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DOC 20171117 WA0006

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CASOS CONCRETOS DE PROCESSO CIVIL IV
NOME: PAULO FERNANDO SOARES DE ARAÚJO
CASO CONCRETO 1
Ao iniciar o cumprimento de sentença envolvendo obrigação de pagar, o credor pretende que seja penhorado um bem imóvel do devedor, avaliado em R$ 1.000.000,00 (um milhão de Reais), para pagamento de uma dívida de apenas R$ 10.000,00 (dez mil Reais). O devedor, por meio do seu patrono, peticiona ao juízo informando que possui um veículo automotor avaliado em R$ 30.000,00 (trinta mil Reais) valor que é mais compatível com o do débito, requerendo a substituição do bem penhorado em atenção ao princípio do menor sacrifício ao executado. Indaga-se: deve ser deferido o pleito do executado?
RESPOSTA: O art. 805 do NCPC consagra o princípio da execução menos onerosa ao executado: “Quando por vários meios o credor puder promover a execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor”. A opção pelo meio menos gravoso pressupõe que os diversos meios considerados sejam igualmente eficazes. Assim, havendo vários meios executivos aptos à tutela adequada e efetiva do direito de crédito, escolhe-se a via menos onerosa ao executado. Portanto o pleito deve ser deferido.
CASO CONCRETO 2
No curso de uma ação de indenização e antes da sentença de 1º grau, o réu vendeu seus dois únicos imóveis por R$ 100.000,00 (cem mil reais), os quais constituíam a totalidade de seu patrimônio. Julgado procedente o pedido, com sentença transitada em julgado, o autor pretende receber o valor da indenização fixado pelo Juiz, ou seja, R$ 100.000,00 (cem mil reais). Considerando o enunciado acima, distinga os institutos da fraude à execução e da fraude contra credores, e, num segundo momento, indique os caminhos processuais adequados para que o exequente, na prática, possa receber seu crédito.
Resposta: A fraude à execução só ocorre quando há uma execução, caso contrário será uma Fraude à credores, a qual possui uma ação própria (Ação Pauliana). Existem 2 requisitos necessários: objetivo, insolvência do devedor e subjetivo, a boa-fé nas relações.
CASO CONCRETO 3
Adalberto ajuizou uma ação em face da Seguradora Porto Bello pleiteando o recebimento do seguro de vida realizado pelo seu tio Marcondes. Alega na inicial que a seguradora, de forma injustificada, se negou a pagar a indenização sob o argumento de que o segurado agiu de má-fé ao não informar que realizara uma cirurgia de coração 10 anos antes da assinatura do contrato. Após a instrução o juiz julgou procedente o pedido para condenar a Seguradora a pagar a respectiva indenização em valor a ser apurado em fase de liquidação. Diante do caso concreto indaga-se:
 a) Qual é a modalidade de liquidação de sentença mais adequada ao caso concreto? É possível modificar a sentença em fase de liquidação?
RESPOSTA: Em razão da morte de alguém o mais adequado é a liquidação por arbitramento, caso não houvesse a morte e em razão de fatos novos seria aplicada a liquidação pelo procedimento comum. Não é possível modificar a sentença em fase de liquidação, somente em apelação. 
b) Como deverão proceder as partes caso discordem do valor apurado na liquidação?
RESPOSTA: Em caso de não concordarem cabe as partes ingressar com Recurso de Agravo de Instrumento.
CASO CONCRETO 4
Juca Cipó ingressa em juízo com ação de cobrança em desfavor de Sinhozinho Malta, que, citado pelo correio, quedou-se inerte, vindo, em consequência, o pedido autoral a ser julgado procedente, com a condenação do réu ao pagamento de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais). Iniciado por Juca Cipó o cumprimento de sentença, após a segurança do juízo, Sinhozinho Malta oferece impugnação, na qual alega a nulidade de sua citação na fase cognitiva. O juiz, então, acata a impugnação de Sinhozinho Malta. Qual seria o recurso cabível contra esta decisão judicial?
RESPOSTA: A impugnação tem natureza de decisão interlocutória. Nesse caso cabe o Agravo de Instrumento.
CASO CONCRETO 5
Repelidos Embargos de Devedor com fundamento em sua intempestividade, apresenta o Executado petição avulsa, intitulando-a como Objeção de Não Executividade (também conhecida como Exceção de Pré-Executividade), denunciando a nulidade do título. Deve tal pleito, inobstante a rejeição dos Embargos, ser admitido ao exame do órgão judicial? Se admissível a referida peça, teria a apresentação da mesma efeito suspensivo?
RESPOSTA: Deve ser admitido por envolver matéria de ordem publica, isto é, a exigibilidade do titulo executivo, com base no modelo constitucional do devido processo legal. Embora não tenha previsão clara no CPC, é um mecanismo de defesa aceito pela doutrina e jurisprudência, que possibilita ao executado apresentar, por meio de petição, matéria que o magistrado possa pronunciar de oficio. Em principio não suspende a execução, mantendo-se o mandado de penhora enquanto pendente de exame.
CASO CONCRETO 6 
Determinado credor instaurou processo de execução, lastreado em título executivo extrajudicial, em face de um incapaz, que se encontra regularmente representado nos autos. A penhora recaiu sobre um determinado bem e não foram oferecidos embargos à execução. Como o exequente não manifestou interesse na adjudicação, o magistrado determinou a expropriação por alienação em leilão judicial. No segundo leilão, o bem constricto recebeu um lance equivalente a 75% do valor da avaliação, o que gerou a assinatura no auto de arrematação. Imediatamente, o executado peticionou ao juízo, postulando o reconhecimento da ineficácia da arrematação, uma vez que o bem foi expropriado por preço vil. Já o credor, por sua vez, ponderou que, de acordo com o art. 891, parágrafo único, do CPC, a arrematação teria sido perfeitamente válida. Indaga-se: como deve decidir o magistrado?
RESPOSTA: Deve o magistrado decidir na forma do ART. 896/CPC, que dispõe sobre imóvel de incapaz que não alcança pelo menos 80% da avaliação, onde o juiz confiará o bem à guarda e administração de deposito idôneo, adiando a alienação por prazo não superior a 01 ano. Portanto, a arrematação não foi valida.
CASO CONCRETO 7
Após a vigência do CPC, Rodolfo promove execução em face de Matheus e Lucas, objetivando o recebimento de determinada quantia. A citação de ambos foi realizada regularmente e não foram localizados bens passíveis de penhora. Diante desta situação, o magistrado suspendeu o processo pelo prazo de um ano. Findo este período e, também tendo sido ultrapassado o prazo prescricional da obrigação, os executados peticionam ao juízo requerendo o desarquivamento do processo e a pronúncia da prescrição intercorrente. Devidamente intimado, o exequente se posiciona em sentido contrário, ao argumento de que esta suspensão deveria permanecer sine die, ou seja, indefinidamente, até que sejam localizados bens passíveis de constrição judicial. Como deverá se posicionar o magistrado quanto ao tema?
RESPOSTA: Quando o executado não possuir bens penhoráveis, suspende-se a execução (art. 921, III, do NCPC) pelo prazo 
de 1 ano (art. 921, § 1°, do NCPC). Passado 1 ano, e não for encontrado bens penhoráveis ( art. 921, § 2°, do 
NCPC), o juiz ordenará o arquivamento dos autos, que serão desarquivados para prosseguimento da execução 
se a qualquer tempo for encontrado bens penhoráveis (art. 921, § 3°, do NCPC). Passado 1 ano sem a 
manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente (art. 921, § 4°, do NCPC) que 
é, aquela que se opera mesmo na fluência do procedimento jurisdicional, nos casos de inércia do titular do 
direito nos termos dos artigo s 921, §4º, combinado com art. 924, V, ambos do NCPC. Trata -se de uma sentença 
com resolução de mérito de acordo com o art. 487, I, do NCPC
Quando o executado não possuir bens penhoráveis, suspende-se a execução (art. 921, III, do NCPC) pelo prazo 
de 1 ano (art. 921, § 1°, do NCPC). Passado 1 ano, e não for encontrado bens penhoráveis ( art. 921, § 2°, do 
NCPC), o juiz ordenaráo arquivamento dos autos, que serão desarquivados para prosseguimento da execução 
se a qualquer tempo for encontrado bens penhoráveis (art. 921, § 3°, do NCPC). Passado 1 ano sem a 
manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente (art. 921, § 4°, do NCPC) que 
é, aquela que se opera mesmo na fluência do procedimento jurisdicional, nos casos de inércia do titular do 
direito nos termos dos artigo s 921, §4º, combinado com art. 924, V, ambos do NCPC. Trata -se de uma sentença 
com resolução de mérito de acordo com o art. 487, I, do NCPC
RESPOSTA: Quando o executado não possuir bens penhoráveis, suspende-se a execução na forma do art. 921, III, do CPC, pelo prazo de 1 (um) ano conforme o art. 921, § 1°, do CPC. Passado 01 ano, e não for encontrado bens penhoráveis de acordo com art. 921, § 2°, do CPC, o juiz ordenará o arquivamento dos autos, que serão desarquivados para prosseguimento da execução se a qualquer tempo for encontrado bens penhoráveis como versa o art. 921, § 3°, do CPC. Passado 01 (um) ano sem a manifestação do exequente, começa a correr o prazo de prescrição intercorrente na forma do art. 921, § 4°, do CPC que é, aquela que se opera mesmo na fluência do procedimento jurisdicional, nos casos de inércia do titular do direito nos termos dos artigos 921, §4º, combinado com art. 924, V, ambos do CPC. Trata-se de uma sentença com resolução de mérito de acordo com o art. 487, I, do CPC.
CASO CONCRETO 8
Em determinado processo, o magistrado fixou astreintes diárias para compelir o devedor a cumprir obrigação de entrega de coisa, o que não ocorreu no prazo estabelecido. Levando em consideração que o valor acumulado das astreintes está próximo de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) e que o conteúdo econômico discutido no processo é de no máximo R$ 20.000,00 (Vinte Mil Reais), a parte ré peticiona requerendo a redução do valor retroativamente. Ocorre que a exequente, por seu turno, sustenta que este montante de R$ 100.000,00 (Cem Mil Reais) já integra o seu patrimônio. Vindo os autos conclusos para decisão, o magistrado percebe, na ambiência de seu gabinete, que o CPC fornece um tratamento inconclusivo quanto ao tema astreintes. Em determinada norma, por exemplo, autoriza que o magistrado possa alterar ou mesmo excluir o valor das multas, mas apenas para aquelas vincendas (art. 537, par. 1º), o que contraria entendimento jurisprudencial. Por outro lado, em outro momento, deixa o tema um tanto vago (art. 806, par. 1º), nada dispondo se a revisão do valor pode ser realizada em caráter retroativo. Indaga-se: Como decidir? O valor das astreintes poderia ser reduzido ex tunc? E, para os casos de fixação desta multa, não seria melhor simplesmente o magistrado fixar multa de incidência única, em valor mais substancial, para que a mesma realmente possa funcionar como fator coercitivo?
RESPOSTA: O tema é bem polêmico. Segundo a doutrina: O tema não é pacífico. De um lado, há quem defenda que o valor poderá ser reduzido, mas a eficácia desta decisão será ex nunc, pois o valor acumulado já integra o patrimônio do credor da prestação. Por outro lado, há quem entenda que esta decisão tem caráter retroativo, pois o magistrado percebeu que este mecanismo executivo estava sendo ineficiente para atingir os seus fins, tendo sido completamente desvirtua do e transformado em fonte de enriquecimento indevido. Logo, o juiz faria a retroatividade até o momento processual em que percebeu este desvio. É o entendimento que costuma ser adotado na prática, muito embora seja muito simples resolver esta questão mediante adoção de outro procedimento pelo juiz. É que esta problemática reside na circunstância de que os valores das astreintes vão se acumulando em razão da imposição ter si do diária ou semanal, por exemplo. Mas, para se evitar este problema gerado pelo acúmulo dos valores, bastaria que o juiz fixasse astreintes de incidência única. Em outras palavras, o demandado deveria cumprir a obrigação em, por exemplo, quinze dias, sob pena de sofrer astreintes única de trinta mil reais. Com o descumprimento, os autos iriam conclusos ao magistrado que poderia mudar o meio executivo ou insistir no mesmo, mas agora estabelecendo um valor ainda maior.
CASO CONCRETO 9
Maurício promove execução por título extrajudicial em face da Fazenda Pública, para cumprimento de obrigação de fazer, observando o disposto entre o art. 815 e art. 821 do CPC. Esta, ao ser citada, aduz em sua defesa que há error in procedendo, eis que tem a prerrogativa de ser executada por modelo próprio estatuído no art. 910 do NCPC. A quem assiste razão?
RESPOSTA: Assiste razão a Maurício. O procedimento previsto no art. 910/NCPC refere -se apenas para obrigações de pagar, eis que a Fazenda Pública possui bens impenhoráveis e deve realizar o cumprimento por uma sistemática própria (precatório ou RPV requisição de pequeno valor). Para obrigação de fazer, não fazer ou mesmo para entrega de coisa a Fazenda Pública deverá ser executada nos mesmos moldes das regras estatuídas para a execução entre particulares.
 CASO CONCRRETO 10
Geisa, servidora pública estadual, promove demanda em face da Fazenda Pública que se encontra vinculada, pleiteando o pagamento de determinada importância em dinheiro, que lhe foi indevidamente descontada em sua remuneração. A demanda se processa regularmente, tendo sido proferida sentença favorável condenando a ré ao pagamento. Na etapa de cumprimento e, diante da demora na executada em liquidar a sua obrigação sujeita a pagamento por meio de precatório, a exequente peticiona ao juízo requerendo que seja aplicada a multa de 10%, prevista no art. 523, parágrafo 1º, do CPC. Este pleito deve ser deferido? 
RESPOSTA: Conforme o ART. 534, §2º do CPC, a multa prevista no ART. 523, § 1º do CPC, não se aplica à Fazenda Pública. Portanto, esse pleito deverá ser negado.
CASO CONCRETO 11 
O CPC prevê que, na execução por título extrajudicial por dívida alimentar, é possível oficiar o empregador do executado para que o mesmo efetue o desconto em folha de pagamento, o que coincide com o modelo do CPC-73. Contudo, o mesmo inova ao prever que o descumprimento pelo empregador gera a prática de crime de desobediência (art. 912, par. 1º). Ocorre que a lei de alimentos já possui tipo penal específico para esta situação (art. 22, parágrafo único, Lei 5.478/68), não tendo o mesmo sido revogado pelo CPC/2015, ao contrário de diversas outras normas (art. 1.072). Qual tipo penal deve prevalecer?
RESPOSTA: Vai prevalecer à norma específica, que é a LEI 5.478/68 – LEI DE ALIMENTOS, a figura prevista no ART. 22 da respectiva lei. Não houve a revogação da Lei de Alimentos pelo ART. 1.072 do NCPC, apenas os ARTS. 16 a 18.
CASO CONCRETO 12
Determinada entidade de classe impetrou mandado de segurança coletivo em defesa de interesses de seus membros, o qual foi denegado pelo órgão competente, havendo tal decisão tendo transitado em julgado. É cabível a posterior propositura de ação, pelo procedimento comum, individualmente, por qualquer dos membros da entidade, para pedir o reconhecimento do direito que alega e compreendido no pedido formulado no anterior mandado segurança coletivo?
RESPOSTA: Primeiramente devemos entender que o processo coletivo foi criado com o intuito de alcançar a celeridade e a efetividade contribuindo para a racionalização da atividade jurisdicional. Sendo assim, o processo coletivo não prejudica o particular que opta pelo ajuizamento de demanda individual. Com o julgamento do processo coletivo impede-se novo processo coletivo evidentemente, exceto se o primeirofoi julgado improcedente por falta de provas (ART. 16 – Lei 7.347/85) desta forma, considerando-se que estamos diante de ações distintas com partes, causas de pedir e objetos diferentes, nada impede a propositura da demanda individual. 
CASO CONCRETO 13
Associação de Consumidores do Estado do Paraná ingressou com uma ação coletiva em face do Hipermercado Novo Horizonte, na Comarca do referido estado, visando obter tutela específica no sentido de determinar a abstenção do mercado de comercializar leite da marca Vaca-boa, fora do prazo de validade e com alto índice de formol, cumulado com pleito indenizatório por danos morais e materiais decorrentes para os consumidores que adquiriram o referido produto. O juiz deferiu tutela específica, nos termos do Art.84, §3º do Código de Defesa do Consumidor, para determinar a abstenção do réu em comercializar o produto e condenou o réu a indenizar os consumidores prejudicados pelos danos materiais e imateriais sofridos, cujo quantum será apurado em sede de liquidação de sentença. Diante do caso discuta as seguintes indagações:
a) Considerando que o Hipermercado possui diversas filiais em todo Brasil, os consumidores do Estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais poderão promover a liquidação da referida sentença genérica? Qual modalidade de liquidação de sentença poderá ser utilizada neste caso? Qual o juízo competente para promoção da execução do julgado para os consumidores de Minas Gerais e do Rio de Janeiro?
RESPOSTA: Art. 98. A execução poderá ser coletiva, sendo promovida pelos legitimados de que trata o Art. 82, abrangendo as vítimas cujas indenizações já tiveram sido fixada sem sentença de liquidação, sem prejuízo do ajuizamento de outras execuções. (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21/03/1995) 
§ 1° A execução coletiva far-se-á com base em certidão das sentenças de liquidação, da qual deverá constar a ocorrência ou não do trânsito em julgado. 
 
§ 2° É competente para a execução o juízo: 
I - da liquidação da sentença ou da ação condenatória, no caso de execução individual; 
II - da ação condenatória, quando coletiva a execução. 
 
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos Capítulos I e I I deste título , serão observadas as seguintes normas: 
 
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor; 
Art. 509. Quando a sentença condenar a o pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: 
 
I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exi- gido pela natureza do objeto da liquidação; 
 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.
CASO CONCRETO 14 
O Juizado Especial Cível decidiu ação, recorrendo o vencido, tendo a turma Recursal própria mantido a sentença, que rejeitou arguição de incompetência absoluta daquele Órgão Julgador, em razão do valor em discussão superior ao atribuído, legalmente, à competência dos Juizados Especiais. Contra essa decisão da Turma impetrou o interessado Mandado de Segurança, perante o Tribunal de Justiça, repisando a alegação de incompetência absoluta, vindo o órgão da Justiça comum a denegar a ordem, afirmando a incompetência do Tribunal de Justiça para rever decisões prolatadas por Juizados Especiais e respectivas Turmas Recursais. Pergunta-se: 
1) Qual o recurso cabível contra a decisão do Tribunal de Justiça? 
RESPOSTA: O recurso cabível é o Recurso Ordinário.
 2) O que deve decidir o órgão competente para apreciar esse recurso? Justificar as respostas
RESPOSTA: O STJ vem admitindo, em caráter excepcional, que o Tribunal de Justiça pode exercer o controle sobre a competência dos processos que observam a LEI nº 9.099/95, caso venha a ser impetrado mandado de segurança perante a Corte inferior.
CASO CONCRETO 15
Consumidor promove demanda em face da EBCT (Empresa Brasileira de Correios e Telegráfos) e da empresa Rodsoft Informática, perante um Juizado Especial Federal. Argumenta, em sua petição inicial, que comprou um determinado produto no site da segunda, para que o mesmo fosse entregue pela primeira em seu endereço residencial, o que não ocorreu em razão de extravio. Também aduz que não foi ressarcido, o que justificaria a instauração do presente processo em face de ambas, objetivando o recebimento de danos materiais e morais. Ocorre que a empresa Rodsoft já encerrou suas atividades, embora tenha ficado evidente nos autos que a mesma vinha sendo utilizada por seus sócios para a prática de diversos ilícitos civis. Diante desta situação, o autor pleiteia que, no Juizado Especial Federal, seja autorizada a desconsideração da personalidade jurídica. Ocorre que este requerimento foi indeferido pelo magistrado, ao argumento de que o CPC trata deste incidente como uma modalidade de intervenção de terceiros (art. 132? art. 137), o que é vedado no sistema dos Juizados Especiais (art. 10, Lei nº 9.099/95). Esta decisão foi objeto de posterior mandado de segurança impetrado perante a Turma Recursal Federal, com o intuito de reformá-la. Indaga-se: os magistrados lotados no órgão revisor, analisando as normas constantes no CPC, deverão conceder ou negar a segurança? Por quais fundamentos?
RESPOSTA: Deverão conceder, pois o NCPC aplica o incidente de desconsideração da personalidade jurídica em qualquer tipo de processo inclusive nos de competência dos juizados especiais (ART. 1.062/CPC). Estando o processo em instancia recursal, atribuição originaria é do relator, embora de sua decisão caiba recurso de agravo interno para o colegiado (ART. 136, Parágrafo Único, CPC)

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