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METODOLOGIA DO TRAB CIENTIFICO MÓDULO I = CONHECIMENTO CIENTÍFICO VERSUS SENSO COMUM Conhecimento pode ser entendido como a compreensão, percepção intelectual dos fatos e relações entre eles (relativos a determinado assunto ou partes da realidade). É o domínio de um assunto, uma técnica, uma arte. É o conjunto do que é sabido por alguém, ou por um grupo, ou em determinado campo de atividade em determinada época, adquirido pela razão, pela experiência ou pela informação recebida. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. O conhecimento pode ser adquirido de várias maneiras sendo: § Sentidos: tudo o que a visão, a audição, o paladar, o olfato e o tato percebem. § Raciocínio: compreensão da realidade por meio da relação objeto, sujeito e imagem. § Tradição: as tradições são compreendidas pelo raciocínio e pode incorrer em dogmas. § Autoridade - oriunda dos pais, professores, governantes, líderes partidários, jornalistas e escritores. Vamos tratar agora dos tipos de conhecimento. O ser humano - entre todos os tipos de animais - é o único capaz de criar e transformar o conhecimento; sendo também capaz de aplicar o que aprendeu, por diversos meios numa situação de mudança do conhecimento. Os humanos são os únicos capazes de criar um sistema de símbolos, como a linguagem, e com ele registrar nossas próprias experiências e passar para outros seres humanos. Por meio dos símbolos e da evolução nos foi possível pensar, ordenar as ideias, prever fenômenos, estudá-los e aplicá-los a nossa realidade. O Conhecimento Empírico (vulgar, ou senso-comum): É o conhecimento obtido ao acaso, após inúmeras tentativas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações não planejadas; provém da experiência cotidiana, pode ser transformada em crença religiosa ou em doutrina inquestionável. Exemplo: As manchas de carro que a cera de limpeza não remove podem ser resolvidas esfregando-se limão na mancha. O gato sempre cai em pé. O jeitinho para abrir a porta quando a fechadura está emperrando. O Conhecimento Filosófico: É fruto do raciocínio e da reflexão humana com foco na lógica. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. O estudo filosófico tem a intenção de ampliar a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua amplitude, buscando conceitos, definições e classificações. O objeto de análise são as ideias. Suas principais contribuições estão na matemática; lógica. O conhecimento filosófico: (1) utilização o raciocínio; (2) promover a capacidade de reflexão; (3) estabelecer uma concepção geral do Universo; (4) ser especulativo; não depende de provas materiais/reais (ideias); (5)gerar ideologias. Exemplo: A clonagem pode ser aplicada em todos os campos? A manipulação genética é responsável por várias doenças como o câncer? As máquinas e robôs vão substituir os homens? O Conhecimento Religioso (teológico): Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Está baseado na aceitação de princípios dogmáticos (irrefutáveis e indiscutíveis) ligados à existência de entidades supra-humanas e por vezes místicas. Exemplo: Acreditar que alguém foi curado por um milagre; ou acreditar em Duende; acreditar em reencarnação; acreditar em espírito etc. O Conhecimento Científico: É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. O conhecimento científico resulta da investigação reflexiva, metódica e sistemática da realidade. Procura descobrir as relações que os fenômenos e fatos estudados possuem entre si, determinar as causas e os respectivos efeitos. O objetivo é construir uma teoria explicativa, determinando se possível as leis gerais que regem a sua produção. O conhecimento científico é o mais recente dentre os tipos, ganhou força com Descartes, Bacon, Galileu, Kepler, Copérnico a partir do século XVI. É o conhecimento produzido segundo as normas da ciência que se baseia em três pressupostos: (1) o desconhecido é passível de ser conhecido; (2) há ordem na natureza; (3) o Ser Humano é capaz de descobrir essa ordem. O conhecimento científico resulta de um trabalho de investigação e de pesquisa racional, aberto a mudanças, não sendo nem um mistério incompreensível nem uma doutrina geral sobre o mundo. Devemos também nos atentar quanto à distinção entre pesquisa teórica e pesquisa empírica. Uma das principais preocupações quando se desenvolve uma pesquisa está relacionada com as questões que abordam a metodologia e as praticas adotadas para a busca dos resultados. A seguir referenciamos textos de diferentes autores sobre a questão da pesquisa. Segundo Demo (1994), podemos distinguir, pelo menos, quatro gêneros de pesquisa, porém nenhum deles é mais ou menos importante que outro. Normalmente o pesquisador define o tipo de pesquisa que utilizará outras vezes a própria geração do conhecimento estabelece seus caminhos. Quanto à pesquisa teórica pode-se afirmar o seguinte: Trata-se da pesquisa que é dedicada a reconstruir teoria, conceitos, ideias, e discussões e um tema ou uma questão intrigante da realidade. Esse tipo de pesquisa tem como pressuposto rever quadros de referência, condições explicativas da realidade, polêmicas e discussões pertinentes. Também chamada de pesquisa pura ou básica tem como objetivo principal satisfazer o desejo de conhecimento sobre determinado tema por meio de rigor conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa. Já no que diz respeito à pesquisa empírica pode-se afirmar o seguinte: É a modalidade de pesquisa que se faz por meio da vivencia e da presença do pesquisador no campo, isto é, o pesquisador não pode elaborar a pesquisa em “laboratório” ou em uma biblioteca - isolado e apenas com livros à sua volta. Nesta modalidade da elaboração do conhecimento, o pesquisador precisa “ir ao campo”, isto é, o pesquisador precisa inserir-se no espaço social coberto pela pesquisa; necessita estar com pessoas e presenciar as relações sociais que os sujeitos-pesquisados vivem[1]. Não pode ser baseadas em dados secundários. A valorização desse tipo de pesquisa é pela “possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual”. [1] Disponível em: <http://www.espacoacademico.com.br/078/78meksenas.htm>. Acesso em 10/01/2012. Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi. 1. Assinale a alternativa correta I) Conhecimento pode ser entendido como a compreensão, percepção intelectual dos fatos e relações entre eles (relativos a determinado assunto ou partes da realidade). II) O conhecimento é o domínio de um assunto, uma técnica, uma arte. É o conjunto do que é sabido por alguém, ou por um grupo, ou em determinado campo de atividade em determinada época, adquirido pela razão, pela experiência ou pela informação recebida. III) O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. O conhecimento pode ser adquirido de várias maneiras sendo: . Sentidos: tudo o que a visão, a audição, o paladar, o olfato e o tato percebem. . Raciocínio: compreensão da realidade por meio da relação objeto, sujeito e imagem. . Tradição: as tradições são compreendidas pelo raciocínio e pode incorrer em dogmas. . Autoridade - oriunda dos pais, professores, governantes, líderes partidários, jornalistas e escritores. E))) TODAS SÃO CORRETAS Exercício 2 Sobre tipos de conhecimento considere as seguintes assertivas e assinale a alternativa que contenha a(s) assertiva(s) que seja(m)incorreta(s). I. Conhecimento Empírico (vulgar, ou senso-comum): É o conhecimento obtido por intermédio de inúmeras tentativas científicas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações planejadas; provém da experiência. II. Conhecimento Filosófico É fruto do raciocínio e da reflexão humana com foco na lógica. É o conhecimento especulativo sobre fenômenos, gerando conceitos subjetivos. O estudo filosófico tem a intenção de ampliar a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua amplitude, buscando conceitos, definições e classificações. III. Conhecimento Religioso (teológico): Conhecimento revelado pela fé divina ou crença religiosa. Não pode, por sua origem, ser confirmado ou negado. Depende da formação moral e das crenças de cada indivíduo. Está baseado na aceitação de princípios dogmáticos (irrefutáveis e indiscutíveis) ligados à existência de entidades supra-humanas e por vezes místicas. IV. Conhecimento Científico: É o conhecimento racional, sistemático, exato e verificável da realidade. Sua origem está nos procedimentos de verificação baseados na metodologia científica. O conhecimento científico resulta da investigação reflexiva, metódica e sistemática da realidade. Procura descobrir as relações que os fenômenos e fatos estudados possuem entre si, determinar as causas e os respectivos efeitos. O objetivo é construir uma teoria explicativa, determinando se possível as leis gerais que regem a sua produção. A Apenas a I; B Apenas a III; C Apenas a IV; D Apenas a II e a III E Todas são incorretas. 2. Quanto à pesquisa empírica, podemos afirmar que: I. Conhecimento Empírico (vulgar, ou senso-comum): É o conhecimento obtido por intermédio de inúmeras tentativas científicas, ou seja, o conhecimento adquirido através de ações planejadas; provém da experiência. I. É a modalidade de pesquisa que se faz por meio da vivencia e da presença do pesquisador no campo, contudo o pesquisador pode elaborar a pesquisa em “laboratório” ou em uma biblioteca - isolado e apenas com livros à sua volta. II. Nesta modalidade da elaboração do conhecimento, não é indispensável que o pesquisador “vá ao campo”. Não imprescindível que o pesquisador precisa se inserir no espaço social coberto pela pesquisa; não precisa estar com pessoas e presenciar as relações sociais que os sujeitos-pesquisados vivem. III. Esta pesquisa não pode ser baseadas em dados secundários. A valorização desse tipo de pesquisa é pela “possibilidade que oferece de maior concretude às argumentações, por mais tênue que possa ser a base fatual”. A Apenas a I; B Apenas a II; C Apenas a III D Apenas a I e a II; E Apenas a II e a III. 4. Assinale a alternativa na qual os enunciado estão em uma relação coerente. I. O mito pretendia narrar como as coisas eram ou tinham sido no passado memorial, próximo e fabuloso; voltando-se para o que era antes que tudo existisse tal como existe no presente. A Filosofia, ao contrário, preocupa-se em explicar como e por que, apenas no presente e no futuro (isto é, na totalidade do tempo), as coisas são como são. II. O mito narrava a origem através de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças divinas sobrenaturais e personalizadas. A Filosofia, ao contrário, explica a produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. III. O mito falava em Urano, Ponto e Gaia; a Filosofia fala em céu, mar e terra. O mito narra a origem dos seres celestes (os astros), terrestres (plantas, animais, homens) e marinhos pelos casamentos de Gaia com Urano e Ponto. A Filosofia explica o surgimento desses seres por composição, combinação e separação dos quatro elementos - úmido, quente e frio ou água, terra e ar. IV. O mito se importava com contradições, com o fabuloso e com o compreensível, não só porque esses eram traços próprios da narrativa mítica, como também porque a confiança e a crença no mito vinham da autoridade religiosa do narrador. A Filosofia, ao contrário, admite contradições, fabulação e coisas incompreensíveis, mas exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; além disso, a autoridade da explicação vem da pessoa do filósofo e da razão, que é a mesma em todos os seres humanos. Assinale a alternativa na qual podemos encontrar coerência entre os enunciados. A Apenas a II; B Apenas a II e a III; C Apenas a III e a IV D Apenas a II, a III e a IV E E) Nenhum enunciado apresenta coerência. Exercício 5 Sobre pesquisa teórica considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha a(s) assertiva(s) que seja(m) correta(s). I- Trata-se de uma pesquisa que é dedicada a reconstruir teoria, conceitos, ideias, e discussões a respeito de um tema ou de uma questão intrigante da realidade; II- Esse tipo de pesquisa não tem como pressuposto rever quadros de referência, condições explicativas da realidade, polêmicas e discussões pertinentes. III- A pesquisa teórica também é conhecida como pesquisa pura ou básica tem como principal satisfazer o desejo de conhecimento sobre determinado tema por meio de rigor conceitual, análise acurada, desempenho lógico, argumentação diversificada, capacidade explicativa. A Apenas a I; B Apenas a II; C Apenas a III; D Apenas a I e a III; E Todas são corretas Exercício 7 Indique a alternativa que não se coaduna com a definição de conhecimento. I. Conhecimento pode ser entendido como a compreensão, percepção intelectual dos fatos e relações entre eles no que concerne a um assunto que se atém à realidade. II. Conhecimento é o domínio de um assunto, uma técnica, uma arte, na realidade, é o conjunto do que é sabido por alguém, ou por um grupo, ou em determinado campo de atividade em determinada época. Pode ser adquirido pela razão, pela experiência ou pela informação. III. O conhecimento não nasce do vazio e sim das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana, através de experiências, dos relacionamentos interpessoais, das leituras de livros e artigos diversos. O conhecimento pode ser adquirido de várias maneiras sendo: Sentidos. Raciocínio. Tradição. A B C D E E) Apenas a II e a III. MÓDULO II - DETERMINAÇÃO HISTÓRICA NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO MÓDULO II - DETERMINAÇÃO HISTÓRICA NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO. A ciência é parte constante em nosso cotidiano, quando nos comunicamos com palavras ou por meio de telefones, mensagens ou computador, estamos nos relacionando com ela. A necessidade de conhecer e descobrir os fatos e explicá-los intriga a humanidade desde os primórdios da civilização. As questões como a vida e a morte, o universo, a formação do mundo, as estrelas, as divindades forma objeto de intermináveis discussões, sendo que algumas delas ainda sem resposta até nossos dias. Por outro lado, ao estudarmos, quando escolhemos o que comer ou consumir, utilizamos conceitos obtidos a partir da ciência. Isso vem acontecendo há tanto tempo que por vezes nem nos lembramos mais de como a sociedade atingiu tal nível de progresso. Assim tem sido com a sociedade ocidental há tanto tempo e de tal forma que nem nos damos conta. Não se sabe ao certo quando nós – seres humanos racionais – começamos e a esquecer de tudo isso, mas pode-se afirmar com muita certeza que nem sempre foi assim. Na idade moderna a Ciência ganhou tanto prestígio que em alguns momentos se colocou em contra ponto com Deus; com crenças que até então eram consideradas como certas e indubitáveis. A partir do momento que o conhecimento religioso se prestou a dar explicações aos fenômenos da natureza a busca pela verdade tornou-se dogmática baseadas em aceitação do divino, sem acesso dos homens dependente só de Deus. Nesse período a sobreposição de discursos provocou muita complexidade ao ponto da igreja católica perder os domínios sobre a condição da geração de conhecimento. O conhecimento filosófico baseado na investigaçãoracional – na essência do imutável do real – busca compreensão por meio das leis da natureza. Esse processo ficou conhecido como “Revolução Científica”. A partir do final do século XVIII, a ciência moderna passou a fazer parte de todos os atos da vida do ser humano. Entre as características da ciência moderna, estava a crença de que esta levaria à verdade, à certeza. Hoje em dia, já não partilhamos mais de tal crença, mas a ciência ainda é fonte de segurança para o homem contemporâneo, de tal forma que ainda procuramos nela, talvez não mais verdades ou certezas, mas uma opinião isenta e abalizada. O conhecimento adquirido em cada época depende da evolução em que se encontram e de acordo com as necessidades geradas naquele contexto. Esse novo conhecimento gerado substitui o antigo, e dessa maneira sobrepõe a última evolução tornando-a superada. O que permitiu à ciência chegar a seu nível atual foram à constante utilização de técnicas de ordem prática, suas leis e os fatores empíricos, que formam o elemento de continuidade, que foi sendo aperfeiçoado e ampliado ao longo da história do homo sapiens. As ciências sempre mostram uma metodologia científica cada vez mais apurada, pelo seu fato atual revelar resultados tanto de tentativas ocasionais, empíricas, quanto de pesquisas. A ciência é uma realidade que sempre passa para as gerações seguintes. Em cada período da história há mais conhecimento, e este é consolidado pelo homem, resultado dos estudos científicos feitos pelas gerações anteriores, ampliando o que se conhecia de fatos transitórios organizando os fatos universais de maneira cumulativa e progressiva. A ciência foi impulsionada pelos métodos e instrumentos investigativos, junto ao espírito científico, à perspicácia e à objetividade de especialistas do saber permitiram. Método científico é uma forma de investigação da natureza. Para isso, não leva em consideração superstições ou sentimentos religiosos, mas a lógica e a observação sistemática dos fenômenos estudados. Os fatos estão disponíveis no mundo para ser estudados. As teorias geradas destes estudos são as estruturas de ideias que explicam e interpretam os fatos do estudo. Os cientistas criam, então, um conjunto de teorias baseadas nesses estudos e observações, e essas teorias são sujeitadas a uma seleção natural, até que se chegue a uma explicação satisfatória para os fatos observados. Atualmente a ciência é um produto da sociedade que a própria comunidade científica segue a opinião que está dominando no momento histórico, sendo ela pertencente do grupo social, de acordo com a ética da sociedade em questão por meio de estabelecimento dos limites. A comunidade científica pode premiar os pesquisadores de vanguarda, mas, também pode punir os que transgridam os limites e a ética, com descrédito em sua pesquisa. A ciência é relativamente recente, do jeito que se apresenta hoje. Apenas na idade moderna da História conseguiu adquirir o caráter científico. A revolução científica, propriamente dita, é registrada nos séculos XVI e XVII, com Copérnico, Bacon e seu método experimental, Galileu, Descartes e outros. Já no século XIX, é verificado que há uma modificação nas atividades intelectuais e industriais. Surgem novos dados relativos à evolução, ao átomo, à luz, à eletricidade, ao magnetismo, à energia. Enfim no século XX, se desenvolve pesquisas em todas as áreas do conhecimento, utilizando a ciência com seus métodos objetivos e exatos, atingindo um grau de precisão surpreendente nos variados setores da realidade, mas obtendo como principal as áreas das navegações espaciais e de transplantes. Essa evolução das ciências tem, sem dúvida, como mola propulsora os métodos e instrumentos de investigação e ao espírito científico, perspicaz, rigoroso e objetivo. Sendo preparado ao longo da História esse espírito, e impõe-se agora, de maneira inexorável, a todos quantos pretendem conservar o legado científico do passado, ou ainda, propõem-se a ampliar suas fronteiras. (Cervo & Bervian, 1996, pp.9-10) A produção do conhecimento científico exige do pesquisador: disciplina, criatividade, humildade e organização; o que leva ao confronto entre o possível e o impossível, o visível e o invisível, o transitório e o universal, o conhecimento científico e o senso comum. Uma pesquisa pode ser feita de várias maneiras, não existe um único modelo. O conhecimento é acumulativo e, portanto, a produção científica de hoje poderá ser negada amanhã, deixando de ser uma verdade absoluta. A ciência dá soluções na medida em que se levantam novos problemas, fazendo assim um processo criativo, em constante transformação. Os cientistas apenas buscam os fatos que são decisivos para se negar ou confirmar suas teorias. Os fatos são, para a ciência, como testemunhas em um tribunal. Um fato apenas possui significado na medida em que diminui ou acrescenta a plausibilidade de uma teoria. Os cientistas que fotografaram as estrelas próximas do Sol, durante um eclipse, não o fizeram pelo prazer de colecionar fotos. O que eles buscam é observar a teoria da relatividade, e os fatos obtidos pelas fotografias poderiam corroborá-la ou negá-la, ou então eles estão interessados em conhecer sua distancia em relação à Terra ou provar a constância do ângulo de Paralaxe. De toda a forma o papel desempenhado pela Ciência foi promover a sociedade e a humanidade até o estágio atual das coisas, promovendo conhecimentos, verdades que estão sendo trabalhadas e melhoradas em seu estado da arte, promovendo novas teorias, novos descobrimentos e novas verdades. A fase pós-moderna se constitui em certa complexidade e controvérsia. A questão que se impõe é quando se dá seu início – alguns atribuem ao final dos anos 60 com a constatação e o primeiro laser em 1961; enquanto outros atribuem ao fim do comunismo na década de 80 e o significativo aumento da natureza de forma indiscriminada. A exploração excessiva dos recursos naturais desencadeou desequilíbrios ecológicos que atingiram proporções que colocam em risco a sobrevivência da humanidade. A promessa de um progresso contínuo da humanidade redundou em disparidades mundiais gritantes. O desencanto que se instala na cultura é acompanhado da crise de conceitos fundamentais ao pensamento moderno, tais como verdade, razão, legitimidade, universalidade, sujeito, progresso, etc. O domínio científico nos trouxe a imprevisibilidade do mundo e da natureza. As questões climáticas; o relevo; as propagações de doenças; os custos os vícios, trouxeram a irracionalidade à tona. As guerras mundiais, os conflitos e a supervalorização do conhecimento e da ganância promoveram várias crises mundiais a partir dos anos 90. A expectativa quanto aos frutos da Ciência por vezes nos deixa em duvida quanto aos seus benefícios. A dependência da tecnologia torna-se cada dia mais presente no nosso cotidiano, o mercado ganha outras propostas, antes criado para suprir as necessidades do consumidor, enquanto hoje produz a necessidade ao consumidor. Inventamos o produto e também o cliente, tendo assim a garantia da demanda. A globalização, a inovação tecnológica, as complexidades nas relações humanas, a flexibilidade, a dinâmica dos processos e o imediatismo exerce uma grande pressão sobre a Ciência. A questão da verdade sagrada, religiosidade, da felicidade estão sobre extrema fragilidade. A genética e os avanços na medicina com as próteses; com a cultura ao corpo perfeito desafiam a ética e a estética; as novas idéias alavancam o processo criativo de forma inimaginável. Criticas a parte; estamos vivenciando uma proposta de homogeneização, estamos diante de uma sociedade global, com vontades, gostos, compras, modelo de consumo, baseada em tecnologia que são alimentadas por interesses desiguais, aquém da verdade e acima dos conteúdos que realmente promovem conhecimento. Afinal O que é ciências? De forma geral podemos entender as ciências como sendo “conhecimento” ou “prática” sistematizada (método) capaz de produzir explicações para fatos ou fenômenos. Ela se compõe de umconjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem precisa e rigorosa. Esses conhecimentos devem ser obtidos de forma programada, sistemática e controlada, para que se permita a verificação da realidade. Por isso podemos observar diversos ramos da ciência e saber exatamente como tal conteúdo foi construído, possibilitando a reprodução da experiência. _____________________________________________________________ - Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi. Exercício 6 Assinale a alternativa correta em relação às assertivas que seguem no que se refere à ciência moderna. I. O processo que ficou conhecido como “Revolução Científica”, a partir do final do século XVIII, como ciência moderna, passou a fazer parte de todos os atos da vida do ser humano. Entre as características da ciência moderna, estava a crença de que esta levaria à verdade, à certeza. II. Na atualidade, não partilhamos da crença de que a ciência nos levará à verdade. No entanto, a ciência ainda é fonte de segurança para o homem contemporâneo, de tal forma que ainda procuramos nela uma opinião isenta e abalizada. III. O conhecimento adquirido em cada época depende da evolução em que se encontram e de acordo com as necessidades geradas naquele contexto. Esse novo conhecimento gerado substitui o antigo, e dessa maneira sobrepõe a última evolução tornando-a superada. A A) Apenas a I. B B) Apenas a II. C C) Apenas a III. D D) Apenas a I e a II. E E) Todas são corretas Exercício 1 Quando pensamos a história da ciência, devemos considerar que: I - Na idade moderna a Ciência ganhou tanto prestígio que em alguns momentos se colocou em contra ponto com Deus; com crenças que até então eram consideradas como certas e indubitáveis. A partir do momento que o conhecimento religioso se prestou a dar explicações aos fenômenos da natureza; a busca pela verdade tornou-se dogmática baseadas em aceitação do divino, sem acesso dos homens dependente só de Deus. II - Neste período a sobreposição de discursos provocou muita complexidade, mas a igreja católica não perdeu os domínios sobre a condição da geração de conhecimento. O conhecimento filosófico baseado na investigação racional – na essência do imutável do real – busca compreensão por meio das leis da natureza. III - Esse processo ficou conhecido como “Revolução Científica”. A partir do final do século XVIII, a ciência moderna passou a fazer parte de todos os atos da vida do ser humano. Entre as características da ciência moderna, estava a crença de que esta levaria à verdade, à certeza. IV - Hoje em dia, já não partilhamos mais de tal crença, mas a ciência ainda é fonte de segurança para o homem contemporâneo, de tal forma que ainda procuramos nela, talvez não mais verdades ou certezas, mas uma opinião isenta e abalizada. Assinale a alternativa que não se coaduna com o período analisado. A A) Apenas a I. B B) Apenas a II. C D D) Apenas a IV. E E) Apenas a II e a IV. Exercício 2 Assinale a alternativa correta: I - A ciência foi impulsionada pelos métodos e instrumentos investigativos, junto ao espírito científico, à perspicácia e à objetividade de especialistas do saber permitiram. II - Método científico não leva em consideração superstições ou sentimentos religiosos, mas a lógica e a observação sistemática dos fenômenos estudados. Os fatos estão disponíveis no mundo para ser estudados. III - Os cientistas criam um conjunto de teorias baseadas nesses estudos e observações, e essas teorias são sujeitadas a uma seleção natural, até que se chegue a uma explicação satisfatória para os fatos observados. A A) Apenas a I é correta. B B) Apenas a II é correta. C C) Apenas a I e a II são corretas. D D) Apenas a II e a III são corretas. E E) Todas são corretas. Exercício 3 Assinale a alternativa correta: I - A ciência não é um produto da sociedade, mas, sim, da própria comunidade científica, não se curva à opinião que está dominando no momento histórico, porque não pertence a um grupo social, não se assujeita à ética da sociedade em questão por meio de estabelecimento dos limites. II - Pode-se dizer que a ciência seja relativamente recente, do jeito que se apresenta hoje. Apenas na idade moderna da História conseguiu adquirir o caráter científico. A revolução científica, propriamente dita, é registrada nos séculos XVI e XVII, com Copérnico, Bacon e seu método experimental, Galileu, Descartes e outros. Já no século XIX, é verificado que há uma modificação nas atividades intelectuais e industriais. III - No século XX, se desenvolve pesquisas em todas as áreas do conhecimento, utilizando a ciência com seus métodos objetivos e exatos, atingindo um grau de precisão surpreendente nos variados setores da realidade, mas obtendo como principal as áreas das navegações espaciais e de transplantes. IV - Essa evolução das ciências tem, sem dúvida, como mola propulsora os métodos e instrumentos de investigação e ao espírito científico, perspicaz, rigoroso e objetivo. Sendo preparado ao longo da História esse espírito, e impõe-se agora, de maneira inexorável, a todos quantos pretendem conservar o legado científico do passado, ou ainda, propõem-se a ampliar suas fronteiras. (Cervo & Bervian, 1996, pp.9-10). A A) Apenas a I. B B) Apenas a II. C C) Apenas a III. D D) Apenas a IV. E E) Apenas a III e a IV. Exercício 4 Quanto à ciência e a pós-modernidade considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha apenas as assertivas que são corretas. I - A fase pós-moderna se constitui em certa complexidade e controvérsia. A questão que se impõe é quando se dá seu início – alguns atribuem ao final dos anos 60 com a constatação e o primeiro laser em 1961; enquanto outros atribuem ao fim do comunismo na década de 80 e o significativo aumento da natureza de forma indiscriminada. A exploração excessiva dos recursos naturais desencadeou desequilíbrios ecológicos que atingiram proporções que colocam em risco a sobrevivência da humanidade. II - As guerras mundiais, os conflitos e a supervalorização do conhecimento e da ganância promoveram várias crises mundiais a partir dos anos 90. A expectativa quanto aos frutos da Ciência por vezes nos deixa em duvida quanto aos seus benefícios. A dependência da tecnologia torna-se cada dia mais presente no nosso cotidiano, o mercado ganha outras propostas, antes criado para suprir as necessidades do consumidor, enquanto hoje produz a necessidade ao consumidor. Inventamos o produto e também o cliente, tendo assim a garantia da demanda. III - A globalização, a inovação tecnológica, as complexidades nas relações humanas, a flexibilidade, a dinâmica dos processos e o imediatismo exerce uma grande pressão sobre a Ciência. A questão da verdade sagrada, religiosidade, da felicidade estão sobre extrema fragilidade. A genética e os avanços na medicina com as próteses; com a cultura ao corpo perfeito desafiam a ética e a estética; as novas idéias alavancam o processo criativo de forma inimaginável. A A) Apenas a I. B B) Apenas a I e a II. C C) Apenas a II e a III. D D) Apenas a III. E E) Todas são corretas Exercício 5 Indique a alternativa que apresentar a sequência correta da avaliação dos enunciados que seguem: I. A necessidade de conhecer e descobrir os fatos e explicá-los intriga a humanidade desde os primórdios da civilização. As questões como a vida e a morte, o universo, a formação do mundo, as estrelas, as divindades forma objeto de intermináveis discussões, sendo que algumas delas ainda sem resposta até nossos dias. II. Nas nossas escolhas mais simples, utilizamos conceitos obtidos a partir da ciência. Não nos lembramos de como a sociedade atingiu diferentes níveis de progresso. Não se sabe ao certo quando nós – seres humanos racionais – começamos e a esquecer de tudo isso, mas pode-se afirmar com muita certeza que nem sempre foiassim. III. Na idade moderna a Ciência ganhou tanto prestígio que em alguns momentos se colocou em contra ponto com Deus; com crenças que até então eram consideradas como certas e indubitáveis. A partir do momento que o conhecimento religioso se prestou a dar explicações aos fenômenos da natureza a busca pela verdade tornou-se dogmática baseadas em aceitação do divino, sem acesso dos homens dependente só de Deus. IV. A sobreposição de discursos provocou muita complexidade ao ponto de a igreja católica perder os domínios sobre a condição da geração de conhecimento. O conhecimento filosófico baseado na investigação racional – na essência do imutável do real – busca compreensão por meio das leis da natureza. A A) V, V, F, F. B B) V, V, V, V. C C) F, F, V, V. D D) F, F, V, V. E E) F, F, F, F. MÓDULO III - MÉTODOS CIENTÍFICOS MÓDULO III - MÉTODOS CIENTÍFICOS As ciências têm por característica principal a utilização de métodos científicos para a busca da verdade, porém nem todos os estudos empregam métodos científicos, logo nem tudo é ciência. Por isso, conclui-se que a utilização dos métodos científicos não é exclusividade dos estudos. Por outro lado podemos afirmar categoricamente que não há ciência sem a utilização de métodos científicos. Segundo Marconi & Lakatos (2010, p. 65) o método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos. Para Garcia (1998, p.44), o método representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto). Dessa forma, vamos considerar alguns métodos científicos, começando pelo método indutivo. Idealizado por Francis Bacon no século XVII, o método indutivo estabelece que o estudo dos fenômenos que segue de planos particulares já constatados para planos cada vez mais abrangentes, inferindo-se uma verdade universal ou geral; indo das propostas mais particulares às leis e teorias mais gerais, logo esse método estabelece que partindo de premissas particulares, inferimos uma verdade geral. Uma característica fundamental desse método é sua fundamentação em premissas.[1] Nesse método presume-se que se suas premissas são verdadeiras provavelmente sua conclusão também será verdadeira. Ex: Cobre conduz energia, ouro conduz energia, ferro conduz energia (...). Cobre, ouro e ferro são metais. Logo, o metal conduz energia. Algumas observações devem ser feitas com relação ao método indutivo: ® Quando da descoberta de uma relação constante entre duas ou mais propriedades ou dois fenômenos, passamos deste particular para afirmação de uma relação essencial e em consequência universal. ® A extensão dos antecedentes é menos do que a conclusão que é generalizada pela palavra “todo”. ® O caminho parte do especial ao geral, do indivíduo à espécie, dos fatos à lei geral. ® Passa-se dos indícios percebidos à uma realidade maior e revelados por eles. ® As informações acerca dos eventos observados, casos ou fatos observados para os casos ou acontecimentos não observados. Como método científico o método indutivo possui algumas regras para que possa ser utilizado, dentre essas podemos elencar: Observação dos fenômenos: Observam-se os fenômenos com o objetivo de descobrir as causas de sua manifestação. Relação entre eles: Após a observação procura-se identificar, por meio da comparação, aproximar os fatos com o objetivo de encontrar uma relação constante entre eles. Generalização: A relação encontrada nos precedentes, fatos semelhantes, comportamentos, características observadas passa a ser generalizada e aplicada a todos. Ex: O homem Pedro é mortal; O homem João é mortal; O homem José é mortal. Logo, Todo homem é mortal. Agora, vamos considerar o método dedutivo. Idealizado por Descartes no século XVII; o método dedutivo parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares. É possível chegar à certeza por meio da razão. Partindo das teorias, princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis é possível chegar à determinação ou previsão de fenômenos por meio da lógica. Ex: Todo homem é mortal. (premissa geral) José é homem. (premissa particular) Logo, José é mortal. (conclusão particular) Algumas observações também devem ser feitas quanto ao método dedutivo: ® No método dedutivo para que a conclusão fosse falsa uma das duas premissas deveriam ser falsas. ® Na conclusão confirmamos aquilo que na verdade já havia sido observado nas premissas. ® O método dedutivo reformula ou reafirma o que estava explicito nas premissas. ® Percebe-se que o método dedutivo busca explicar e dar veracidade às premissas, enquanto que o indutivo tem o propósito de ampliar o alcance dos conhecimentos. Vamos agora considerar o método hipotético-dedutivo: A partir das hipóteses formuladas deduz-se a solução do problema. O processo se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese. As hipóteses serão verificadas posteriormente. Estabelece suas conclusões baseado em fatos supostos, o que não garante a veracidade da conclusão, mas uma possibilidade. Ex: Todos os estudantes que estudam passam nos exames. Ora, se Henrique é estudante e estuda. Logo, passará nos exames. Segundo Karl R. Popper [2] (1935) a ciência deveria ser feita a nível hipotético-dedutivo, em cujo contexto a experiência aparece como método de teste das teorias e não mais como um critério de demarcação científica. Para ele a ciência em momento algum consegue ir mais longe que suas hipóteses. Para ele a ciência começa e termina com problemas. Então vejamos: Partimos de um problema (P1), ao qual se oferece uma solução provisória – uma teoria tentativa (TT), passando-se a criticar a solução com o objetivo de eliminar o erro (EE); e assim criando outros problemas (P2, P3,...Pn). Assim, o processo segundo Popper: ® O problema surge de conflitos e expectativas e teorias existentes. ® A solução proposta é uma conjectura (nova teoria) dedução de consequências na forma de proposições passíveis de teste. ® Os testes de falseamento: tentativas de refutação, entre outros meios, pela observação e experimentação. ® Se a hipótese não supera os testes será refutada e exigirá nova reformulação do problema e da hipótese A necessidade de saber do homem precede suas vontades. A observação como critério de seleção é inata. Qualquer observação tem como pressuposto evidenciar alguma regularidade que foi vagamente vislumbrada. Os filhotes de animais possuem um mecanismo inato para chegar a conclusões inabaláveis. Segundo Popper o processo de aprendizagem consiste na formação de expectativas por meio de tentativa e erro. Expectativas: Segundo Popper todos nós temos com expectativas e no contexto dessas é que se dá a observação. Quando algo inesperado acontece, quando a expectativa é frustrada a teoria caí em dificuldades, portanto a observação não é o ponto de partida da pesquisa, mas o problema sim. O conhecimento vem sendo construído por meio da evolução de velhos problemas para novos mediados por conjecturas e refutações de coisas até então dadas como certas. Problema: O problema é o fato gerador que vai desencadear a pesquisa. Toda e qualquer investigação nasce de um problema que pode ser teórico ou prático, e a partir dele é que se estabelecerá que tipo de observações deva ser executado. Esta proposta exige uma hipótese, conjectura e/ou suposição, que servirá de guia ao pesquisador.Conjecturas: É uma proposta de solução do problema que deverá ser testada de forma direta ou indireta, sempre dedutivamente do tipo: “Se.......então”. A conjectura é lançada para explicar ou prever aquilo que despertou nossa necessidade intelectual ou dificuldade/interesse no assunto, para tanto é essencial que nesta conjectura (hipótese) seja possível fazer comparações (testes) e a falseabilidade. Falseabilidade: A falseabilidade é a tentativa de eliminação dos erros. Uma das propostas (dentre outras) consiste em falsear as consequências deduzidas ou derivadas da hipótese (conjectura). Quanto mais falseável for uma conjectura mais cientifica será mais falseável quanto mais informações e conteúdos empíricos tiver. Ex: O Sol brilhará amanhã no Brasil. (Pouca informação e difícil de falsear). O Sol brilhara amanhã, às 06h25min em Porto Seguro com uma temperatura será de 28º por 15 minutos, ou seja, até as 06h40min. (É facilmente falseável; pois tem muita informação e conteúdo empírico). Para Bunge o método hipotético-dedutivo é um procedimento regular, explícito e passível de ser repetido para conseguir algo material ou conceitual. Método científico é um conjunto de procedimentos por meio dos quais são propostos os problemas científicos e, a seguir, são colocadas à prova as hipóteses científicas. As etapas do método hipotético-dedutivo segundo Bunge consistem em: Colocação do problema: ® Reconhecimento dos fatos – exame, classificação preliminar e seleção dos fatos. ® Descoberta do problema – encontro de lacunas. ® Formulação do problema – colocação de uma questão que tenha alguma probabilidade de ser correta. Construção de um modelo teórico: ® Seleção dos fatores pertinentes – invenção de suposições que se relacionem as variáveis supostamente pertinentes: ® Invenção das hipóteses centrais e das suposições auxiliares – proposta de um conjunto de suposições que sejam concernentes a supostos nexos entre as variáveis. 3 - Dedução de consequências particulares: ® Procura de suportes racionais – dedução de consequências particulares que, no mesmo campo possam ter sido verificadas. ® Procura de suportes empíricos – tendo em vista as verificações disponíveis, tendo por base o modelo teórico e dados empíricos. 4 - Teste das hipóteses: ® Esboço da prova – planejamento dos meios para pôr à prova as predições e retrodições[3]. ® Execução da prova – realização das operações planejadas e nova coleta de dados. ® Elaboração dos dados – procedimentos de classificação, análise, redução e outros, referentes aos dados empíricos coletivos; ®Inferência da conclusão – à luz do modelo teórico, interpretação dos dados já elaborados. 5- Adição ou introdução das conclusões na teoria: ® Comparação das conclusões com as predições e retrodições – contraste dos resultados da prova com as consequências deduzidas do modelo teórico; ® Reajuste do modelo – eventual correção ou reajuste do modelo; ® Sugestões para trabalhos posteriores – confirmação ou reprovação. Como último método científico a ser estudado vamos tratar do método dialético. Observa o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade. Na concepção de Hegel, o método dialético tem como pressuposto, que toda determinação traz em si sua própria negação, o crescimento das ocorrências desta contradição provoca uma mudança qualitativa, gerando uma nova determinação. A proposta é estudar a Tese comparar com a Antítese e a partir deste estudo elaborar a Síntese. Mesmo que baseado em muita divergência entre os diversos filósofos desde a Grécia Antiga com Platão, passando por Fitche, Hegel, no século XVIII; Karl Marx e Engels no século XIX; não há um consenso sobre as leis fundamentais para o método dialético, cada filósofo possui uma linha de raciocínio, mesmo porque esse método baseia-se na discussão. De forma geral em quase todas as discussões as leis abaixo estão presentes; as três primeiras observadas na ciência e lógica de Engels e as duas últimas observadas na dialética do materialismo dialético de Marx. 1- A lei da unidade e do conflito dos contrários, contradição que parte do principio que os objetos e fenômenos da natureza se contrapõem, pois tem um lado positivo e um negativo, e isso leva ao desenvolvimento das coisas. A luta do velho com o novo, da morte com a vida. Ex: a planta surge da semente, e seu aparecimento implica no desaparecimento da semente, a criança desaparece com o surgimento do adolescente. 2- A lei da passagem das mudanças quantitativas em mudanças qualitativas, neste contexto analisa-se a mudança contínua, lenta, e/ou a descontínua por meio de “saltos”. Ex: a água a partir de 20º vai aumentando de temperatura.... 21º, 22º... 98º, durante esse tempo a mudança é contínua. Ao alcançar 99º e 100º a mudança é brusca e aí temos uma mudança qualitativa, vapor. O contrário também é verdadeiro, porém a 0º a água congela. Assim, de 1º a 99º temos mudanças quantitativas, abaixo e acima deste limite temos mudanças qualitativas. 3- A lei da negação da negação, tudo se transforma, mudança dialética. Todas as coisas estão em constante movimento em constante transformação. Para a dialética o desenvolvimento se dá por meio de contradições ou negação de uma coisa – essa negação refere-se à transformação das coisas. Podemos concluir então que a negação de uma coisa é o ponto de transformação das coisas em seu contrário, a negação por sua vez é negada, logo a mudança dialética é a negação da negação. A negação pode ser entendida como a como a afirmação de coisas polares, a negação da afirmação implica na negação, mas a negação da negação implica em afirmação. Uma dupla negação na dialética não significa o restabelecimento da afirmação primitiva, que conduziria ao ponto de partida, mas sim em outra coisa. Ex: Toma-se de partida um grão de milho. Para inicio do processo coloca-se na terra. O grão de milho desaparece para dar lugar a planta e a espiga. (primeira negação – o grão desapareceu transformando-se em planta). A planta nasce, cresce produz e por sua vez morre, deixando os grãos de milho que a originou, mas também deixa uma série de outros que possuem outras características, em maior ou em menor grau, que segundo a Teoria de Darwin podem originar novas espécies. A engenharia genética é um ramo da ciência que se preocupa em aplicar essa proposta de forma cientifica. 4- A lei da unidade polar, ação recíproca, tudo se relaciona, interdependentes. Para a dialética nenhum fenômeno da natureza pode ser entendido e analisado isoladamente, considerado fora das condições que o cercam; pois estes fenômenos possuem uma ligação com o ambiente que o circundam que por sua vez condicionam seu comportamento. Ex: A planta toma o ar como elemento da vida, que a rodeia, em contra partida libera o gás carbônico e vapor d’água, e essa interação ao mesmo tempo modifica a planta e o ar. 5- A lei da Natureza – o cosmos - está em um estado de constante movimento. A dialética entende que as coisas não estão estáticas, mas sim fazem parte de um processo em constante mudança. O processo não produz coisas acabadas, mas coisas em constante transformação – em processo – nada fixo, mas em movimento, sendo que nada é imutável, tudo é um processo ininterrupto e transitório. Ex: Tomamos como exemplo um fruto e uma cadeira. Um fruto planta resulta de uma flor, que resulta de uma árvore, que de fruto verde amadurece, caí, apodrece, liberta sementes e se transforma em nova árvore, flor, fruto etc; se nada interromper a sequência. A cadeira para existir precisa que uma árvore seja cortada transformada em tábuas e/ou pranchas e submetida à ação do homem para um processo mecânico e não dialético. A transformação não foi proveniente da natureza e sim da ação de agentes externos. [1] Cada uma das hipóteses que baseiam um estudo ou pesquisa, cuja qual poderá redundar em conclusões. [2] Karl Raimund Popper, austríaco naturalizado britânico foi umdos mis influentes filósofos do século XX. Nascido em 1902 sua obra e contribuição para ciência centra-se na proposta do falseamento da hipótese no estudo científico. Suas concepções se afastam da proposta de F. Bacon no que se refere ao empirismo quanto a verificação. Enquanto bacon propõe a verificação da veracidade Popper supõe o falseamento da proposta. [3] Termo traduzido do inglês “postdiction” que significa fazer previsões sobre algo que tenha acontecido no passado. È uma especulação do passado baseado em fatos/dados observados no presente. É uma proposta amplamente utilizada na arqueologia, climatologia, análise financeira, investigação e ciência forense. - Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi. Exercício 1 Com relação aos métodos científicos considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha as assertivas incorretas. I. Para Marconi & Lakatos (2010, p. 65) o método não é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros – traçando um caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. II. Para Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem, métodos de procedimentos e métodos de interpretação. III. Para Garcia (1998, p.44), o método representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto). A A) Apenas a I. B B) Apenas a II. C C) Apenas a I e a II. D D) Apenas a III. E E) Apenas a II e a III. Exercício 2 Com relação ao método indutivo considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha as assertivas que são corretas. I. O método estabelece que o estudo dos fenômenos que segue de planos particulares já constatados para planos cada vez mais abrangentes, inferindo-se uma verdade universal ou geral; indo das propostas mais particulares às leis e teorias mais gerais; II. Este método estabelece que partindo de premissas particulares, inferimos uma verdade geral. Uma característica fundamental deste método é sua fundamentação em premissas. III. Neste método presume-se que se suas premissas são verdadeiras provavelmente sua conclusão também será verdadeira. IV. Leis regras do método indutivo: Observação dos fenômenos com o objetivo de descobrir as causas de sua manifestação; Relação entre dos fenômenos para que se possa identificar, por meio da comparação, da aproximação dos fatos, uma relação constante entre eles; Generalização: A relação encontrada nos precedentes, fatos semelhantes, comportamentos, características observadas passa a ser generalizada e aplicada a todos. A A) Apenas a I é correta. B B) Apenas a II é correta. C C) Apenas a III é correta. D D) Apenas a IV é correta. E E) Todas são corretas. Exercício 3 Com relação ao método dedutivo considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha apenas as assertivas que são corretas. I. Foi idealizado por Descartes no século XVII; parte de teorias e leis mais gerais para a ocorrência de fenômenos particulares. II. É possível chegar à certeza apenas por intermédio da razão. III. Partindo das teorias, princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis é impossível chegar à determinação ou previsão. A A) Apenas a I. B B) Apenas a II. C C) Apenas a III. D D) Apenas a II e a III. E E) Todas são corretas Exercício 4 Com relação ao método hipotético-dedutivo considere as assertivas abaixo e assinale a alternativa que contenha apenas as assertivas que são corretas. I. A partir das hipóteses formuladas deduz-se a solução do problema. O processo se inicia pela percepção de uma falha nos conhecimentos acerca da qual formula hipóteses e, pelo processo dedutivo, testa a ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese. II. As hipóteses serão verificadas posteriormente. Estabelece suas conclusões baseado em fatos supostos, o que garante a veracidade da conclusão, mas uma possibilidade. III. Para Popper (1935) a ciência deveria ser feita a nível hipotético-dedutivo, em cujo contexto a experiência aparece como método de teste das teorias e não mais como um critério de demarcação científica. Para ele a ciência em momento algum consegue ir mais longe que suas hipóteses. Para ele a ciência começa e termina com problemas. A B B) Apenas a I e a II. C C) Apenas a II e a III. D D) Apenas a I e a III. E E) Todas são corretas. Exercício 5 Quanto às observações do método indutivo assinale a alternativa correta: I - Quando da descoberta de uma relação constante entre duas ou mais propriedades ou dois fenômenos, passamos deste particular para afirmação de uma relação essencial e em consequência universal. II - A extensão dos antecedentes é menos do que a conclusão que é generalizada pela palavra "todo". III - O caminho parte do especial ao geral, do indivíduo à espécie, dos fatos à lei geral. IV - Passa-se dos indícios percebidos a uma realidade maior a revelados por eles. V - As informações a cerca dos eventos observados, casos ou fatos observados para os casos ou acontecimentos não observados. A Apenas I e II estão corretas; B Apenas I, II e III estão corretas; C Apenas IV e V estão corretas; D E E) Todas estão corretas N.D.A. 6) Quanto ao Método Dialético: I - Observa o mundo dos fenômenos através de sua ação recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza e na sociedade; II - Tem como pressuposto, que toda determinação não traz em si sua própria negação, o crescimento das ocorrências desta contradição provoca uma mudança qualitativa, gerando uma nova determinação; III - A proposta é estudar a Tese, comparar com a Antítese, e a partir deste estudo elaborar a Síntese. A I - Apenas I está correta; B II - Apenas II está correta; C Apenas I e III estão corretas; D Apenas II e III estão corretas; E Todas estão corretas. MÓDULO IV - MÉTODOS DE PROCEDIMENTO MÓDULO IV - MÉTODOS DE PROCEDIMENTO Os métodos de procedimentos se relacionam mais com as etapas de trabalho, referem-se às etapas mais concretas da investigação. O procedimento pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Os métodos de procedimento estão descritos a seguir. Para as ciências sociais os mais aplicáveis estão a seguir: a) Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função. Esse método consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência na sociedade de hoje. Ex: Para entender a situação atual de uma família, pesquisa-se no passado os diferentes elementos construtivos dos vários tipos de famílias e suas fases de evolução social. b) Monográfico: Para LAKATOS E MARCONI (1996, p. 151) é “[...] um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina”. Consiste no estudo de determinados indivíduos, instituições, profissões, grupos e comunidades com a finalidade de obter generalizações. Neste método encontram-se grande parte das pesquisas em Administração de Empresa como os Estudos de Casos. Ex: O papel da mulher na sociedade moderna; a mão-de-obra flutuante na construção civil, o papel da universidade na vida do aluno. c) Comparativo: Para FACHIN (2001, p.37), o método comparativo consiste eminvestigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos. Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências, principalmente nas ciências sociais. Ex: O modelo de colonização espanhol e português na América Latina. As classes sociais no Brasil: do Brasil colônia a atualidade. O significado do termo investimento para o governo brasileiro e japonês. d) Etnográfico: Estudo e descrição de um povo, sua língua, raça, religião, cultura. Consiste no levantamento de todos os dados possíveis sobre a sociedade em geral e na descrição, com a finalidade de conhecer melhor o estilo de vida ou a cultura específica de determinados grupos. Ex: A cultura do povo indígena na relação familiar. O estilo de vida dos ribeirinhos do amazonas diante da atividade de subsistência. e) Estatístico: Método que implica números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades. Quase sempre associado à pesquisa quantitativa. Para FACHIN (2001, p. 46), este método se fundamenta nos conjuntos de procedimentos apoiados na teoria da amostragem e, como tal, é indispensável no estudo de certos aspectos da realidade social em que se pretenda medir o grau de correlação entre dois ou mais fenômenos. O método estatístico se relaciona com dois termos principais: população e universo. Ex: Verificar a correlação da frequência as aulas com o aproveitamento dos alunos. Identificar o percentual de alunos dispostos em classes sociais de uma determinada escola. f) Tipológico: Para MARCONI & LAKATOS (2010, p. 91) este método apresenta certas semelhanças com o método comparativo. Ao comparar fenômenos sociais complexos, o pesquisador cria tipos ou modelos ideais (que não existam de fato na sociedade), construídos a partir da análise de aspectos essenciais do fenômeno. A característica principal do tipo ideal é não existir na realidade, mas servir de modelo (padrão) para a análise e compreensão de casos concretos. Ex: Estudo do tipo de governo socialista do presente e do passado, para entender as características típicas e ideais do socialismo segundo Marx. g) Funcionalista: É a rigor mais um método de interpretação do que de investigação. Estuda a sociedade do ponto de vista da função de suas unidades, isto é, como um sistema organizado de atividades. Leva em consideração que a sociedade é formada por partes, diferenciadas e inter-relacionadas, interdependentes, satisfazendo cada uma, funções essenciais da vida social. Ex: Avaliação das principais diferenças entre nas atividades dos funcionários contratados e dos ACT’s no setor de atendimento do Poupa Tempo da Sé. Averiguação da prevenção da gravidez por meio da orientação sexual dos jovens de baixa renda. h) Estruturalista: O método parte da investigação de um fenômeno concreto elevando-se, a seguir ao nível abstrato, por intermédio da construção de um modelo que represente o objeto de estudo, retomando por fim ao concreto, dessa vez como uma realidade estruturada e relacionada com a experiência do sujeito social. Ex: A verificação das leis que regem o casamento e o sistema de parentesco das sociedades primitivas. A árvore de decisão no processo de compra de equipamentos de uma multinacional. Após considerarmos os métodos de procedimentos vamos nos dedicar à análise das técnicas de pesquisa. Técnica é um conjunto de processos disponíveis pela ciência dispostos de modo que cientista por meio de sua habilidade utilize esses preceitos ou normas em sua prática de pesquisa. Para LAKATOS & MARCONI (2010), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser classificada da seguinte forma: DOCUMENTAÇÃO INDIRETA: Implica levantamento de dados das mais variadas fontes e de qualquer método ou técnica empregada no material - referência. É a pesquisa realizada para buscar informações prévias sobre o campo de interesse. A busca dos dados pode se apresentar da seguinte forma: Pesquisa bibliográfica: É desenvolvida com base em material já elaborado, ou seja, de fontes secundárias, abrangendo todo o material já publicado sobre o tema. São normalmente constituídos principalmente de livros, artigos científicos, jornais, revistas, teses, dissertações, sendo possível também a utilização de arquivos falados como rádio, TV, gravações, filmes. Pesquisa documental: É muito parecida com a bibliográfica. A diferença está na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. Além de analisar os documentos de “primeira mão” (documentos de arquivos, igrejas, sindicatos, instituições etc.), existem também aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como relatórios de empresas, tabelas etc. DOCUMENTAÇÃO DIRETA: Implica levantamento de dados no próprio local de ocorrência dos fenômenos que interessam ao pesquisador. Pesquisa de campo: Procura o aprofundamento de uma realidade específica. É basicamente realizada por meio da observação direta das atividades do grupo estudado e de entrevistas com informantes para captar as explicações e interpretações do ocorre naquela realidade. O aspeto complicador deste tipo de pesquisa é a escolha da amostragem (das pessoas que serão escolhidas como exemplares de certa situação), a forma pela qual serão coletados os dados e os critérios de análise dos dados obtidos. Investigação ação participativa: Também conhecida como pesquisa-ação; é um tipo de pesquisa que é concebida e realizada por meio de uma estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo. Neste tipo de pesquisa unem-se os pesquisadores e participantes na qual se realiza a investigação da situação ou do problema. Ambos os grupos estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo. Pesquisa de laboratório: É uma técnica difícil e também bastante exata. O cientista procura reproduzir as condições de um fenômeno a ser estudado numa situação controlada. Exige uma extensa preparação, material específico, precisão e ambientes adequados. OBSERVAÇÃO DIRETA INTENSIVA: A observação direta intensiva é um tipo de observação que tem nos “sentidos” – capacidade de entender e observar à realidade a obtenção dos dados de interesse do pesquisador. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. Observação: Sendo elemento básico da investigação cientifica constitui-se como técnica fundamental em vários campos de conhecimento. A observação auxilia o pesquisador a identificar e obter provas a respeito dos objetivos sobre os quais versa sua pesquisa. Exige um plano detalhado e sistemático da pesquisa. Entrevista: Consiste em ajustar o encontro de duas pessoas com o objetivo de conhecer e obter informação sobre um determinado assunto ou fato de forma profissional. Possui grande relevância em alguns campos da ciência como antropologia, sociologia, política, jornalismo. Se realizada de forma consistente, com precisão, foco, e por um investigador experiente é um excelente sistema para a obtenção de dados. OBSERVAÇÃO DIRETA EXTENSIVA: Realizada através do questionário, formulário de medida de opiniões e atitudes, assim como por meios de técnicas mercadológicas. Questionário: A organização do questionário se da pela ordenação de perguntas que serão respondidas por escrito pelo entrevistado sem a presença do pesquisador. Sua elaboração requer a observância de normas precisas com o objetivo de validar e aumentar sua eficácia. O pesquisador deve dominar o assunto com o objetivo de gerar as perguntas e obter respostas convenientes para seu interesse e tema. Formulário: Bastante parecido com a técnica anterior, porém as respostas são obtidas na presença do entrevistador. É um instrumento essencial para a investigação social cuja coleta de dados é conseguida diretamentecom o entrevistado, face-a-face. Consiste numa coleção de questões que ao serem respondidas são anotadas de forma sistemática. Medidas de opinião e atitude: É um instrumento de padronização que visa a assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las. Medir e construir escalas nas ciências sociais tem como princípio conhecer a opinião e identificar as atitudes dos entrevistados, criando categorias em suas mensurações. Ex: sexo do entrevistado; característica da personalidade; opinião sobre palavras e nomes; apreciação de aprovação; interesse. Há também a utilização de outras técnicas. Apesar de também fazer parte do conjunto de procedimentos as descritas a seguir se aplicam a vários campos da investigação social. Está intimamente ligada a questão quantitativa do conhecimento, ou com uma característica intrínseca de um indivíduo. Testes: São instrumentos utilizados para obter dados que buscam medir uma dimensão. Rendimento, competência, conduta, de forma quantitativa. Testes psicológicos, aptidão; psicotécnicos, escolares. Sociometria: É uma técnica utilizada que procura explicar as relações pessoais entre indivíduos de um grupo. Grupo familiar, grupo de trabalho, grupo de estudantes. Revela a estrutura interna deste grupo, indicando as posições de cada indivíduo em relação aos demais. História da vida: Segundo LAKATOS & MARCONI (2010, p. 122) tenta obter dados relativos à experiência pessoal de alguém que tenha significado importante para o conhecimento do objeto de estudo. É uma técnica utilizada por antropólogos, sociólogos, educadores como fonte de informação para seus trabalhos. Alguns autores designam essas informações de “documentos íntimos” “documentos pessoais”. Técnica mercadológica: A pesquisa mercadológica ganha muita importância com o progresso dos negócios e com o crescimento do mercado. Visa obtenção de informações sobre o mercado de forma sistemática e organizada, de acordo com técnicas específicas, com o objetivo de auxiliar a tomada de decisões nas empresas. _____________________________________________________________________ Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi Exercício 1 Os métodos de procedimentos se relacionam mais com as etapas de trabalho, referem às etapas mais concretas da investigação. O procedimento pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Os métodos de procedimento estão descritos a seguir. Para as ciências sociais os mais aplicáveis estão a seguir: I. Histórico: Parte do princípio de que as atuais formas de vida e de agir na vida social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar suas raízes para compreender sua natureza e função. Esse método consiste em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verifica a sua influência na sociedade hoje. II. Monográfico: É um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, dependendo dos fins a que se destina. Consiste no estudo de determinados indivíduos, instituições, profissões, grupos e comunidades com a finalidade de obter generalizações. III. Comparativo: É método comparativo consiste em investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Geralmente o método comparativo aborda duas séries de natureza análoga tomadas de meios sociais ou de outra área do saber, a fim de detectar o que é comum a ambos. Este método é de grande valia e sua aplicação se presta nas diversas áreas das ciências, principalmente nas ciências sociais. Pode-se considerar correta(s) a(s) assertiva(s): A Apenas a I; B Apenas a I e a II; C Apenas a II e a III; D Apenas a III; E Todas são corretas. Exercício 2 Técnica é um conjunto de processos disponíveis pela ciência dispostos de modo que cientista por meio de sua habilidade utilize esses preceitos ou normas em sua prática de pesquisa. Para LAKATOS & MARCONI (2010), uma pesquisa, quanto aos seus procedimentos técnicos, pode ser classificada da seguinte forma: I. Documentação indireta – pesquisa bibliográfica, estudo monográfico. II. Documentação direta – pesquisa de campo, investigação participativa. III. Observação direta intensiva – observação. IV. Observação indireta extensiva – questionário, formulário, medidas de opinião e atitude. V. Outras fontes: testes, sociometria, história da vida e técnicas mercadológicas. A Apenas a I; B Apenas a II; C Apenas a II e a III; D Apenas a IV e a V; E Apenas a V. Exercício 3 A observação direta intensiva é um tipo de observação que tem nos “sentidos” – capacidade de entender e observar à realidade a obtenção dos dados de interesse do pesquisador. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também examinar fatos ou fenômenos que se deseja estudar. I. A OBSERVAÇÃO, como um dos elementos básicos da investigação cientifica, constitui-se como técnica fundamental em vários campos de conhecimento. II. A OBSERVAÇÃO auxilia o pesquisador a identificar a obter provas a respeito dos objetivos sobre os quais versa sua pesquisa. Não há necessidade premente de que haja um plano detalhado e sistemático da pesquisa. III. A ENTREVISTA consiste em ajustar o encontro de duas pessoas com o objetivo de conhecer e obter informação sobre um determinado assunto ou fato de forma profissional. Se realizada de forma consistente, com precisão, foco, e por um investigador experiente é um excelente sistema para a obtenção de dados. IV. A ENTREVISTA não possui grande relevância em alguns campos da ciência como antropologia, sociologia, política, jornalismo. Assinale a alternativa que não se coaduna no procedimento de observação direta intensiva: A A) Apenas a I. B B) Apenas a II. C C) Apenas a III. D D) Apenas a IV. E E) Apenas a II e a IV. Exercício 4 Assinale a alternativa correta quanto aos instrumentos de observação direta e extensiva: I. Questionário: Observa-se a organização do questionário pela ordenação de perguntas que serão respondidas por escrito pelo entrevistado sem a presença do pesquisador. A elaboração o questionário dispensa criteriosa observância de normas precisas com o objetivo de validar e aumentar sua eficácia. As perguntas têm de considerar linguagem clara, com redação corretíssima, sem ambiguidades ou termos de difícil compreensão pelo sujeito. II. Formulário: Assemelha-se à técnica anterior. As respostas são obtidas por e-mail. Trata-se de um instrumento essencial para a investigação social, cuja coleta de dados não precisa ser obtida face a face com o entrevistado. É formada por uma coleção de questões que devem ser respondidas e anotadas de forma sistemática. III. Medidas de opinião e atitude: É um instrumento de padronização que visa a assegurar a equivalência de diferentes opiniões e atitudes, com a finalidade de compará-las. Tem finalidade medir e construir escalas nas ciências sociais. Tem como princípio conhecer a opinião e identificar as atitudes dos entrevistados, criando categorias em suas mensurações. A Apenas a I; B Apenas a II; C Apenas a III; D Apenas a I e II; E Apenas a II e a III. 5) Assinale a alternativa correta com relação a diferença entre a documentação direta e a documentação indireta: I - Documentação indireta implica no levantamento de dados mais variadas fontes e de qualquer método ou técnica empregada no material-referência; II - Documentação direta implica no levantamento de dados do próprio local de ocorrência dos fenômenos que interessam ao pesquisador; III - A documentação indireta apresenta-se pela pesquisa de campo, pela pesquisa-ação, pela pesquisa de laboratório; IV - A documentação direta apresenta-se pela pesquisa bibliográfica e pela pesquisa documental. A Apenas I e IIestão corretas; B Apenas III e IV estão corretas; C Apenas I e III estão corretas; D Apenas II e IV estão corretas; E Todas estão corretas; 6) Com relação ao Método Monográfico podemos dizer que: I - É um estudo sobre um tema específico ou particular de suficiente valor representativo e que não obedece a rigorosa metodologia; II - Investiga determinado assunto não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos, não dependendo dos fins a que se destina; III - Consiste no estudo de indeterminados indivíduos, instituições, profissões, grupos e comunidades com a finalidade de obter generalizações; IV - Neste método encontram-se grande parte das pesquisas em Administração de Empresa como os Estudos de Casos. A Apenas I está correta; B Apenas II está correta; C Apenas III está correta; D Apenas IV está correta; E Todas estão corretas. MÓDULO V - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO MÓDULO V - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO. O levantamento bibliográfico consiste em um apanhado geral sobre os principais trabalhos já executados sobre o tema. O estudo da literatura pertinente pode ajudar na planificação do trabalho e evitar duplicações e erros, representando uma fonte indispensável de informação. A capacidade de reunir dados e aplicá-los em sua pesquisa vai depender da habilidade do pesquisador em aproveitá-los de forma consciente para que contribua para obtenção dos resultados esperados. Antes de iniciar qualquer pesquisa é primordial conhecer as fontes documentais que servirão de suporte a sua investigação. Os dados impressos (“de papel”) ou dos arquivos eletrônicos (“bits de informação”) devem ser minuciosamente observados. O levantamento bibliográfico não deve ser uma atividade puramente mecânica, com o “empilhamento” exaustivo de todos os livros e artigos a respeito de um assunto. Nem sempre é possível ou conveniente fazer levantamentos exaustivos da literatura sobre um determinado assunto, ainda mais se este tema for excessivamente amplo e genérico. Nossos levantamentos devem ser seletivos e uma primeira maneira de torná-los seletivos é através da demarcação precisa de nossos problemas de pesquisa. Devemos fazer, desde as primeiras etapas da pesquisa, uma avaliação crítica deste material, rejeitando aquelas informações que são claramente inadequadas; mal produzidas ou redundantes. Isto demanda um enorme senso crítico da parte de quem faz o levantamento, o que não deixa de ser mais uma das qualidades exigidas de um bom cientista. Portanto, para saber “como” procurar, é preciso antes de tudo saber “o quê” procurar. Procuras genéricas trarão resultados genéricos e exaustivos. Se procurarmos, por exemplo, informações sobre “manguezais” ou “praias arenosas” em uma boa biblioteca ou na Internet, chegaremos muito rapidamente a dezenas de milhares de referências, sob a forma de livros, teses, artigos científicos, relatórios, vídeos, etc. A grande maioria das bibliotecas já está integralmente informatizada. Nestes casos, os mecanismos de busca serão semelhantes àqueles usualmente adotados na Internet, em terminais de computador à disposição dos usuários. Por exemplo, a Universidade de São Paulo tem o site http://www.usp.br/sibi/ que permite consulta direta ao acervo de suas 39 bibliotecas. Tem também o site http://www.teses.usp.br/ que permite a busca no banco de teses e dissertações dos mais variados assuntos nas diferentes áreas de conhecimento. Por sua vez, a Universidade Federal do Paraná tem Portal da Informação, http://www.portal.ufpr.br/ que permite o acesso ao acervo de seu sistema de bibliotecas. Bibliotecas estão frequentemente interligadas, o que possibilita recuperar numa biblioteca específica o acervo de várias outras, facilitando o acesso às publicações de interesse. Na ausência de sistemas informatizados, as bibliotecas mantêm catálogos, que são basicamente fichas dispostas em ordem alfabética, por autor, título da obra ou periódico, ou assunto. Nas bibliotecas tradicionais, estas fichas continuam organizadas em fichários de aço, embora a prática mais corrente e eficaz seja a localização das referências através de terminais de computadores. Muitas bibliotecas mantêm sistemas mistos, catalogando nos arquivos de aço as fichas correspondentes às obras incorporadas no seu acervo há mais tempo e nos computadores, apenas as mais recentes. É interessante tecermos alguns comentários a respeito da busca nas fontes de informação: primária, secundária e terciária. Primárias: Sendo dados históricos, bibliográficos, estatísticos, arquivos oficiais, registros, arquivos pessoais, documentação, são as informações utilizadas em primeira mão, é a matriz explicativa do objeto de estudo. A palavra primária tem sentido de ordem; daquela que vem primeiro; que deu origem, e não de simplicidade; ou de pouca importância. Secundárias: É todo o demais conjunto de conhecimento gerado a partir da fonte primária, derivada da fonte original. Refere-se a trabalhos escritos com o objetivo de analisar e interpretar fontes primárias e, normalmente, com o auxílio e consulta de outras obras consideradas. É a imprensa em geral, e as obras literárias, como livros, revistas. Consiste em todo trabalho que se baseia em outro, este sendo a fonte original ou primária. Tem como característica o fato de não produzir uma informação original, mas trabalhar sobre ela, procedendo à análise, ampliação, comparação, etc. Terciárias: São publicações, tais como enciclopédias ou outros compêndios, que resumem muitas fontes secundárias e primárias. Muitos livros-textos introdutórios também podem ser considerados fonte terciária, na medida em que resumem resultados amplamente aceitos de grandes quantidades de fontes primárias e secundárias. Obviamente a Internet acabou com o isolamento entre pesquisadores de todo o mundo. Ninguém com acesso à rede mundial de computadores pode hoje alegar que seu trabalho é ruim por não ter conseguido obter as melhores ou mais atualizadas informações a respeito de um assunto. Contudo, procurar informações na Internet é como procurar agulhas em um palheiro, é uma arte. Com uma simples palavra num mecanismo de busca têm-se milhares de sites referenciados. Se o objetivo é fazer levantamentos sistemáticos e eficazes para fins científicos, deve-se então utilizar instrumentos adequados, caso contrário, corre-se o risco de morrer afogado num mar de dados. Os dados podem virar informações úteis após análise do pesquisador. Neste contexto, o excesso de informações pode ser tão grave quanto sua escassez. É preciso saber procurar, sobretudo procurando os endereços ou mecanismos de busca mais adequados. Lidar eficiente ou inteligentemente com os mecanismos de busca evita um acúmulo não seletivo de publicações, como resultado de nosso levantamento. Existem programas e/ou mecanismos de busca, vinculados à própria rede, que se encarregam de localizar sites ou endereços com informações sobre um assunto, a partir da indicação (e do cruzamento) de palavras-chave. Um site muito interessante para fins de pesquisa é o Google Acadêmico, disponível em: http://scholar.google.com.br/. Dentre outros mecanismos de busca exclusivamente voltados para fins científicos vale destacar: WEB OF SCIENCE, O SCIRUS; disponível em: http://www.scirus.com/ SCIENCE DIRECT; disponível em: http://www.sciencedirect.com/ SCOPUS; disponível em: http://www.scopus.com/home.url INGENTA; disponível em: http://www.ingentaconnect.com/ CORE; disponível em: http://core.kmi.open.ac.uk/search LANIC; disponível em: http://www1.lanic.utexas.edu/la/brazil/ SCIENCE RESEARCH; disponível em: http://www.scienceresearch.com/scienceresearch/ BIZNAR; disponível em: http://biznar.com/biznar/ MEDNAR; disponível em: http://mednar.com/mednar/ SCIENCE.GOV.USA; disponível em: http://www.science.gov/scigov/ WORLD WIDE SCIENCE; disponível em: http://worldwidescience.org/ Todos os links disponibilizados acima permitem acesso rápido a uma infinidade de informações técnico-científicas, sobre todo e qualquer assunto.No âmbito nacional vale realçar: SIBI (USP); disponível em: http://www.usp.br/sibi/ PORTAL CAPES; disponível em: http://www.periodicos.capes.gov.br/ IBICT; disponível em: http://www.ibict.br/ SCIELO; disponível em: http://www.scielo.org/php/index.php DOMINIO PUBLICO; disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp COMITE GESTOR DA INTERNET NO BRASIL; disponível em: http://www.cgi.br/gt/gtbv/gtbv.htm ___________________________________________________________________ Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi. Exercício 1 A fonte da pesquisa bibliográfica mais evidente é a própria bibliografia mínima e a busca das bibliografias que aparecem nos livros já anotados. Nem sempre isso é suficiente. Aponte qual alternativa não tem relação com o que está afirmado aqui. A A) Pode acontecer que após a leitura e fichamento você descubra que aquelas obras não servem. B B) Todas as obras da bibliografia pesquisada serão usadas. C C) Pode acontecer de os livros que você conseguiu relacionar serem em número insuficiente para a elaboração do trabalho. D D) Pode também acontecer de você não ter a bibliografia mínima. E E) Se você não tiver a bibliografia mínima à mão ainda assim não poderá desistir da pesquisa 2) A respeito de pesquisa bibliográfica aponte a alternativa incorreta: A De posse dos livros, será feita a leitura ainda que apenas superficial, especialmente dos sumários, para anotar conceitos e temas que serão utilizados para a pesquisa bibliográfica. B Independentemente do tema escolhido, o estudante não escapa de ter de procurar por obras a partir de conceitos eleitos. C A pesquisa na biblioteca sempre incluirá a busca de livros a partir de certas palavras escolhidas. D Não há necessidade de elencar uma série de nomes de autores e obras que deverá conhecer. E Muitas vezes o próprio título de uma obra já dá base para a investigação nos fichários de bibliotecas. 3) Verifique em qual alternativa abaixo não há verdade sobre a pesquisa bibliográfica: A Você não precisa consultar funcionários das bibliotecas para buscar as obras referentes à sua pesquisa. B Se você já é um estudante moderno e equipado com alta tecnologia pode fazer consultas através da Internet nas bibliotecas viurtuais. C A pesquisa mais fácil é a dos autores. D Os arquivos estão organizados em ordem alfabética de nome. E Na pesquisa por termos o cuidado é maior. 4) Veja as afirmações abaixo. Qual delas está incorreta? A Existem obras esgotadas, mas elas podem ser adquiridas em qualquer livraria. B Uma das fontes para o levantamento bibliográfico são os fichários das bibliotecas. C Os boletins são obras especializadas no levantamento das publicações. D Os bancos de dados da Internet com fontes bibliográficas são acessáveis graças aos programas de busca. E Na hipótese de uma obra estar esgotada há a possibilidade de encontrá-la em algum sebo. 5) Uma busca bibliográfica deve ser dirigida ao tema de seu Trabalho de Curso. De posse de uma obra é possível saber se se refere ao tema observando alguns caminhos. Qual deles abaixo apontado é incorreto? A Ler o sumário da obra. B Ler o prefácio da obra. C Ler as "orelhas " da obra. D Ler algumas passagens da obra. E Ler apenas o título da obra. 6) No tocante ao LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO, podemos considerar que este procedimento... I. consiste em um apanhado geral sobre os principais trabalhos já executados sobre o tema. É essencial ajudar na planificação do trabalho e evitar duplicações e erros, representando uma fonte indispensável de informação. A capacidade de reunir dados e aplicá-los em sua pesquisa vão depender da habilidade do pesquisador em aproveitá-los de forma consciente para que contribua para obtenção dos resultados esperados. II. antes de iniciar qualquer pesquisa é primordial conhecer as fontes documentais que servirão de suporte à sua investigação. Os dados impressos (“de papel”) ou dos arquivos eletrônicos (“bits de informação”) devem ser minuciosamente observados, para que possam ser utilizados na pesquisa. As fontes independem das garantias de credibilidade dos dados que sustentam as considerações do pesquisador. III. o levantamento bibliográfico não deve ser uma atividade puramente mecânica, ainda que deva ser exaustivo quanto aos livros e artigos a respeito de um assunto. Fazer levantamentos exaustivos da literatura sobre um determinado assunto, ainda que o tema seja excessivamente amplo e genérico, é procedimento metodológico essencial. IV. os levantamentos devem ser seletivos e uma primeira maneira de torná-los seletivos é através da demarcação precisa de nossos problemas de pesquisa. Devemos fazer, desde as primeiras etapas da pesquisa, uma avaliação crítica deste material, rejeitando aquelas informações que são claramente inadequadas; mal produzidas ou redundantes. Isto demanda um enorme senso crítico da parte de quem faz o levantamento, o que não deixa de ser mais uma das qualidades exigidas de um bom cientista. A Apenas a I; B Apenas a II; C Apenas a II e a III; D Apenas a III; E Apenas a III e a IV. MÓDULO VI - PLANEJAMENTO DO TRABALHO ACADÊMICO MÓDULO VI – PLANEJAMENTO DO TRABALHO ACADÊMICO INTRODUÇÃO: A introdução tem como objetivo principal a apresentação do tema da pesquisa. Essa apresentação deve promover a explicação de como se chegou a um questionamento e do motivo pelo qual há uma inquietação a respeito do tema que o aluno se propõe pesquisar. A introdução pode conter um breve histórico sobre o tema a ser abordado, assim como as motivações que levaram o aluno a propô-lo. O leitor, ao ler a introdução precisa ter a ideia exata do que a pesquisa irá trazer de contribuição. Dessa forma, a introdução deve “fisgar” o leitor, captando sua atenção e motivando-o a continuar a leitura do trabalho. O texto deve ser simples, para que até mesmo aqueles leitores desconhecedores do assunto possam compreender os aspectos essenciais do assunto e do problema que está sendo investigado. É importante salientar a questão da delimitação do tema. Expressões como “O direito constitucional”, “A escravidão”, “A internet”, entre outras, sugerem temas de conteúdo demasiadamente extenso para ser estudado num único trabalho acadêmico. Uma boa forma de se delimitar o tema é circunscrevê-lo espacial e/ou temporalmente. Além da delimitação circunstancial (espaço e/ou tempo), outras formas de “afunilamento” do tema deverão ser pensadas de acordo com a especificidade da área escolhida para a pesquisa. Adjetivos restritivos, adjetivos explicativos e complementos nominais de especificação podem auxiliar nessa tarefa de delimitar ainda mais o tema. Finalmente uma preocupação que o aluno deve ter em relação ao tema é a afinidade com a área da qual ele – o tema – faz parte. Lembre-se dos 4T’s. fazer uma pesquisa soa enganosamente simples. Uma pesquisa pode ser uma tarefa árdua, e sem o necessário prazer e interesse pelo tema escolhido, dificilmente teremos um bom trabalho, visto que demanda tempo, dedicação e empenho também é bastante grande; por isso, o aluno deve procurar escolher um (tema) assunto que seja de uma área de conhecimento/interesse, dentro da sua formação, com a qual ele se identifique e tenha interesse ou curiosidade em conhecer melhor. TEMA: O tema de pesquisa é, na verdade, uma área de interesse a ser abordada. A escolha de um tema representa uma delimitação de um campo de estudo no interior de uma grande área de conhecimento, sobre o qual se pretende debruçar. Para RUEN, (1999, p. 62) é necessário construir um objeto de pesquisa, ou seja, selecionar uma fração da realidade a partir do referencial teórico-metodológico escolhido. DELIMITAÇÃO DO TEMA: É a definição de qual enfoque do tema será explicitado no desenvolvimento do trabalho. A delimitação pode ser entendida como restrição/delimitação do universo da pesquisa. Delimitar é indicar a abrangênciado estudo, estabelecendo os limites de tempo e espaço, bem como os conceituais do tema. Diversos alunos ou pesquisadores podem abordar um mesmo assunto, o que não significa que todos tratarão do mesmo tema. Podemos dizer que o tema é o assunto delimitado. Para delimitar um tema podemos utilizar vários critérios. O mais comum é o critério temporal. Depois de escolhido o assunto de pesquisa é preciso ainda afunilá-lo, circunscrevê-lo. Para ajudar nesta etapa, podemos estabelecer alguns critérios para a delimitação do tema. Depois de escolhido o assunto de pesquisa é preciso ainda afunilá-lo, circunscrevê-lo. Para ajudar nesta etapa, podemos estabelecer alguns critérios para a delimitação do tema, a saber: A) Critério ESPACIAL. Segundo GIL (2004, p. 162) o critério espacial delimita o “lócus” da observação, ou seja, o local onde o fenômeno em estudo ocorre. Ex: Um estudo que trate das relações comerciais de um país, por exemplo, pode comportar diferentes recortes espaciais (um continente, um bloco econômico, uma zona de influência, etc). Este parâmetro espacial escolhido implicará o resultado e as conclusões do estudo. B) Critério TEMPORAL. Segundo GIL (2004, p. 162), o critério temporal estabelece o período em que o fenômeno a ser estudado será abordado. Podemos definir a realização da pesquisa situando nosso objeto no tempo atual, ou recuar no tempo, procurando evidenciar a série histórica de um determinado fenômeno. Ex: Um estudo sobre o desenvolvimento de micro e pequenas empresas nos últimos 5 anos no Brasil. Outro exemplo seria estudar o desenvolvimento da indústria no período da ditadura militar – entre 1964 e 1985. Obviamente que o interesse da pesquisa vai depender do objetivo do pesquisador em elaborar o dado recorte. C) Critério POPULAÇÃO. Segundo RUDIO (1985, p. 72-75) é a população a ser estudada consiste na definição de quem será objeto da pesquisa. Este critério pode delimitar um conjunto específico de empresas, ou de certos segmentos de negócios ou mesmo sob determinado aspectos do modelo produtivo que por si só já estabeleçam sua delimitação. Ex: Um estudo sobre o desenvolvimento das empresas de manufatura de tecidos em Jacareacanga[1] (PA). Neste caso, a população do estudo dependerá, obviamente, da área de conhecimento na qual ele se insere e no propósito de cada pesquisa. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA: É a problemática que será explorada e observada como conceito dos questionamentos e dúvidas que o trabalho se proporá a resolver. O problema é o motor de todo o trabalho de pesquisa. Depois de definido o tema, o pesquisador identifica uma questão (problema) para que esta seja respondida por meio de uma hipótese, que poderá ser confirmada ou negada por meio do trabalho de pesquisa. O problema é criado pelo próprio pesquisador e deve estar relacionado ao tema escolhido. O pesquisador criará um questionamento para definir a abrangência de sua pesquisa. Não existem regras e/ou modelos para se identificar um problema, porém alguns autores sugerem que ele seja expresso na forma de pergunta. Eu; enquanto redator deste manual; prefiro chamar de “problema” àquela indagação que intriga, preocupa; ou ainda incomoda o pesquisador. Esta preocupação pode não ser apenas uma pergunta; ela pode ser entendida pelo aluno/pesquisador como sendo uma afirmação verdadeira onde a proposta do estudo seja confirmá-la. Einstein costumava dizer que a formulação de um problema é mais importante que a sua solução. Assim, o sucesso estaria em encontrar a solução certa para o problema certo. Muitas vezes falhamos nas nossas pesquisas ao tentar resolver o problema errado. Essa incidência é bem maior do que por obter uma solução errada para o problema certo. Certos desse dilema; pode-se afirmar que; em relação aos problemas do mundo atual, falhamos mais por deixarmos de abordar os problemas do que com os problemas que não conseguimos resolver. Veja o exemplo abaixo: Tema: A deficiência na concepção e aplicação da TI - Tecnologia de Informação nas micro e pequenas empresas de manufatura brasileiras; perpetua a ineficiência e a baixa produtividade. Problema: Esse segmento é pouco incentivado pelo BNDES. A formulação do problema de certa forma já cria parte da delimitação da pesquisa, pois indica a dificuldade que se pretende resolver ou responder. De outra forma, quando o problema é feito sob a forma de pergunta torna-se fator primordial que haja possibilidade de respondê-las ao longo da pesquisa. Tanto na forma de perguntas como na forma de afirmações aconselha-se a não gerar muitas incógnitas para que não se possa cometer o erro de deixar de apresentar às devidas respostas. Ex: A Análise das Demonstrações Contábeis oferece elementos para a tomada de decisões gerenciais? Caso ofereça; elas dependem do humor do analista ou são inerentes ao processo? Quais são os elementos que levam o Ministério Público a quebrar o sigilo bancário de agentes privados? DEFINIÇÃO DE TERMOS (opcional): É uma lista com a definição de termos técnicos chamada de glossário. Nesse glossário devem estar contidas palavras de uso restrito ao trabalho de pesquisa ou pouco conhecidas pelo virtual leitor, acompanhadas de definição. Este não é um item obrigatório. Sua inclusão fica a critério do autor da pesquisa, e da solicitação do professor orientador. Ambos devem ter o “bom senso” de criá-lo; caso haja necessidade de explicar termos que possam gerar equívocos de interpretação por parte do leitor. É importante perceber que qualquer pessoa pode se interessar pelo seu tema e, portanto, necessitará de informações adicionais para compreendê-lo. Nesse sentido, o glossário é de grande ajuda no contexto da pesquisa. HIPÓTESES: Podemos defini-las como sendo uma afirmação que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente para um problema. Essas afirmações devem ser testadas no decorrer do trabalho para que sua validade seja determinada. Hipótese é sinônimo de suposição. Nesse caso a hipótese é uma afirmação categórica (uma suposição), que tente responder ao “problema” levantado no tema escolhido para pesquisa. É uma pré-solução para o “problema” levantado. O trabalho de pesquisa, então, irá confirmar ou negar a hipótese (ou suposição) levantada. Sob o ponto de vista operacional, a hipótese deve servir como uma das bases para a definição da metodologia de pesquisa, visto que, ao longo de toda a pesquisa, o pesquisador deverá confirmá-la ou rejeitá-la no todo ou em parte. Exemplo: Tema: A deficiência na concepção e aplicação da TI - Tecnologia de Informação nas micro e pequenas empresas de manufatura brasileiras; perpetua a ineficiência e a baixa produtividade. Problema: Esse segmento é pouco incentivado pelo BNDES. Hipóteses: (1) A falta de capital do BNDES deixa de lado as pequenas e médias empresas. (2) A TI não está acessível ao segmento dado a política de crédito do BNDES. (3) A ineficiência e a baixa produtividade advêm do baixo nível de investimento em TI pelas pequenas e médias empresas. OBJETIVOS: A definição dos Objetivos determina o que o pesquisador quer atingir com a realização do trabalho de pesquisa. Objetivo é sinônimo de meta, fim. Estabelecer objetivos é definir as metas e resultados que se pretende conseguir. Os objetivos devem apresentar o que se pretende conhecer, ou medir, ou provar no decorrer da pesquisa, ou seja, as metas que se deseja alcançar. Para facilitar a proposta do estudo, uma maneira fácil para definir objetivos é colocá-los começando com o verbo no infinitivo: esclarecer alguma coisa; definir um assunto; analisar um conceito; caracterizar algo, explicar alguma coisa etc. Observem que existem alguns verbos característicos para os tipos de objetivos, a saber: Objetivo geral: Indicam a ação mais ampla e complexa. O objetivo geral deve descrever de modo claro e sucinto uma meta a ser atingida. Ele pode ser uma proposta que solucione um problema crítico, que você deseja resolver; ele deve ser claro de modo a explicar o que você realmente deseja obter com o estudo; normalmente elepode propor a análise de uma situação. Os verbos mais usuais para isso são: identificar, levantar, descobrir, caracterizar, descrever, traçar, analisar, explicar, etc. Ex: (1) Conhecer quais os acidentes de trabalho que mais ocorrem na empresa de manufatura e como eles contribuem para estabelecer políticas de prevenção de acidentes. (2) Avaliar o processo de produção após a implantação de um programa de melhoria. Objetivos específicos: Indicação das metas, das etapas que levarão à realização dos objetivos gerais. Para o detalhamento do objetivo geral e desdobrá-lo em objetivos específicos, é necessário perceber que o geral é mais amplo, e podem ser subdivididos em partes que se denominam objetivos específicos. Os objetivos específicos são partes do objetivo geral, porém são objetivos menores e menos complexos. Quando reunimos todos os objetivos específicos, devemos chegar ao objetivo geral da pesquisa. Os verbos mais usuais são: classificar, aplicar, distinguir, enumerar, exemplificar, selecionar, verificar, etc. Ex: Para o objetivo geral (I) detalhamos os seguintes específicos: 1- Enumerar quais os tipos de acidentes que mais ocorre na empresa. 2- Observar onde ele ocorre (em que posto, em que função). 3- Classificar as quais as possíveis causas desses acidentes. 4- Observar se a carga de trabalho influencia na ocorrência de acidentes. 5- Verificar a associação entre tipo de atividade e tipo de acidente. Ex: Para o objetivo geral (II) detalhamos os seguintes específicos: 1- Aplicar indicadores de qualidade no processo. 2- Verificar os indicadores e suas potencialidades. 3- Distinguir as técnicas de implantação do programa de melhoria. JUSTIFICATIVAS: A Justificativa de projeto de pesquisa é a argumentação dos motivos que levaram à decisão de empreender a pesquisa e abordar o tema em questão. No caso de trabalhos mais elaborados e outros níveis de exigência se faz necessário explicar como o tema escolhido pelo pesquisador e as hipóteses levantadas são de suma importância, para a sociedade ou para alguns indivíduos, quando avaliadas e comprovadas. No Trabalho de Curso essa proposta pode ser descartada. A justificativa deve se prender em aspectos de ordem teórica, com o cuidado de não se tentar justificar a hipótese levantada, ou seja, tentar responder ou concluir o que vai ser buscado no trabalho de pesquisa. A Justificativa exalta a importância do tema a ser estudado, para isso entende-se que alguns itens se tornam de grande relevância para uma boa justificativa; a saber: 1- Atualidade do tema: inserção do tema no contexto atual. 2- A proposta sobre a importância ao assunto no contexto acadêmico. 3- O Interesse do autor e suas expectativas com o tema. 4- A relevância do tema e o vínculo do pesquisador com o tema. 5- A pertinência do tema e sua contribuição para a formação do debate acadêmico. METODOLOGIA: A Metodologia é a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata de toda ação desenvolvida no método (caminho) do trabalho de pesquisa. É a definição dos procedimentos técnicos e metodológicos da pesquisa. É a explicação do tipo de pesquisa e do instrumental utilizado. Os procedimentos metodológicos respondem: Como? Com quê? Onde? A metodologia estabelece de forma detalhada e sequencial os métodos e técnicas científicas a serem executados para atingir os objetivos da pesquisa, sendo que para isso, deve atender aos critérios estabelecidos no tema, nos objetivos e hipóteses. 6.9. TIPOS DE PESQUISA Qualitativa: As pesquisas qualitativas são exploratórias, ou seja, estimulam os entrevistados a pensarem livremente sobre algum tema, objeto ou conceito. Elas fazem emergir aspectos subjetivos e atingem motivações não explícitas, ou mesmo conscientes, de maneira espontânea. São usadas quando se busca percepções e entendimento sobre a natureza geral de uma questão, abrindo espaço para a interpretação. Parte de questionamentos como: “Qual conceito novo de produto deveria ser criado em uma determinada categoria?” e “Qual é o melhor posicionamento de comunicação para esse produto?”, por exemplo. Quantitativa: As pesquisas quantitativas são adequadas para apurar opiniões na pesquisa social quando se utiliza de instrumentos estruturados e outras técnicas estatísticas. Normalmente implica a construção de inquéritos por questionário e análises baseadas em modelos matemáticos para explicar a frequência da ocorrência de eventos, para explicar as conclusões em estudos observacionais e também para justificar a aleatoriedade e a incerteza na previsão de fenômenos futuros. Seu objetivo é mensurar e permitir o teste de hipóteses, já que os resultados são mais concretos e, consequentemente, menos passíveis de erros de interpretação. Segundo Gil (2002), uma pesquisa, tendo em vista seus objetivos, pode ser classificado da seguinte forma: a) Pesquisa exploratória: Esta pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. b) Pesquisa descritiva: Tem como objetivo primordial a descrição das características de determinadas populações ou fenômenos. Sua principal característica está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Normalmente utilizadas para descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as pesquisas eleitorais que indicam a relação entre o candidato e a escolaridade dos eleitores; ou para descrever características de grupos (idade, sexo, procedência etc.), como também a descrição de um processo numa organização, o estudo do nível de atendimento de entidades, levantamento de opiniões, atitudes e crenças de uma população, etc. c) Pesquisa explicativa: A preocupação central é identificar os fatores que determinam; ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos. É o tipo que mais aprofunda o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas. Por isso, é o tipo mais complexo e delicado. MÉTODOS DE PESQUISA: Segundo Lakatos e Marconi (1995, p. 106), os métodos podem ser subdivididos em métodos de abordagem e métodos de procedimentos. Para Garcia (1998, p.44), o método representa um procedimento racional e ordenado (forma de pensar), constituído por instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao longo do caminho (significado etimológico de método) e alcançar os objetivos preestabelecidos no planejamento da pesquisa (projeto). MÉTODO DE ABORDAGEM CIENTÍFICO: Os métodos de abordagem referem-se ao plano geral do trabalho, a seus fundamentos lógicos e aos processos de raciocínio adotados, enquanto métodos de procedimentos relacionam-se com as etapas do trabalho. Dedutivo, Indutivo. Dialético, Hipotético. MÉTODOS DE PROCEDIMENTO: Os métodos de procedimentos se relacionam mais com as etapas de trabalho, referem às etapas mais concretas da investigação. O procedimento pressupõe uma atitude concreta em relação ao fenômeno e estão limitadas a um domínio particular. Histórico, estatístico, documental, etnográfico. UNIVERSO DA PESQUISA: O universo da pesquisa corresponde à amostra do universo global, isto é, em dada população, os sujeitos que serão efetivamente pesquisados. Universo é o conjunto de fenômenos, todos os fatos apresentando uma característica comum, e população como um conjunto de números obtidos, medindo-se ou contando-se certos atributos dos fenômenos ou fatos que compõem um universo. TÉCNICAS DE PESQUISA: Estabelecimento dos procedimentos técnicos para a busca de resultados. Pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo, documentação indireta. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA: Esta parte fundamenta a pesquisa, é a base de sustentação teórica, é a apresentação do embasamento teórico que fundamentará o trabalho. Também conhecidacomo revisão bibliográfica, revisão teórica, fundamentação bibliográfica, estado da arte, revisão de literatura, resenha bibliográfica, se constitui na principal força para identificar a linha teórica de discussão em que o trabalho se insere, obviamente detalhando as ideias e os autores necessários para dar consistência às indagações do trabalho. Nesta fase o pesquisador deverá responder às seguintes questões: quem já escreveu e o que já foi publicado sobre o assunto? Que aspectos já foram abordados? Quais as lacunas existentes na literatura? Pode ser uma revisão teórica, empírica ou histórica. Na Fundamentação Teórica deve haver um afunilamento do assunto até o ponto específico que compõe o tema do trabalho. O pesquisador deve dar crédito com maior ênfase a estudos prévios, utilizando-os como base para iniciar uma discussão e contextualizando o tema central. A fundamentação teórica é importantíssima porque favorecerá a definição do pano de fundo e contornos mais precisos da problemática a ser estudada. Ao escrever, o pesquisador deve ter em mente um balanço crítico da bibliografia relacionada com a pesquisa e diante disso fazer uma breve reflexão sobre os fundamentos teóricos. Neste sentido ele deve apresentar as principais teorias que se relacionam com o tema proposto. CRONOGRAMA: É a distribuição de tarefas e etapas que permitirão um aproveitamento racional e lógico da disponibilidade de tempo para a realização do trabalho. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES – PROJETO DE PESQUISA – TC FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 1.Tema XXXX 2-Obj/Met XXXX 3.Leitura XXXX 4. Leitura XXXX 5. Leitura XXXX 6. Dados XXXX 7. Análise /Discussão XXXX 8. Análise XXXXX 9. Redige XXXXX XXXXX Conclui XXXXX [1] Em 2008, Jacareacanga (PA), na divisa com o Amazonas e Mato Grosso, possuía o menor PIB per capita entre os 5.564 municípios do país (R$ 1 721,23) e tinha cerca de 60,0% da sua economia dependente da administração pública. Além disso, 60% do seu território eram áreas de preservação ambiental e terras indígenas. Disponível em: < http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=1780&id_pagina=1>. Acesso em 24/02/2011. Texto adaptado de Texto de autoria do Professor Doutor Almir Volpi. Observe nas alternativas abaixo qual é aquela que aponta para a introdução de um Trabalho de Curso. A Discutir é comparar as várias posições que se entrechocam dialeticamente. B Manifestar as intenções do autor e os objetivos do trabalho. C O autor manifestará seu ponto de vista sobre os resultados obtidos. D É a fase de fundamentação lógica do tema. E È breve e recapitula sinteticamente os resultados da pesquisa. Qual afirmativa abaixo define melhor o que é uma introdução de um Trabalho de Curso? A Problematizar o tema proposto. B Propicia ao leitor uma visão panorâmica do tema explorado. C Analisa o tema proposto. D Aponta uma tomada de posição. E Demonstra e aplica a argumentação. Em qual alternativa há uma explicação do que seja o desenvolvimento de um Trabalho de Curso? A É o corpo principal do texto cujo objetivo é comunicar , explicar, analisar, discutir o tema até comprovar a sua pergunta inicial. B O desenvolvimento não aparece no Sumário do Trabalho de Curso. C É a seção em que se arremata o trabalho. D Contém os elementos essenciais à identificação do trabalho. E É o espaço em que se explica a natureza do trabalho. "Finalmente, você vai encerrar o Trabalho deCurso propriamente dito. E o fará....começando-o." (Manual dee orientação para preparo de monografia.Augusto Thompson.) A que se refere o autor? A À elaboração da conclusão. B À elaboração do Sumário. C À elaboração da introdução. D À elaboração das Referências Bibliográficas. E À elaboração dos Apêndices. Ao checar o seu Trabalho de Curso você responderá a algumas perguntas,exceto? A O tema ficou suficientemente limitado? B O tema foi desenvolvido com auxílio de material original, relevante e variado? C Nas citações textuais, o texto transcrito foi copiado rigorosamente? D Já que o tema ficou solto, devo ressaltá-lo melhor perante a banca examinadora? E Nas citações livres, houve tradução fiel ao pensamento do autor? 6) Com relação a delimitação do tema do trabalho acadêmico, assinale a alternativa incorreta: A É a definição de qual enfoque do tema será explicitado no desenvolvimento do Trabalho; B Depois do escolhido o Tema da pesquisa, é preciso afunilá-lo, circunscrevê-lo; C Diversos pesquisadores podem abordar um mesmo assunto, o que significa que todos tratarão o mesmo Tema; D Para ajudar nesta etapa, podemos estabelecer critérios espaciais, temporais, populacionais; E A delimitação pode ser entendida como restrição/delimitação do universo de pesquisa. MÓDULO VII - ASPECTOS PRÓPRIOS DE UM TRABALHO ACADÊMICO MÓDULO VII - TIPOS DE TRABALHOS ACADÊMICOS Trabalho de Conclusão de Curso (TCC): É uma atividade acadêmica obrigatória que consiste na sistematização, registro e apresentação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos, produzidos na área do Curso, como resultado do trabalho de pesquisa, investigação científica e extensão. O TCC tem por finalidade estimular a curiosidade e o espírito investigativo do acadêmico, fundamentais para o desenvolvimento da ciência. Leva o aluno a promover uma pesquisa de caráter monográfico ou um estudo exploratório, normalmente, de abordagem qualitativa. A pesquisa permite ao aluno aprender a pesquisar uma bibliografia pertinente sobre o tema, progredir quanto à abstração de textos diversos, a ponto de trabalhar sua capacidade de síntese e redação. Monografia: A palavra monografia, derivada do grego “monos” (um) e “grapheim” (escrita), ou seja, a monografia deve ser entendida como tipo de trabalho acadêmico em que se escreve sobre apenas um tema, de forma bem delimitada, sistematizada e estudada de forma pontual. Em monografias de conclusão de curso, o tema e o enfoque deverão expressar conhecimento do assunto escolhido, bem como a afinidade do autor. Deve ser escrito com absoluta clareza, coesão e coerência, com arguta observância das normas da ABNT, observando que a monografia seja simples, clara e objetiva, sem floreios literários e que mantenha a coerência e consistência em relação ao tema estudado, exigindo o uso de metodologia específica que oriente a revisão da literatura, a coleta de dados, bem como a elaboração do trabalho. Estudos realizados por Tachizava e Mendes (1999) classificam a monografia de acordo com sua abordagem em três tipos: a) Análise Teórica – São as monografias que desenvolvem estudo teórico, investigando e analisando conceitos em fontes referenciais ou documentais. Tais teorias poderão apoiar uma concepção ou ser utilizadas para negar determinado ponto de vista, ou seja, organização coerente de ideias, análise crítica ou comparativa. b) Análise Teórico-empírica - além da abordagem teórica conceitual deverá haver uma pesquisa empírica (trabalho de campo). Análise interpretativa de dados primários, i.e., informações obtidas no estudo de campo, por meio de dados coletados por meio de respostas a questionário e ou entrevista. c) Estudo de Caso - Tipo de monografia que se apoia na análise da metodologia de ação de determinada organização. Portanto, deve-se retratar a situação encontrada e propor solução/mudança no contexto analisado. (TACHIZAVA E MENDES, 1999, pp. 30-50) Lembramos, porém, que os três tipos devem estar apoiados em uma análise teórica conceitual. Consideramos que é relevante serem observadas as seguintes orientações para elaboração da monografia: INTRODUÇÃO - Delimitaçãodo tema - Objetivo da Pesquisa - Justificativa - Metodologia DESENVOLVIMENTO - Conceitual – (se necessário pode incluir histórico) - Descritivo - Analítico CONCLUSÃO: Não é um resumo do trabalho, mas exposição dos resultados da pesquisa, quais as conclusões obtidas com o estudo. Abertura de possibilidades para novos estudos. Dissertação: É um trabalho monográfico apresentado como exigência para obtenção do grau de Mestre e é submetida à defesa pública e à avaliação de uma banca examinadora. Para tanto, é importante que a escolha do tema esteja pautada em um prévio conhecimento teórico sobre o assunto. "..a dissertação é um documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou a exposição de um estudo científico recapitulativo, de um tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, analisar e interpretar informações".(NBR, apud, Manual UNIRIO, 1998, p.10). Destinada aos cursos de pós-graduação stricto sensu, define-se, sobretudo, por uma reflexão acerca de um determinado tema ou problema, que se materializa pela exposição de ideias de maneira ordenada e fundamentada. Assim, norteados por tais aspectos, podemos afirmar que a dissertação é fruto de um trabalho de pesquisa o mais complexo possível em relação ao tema escolhido. Para obter o grau de mestre, segundo Medeiros (2003, p. 249): [...] além da revisão de literatura, é preciso dominar o conhecimento do método de pesquisa e informar a metodologia utilizada na pesquisa. [...] Embora não haja preocupação em apresentar novidades quanto às descobertas, o pesquisador expõe novas formas de ver uma realidade já conhecida. Tese: A tese representa o resultado de um trabalho experimental de um tema específico e bem delimitado. Deve ser elaborado a partir de uma investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. Visa à obtenção do título de Doutor ou Livre Docente. (Manual UNIRIO, op cit, p.10). De forma semelhante à dissertação, endereçada ao mestrado nos cursos stricto sensu, a tese define-se pelo trabalho de conclusão referente aos cursos de doutorado. Sua principal característica reside no fato de que constitui um avanço significativo na área do conhecimento em estudo, visto que para o acadêmico obter o grau de doutor é preciso que ele, na defesa de sua tese, apresente originalidade, rigor na argumentação, bem como valide suas afirmações por meio de provas concretas, tendo em vista a necessidade de suas descobertas trazerem uma contribuição rumo ao conhecimento da área em estudo. Assim, de acordo com a NBR 14724 (2005, p.3), tese é: Documento que apresenta o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo científico de tema único e bem delimitado. Deve ser elaborado com base em investigação original, constituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa à obtenção do título e doutor, ou similar. Tese de Livre Docência: é um grau acadêmico, é um título concedido no Brasil por uma Instituição de ensino superior, mediante concurso público aberto, desde 11 de setembro de 1976, apenas para pesquisadores que possuam, no mínimo, título de Doutor. Esse grau acadêmico é considerado o estágio mais elevado da carreira universitária que se pode chegar e atesta uma condição acadêmica superior para/na docência e para/na pesquisa. Normalmente os concursos exigem que o livre-docente possua uma carreira universitária com experiência em ensino e em pesquisa, e título de doutorado, há pelo menos cinco anos, pois consideram que esse período é necessário para o amadurecimento da tese. Também é exigido que livre-docente demonstre capacidade de produzir linha de pesquisa própria, coerente e continuada, bem como o exercício da docência nas áreas de graduação e pós-graduação, principalmente, orientando teses de mestrado e/ou doutorado, orientando assim novos pesquisadores. É importante saber que existe uma diferença entre “Livre-docência” e “Notório-saber” (ou notável saber), uma vez que essa tem sido utilizada pelas universidades brasileiras para classificar o professor que não tem o título de doutor, mas é reconhecido e respeitado pelo seu conhecimento, que, por sua vez, o qualifica para desempenhar a mesma função que um professor com doutorado. O concurso de livre-docência ocorre por meio de abertura de edital. Ao longo do processo seletivo, o candidato precisará submeter-se a uma prova escrita e didática, bem como deverá desenvolver uma tese monográfica sobre um determinado tema, e defendê-la diante uma banca examinadora. Também precisará realizar uma prova prática, dependendo da área e da instituição que aplicará a prova. Nas Universidades Federais já não existe, praticamente, a exigência da livre-docência, uma vez que, o professor com título de doutorado, atuando como adjunto, pode prestar concurso para ocupar o cargo de professor titular. Assim, a livre-docência, foi perdendo sentido nas universidades federais ao longo dos anos. Na Universidade de São Paulo (USP), na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na Universidade Estadual Paulista (UNESP), a livre-docência é requisito para a candidatura a professor titular. Nessas universidades, o livre-docente recebe o título de professor-associado, pertencendo ou não ao quadro docente da universidade. Também a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) que, a exemplo das suas demais universidades paulistas que, com políticas semelhantes, mantém os concursos de livre-docência. A livre-docência é regulada pelas Leis nº. 5.802/72 e nº. 6.096/74 e pelo Decreto 76.119/75 e pelo Parecer 826/98 do extinto Conselho Federal de Educação. No tocante à necessidade de trabalhos acadêmicos serem apresentados em público, podemos dizer que isso depende das normas institucionais. A rigor todo trabalho acadêmico que leva a um determinado título da carreira acadêmica está voltado à difusão do conhecimento. Quanto ao fato de ele ter ser apresentado ou não a uma banca com público fica a critério de cada instituição quando se trata de curso de graduação ou pós-graduação lato sensu. Para cursos de pós-graduação stricto sensu, a apresentação é obrigatória. No entanto, algumas instituições e até alguns cursos têm a liberdade de estabelecer as normas para essa apresentação. Normalmente, nos cursos de Direito, em função de sua tradição, o Trabalho de Curso apresentado ao final do curso de graduação e é denominado de Monografia, passando por uma apresentação formal diante de uma banca constituída pelo orientador e um examinador, no mínimo, ou dois, no máximo. Essa apresentação é constituída da exposição do candidato, da arguição do(s) examinador(es) e do orientador que, no caso, preside a banca. Ao final, como de praxe, a presidência da banca solicita aos presentes que se retirem para que a banca possa deliberar os trabalhos. Em seguida, todos são convidados a entrar e o orientador, que é o presidente, informa a aprovação, o que torna legítima a finalização do curso. A conclusão do Bacharelado passa por duas etapas, quais sejam: o cumprimento das disciplinas e a apresentação do Trabalho de Curso, apresentação esta que é facultativa, de acordo com cada curso. O candidato recebe o grau de Bacharel na área. Ex. Bacharel em Direito. A Monografia é própria de cursos de especialização – pós-graduação lato sensu. Exige-se igualmente o cumprimento das disciplinas e a monografia ao final, com ou sem apresentação ao público. A monografia apresenta uma revisão da literatura mais aprofundada que a de um Trabalho de Curso, uma revisão da literatura mais encorpada. O candidato recebe o título de Especialista. Trabalhos de Curso e Monografias têm em comum o fato de trabalharem um tema com um só objetivo. O tema, bem como o recorte sobre o qual o autor se debruça não precisa ser inédito. Não se espera que esses trabalhos acadêmicos cheguem a resultados mais profundos em função do tempo para o cumprimento dessas exigências que geralmente é de um ano. No caso dedissertação, exigência da pós-graduação stricto sensu, temos um processo constitutivo de três etapas distintas. A primeira é o cumprimento dos créditos, representados pela carga horária de cada disciplina. A segunda é o Exame de Qualificação que é feito por uma banca com dois professores além do orientador. Esse exame tem como objetivo avaliar a pesquisa e propor sugestões que devem ser cumpridas. Essa última etapa, geralmente, se dá de 6 meses a 1 ano antes da defesa pública. Um curso de mestrado tem a duração de 2 anos. A defesa pública é obrigatória. A Banca Examinadora, geralmente, é constituída por dois professores convidados, sendo um deles, aquele que funcionou no Exame de Qualificação e outro que é convidado de outra instituição. A banca sempre é formada por professores doutores. Na defesa, há duas possibilidades de arguição. Na tradicional, o professor convidado de outra instituição é o primeiro a arguir, tem meia hora para se colocar e, em seguida, o candidato tem meia hora para defender. Na segunda etapa, o professor da casa argui, tendo o mesmo limite de tempo que o primeiro examinador, ao final, candidato tem mais meia hora para posicionar-se. Finalmente, fala o orientador que, por sua vez, pode ou não arguir. Outra dinâmica é denominada “pingue pongue”, pelo fato de se dar a partir de pergunta e resposta entre examinador e candidato. É o estilo mais informal. Os procedimentos finais são iguais aos da apresentação da monografia. A banca delibera e o orientador confere o título. Trata-se de uma enunciação ritualística e, portanto, obedece a todas as etapas. O candidato recebe o título de Mestre. No caso de uma tese de doutorado, os procedimentos são os mesmos. Porém, o tempo para finalização é de 4 anos. O curso exige que as disciplinas sejam cursadas antes que o aluno passe pelo Exame de Qualificação. Há ainda qualificações intermediárias em aéreas afins, conforme determina o programa de pós-graduação e isso difere de uma instituição para outra. Normalmente, há uma série de atividades que são obrigatórias e que devem ser cumpridas antes do Exame de Qualificação. Cada programa de pós-graduação determina, à sua livre escolha, outras qualificações que o candidato terá de fazer em áreas afins. O tema do doutorado já precisa ser inédito e leva a reflexões e formulações teóricas. A defesa segue o mesmo protocolo do mestrado, a diferença reside no número de integrantes da banca - no doutorado, exige-se 5 examinadores, todos com o título de doutor. O candidato recebe o título de Doutor. Tese livre docência: tem algumas características diferentes das demais. Primeiramente, destina-se a pessoas que desejam fazer carreira em universidades estaduais. Não há exigência de um determinado número de disciplinas a serem cursado. O orientador é muito mais um interlocutor porque se entende que um doutor não deva mais ter orientador, na medida em que o título de doutor lhe confere notório saber. A tese de livre docência se desenvolve à luz das inquietações e profundas reflexões de ordem teoria, com fulcro em detalhadas pesquisas na literatura do recorte ao qual se dedica ou fundamentadas em observações criteriosas na pesquisa de campo que trabalha. O autor é livre, pode ou não fazer cursos, relacionar-se com centros de pesquisas do exterior, pode e deve publicar muito, pois será igualmente avaliada a sua produção científica com artigos, livros, congressos, etc. O exame final é constituição de 5 etapas, a tese em si é uma delas. O candidato escreve um memorial, no qual relata seu percurso de reflexão ao longo de toda sua carreira. Memorial este que é apresentado e arguido pela banca. Submete-se a uma prova teórica escrita, bem como a uma prova prática apresentada à banca, nesta caso trata-se da aula prática. Para estas duas últimas etapas, o ponto é sorteado em público com 24 horas de antecedência. Finalmente, submete-se à defesa da tese que culmina na conferência do título de Livre Docente. Todas as apresentações são abertas ao público. A banca é constituída pelo interlocutor que acompanhou a pesquisa e mais quatro professores, da casa e de outras instituições, todos com o título de livre docente. Há que se salientar que, em todas trabalhos acadêmicos, os candidatos devem necessariamente seguir criteriosamente todas as normas propostas pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Fontes: http://www.ugb.edu.br/web/downloads/materiais_apoio/ngt/Manual_Trabalhos_Academicos_UGB.pdf http://www.unifesp.br/reitoria/orgaos/conselhos/consu/resolu/10.htm MEDEIROS, João Bosco. Redação científica: a prática de fichamentos, resumos, resenhas. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2003. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS E TÉCNICAS.NBR 6022: informação e documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de janeiro, 2003. Exercício 1 A respeito do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) assinale a alternativa correta. A A) é uma atividade acadêmica facultativa. B B) o aluno deverá produzir, exclusivamente, uma pesquisa de campo. C C) o aluno deverá produzir, exclusivamente, uma pesquisa de caráter monográfico. D D) o aluno deverá produzir, exclusivamente, uma pesquisa de caráter exploratório. E E) permite ao aluno progredir quanto à abstração de textos diversos, a ponto de trabalhar sua capacidade de síntese e redação. Exercício 2 A respeito da Monografia assinale a alternativa correta. A A) pode abordar vários temas desde que de forma bem delimitada, sistematizada e estudada exaustivamente. B B) por se voltar ao estudo de um único tema é facultada a observação das normas da ABNT. C C) com relação à abordagem desenvolvida no trabalho monográfico, pode-se afirmar que essa pode ser de três espécies: análise teórica, análise teórica-empírica e estudo de caso. D D) por se voltar ao estudo de um único tema é facultada a inserção de um capítulo destinado ao desenvolvimento no estudo monográfico. E E) por se voltar ao estudo de um único tema, é facultada a inserção de um capítulo destinado à conclusão no estudo monográfico. Exercício 3 Com relação à classificação quanto às abordagens das Monografias assinale a alternativa correta. A A) na análise teórica, além da abordagem teórica conceitual, deverá haver uma pesquisa empírica (trabalho de campo). B B) no estudo de caso, além da abordagem teórica conceitual, deverá haver uma pesquisa empírica (trabalho de campo). C C) na análise teórica, as monografias desenvolvem estudo teórico, investigando e analisando conceitos em fontes referenciais ou documentais. D D) na análise teórico-empírica, as monografias se apoiam na análise da metodologia de ação de determinada organização. E E) na análise teórica, as monografias se apoiam na análise da metodologia de ação de determinada organização. Exercício 4 Com relação à Dissertação, assinale a alternativa correta. A A) é um trabalho monográfico apresentado como exigência para obtenção do grau de Doutor. B B) é um trabalho monográfico apresentado como exigência para obtenção do grau de Livre Docente. C C) é um trabalho monográfico apresentado como exigência para obtenção do grau de Mestre. D D) é destinada aos cursos de pós-graduação lato sensu. E E) é facultativa a defesa pública. Exercício 5 Para a obtenção do título de Doutor, há a necessidade de se elaborar e defender publicamente um(a): A A) Dissertação. B B) Tese. C C) Monografia. D D) Trabalho de Conclusão de Curso. E E) Pesquisa de Iniciação Científica Exercício 6 Com relação à Tese de Doutorado, assinale a alternativa correta. A A) deve apresentar um avanço significativo na área do conhecimento em estudo. B B) o autor-doutorando deverá apresentar originalidade. C C) o autor-doutorando deverá comprovar suas assertivas por meio de provas concretas. D D) as assertivas apresentadas pelo autor-doutorando deverão trazer contribuição para a área em estudo.E E) Todas as alternativas anteriores são corretas. MÓDULO VIII - ASPECTOS DO TEXTO - FORMATAÇÃO MÓDULO VIII – MONOGRAFIA JURÍDICA E REGRAS DE CITAÇÃO Neste último módulo, vamos tratar, especificamente, dos aspectos que envolvem a monografia jurídica e as regras de citação. Vamos começar pelas considerações sobre a monografia jurídica para que, posteriormente, tratemos das regras de citação. Antes de mais nada, registre-se que existem algumas premissas básicas de organização de um trabalho de pesquisa que constitui uma monografia jurídica que, se devidamente aplicadas, podem maximizar a própria produção acadêmica e minimizar erros e o aumento exponencial da ansiedade que parece envolver aqueles que precisam se posicionar na posição de autores de um trabalho que se inscreve no gênero discursivo acadêmico. É essencial que se compreenda que um Trabalho de Curso e uma Monografia se inscrevem no gênero discursivo acadêmico que, tendo em vista que o objetivo primeiro de um trabalho acadêmico divide-se em quatro importantes frentes: 1) refletir sobre um problema da realidade; 2) definir um método e técnicas; 3) pautar-se nas reflexões que a literatura da área oferece; 4) difundir o conhecimento. Posto isso, não se pode pensar em um trabalho acadêmico que se presta a difundir o conhecimento, a menos que este seja elaborado dentro de critérios rígidos de legitimidade e consequente credibilidade. Não falamos de senso comum, de um saber popular que se acumula por gerações, não falamos de crenças, não expressamos meramente nossa opinião a respeito do tema, não nos pautamos em “achismo”, falamos em construção de conhecimento. É ideal que os alunos do curso de Direito comecem a pensar na monografia ou no TCC na passagem para a segunda etapa do curso, ou seja, no 5º semestre, pois nesse momento do curso, o aluno já reúne condições de pensar sobre a área e o problema que instiga sua curiosidade intelectual e investigativa. Pode ainda inscrever-se em processos de pesquisa de Iniciação Científica que o colocará em contato direto com um orientador por um ano. Assim, à conclusão da pesquisa terá praticamente finalizado a monografia, restando-lhes apenas pequenos detalhes de puro preciosismo em relação à atualização da literatura ou jurisprudência ou ainda reformulação da lei. A pesquisa é um ótimo espaço para desenvolver e afirmar sua autonomia intelectual. Há que se assumir que, já no instante de definição do tema, o autor do trabalho tem de buscar seus caminhos por si próprio. É preciso que exista motivação. O mais adequado é escolher um tema que efetivamente gera um genuíno interesse. Um bom indício para perceber qual tema pode despertar interesse é a autoobservação com relação ao tipo de sentimento a matéria é capaz de suscitar. Elementos de nossa realidade jurídica produzem reações impactantes em nós. É importante que o tema escolhido para a pesquisa possa despertar grande motivação por parte do autor da pesquisa. O tema nunca deve ser tão abrangente e o objetivo jamais deve ser ambicioso a ponto de não ser possível concluir a pesquisa que acabará por abrir muitas possibilidades de realização sem que se possa chegar a um final produtivo. A validade do tema depende da sua relevância, bem como da existência de bibliografia suficiente para fundamentar a pesquisa. A existência de jurisprudência é importante, mas não é definitiva. No tocante à escolha do orientador, essa deve ser efetuada, necessariamente, depois da definição do tema, sendo altamente aconselhável que não seja trilhado o caminho contrário. Admiração e respeito pelo orientador não necessariamente geram paixão pela pesquisa em si. Há que se ressaltar que é essencial que se compreenda que o responsável imediato pelo trabalho é o seu autor. O orientador não vai (e nem deve) fazer o trabalho pelo orientando. A função do orientador é servir como um interlocutor privilegiado de trabalho, discutindo os resultados da pesquisa e apontando, conforme o caso, os possíveis erros. Ele pode sugerir leituras que venham a descortinar novos horizontes para a pesquisa. Pode auxiliá-lo na delimitação do seu tema, na definição da metodologia, nos caminhos que a análise leva e no julgamento da redação de seu texto. Mas há determinadas coisas que dependem de um desenvolvimento bastante personalista. O orientador é mediador. Não é o autor. O orientador será o interlocutor atento para apontar caminhos, reformulações. Deve haver sintonia entre orientador e orientando, porque o autor da pesquisa (o orientando) tem de saber dialogar com seu orientador, tendo a sabedoria e a humildade para refazer sua pesquisa e buscar os mais adequados meios para chegar a resultados importantes. E isso, muitas vezes, exige mais aprofundamento na literatura, mas detalhamento na discussão. O orientador deve discutir a plausibilidade do tema e dos cortes teóricos para que a pesquisa pretendida seja exequível. Na perspectiva de oferecer algum auxílio, aqui vão algumas sugestões: Evite abordagens altamente genéricas. Elas podem ser reveladas pelo título. É muito pouco aconselhável que uma monografia que pretenda se construir ao redor de um tema amplo demais, que levará a um objetivo muito ambicioso, que, na realidade, não se concluirá, não por incompetência do autor ou do orientador, mas pela amplitude do próprio tema em si. Para delimitar o tema é importante elaborar um problema a respeito da matéria e, ao mesmo tempo, projetar alguma hipótese de solução, a partir da compreensão prévia que se tem da esfera temática. Tal hipótese será posteriormente testada diante da literatura consultada. Temos de buscar a afinidade com a área de pesquisa, em seguida, identificar o aspecto que desperta interesse por trazer respostas ou por criar problemas que trazem questões imbricadas para a solução de casos concretos. Esse é o que denominamos problema de pesquisa que acaba por se transformar em uma pergunta. Com relação à fundamentação teórica é importante encontrarmos argumentos postos pela doutrina ou pelo entendimento dos tribunais que sublinhem a importância do problema sobre o qual nos debruçamos, os dispositivos legais são de igual importância, revelando-se argumentos de legitimidade e autoridade essenciais. Definida a fundamentação teórica, podemos ter certeza de que a pesquisa é exequível porque sem suporte na literatura, a pesquisa se inviabiliza. Passe-se à elaboração do capítulo que deverá ser o esteio da análise da pesquisa, produzindo, ao final, um relatório que apresente de forma sistemática os resultados obtidos pela leitura e fichamento dos textos, apresentando as controvérsias, as diferentes soluções para o mesmo tema e, ao final, concluindo com alguma das vias disponíveis (é bem conhecido, mas é sempre bom lembrar, nenhuma monografia precisa criar algo novo ou pesquisar um tema que nunca ninguém abordou). A revisão bibliográfica que será realizada, como já afirmado, precisará cobrir o máximo possível, a produção publicada sobre o tema. Essa reunião de materiais bibliográficos deverá incorporar: livros, capítulos de livros, artigos publicados em periódicos, textos de sites da internet, jornais, etc. É fundamental observar que para se fazer uma boa monografia, que suas referências não estejam concentradas em um único meio de publicação. É preciso recorrer, portanto, aos periódicos, que reúnem artigos científicos sobre temas jurídicos. Hoje em dia, esses periódicos estão indexados pela Capes e se submetem a um “controle de qualidade” conhecido como Qualis. Assim, uma vez definido o tema, procure o que foi produzido sobre ele e publicado nessas revistas ou periódicos, dissertações de mestrado e teses de doutorado e livre docência. No caso de revistas, é preciso saber qual o grau de confiabilidade do material, portanto, verifique o status que a revista consultada ocupa no sistema Qualis. Essa verdadeira hegemonia da revisão bibliográfica na pesquisa jurídica já rendeu todo tipo de crítica. Devemos dizer que não temos nenhuma restrição com relação à revisão bibliográficano Direito, mesmo que seja puramente bibliográfica. Pelo contrário, acreditamos que, quando bem conduzida e executada, tal pesquisa produz excelentes resultados. Afinal, estamos falando de uma ciência milenar, anterior até às modernas ciências da natureza. Essa tradição tem uma forte autoridade. As obras, revistas, periódicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e livre docência têm de ser selecionadas em função da credibilidade que se traduz no avanço do conhecimento que promove. Deve ser também selecionada pela data de sua formulação, porque se muito antiga, poderá ser ultrapassada. Contudo, textos postos por expoentes da área do conhecimento podem ser considerados textos “eternos” e sempre merecem constituir a base de uma pesquisa, independentemente da época da sua formulação. A formulação de hipóteses não se faz indispensável. Hipótese apenas acentuam possibilidades de o autor presumir o que poderá encontrar ao longo de seus estudos. A hipótese deve ser testada, posta a toda prova na literatura disponível sobre o tema. Todavia, é importante considerar que nem sempre as hipóteses têm de ser confirmadas. O autor da pesquisa precisa se colocar na posição daquele que busca, nessa busca, seja o que for que encontrar, fará uma descoberta, mesmo que seja uma descoberta que negue a sua própria hipótese. Outro ponto importante a ser definido para um bom planejamento do trabalho, diz respeito à decisão sobre o tipo de pesquisa que se pretende efetuar. Já foi dito no início deste texto que a pesquisa em Direito pode ser de revisão bibliográfica ou empírica, assim como pode ser um estudo de caso A grande maioria dos trabalhos da área optam pela revisão bibliográfica que consiste, basicamente, em reunir o maior número possível de literatura a respeito do tema. Por outro lado, também não temos nenhum tipo de objeção com relação à pesquisa empírica. Apenas pensamos que, quem optar por esse caminho, deve levá-lo muito a sério, tendo em mente que a pesquisa de campo nos coloca diante de circunstância muito complexas, devido a sua imprevisibilidade, ainda que procure pelo previsível. Pesquisa empírica implica o emprego de técnicas e métodos específicos que, em geral, pretendem investigar comportamentos e/ou opiniões. Para isso, faz-se necessário uma preparação específica – quase nunca disponível nos cursos de direito – que problematiza as ferramentas de “prospecção” (como será realizada a pesquisa? Uma observação in loco? Aplicação de questionários? Como os dados serão coletados?) e, depois de reunidos os dados, qual a forma correta de analisá-los. Foi por esse motivo que, no início, alertamos aos interessados em desenvolver uma pesquisa empírica no Direito, que iniciassem necessariamente o seu trabalho antes do último ano. Do contrário, haveria pouquíssimo tempo para se informar adequadamente sobre as técnicas e os métodos de pesquisa, uma vez que será necessário recorrer a livros de outras áreas do conhecimento, bem como a professores que possuem formação específica. Um estudo exploratório, um estudo monográfico, de um tema fundamenta-se nos preceitos doutrinários e nas literaturas de aéreas afins, no entendimento dos tribunais e nos diplomas legais e pode levar a resultados magníficos de reflexão. Já um estudo de abordagem quantitativa exige um debruçar sobre o tema, não apenas em função da sua delimitação, porque requer muito mais. Lidando com sujeitos humanos, por exemplo, vai exigir uma criteriosa análise para a escolha do sujeito de maneira que se possam evitar prováveis variáveis. Assim, questões que passam por aspectos subjetivos (faixa etária, formação escolar, religiosidade, gênero, etc) podem influir significativamente nos resultados. Cabe salientar que o Conselho de Ética das instituições de pesquisa tem um olhar cuidadoso sobre o desenvolvimento de pesquisas de campo, na medida em que essas lidam com sujeitos humanos. Portanto, a violação de critérios para a realização de uma pesquisa com essa verticalidade pode esbarrar nas determinações do Conselho de Ética. Há que se pensar criteriosamente nos instrumentos de pesquisa: questionários, entrevistas, filmagens, diários, protocolos retrospectivos e simultâneos podem levar ao sucesso ou ao fracasso absoluto da pesquisa. Razão pela qual nada pode ser feito sem o devido cuidado, uma vez que até mesmo a escolha lexical dos termos usados podem gerar problemas. Outro aspecto que deve ser atentamente observado pelo pesquisador refere-se às variáveis, podendo essas ser de duas espécies: controláveis e incontroláveis. Variáveis são os aspectos que podem comprometer a qualidade dos dados e, como já mencionado, podem ser definidas como variáveis controláveis e incontroláveis. Por variáveis controláveis entendem-se aquelas que o pesquisador tem condições de prever e controlar, por exemplo, questões que versam sobre posturas diferenciadas em função da maturidade do sujeito de pesquisa ou da sua religiosidade podem ser controladas, na medida em que o pesquisador pode tomar o cuidado de não misturar sujeitos tão heterogêneos. Variáveis incontroláveis são aqueles que independem da intervenção do pesquisador. Cabe ao pesquisador indicar sempre que surgirem variáveis que atravessam o seu caminho, levando-o até mesmo a desprezar dados, por exemplo. Quando o pesquisador encontra o desafio de proceder à análise e discussão, deve sustentar-se na literatura que fundamenta seu conhecimento, formando o seu arcabouço teórico. Feita a análise fundamentada, o pesquisador pode alçar vôos próprios formulando suas interpretações. Cabe salientar que, após o fechamento do capítulo de análise e discussão, urge se releia cuidadosamente a Introdução. Na finalização pela elaboração da conclusão, o pesquisador deverá retomar a introdução, discutindo sua pergunta de pesquisa e as hipóteses que formulou, colocando-se em relação aos porquês do seu posicionamento. Nas referências bibliográficas devem constar apenas as obras que foram usadas como embasamento teórico, as que serviram de embasamento para a construção de um painel sobre o tema, não devem configurar nas referências bibliográficas. É indispensável que a formulação das referências se dê dentro das normas postas pela ABNT, sendo que logo abaixo consideraremos os aspectos que envolvem as regras de citação. Toda monografia exige se proceda a uma criteriosa revisão da língua portuguesa. Sabemos que a norma culta ou padrão que tem de nortear toda redação apresenta problemas delicados que sempre merecem uma revisão pontual. Agora, como mencionado linhas acima, resta-nos tecer alguns comentários acerca das regras de citação a serem utilizadas em um trabalho acadêmico. ***Na hipótese de se tratar de um trabalho acadêmico devemos proceder da seguinte maneira: SOBRENOME, Nome. Título. Ano. Número de folhas. Tipo de trabalho (Titulação) - Nome da Faculdade, Nome da Universidade, Cidade de publicação, ano. ***Caso se trate de uma Tese de Doutorado a regra a ser seguida é a seguinte: AQUINO, A. M. S. Escoamentos em meios porosos entre superfícies oscilantes, uma análise do ponto de vista da tribologia. 1998. 121 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) – Faculdade de Engenharia do Campus de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 1998. ***Na hipótese de se tratar de uma Dissertação de Mestrado devemos proceder desta forma: FABRON, E. M. G. Relação entre o distúrbio articulatório e a aquisição da escrita. 1994. 102 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 1994. ***Caso seja uma Monografia de Especialização a regra é a seguinte: EUCLIDES, M. L. Prospecção de informação em sistemas informacionais: a capacitação do usuário em estratégias de busca. 2000. 33 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Uso Estratégico das Tecnologias em Informação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2000. ***Caso seja uma Monografia de Graduação observaremos a seguinte regra:ABE, Ricardo Seiji. Estudos e aplicações da célula fotovoltaica DSC. 2011. 56 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) - Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, Universidade Estadual Paulista, Guaratinguetá, 2011. Vamos agora dedicar-nos a abordagem dos modelos de citações (ABNT NBR 10520:2002). Primeiramente vamos tratar das hipóteses que envolvem citação direta. É a cópia literal de um texto. As transcrições de até três linhas devem estar contidas entre aspas duplas no parágrafo. As aspas simples são utilizadas para indicar uma citação no interior da citação. Caso a citação seja de um só autor devemos observar o seguinte: Ayerbe (2003, p. 15) afirma que “a atitude imperial de permanente conquista de novos mercados e territórios impulsiona a descoberta científica [...]”. OU Podemos considerar também que “a atitude imperial de permanente conquista de novos mercados e territórios impulsiona a descoberta científica [...]” (AYERBE, 2003, p. 15). Caso a citação seja de 2 ou 3 autores a regra a ser observada é esta: Segundo Medeiros, Paiva e Lamenha (2012, p. 154), o Mercosul “surge da vontade dos países do Cone Sul, após o fortalecimento do regime democrático, em integrar suas economias”. OU O Mercosul “surge da vontade dos países do Cone Sul, após o fortalecimento do regime democrático, em integrar suas economias.” (MEDEIROS; PAIVA; LAMENHA, 2012, p. 154). Por fim, caso a citação seja de mais de 3 autores a regra passa a ser a seguinte: Em meados dos anos 80, “quando a política brasileira empreendeu o caminho do estreitamento das relações com a Argentina, a ideia do universalismo não foi abandonada, mas ganhou novo significado.” (VIGEVANI et al, 2008, p. 6). OU Para Vigevani et al (2008, p. 6), em meados dos anos 80, “quando a política brasileira empreendeu o caminho do estreitamento das relações com a Argentina, a ideia do universalismo não foi abandonada, mas ganhou novo significado”. Agora, vejamos como se deve proceder nas hipóteses de citações com mais de 3 linhas. As transcrições de texto com mais de três linhas devem ser destacadas com recuo de 4 cm da margem esquerda, com caractere menor que o do texto, sem aspas e com espaçamento simples entre linhas. Na tradição ocidental, a atitude imperial de permanente conquista de novos mercados e territórios impulsiona a descoberta científica – com aplicações nas 7 comunicações, na indústria e na guerra – e contribui para a formação de uma elite empreendedora capaz de formular estratégias de expansão de alcance mundial. (AYERBE, 2003, p. 15). No tocante a citação indireta atente-se para as considerações abaixo. Apresenta a ideia de outros autores utilizando suas próprias palavras (é opcional indicar página neste caso, mas não se faz necessário porque o conteúdo não será encontrado de forma literal na página indicada, uma vez que o autor do trabalho que está sendo feito, terá parafraseado o conteúdo do texto ao se refere com suas palavras). Segundo Ayerbe (2003), o fortalecimento das cidades europeias oferece um clima propício ao empreendimento e também à livre iniciativa, mas [...] OU O fortalecimento das cidades europeias oferece um clima propício ao empreendimento e à livre iniciativa, segundo Ayerbe (2003), mas [...] OU O fortalecimento das cidades europeias oferece um clima propício ao empreendimento e à livre iniciativa (AYERBE, 2003), mas [...] Temos ainda alguns casos especiais a respeito das regras de citações sobre os quais devemos discorrer. Se o texto estiver em outra língua e for traduzido por você, indicar “tradução nossa” antes do parêntese que fecha a indicação da fonte. “Acesso aprimorado engloba tanto acesso intelectual quanto físico” (KUHLTHAU, 2004, p. xv, tradução nossa). Citação da citação: quando se utiliza uma citação que o autor do documento fez, ocorre uma citação da citação: “A indústria da informação, isoladamente, não produz conhecimento.” (BARRETO, 1990 apud SOUZA; ARAUJO, 1991, p. 183). OU Para Barreto (1990 apud SOUZA; ARAUJO, 1991, p. 183), a indústria da informação não elabora conhecimento de forma isolada. Obs: Barreto é citado por Souza e Araújo na obra deles. Souza e Araújo (1991) são autores do documento que você tem em mãos e precisa listá-lo nas Referências. Com relação à citação de obra organizada ou coordenada no corpo texto, cita-se apenas o autor do capítulo ou artigo citado, seguido de data de publicação e número da página. Nas referências bibliográficas, cita-se o nome do autor do texto citado, o nome do artigo seguido da expressão in: o nome da obra, o nome do coordenador ou organizador e em seguida escreve entre parênteses a expressão (coord.) ou (org.), seguida da cidade: nome da cidade o ano da publicação. Exemplo: SILVA, Lucas. As imbricações das fases do Processo Penal, in: Percalços do Processo penal. Fernanda (org.), São Paulo: Editora Saraiva, Capítulo 2, pp. 50 a 65. Com relação às citações de autores com nomes idênticos devemos nos atentar para duas situações distintas. Quando for apenas o sobrenome, citamos este, seguido de vírgula e do primeiro nome da pessoa citada, de forma abreviada. Ex: SILVA, C. SILVA, M. Nos casos de nomes idênticos e iniciais do primeiro nome também idênticas observamos o seguinte: Ex: Silva Carolina Silva Cristina Nas hipóteses de citação de documentos diferentes de mesmo autor e ano devemos diferenciar os documentos acrescentando letras em minúsculo após o ano tanto na citação como na lista de Referências. (MANOLIS, 1972a) (MANOLIS, 1972b) No tocante à citação de nomes constituídos (Júnior, Filho, Neto, Sobrinho) observa-se o seguinte: Reale Júnior (1999) afirma que “o homem, em confronto com seus interesses.....” (p. 56) Marcondes Sobrinho (2005) considera inadequada a metodologia aplicada ao objeto de estudo que apresenta acentuada heterogeneidade. Em algumas hipóteses será necessária citação de nota de rodapé, nesse caso observaremos o seguinte: quando várias notas de rodapé se referem a uma mesma obra de um mesmo autor, variando-se apenas a página, usa-se a expressão latina abreviada: ibid. Por exemplo: 2. Ibid., p.16 A expressão IDEM substitui só o autor e é em seu lugar que deve aparecer nas notas sucessivas quando estão sendo citadas obras diferentes de um mesmo autor. 1. Martin BUBER, Eu e tu, p.150. 2.IDEM,O socialismo utópico,p.300 Quando se quer citar passagens não identificadas em determinadas páginas, mas fazer referência genérica a várias passagens do texto nas quais um elemento é abordado, em vez de indicar a numeração dessas páginas, usa-se a expressão latina passim, que significa "em diversas passagens" do texto referido. 1. Martins BUBER, Eu e Tu, passim. Quando há necessidade de se citar alguma passagem a partir de outra fonte, isto é, citação de segunda mão, é preciso declará-lo. Quando desejamos citar o conteúdo como argumento de autoridade de fonte obtida de texto oral (aula, conferência, entrevistas ou reportagens televisionadas ou ainda durante supervisão de orientação) procederemos da seguinte forma: Para citações enunciadas publicamente: Se for de autor conhecido no meio, citamos apenas o nome, mas se for de autor desconhecido, devemos contextualizá-lo. Referências Bibliográficas ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: 2002: informação e documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 24 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10520: 2002: informação e documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. 07 p. UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA. Coordenadoria Geral de Bibliotecas. Grupo de Trabalho Normalização Documentária da UNESP. Normalização documentária para a produção científica da UNESP: normas para apresentação de referências segundo a NBR 6023:2002 da ABNT. São Paulo, 2003. Disponível em: http://www.unesp.br/cgb/mostra_arq_multi.php?arquivo=4631. www.abnt.org.br Texto adaptado do texto de Rafael Tomaz de Oliveira é advogado, mestre e doutor em Direito Públicopela Unisinos e professor do programa de pós-graduação em Direito da Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Revista Consultor Jurídico, 14 de fevereiro de 2015. Texto elaborado dos escritos que a Profa. Dra. Cibele Mara Dugaich – professora titular da Universidade Paulista – Campus Paraíso – se vale nas aulas de Metodologia do Trabalho Científico. Exercício 1 A respeito da responsabilidade pelo desenvolvimento do trabalho acadêmico assinale a alternativa correta: A A) tanto o orientando quanto o orientador são responsáveis imediatos pelo desenvolvimento do trabalho. B B) o orientador é o responsável imediato e o orientando o responsável mediato. C C) o orientador é o responsável mediato e o orientando o responsável imediato. D D) o orientando é o responsável pelo tema da pesquisa enquanto que o orientador é o responsável pelo desenvolvimento do trabalho. E E) orientador e orientando tem o mesmo grau de responsabilidade pelo desenvolvimento do trabalho acadêmico. Exercício 2 A respeito de uma monografia jurídica é correto afirmar: A A) deverá criar, em sua totalidade, algo novo. B B) deverá criar, ainda que parcialmente, algo novo. C C) deverá esgotar o tema estudado de modo que outros não possam valer-se do trabalho desenvolvido para novas linhas de pesquisa. D D) não é necessário criar algo novo, nem mesmo pesquisar um tema que ninguém abordou. E E) não poderá consistir numa mera revisão bibliográfica Exercício 3 A respeito das citações diretas é correto afirmar A A) nos casos de textos de até três linhas a citação deverá ser feita no próprio corpo do parágrafo que o autor estiver escrevendo sem necessidade de qualquer diferenciação. B B) nos casos de textos de até três linhas a citação deverá ser feita, entre aspas simples, no próprio parágrafo que o autor estiver escrevendo. C C) nos casos de textos de até três linhas a citação deverá ser feita, entre aspas duplas, no próprio parágrafo que o autor estiver escrevendo. D D) nos casos de textos de três linhas a citação deverá ser feita com recuo de 4 centímetros à esquerda. E E) nos casos de textos de três linhas a citação deverá ser feita com recuo de 4 centímetros à direita. Exercício 4 A respeito da citação direta de textos que tenham mais de três linhas é correto dizer: A A) deve ser feita no corpo do próprio parágrafo desde que o texto citado encontre-se entre aspas duplas. B B) deve ser feita no corpo do próprio parágrafo desde que o texto citado encontre-se entre aspas simples. C C) deve ser destacada, entre aspas simples e com recuo de 4 centímetros da margem esquerda. D D) deve ser destacada, entre aspas duplas e com recuo de 4 centímetros da margem esquerda. E E) deve ser destacada, sem aspas, e com recuo de 4 centímetros da margem esquerda. Exercício 5 Nos casos de citação indireta é correto afirmar: A A) é essencial que se faça referência à página da obra consultada. B B) tanto a página quanto o ano da obra consultada são dispensáveis de qualquer referencia. C C) é essencial que se faça referencia à página da obra consultada, sendo que o ano da obra é dispensável. D D) deve-se mencionar tanto a página quanto o ano da obra consultada. E E) deve-se mencionar o ano da obra consultada, sendo a referência quanto à página dispensável. Exercício 6 Com relação às obras utilizadas para elaboração de um trabalho acadêmico assinale a alternativa correta. A A) as dissertações de mestrado têm preferência em relação às teses de doutorado ou de livre docência. B B) as teses de doutorado ou de livre docência têm preferência em relação às dissertações de mestrado. C C) a data em que a obra foi publicada deve sempre ser verificada, sendo preferível, em qualquer hipótese, obras que tenham sido publicadas a menos de cinco anos. D D) a data de publicação da obra pode ser ignorada em qualquer circunstância. E E) a data em que a obra foi publicada deve sempre ser verificada, sendo preferíveis obras que tenham sido publicadas a menos de cinco anos. No entanto, há obras que podem ser utilizadas mesmo que sua publicação tenha se dado há mais de cinco anos, tendo em vista sua relevância para o tema, mesmo que seja em função do autor que se tornou uma referência na área.