuação com capacidade sobre os assuntos tratados. O agente, no exercício de suas atribuições, deve inspirar confiança em seus superiores hierárquicos e na sociedade. Evitando atitudes que comprometam a finalidade de suas ações e atribuições. Virtude que nos faz prever e evitar as faltas e os perigos e que nos leva a conhecer e praticar o que nos convém. Cautela, precaução. Idoneidade: conjunto de qualidades que distinguem o indivíduo, pela boa prática dos deveres e costumes, dignificando-o no conceito público. Temperança: baseia-se no desempenho de suas atribuições com moderação e sobriedade. O agente deve utilizar das prerrogativas inerentes de seu cargo/função e os meios de que dispõe visando unicamente a correta e eficaz execução de suas atribuições e cumprimento de seus deveres e metas. Respeito: o agente não deve discriminar ou permitir a discriminação de qualquer natureza. Também não deve destratar, ameaçar, oprimir, constranger, caluniar ou desqualificar quem quer que seja. Ou seja, deve, sempre, tratar as pessoas com respeito. Responsabilidade: é imprescindível que o agente cumpra suas atribuições e deveres com responsabilidade. Ou seja, ele deve responder pelos próprios atos. 6 Em virtude do forte caráter didático do Código de Conduta do Banestes S.A., o utilizaremos para embasar as sintéticas explicações dos princípios éticos trazidas neste Capítulo de nossa aula. Tambémbuscaremos verbetes no dicionário online Michaelis. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 13 Princípios Éticos Funcionais Lealdade: o agente público deve lealdade ao órgão ou entidade na qual esteja lotado. Capacitação: o agente deve se capacitar para desempenhar suas atribuições (responsabilidade compartilhada pelo próprio órgão/entidade), mantendo-se atualizado, conforme estudamos no Código de Ética. Discrição / Sigilo: baseia-se na guarda de informações e fatos que o agente teve conhecimento no exercício de suas atribuições e/ou em consequências delas. Hierarquia: o agente deve respeitar a hierarquia da estrutura pública à qual esteja subordinado, cumprindo as ordem recebidas de seus superiores, desde que devidamente legais e a favor do interesse público (também estudamos isto no Código de Ética). Cooperação: o agente, visando minimizar, neutralizar ou superar dificuldades encontradas no dia-a-dia, deve auxiliar seus colegas de trabalho. Cooperar é colaborar, visando uma prestação de serviços públicos ágil e eficaz: é um auxílio para um fim comum – solidariedade. Tolerância: em virtude dos diversos e diferentes tipos de pessoas que necessitam dos serviços públicos, o agente deve ser paciente e tentar compreender cada demanda e cada cidadão que se apresente a ele. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 14 ÉTICA E DEMOCRACIA: EXERCÍCIO DA CIDADANIA e ÉTICA E FUNÇÃO PÚBLICA Ética e democracia: exercício da cidadania Vamos, primeiramente, entender o que é cidadania, já que a maioria dos dicionários a definem como “qualidade de cidadão” ou “estado de cidadão”. Então o que significa cidadão? R: Indivíduo no gozo de direitos e submetido a deveres, no âmbito civil e político, de um Estado. Luis Carlos Ludovikus, professor da Escola do Legislativo da Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais, em seu estudo “Ética e Cidadania”7, define: “Da Cidadania Ninguém nasce cidadão, mas torna-se cidadão pela educação. Porque a educação atualiza a inclinação potencial e natural dos homens à vida comunitária ou social. Cidadania é, nesse sentido, um processo. Processo que começou nos primórdios da humanidade e que se efetiva através do conhecimento e conquista dos direitos humanos, não como algo pronto, acabado; mas, como aquilo que se constrói. Assim como a ética a cidadania é hoje questão fundamental, quer na educação, quer na família e entidades, para o aperfeiçoamento de um modo de vida. Não basta o desenvolvimento tecnológico, científico para que a vida fique melhor. É preciso uma boa e razoável convivência na comunidade política, para que os gestos e ações de cidadania possa estabelecer um viver harmônico, mais justo e menos sofredor.” E conclui seu estudo dizendo: “De forma que, uma comunidade política sem ética e cidadania está fadada não só ao autoritarismo, mas também, à prática da corrupção e artimanhas de favoritismo de toda espécie. Por isto, tanto o apelo pela ética pensada na emergência do sujeito ético, e não simplesmente em códigos de ética; quanto, a 7 CARVALHO, Luis Carlos Ludovikus Moreira de. Ética e Cidadania. Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Belo Horizonte. 2003 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 15 necessidade de ações de cidadania, que busquem concretizar direitos são os modos mais eficazes e eficientes, nos dias de hoje, para que a comunidade política possa ser o lugar privilegiado da autonomia e auto realização dos indivíduos e da própria comunidade. Depreende-se, então que se faz necessário ter uma consciência individual para que se possa ser responsável socialmente. Em outras palavras, a responsabilidade individual é que vai garantir uma ética, fundada em princípios e valores que norteiem o viver em comunidade. Entretanto, não podemos pensar que é o sujeito moral imiscuído na sua individualidade, que irá fundar uma ética. Pois, neste caso, o que pode ser moral para um, pode não ser imoral para outro. Faz-se necessário um salto do individual para o coletivo, do privado para o público, do particular para o universal. Mas, isto não quer dizer que se exija que sejamos Sócrates, Cristo, Ghandi, Buda; ou Tiradentes, Antônio Conselheiro, Zumbi. Podemos, simplesmente fazer como alguns negros fizeram nos Estados Unidos. A lei os proibia de entrar em bares, eles entravam assim mesmo. Até que um dia aquela lei virou lixo. Então, é preciso fundar a responsabilidade individual numa ética construída e instituída tendo em mira o bem comum, ou seja, visando a formação do sujeito ético, porque aí é possível a síntese entre ética e cidadania, no qual possa prevalecer muito mais uma ética de princípios, do que uma ética do dever. Ou seja, a responsabilidade individual deverá ser portadora de princípios e não de interesses particulares. Somente assim, o sujeito ético norteará um novo modo de viver e um novo sentido ético, para que os humanos alcancem a felicidade terrena.” Assim, dizemos que a ética e a moral têm grande influência na cidadania de um Estado, por estarem ligadas à conduta de seus cidadãos. E podemos concluir que um país com fortes bases éticas e morais apresenta, por consequência lógica e imediata, uma forte cidadania difundida e incorporada por seus cidadãos. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 16 Ética e função pública A ética na gestão pública pode ser entendida como o somatória das regras de conduta estabelecidas para a atuação da Administração Pública. Desta forma, a ética apresenta, no âmbito da gestão pública, a interligação entre o Estado e a sociedade, inclusive, quanto ao exercício da cidadania. O Estado, sendo um ser ético-político, não pode restringir a atuação de seus agentes públicos ao princípio da legalidade, sendo obrigatória a inclusão do elemento ético no desempenho das funções públicas. Como veremos no próximo item, nossa Lei Maior consagra, expressamente, os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência como norteadores da conduta administrativa. Portanto, para total atendimento da das premissas do princípio da moralidade, é preciso trazer como norteador da conduta dos agentes públicos a observância da moral pública, dos bons costumes e do senso comum. Se buscarmos um trecho dos Parâmetros Curriculares Nacionais, podemos relacioná-lo tanto à ética, tanto no exercício da cidadania, quanto no exercício da função pública por seus agentes. Confiram comigo: “Os Parâmetros Curriculares Nacionais, ao propor uma educação comprometida com a cidadania, elegeram, baseados no texto constitucional, princípios segundo os quais orientar a educação escolar: Dignidade da pessoa humana: Implica respeito aos direitos humanos, repúdio à discriminação de qualquer tipo, acesso a condições de vida digna, respeito mútuo nas relações interpessoais, públicas e privadas. Igualdade de direitos: Refere-se à necessidade de garantir a todos a mesma dignidade e possibilidade de exercício de cidadania. Para tanto há que se considerar o princípio da eqüidade, isto é, que existem diferenças (étnicas, culturais, regionais, de gênero, etárias, religiosas, etc.) e desigualdades (socioeconômicas) que necessitam ser levadasem conta para que a igualdade seja efetivamente alcançada. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 17 Participação: Como princípio democrático, traz a noção de cidadania ativa, isto é, da complementaridade entre a representação política tradicional e a participação popular no espaço público, compreendendo que não se trata de uma sociedade homogênea e sim marcada por diferenças de classe, étnicas, religiosas, etc. Co-responsabilidade pela vida social: Implica partilhar com os poderes públicos e diferentes grupos sociais, organizados ou não, a responsabilidade pelos destinos da vida coletiva. É, nesse sentido, responsabilidade de todos a construção e a ampliação da democracia no Brasil. Para finalizar mais este tópico, quero trazer a definição de accountability, que é muito utilizada para caracterizar a conduta dos agentes públicos, sob a luz da moral e da ética: Accountability não possui uma tradução literal para o português, sendo utilizada para se referir à obrigação dos agentes públicos em prestar contas a instâncias controladoras ou a seus representados. Não se trata apenas de prestar contas em termos financeiros e quantitativos, mas de auto-avaliar a gestão pública, propiciando transparência aos administrados. Percebam a importância desta obrigação de prestar contas para quem exerce função pública e, assim, tem seus salários e subsídios, conforme o caso, arcados pelo dinheiro dos contribuintes. Accountability é um conceito da esfera ética com significados variados: responsabilidade civil, imputabilidade, obrigações e prestação de contas. Costuma-se falar em 2 tipos de accountability : Vertical (conceito original e clássico): controle, por parte a população, dos atos de seus governantes e agentes públicos; Horizontal: controle interno, dentro do aparelho estatal, composto por uma rede de agências interligadas que se comuniquem com regularidade para permitir o controle permanente da administração pública e da gestão dos recursos públicos. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 18 PLURALIDADE ÉTICA O tema Pluralidade Ética não é recente. No ano de 2000, o CESPE, na prova para Auditor Fiscal do INSS, já trazia um texto relacionado a essa questão. Confiram: Pluralidade ética, convenhamos, é antes de tudo uma condição de possibilidade da faculdade humano-natural de desejar. Faculdade por lei da qual podemos viver para sentidos ou finalidades imaginárias (éticas), que parecem a priori como um Bem para nós, e, portanto, como condição de uma Vida Boa. Assim, é porque podemos aspirar a uma Vida Boa - e não apenas à vida em si mesma -, exatamente por isso é que podemos postular a imanência da possibilidade da pluralidade no mundo moderno. Pluralidade ética, deduz-se então, é essa possibilidade intrínseca de viver para finalidades (valores, desejos) múltiplas, e portanto, para vários sentidos de Vida Boa. Em outros termos, pluralidade é também a possibilidade da diferença entre as ordens de valores, entre as motivações subjetivo-imaginárias para a vida. Pressente-se, desde logo, que a prática pluralista é também a mais adequada a um amplo exercício da liberdade. Se o ser livre se põe pela criação de valores, e se essa capacidade de criação é intrinsecamente múltipla - uma fonte ilimitada de diferenças - , então assumir o pluralismo como norma prática é o modo mais adequado de fundação de um agir humano sempre aberto à criatividade, à diferença, à transcendência, à história e, em suma, à liberdade. N. Levy. “Uma reinvenção da ética socialista”. in: Ética. Companhia das letras, 1992, p. 167 (com adaptações) Na pluralidade ética são admitidas diferentes valores morais, que podem variar em função de diversos componentes, características e evoluções de cada sociedade. Aspectos religiosos, culturais, raciais, sexuais, educacionais e regionais, dentre outros, influenciam, diretamente, na construção e consolidação dos valores morais e éticos de cada comunidade de convívio humano. Precisamos compreender a importância e o sentido da pluralidade ética no mundo contemporâneo, relacionando-a com o respeito às diversas identidades sociais e culturais. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 19 O professor de Bioética e Ética Médica da Faculdade de Medicina do Porto/Portugal, Daniel Serrão cita a pluralidade ética para analisar previamente determinadas questões biomédicas no plano internacional e no âmbito da normatividade interna. Tal citação nos ajuda a compreender a extensão da interferência dessa pluralidade nas diversas esferas e campos de atuação das sociedades humanas. Confiram comigo os ensinamentos de Serrão: Nas sociedades com organização democrática e nos organismos de coordenação internacional com preocupações éticas, como a UNESCO ou o Conselho da Europa, vigora um conceito de pluralidade ética que pressupõe que não há valores nem juízos morais que sejam universalmente aceitos por todos os cidadãos de um país ou por todos os Estados da Organização das Nações Unidas. Os valores essenciais para a garantia da coesão social de um Estado democrático passam a ser normas jurídicas segundo a regra da maioria - seu cumprimento é obrigatório e seu descumprimento, sancionado. Todos os valores e juízos morais não contemplados no ordenamento jurídico de um Estado de Direito Democrático estão abertos à opção livre dos cidadãos, no quadro do que se chama relativismo cultural. Como não há critérios objetivos para se poder afirmar que uma cultura é “melhor” que outra, o fundamentalismo cultural é inaceitável no plano ético. Contudo, como recentemente salientava Sören Holm, o relativismo cultural não nos deve fazer aceitar culturas nas quais a intolerância é um valor socialmente estimado ou culturas que, por princípio, não aceitam os Direitos do Homem como valores universais.8 Percebam, a partir desses ensinamentos do mestre lusitano, que mesmo a pluralidade ética não é absoluta e permite que tracemos limites, objetivando evitar a completa e total inversão dos valores morais e éticos universalmente aceitos pela população mundial. Ou seja, a pluralidade ética não pode admitir, por exemplo, que sacrifícios humanos sem justificativas plausíveis e coerentes sejam realizados e considerados morais e éticos, somente pelo fato desses rituais estarem embasados em tradições regionais e culturais. 8 SERRÃO, Daniel. O Estatuto do Embrião. Revista Bioética. V. 11, n.2, 2003. Página 111. (Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/183/187, acesso em jan/2015) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 20 A pluralidade ética impõe a compreensão privada de vida boa9, pelo respeito e reconhecimento recíprocos de iguais liberdades com diferentes pontos de vista e modos de vida, como nos ensina Chamon Júnior: “reconhecimento recíproco e igual de direitos e espaços privados de construção, e público de manisfestação, de questões valorativas, de questões de vida boa”10 A modernidade agrega a esse processo de compreensão e aceitação da pluralidade ética um importante aspecto à medida que elege como fundamento de sua legitimidade a observância de iguais liberdades fundamentais. Assim, é preciso possibilitar e aceitar manifestaçõese reconhecimentos de formas particulares e diferentes de vida boa. Chamon Júnior lembra que não podemos definir uma hierarquização entre valores no contexto da pluralidade: “a abertura ao reconhecimento legítimo da pluralidade, seja na esfera pública, seja na esfera privada, pressupõe a não assunção de uma hierarquização de valores que se lança como pretendente de todos; afinal – e isto é que podemos reconstruir a partir de um pano de fundo moderno, no resgate da racionalidade perdida em nossa práxis e que, pois, há que ser retomada insistentemente e continuamente se ansiamos por uma construção legítima, válida em termos fortes, do Direito -, para reconhecermos iguais liberdades não podemos estabelecer como limites destes mesmos direitos a nossa compreensão daquilo que é bom. Do contrário, não estaríamos reconhecendo todos como capazes de iguais direitos: afinal teríamos um privilégio, qual seja, o de determinar, da nossa perspectiva parcial porque valorativa, aquilo que seria ‘bom’ ou o ‘bem’ aos outros, vedando a estes esse exato direito de decidirem acerca daquilo que eles entendem como mais valioso, como sua ‘melhor compreensão de vida boa’”.11 Mas, mesmo no pensamento acima, é preciso, como dissemos acima, existir limites e valores mínimos a serem respeitados em toda pluralidade ética. 9 Vida boa: concepções morais de um indivíduo acerca do que é justo ou correto. 10 CHAMON JÚNIOR, Lúcio Antônio. Teoria da argumentação jurídica: constitucionalismo e democracia em uma reconstrução das fontes do Direito Moderno. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008, página 102 11 CHAMON JÚNIOR, Lúcio Antônio. O direito de morrer pressupõe a garantia de compreensões privadas acerca de ‘morte boa’ e de ‘vida boa’, vez que codependentes.(In: FREIRE DE SÁ. Maria de Fátima. Direito de morrer: eutanásia, suicídio assistido. 2 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005) ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 21 ÉTICA E VIOLÊNCIA Em virtude da perfeita sintonia de nosso edital com a obra de Chaui, já citada na presente aula, vou transcrever a parte que a autora fala, exatamente, sobre Ética e Violência: ÉTICA E VIOLÊNCIA12 Quando acompanhamos a história das idéias éticas, desde a Antiguidade clássica (greco-romana) até nossos dias, podemos perceber que, em seu centro, encontra-se o problema da violência e dos meios para evitá-la, diminuí-la, controlá-la. Diferentes formações sociais e culturais instituíram conjuntos de valores éticos como padrões de conduta, de relações intersubjetivas e interpessoais, de comportamentos sociais que pudessem garantir a integridade física e psíquica de seus membros e a conservação do grupo social. Evidentemente, as várias culturas e sociedades não definiram e nem definem a violência da mesma maneira, mas, ao contrário, dão-lhe conteúdos diferentes, segundo os tempos e os lugares. No entanto, malgrado as diferenças, certos aspectos da violência são percebidos da mesma maneira, nas várias culturas e sociedades, formando o fundo comum contra o qual os valores éticos são erguidos. Fundamentalmente, a violência é percebida como exercício da força física e da coação psíquica para obrigar alguém a fazer alguma coisa contrária a si, contrária aos seus interesses e desejos, contrária ao seu corpo e à sua consciência, causando-lhe danos profundos e irreparáveis, como a morte, a loucura, a auto- agressão ou a agressão aos outros. Quando uma cultura e uma sociedade definem o que entendem por mal, crime e vício, circunscrevem aquilo que julgam violência contra um indivíduo ou contra o grupo. Simultaneamente, erguem os valores positivos – o bem e a virtude – como barreiras éticas contra a violência. Em nossa cultura, a violência é entendida como o uso da força física e do constrangimento psíquico para obrigar alguém a agir de modo contrário à sua natureza e ao seu ser. A violência é a violação da integridade física e psíquica, da dignidade humana de alguém. Eis por que o assassinato, a tortura, a injustiça, a mentira, o estupro, a calúnia, a má-fé, o roubo são considerados violência, imoralidade e crime. 12 CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, páginas 432 e 433. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 22 Considerando que a humanidade dos humanos reside no fato de serem racionais, dotados de vontade livre, de capacidade para a comunicação e para a vida em sociedade, de capacidade para interagir com a Natureza e com o tempo, nossa cultura e sociedade nos definem como sujeitos do conhecimento e da ação, localizando a violência em tudo aquilo que reduz um sujeito à condição de objeto. Do ponto de vista ético, somos pessoas e não podemos ser tratados como coisas. Os valores éticos se oferecem, portanto, como expressão e garantia de nossa condição de sujeitos, proibindo moralmente o que nos transforme em coisa usada e manipulada por outros. A ética é normativa exatamente por isso, suas normas visando impor limites e controles ao risco permanente da violência. RAZÃO, DESEJO E VONTADE Precisamos, sempre, buscar fontes de estudos que possam ser cobradas na prova. Vejam, novamente, um capítulo da obra de Chaui com o mesmo título de um tópico presente no conteúdo programático de nossa matéria no edital: RAZÃO, DESEJO E VONTADE13 A tradição filosófica que examinamos [...] constitui o racionalismo ético, pois atribui à razão humana o lugar central na vida ética. Duas correntes principais formam a tradição racionalista: aquela que identifica razão com inteligência, ou intelecto – corrente intelectualista – e aquela que considera que, na moral, a razão identifica-se com a vontade – corrente voluntarista. Para a concepção intelectualista, a vida ética ou vida virtuosa depende do conhecimento, pois é somente por ignorância que fazemos o mal e nos deixamos arrastar por impulsos e paixões contrários à virtude e ao bem. O ser humano, sendo essencialmente racional, deve fazer com que sua razão ou inteligência (o intelecto) conheça os fins morais, os meios morais e a diferença entre bem e mal, de modo a conduzir a vontade no momento da deliberação e da decisão. A vida ética depende do desenvolvimento da inteligência ou razão, sem a qual a vontade não poderá atuar. 13 CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, páginas 450 e 453. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 23 Para a concepção voluntarista, a vida ética ou moral depende essencialmente da nossa vontade, porque dela depende nosso agir e porque ela pode querer ou não querer o que a inteligência lhe ordena. Se a vontade for boa, seremos virtuosos, se for má, seremos viciosos. A vontade boa orienta nossa inteligência no momento da escolha de uma ação, enquanto a vontade má desvia nossa razão da boa escolha, no momento de deliberar e de agir. A vida ética depende da qualidade de nossa vontade e da disciplina para forçá-la rumo ao bem. O dever educa a vontade para que se torne reta e boa. Nas duas correntes, porém, há concordância quanto à idéia de que, por natureza, somos seres passionais, cheios de apetites, impulsos e desejos cegos, desenfreados e desmedidos, cabendo à razão (seja como inteligência, no intelectualismo, seja como vontade, no voluntarismo) estabelecer limites e controles para paixões e desejos. Egoísmo, agressividade, avareza, busca ilimitada de prazeres corporais, sexualidade sem freios, mentira,hipocrisia, má-fé, desejo de posse (tanto de coisas como de pessoas), ambição desmedida, crueldade, medo, covardia, preguiça, ódio, impulsos assassinos, desprezo pela vida e pelos sentimentos alheios são algumas das muitas paixões que nos tornam imorais e incapazes de relações decentes e dignas com os outros e conosco mesmos. Quando cedemos a elas, somos viciosos e culpados. A ética apresenta-se, assim, como trabalho da inteligência e/ou da vontade para dominar e controlar essas paixões. Uma paixão – amor, ódio, inveja, ambição, orgulho, medo – coloca- nos à mercê de coisas e pessoas que desejamos possuir ou destruir. O racionalismo ético define a tarefa da educação moral e da conduta ética como poderio da razão para impedir-nos de perder a liberdade sob os efeitos de paixões desmedidas e incontroláveis. Para tanto, a ética racionalista distingue necessidade, desejo e vontade. A necessidade diz respeito a tudo quanto necessitamos para conservar nossa existência: alimentação, bebida, habitação, agasalho no frio, proteção contra as intempéries, relações sexuais para a procriação, descanso para desfazer o cansaço, etc. Para os seres humanos, satisfazer às necessidades é fonte de satisfação. O desejo parte da satisfação de necessidades, mas acrescenta a elas o sentimento do prazer, dando às coisas, às pessoas e às situações novas qualidades e sentidos. No desejo, nossa imaginação busca o prazer e foge da dor pelo significado atribuído ao que é desejado ou indesejado. A maneira como imaginamos a satisfação, o prazer, o contentamento que alguma coisa ou alguém nos dão transforma ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 24 esta coisa ou este alguém em objeto de desejo e o procuramos sempre, mesmo quando não conseguimos possuí-lo ou alcançá-lo. O desejo é, pois, a busca da fruição daquilo que é desejado, porque o objeto do desejo dá sentido à nossa vida, determina nossos sentimentos e nossas ações. Se, como os animais, temos necessidades, somente como humanos temos desejos. Por isso, muitos filósofos afirmam que a essência dos seres humanos é desejar e que somos seres desejantes: não apenas desejamos, mas sobretudo desejamos ser desejados por outros. A vontade difere do desejo por possuir três características que este não possui: 1. o ato voluntário implica um esforço para vencer obstáculos. Estes podem ser materiais (uma montanha surge no meio do caminho), físicos (fadiga, dor) ou psíquicos (desgosto, fracasso, frustração). A tenacidade e a perseverança, a resistência e a continuação do esforço são marcas da vontade e por isso falamos em força de vontade; 2. o ato voluntário exige discernimento e reflexão antes de agir, isto é, exige deliberação, avaliação e tomada de decisão. A vontade pesa, compara, avalia, discute, julga antes da ação; 3. a vontade refere-se ao possível, isto é, ao que pode ser ou deixar de ser e que se torna real ou acontece graças ao ato voluntário, que atua em vista de fins e da previsão das conseqüências. Por isso, a vontade é inseparável da responsabilidade. O desejo é paixão. A vontade, decisão. O desejo nasce da imaginação. A vontade se articula à reflexão. O desejo não suporta o tempo, ou seja, desejar é querer a satisfação imediata e o prazer imediato. A vontade, ao contrário, realiza-se no tempo; o esforço e a ponderação trabalham com a relação entre meios e fins e aceitam a demora da satisfação. Mas é o desejo que oferece à vontade os motivos interiores e os fins exteriores da ação. À vontade cabe a educação moral do desejo. Na concepção intelectualista, a inteligência orienta a vontade para que esta eduque o desejo. Na concepção voluntarista, a vontade boa tem o poder de educar o desejo, enquanto a vontade má submete-se a ele e pode, em muitos casos, pervertê-lo. Consciência, desejo e vontade formam o campo da vida ética: consciência e desejo referem-se às nossas intenções e motivações; a vontade, às nossas ações e finalidades. As primeiras dizem respeito à qualidade da atitude interior ou dos sentimentos internos ao sujeito moral; as últimas, à qualidade da atitude externa, das condutas e dos comportamentos do sujeito moral. Para a concepção racionalista, a filosofia moral é o conhecimento das motivações e intenções (que movem interiormente o sujeito moral) e dos meios e fins da ação moral capazes de concretizar ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 25 aquelas motivações e intenções. Convém observar que a posição de Kant, embora racionalista, difere das demais porque considera irrelevantes as motivações e intenções do sujeito, uma vez que a ética diz respeito à forma universal do ato moral, como ato livre de uma vontade racional boa, que age por dever segundo as leis universais que deu a si mesma. O imperativo categórico exclui motivos e intenções (que são sempre particulares) porque estes o transformariam em algo condicionado por eles e, portanto, o tornariam um imperativo hipotético, destruindo-o como fundamento universal da ação ética por dever. LIBERDADE, AUTONOMIA DO SUJEITO E A NECESSIDADE DAS NORMAS Primeiramente, trarei um conceito de liberdade em sentido ético, retirado do Dicionário Básico de Filosofia, de JAPIASSÚ e MARCONDES: LIBERDADE (lat. libertas) 14 Condição daquele que é livre. Capacidade de agir por si mesmo. Autodeterminação. Independência. Autonomia. [...] 2. Em um sentido ético, trata-se do direito de escolha pelo indivíduo de seu modo de agir, independentemente de qualquer determinação externa. "A liberdade consiste unicamente em que, ao afirmar ou negar, realizar ou enviar o que o entendimento nos prescreve, agimos de modo a sentir que. em nenhum momento, qualquer força exterior nos constrange" (Descartes). É discutível, do ponto de vista filosófico, se o homem teria realmente a liberdade em um sentido absoluto, dados os condicionamentos biológicos, psicológicos e sociais que o limitam. Kant considera que a liberdade é a ação em conformidade com a lei moral que nos outorgamos a nós mesmos. A liberdade implica assim a responsabilidade do indivíduo por seus próprios atos. Sartre, em sua perspectiva existencialista, crê que o homem é livre: "porque somos aquilo que fazemos do que fazem de nós". Haveria sempre a possibilidade de escolha a partir da condição em que nos encontramos, porque o homem nunca é um ser acabado, predeterminado. Ainda segundo Sartre: "não há diferença entre o ser do homem e seu ser livre". 14 In JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001, pag. 119 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 26 Como Autonomia, que também aparece no título desse capítulo de nossa aula, surgiu na definição acima transcrita, vamos buscar15 algumas notas presentes em seus verbetes. Autonomia: Liberdade moral; Liberdade intelectual; Qualidade ou estado de autônomo. E ao pesquisarmos autônomo, na mesma fonte, obtemos: Que não está sujeito a potência estranha, que se governa por leis próprias; Independente; Livre; Que professa as próprias opiniões. Para Kant, o sujeito é capaz de agir movido por um único condicionamento, qual seja, a razão: Autonomia – lei ou norma do mesmo – consiste, então, em determinar suas próprias leis, não como um sujeito empírico, condicionado pelo ambiente ou por suas paixões, mas como umsujeito transcendental, condicionado apenas pela razão, que é universal e necessária.16 Contrapondo ao conceito do sujeito autônomo, temos o heterônomo: Sujeito à vontade de outrem; Subordinado ou sujeito a uma lei exterior. Então, chegamos ao ponto de interseção questionado pelo item de nosso edital: Liberdade (autonomia do sujeito) X Necessidade das Normas Por mais que sejamos adeptos e propensos a buscar uma sociedade com total liberdade de ação de seus indivíduos, é necessário o estabelecimento, nem que seja mínimo, de limites às liberdades individuais. Podemos dizer que se trata de um preço a ser pago para viabilizar a convivência humana. 15 Fonte: Dicionário Online Michaelis.Uol (disponível em http://michaelis.uol.com.br) 16 In JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001 ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 27 Nossa condição natural e cultural, objetivando a não implantação da lei do mais forte (muito observada no mundo animal irracional), determina que estabeleçamos códigos de conduta, normas e valores que devem ser respeitados por todos. Não há sociedade humana nem convivência harmônica, ordenada e pacífica sem esses códigos de direitos e deveres, coerentes e compatíveis com cada convivência humana, sendo suportada pelos valores morais legitimamente aceitos por seus indivíduos. Buscando a estudada pluralidade ética, chegamos à conclusão imediata e lógica que existem diversos e característicos códigos, aderentes a sua respectiva sociedade humana. Na visão ética, os juízos de valor também normativos. Eles ditam normas que determinam o “dever-ser” de nossas condutas, atos, comportamentos e, até mesmo, de nossos sentimentos. As normas decorrentes dos juízos de valores éticos buscam critérios sob a ótica do bem e do mal, do certo e do errado, do justo e do injusto, dentre outros. É interessante percebermos que a autonomia do sujeito pode, inclusive, alterar ou provocar a mudança das normas existentes, à medida que essas não mais traduzem os valores de sua sociedade. Assim, a autonomia do sujeito buscará garantir a liberdade de expressão, o reconhecimento e a legitimação de novas identidades sociais e políticas surgidas em seu convívio. Depois de passarmos pelos tópicos de nosso edital, já podemos nos aventurar no simulado final, que comporá nossa Aula 3 e nos ajudará a irmos nos familiarizando com a forma de cobrança da matéria aqui estudada. ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 28 Antes, porém, duas interessantes charges sobre Ética (de autoria de Ivan Cabral17), para que reflitamos um pouco sobre os rumos que nosso país sinaliza no campo da ética e da moral: Temos o dever de mudar tal cenário! 17 Fonte: http://www.ivancabral.com ÉTICA PARA AUDITOR DA CGE/MT – TEORIA E EXERCÍCIOS Aula 02 Professor: HENRIQUE CAMPOLINA www.pontodosconcursos.com.br | Prof. Henrique Campolina 29 BIBLIOGRAFIA ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. O Princípio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: Lê, 1991. Dicionário Online Michaelis (www.michaelis.uol.com.br) Código de Conduta do Banestes S.A. (www.banestes.com.br) ZAJDSZNAJDER, Luciano. Ser ético. Rio de Janeiro: Gryphus, 1994. CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000. SERRÃO, Daniel. O Estatuto do Embrião. Revista Bioética. V. 11, n.2, 2003. Disponível em: http://revistabioetica.cfm.org.br/index.php/revista_bioetica/article/view/183/187, acesso em janeiro/2015 CHAMON JÚNIOR, Lúcio Antônio. Teoria da argumentação jurídica: constitucionalismo e democracia em uma reconstrução das fontes do Direito Moderno. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. CHAMON JÚNIOR, Lúcio Antônio. O direito de morrer pressupõe a garantia de compreensões privadas acerca de ‘morte boa’ e de ‘vida boa’, vez que codependentes. In: FREIRE DE SÁ. Maria de Fátima. Direito de morrer: eutanásia, suicídio assistido. 2 ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2005. CARVALHO, Luis Carlos Ludovikus Moreira de. Ética e Cidadania. Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2003 (www.almg.gov.br). JAPIASSÚ, Hilton; MARCONDES, Danilo. Dicionário Básico de Filosofia. 3ª ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2001.
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