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TRIBUTARIO II

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1 
18 OS IMPOSTOS EM ESPÉCIE 
 
Os impostos são espécies de tributo que financiam toda a atividade 
estatal, possibilitando que o Poder Público concretize os direitos fundamentais 
de todas as dimensões. Encontram-se repartidos na Constituição Federal, a 
qual autoriza cada categoria de ente federado a instituir certos e determinados 
impostos. Considerando-se essa peculiaridade, pode-se classificá-los em 
federais, estaduais e municipais. 
A instituição de imposto se faz, regra geral, via de edição de lei 
ordinária pela pessoa política competente. Entre a lei ordinária e a Constituição 
Republicana deve haver uma lei complementar, papel geralmente exercido pelo 
Código Tributário Nacional - CTN, mas não exclusivamente, já que existem 
outras leis complementares, exemplo da Lei nº 116/03. 
 
18.1 IMPOSTOS FEDERAIS 
Esses impostos são os previstos no art. 153 da Constituição de 1988. 
Para discorrermos sobre eles, vamos nos apoiar nas normas de cada exação 
fiscal, tal como se encontram positivadas. Devem ser observadas as normas 
constitucionais, as leis complementares, as leis ordinárias, os decretos-leis, as 
medidas provisórias e os correspondentes regulamentos, não se 
menosprezando os critérios hermenêuticos de interpretação, principalmente o 
da hierarquia normativa. 
Ante a inegável posição de supremacia da Constituição Federal, 
citam-se as disposições que tratam dos impostos de competência da União: 
 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
I - importação de produtos estrangeiros; 
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
IV - produtos industrializados; 
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários; 
VI - propriedade territorial rural; 
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. 
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites 
estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos 
incisos I, II, IV e V. 
§ 2º - O imposto previsto no inciso III: 
 2 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da 
progressividade, na forma da lei; 
§ 3º - O imposto previsto no inciso IV: 
I - será seletivo, em função da essencialidade do produto; 
II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação com o montante cobrado nas anteriores; 
III - não incidirá sobre produtos industrializados destinados ao exterior. 
IV - terá reduzido seu impacto sobre a aquisição de bens de capital pelo 
contribuinte do imposto, na forma da lei. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
§ 4º - O imposto previsto no inciso VI terá suas alíquotas fixadas de forma a 
desestimular a manutenção de propriedades improdutivas e não incidirá 
sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore, só ou 
com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: 
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a 
manutenção de propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as 
explore o proprietário que não possua outro imóvel; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na 
forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra 
forma de renúncia fiscal.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 
19.12.2003) 
§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento 
cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto de que trata o 
inciso V do "caput" deste artigo, devido na operação de origem; a alíquota 
mínima será de um por cento, assegurada a transferência do montante da 
arrecadação nos seguintes termos: 
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme 
a origem; 
II - setenta por cento para o Município de origem. 
 
18.1.1 IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO DE PRODUTOS ESTRANGEIROS 
O procedimento de importação se divide em três fases: 
administrativa, fiscal e cambial. A administrativa está ligada aos procedimentos 
necessários para efetuar a importação, que variam de acordo com o tipo de 
operação e mercadoria. A fiscal compreende o despacho aduaneiro que se 
completa com o pagamento dos tributos e retirada física da mercadoria da 
Alfândega. Já a cambial está voltada para a transferência de moeda 
estrangeira por meio de um banco autorizado a operar com câmbio. 
O Código Tributário Nacional assim disciplina o imposto em exame: 
 
Art. 19. O imposto, de competência da União, sobre a importação de 
produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada destes no território 
nacional. 
Art. 20. A base de cálculo do imposto é: 
 3 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei 
tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou 
seu similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em 
condições de livre concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada 
do produto no País; 
III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, 
o preço da arrematação. 
Art. 21. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-lo aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
Art. 22. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados. 
 
O imposto de importação incide sobre mercadoria estrangeira 
(Decreto-Lei nº 37/66, art. 1º, caput, com a redação dada pelo Decreto-Lei nº 
2.472/88, art. 1º). 
A norma constitucional se refere a produto, termo que é mais amplo 
do que mercadoria, entendida esta como bem móvel destinado ao consumo. 
Por isso, o imposto incide, inclusive, sobre bagagem de viajante e sobre bens 
enviados como presente ou amostra, ou a título gratuito, desde que não haja 
qualquer favor fiscal (isenção etc.). 
O fato gerador do imposto de importação é a entrada de mercadoria 
estrangeira no território aduaneiro (aspecto material do fato gerador), que 
abrange todo o território nacional (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 1º, com a 
redação dada pelo Decreto-lei nº 2.472, de 1988, art. 1º). 
Para efeito de cálculo do imposto, considera-se ocorrido o fato 
gerador (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 23 e parágrafo único): 
I - na data do registro da declaração de importação de mercadoria 
submetida a despacho para consumo (aspecto temporal do fato gerador); 
II - no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, 
quando se tratar de: 
a) bens contidos em remessa postal internacional não sujeitos ao 
regime de importação comum; 
b) bens compreendidos no conceito de bagagem, acompanhada ou 
desacompanhada; e 
 4 
c) mercadoria constante de manifesto ou de outras declarações de 
efeito equivalente, cujo extravio ou avaria for apurado pela autoridade 
aduaneira; e 
III - na data do vencimento do prazo de permanência da mercadoria 
em recinto alfandegado, se iniciado o respectivo despacho aduaneiro antes de 
aplicada a pena de perdimento da mercadoria, na hipótese da Lei nº 9.779/99, 
art. 18 e parágrafo único. 
A base de cálculo do imposto é (Decreto-lei nº 37/66, art. 2º, com a 
redação dada pelo Decreto-lei nº 2.472/88, art. 1º): 
I - quando a alíquota for ad valorem, o valor aduaneiro apurado 
segundo as normas do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio - 
GATT 1994; e 
II - quando a alíquota for específica, a quantidade de mercadoria 
expressa na unidade de medida estabelecida. 
Toda mercadoriasubmetida a despacho de importação está sujeita 
ao controle do correspondente valor aduaneiro. O controle consiste na 
verificação da conformidade do valor aduaneiro declarado pelo importador com 
as regras estabelecidas no Acordo de Valoração Aduaneira. 
Integram o valor aduaneiro, independentemente do método de 
valoração utilizado (Acordo de Valoração Aduaneira, artigo 8, parágrafos 1 e 2, 
aprovado pelo Decreto Legislativo nº 30, de 1994, e promulgado pelo Decreto 
nº 1.355, de 1994; redação dada pelo Decreto nº 4.765, de 24.6.2003): 
I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o 
aeroporto alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde 
devam ser cumpridas as formalidades de entrada no território aduaneiro; 
II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, 
associados ao transporte da mercadoria importada, até a chegada aos locais 
referidos no inciso I; e 
III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas 
nos incisos I e II. 
O imposto poderá ser calculado pela aplicação de alíquota 
específica, ou pela conjugação desta com a alíquota ad valorem, conforme 
estabelecido em legislação própria (Lei nº 3.244/57, art. 2º, caput, com a 
redação dada pelo Decreto-Lei no 2.434/88, art. 9º). 
 5 
O imposto será calculado pela aplicação das alíquotas fixadas na 
Tarifa Externa Comum (negociada pelos membros do Mercosul e aplicável, em 
regra, aos demais países) sobre a base de cálculo, correspondente ao 
posicionamento da mercadoria, na data da ocorrência do fato gerador, uma vez 
identificada sua classificação fiscal segundo a Nomenclatura Comum do 
Mercosul. 
Quando se tratar de mercadoria importada ao amparo de acordo 
internacional firmado pelo Brasil, prevalecerá o tratamento nele previsto, salvo 
se da aplicação das normas gerais resultar tributação mais favorável. 
O imposto será pago na data do registro da declaração de 
importação (Decreto-Lei nº 37, de 1966, art. 27). 
É contribuinte do imposto (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 31, com a 
redação dada pelo Decreto-lei nº 2.472, de 1988, art. 1º): 
I - o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a 
entrada de mercadoria estrangeira no território aduaneiro; 
II - o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo 
respectivo remetente; e 
III - o adquirente de mercadoria entrepostada. 
É responsável pelo imposto: 
I - o transportador, quando transportar mercadoria procedente do 
exterior ou sob controle aduaneiro, inclusive em percurso interno 
(Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 32, inciso I, com a redação dada pelo 
Decreto-lei nº 2.472, de 1988, art. 1º); 
II - o depositário, assim considerada qualquer pessoa incumbida da 
custódia de mercadoria sob controle aduaneiro (Decreto-lei nº 37, de 
1966, art. 32, inciso II, com a redação dada pelo Decreto-lei nº 2.472, 
de 1988, art. 1º); ou 
III - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
É responsável solidário: 
I - o adquirente ou o cessionário de mercadoria beneficiada com 
isenção ou redução do imposto (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 32, parágrafo 
único, inciso I, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 
2001, art. 77); 
 6 
II - o representante, no País, do transportador estrangeiro (Decreto-
lei nº 37, de 1966, art. 32, parágrafo único, inciso II, com a redação dada pela 
Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 77); 
III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso 
de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa 
jurídica importadora (Decreto-lei nº 37, de 1966, art. 32, parágrafo único, inciso 
III, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 77); 
IV - o expedidor, o operador de transporte multimodal ou qualquer 
subcontratado para a realização do transporte multimodal (Lei nº 9.611, de 19 
de fevereiro de 1998, art. 28); e 
V - qualquer outra pessoa que a lei assim designar. 
As infrações estão sujeitas às seguintes penalidades, aplicáveis 
separada ou cumulativamente (Decreto-Lei nº 37/66, art. 96; Decreto-Lei nº 
1.455/76, arts. 23, § 1º, com a redação dada pela Lei nº 10.637/02, art. 59, e 
24; Lei nº 9.069/95, art. 65, § 3º; e Lei nº 10.833/03, art. 76): 
I - perdimento do veículo; 
II - perdimento da mercadoria; 
III - perdimento de moeda; 
IV - multa; e 
V - sanção administrativa. 
Sobre a aplicação de sanção na importação, o Superior Tribunal de 
Justiça – STJ assim já decidiu, no que concerne a perdimento de bem: 
 
TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO - AUTOMÓVEL - 
PRESUNÇÃO DE BOA-FÉ DO ADQUIRENTE - PENA DE PERDIMENTO - 
AFASTADA. 
1. Não se pode exigir do adquirente de mercadoria estrangeira, no mercado 
interno, o cuidado de investigação antes de efetuar a compra, a respeito da 
legalidade da importação ou regularidade do alienante. 
2. O sistema normativo e o poder judiciário devem assegurar ao adquirente 
de boa-fé, a garantia de que o negócio jurídico realizado, qual seja, compra 
e venda de automóvel importado, não seja frustrado em razão de 
irregularidade aferida pelo Fisco. 
3. Presume-se a boa-fé do adquirente de mercadoria importada em 
estabelecimento regular, mediante nota fiscal. 
Embargos de divergência providos (STJ, EREsp 535536/PR; DJ 
25/09/2006, p. 216). 
 
 7 
ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. 
APREENSÃO DE VEÍCULO. DESCAMINHO. TRANSPORTE DE 
MERCADORIA ESTRANGEIRA SEM DOCUMENTAÇÃO QUE 
COMPROVE SUA REGULAR IMPORTAÇÃO. ART. 617 DO DL. 
4.543/2002. PENA DE PERDIMENTO DE VEÍCULO AFASTADA. 
APLICAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DA PROPORCIONALIDADE E 
RAZOABILIDADE. 
1. Hipótese em que se busca a anulação do ato administrativo que 
determinou o perdimento de veículo apreendido quando transportava 
mercadorias desacompanhadas de documentação legal que comprovasse 
sua regular importação. 
2. Alega-se dissídio jurisprudencial com julgados desta Corte e de outros 
Tribunais, os quais entendem inaplicável a pena de perdimento quando 
existir uma grande desproporção entre o valor da mercadoria internalizada 
sem a comprovação de sua origem e o do veículo apreendido. 
3. Com efeito, foram apreendidas mercadorias no valor de R$ 7.973,67 
transportadas em veículo avaliado, à época dos fatos, em R$ 42.000, 00. 
Tem-se, desse modo, que não foram observados os princípios da 
proporcionalidade e da razoabilidade, razão por que não deve ser aplicada 
a pena de perdimento. Precedentes jurisprudenciais desta Corte. 
4. Recurso especial provido (REsp 1072040/PR ). 
 
Em razão do caráter extrafiscal desse imposto, há exceção aos 
princípios da anterioridade ordinária e nonagesimal e da legalidade, quanto à 
alteração das alíquotas dentro do teto legal, (CF/88, arts. 150, § 1º, e 153, § 
1º). 
Quadro aditivo: 
 
Normas superiores: CF/88, arts. 150, § 1º; 153, I, e § 1º; 
CTN, arts. 19/22 
Finalidade preponderante: Extrafiscal 
Base econômica: Comércio exterior 
Lançamento: Por homologação (*) 
Outros: É imposto real, indireto, monofásico 
e de fato gerador instantâneo 
 
18.1.2 IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO, PARA O EXTERIOR, DE 
PRODUTOS NACIONAIS OU NACIONALIZADOS 
A exportação é, basicamente, a saída da mercadoria do território 
aduaneiro, decorrente, quase sempre, de um contrato de compra e venda 
internacional, que pode ou não resultar na entrada de divisas. 
 
 8 
Eis a disposição do Código Tributário Nacional sobre a exação ora 
investigada: 
 
Art. 23. O imposto, de competência da União, sobre a exportação, para o 
estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados tem como fato 
gerador a saída destes do território nacional. 
Art. 24. A base de cálculo do imposto é: 
I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei 
tributária; 
II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou 
seu similar,alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em 
condições de livre concorrência. 
Parágrafo único. Para os efeitos do inciso II, considera-se a entrega como 
efetuada no porto ou lugar da saída do produto, deduzidos os tributos 
diretamente incidentes sobre a operação de exportação e, nas vendas 
efetuadas a prazo superior aos correntes no mercado internacional o custo 
do financiamento. 
Art. 25. A lei pode adotar como base de cálculo a parcela do valor ou do 
preço, referidos no artigo anterior, excedente de valor básico, fixado de 
acordo com os critérios e dentro dos limites por ela estabelecidos. 
Art. 26. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-los aos objetivos da política cambial e do comércio exterior. 
Art. 27. Contribuinte do imposto é o exportador ou quem a lei a ele 
equiparar. 
Art. 28. A receita líquida do imposto destina-se à formação de reservas 
monetárias, na forma da lei. 
 
O imposto de exportação incide sobre mercadoria nacional ou 
nacionalizada destinada ao exterior (Decreto-Lei nº 1.578/77, art. 1º, caput). 
Considera-se nacionalizada a mercadoria estrangeira importada a título 
definitivo. 
O imposto de exportação tem como fato gerador a saída da 
mercadoria do território aduaneiro (Decreto-lei nº 1.578, de 1977, art. 1º). 
Aspecto temporal do fato gerador. Para efeito de cálculo do imposto, 
considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro de exportação no 
Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex (Decreto-lei nº 1.578, de 
1977, art. 1º, § 1º). 
O pagamento do imposto será realizado na forma e no prazo fixados 
pelo Ministro de Estado da Fazenda, que poderá determinar sua exigibilidade 
antes da efetiva saída do território aduaneiro da mercadoria a ser exportada 
(Decreto-Lei no 1.578, de 1977, art. 4º, caput). 
 9 
A base de cálculo do imposto é o preço normal que a mercadoria, ou 
sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições 
de livre concorrência no mercado internacional, observadas as normas 
expedidas pela Câmara de Comércio Exterior (Decreto-lei nº 1.578, de 1977, 
art. 2º, com a redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 
51). 
O imposto será calculado pela aplicação da alíquota de trinta por 
cento sobre a base de cálculo (Decreto-lei nº 1.578, de 1977, art. 3º, com a 
redação dada pela Lei nº 9.716, de 1998, art. 1º). 
Para atender aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, 
a Câmara de Comércio Exterior poderá reduzir ou aumentar a alíquota do 
imposto (Decreto-lei nº 1.578, de 1977, art. 3º, com a redação dada pela Lei nº 
9.716, de 1998, art. 1º). 
Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser superior 
a cento e cinqüenta por cento (Decreto-lei nº 1.578, de 1977, art. 3º, parágrafo 
único, com a redação dada pela Lei nº 9.716, de 1998, art. 1º). 
É contribuinte do imposto o exportador, assim considerada qualquer 
pessoa que promova a saída de mercadoria do território aduaneiro (Decreto-lei 
nº 1.578, de 1977, art. 5º). 
As infrações estão sujeitas às seguintes penalidades, aplicáveis 
separada ou cumulativamente (Decreto-Lei nº 37/66, art. 96; Decreto-Lei nº 
1.455/76, arts. 23, § 1º, com a redação dada pela Lei nº 10.637/02, art. 59, e 
24; Lei nº 9.069/95, art. 65, § 3º; e Lei nº 10.833/03, art. 76): 
I - perdimento do veículo; 
II - perdimento da mercadoria; 
III - perdimento de moeda; 
IV - multa; e 
V - sanção administrativa. 
O perdimento de bens destinados a exportação também pode 
ocorrer, como assinala o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª 
Região: 
 
 10 
MANDADO DE SEGURANÇA – ADMINISTRATIVO – EXPORTAÇÃO DE 
JÓIAS – APREENSÃO – PENA DE PERDIMENTO – ART. 514, V, DL 
37/66. 
1. Remessa necessária e apelação em face de sentença concessiva da 
segurança, que determinou à autoridade impetrada que promovesse a 
regular instrução de processo administrativo fiscal instaurado em face do 
impetrante, e determinou a liberação das mercadorias apreendidas (jóias) 
mediante o oferecimento de caução idônea. 
2. Verifica-se o intuito mercantil nas mercadorias adquiridas no Brasil, 
caracterizando a exportação clandestina, com violação das normas que 
regem as exportações. 
3. O impetrante tentou exportar grande quantidade de jóias sem a 
indispensável declaração fiscal e pagamento do imposto de exportação 
devido. 
4. Aplicação do art. 514, V, do Decreto-lei 37/66, que prevê pena de 
perdimento nos casos de mercadoria nacional ou nacionalizada, em grande 
quantidade ou de vultoso valor, encontrada em zona de vigilância 
aduaneira, em circunstâncias que tornem evidente destinar-se à exportação 
clandestina. 
5. Precedente deste Eg. TRF da 2a Região (AC 2003.51.01.028095-8/RJ). 
6. Apelação e Remessa Necessária a que se dá provimento, denegando-se 
a segurança (AMS 9502133200). 
 
Para garantir agilidade na política extrafiscal do imposto, há exceção 
aos princípios da anterioridade ordinária e nonagesimal e da legalidade, quanto 
à alteração das alíquotas dentro do teto legal (CF/88, arts. 150, § 1º, e 153, § 
1º). 
Quadro aditivo: 
 
Normas superiores: CF/88, arts. 150, § 1º; 153, II, e § 1º; 
CTN, arts. 23/28 
Finalidade preponderante: Extrafiscal 
Base econômica: Comércio exterior 
Lançamento: Por homologação 
Outros: É imposto real, indireto, monofásico 
e de fato gerador instantâneo 
 
18.1.3 IMPOSTO SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER 
NATUREZA 
O imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza grava os 
acréscimos patrimoniais de pessoa física e jurídica. Por isso, fala-se em 
imposto de renda da pessoa física e imposto de renda da pessoa jurídica ou 
pessoa a esta comparada. 
 11 
A matéria de lei complementar está assim disposta no CTN: 
 
Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de 
qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica: 
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da 
combinação de ambos; 
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos 
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. 
§ 1º A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do 
rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da 
origem e da forma de percepção. 
§ 2º Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei 
estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua 
disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. 
Art. 44. A base de cálculo do imposto é o montante, real, arbitrado ou 
presumido, da renda ou dos proventos tributáveis. 
Art. 45. Contribuinte do imposto é o titular da disponibilidade a que se refere 
o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a 
qualquer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. 
Parágrafo único. A lei pode atribuir à fonte pagadora da renda ou dos 
proventos tributáveis a condição de responsável pelo imposto cuja retenção 
e recolhimento lhe caibam. 
 
IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA. São contribuintes do 
imposto de renda, sem distinção da nacionalidade, sexo, idade, estado civil ou 
profissão (Lei nº 4.506/64, art. 1º, Lei nº 5.172/66, art. 43, e Lei nº 8.383/91, art. 
4º), as pessoas físicas domiciliadas ou residentes no Brasil, titulares de 
disponibilidade econômica ou jurídica de renda ou proventos de qualquer 
natureza, inclusive rendimentos e ganhos de capital. 
A renda e os proventos de qualquer natureza percebidos no País por 
residentes ou domiciliados no exterior ou a eles equiparados estão sujeitos ao 
imposto (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 97, e Lei nº 7.713/88, art. 3º, § 4º). 
Constituem rendimento bruto todo o produtodo capital, do trabalho 
ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, 
os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos 
patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados (Lei nº 
5.172/66, art. 43, incisos I e II, e Lei nº 7.713/88, art. 3º, § 1º). 
O imposto será devido à medida em que os rendimentos e ganhos de 
capital forem percebidos, sem prejuízo do ajuste anual. 
Sucessores. São pessoalmente responsáveis (Decreto-Lei nº 
5.844/43, art. 50, e Lei nº 5.172/66, art. 131, incisos II e III): 
 12 
I - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelo tributo 
devido pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta 
responsabilidade ao montante do quinhão, do legado, da herança ou da 
meação; 
II - o espólio, pelo tributo devido pelo de cujus até a data da abertura 
da sucessão. 
Terceiros. Nos casos de impossibilidade de exigência do 
cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem 
solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de 
que forem responsáveis (Lei nº 5.172/66, art. 134, incisos I a IV): 
I - os pais, pelo tributo devido por seus filhos menores; 
II - os tutores, curadores e responsáveis, pelo tributo devido por seus 
tutelados, curatelados ou menores dos quais detenham a guarda judicial; 
III - os administradores de bens de terceiros, pelo tributo devido por 
estes; 
IV - o inventariante, pelo tributo devido pelo espólio. 
Os terceiros são pessoalmente responsáveis pelos créditos 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com 
excesso de poderes ou infração de lei (Lei nº 5.172, de 1966, art. 135, inciso I). 
Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a 
juízo da autoridade lançadora (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 11, § 3º). 
A base de cálculo do imposto devido no ano-calendário será a 
diferença entre as somas (Lei nº 9.250/95, art. 8º, e Lei nº 9.477/97, art. 10, 
inciso I) de todos os rendimentos percebidos durante o ano-calendário, exceto 
os isentos, os não tributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte; os 
sujeitos à tributação definitiva e as deduções permitidas. 
As alíquotas são as vigentes ao tempo do fato gerador, como as 
fixadas em 7,5%, 15%, 22,5% e 27,5% pela Lei nº 11.482/07. 
IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA JURÍDICA. São contribuintes do 
imposto (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 27): 
I - as pessoas jurídicas; 
II - as empresas individuais. 
A tributação alcança todas as firmas e sociedades, registradas ou 
não (Decreto-Lei nº 5.844/43, art. 27, § 2º). 
 13 
Consideram-se pessoas jurídicas: 
I - as pessoas jurídicas de direito privado domiciliadas no País, sejam 
quais forem seus fins, nacionalidade ou participantes no capital (Decreto-Lei nº 
5.844/43, art. 27, Lei nº 4.131/62, art. 42, e Lei nº 6.264/75, art. 1º); 
II - as filiais, sucursais, agências ou representações no País das 
pessoas jurídicas com sede no exterior (Lei nº 3.470/58, art. 76, Lei nº 
4.131/62, art. 42, e Lei nº 6.264/75, art. 1º); 
III - os comitentes domiciliados no exterior, quanto aos resultados 
das operações realizadas por seus mandatários ou comissários no País (Lei nº 
3.470/58, art. 76). 
Sucessores. Respondem pelo imposto devido pelas pessoas 
jurídicas transformadas, extintas ou cindidas (Lei nº 5.172/66, art. 132, e 
Decreto-Lei nº 1.598/77, art. 5º): 
I - a pessoa jurídica resultante da transformação de outra; 
II - a pessoa jurídica constituída pela fusão de outras, ou em 
decorrência de cisão de sociedade; 
III - a pessoa jurídica que incorporar outra ou parcela do patrimônio 
de sociedade cindida; 
IV - a pessoa física sócia da pessoa jurídica extinta mediante 
liquidação, ou seu espólio, que continuar a exploração da atividade social, sob 
a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual; 
V - os sócios, com poderes de administração, da pessoa jurídica que 
deixar de funcionar sem proceder à liquidação, ou sem apresentar a declaração 
de rendimentos no encerramento da liquidação. 
Respondem solidariamente pelo imposto devido pela pessoa jurídica 
(Decreto-Lei nº 1.598/77, art. 5º, § 1º): 
I - as sociedades que receberem parcelas do patrimônio da pessoa 
jurídica extinta por cisão; 
II - a sociedade cindida e a sociedade que absorver parcela do seu 
patrimônio, no caso de cisão parcial; 
III - os sócios com poderes de administração da pessoa jurídica 
extinta, no caso do inciso V. 
A pessoa física ou jurídica que adquirir de outra, por qualquer título, 
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e 
 14 
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob 
firma ou nome individual, responde pelo imposto, relativo ao fundo ou 
estabelecimento adquirido, devido até a data do ato (Lei nº 5.172/66, art. 133): 
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, 
indústria ou atividade; 
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na 
exploração ou iniciar dentro de seis meses, a contar da data da alienação, nova 
atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão. 
Terceiros. São pessoalmente responsáveis pelos créditos 
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com 
excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos (Lei nº 
5.172/66, art. 135): 
I - os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido por 
estes; 
II - o síndico e o comissário, pelo imposto devido pela massa falida 
ou pelo concordatário; 
III - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelo 
imposto devido sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do 
seu ofício; 
IV - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas; 
V - os mandatários, prepostos e empregados; 
VI - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de 
direito privado. 
Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da 
obrigação principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos 
atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis (Lei nº 
5.172/66, art. 134): 
I - os administradores de bens de terceiros, pelo imposto devido por 
estes; 
II - o síndico e o comissário, pelo imposto devido pela massa falida 
ou pelo concordatário; 
III - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelo 
imposto devido sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do 
seu ofício; 
 15 
IV - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas. 
O imposto de renda das pessoas jurídicas, inclusive das 
equiparadas, das sociedades civis em geral e das sociedades cooperativas em 
relação aos resultados obtidos nas operações ou atividades estranhas à sua 
finalidade, será devido à medida em que os rendimentos, ganhos e lucros 
forem sendo auferidos (Lei nº 8.981/95, art. 25, e Lei nº 9.430/96, arts. 1º e 55). 
A base de cálculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na 
data de ocorrência do fato gerador, é o lucro real, presumido ou arbitrado, 
correspondente ao período de apuração (Lei nº 5.172/66, arts. 44, 104 e 144, 
Lei nº 8.981/95, art. 26, e Lei nº 9.430/96, art. 1º). 
Integram a base de cálculo todos os ganhos e rendimentos de 
capital, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, 
independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou 
contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio que, pela sua 
finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma específica de 
incidência do imposto (Lei nº 7.450/85, art. 51, Lei nº 8.981/95, art. 76, § 2º, e 
Lei nº 9.430/96, arts. 25, inciso II, e 27, inciso II). 
Apuração trimestral. O imposto será determinado com base no lucro 
real, presumido ou arbitrado,por períodos de apuração trimestrais, encerrados 
nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada 
ano-calendário (Lei nº 9.430/96, art. 1º). 
Apuração anual. A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do 
imposto anual deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano (Lei 
nº 9.430/96, art. 2º, § 3º). 
A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real poderá 
optar pelo pagamento do imposto e adicional, em cada mês, determinados 
sobre base de cálculo estimada (Lei nº 9.430/96, art. 2º). A opção será 
manifestada com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro 
ou de início de atividade (Lei nº 9.430/96, art. 3º, parágrafo único). 
A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada 
mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta 
auferida mensalmente (Lei nº 9.249/95, art. 15, e Lei nº 9.430/96, art. 2º). 
Nas seguintes atividades, o percentual será de (Lei nº 9.249/95, art. 
15, § 1º): 
 16 
I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, 
para consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e 
gás natural; 
II - dezesseis por cento: 
a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o 
de carga, para o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo; 
b) para as pessoas jurídicas cujas atividades sejam de bancos 
comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas 
econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades 
de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e 
câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de 
arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros 
privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta, 
observado o disposto no art. 226; 
III - trinta e dois por cento, para as atividades de: 
a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; 
b) intermediação de negócios; 
c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e 
direitos de qualquer natureza; 
d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadológica, gestão e crédito, seleção de riscos, administração de 
contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de 
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
Alíquota. O imposto a ser pago mensalmente será determinado 
mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento 
(Lei nº 9.430/96, art. 2º, § 1º). 
Adicional. A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que 
exceder a vinte mil reais ficará sujeita à incidência de adicional do imposto à 
alíquota de dez por cento (Lei nº 9.430/96, art. 2º, § 2º). 
A Constituição Federal manda aplicar as técnicas da generalidade, 
universalidade e progressividade ao imposto, mas o excepcional da 
anterioridade nonagesimal (arts. 150, § 1º, e 153, § 2º, I). 
Quadro aditivo: 
 
 17 
Normas superiores: CF/88, arts. 150, § 1º; 153, III, e § 
2º; CTN, arts. 43/45 
Finalidade preponderante: Fiscal 
Base econômica: Renda (incluindo proventos) 
Lançamento: Por homologação 
Outros: É imposto pessoal, direto e de fato 
gerador periódico 
Súmulas do STF: 584 e 586 
Súmulas do STJ: 125, 136, 215, 262 e 394 
 
8.1.4 IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 
Vamos ver o que o Código Tributário Nacional estabelece sobre o 
IPI: 
 
Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos 
industrializados tem como fato gerador: 
I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira; 
II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do 
artigo 51; 
II - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a 
leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado 
o produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique 
a natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. 
Art. 47. A base de cálculo do imposto é: 
I - no caso do inciso I do artigo anterior, o preço normal, como definido no 
inciso II do artigo 20, acrescido do montante: 
a) do imposto sobre a importação; 
b) das taxas exigidas para entrada do produto no País; 
c) dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele 
exigíveis; 
II - no caso do inciso II do artigo anterior: 
a) o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria; 
b) na falta do valor a que se refere a alínea anterior, o preço corrente da 
mercadoria, ou sua similar, no mercado atacadista da praça do remetente; 
III - no caso do inciso III do artigo anterior, o preço da arrematação. 
Art. 48. O imposto é seletivo em função da essencialidade dos produtos. 
Art. 49. O imposto é não-cumulativo, dispondo a lei de forma que o 
montante devido resulte da diferença a maior, em determinado período, 
entre o imposto referente aos produtos saídos do estabelecimento e o pago 
relativamente aos produtos nele entrados. 
Parágrafo único. O saldo verificado, em determinado período, em favor do 
contribuinte transfere-se para o período ou períodos seguintes. 
Art. 50. Os produtos sujeitos ao imposto, quando remetidos de um para 
outro Estado, ou do ou para o Distrito Federal, serão acompanhados de 
nota fiscal de modelo especial, emitida em séries próprias e contendo, além 
dos elementos necessários ao controle fiscal, os dados indispensáveis à 
elaboração da estatística do comércio por cabotagem e demais vias 
internas. 
 18 
Art. 51. Contribuinte do imposto é: 
I - o importador ou quem a lei a ele equiparar; 
II - o industrial ou quem a lei a ele equiparar; 
III - o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, que os forneça aos 
contribuintes definidos no inciso anterior; 
IV - o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados, levados a 
leilão. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se contribuinte 
autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial, comerciante 
ou arrematante. 
 
O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e 
estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência 
do Imposto sobre Produtos Industrializados - TIPI (Lei nº 4.502/64, art. 1º, e 
Decreto-lei nº 34/66, art. 1º). 
O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com 
alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições 
contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que 
corresponde a notação "NT" (não-tributado) (Lei nº 10.451/02, art. 6º). 
Caracteriza industrialização qualquer operação que modifique a 
natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do 
produto, ou o aperfeiçoe para consumo (Lei nº 4.502/64, art. 3º, parágrafo 
único, e Lei nº 5.172/66, art. 46, parágrafo único). 
São irrelevantes, para caracterizar a operação como industrialização, 
o processo utilizado para obtenção do produto e a localização e condições das 
instalações ou equipamentos empregados. 
Contribuintes. São obrigados ao pagamento do imposto como 
contribuinte: 
I - o importador, em relação ao fato gerador decorrente do 
desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira (Lei nº 
4.502/64, art. 35, inciso I, alínea b); 
II - o industrial, em relação ao fato gerador decorrente da saída de 
produto que industrializar em seu estabelecimento, bem assim quanto aos 
demais fatos geradores decorrentes de atos que praticar (Lei nº 4.502/64, art. 
35, inciso I, alínea a); 
III - o estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato gerador 
relativo aos produtos que dele saírem, bem assim quanto aos demais fatos 
 19 
geradores decorrentes de atos que praticar (Lei nº 4.502/64, art. 35, inciso I, 
alínea a); e 
IV - os que consumirem ou utilizaremem outra finalidade, ou 
remeterem a pessoas que não sejam empresas jornalísticas ou editoras, o 
papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos, quando alcançado 
pela imunidade prevista no inciso I do art. 18 (Lei nº 9.532/97, art. 40). 
Considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de 
importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que 
decorra de ato que praticar (Lei nº 5.172/66, art. 51, parágrafo único). 
Responsáveis. São obrigados ao pagamento do imposto como 
responsáveis. Porque praticaram algum ilícito, o transportador; o possuidor ou 
detentor; o estabelecimento adquirente de produtos usados cuja origem não 
possa ser provada; o proprietário, o possuidor, o transportador ou qualquer 
outro detentor de produtos nacionais, saídos do estabelecimento industrial com 
imunidade ou suspensão do imposto, para exportação, encontrados no País 
em situação diversa; os estabelecimentos que possuírem produtos tributados 
ou isentos, sujeitos a serem rotulados ou marcados, ou, ainda, ao selo de 
controle, quando não estiverem rotulados, marcados ou selados; os que 
desatenderem as normas e requisitos a que estiver condicionada a imunidade, 
a isenção ou a suspensão do imposto; a empresa comercial exportadora, em 
relação ao imposto que deixou de ser pago, na saída do estabelecimento 
industrial, referente aos produtos por ela adquiridos com o fim específico de 
exportação; a pessoa física ou jurídica que não seja empresa jornalística ou 
editora, em cuja posse for encontrado o papel, destinado à impressão de livros, 
jornais e periódicos n a forma da Lei nº 9.532/97, art. 40, parágrafo único; e o 
estabelecimento comercial atacadista de produtos sujeitos ao regime de que 
trata a Lei nº 7.798/89, que possuir ou mantiver produtos desacompanhados da 
documentação comprobatória de sua procedência, ou que deles der saída (Lei 
nº 7.798/89, art. 4º, § 3º, e Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 33). 
Responsável como Contribuinte Substituto. É ainda responsável, por 
substituição, o industrial ou equiparado a industrial, mediante requerimento, em 
relação às operações anteriores, concomitantes ou posteriores às saídas que 
promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela SRB (Lei nº 4.502/64, 
art. 35, inciso II, alínea c, e Lei nº 9.430/96, art. 31). 
 20 
Responsabilidade Solidária. São solidariamente responsáveis: 
I - o contribuinte substituído, pelo pagamento do imposto em relação 
ao qual estiver sendo substituído, no caso de inadimplência do contribuinte 
substituto (Lei nº 4.502/64, art. 35, § 2º, e Lei nº 9.430/96, art. 31). 
II - o adquirente ou cessionário de mercadoria importada beneficiada 
com isenção ou redução do imposto pelo pagamento do imposto e acréscimos 
legais (Decreto-lei nº 37/66, art. 32, parágrafo único, inciso I, e Medida 
Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 77); 
III - o adquirente de mercadoria de procedência estrangeira, no caso 
de importação realizada por sua conta e ordem, por intermédio de pessoa 
jurídica importadora, pelo pagamento do imposto e acréscimos legais (Decreto-
lei nº 37/66, art. 32, parágrafo único, inciso III, e Medida Provisória nº 2.158-35, 
de 2001, art. 77). 
IV - o estabelecimento industrial de produtos classificados no código 
2402.20.00 da TIPI, com a empresa comercial exportadora, na hipótese de 
operação de venda com o fim específico de exportação, pelo pagamento dos 
impostos, contribuições e respectivos acréscimos legais, devidos em 
decorrência da não efetivação da exportação (Medida Provisória nº 2.158-35, 
de 2001, art. 35); 
V - o encomendante de produtos sujeitos ao regime de que trata a 
Lei nº 7.798, de 1989, com o estabelecimento industrial executor da 
encomenda, pelo cumprimento da obrigação principal e acréscimos legais(Lei 
nº 7.798/89, art. 4º , § 2º, e Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 33). 
São solidariamente responsáveis com o sujeito passivo, no período 
de sua administração, gestão ou representação, os acionistas controladores, e 
os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito 
privado, pelos créditos tributários decorrentes do não recolhimento do imposto 
no prazo legal (Decreto-lei nº 1.736/79, art. 8º). 
Apesar da existência da regra acima citada, a jurisprudência do 
Superior Tribunal de Justiça fixou-se no sentido de que a responsabilidade 
tributária imposta por sócio-gerente, administrador, diretor ou equivalente só se 
caracteriza quando há dissolução irregular da sociedade ou se comprova 
infração à lei praticada pelo dirigente, não sendo suficiente o simples 
inadimplemento no pagamento do tributo. 
 21 
Fato gerador do imposto é (Lei nº 4.502/64, art. 2º): 
I - o desembaraço aduaneiro de produto de procedência estrangeira; 
ou 
II - a saída de produto do estabelecimento industrial, ou equiparado a 
industrial. 
As normas fixam o momento da ocorrência do fator gerador (aspecto 
temporal), tais como: 
I - na entrega ao comprador, quanto aos produtos vendidos por 
intermédio de ambulantes (Lei nº 4.502/64, arts. 2º e 5º, inciso I, alínea a, e 
Decreto-lei nº 1.133/70, art. 1º); 
II - na saída de armazém-geral ou outro depositário do 
estabelecimento industrial ou equiparado a industrial depositante, quanto aos 
produtos entregues diretamente a outro estabelecimento (Lei nº 4.502/64, arts. 
2º e 5º, inciso I, alínea a, e Decreto-lei nº 1.133/70, art. 1º); 
III - na saída da repartição que promoveu o desembaraço aduaneiro, 
quanto aos produtos que, por ordem do importador, forem remetidos 
diretamente a terceiros (Lei nº 4.502/64, arts. 2º e 5º, inciso I, alínea b, e 
Decreto-lei nº 1.133/70, art. 1º); etc. 
Alíquota. O imposto será calculado mediante aplicação das alíquotas, 
constantes da TIPI, sobre o valor tributável dos produtos (Lei nº 4.502/64, art. 
13), mas isso não exclui outra modalidade de cálculo do imposto estabelecida 
em legislação específica. 
Quando se tornar necessário atingir os objetivos da política 
econômica governamental, mantida a seletividade em função da 
essencialidade do produto, ou, ainda, para corrigir distorções, poderão as 
alíquotas ser reduzidas até zero ou majoradas até trinta unidades percentuais 
(Decreto-lei nº 1.199/71, art. 4º). 
Base de cálculo. Salvo disposição em contrário, constitui valor 
tributável: 
I - dos produtos de procedência estrangeira: 
a) o valor que servir ou que serviria de base para o cálculo dos 
tributos aduaneiros, por ocasião do despacho de importação, acrescido do 
montante desses tributos e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo 
importador ou dele exigíveis (Lei nº 4.502/64, art. 14, inciso I, alínea b); e 
 22 
b) o valor total da operação de que decorrer a saída do 
estabelecimento equiparado a industrial (Lei nº 4.502/64, art. 18); e 
II - dos produtos nacionais, o valor total da operação de que decorrer 
a saída do estabelecimento industrial ou equiparado a industrial (Lei nº 
4.502/64, art. 14, inciso II, e Lei nº 7.798/89, art. 15). 
A não-cumulatividade do imposto é efetivada pelo sistema de crédito, 
atribuído ao contribuinte, do imposto relativo a produtos entrados no seu 
estabelecimento, para ser abatido do que for devido pelos produtos dele 
saídos, num mesmo período (Lei nº 5.172/66, art. 49). 
Há exceção aos princípios da anterioridade ordinária, mas não da 
nonagesimal, e da legalidade, quanto à alteração das alíquotas dentro do teto 
legal (CF/88, arts. 150, § 1º, e 153, § 1º). 
O imposto deve primar-se pela seletividade, em função da 
essencialidade do produto, e ser não-cumulativo, compensado-se o que for 
devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores 
(CF/88, art. 153; e § 3º, I e II). 
Quadro aditivo: 
 
Normas superiores: CF/88, arts. 150, § 1º; 153, IV, e §§ 
1º e 3º; CTN, arts. 46/51 
Finalidade preponderante:Fiscal (há divergência) 
Base econômica: Produção e circulação (consumo) 
Lançamento: Por homologação 
Outros: É imposto real, indireto, plurifásico, 
seletivo e de fato gerador 
instantâneo 
Súmulas do STF: 591 
 
18.1.5 IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGURO, 
OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS 
Diz o CTN sobre esse imposto que tem também um leque extenso de 
fatos geradores: 
 
Art. 63. O imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, 
câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários 
tem como fato gerador: 
 23 
I - quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou 
parcial do montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua 
colocação à disposição do interessado; 
II - quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de 
moeda nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua 
colocação à disposição do interessado em montante equivalente à moeda 
estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por este; 
III - quanto às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da 
apólice ou do documento equivalente, ou recebimento do prêmio, na forma 
da lei aplicável; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários, a emissão, 
transmissão, pagamento ou resgate destes, na forma da lei aplicável. 
Parágrafo único. A incidência definida no inciso I exclui a definida no inciso 
IV, e reciprocamente, quanto à emissão, ao pagamento ou resgate do título 
representativo de uma mesma operação de crédito. 
Art. 64. A base de cálculo do imposto é: 
I - quanto às operações de crédito, o montante da obrigação, 
compreendendo o principal e os juros; 
II - quanto às operações de câmbio, o respectivo montante em moeda 
nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; 
III - quanto às operações de seguro, o montante do prêmio; 
IV - quanto às operações relativas a títulos e valores mobiliários: 
a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; 
b) na transmissão, o preço ou o valor nominal, ou o valor da cotação em 
Bolsa, como determinar a lei; 
c) no pagamento ou resgate, o preço. 
Art. 65. O Poder Executivo pode, nas condições e nos limites estabelecidos 
em lei, alterar as alíquotas ou as bases de cálculo do imposto, a fim de 
ajustá-lo aos objetivos da política monetária. 
Art. 66. Contribuinte do imposto é qualquer das partes na operação 
tributada, como dispuser a lei. 
Art. 67. A receita líquida do imposto destina-se a formação de reservas 
monetárias, na forma da lei. 
 
O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro ou 
relativas a Títulos ou Valores Mobiliários – IOF incide sobre: 
I - operações de crédito realizadas: 
a) por instituições financeiras (Lei nº 5.143/66, art. 1º); 
b) por empresas que exercem as atividades de prestação cumulativa 
e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de 
crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, 
compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de 
prestação de serviços (factoring) (Lei nº 9.249/95, art. 15, § 1º, inciso III, alínea 
"d", e Lei nº 9.532/97, art. 58); 
c) entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física 
(Lei nº 9.779/99, art. 13); 
 24 
II - operações de câmbio (Lei nº 8.894/94, art. 5º); 
III - operações de seguro realizadas por seguradoras (Lei nº 
5.143/66, art. 1º); 
IV - operações relativas a títulos ou valores mobiliários (Lei nº 
8.894/94, art. 1º); 
V - operações com ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial (Lei 
nº 7.766/89, art. 4º). 
OPERAÇÕES DE CRÉDITO. O fato gerador é a entrega do 
montante ou do valor que constitua o objeto da obrigação ou sua colocação à 
disposição do interessado (Lei nº 5.172/66, art. 63, inciso I). 
Entende-se ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre operação 
de crédito: 
I - na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua 
o objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado; 
II - no momento da liberação de cada uma das parcelas, nas 
hipóteses de crédito sujeito, contratualmente, a liberação parcelada; 
III - na data do adiantamento a depositante, assim considerado o 
saldo a descoberto em conta de depósito; 
IV - na data do registro efetuado em conta devedora por crédito 
liquidado no exterior; 
V - na data em que se verificar excesso de limite, assim entendido o 
saldo a descoberto ocorrido em operação de empréstimo ou financiamento, 
inclusive sob a forma de abertura de crédito; 
VI - na data da novação, composição, consolidação, confissão de 
dívida e dos negócios assemelhados; 
VII - na data do lançamento contábil, em relação às operações e às 
transferências internas que não tenham classificação específica, mas que, pela 
sua natureza, se enquadrem como operações de crédito. 
Contribuintes são as pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de 
crédito (Lei nº 8.894/94, art. 3º, inciso I, e Lei nº 9.532/97, art. 58). No caso de 
alienação de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo a empresas de 
factoring, contribuinte é o alienante pessoa física ou jurídica. 
São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao 
Tesouro Nacional: 
 25 
I - as instituições financeiras que efetuarem operações de crédito 
(Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 3º, inciso I); 
II - as empresas de factoring adquirentes do direito creditório, nas 
hipóteses da alínea "b" do inciso I do art. 2º (Lei nº 9.532/97, art. 58, § 1º); 
III - a pessoa jurídica que conceder o crédito, nas operações de 
crédito correspondentes a mútuo de recursos financeiros (Lei nº 9.779/99, art. 
13, § 2º). 
Alíquota. O IOF será cobrado à alíquota máxima de um vírgula cinco 
por cento ao dia sobre o valor das operações de crédito (Lei nº 8.894/94, art. 
1º). 
OPERAÇÕES DE CÂMBIO. São contribuintes os compradores ou 
vendedores de moeda estrangeira nas operações referentes às transferências 
financeiras para o ou do exterior, respectivamente (Lei nº 8.894/94, art. 6º). 
As transferências financeiras compreendem os pagamentos e 
recebimentos em moeda estrangeira, independentemente da forma de entrega 
e da natureza das operações. 
São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao 
Tesouro Nacional as instituições autorizadas a operar em câmbio (Lei nº 
8.894/94, art. 6º, parágrafo único). 
A base de cálculo é o montante em moeda nacional, recebido, 
entregue ou posto à disposição, correspondente ao valor, em moeda 
estrangeira, da operação de câmbio (Lei nº 5.172/66, art. 64, inciso II). 
A alíquota máxima é de vinte e cinco por cento (Lei nº 8.894/94, art. 
5º). 
OPERAÇÕES DE SEGURO. O fato gerador é o recebimento do 
prêmio (Lei nº 5.143/66, art. 1º, inciso II). 
A expressão "operações de seguro" compreende seguros de vida e 
congêneres, seguro de acidentes pessoais e do trabalho, seguros de bens, 
valores, coisas e outros não especificados (Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 1º, 
incisos II e III). 
Ocorre o fato gerador e torna-se devido o IOF no ato do recebimento 
total ou parcial do prêmio. 
Contribuintes são as pessoas físicas ou jurídicas seguradas 
(Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 2º). 
 26 
São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao 
Tesouro Nacional as seguradoras ou as instituições financeiras a quem estas 
encarregarem da cobrança do prêmio (Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 3º, inciso II, 
e Decreto-Lei nº 2.471/88, art. 7º). 
A base de cálculo é o valor dos prêmios pagos (Decreto-Lei nº 
1.783/80, art. 1º, incisos II e III). 
A alíquota é de vinte e cinco por cento (Lei nº 9.718/98, art. 15). 
OPERAÇÕES RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES 
MOBILIÁRIOS. O fato gerador é a aquisição, cessão, resgate, repactuação ou 
pagamento para liquidaçãode títulos e valores mobiliários (Lei nº 5.172/66, art. 
63, inciso IV, e Lei nº 8.894/94, art. 2º, inciso II, alíneas "a" e "b"). Ocorre o fato 
gerador e torna-se devido o IOF no ato da realização das operações. 
Contribuintes são: 
I - os adquirentes de títulos ou valores mobiliários e os titulares de 
aplicações financeiras (Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 2º, e Lei nº 8.894/94, art. 
3º, inciso II); 
II - as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a 
funcionar pelo Banco Central do Brasil, na hipótese prevista no inciso IV do art. 
28 (Lei nº 8.894/94, art. 3º, inciso III). 
São responsáveis pela cobrança do IOF e pelo seu recolhimento ao 
Tesouro Nacional (Decreto-Lei nº 1.783/80, art. 3º, inciso IV, e Medida 
Provisória nº 2.158-35, de 2001, art. 28): 
I - as instituições autorizadas a operar na compra e venda de títulos e 
valores mobiliários; 
II - as bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, 
em relação às aplicações financeiras realizadas em seu nome, por conta de 
terceiros e tendo por objeto recursos destes; 
III - a instituição que liquidar a operação perante o beneficiário final, 
no caso de operação realizada por meio do SELIC ou da Central de Custódia e 
de Liquidação Financeira de Títulos - CETIP; 
IV - o administrador do fundo de investimento; 
V - a instituição que intermediar recursos, junto a clientes, para 
aplicações em fundos de investimentos administrados por outra instituição, na 
forma prevista em normas baixadas pelo Conselho Monetário Nacional; 
 27 
VI - a instituição que receber as importâncias referentes à subscrição 
das cotas do Fundo de Investimento Imobiliário e do Fundo Mútuo de 
Investimento em Empresas Emergentes. 
A base de cálculo do IOF é o valor (Lei nº 8.894/94, art. 2º, II): 
I - de aquisição, resgate, cessão ou repactuação de títulos e valores 
mobiliários; 
II - da operação de financiamento realizada em bolsas de valores, de 
mercadorias, de futuros e assemelhadas; 
III - de aquisição ou resgate de cotas de fundos de investimento e de 
clubes de investimento; 
IV - do pagamento para a liquidação das operações referidas no 
inciso I, quando inferior a noventa e cinco por cento do valor inicial da 
operação. 
O IOF será cobrado à alíquota máxima de um vírgula cinco por cento 
ao dia sobre o valor das operações com títulos ou valores mobiliários (Lei nº 
8.894/94, art. 1º). 
OPERAÇÕES COM OURO, ATIVO FINANCEIRO, OU 
INSTRUMENTO CAMBIAL. Nesta hipótese, o ouro é usado como meio de 
pagamento, fazendo papel de moeda corrente. Assim, o ouro, ativo financeiro, 
ou instrumento cambial, sujeita-se, exclusivamente, à incidência do IOF (Lei nº 
7.766/89, art. 4º). 
Entende-se por ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial, desde 
sua extração, inclusive, o ouro que, em qualquer estado de pureza, em bruto 
ou refinado, for destinado ao mercado financeiro ou à execução da política 
cambial do País, em operação realizada com a interveniência de instituição 
integrante do Sistema Financeiro Nacional, na forma e condições autorizadas 
pelo Banco Central do Brasil. 
O fato gerador é a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou 
instrumento cambial, efetuada por instituição autorizada integrante do Sistema 
Financeiro Nacional (Lei nº 7.766/89, art. 8º). 
Ocorre o fato gerador e torna-se devido o IOF: 
I - na data da aquisição; 
II - no desembaraço aduaneiro, quando se tratar de ouro físico 
oriundo do exterior. 
 28 
Contribuintes são as instituições autorizadas pelo Banco Central do 
Brasil que efetuarem a primeira aquisição do ouro, ativo financeiro, ou 
instrumento cambial (Lei nº 7.766/89, art. 10). 
A base de cálculo do IOF é o preço de aquisição do ouro, desde que 
dentro dos limites de variação da cotação vigente no mercado doméstico, no 
dia da operação (Lei nº 7.766/89, art. 9º). 
Tratando-se de ouro físico, oriundo do exterior, o preço de aquisição, 
em moeda nacional, será determinado com base no valor de mercado 
doméstico na data do desembaraço aduaneiro. 
A alíquota do IOF é de um por cento sobre o preço de aquisição (Lei 
nº 7.766/89, art. 4º, parágrafo único). 
Em relação a este imposto, há exceção aos princípios da 
anterioridade ordinária e nonagesimal e da legalidade, quanto à alteração das 
alíquotas dentro do teto legal (CF/88, arts. 150, § 1º, e 153, § 1º). 
Quadro aditivo: 
 
Normas superiores: CF/88, arts. 150, § 1º; 153, V, e §§ 
1º e 5º; CTN, arts. 63/67 
Finalidade preponderante: Extrafiscal 
Base econômica: Operações financeiras (circulação 
riquezas) 
Lançamento: Por homologação 
Outros: É imposto real, direto, monofásico e 
de fato gerador instantâneo 
Súmulas do STF: 664 
Súmulas do STJ: 185 
 
18.1.6 IMPOSTO SOBRE PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL 
O regramento que o Código Tributário Nacional reserva para o ITR é 
o seguinte: 
 
Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial 
rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de 
imóvel por natureza, como definido na lei civil, localização fora da zona 
urbana do Município. 
Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. 
Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
 
 29 
Fato gerador. O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, de 
apuração anual, tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a 
posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana do município, em 
1º de janeiro de cada ano (Lei nº 9.393/96, art. 1º). 
Contribuinte do ITR é o proprietário de imóvel rural, o titular de seu 
domínio útil ou o seu possuidor a qualquer título (Lei nº 5.172/66, art. 31; Lei nº 
9.393/96, art. 4º). 
É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a qualquer título, 
nos termos dos arts. 128 a 133 da Lei nº 5.172/66 (Lei nº 9.393/96, art. 5º). 
Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 
9.393/96, art. 10, § 1, inciso II): 
I - de preservação permanente (Lei nº 4.771/65 - Código Florestal, 
arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei nº 7.803/89, art. 1º); 
II - de reserva legal (Lei nº 4.771/65, art. 16, com a redação dada 
pela Medida Provisória nº 2.166-67, 2001, art. 1º); 
III - de reserva particular do patrimônio natural (Lei nº 9.985/00, art. 
21; Decreto nº 1.922/96); 
IV - de servidão florestal (Lei nº 4.771/65, art. 44-A, acrescentado 
pela Medida Provisória nº 2.166-67, de 2001); 
V - de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim 
declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que 
ampliem as restrições de uso previstas nos incisos I e II (Lei nº 9.393/96, art. 
10, § 1º, inciso II, alínea "b"); 
VI - comprovadamente imprestáveis para a atividade rural, 
declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal 
ou estadual (Lei nº 9.393/96, art. 10, § 1º, inciso II, alínea "c"). 
Grau de utilização é a relação percentual entre a área efetivamente 
utilizada pela atividade rural e a área aproveitável do imóvel, constituindo 
critério, juntamente com a área total do imóvel rural, para a determinação das 
alíquotas do ITR (Lei nº 9.393/96, art. 10, § 1º, inciso VI). 
O Valor da Terra Nua - VTN é o valor de mercado do imóvel, 
excluídos os valores de mercado relativos a (Lei nº 9.393/96, art. 8º, § 2º, art. 
10, § 1º, inciso I): 
I - construções, instalações e benfeitorias; 
 30 
II - culturas permanentes e temporárias; 
III - pastagens cultivadas e melhoradas; 
IV - florestas plantadas. 
O Valor da Terra Nua Tributável - VTNT é obtido mediante a 
multiplicação do VTN pelo quociente entre a área tributável e a área total do 
imóvel (Lei nº 9.393/96, art. 10, § 1º, inciso III). 
A alíquota utilizada para cálculo do ITR é estabelecidapara cada 
imóvel rural, com base em sua área total e no respectivo grau de utilização, 
conforme a seguinte tabela (Lei nº 9.393/96, art. 11): 
 
ÁREA TOTAL DO 
IMÓVEL (em hectares) GRAU DE UTILIZAÇÃO (em %) 
 
Maior que 
80 
Maior que 
65 até 80 
Maior que 
50 até 65 
Maior que 
30 até 50 Até 30 
Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00 
Maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00 
Maior que 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30 
Maior que 500 até 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70 
Maior que 1.000 até 
5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60 
Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00 
 
Aparentemente, a alíquota elevada, na hipótese de grau de utilização 
baixo, poderia levar ao confisco de propriedade rural, mas isso não se dá, pois 
a Constituição da Federação o autoriza, com o fim de incentivar o uso racional 
da terra. 
 
TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ITR. NATUREZA 
EXTRAFISCAL. FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE RURAL. 
APROVEITAMENTO RACIONAL E ADEQUADO DA PROPRIEDADE. 
GRAU DE UTILIZAÇÃO DA TERRA E ÁREA DO IMÓVEL. CRITÉRIOS 
CONJUGADOS. ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS. EXACERBAÇÃO NÃO 
CONFISCATÓRIA. 
1. Escorada na autorização constitucional, a Lei 8.692/93 definiu que o 
aproveitamento racional e adequado da propriedade rural ocorre quando se 
atinge corretamente o grau de utilização da terra e o grau de eficiência na 
exploração, o que acaba por levar em consideração a área do imóvel, uma 
vez que para averiguação do grau de utilização da terra, considera-se a 
relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável 
total do imóvel. 
 31 
2. Por sua vez, a Lei 9.393/96, instituidora do novo ITR, estabelece a 
progressividade em função do grau de utilização da terra (quanto menor o 
índice de utilização, maiores as alíquotas), sendo que as alíquotas são 
progressivas, também, em razão do tamanho da propriedade rural. 
3. Dada a natureza extrafiscal do ITR, a Constituição Federal autoriza a 
exacerbação da tributação no caso de propriedades improdutivas, todavia 
não consubstancia escopo de confisco ao tributo. 
4. As alegações da recorrente, trazidas após a interposição do recurso de 
apelação, dissociadas do pedido posto na inicial, não devem ser 
conhecidas. 
5. Apelação da impetrante a que se nega provimento (AMS 
200233000259400; TRF-1ª da Região). 
 
O valor do imposto a ser pago é obtido mediante a multiplicação do 
VTNT pela alíquota correspondente, considerados a área total e o grau de 
utilização do imóvel rural (Lei nº 9.393, de 1996, art. 11). 
Essa técnica, um pouco complexa, de se apurar o ITR está em 
consonância com a regra constitucional, a qual ordena que o imposto seja 
progressivo e suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de 
propriedade improdutiva (CF/88, art. 153, § 4º, I). 
Quadro aditivo: 
 
Normas superiores: CF/88, arts. 150 e153, VI, e § 4º; 
CTN, arts. 29/31 
Finalidade preponderante: Extrafiscal 
Base econômica: Patrimônio (propriedade) 
Lançamento: Por homologação 
Outros: É imposto real, direto, monofásico e 
de fato gerador continuado 
 
18.1.7 IMPOSTO SOBRE GRANDES FORTUNAS 
Diante da escalada ascendente da carga tributária brasileira nas 
últimas décadas, é quase irracional explicar como uma competência 
outorgada à União tenha ficado ociosa ou inutilizada desde 1988. 
A Constituição Federal franqueou àquela pessoa jurídica de direito 
público a faculdade de instituir imposto sobre grandes fortunas, nos termos de 
lei complementar, que deveria ser editada para exigência da exação fiscal 
(artigo 153, VII). 
Por que tal lei complementar não foi editada? Uma resposta pode 
dar-se sem qualquer hesitação. Não foi por pena dos contribuintes, que já 
 32 
arcam com uma carga tributária considerável e têm, à sua disposição, apenas 
um sistema deficiente de prestação de serviços públicos. Com certeza, o 
lobby dos titulares das riquezas tributáveis obstou a imposição do imposto. 
Como a Constituição não estabeleceu a materialidade do gravame, 
cabe à lei complementar dizer o que se entende por grandes fortunas. 
Todos os nichos econômicos (patrimônio, renda, consumo, 
comércio exterior, faturamento etc.) poderiam suportar o novo imposto e sua 
base econômica poderia ser a mais larga possível, de maneira a dar 
efetividade à tributação, não só com a esperada arrecadação, mas também 
com a finalidade extrafiscal de repartir indiretamente a riqueza da nacional. 
A adoção de algumas bases econômicas, como o faturamento das 
empresas, é temerária. Faturamento representa giro e não capital acumulado 
e disponível no patrimônio das pessoas. 
O patrimônio parece ser um porto mais seguro para a tributação 
das grandes fortunas. O patrimônio financeiro, incluindo o mercado de 
capitais e o patrimônio imobiliário, quando instituída tal exação, poderão vir a 
ser tributados. 
 
18.1.8 OUTROS IMPOSTOS 
A República Federativa do Brasil é formada pela congregação 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, mas a 
centralidade do Estado nacional confiou-se à União (Federal), que representa 
o Brasil nas relações jurídico-políticas internacionais. 
A União presta serviços públicos à população de todo o território 
físico e jurídico nacional, o que lhe obriga a manter estrutura administrativa 
em todas as regiões do País. Quiçá seja por isso que a competência em 
matéria de imposto para ela é residual ou não é exaustiva, enquanto o é para 
as demais pessoas políticas. Também nos momentos de aflição nacional, a 
guardiã União poderá instituir e cobrar impostos extraordinários para fazer 
face a situações bélicas. 
Acerca da competência residual para instituir impostos novos e 
impostos extraordinários, dispõe o artigo 154 da Constituição da Nação: 
 
Art. 154. A União poderá instituir: 
 33 
I – mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, 
desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
II – na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, 
compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
 
O inciso I notadamente confere à União competência residual em 
matéria de impostos. Ao fazê-lo, claro está, exclui da competência dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios tal faculdade. Isso nos 
credencia a dizer que a competência residual também é excludente. 
A Superlei restringe a faculdade deferida ao ente central da 
federação brasileira, pois o imposto novo: 
I) deve ser instituído por lei complementar nacional; 
II) dever ser não-cumulativo, compensando-se o que for devido em 
cada etapa com o montante cobrado nos ciclos econômicos anteriores; 
III) não pode ter fato gerador e base de cálculo coincidente com os 
impostos discriminados nos artigos 153, 155 e 156 daquela Carta. 
Os requisitos constitucionais são muitos e tornam o processo de 
criação do imposto quase não operacional. Contudo, essa nova exação fiscal 
pode ser criada. O que falta é interesse de quem poderia instituí-la. 
A União descobriu uma maneira mais rentável de instituir novas 
exações fiscais, exclusivamente para si. Com efeito, usa da instituição de 
contribuições, cujo produto financeiro, regra geral, não precisa ser 
compartilhado com as demais pessoas políticas da federação. 
De volta à letra da Constituição, aduzimos que o inciso II do artigo 
154 trabalha com a hipótese de o Estado brasileiro ter entrado em guerra ou 
estar na iminência de pegar em armas contra outra Nação. Precisando a 
União de recursos financeiros, poderá instituir impostos extraordinários. 
Imposto extraordinário, como o seu nome já indica, é temporário e 
deve ser suprimido gradativamente, cessadas as causas de sua criação 
(CTN, art.76). 
A guerra ou o estado de guerra não são fatos geradores, mas são 
eventos que autorizam, desde que inexistam outras fontes de custeio das 
despesas não orçadas, a instituição do gravame. 
 34 
A norma não se incomoda em permitir a dupla ou a múltipla 
tributação. Prevê expressamente que o exercício da competência 
extraordinária não está limitado à observância dos fatos geradores, 
contribuintes, bases de cálculos etc. de outros impostos, sejam de 
competência de quem for. 
Os impostos extraordinários podem ser instituídos por lei ordinária 
federal ou por medida provisória, editada pelo Sr. Presidente da República, 
nos termos do § 2º do artigo 62 da Carta de 1988 e, corretamente, não estão 
submetidos ao princípio da anterioridade ordinária e nonagesimal (CF/88, art. 
150, § 1º). 
 
18.2 IMPOSTOS ESTADUAIS 
Os impostos estaduais também são de titularidade do Distrito 
Federal, assim como os municipais, já que o DF não pode ser dividido em 
municípios. 
A Constituição Federal cuida desses impostos, como de praxe, e 
regulamenta detalhadamente o ICMS. As normas são as seguintes: 
 
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos 
sobre: 
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; 
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, 
ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; 
III - propriedade de veículos automotores. 
§ 1.º O imposto previsto no inciso I: 
I - relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado 
da situação do bem, ou ao Distrito Federal; 
II - relativamente a bens móveis, títulos e créditos, compete ao Estado onde 
se processar o inventário ou arrolamento, ou tiver domicílio o doador, ou ao 
Distrito Federal; 
III - terá competência para sua instituição regulada por lei complementar: 
a) se o doador tiver domicilio ou residência no exterior; 
b) se o de cujus possuía bens, era residente ou domiciliado ou teve o seu 
inventário processado no exterior; 
IV - terá suas alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal; 
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: 
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada 
operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços 
com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou 
pelo Distrito Federal; 
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da 
legislação: 
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a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas 
operações ou prestações seguintes; 
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores; 
III - poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e 
dos serviços; 
IV - resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República 
ou de um terço dos Senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus 
membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações, 
interestaduais e de exportação; 
V - é facultado ao Senado Federal: 
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante 
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta de 
seus membros; 
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito 
específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de 
iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus membros; 
VI - salvo deliberação em contrário dos Estados e do Distrito Federal, nos 
termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações 
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não 
poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais; 
VII - em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a 
consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á: 
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do 
imposto; 
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele; 
VIII - na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da 
localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a 
alíquota interna e a interestadual; 
IX - incidirá também: 
a)sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa 
física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, 
qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no 
exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o 
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço; 
b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas 
com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios; 
X - não incidirá: 
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre 
serviços prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e 
o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e 
prestações anteriores; 
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive 
lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia 
elétrica; 
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º; 
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de 
radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita; 
XI - não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto 
sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre 
contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à 
comercialização, configure fato gerador dos dois impostos; 
XII - cabe à lei complementar: 
a) definir seus contribuintes; 
b) dispor sobre substituição tributária; 
c) disciplinar o regime de compensação do imposto; 
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d) fixar, para efeito de sua cobrança e definição do estabelecimento 
responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e 
das prestações de serviços; 
e) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, 
serviços e outros produtos além dos mencionados no inciso X, "a"; 
f) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para 
outro Estado e exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias; 
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito 
Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e 
revogados. 
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá 
uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se 
aplicará o disposto no inciso X, b; 
i) fixar a base de cálculo, de modo que o montante do imposto a integre, 
também na importação do exterior de bem, mercadoria ou serviço. 
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo 
e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações 
relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de 
petróleo, combustíveis e minerais do País. 
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: 
I - nas operações com os lubrificantes e combustíveis derivados de 
petróleo, o imposto caberá ao Estado onde ocorrer o consumo; 
II - nas operações interestaduais, entre contribuintes, com gás natural e 
seus derivados, e lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I 
deste parágrafo, o imposto será repartido entre os Estados de origem e de 
destino, mantendo-se a mesma proporcionalidade que ocorre nas 
operações com as demais mercadorias; 
III - nas operações interestaduais com gás natural e seus derivados, e 
lubrificantes e combustíveis não incluídos no inciso I deste parágrafo, 
destinadas a não contribuinte, o imposto caberá ao Estado de origem; 
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos 
Estados e Distrito Federal, nos termos

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