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INSTITUTO FEDERAL DO CEARÁ CAMPUS QUIXADÁ NOTAS DE AULA AUDITORIA AMBIENTAL 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3 2. MEIO AMBIENTE .................................................................................................................... 6 2.1 MEIO AMBIENTE NATURAL, ARTIFICIAL ........................................................................ 6 3. AUDITORIAS AMBIENTAIS ..................................................................................................... 7 4. CLASSIFICAÇÃO DAS AUTIDORIAS ....................................................................................... 10 5. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA ....................................................................................... 15 5.1 A PRÉ-VISITA: procedimentos ..................................................................................... 15 5.2 A VISITA: procedimentos ............................................................................................. 17 5.3 A PÓS-VISITA: Procedimentos ..................................................................................... 18 6. AUDITORIAS AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO NACIONAL ......................................................... 22 7. RESPONSABILIADE LEGAL DOS AUDITORES AMBIENTAIS ................................................... 22 8. AUDITORIAS AMBIENTAIS NO ÂMBITO DO CONAMA ........................................................ 22 9. AUDITORIAS AMBIENTAIS REGIDAS PELA ISO ..................................................................... 22 10. NORMAS JURÍDICAS ESTADUAIS CONCERNENTES ÀS AUDITORIAS AMBIENTAIS .......... 22 11. NORMAS JURÍDICAS DO CEARÁ CONCERNENTES ÀS AUDITORIAS AMBIENTAIS ............ 22 1. INTRODUÇÃO De acordo com a NBR ISO 14010 (1996), auditoria ambiental é um processo sistemático e documentado de verificação, executado para obter e avaliar de forma objetiva, evidências de auditoria para determinar se as atividades, eventos, sistema de gestão e condições ambientais especificados ou as informações relacionadas a estes, estão em conformidade com os critérios de auditoria e, para comunicar os resultados deste processo ao cliente. A figura 1 ilustra o fluxo da auditoria. Figura 1 – Fluxo esquemática da auditoria ambiental A auditoria ambiental é um instrumento que determina a natureza e a extensão de todas as áreas de impacto ambiental de uma atividade existente. A auditoria identifica e justifica as medidas apropriadas para reduzir as áreas de impacto, estima custos dessas medidas e recomenda um calendário para sua implementação. Historicamente, a auditoria ambiental surge nos Estados Unidos, no final da década de 70. As empresas norte americanas viam a auditoria ambiental como uma ferramenta de gerenciamento para identificar, de forma antecipada, os problemas provocados por suas operações. Era um meio de minimizar os custos envolvidos em um reparo, reorganização, saúde e reinvindicações. Muitas empresas aplicavam Auditoria Ambiental Eventos Sistemas de gestão Condições ambientais Conformidade Critérios de auditoria Sistemático Verificador Documentado Relatório a auditoria ambiental para se prepararem para inspeção da EPA e melhorar duas relações com esse órgão ambiental. O papel da EPA mudou com o tempo em relação as auditorias ambientais: a. 1980 – Para qualquer empresa que causasse dano ao meio ambiente, era requerida a auditoria ambiental. b. 1981 – a auditoria ambiental passou a ser vista como atividade voluntária e dava incentivo às empresas que adotassem essa prática. Oferecia agilidade nos processos de licenças e diminuição no número de visitas de fiscalização. c. Incentivava a utilização voluntária das auditorias mas não oferecia incentivos. Na Europa, em 1995, a auditoria ambiental começou a ser utilizada na Holanda, nas filiais norte americanas. Em seguida essa prática disseminou-se por Reino Unido, Noruega e Suécia, também sob influência das matrizes norte – americanas. Em 1992, no Reino Unido, que surge a primeira norma de gestão ambiental. Após, outros países como França e Espanha também apresentam suas normas de Sistema de Gestão Ambiental (SGA). No Brasil, surge por meio de legislação, no início da década de 90. Em 1994, a discussão se amplia mundialmente com a divulgação dos projetos de norma dentro da séria ISSO 14000. Em 1996, esses projetos alcançam a categoria de normas internacionais sendo adotadas pelos países participantes da ISSO. No Brasil, a ABNT apresentou em 1996, as normas NBR ISSO 14010 , 14011 e 14012 referentes à auditorias ambientais. Segundo a EPA, a auditoria ambiental foi definida como instrumento de gestão sistemática, documentada, periódica e objetiva de como a organização, a gestão e o equipamento ambiental estão a atuar, com o objetivo de ajudar a salva guardar o ambiente: a. Facilitando o controle administrativo b. Estabelecendo concordância com as políticas da companhia. Então, a auditoria ambiental é uma atividade orientada para verificar o desempenho da empresa. Realiza verificações, avaliações e estudos destinados a determinar os níveis efetivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental provocadas por suas atividades. Exemplo: a. Uso, manuseio e transporte de produtos controlados. b. Estação de tratamento de água c. Estação de tratamento de esgoto d. Sistemas de controle de poluição Quando levada a sério a auditoria ambiental pode auxiliar na melhoria da performance da empresa. 2. MEIO AMBIENTE O meio ambiente deve ser bem compreendido pelo auditor, uma vez que será analisada a consequência de determinada atividade ou produto sobre o meio ambiente. Os trabalhos de auditoria ambiental geralmente são pautados no ambiente natural, mas dependendo da política ambiental da organização auditada a auditoria poderá abranger mais de uma interface de meio ambiente. Assim, torna-se importante estudar os meios ambientes natural, artificial, cultural e do trabalho. A ABNT NBR ISO 14001:2004 conceitua meio ambiente como: “circunvizinhança em que uma organização opera, incluindo-se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter-relações”. No entanto, o conceito mais aceito é o da Política Nacional do Meio Ambiente que diz : “Conjunto de condições , leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.” O meio ambiente não pode ser considerado apenas o solo, recursos hídricos, espaço atmosférico, fauna ou flora, mas tudo o que circula o ser humano, tendo em vista a importância à sadia qualidade de vida das pessoas. 2.1 MEIO AMBIENTE NATURAL, ARTIFICIAL O meio ambiente natural acontece independente da atuação do homem. Constitui-se por solo, subsolo, água, ar, flora e fauna. Aquele construído da interação do homem com o meio natural é o meio ambiente artificial construído (urbanismo, paisagismo, zoneamento). Para Fiorillo (2006) “o meio ambiente artificial é compreendido pelo espaço urbano construído, consistente no conjunto de edificações e pelos equipamentos denominados públicos. Dessa forma, todo o espaço construído, bem como todos os espaços habitáveis pela pessoa humana, compõem o ambiente artificial.” 3. AUDITORIAS AMBIENTAIS As primeiras noras de auditoria foram ditadas pelo American Institute of Accountants (AIA), em 1917, posteriormente transformou-se em AmericanInstitute of Certified Public Accountants (AICPA). Em 1954, o AICPA aprovou normas de auditoria geralmente aceitas, sendo divididas em normas gerais, normas relativas ao trabalho de campo e normas para elaboração de relatórios. Outros órgãos editam normas de auditoria, são eles: International Federation Accountants (IFAC), International Organization os Supreme Audit Institutions (INTOSAI), General Accounting Office (GAO). As normas editadas por eles são relativas, geralmente, ao profissional Auditor, as técnicas e procedimentos do profissional e parecer final dos auditores. A origem da palavra Auditoria é latina audire (aquele que ouve) e os ingleses usavam como auditing, no sentido de revisar, examinar, corrigir, ajustar, certificar. As primeiras auditorias eram corretivas com o objetivo de assegurar aos proprietários que os empregados controlavam corretamente as contas, tratava-se de uma auditoria meramente contábil. Hoje, a auditoria é vista como um conjunto de ações de assessoria, consultoria, aconselhamento à gestão, como é o caso das auditorias ambientais no momento em que o relatório apresenta as não conformidades e audita as medidas corretivas. A realização de auditorias exige um planejamento prévio que identifique os órgãos, entidades, programas e atividades que serão auditados em determinado período e os pontos que serão abordados. Pela própria definição de auditoria, que é um processo documentado de verificação para avaliar objetivamente se as condições ambientais especificadas ou informações relacionadas a estes estão em conformidade com os critérios de auditoria e para comunicar os resultados do processo. Os critérios de auditoria estão relacionados às políticas institucionais, normas internas e externas, guias de boas práticas, procedimentos em função dos quais o auditor compara as evidências da auditoria a cerca da matéria objeto dos trabalhos, sendo que os requisitos incluem a legislação ambiental e o desempenho ambiental. Os aspectos ambientais são os elementos das atividades que poderão estar diretamente relacionados com o meio ambiente. Em uma auditoria ambiental, os auditores chegarão às constatações ambientais, que são resultados da avaliação das evidências coletadas da auditoria e comparadas com os critérios de auditoria estabelecido. O desempenho ambiental são resultados mensuráveis da aplicação de uma gestão ambiental sistemática que, ao serem verificados chegam-se às conclusões de auditoria. Pode-se chamar essa conclusão de parecer profissional, que são alcançadas após evidências objetivas, através de análises de registros, documentos, observação das atividades, entrevistas com todos os envolvidos relacionados com o desenvolvimento do Sistema de Gestão Ambiental. A auditoria ambiental pode chegar a conclusões chamadas de não- conformidades, que descrevem os desvios negativos a respeito dos critérios de auditoria . Essas não-conformidades dividem-se em : a) Deficiências maiores, que afetam a qualidade dos resultados esperados e vinculam-se aos desvios de práticas originadas por controle de gestão eficiente. b) Deficiências menores, que são pontos negativos que poderão dar origem a deficiências maiores, por exemplo, se seguir certas instruções imprecisas. O trabalho de auditoria ambiental pode ser feito por uma equipe de auditores ou por um único. Um auditor pode ser independente ou pertencer ao quadro da empresa auditada, agindo em nome do órgão superior da gestão da empresa, que disponha de certas competências e suficientemente independente em relação às atividades que inspeciona para poder formular um juízo objetivo. Todos os auditores devem ser independentes em relação às atividades que examinam, para que possam agir com imparcialidade, não pode ser responsável pela matéria auditada, nem depender deste e nem ser superior imediato da matéria auditada. Para que o Sistema de Gestão Ambiental tenha pleno funcionamento, é importante a presença do auditor interno ou equipe de auditores internos, com atuação mais periódica da auditoria, com mais profundidade, objetivando o cumprimento de todas as metas estabelecidas pela política ambiental das organizações. Em uma auditoria de certificação existe a figura do auditor ambiental líder, que é a pessoa qualificada para gerenciar e efetuar auditorias. A NBR 14012 estabelece critérios de qualificação dos auditores líderes, devendo demonstrar completa compreensão e aplicação dos atributos e qualidades pessoais, necessários para assegurar a eficiência do processo de auditoria ambiental. Os clientes da auditoria são as organizações que solicitam auditoria. O cliente pode ser a própria empresa ou qualquer outra organização que tenha o direito de contratar a auditoria, como no caso em que um terceiro interessado contrata auditoria, com interesse em adquirir ou investir na empresa auditada. Ainda sobre os clientes, estes podem ser o governo, empresas, investidores e em sendo auditorias externas, ocorrem a pedido de determinada entidade ou organização que tem interesse em avaliar a situação ambiental de uma terceira empresa, normalmente em forma de conformidade legal. 4. CLASSIFICAÇÃO DAS AUTIDORIAS As auditorias ambientais só se consolidaram como instrumento autônomo de gestão somente a partir da década de 70, onde as auditorias voluntárias ganharam força nos Estados Unidos. Na época essas auditorias ajudavam a medir o desempenho ambiental do empreendimento e diminuía os riscos dos investidores. Graças a conferência de Estocolmo as legislações ambientais foram fechando o cerco contra a irresponsabilidade ambiental, cobrando das organizações um cuidado maior com o impacto das suas atividades industriais. Em 1991 a Câmara de Comércio Internacional (ICC) lançou a CARTA EMPRESARIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL durante a Segunda Conferência Mundial da Indústria. Segundo a carta, a transparência também é um ingrediente importante, pois os empregados, acionistas e o público em geral devem ter acesso às informações sobre como o empreendimento afeta a natureza. Graças a popularização do ambientalismo, as auditorias ganharam novas formas, tipos para as mais diversas necessidades como desde comparar os princípios da política ambiental com seus resultados, investigar a dimensão dos impactos ambientais ou, verificar se estão sendo cumpridas à risca as leis que refém as atividades do setor. De acordo com Barbieri (2007) existem sete modelos de auditorias à disposição do gestor ambiental (Figura 1). Figura 1 – Modelos de auditorias ambientais Fonte: Adaptado de Barbieri (2007) Vamos às definições: a) Auditorias de conformidade, em que busca a adequação com a legislação e os regulamentos aplicáveis. Não somente com as normas jurídicas ambientais estabelecidas pelo poder público, mas também em normas criadas pela própria auditada, em que será analisado o cumprimento de políticas, diretrizes, regras, procedimentos estabelecido por Normas, instituídas ou não pelo órgão ou entidade responsável pela ação investigada. b) Auditorias de desempenho ambiental, cumprir a lei não é o bastante, é preciso implantar políticas próprias capazes de reduzir ou até neutralizar os efeitos nocivos de algumas atividades. Busca-se examinar as ações da auditada quanto à eficiência e eficácia. Considera-se além do uso dos recursos naturais, a gestão que é desenvolvida sobre esse recurso. No momento da condução da auditoria de desempenho ambiental, o auditor não conta apenas com a legislação ambiental, conta com outros documentos de referência como acordos com sindicatos, trabalhadores, comunidade e até mesmo as normasde conduta ambiental estabelecidas pela própria direção da empresa. c) Auditorias de responsabilidades ou Due Diligence avaliam os valores dos ativos e passivos ambientais de uma empresa. Os ativos se referem aos bens e aos direitos de uma organização no que diz respeito à questão ambiental. Para Barbieri (2007), os ativos ambientais podem ser divididos em três grupos: Figura 2 – Classificação dos ativos ambientais Ativos ambientais Ativos em estoque Ativos diferidos Ativos imobilizados Os ativos em estoque são insumos úteis nos processos ambientais. Os ativos imobilizados são equipamentos e peças utilizadas para controlar ou prevenir a poluição. Os ativos diferidos engloba os gastos da empresa com serviços para aprimorar sua imagem e seu desempenho ambiental, pesquisas e outras medidas para conduzir mudanças na sua estrutura. Os passivos ambientais são as obrigações das empresas em relação a terceiros. É exemplo clássico o caso da British Petroleum que acumulou uma dívida milionária com o governo dos Estados Unidos, pois foi responsável pelo maior vazamento de petróleo da história do País e a petrolífera terá que arcar com os custos da reparação dos danos causados no Golfo do México. Então, antes de você comprar ações desta empresa é melhor conhecer as dimensões desse passivo ambiental. Em geral, esse tipo de auditoria é muito útil para quem precisa estimar o valor de uma empresa antes de fechar negócios como compra, venda ou até fusão. d) Auditorias de desperdício e emissões tem por objetivo medir os impactos ambientais de um empreendimento. Quando realizadas periodicamente, podem ajudar a gestão a fazer os ajustes necessários para melhorar seu desempenho e prevenir acidentes. e) Auditoria pós-acidente é um passo importante para remediar os danos ambientais e corrigir as causas da falha. Em primeiro lugar, os auditores devem identificar os responsáveis pelo acidente e avaliar o tamanho dos estragos. Em 2009, por exemplo, um acidente de pequenas dimensões provocou a morte de um funcionário na plataforma P-34, da Petrobras. A empresa suspendeu a produção para realizar uma auditoria que apontou falha de uma válvula como a causa do problema. f) Auditoria de fornecedor são úteis na hora de renovar um contrato ou selecionar um fornecedor. Na hora de auditar os candidatos, é bom ter à mão as leis ambientais que se aplicam ao processo produtivo da empresa compradora e os documentos de cada empresa auditada. Nos tempos modernos as empresas não são julgadas apenas pelo que acontece dentro de seus muros, elas também são consideradas corresponsáveis pelas ações dos parceiros. Certamente nenhuma companhia gostaria de ter sua imagem ligada a práticas como trabalho infantil ou insalubre. Não é a toa que muitas empresas se orgulham de pagar seus funcionários, promover planos de carreira e oferecer benefícios adicionais. Para evitar esse tipo de situação, a melhor saída é conhecer bem os parceiros antes de firmar uma aliança; Agora vamos focar em AUDITORIAS DE SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL As auditorias da certificação de Sistema de Gestão Ambiental (SGA) são realizadas para adequar, certificar ou verificar o atendimento da organização aos requisitos de determinado SGA. Consoante as Normas NBR ISO 14000 e 14001 as auditorias podem ser: 1. Auditorias internas: Ou primeira parte, são realizadas de forma periódica por pessoas que trabalham para a própria organização que podem formar a base de autodeclaração de conformidade socioambiental da organização. 2. Auditorias externas: também chamadas de segunda parte ou terceira parte. As de segunda são realizadas por partes que têm algum interesse na organização, como a auditoria de fornecedores, no caso de auditar fornecedor para verificar se a adequação ambiental, sendo possível utilizar uma norma de referência que seja utilizada por ambas , como a ISO 14001. A de terceira parte são auditorias realizadas por organizações externas independentes, que não tenham interesse no resultado da auditoria, normalmente órgãos certificadores, essas são as auditorias de certificação. Quanto ao âmbito da certificação do SGA, subdivide-se em : a) auditoria de concessão, nesta verificam-se se as funções do SGA, que deve estar em acordo com a NBR ISSO 14001:2004. Primeiramente, é avaliada a documentação do SGA e em seguida, de forma global, o próprio SGA. b) auditoria de acompanhamento, ocorre após a empresa auditada ter sido certificada, tendo a função de manutenção da certificação com a avaliação da continuidade da adequabilidade do SGA . Faz-se através de amostragem de alguns requisitos da Norma. c) auditoria de seguimento, além de verificar a adequabilidade é verificado se a organização auditada que recebeu não-conformidades, e mesmo assim foi certificada, se implementou as medidas corretivas decorrentes das não- conformidades apontadas. d) auditoria de extensão, são realizadas para efeito de tornar extensível a certificação a novos domínios e que não foram contemplados pela certificação anterior. e) auditoria de renovação, é quando a certificação está prestes a expirar para emissão de novo certificado. Ocorre através de empresas certificadoras, com auditores independentes, livremente contratados pela organização a ser auditada e que busca a renovação da ISO 14001. Ampliando-se a classificação, temos: f) Auditoria de avaliação tecnológica, avaliada os potenciais impactos associados com o desenvolvimento de tecnologias novas sobre a sociedade , nessa auditoria se busca qual a identificação e quais implicações da nova tecnologia sobre a saúde e os recursos naturais como um todo. g) Auditoria de avaliação de ciclo de vida, avalia sistematicamente as implicações de determinado produto ou processo produtivo desde a fabricação até seu descarte no meio ambiente. Considera-se a matéria- prima, o transporte, processo de manufatura e distribuição do produto acabado. h) Auditoria florestal, sempre que há a certificação florestal seja no manejo ou de cadeia de custódia , atestando a origem da matéria-prima florestal. Há a condução dos trabalhos dentro das técnicas tradicionais, no entanto, no momento do relatório final os auditores estabelecem as condições e recomendações par ao melhoramento da operação florestal. 5. PROCEDIMENTOS DE AUDITORIA Antes de começar, somos levados a nos perguntar a. Quais os requisitos e quais as obrigações de cada parte envolvida no processo de auditoria ambiental? b. Quais os procedimentos? c. Quais os critérios? d. Qual a abrangência Tudo isso é respondido por três momentos: a pré-visita de auditoria, a visita e a pós-visita. 5.1 A PRÉ-VISITA: procedimentos São providências a serem tomadas previamente à realização das auditorias, esse momento, se bem planejado, culminará com a realização das auditorias cumprindo suas metas, usando a menor quantidade possível de recursos e tempo de trabalho. As atividades de pré-visita envolvem: a. Definição dos objetivos b. Abrangência da auditoria c. Seleção da equipe auditora d. Solicitação do auditado de informações sobre a matéria objeto da auditoria. e. Revisão dos antecedentes do auditado f. Envio de questionário de pré-visita g. Envio e confirmação do programa de visita de auditoria ao auditado. É importante o auditor tomar conhecimento prévio dos objetivos da auditoria, estabelecidos pelo auditado. Exemplo: A identificação de área de melhoramento potencial do SGA em instalações, atividades, bens e serviços. Antes da visita de auditoria, são definidos previamenteos critérios e a abrangência da auditoria a ser realizada, a cargo do cliente para uma auditoria externa, essas informações são cruciais para planejar os custos de auditoria. Também pode ser acordado entre as partes que a abrangência da auditoria avalie os passivos ambientais. Após esses procedimentos prévios à visita da auditoria, deve ser apresentada uma proposta de trabalho que inclua tanto aspectos técnicos quando econômicos, devendo constar: a. Identificação dos clientes b. Objetivos, abrangência e critérios da auditoria c. Se trata-se de uma pré-visita, visita ou pós-visita d. Cronograma de execução das atividades e. Membros da equipe de auditores f. Declaração de confidencialidade. Definidos os objetivos, devem ser atribuídos a cada membro da equipe auditora os trabalhos e responsabilidades sobre a matéria objeto da auditoria. A definição de tarefas pode ser alterada pelo auditor líder no decorrer dos trabalhos se houver necessidade. O auditor líder poderá formular um questionário de pré- visita dirigido ao auditado, poderá ter questões sobre emissão atmosférica, gestão de resíduos, transporte de material perigoso. A equipe auditora deve fazer o levantamento prévio das legislações aplicável as atividades das empresas auditadas. Recomenda-se a presença de um expert em ciências jurídicas na equipe auditora. Na definição da abrangência são descritos a extensão, a profundidade e as atividades da organização. Exemplo: a auditoria pode se concentrar em gerenciamento de resíduos sólidos, isso é definido previamente na abrangência da auditoria. Finalmente, antes da visita, deve-se elaborar um planejamento para que o cronograma de trabalho seja cumprido. O plano de visitas servirá para que o auditado possa colaborar com a equipe. O quadro 1 exemplifica um plano de visitas. Programação Após a aprovação do planejamento, o próximo passo é a visita de auditoria. 5.2 A VISITA: procedimentos O auditor deve atuar junto ao auditado de forma diplomática, discreta de tal forma que não cause distúrbios nas atividades diárias da organização. As atividades de visita podem ser divididas em três momentos. a. Reunião de abertura com o auditado b. Recolhimento de evidências c. Reunião de encerramento No primeiro momento, participam a equipe auditora e os funcionários responsáveis pela auditoria. Aqui os auditores serão apresentados ao auditado, objetivos, abrangência, critérios e plano de auditoria. Apresentação das metodologias, confirmação das disponibilidades de recursos e instalações para a equipe, autorização de acesso a áreas restritas, verificação de regras e procedimentos de segurança para a equipe. No segundo momento, se busca verificar informações referentes aos objetivos da auditoria, é essencial que a equipe proceda a anotação relativas às evidências de auditoria, para que se fundamente as possíveis não-conformidades, ao ser apresentada uma não-conformidade ao auditado é importante que se tenha evidências objetivas (de forma documental), essas informações podem ser conseguidas das seguintes maneiras: a. Observação das atividades do auditado b. Análises de documentos (licenças, outorgas, documentos relativos ao SGA) c. Entrevistas com funcionários e administração. Finalmente, a etapa de encerramento apresenta todas as atividades realizadas no decorrer dos trabalhos. O objetivo é apresentar a evidência de forma objetiva sobre a qual se baseiam as conclusões, permitindo que o auditado entenda e aceite as evidências. 5.3 A PÓS-VISITA: Procedimentos Após a coleta de todos os resultados esperados, além da apresentação e discussão com o auditado, nesse momento a equipe inicia a preparação do relatório final de auditoria, para ser apresentado formalmente ao auditado. Para apresentar o resultado final, é importante que a equipe auditora leve todos os resultados e caso alguma informação falte, estas devem ser sanadas antes da preparação do relatório final. A definição da forma como aparecerão os resultados da auditoria dependerá do tipo de auditoria contratada, mas o importante é que tanto os resultados positivos quanto os negativos apareçam no relatório final de auditoria. Em caso de não- conformidades, a equipe auditora deve identificar as causas, para que possam ser objeto de medidas corretivas, que provavelmente aparecerão nas recomendações no relatório final de auditoria. Exemplo: constatação de não cumprimento de alguma norma legal, devendo ser apontado o dispositivo da norma respeitada pelo auditado e suas possíveis consequências, como no caso de não cumprimento de padrões de emissões em um corpo d'água, em desrespeito à sua classe. Além dos aspectos negativos, os positivos também devem ser destacados como estímulo de melhoria constante do sistema de gestão da organização. O relatório final da auditoria ambiental objetiva descrever os resultados obtidos por todos os integrantes da equipe de auditoria, com a descrição precisa dos antecedentes sobre como, quando e quem realizou a auditoria. O norte do relatório final é o plano de auditoria e sugere-se que qualquer informação complementar ao plano de auditoria seja acordada entre as partes envolvidas. Havendo um auditor líder, este deverá conduzir a preparação dos relatório final, coletando todas as informações e impressões dos demais membros da equipe, afinal, é um trabalho em equipe em que cada auditor será responsável por preparar o relatório final nas partes que correspondam às atividades e competências que lhes foram atribuídas durante os trabalhos de auditoria. A redação do texto do relatório final deve ser organizada por áreas temáticas, sempre respeitando o plano de auditoria que serviu de base para todos os trabalhos. A linguagem deve ser acessível a todos, não sendo recomendado uso de expressão que passem a ideia de juízo de valor. Ao final do relatório final as constatações devem ser feitas de forma objetiva descrevendo a localização, quantidades, especificações técnicas, procedimentos etc. Seguem algumas recomendações para elaborar um relatório final de auditoria ambiental: I - Ser claro quanto ao objetivo da auditoria ambiental para que qualquer leitor saiba se é uma auditoria de certificação, conformidade legal ou outra. II - Ordenar o relatório por área temática com conclusões para cada área para que ao final, se chegue a conclusão derradeira. III - Utilizar sempre a primeira pessoa do singular ou plural, pois o relatório final deve transmitir uma mensagem direta e natural ao leitor. IV - Utilizar linguagem que transmita a informação de forma direta, sem muitos termos técnicos, mesmo que se trate de uma auditoria de conformidade legal. V - O relatório final deve conter índice, para facilitar a localização de informações, um resumo, anexos e outros. A estrutura básica de um Relatório de Auditoria Ambiental pode ser desta forma: I – INFORMAÇÕS BÁSICAS 1. A natureza do trabalho 2. Identificação da empresa auditada 3. Identificação do auditor II – INTRODUÇÃO E OBJETIVO III – FONTES DE CRITÉRIOS, PROCEDIMENTOS E ALCANCE 4. Fonte de critério 5. Critérios e abrangência 6. Procedimentos 7. Alcance IV – RESULTADO DA AUDITORIA V – IDENTIFICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL VI – CONCLUSÕES O relatório final de auditoria deve ser entregue oficialmente ao cliente/auditado, com a assinatura do auditor, se houver um líder, será a dele. Deve conter os resultados da auditoria, ou pelo menos um resumo desses resultados. Normalmente, apresenta o seguinte conteúdo: a. Redação de um resumo para ocliente destacando os principais resultados. b. Descrição da organização auditada c. Descrição dos objetivos, abrangências e critérios de auditoria previamente acordado. d. Período de realização da auditoria e. Indicação dos auditores, com descrição sucinta dos currículos, bem como a função desempenhada por cada um naquele trabalho de auditoria. f. Indicação dos nomes dos funcionários do auditado que contribuíram com a auditoria. g. Desempenho do tipo de auditoria, declaração da natureza confidencial dos conteúdos de auditoria. h. Se for distribuir exemplares, fazer uma lista de distribuição. i. Se houver algum obstáculo dos trabalhos de auditoria, indicar sua origem, essa informação é importante para que os resultados da auditoria possam ser mais facilmente compreendidos pelos leitores. j. Descrição dos resultados da auditoria, dispostos segundo uma ordem de prioridade estabelecida pela equipe de auditoria. k. Apresentação das conclusões da auditoria. Neste momento os pontos positivos e negativos, caso existam, sejam mencionados, bem como as possíveis implicações econômicas e legais de eventual não-conformidade. 6. AUDITORIAS AMBIENTAIS E LEGISLAÇÃO NACIONAL 7. RESPONSABILIADE LEGAL DOS AUDITORES AMBIENTAIS 8. AUDITORIAS AMBIENTAIS NO ÂMBITO DO CONAMA 9. AUDITORIAS AMBIENTAIS REGIDAS PELA ISO 10. NORMAS JURÍDICAS ESTADUAIS CONCERNENTES ÀS AUDITORIAS AMBIENTAIS 11. NORMAS JURÍDICAS DO CEARÁ CONCERNENTES ÀS AUDITORIAS AMBIENTAIS
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