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RESUMO - HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES.3º DIN A.2013

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Prévia do material em texto

1 
 
FACULDADE ESTÁCIO DA AMAZÔNIA 
BACHARELADO EM DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
EVERSON DOS SANTOS CERDEIRA 
 
 
 
 
HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL 
RESUMO 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA– RR, JUNHO DE 2013 
2 
 
 
EVERSON DOS SANTOS CERDEIRA 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRICO DAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL 
RESUMO 
 
 
Trabalho apresentado como parte da verificação 
parcial na AV2 da disciplina de Direito Constitucional 
I, da Faculdade Estácio da Amazônia, sob a 
orientação do Professor Bruno Cavalcanti. 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOA VISTA– RR, JUNHO DE 2013 
3 
 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 
2. CONSTITUIÇÃO DE 1824 ..................................................................................... 5 
3. CONSTITUIÇÃO DE 1891 ..................................................................................... 6 
4. CONSTITUIÇÃO DE 1934 ..................................................................................... 7 
5. CONSTITUIÇÃO DE 1937 ..................................................................................... 9 
6. CONSTITUIÇÃO DE 1946 ................................................................................... 10 
7. CONSTITUIÇÃO DE 1967 ................................................................................... 10 
8. CONSTITUIÇÃO DE 1969 ................................................................................... 11 
9. COSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 13 
REFERÊNCIAS .........................................................................................................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. INTRODUÇÃO 
Este resumo trata da história das diferentes constituições que vigoraram no 
Brasil, tanto no período imperial quanto na república, buscando dar ao leitor uma 
visão panorâmica dos principais eventos da época em que foram promulgadas ou 
outorgadas, tanto no campo político, jurídico e social. Buscaremos também refletir, 
se possível, as ideologias e os pensamentos hegemônicos da época, buscando 
identificar os diferentes períodos históricos. 
Vislumbramos como um dos objetivos deste resumo a demonstração da 
relevância do estudo da nossa história, através das nossas constituições, bem como 
a melhor compreensão do Direito dentro das constituições, onde está inserido, ou 
deveria estar, a vontade do povo, os pensamentos ideológicos, a capitação das 
ideologias de cada período, bem como as vontades e os desejos de todos. 
Vale aqui lembrar que as Constituições que comporão este resumo são todas 
as que chegaram a vigorar, sendo entendida como Constituição, segundo José 
Afonso da Silva Apud Pedro Lenza (Lenza, 2013, p. 77), “(...) é, então, considerada 
norma pura, puro dever-ser, sem qualquer pretensão a fundamentação sociológica, 
política ou filosófica”, isso sendo uma interpretação de Hans Kelsen, no sentido 
jurídico da constituição, conceito adotado neste texto de resumo das constituições. 
Lembramos também que, de acordo com Pedro Lenza (2013, p. 75), existem 
várias concepções ou acepções a serem tomadas para definir o termo “constituição”. 
Falaremos aqui a cerca das constituições que entraram em vigor nos anos de 
1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e 1969, onde nos eximiremos em falar da atual 
constituição da República Federativa do Brasil, a promulgada no dia cinco de 
outubro do ano de mil novecentos e oitenta e oito. 
Nas pesquisas realizadas verificamos que, para alguns autores que 
escreveram sobre o histórico das constituições, tem-se a figura do “Regimento de 
Tomé de Souza”, documento conhecido também como “Carta de Tomé de Souza” e 
que muitos consideram como sendo uma autentica constituição de 1549. 
 
5 
 
2. CONSTITUIÇÃO DE 1824 
Podemos inserir esta constituição no contexto de pós-independência do 
Brasil, que se deu no dia 7 de setembro de 1822. No ano de 1823, D. Pedro I 
convoca uma “Assembleia Geral Constituinte e Legislativa”, sendo, no momento, 
pressuposta de ideais liberais. D. Pedro I, com medo de perder poderes, tendo em 
vista a visão liberal dos constituintes, dissolve a Assembleia Constituinte e, de forma 
arbitraria, convoca, o que chamou de “Conselho de Estado”, e redige a primeira 
constituição do Brasil, que tem total consonância com sua vontade política-
administrativa. 
A constituição de 1824, considerada semirrígida, foi outorgada no dia 25 de 
março de 1824 e foi a que mais tempo durou, 65 anos. Sofreu grande influência 
europeia, sobre tudo francesa e, dentre outras características, foi marcada por forte 
centralismo administrativo e político, como exemplo podemos citar a existência de 
um “Poder Moderador”, exercido exclusivamente pelo imperador. 
Podemos destacar aqui algumas importantes características dessa 
constituição, de acordo com Pedro Lenza (2013, p. 103), que são: 
a) Governo: monárquico, hereditário, constitucional e representativo; 
b) Território: instituição das províncias, que foram formadas pelas antigas 
capitanias hereditárias; 
c) Dinastia Imperial: a do senhor D. Pedro I, Imperador e Defensor Perpetuo 
do Brasil, depois tivemos a dinastia de D. Pedro II; 
d) Religião Oficial do Império: Católica Apostólica Romana; 
e) Capital do Império Brasileiro: a cidade do Rio de Janeiro. 
f) Organização dos Poderes: quatro, que são: o Poder Legislativo, o Poder 
Moderador, o Poder Executivo e o Poder Judiciário. 
Podemos resaltar ainda que o voto era censitário (baseado em determinadas 
condições econômicas) e as eleições para o legislativo eram de forma indireta. 
6 
 
Gilmar Ferreira Mendes resume a importância da primeira Constituição do 
Brasil, ao afirmar que: 
“(...) mas, o que singularizava esse texto, no panorama constitucional do seu tempo? 
Por que, passados mais de cento e oitenta anos da sua entrada em vigor, até hoje nos 
voltamos para ele com admiração e respeito? Simplesmente porque, apesar de não se 
tratar de nada original – até porque nosso pensamento político apenas refletia o que 
nos vinha de fora, numa espécie de “fatalismo intelectual” que subjuga as culturas 
nascentes –, mesmo assim foi um grande estatuto político, uma lei fundamental que 
logrou absorver e superar as tensões entre o absolutismo e o liberalismo, marcantes 
no seu nascimento, para se constituir, afinal, no texto fundador da nacionalidade e 
no ponto de partida para nossa maioridade constitucional”. 
3. CONSTITUIÇÃO DE 1891 
Com o fim da monarquia e, consequentemente, o fim do império, tem-se o 
nascimento da República, que, como não podia ser diferente, sofreu grande 
influência externa, sobretudo norte-americana. Um retrato disso foi o nome dado a 
nova República, que denominou-se de “Estados Unidos do Brasil”. 
A eleição da Assembleia Constituinte foi no ano de 1890. Em 24 de fevereiro 
de 1891 foi outorgada a primeira Constituição da República do Brasil. Sofreu 
pequena reforma no ano de 1926 e vigorou por 39 anos, até 1930. 
Celso Bastos diz que: 
“Com a Constituição Federal de 1891, o Brasil implanta, de forma definitiva, tanto a 
Federação quanto a República. Por esta última, obviam-se as desigualdades oriundas 
da hereditariedade, as distinções jurídicas quanto ao status das pessoas, as 
autoridades tornam-se representativas do povo e investidas de mandato por prazo 
certo”. 
O relator da constituição supramencionada foi o Senador Rui Barbosa, que 
consagrou o governo presidencialista e a forma de Estado Federal. Foi declarada 
ainda a união perpétuae indissolúvel das antigas províncias, transformando-as em 
Estados Unidos do Brasil. 
Foi instituída a figura do Distrito Federal, como capital do Brasil, tendo como 
sede a Cidade do Rio de Janeiro. Destinado ainda uma zona de 14.400 km² no 
planalto central, para a instalação da capital federal, onde é hoje Brasília. 
O Brasil passa a ser um país leigo, laico ou não confessional, ou seja, sem 
religião oficial. O poder moderador foi extinto, adotou-se a teoria clássica de 
7 
 
Montesquieu da tripartição de poderes, sendo constituído pelo Poder Executivo, 
Poder Legislativo e Poder Judiciário. 
Tem-se que a constituição de 1891 era rígida, pois para se alterar a mesma, 
necessitava-se de um processo mais árduo e solene. 
Foi instituído o voto direto, contudo, a primeira eleição da República foi 
através do voto indireto, pelo Congresso Nacional. 
Nesta constituição aboliu-se as penas de banimento e a de morte, exceto 
para os períodos de guerra declarada. 
Pela primeira vez aparece um dos remédios constitucionais que hoje ainda 
são usados, que é o habeas corpus. 
Adotou-se ainda o controle judicial de constitucionalidade, bem explicado por 
Manoel Gonçalves Ferreira Filho, quando diz: 
“(...) o controle de constitucionalidade foi estabelecido no Brasil com a República e 
mesmo antes de editada a Constituição de 1891. Foi inscrito na Constituição 
Provisória, de 22 de junho de 1890 e prevista no Decreto nº 848, de 11 de outubro 
desse ano, que organizou a Justiça Federal (art. 9º, parágrafo único, alíneas “a” e 
“c”). A Constituição consagrou-o no artigo 59,§1º, “a”, que regulamenta o recurso 
extraordinário. Seguiram esses documentos o modelo norte americano. Assim, foi 
instituído um controle pelo Judiciário, desconcentrado, incidental. Está nisto a 
influência de Rui Barbosa que também impôs na prática o entendimento da doutrina 
e jurisprudência estadunidenses.” (Revista de Direito Administrativo, Volume 220 
– abril/junho 2000, p. 7). 
4. CONSTITUIÇÃO DE 1934 
É coerente fazer aqui um apanhado historio dos acontecimentos anteriores à 
constituição de 1934, onde temos que: 
1. O fim da chamada República Velha, com a revolução de 1930, que 
instituiu o Governo Provisório e levou Getúlio Vargas ao poder; 
2. Tem-se também a grave crise econômica de 1929, conhecida como a 
grande depressão; a ascensão de uma pequena burguesia; o surgimento 
de uma classe operaria descontente; bem como o assassinato de João 
Pessoa; 
8 
 
3. Movimentos militares e a transferência, por uma junta militar, do poder 
para um governo provisório, que foi exercido até a promulgação da 
Constituição de 1934. 
Já no poder do Governo Provisório, Getúlio Vargas marca para o dia 03 de 
maio de 1932 eleições para escolher a Assembleia Constituinte, que eleita, deu 
início a elaboração da Constituição de 1934. 
Tem-se assim, como alguns autores dizem, a primeira constituição 
verdadeiramente social, de caráter democrático e interventivo, que sofreu grande 
influencia da Constituição de Weimar da Alemanha de 1919, onde se viu, pela 
primeira vez, os direitos humanos de segunda dimensão e a formação de um Estado 
social de direito, chamado de democracia social. 
O texto constitucional teve vida breve, ficando vigente por apenas 03 anos, 
vindo a ser abolido pelo golpe de 1937. A constituição modificou os seguintes 
aspectos da carta constitucional de 1891, até então vigente: 
- tornou o voto secreto e conferiu direito de voto às mulheres; 
- a justiça militar e eleitoral passou a ser órgão do Poder Judiciário; 
- foram criadas normas reguladoras, que são: de ordem econômica e social; 
da família, educação e cultura; e da segurança nacional; 
- reforçou a tripartição dos poderes; 
- foi instituída a responsabilidade pessoal e solidária dos ministros de Estado 
e do Presidente da República; 
A constituição de 1934 era uma constituição rígida. Foram inseridos pela 
primeira vez os remédios constitucionais, do mandado de segurança e da ação 
popular. 
Passou-se a admitir o casamento religioso com efeitos civis bem como o 
ensino religioso nas escolas públicas deixou de ser obrigatório, passando a ser 
facultativo. 
9 
 
5. CONSTITUIÇÃO DE 1937 
Sua outorga por precedida por um forte antagonismo, entre a direita fascista 
de um lado, através da Ação Integralista Brasileira (AIB), que defendia um Estado 
autoritário, e o movimento de esquerda de outro, que se destacava pelos ideais 
socialistas, comunistas e sindicais, donde podemos citar a formação da Aliança 
Nacional Libertadora (ANL), em 1935. 
Com a decretação do “estado de guerra” pelo Congresso Nacional, em 10 de 
novembro de 1937, tendo como pano de fundo um suposto plano comunista para 
tomar o poder no Brasil, Getúlio Vargas dá o golpe ditatorial, centralizando o poder e 
fechando o Congresso Nacional. 
A Constituição de 1937 foi elaborada por Francisco Campos, sendo apelidada 
de “polaca”, pois sofreu grande influência da Constituição polonesa fascista de 1935. 
No “nascer da nova era”, como era chamado por Vargas, foi outorgada a 
Constituição de 1937, tendo grandes influências fascistas e autoritárias, instalando-
se a “ditadura” ou “Estado Novo”. Tendo fim apenas com a redemocratização pelo 
texto de 1945. 
A Carta constitucional de 1937 teve duração de 8 anos. 
Com a Carta de 1937, instituiu-se, além do regime ditatorial do Estado Novo, 
a pena de morte, a suspensão de imunidades parlamentares, a prisão e o exílio de 
opositores. Suprimiu a liberdade partidária e extinguiu a independência dos poderes 
e a autonomia federativa. 
Os prefeitos e Governadores Passaram a ser nomeados pelo presidente. A 
eleição para presidente também passou a ser de forma indireta. 
Contudo, apesar dos direitos e garantias suprimidos, tivemos muitos avanços 
durante a vigência da Constituição de 1937, tais como: 1) a criação das seguintes 
estatais: Companhia Vale do Rio Doce (1942), Companhia Nacional de Álcalis 
(1943), Fabrica Nacional de Motores (1943) e Companhia Hidroelétrica de São 
Francisco (1945); 2) avanços no campo trabalhista. 
10 
 
Luís Roberto Barroso apud Pedro Lenza diz que 
“... a Constituição não desempenhou papel algum, substituída pelo mando 
personalista, intuitivo, autoritário. Governo de fato, de suporte policial e militar, sem 
submissão sequer formal à lei maior, que não teve vigência efetiva, salvo quanto aos 
dispositivos que outorgavam ao chefe do Executivo poderes excepcionais”. 
6. CONSTITUIÇÃO DE 1946 
Tem-se aqui o pós-segunda guerra mundial e com isso Getúlio Vargas 
convocou eleições para dezembro de 1945, com a intenção de permanecer no 
poder, contudo, foi deposto pelas forças armadas em 29 de outubro de 1945. 
A eleição foi vencida por Eurico Gaspar Dutra, que convoca a constituinte, 
que foi instaurada em 1º de fevereiro de 1946 e tendo seu texto promulgado 
(Constituição de 1946), em 18 de setembro de 1946. Essa Constituição trás a 
redemocratização do País e é tida por muitos doutrinadores, como Celso Bastos, 
como a melhor Constituição do Brasil até hoje. 
“A Constituição de 1946 se insere entre as melhores, senão a melhor, de todas que 
tivemos. Tecnicamente é muito correta e do ponto de vista ideológico traçava 
nitidamente uma linha de pensamento libertária no campo político sem descurar da 
abertura para o campo social que foi recuperada da Constituição de 1934.” (Bastos, 
Curso de Direito Constitucional, p. 200) 
A nova Constituição reestabeleceu os direitos individuais, extinguiu a censura 
a pena de morte; instituiu eleições diretas para presidente da República, tendo um 
mandato de cinco anos; reestabeleceu o direito de greve e a estabilidade de 
emprego após 10 anos de serviço;retomou a independência dos três poderes e a 
autonomia dos Estados e Municípios; retomou o voto direto e de forma obrigatória e 
universal. 
A Constituição de 1946 foi suplantada pelo golpe militar de 1964, embora 
existindo formalmente, o País passou a ser governado pelos Atos Institucionais e 
Complementares. Sua vigência foi de 20 anos. 
7. CONSTITUIÇÃO DE 1967 
A Constituição de 1967 foi outorgada pelos militares em 24 de janeiro de 1967 
e, dentre outros, teve o argumento de preservar a segurança nacional, conferindo 
11 
 
amplos poderes ao Poder Executivo Federal, representado pelo Presidente da 
República. Consequência disso foi à valorização da União na estrutura federativa do 
Brasil, sentida até os dias de hoje. 
Com essa Constituição e o poder na mão dos militares, passou a governar 
através de Atos Institucionais e os chamados Decretos-Leis. 
Celso Ribeiro Bastos afirma que: 
“Vê-se que se tratava de um período curioso da história do Brasil. Ao mesmo tempo 
que se desprezava o direito constitucional – porque tudo no fundo brotava de atos 
cujo fundamento último era o exercício sem limites do poder pelos militares – não se 
descurava, contudo, de procurar uma aparência de legitimidade pela invocação de 
dispositivos legais que estariam a embasar estas emanações de força. Para uns, como 
visto, esta emenda é uma nova Constituição, para outros não passa de uma mera 
emenda. Preferimos ficar com estes últimos, embora não se desconheça que a 
relevância da questão é muito pequena. De qualquer sorte, como foi um período 
onde prevaleceram os rótulos e as formas, com total descaso pela substância, é 
preferível mesmo manter o ato com a natureza com que ele veio a lume.” 
As eleições presidenciais passaram a ser de forma indireta. 
A Constituição de 1967 vigorou durante 02 anos, até a EC nº 1, de 
17.10.1969. 
8. CONSTITUIÇÃO DE 1969 
Tem-se aqui a figura da EC nº 1, de 17.10.1969, que passou a ser 
denominada “Constituição de 1969”, baixada pelos militares, através da Junta Militar, 
pois o Congresso Nacional estava fechado e o Presidente da República, Costa e 
Silva, estava seriamente doente. 
Pedro Lenza (2013, p. 126), afirma que: 
“Sem dúvida, dado ao seu caráter revolucionário, podemos considerar a EC nº 1/69 
como a manifestação de um novo poder constituinte originário, outorgando uma 
nova Carta, que “constitucionalizava” a utilização dos Atos Institucionais. [...] 
manteve em vigor o AI-5 e todos os demais atos baixados. O mandato do Presidente 
foi aumentado para 5 anos, continuando a eleição a ser indireta”. 
Vale aqui lembrar também que a Constituição de 1969 suspendeu o remédio 
constitucional denominado de Habeas Corpus nos casos de crimes políticos, contra 
12 
 
a segurança nacional, a ordem econômica e social e a economia popular; bem como 
instituiu a intervenção estatal na propriedade, através do confisco. 
Durante a vigência dessa Constituição, entre os anos de 1969 e 1974, tem-se 
o chamado “milagre brasileiro”, que deu uma falsa sensação de positividade do 
regime. 
Podemos citar ainda dois pacotes baixados pelo Presidente Geisel, que são: 
1. Pacote de abril de 1977, que dissolveu o Congresso Nacional e editou 14 
emendas e 6 decretos, onde podemos destacar, dentre outras, o aumento 
do mandato do Presidente, de 5 anos passou para 6 anos e a redução de 
quorum para aprovação de EC de 2/3 para maioria absoluta, flexibilizando 
a rigidez constitucional; 
2. Pacote de junho de 1978, onde destacamos: a revogação total do AI-5, a 
eliminação de alguns poderes presidenciais, como o de suspensão do 
Congresso Nacional. 
Foi o início do processo de redemocratização, que ganhou força no governo 
de João Figueiredo, que teve a missão de pôr fim ao governo militar. 
Tivemos ainda, sob a vigência dessa Constituição e no processo de 
redemocratização, a aprovação da Lei da Anistia (Lei nº 6.683, de 28.08.1979), a 
Reforma Partidária (Lei nº 6.767, de 20.12.1979), a EC nº 15, de 21.11.1980, que 
instituía eleições diretas no âmbito estadual e o movimento de diretas já, que exigia 
a eleição direta para presidente e vice-presidente da República. 
Embora com o apoio popular, a PEC que previa a eleição direta para 
Presidente e Vice-Presidente da Republica foi rejeitada e no dia 15.04.1984 foi 
eleito, de forma indireta, Tancredo Neves, um civil, caracterizando o fim da ditadura 
militar. 
A Constituição de 1969 teve vigência de 18 anos, até 5 de outubro de 1988, 
com a promulgação da denominada, por Ulysses Guimarães, de Constituição 
Cidadã, em vigor no Brasil até os dias atuais. 
13 
 
9. COSIDERAÇÕES FINAIS 
Este trabalho buscou, de forma resumida, expor a historicidade das diversas 
constituições que vigoraram no Brasil, desde o período imperial, buscando, de forma 
clara e concisa, mostrar o contexto histórico que a Constituição estava inserida e 
quais foram as mudanças mais significativas. 
Viu-se ainda os tipos de Constituições e as formas que as mesmas entraram 
em vigor, bem como o período de sua vigência. 
Conhecendo nosso passado, podemos entender nosso presente e preservar 
o que é bom e melhorar o que precisa, a fim de garantir um futuro melhor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
REFERÊNCIAS 
BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. São Paulo: Celso Bastos Editor, 
2002. 
BONAVIDES, Paulo; ANDRADE, Paes de. História constitucional do Brasil. 8ª edição. 
Florianópolis: OAB Editora, 2006. 
CASTANHATO, Camila. O processo histórico do controle de constitucionalidade e as 
Constituições do Brasil. Mestrado em direito. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de 
São Paulo, 2006. 
LENZA, Pedro. Direito constitucional esquematizado. 17ª edição, São Paulo: Saraiva, 
2013. 
MENDES, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional. 2ª edição, São Paulo: Saraiva, 
2008. 
VAINER, Bruno Zilberman. Breve histórico acerca das Constituições do Brasil e do 
controle de constitucionalidade brasileiro. Pós-graduado em direito constitucional. Escola 
Superior de Direito Constitucional, 2010.

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