Síntese Marteleto

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Faculdade de Ciência da Informação 
 
Estudante: Leonardo Marçal Matrícula: 16013499 
Matéria: Bibliometria 
Título do Trabalho: Síntese 
Professor: João Maricato 
Data: 25/01/2018 
 
MARTELETO, Regina Maria. Análise de redes sociais - aplicação nos estudos 
de transferência da informação. Ci. Inf. [online]. 2001, vol.30, n.1, pp.71-81. ISSN 
0100-1965. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-19652001000100009. 
 
O artigo proposto visa a discussão da aplicação de uma metodologia nas 
análises de redes sociais voltadas para os estudos de fluxo e transferência das 
informações. A pesquisa foi realizada juntamente com os movimentos sociais 
nos subúrbios da Leopoldina um bairro na cidade do Rio de Janeiro. 
 Apresenta como base os estudos sobre a transferência de informação em 
redes de movimentos sociais. Com tudo foi realizada a metodologia de análise 
de Redes Sociais, seu objetivo era perceber os fluxos de informação e as 
possíveis construções sociais e sua simbolização nos grupos estudados. A visão 
geral do estudo teve como base a compreensão da informação e a comunicação 
como peças-chave na mobilização nos movimentos sociais. 
 Para tanto como referencial temos a ideia de Leroy-Pineau em que 
embasa as redes em sua utilização estática e utilização dinâmica, de forma geral 
a estática visa a exploração da rede em toda sua estrutura. Já a dinâmica foca-
se no sistema englobado na rede tornando-se uma estratégia de ação com a 
finalidade de gerar instrumentos na captação de recursos. 
 As redes sociais consistem de elementos ou atores, também chamados 
de laços, que estabelecem uma relação/interação entre si. A análise dessas 
redes possibilita encontrar padrões e elementos, de sorte, as redes sociais não 
tem hierarquia e o comportamento social denota-se em seu resultado em seu 
envolvimento na estrutura das relações e interações sociais. Pode-se dizer que 
a rede influência nas tomadas de decisões. 
 Notamos que a Análise de redes pode ser aplicada no estudo de 
diferentes situações e questões sociais. Ela é o meio para realizarmos uma 
análise estrutural com o objetivo de mostrar em que forma da rede se explica os 
fenômenos analisados. Por sua vez esta análise rejeita as tentativas de explicar 
o comportamento humano através de seus atores, também chamados de laços 
ou nó. 
 Vale ressaltar que a análise de uma interação ou comumente chamada 
díade só tem significação se houver relação com outros conjuntos de interações, 
isso acontece, pois, a posição estrutural da rede tem necessariamente um efeito 
sobre sua forma, seu conteúdo e até a sua própria função. Contextualizando 
neste sentido a função das relações dependerá da posição estrutural da união 
dos elos. 
 De certo modo o estudo da informação através das redes sociais significa 
considerar as relações de poder em sua organização visando compreender até 
que ponto a dinâmica do conhecimento e da informação interfere nesse 
processo. Uma vez que as redes não possuem limites naturais e não precisam 
estar conectadas, quando desconectadas podem ser definidas como aquelas 
nas quais os nós ou os atores não podem ser alcançados, quando isso ocorre 
denomina-se fragmentos. 
 As redes dos movimentos sociais designam em geral um tipo de ação 
coletiva sendo orientada para a mudança, neste sentido, os movimentos sociais 
surgem em consequência das desigualdades sociais, na busca pela justiça e 
melhores condições de vidas e direitos sociais. 
 As redes de movimentos sociais analisadas em Leopoldina objetivam à 
mobilização de materiais e recursos com a finalidade de intervir no quadro das 
condições de vida da população, estando fundamentada nos princípios e 
práticas da educação popular e da saúde. 
 Os indivíduos da pesquisa foram indicados a partir do elenco de pessoas 
que têm algum envolvimento nos movimentos, assim como algumas instituições 
(ONGs) que atuam em trabalhos comunitários na região. No estudo foi levado 
em conta a análise da estrutura e dinâmica das redes, os elos foram desenhados 
conforme a indicação. Neste processo metodológico foram estabelecidos dois 
caminhos, o primeiro categorizado “campo social”, considerando as 
características pessoais dos atores, o outro foi a “relação dos atores” dada a 
partir da análise de redes. 
 Assim foi elaborado um sociograma das redes sociais envolvidas na 
pesquisa, e a contextualização se deu conforme o pertencimento dos autores em 
sua comunidade, ONG, academia e etc. O recorte da pesquisa foi realizado entre 
1997 e 1998. Porém a rede transmutável, ou seja, nunca deixa de se 
movimentar, fazer novos contatos e fortalecer ou até mesmo enfraquecer os 
elos. 
 Foram encontrados 44 elos e 132 ligações, como possíveis interações 
entre os atores a rede pode traçar 1.897 elos potenciais. Nas possibilidade 
metodológica foram selecionados dois conceitos os cliques e a centralidade, 
sendo que os cliques em qualquer rede social, parte dos elos mantêm certa 
relação mais estreitas ou íntimas, eles representam uma instituição ou um grupo 
específico, o objetivo é identificar a movimentação em torno de um determinado 
problema. 
 A centralidade visa o cálculo de um ator identificando a posição em que 
se encontra em relação ás trocas e a comunicação na rede. Ela realiza um juízo 
de poder sendo que quanto mais central é um indivíduo, mais bem posicionado 
ele está em relação às trocas e a comunicação. Denota-se que a centralidade é 
a posição de um indivíduo em relação aos outros.